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Questões de vestibulares e ENEM: Mediterrâneo Antigo
História/ 2º Bimestre – Professor José Knust
Estudante: _________________________________________ Turma:______
1. (Enem PPL 2012)
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas.
Chico Buarque e A. Boal. “Mulheres de Atenas”.
In: Meus caros amigos,1976. Disponível em:
http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento)
Os versos da composição remetem à condição das
mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época,
em razão de
a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças
atenienses.
b) sua importância na consolidação da democracia, pelo
casamento.
c) seu rebaixamento de status social frente aos homens.
d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de
guerra.
e) sua igualdade política em relação aos homens.
2. (Uepa 2015)
Leia o texto para responder à questão.
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal
escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros,
sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus
ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser
incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às
pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas
contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas
contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu
caráter insuficiente.
Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas.
Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade,
evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia
b) república
c) democracia
d) monarquia
e) plutocracia
3. (Enem 2015 - adaptada)
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária
preeminência da palavra sobre todos os outros
instrumentos do poder. A palavra constitui o debate
contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica.
Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo
político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego.
Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
Na configuração política da democracia grega a ágora
tinha por função
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam
em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do
Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia
para deliberar sobre as questões da comunidade.
d) reunir os exercícios para decidir em assembleias
fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
e) congregar a comunidade para eleger representantes com
direito a pronunciar-se em assembleias.
4. (Enem 2014)
TEXTO l
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como
alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas
como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as
questões públicas por nós mesmos na crença de que não é
o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se
estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da
ação.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso.
Brasília: UnB, 1987 (adaptado).
TEXTO II
Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada
menos que pelo direito de administrar justiça e exercer
funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas
quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem
de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma
pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos
intervalos de tempo prefixados.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no
século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.),
a cidadania era definida pelo(a)
a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco.
5. (Enem PPL 2012)
No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de
uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de
suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora,
confronto esse que concedia a essas convenções a
qualidade de instituições públicas.
MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação
política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados
fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.
No texto, está relatado um exemplo de exercício da
cidadania associado ao seguinte modelo de prática
democrática:
a) Direta.
b) Sindical.
c) Socialista.
d) Corporativista.
e) Representativa.
6. (Enem 2009)
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de
normas e naquela dotada de homens absolutamente justos,
os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial
ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e
incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco
devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o
lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades
morais e à prática das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado.
São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
compreender que a cidadania
a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada,
pois é condenável que os políticos de qualquer época
fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos
cidadãos tem de trabalhar.
b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos
sociais superiores, fruto de uma concepção política
profundamente hierarquizada da sociedade.
c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção
política democrática, que levava todos os habitantes da
pólis a participarem da vida cívica.
d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual
o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às
atividades vinculadas aos tribunais.
e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que
se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver
os problemas da cidade.
7. (Ufpr 2016)
Considere o excerto de poema espartano do século VII
a.C.:
[...] Pois não há homem valente no combate,
se não suportar a vista da carnificina sangrenta
e não atacar, colocando-se de perto. [...]
É um bem comum para a cidade e todo o povo,
que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila,
encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa,
expondo a sua vida e ânimo sofredor,
e, aproximando-se, inspire confiança
com suas palavras ao que lhe fica ao lado.
Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira.
In: Hélade: Antologia da Cultura Grega, Coimbra: Faculdade
de Letras da Universidade de Coimbra / Instituto de Estudos
Clássicos, 4. ed., 1982.
Com base nesse excerto, considere as afirmativas abaixo
sobre os valores ressaltados no poema e sobre
características da cidade-Estado de Esparta entre os
séculos VII e V a.C.:
1. Esparta e Atenas compartilhavam do mesmo ideal
militar expresso no poema, motivo pelo qual juntaram
esforços na Liga de Delos.
2. O poema expressa os valores esperados dos soldados
espartanos: a coragem, o espírito de combate e a
cooperação com o coletivo.
3. Para sustentar o exército, o Estado espartano formou a
Liga do Peloponeso e distribuiu as terras conquistadas
entre as cidades-Estado aliadas.
4. Esparta manteve uma elite militar, formada pela
educação rígida de suas crianças, que eram controladas
pelo Estado e separadas de suas famílias.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
8. (G1 - cps 2015)
O teatro é uma das expressões artísticas criadas na
Antiguidade, tendo desempenhado um importante papel
na sociedade da Grécia.
De fato, tanto na Tragédia como em especial na Comédia
Antiga, isto é, na comédia ateniense do século V a.C.,
observa-se a presença de intenção e reflexos políticos. O
dramaturgo equacionava nas suas peças os problemas
fundamentais da pólis, procurando oferecer possibilidades
de solução e, dessa forma, atuar pedagogicamente sobre os
cidadãos reunidos no teatro.
http://tinyurl.com/pk2ryye Acesso em: 01.07.2014. Adaptado
De acordo com as informações apresentadas, é correto
concluir que o teatro grego da Antiguidade
a) legitimava o exercício do poder centralizado dos reis
absolutistas.
b) contribuía para o exercício da cidadania no regime
democrático.
c) priorizava a abordagem de temas que favoreciam a
aristocracia.
d) excluía as discussões de temas reais, enfatizando temas
mitológicos.
e) evitava se utilizar de elementos cômicos para tratar de
assuntos sérios.
9. (Ucs 2015)
Sobre a escravidão na Grécia antiga, é correto afirmar que:
I. a mão de obra escrava era a base da economia grega e o
critério adotado para determinar quem seria escravizado
era o racial. Os escravos eram provenientes da África
(negros) ou da Ásia (amarelos).
II. o uso de escravos em Atenas tinha certa importância
social, na medida em que concedia mais tempo para que
os homens livres pudessem participar das assembleias, dos
debates políticos, filosofar e produzir obras de arte.
III. os escravos, em Esparta, cidade voltada para as
guerras, eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado
e trabalhavam para os esparciatas – uma minoria que
participava das decisões políticas e administrativas e se
dedicava única e exclusivamente à política e à guerra.
Das proposições acima,
a) apenas I está correta.
b) apenas II está correta.
c) apenas I e II estão corretas.
d) apenas II e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.
10. (Uern 2015)
Observe a charge e leia o trecho.
A Ágora ou praça central era o espaço onde se reuniam os
cidadãos para discutir a vida política e decidir sobre as
ações a serem tomadas.
(Vainfas, 2010.)
Ao analisarmos a charge e o texto, e tendo em vista o
contexto da Grécia Antiga e o do Brasil atual em relação à
participação política, é possível inferir que
a) em ambos os casos, apesar da ideia de democracia
preconizar a participação de todos, existiam (e existem)
limites para o exercício pleno desse direito.
b) na Grécia, cidadão era apenas aquele que participava
das gerúsias, por ser considerado “homo politicus”. No
Brasil, só se considera cidadão o indivíduo com mais de
18 anos.
c) tanto na Grécia quanto no Brasil, a democracia era (e é)
caracterizada pela participação universal, ou seja, de toda
a população votante e em dia com suas obrigações
eleitorais.
d) como no Brasil o voto atual é direto e secreto, o
processo democrático torna-se mais transparente e
incorruptível, o que não era possível na Grécia, devido ao
controle de poder dos generais.
11. (Fgv 2015)
É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever,
em diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo
surgimento das cidades-Estados ou pólis. Elas formaram a
organização social e política dominante das comunidades
organizadas ao longo do Mediterrâneo nos séculos
seguintes.
Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, 2013, p. 77.
Adaptado
Nas pólis, é correto:
a) assinalar a crescente importância da mulher e da família
nos espaços públicos.
b) reconhecer a presença de espaços públicos, caso da
ágora.
c) destacar uma característica: a inexistência de espaços
rurais.
d) identificar a acumulação de capital pela ação do Estado.
e) apontar para a sua essência: a organização urbana
estruturada para a guerra.
12. (Fuvest 2015)
Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram
sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos
grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se
instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram
desunidos na sua organização política. No tempo de
Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias
gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual,
como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual
Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa
setentrional da África e no litoral mediterrânico da França.
No interior desta elipse de uns 2500km de comprimento,
encontravam-se centenas e centenas de comunidades que
amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram
sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma
outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um
território nacional único regido por uma lei soberana, que
se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia).
FINLEY M. I. O mundo de Ulisses.
Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado.
Com base no texto, pode-se apontar corretamente
a) a desorganização política da Grécia antiga, que
sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de
povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra,
como os egípcios e macedônios.
b) a necessidade de profunda centralização política, como
a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um
povo pudesse expandir seu território e difundir sua
produção cultural.
c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade,
de pensadores políticos, capazes de formular estratégias
adequadas de estruturação e unificação do poder político.
d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como
nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga,
que vivia sob outras formas de organização social e
política.
e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do
patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar
política e economicamente o Estado nacional.
13. (Ufpr 2015)
Considere o texto abaixo:
“O surgimento das moedas liga-se (...) a três
transformações culturais notáveis da Grécia nos idos do
século VII a.C. (...): o desenvolvimento da pólis (...) e da
vida política (...), a complexificação crescente das trocas
comerciais (...) [e] a alfabetização.”
FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica:
a História e a cultura a partir dos documentos.
Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50.
A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a
Grécia antiga, assinale a alternativa que relaciona
corretamente a pólis, a expansão grega e o
desenvolvimento das moedas.
a) A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada,
caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta.
A expansão grega ocorre devido à insuficiência de
escravos nas cidades-Estado. Nas guerras realizadas no
Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos
escravos e vendidos nas colônias gregas, o que
intensificou a circulação de moedas.
b) A pólis era um tipo específico de organização social
encontrada em Atenas e Esparta. No período em questão,
essas duas cidades-Estado rivalizaram-se na expansão
territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste
conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em
regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a
circulação de moedas.
c) A pólis foi a principal forma de organização social na
Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com
governos e leis próprias. No século VII a.C., com o
aumento demográfico e a concentração latifundiária,
houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do
mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o
comércio marítimo e terrestre.
d) A pólis surgiu como solução para os conflitos entre
Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia,
constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo
isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a
expansão comercial marítima de Atenas pelo
Mediterrâneo, levando à formação de colônias e ao
aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais.
e) A pólis era um tipo de cidade-Estado que se
desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega,
ocasionando a fundação de colônias na Magna Grécia. Por
conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-Estado
uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no
Mediterrâneo, gerando aumento na atividade comercial
grega e o uso de moedas.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas,
na Grécia continental, nas costas da Turquia e na Itália
construíram grandes templos destinados a deuses
específicos: os deuses de cada cidade.
As construções de templos foram verdadeiramente
monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos
deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática
ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da
comunidade como um todo. A religião surgiu, assim,
como um fator aglutinador das forças cooperativas da
pólis. [...]
A construção monumental foi influenciada por modelos
egípcios e orientais. Sem as proezas de cálculo
matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os
grandes monumentos gregos teriam sido impossíveis.
GUARINELLO, Norberto Luiz. História antiga, 2013.
14. (Unesp 2015)
A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e
a arquitetura egípcia e oriental pode ser justificada pela
a) circulação e comunicação entre povos da região
mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a
expansão das construções em pedra.
b) dominação política e militar que as cidades-estados
gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao Oriente
Próximo.
c) presença hegemônica de povos de origem árabe na
região mediterrânica, que contribuiu para a expansão do
Islamismo.
d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que
assegurou a incorporação de elementos culturais dos
povos dominados.
e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a
integração e as recíprocas influências culturais entre a
Europa e o norte da África.
15. (Unesp 2015)
Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na
Grécia antiga, foi o de
a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a
igualdade social.
b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e
unificar as crenças.
c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os
valores cristãos.
d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as
cidades-estados.
e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas
de culto populares.
16. (Uepa 2014)
“No tempo de Péricles (461-429 a.C), o comparecimento
à assembleia soberana era aberto a todo o cidadão. A
assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas
de atenienses do sexo masculino, com idade superior a 18
anos. Todos os que compareciam tinham direito de fazer
uso da palavra. As decisões da assembleia representavam
a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas
finanças, nas legislações, nas obras públicas, no
julgamento dos casos mais importantes, na eleição de
administradores, enfim na totalidade das atividades
governamentais”.
BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho.
História: Das cavernas ao terceiro milênio, 2ª Edição.
São Paulo: Editora Moderna, 2010. p. 102.
Com base nesta informação, conclui-se que, em Atenas,
no período de Péricles:
a) a democracia se consolidou e atingiu sua plenitude por
meio de princípios como o da isonomia, isocracia e
isegoria, que se definiu como a igualdade de direito ao
acesso à palavra na assembleia soberana.
b) a cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de
gênero, garantindo aos cidadãos o pleno direito à palavra
independente de sexo, impondo como limite a idade de
dezoito anos.
c) a relação de poder entre funcionários do Estado e a elite
política ateniense assegurava a manutenção de um regime
de governo aristocrático no qual somente os homens
exerciam o direito de cidadania.
d) os cidadãos atenienses eram guiados por uma
burocracia estatal que impediu o rodízio dos cargos
administrativos, de modo que a liderança direta e pessoal
era exercida por uma minoria de homens jovens.
e) a concentração da autoridade na assembleia possibilitou
a criação de um regime de governo baseado no poder
pessoal, institucionalizando a oratória como competência
mais importante para o exercício da política nos tempos de
Péricles.
17. (Fgv 2007)
"Para ganhar o favor popular, o candidato deve conhecer
os eleitores por seu nome, elogiá-los e bajulá-los, ser
generoso, fazer propaganda e levantar-lhes a esperança de
um emprego no governo. (...) Talvez sua renda privada não
possa atingir todo o eleitorado, mas seus amigos podem
ajudá-lo a agradar a plebe. (...) Faça com que os eleitores
falem e pensem que você os conhece bem, que se dirige a
eles pelo seu nome, que sem parar e conscienciosamente
procura seu voto, que você é generoso e aberto, que,
mesmo antes do amanhecer, sua casa está cheia de amigos,
que todas as classes são suas aliadas, que você fez
promessas para todo mundo e que as cumpriu, realmente,
para a maior parte das pessoas."
Marco Túlio Cícero, "Notas sobre as eleições"
As práticas políticas na antiga Roma nos fazem refletir
sobre as atuais. Essas palavras de Cícero (106-43 a.C.)
revelam
a) a concessão de favores, por parte dos eleitores, para
cativar os candidatos.
b) a necessidade de coagir o eleitorado para conseguir seu
apoio.
c) o desinteresse da população diante do poder econômico
dos candidatos.
d) a existência de relações clientelistas entre eleitores e
candidatos.
e) a pequena importância das relações pessoais para o
sucesso nas eleições.
18. (Unesp 2013)
Leia.
Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele
poderia esperar a constante aprovação de suas políticas,
expressa no voto popular na Assembleia, mas suas
propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente,
visões alternativas eram apresentadas às dele, e a
Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas
políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era
dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer
outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança
não era acompanhado por uma renúncia ao poder
decisório. E ele sabia disso.
Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.
Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense,
no século V a.C., o texto afirma que
a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora
ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia.
b) a eleição de líderes e representantes políticos dos
cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da
democracia.
c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o
que revelava a participação direta dos cidadãos na
condução política da cidade.
d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes
políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e
às suas decisões.
e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na
Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses
políticos.
19. (Uftm 2012)
Leia os excertos da obra 100 textos de História Antiga,
organizada por Jaime Pinsky, de 1980.
Eu sou o rei que transcende entre os reis,
Minhas palavras são escolhidas,
Minha inteligência não tem rival.
Hamurábi, 1792-1750 a.C. Autopanegírico.
O fundamento do regime democrático é a liberdade [...].
Uma característica da liberdade é ser governado e
governar por turno [...]. Outra é viver como se quer; pois
dizem que isto é resultado da liberdade, já que o próprio
do escravo é viver como não quer.
Aristóteles, 384-322 a.C. Política.
A partir dos textos, pode-se afirmar que
a) os fundamentos do poder político eram os mesmos para
Hamurábi e Aristóteles.
b) a democracia, segundo Aristóteles, impôs o abandono
do regime escravista.
c) Hamurábi considerava que o governante deveria ser
escolhido entre os mais sábios.
d) expressam diferentes concepções sobre as relações
entre governantes e governados.
e) a dinastia esclarecida, com doses de despotismo e
liberdade, era defendida por ambos.
20. (Fuvest 2011)
As cidades [do Mediterrâneo antigo] se formaram,
opondo-se ao internacionalismo praticado pelas antigas
aristocracias. Elas se fecharam e criaram uma identidade
própria, que lhes dava força e significado.
Norberto Luiz Guarinello, A cidade na Antiguidade Clássica.
São Paulo: Atual, p.20, 2006. Adaptado.
As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem
ser caracterizadas pela
a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos
políticos entre seus habitantes.
b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante
sua formação escolar.
c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e
definição de leis e moeda próprias.
d) concentração populacional em núcleos urbanos e
isolamento em relação aos grupos que habitavam o meio
rural.
e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e
adoção de modelos democráticos de organização política.
21. (Upf 2014)
Chico Buarque cantou em “Mulheres de Atenas”:
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça da Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas.
Tomando como ponto de partida a letra da música,
podemos assinalar, sobre o papel desempenhado pela
mulher na antiguidade, que:
a) A mulher no Egito Antigo teve apenas um papel
reprodutivo, pois não possuía direitos sociais e jurídicos
que lhe garantissem qualquer forma de liberdade.
b) As mulheres hebraicas possuíam direitos políticos e
sociais equivalentes aos dos homens, derivados dos
preceitos religiosos do Pentateuco, os quais defendiam que
os homens e as mulheres são iguais, pois ambos são filhos
de Deus.
c) A mulher ateniense casada vivia grande parte do seu
tempo confinada no lar, estando submissa a um regime de
quase reclusão, privada de uma participação efetiva nas
decisões políticas.
d) A sociedade guerreira espartana privava as mulheres de
qualquer forma de liberdade, restringindo as funções
destas à educação de seus filhos e filhas.
e) Nas várias sociedades mesopotâmicas, a mulher
desempenhava um papel preponderante, pois, como era a
responsável pela procriação, cabia a ela o exercício de
mando.
22. (Uern 2013)
Apesar da cadência do samba, da presença da cultura
africana e da sensualidade dos homens e mulheres, o
carnaval não é originário no Brasil e nem do nosso
tempo... Antes de “esquentar nossos pandeiros” muitas
festas deixavam “corpos em brasa” na Antiguidade e na
Idade Média.
Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único.
Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo:
Escala Educacional, 2009. p. 135.
Nem mesmo o processo de cristianização aboliu estas
celebrações, que estavam ligadas, basicamente,
a) às expressões culturais originárias da fusão da cultura
romana com a cultura macedônica, após as invasões
bárbaras.
b) aos rituais tribais e religiosos, transmitidos pelas leis
consuetudinárias, dos ancestrais latinos para os
representantes pagãos banidos dos feudos.
c) aos dogmas da fé católica ortodoxa, que exigiam de seus
seguidores o carnaval como um rito complementar à
sacralização do período de Natal.
d) às atividades ligadas à agricultura, já que antes de
suportar os trabalhos agrícolas e depois das colheitas, os
homens e as mulheres participavam de folias.
23. (Uern 2013)
O voto feminino na democracia contemporânea.
Em 1848, a Convenção dos Direitos Femininos, realizada
em Nova York, publicou a “declaração dos sentimentos”,
na qual defendia o direito de voto feminino. Nas ruas, as
mulheres gritavam “homens, seus direitos e nada mais,
mulheres, seus direitos e nada a menos!”, enquanto eram
agredidas com frutas estragadas. A imprensa, ou as
insultou, ou as ignorou. Como frequentemente ocorre, a
mudança de mentalidade é lenta e apenas em 1920 as
mulheres norte-americanas conquistaram o direito de voto.
(...) no Brasil, a luta pelo voto feminino também foi
árdua...
Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único.
Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo:
Escala Educacional, 2009. p. 38-39.
As mulheres atenienses não podiam votar, participar de
assembleias, exercer cargos administrativos, comparecer
aos tribunais sem um representante masculino, nem
possuir ou herdar bens. Já em Roma,
a) a mulher tinha um papel prioritário, tanto na vida
doméstica, quanto na política, pois o sistema
organizacional vigente era o matriarcado.
b) as mulheres acompanhavam os maridos em suas
funções democráticas, sendo que seu voto tinha peso de
decisão, a partir elaboração das “Leis Licínias”.
c) a partir da sua expansão, houve uma mudança étnica e
cultural, causando um retrocesso na participação política
da mulher, que na República era considerada cidadã.
d) às mulheres romanas era privado o direito de participar
politicamente, mesmo que fossem de famílias ricas e
poderosas. Assim também acontecia com as mulheres
gregas.
24. (Mackenzie 2013)
“(...) Consta que a concubina de Péricles, Aspásia, ajudou-
o a escrever seus discursos. E a todos surpreendia ver o
grande estadista a cada manhã, ao sair de casa, despedir-
se de Aspásia com beijos.”
A elevação do espírito: 600 a.C.- 400 a.C. Rio de Janeiro,
1998.
O texto acima, referindo-se ao grande líder da cidade-
estado de Atenas, Péricles, retrata as contradições sociais
existentes, não apenas em Atenas, mas em toda a Grécia.
Sobre a sociedade grega da época, podemos afirmar que
a) As condições sociais eram idênticas tanto nas cidades-
estados que evoluíram para regimes democráticos, como
Atenas, por exemplo, quanto nas pólis oligárquicas, como
Esparta.
b) Em toda a Grécia, a sociedade era predominantemente
masculina, mas em disputas sucessórias familiares, em
alguns casos, o poder era exercido pelas mulheres.
c) A democracia, instituída pelas reformas de Clístenes,
era um sistema político que atendia aos interesses de
apenas uma minoria da população, estando excluídos os
estrangeiros, os escravos e as mulheres.
d) Em Atenas, as mulheres provenientes de ricas famílias
possuíam maior autonomia, pois eram consultadas e
participavam efetivamente das decisões políticas e
assuntos relacionados ao destino da pólis.
e) A estabilidade social, advinda das reformas
introduzidas por Clístenes, não foi acompanhada por
estabilidade econômica, já que foi a partir da conquista da
democracia que os gregos iniciaram seus conflitos com os
persas.
25. (Fgv 2013)
Na Assembleia, (...) que se reunia mais ou menos 40 vezes
por ano, os atenienses discutiam e votavam os principais
problemas do Estado – declaravam guerra, firmavam
tratados e decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do
mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, todos
tinham oportunidade de expressar a sua opinião, votar e
exercer um cargo no governo.
Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda,
A escrita da história
As mulheres atenienses
a) tomavam parte dessa instância política, mas suas ações
se limitavam aos temas relacionados com a família e a
formação moral e militar dos filhos.
b) não detinham prerrogativas nas atividades públicas,
mas possuíam direito de voto nessa Assembleia quando a
decisão envolvia guerras externas.
c) participavam de todas as atividades públicas de Atenas,
mas só tinham voz nessa Assembleia se estivessem
acompanhadas pelo marido ou filho.
d) não podiam participar dessa Assembleia, da mesma
forma como não tinham direito de exercer cargos
administrativos, além da restrição a herança e posse de
bens.
e) ganharam o direito de voz e voto nessa Assembleia a
partir das reformas de Sólon, e com Clístenes seus direitos
foram ampliados.
26. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Leia os textos a seguir:
“Um dos princípios centrais da democracia (...) era a
capacidade e o direito do povo comum de fazer
julgamentos políticos e discursar acerca deles nas
assembleias públicas. Os atenienses tinham inclusive um
termo próprio para definir isso, isegoria, que significa não
apenas liberdade de expressão no sentido em que
entendemos isso nas democracias modernas, mas
igualdade de discursar publicamente. Esta talvez seja, na
verdade, a ideia mais característica a ter sido produzida
pela democracia, e não tem paralelo no nosso vocabulário
político.”
WOOD, Ellen. Citizens to lords. A social history of western
political though from Antiquity to the Late Middle Ages.
Londres: Verso, 2008, p.39
“Aqueles que podiam votar na Atenas do século V tinham
de estar fisicamente presentes à assembleia quando esta se
reunia para expressar seu julgamento (...) Até a Guerra do
Peloponeso, como nos informa Tucídides, a maioria dos
cidadãos vivia nas áreas rurais e diversos fatores reduziam
a probabilidade de sua participação no governo ateniense.
Geograficamente, a distância até as mais longínquas
fronteiras da Ática era de cerca de 45 quilômetros; ‘a
viagem a pé ou de burro devia durar um dia inteiro’. Outra
dificuldade para os lavradores atenienses residia nas
exigências do ano agrícola, sobretudo nas épocas de lavra
e de colheita. Aqueles que faziam trabalho braçal na terra
certamente não podiam comparecer às 40 sessões anuais
da assembleia.”
STARR, Chester. O nascimento da democracia ateniense.
São Paulo: Odisseus, 2005, p.57-58.
Confrontando as considerações dos dois textos sobre a
realidade política ateniense em seu período clássico
(séculos V e IV a.C.), é possível identificar:
a) uma maior liberdade de expressão na democracia
ateniense quando comparada com as democracias
modernas.
b) a impossibilidade de participação política em
democracias diretas daqueles que moram distantes do
centro político.
c) a inferioridade das instituições das democracias diretas
em relação as das democracias modernas, que impede a
plena cidadania ativa.
d) a superioridade do modelo antigo de democracia
quando comparados seus instrumentos para efetivação da
cidadania com os das democracias modernas.
e) os limites pragmáticos para a plena efetivação de um
dos princípios mais importantes para a plenitude da
cidadania em um contexto de democracia direta.
27. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
“Não se deve ainda permitir que os chefes exerçam sua
autoridade de modo a controlá-los mais com pancadas do
que com palavras se desse modo for possível obter o
mesmo resultado. Também não se deve ter muitos
escravos da mesma nação, pois isso é o principal motivo
para que haja desavenças frequentes na sede.”
Varrão, Sobre as coisas do campo, Livro I, capítulo XVII
Retirado de: TREVIZAM, Matheus. “Tradução do De Re
Rustica I de Varrão” in: Linguagem e Interpretação na
Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL-UNICAMP (Tese
de Doutorado), 2006. p.401-450.
Os dois conselhos do escritor romano Varrão listados
acima identificam:
a) regras morais de tratamento dos escravos difundidas
entre os proprietários de escravos romanos.
b) formas costumeiras de relações entre escravos e
senhores baseadas no humanismo latino.
c) ordens que pretendiam proteger os escravos de maus
tratos de seus chefes diretos.
d) táticas que pretendiam impedir a fuga de escravos das
propriedades rurais.
e) estratégias que visavam evitar resistências e revoltas
dos escravos.
28. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Observe às mensagens presentes nas imagens e suas
respectivas traduções para o português:
Tradução do latim: Todos os vendedores de frutas, junto
com Hélvio Vestalis, pedem o seu voto para administrador
da justiça para Marco Holconio Prisco.
Imagem 1: Pintura em uma parede na cidade romana de
Pompéia (datada como sendo do período entre 62 e 79
d.C., pouco antes do soterramento da cidade pela erupção
do Vesúvio)
WALLACE, Rex E. An introduction to wall inscriptions from
Pompeii and Herculaneum. Wauconda, Ill.: Bolchazy-Carducci
Publishers, 2005, p.105, Facsimile #3. (136 pp.)
Tradução do inglês: Estudantes por Barack Obama (.com)
Imagem 2: Estudantes da George Mason University, na
Virgínia, Estados Unidos, demonstram seu apoio ao então
pré-candidato à presidência Barack Obama (2007).
http://www.biography.com/people/barack-obama-
12782369/photos (foto 12) (Acessado em 24/01/2012)
As mensagens presentes nas duas imagens acima foram
produzidas em contextos históricos completamente
distintos: uma eleição local em uma cidade do Império
Romano no século I e uma eleição para presidente dos
Estados Unidos no século XXI. Não obstante, ambas as
mensagens exemplificam:
a) a relevância do apoio de grupos sociais
economicamente relevantes dentro da sociedade a
candidatos à cargos públicos em contextos de democracias
fragilizadas por realidades plutocráticas.
b) a importância da demonstração pública de apoio de
setores da sociedade para o fortalecimento da imagem dos
candidatos a cargos públicos em contextos eleitorais.
c) a necessidade de homens públicos veicularem seus
nomes entre os cidadãos para conseguirem apoio às suas
propostas de políticas públicas em contextos de
democracia direta.
d) a relevância da publicidade do nome dos candidatos a
cargos públicos para convencer grupos específicos de
eleitores em contextos de democracia representativa.
e) a importância do apoio de categorias profissionais
específicas aos candidatos a cargos públicos em contextos
oligárquicos.
29. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Leia o texto a seguir:
“A ideia da existência de uma História Antiga foi
desenvolvida por pensadores do Renascimento.
Pressupunha, ao mesmo tempo, uma ruptura e uma
recuperação, religiosa e cultural, entre dois mundos. Uma
ruptura que dava certo sentido à História, como a
recuperação de algo perdido, como a restauração de um
laço que tinha sido rompido durante a assim chamada
História do Meio, a História Medieval. Deste modo,
associava seu mundo contemporâneo, a Europa dos
séculos XV-XVI, com um certo passado. Para eles, era a
História antiga de seu mundo. Mas é ainda a História
antiga de nosso mundo? Muitos manuais contemporâneos
e currículos escolares e universitários ainda denominam de
História do Mundo Antigo. Mas é evidente que não se trata
de História antiga do mundo.”
GUARINELLO, Norberto.
“Uma morfologia da História: As formas da História Antiga”.
Politeia: História e Sociedade. Vol.3, n.1., 2003, p.51.
Discutindo a ideia de uma “História Antiga”, o texto
aponta para:
a) a inadequação das divisões cronológicas tradicionais da
versão eurocêntrica da História para a História Mundial
em geral.
b) a associação indevida criada pelos Renascentistas entre
a Europa dos séculos XV-XVI e o passado greco-romano.
c) o equívoco renascentista em definir uma História
Antiga em contraponto a uma História Medieval.
d) a importância da presença da “História do Mundo
Antigo” nos manuais e currículos escolares.
e) a necessidade de transformar a “História do Mundo
Antigo” na “História antiga do mundo”.
30. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Compare as ideias dos dois textos a seguir:
“A sociedade que se formou da reunião de várias aldeias
constitui a Cidade, que tem a faculdade de se basear em si
mesma, sendo organizada não apenas para conservar a
existência, mas também para buscar o bem-estar. Esta
sociedade, portanto, também está nos desígnios da
natureza, como todas as outras que são seus elementos.
(...) É, portanto, evidente que toda Cidade está na natureza
e que o homem é naturalmente feito para a sociedade
política. (...) o homem é um animal cívico, mas social do
que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. (...)
nenhum pode bastar-se a si mesmo. Aquele que não
precisa dos outros homens, ou não pode resolver-se a ficar
com eles, ou é um deus, ou um bruto. Assim a inclinação
natural leva os homens a este gênero de sociedade.”
Aristóteles. A Política. Livro I, Capítulo 1.
São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.4-5
“(...) só existe uma sociedade política onde cada um dos
membros renunciou ao seu poder natural e o depositou nas
mãos da comunidade em todos os casos que os excluem de
apelar por proteção à lei por ela estabelecida; e assim,
excluído todo julgamento particular de cada membro
particular, a comunidade se torna um árbitro; (...) Aqueles
que estão reunidos de modo a formar um único corpo, com
um sistema jurídico e judiciário com autoridade para
decidir controvérsias entre eles e punir os ofensores, estão
em sociedade civil uns com os outros; mas aqueles que não
têm em comum nenhum direito de recurso, ou seja, sobre
a terra, estão ainda no estado de natureza, onde cada um
serve a si mesmo de juiz e de executor, o que é, como
mostrei antes, o perfeito estado de natureza. “
John Locke, Segundo tratado sobre o governo civil.
Cap.VII, seção 87. Petrópolis: Vozes, 1994.
Os trechos acima demonstram duas diferentes formas de
entender a formação da comunidade política humana,
elaboradas pelo grego Aristóteles, no século IV a.C., e
pelo inglês Locke, no século XVIII d.C.. Pode-se
considerar que as diferentes abordagens estão relacionadas
aos diferentes contextos históricos em que viveram estes
pensadores, respectivamente:
a) uma oligarquia antiga, fundamentada na ideia de que
apenas os bons devem tomar parte do governo, e uma
monarquia absolutista, baseada na ideia de renúncia do
poder natural por parte dos cidadãos.
b) uma cidade-estado antiga, fundamentada na ideia de
comunidade natural de cidadãos, e uma monarquia
parlamentar, baseada na ideia de relação contratual entre
governantes e governados.
c) uma democracia antiga, fundamentada na ideia de
representatividade, e uma democracia moderna,
fundamentada na ideia da divisão entre os poderes.
d) um império antigo, fundamentado na ideia de convívio
entre povos de diversas origens, e uma república moderna,
baseada na ideia de soberania popular.
e) uma república antiga, fundamentada na participação
popular, e um estado totalitário moderno, baseado no
controle do estado sobre a sociedade civil.
31. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Leia abaixo um texto que trata sobre a construção de
residências na época do Império Romano:
“(...) magníficos vestíbulos e aposentos e átrios* não são
necessários para pessoas de fortuna comum, pois visitam,
mas não são visitados. Aqueles que dependem do produto
agrícola devem ter estábulos e lojas na frente e, dentro do
edifício principal, armazéns, celeiros e apotecas**,
destinados todos, antes ao produto agrícola que à elegância
do decoro. Também as casas de banqueiros e
publicanos*** deveriam ser mais espaçosas e vistosas,
protegidas contra ladrões. Advogados e retóricos deveriam
morar com elegância e ter espaço para suas audiências.
Para aqueles que ocupam cargos e magistraturas, cujo
dever consiste em servir ao Estado, devem ser feitos
vestíbulos reais, átrios* e peristilos**** amplíssimos, com
jardins e corredores amplos e devidamente decorados com
grandeza. Além disso, haverá bibliotecas, basílicas não
muito diferentes das públicas em sua magnificência, já
que, em tais ambientes, frequentemente são tomadas
decisões públicas e julgamentos e arbítrios privados.”
Vitrúvio, Sobre a Arquitetura. Capítulo 6, seção 5.
Retirado de: FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica.
A história a partir dos documentos.
2ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, p.115.
Glossário:
* Átrios: pátio central
** Apotecas: lugar para despensa
*** Publicanos: aqueles que ganhavam contratos
públicos, em especial de cobrança de impostos.
**** Peristilos: corredor de colunas, normalmente
coberto, que circunda um espaço normalmente descoberto
dentro da residência.
Nas considerações de Vitrúvio sobre a construção e
organização de uma residência é possível perceber:
a) a irrelevância dos fatores econômicos e sociais na
construção e organização das casas de pessoas de fortuna
comum, posto que nestes espaços não se realizam
atividades sociais relevantes.
b) a existência de um modelo arquitetônico romano
clássico, baseado nos peristilos e átrios, que se impõe
sobre a organização espacial doméstica a despeito das
hierarquias sociais.
c) a inexistência de separação entre espaços públicos e
privados nas residências daqueles que desempenham
cargos públicos no mundo romano antigo.
d) a importância de espaços privados controlados por
aqueles que desempenham cargos públicos para o
funcionamento cotidiano do Estado Romano.
e) a necessidade social de volumosos gastos para
demonstração do status social, independentemente da
classe social.
31. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Relacione as informações presentes nos textos a seguir:
“Todos os campos são cultivados por escravos, homens
livres ou ambos: por homens livres, quando eles mesmos
cultivam (como a maioria dos pobres com seus filhos) ou
são assalariados, sendo contratados entre os livres para
cuidar dos trabalhos maiores, a exemplo da vindima e da
colheita do feno.”
Varrão, Sobre as coisas do campo. 1.17.2
“Seja bom para teus vizinhos; não permitas que os de casa
lhes façam mal. Se a vizinhança conviver contigo de bom
grado, venderás o que te pertence com maior facilidade,
darás de empreitada com maior facilidade e contratarás
trabalhadores com maior facilidade; se construíres,
contribuirão com trabalho, animais de carga e material
para a construção; se algo acontecer (oxalá nada aconteça),
irão proteger-te de boa vontade.”
Catão, Sobre a agricultura. 4.1.
Retirados de: TREVIZAM, Matheus.
Linguagem e Interpretação na Literatura Agrária Latina.
Campinas: IEL-UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006,
p.401-450 e p.341-399, respectivamente.
A partir dos textos acima, é possível identificar:
a) a incapacidade das propriedades escravistas em
produzir determinados produtos que exigiam grande
quantidade de força de trabalho, como a colheita do feno.
b) a necessidade da maioria dos pobres de se tornarem
assalariados por não possuírem terras para cultivarem por
si próprios com suas famílias.
c) a servidão a que eram submetidos os camponeses que
viviam próximos a propriedades escravistas romanas.
d) a importância do trabalho sazonal do campesinato
vizinho nas propriedades escravistas romanas.
e) a independência do campesinato romano em relação às
propriedades escravistas da elite.
32. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Leia os textos a seguir:
Solicitar o escravo com palavras, corrompê-lo com
esperanças e promessas, trazê-lo para casa e armá-lo
contra o seu senhor não é fazer guerra a um só parente,
mas a todas as famílias. Porque esta corrupção do escravo
se não só não for castigada, mas antes aprovada por tão
grande autoridade, nenhuma parede, nenhum direito,
nenhuma lei nos guardará a vida, pois tanto o que temos
em casa, e é nosso, se puder livremente escapar e pelejar
contra nós, se trocará o domínio em escravidão, e a
escravidão em domínio.
Cícero, Discurso pelo Rei Dejótaro, 11. (século I a.C.)
Em: Orações. Tradução de Antônio Joaquim. Clássicos
Jackson. vol. 2. Rio de Janeiro: W.M. Jackson, 1970, p.53
Pouco depois o prefeito da cidade, Pedânio Segundo, foi
morto por um escravo (...). Como, porém, segundo o
antigo costume, toda a família servil residente sob o
mesmo teto tivesse de ser levada ao suplício, a plebe se
amotinou, comiserada de tantos inocentes; e no próprio
Senado muitos reprovavam essa excessiva severidade (...).
C. Cássio, ao opinar, dissertou no teor seguinte: “(...) Se
decretardes a impunidade, quem se julgará defendido por
sua própria dignidade quando esta não valeu ao prefeito de
Roma? (...) Hoje que temos em nossas famílias servis
pessoas de nações diversas, de vários ritos, de religiões
diferentes ou nenhuma, só o medo pode ser coerção para
esse entulho.”
Tácito, Anais, 14.42-44 (século I d.C.)
Retirado de: ARAÚJO, Sônia Regina Rebel de; CARDOSO,
Ciro Flamarion. “A sociedade romana no Alto Império.” In:
SILVA, Gilvan Ventura da; MENDES, Norma. Repensando o
Império Romano: perspectiva socioeconômica, política e
cultural. Rio de Janeiro: Mauad, 2006, p.95 e JOLY, Fábio.
“Liberdade e Escravidão na Roma Antiga”. In: FUNARI, Pedro
Paulo; SILVA, Glaydson José da; MARTINS, Ailton Luis
(org.). História antiga: contribuições brasileiras. São Paulo:
Annablume, 2008, p.139-140.
Tanto o discurso de Cícero quanto o apresentado por
Tácito ressaltam a necessidade de:
a) conservação e respeito às propriedades alheias, mesmo
quando se tratam de pessoas escravizadas.
b) diferenciação entre os escravos recém chegados e
aqueles que já estavam há gerações nas famílias.
c) unidade e severidade da classe escravocrata romana no
tratamento dos escravos.
d) perseguição e punição a todos os possíveis culpados em
casos de homicídio.
e) repressão e perseguição às religiões e ritos dos escravos
estrangeiros.
33. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM)
Compare os dois textos a seguir:
Tornam-se [os escravos] mais dedicados ao serviço,
quando tratados com maior liberalidade, ou com mais
alimentos e vestimentas, ou com dispensa de tarefas, ou
ainda permitindo que apascentem na propriedade algo de
seu próprio pecúlio, e outras coisas do gênero, para que
aqueles que receberem uma ordem ou advertência mais
dura consolem-se e restitua-se sua boa vontade e
disposição para com o senhor.
Varrão, Sobre as coisas do campo, cap. XVII (século I a.C.)
Retirado de: TREVIZAM, Matheus. Linguagem e
Interpretação na Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL-
UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006, p.401-450.
Negar-lhes totalmente os seus folguedos, que são o único
alívio do seu cativeiro, é querê-los desconsolados e
melancólicos, de pouca vida e saúde. Portanto, não lhes
estranhem os senhores o criarem seus reis, cantar e bailar
por algumas horas honestamente em alguns dias do ano, e
o alegrarem-se inocentemente à tarde depois de terem feito
pela manhã suas festas de Nossa Senhora do Rosário, de
São Benedito e do orago da capela do engenho, sem gasto
dos escravos, acudindo o senhor com sua liberalidade aos
juízes e dando-lhes algum prêmio do seu continuado
trabalho.
Antonil, Cultura e opulência do Brasil
por suas drogas e minas, cap. IX (século XVII d.C.) 3.ed.
Belo Horizonte e São Paulo: Itatiaia/ Edusp, 1982
(disponível no www.dominiopublico.gov.br)
Apesar de separadas por mais de um milênio e meio, os textos
de Varrão e de Antonil, ao aconselharem donos de escravos
sobre o tratamento a ser dado a estes, demonstram a mesma
preocupação em relação:
a) ao rígido controle das atividades econômicas e
religiosas dos escravos, visando reprimir qualquer espaço
de autonomia dos escravos.
b) ao estímulo dos escravos a cultivarem o sentimento de
liberdade através de produções próprias ou de suas
práticas religiosas específicas.
c) à ilegitimidade da escravidão, exceto nas situações nas
quais os senhores tratassem seus escravos com
liberalidade.
d) à moralidade e humanismo no tratamento dos escravos,
que não podiam ser tratados como mera mão-de-obra.
e) às estratégias para o controle dos escravos que não
passem apenas pela coerção violenta.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
As “mulheres que vivem para os seus maridos” são mulheres que têm seu status social definido a partir da subserviência
aos homens. De fato, na sociedade ateniense clássica, as mulheres não possuíam os direitos de cidadania, tendo sua
importância vinculada aos afazeres domésticos e reprodutivos da sociedade. O conceito de cidadania ateniense era
excludente, privilegiando apenas os homens maiores de 21 anos e atenienses natos. Sendo assim, as mulheres atenienses
não eram consideradas cidadãs, não exerciam a democracia ateniense e, portanto, estavam abaixo dos homens na
hierarquia social.
Resposta da questão 2:
[C]
Somente a proposição [C] está correta. A questão remete ao pensamento político de Platão. Este filósofo ateniense foi
um grande crítico da democracia. Acreditava que a maioria não tinha condições de participar do debate político na ágora,
pois estava vinculada ao mundo sensível, o mundo do corpo, da opinião, da doxa e não sabia o que era justiça. Platão
defendeu a Sofocracia, isto é, o governo dos sábios, dos reis filósofos. Na concepção platônica, a busca pelo
conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema filosófico. Neste sistema, Platão estabelece que existem dois
mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as sensações ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível
(representa as ideias, a razão). Neste sentido, para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao
erro pois não podemos confiar nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível. Contudo,
isto não é para qualquer um, somente para os filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é
o melhor caminho para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para fazer com que todas
as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno potencial. Assim, os filósofos são os únicos capazes de conhecer a
verdade e devem decidir o destino da cidade, neste contexto a democracia é um empecilho, pois não produz um consenso
absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que
corresponde às críticas estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa [C].
Resposta da questão 3:
[C]
A ágora era a praça pública onde os cidadãos atenienses discutiam os rumos da cidade.
Resposta da questão 4:
[C]
Os trechos “olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios
interesses, mas como um inútil” (primeiro texto) e “um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos
que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas” (segundo texto) são demonstrativos das opiniões dos
autores, que julgam a cidadania pela participação política das pessoas.
Resposta da questão 5:
[A]
Apesar do conceito de cidadania ateniense ser excludente, a democracia em Atenas era exercida de maneira direta, com
todos os cidadãos participando das decisões políticas, como retratado no texto.
Resposta da questão 6:
[B]
Apesar de a alternativa correta enfatizar privilégios na participação da vida pública dos “grupos sociais superiores”
devido a hierarquização da sociedade ateniense, quando da vigência da democracia na Atenas antiga, em termos práticos
todo homem livre, nascidos na cidade e filho de pai ateniense tinha não só o direito como a obrigação de participar da
política ateniense. Assim sendo, a alternativa E também poderia ser validada como correta.
Resposta da questão 7:
[B]
A afirmativa [1] é incorreta porque apenas Esparta cultivava o ideal militar como estilo de vida. Atenas adotava o ideal
filosófico-cultural;
A afirmativa [3] é incorreta porque a Liga do Peloponeso foi formada durante a Guerra do Peloponeso, quando Esparta
liderou um levante de cidades-Estado contra Atenas.
Resposta da questão 8:
[B]
O texto destaca elementos importantes do teatro como o envolvimento do público, destacado como “cidadãos”, ou seja,
aqueles que tem responsabilidade política na cidade. A ideia de atuação pedagógica implica na possibilidade de reflexão
aberta pelo teatro, que se destacava por apresentar temáticas relacionadas a vida cotidiana dos indivíduos ou da
sociedade e seu apogeu no século V a.C. se relaciona com o desenvolvimento da democracia na cidade de Atenas.
Resposta da questão 9:
[D]
A afirmativa [I] está incorreta porque a escravidão na Grécia Antiga não se baseava no critério racial, mas sim no critério
militar, uma vez que a escravidão praticada era a escravidão de guerra.
Resposta da questão 10:
[A]
Apesar da inovação política que a democracia ateniense representou, ela trazia consigo um conceito de cidadania
excludente: mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e, por isso, não participavam da vida
política da cidade-Estado. No Brasil atual, apesar de a Constituição brasileira prever o direito de voto a todos aqueles
com mais de 16 anos, o fato de a democracia ser indireta impede os cidadãos de definirem os rumos do país.
Resposta da questão 11:
[B]
Somente a proposição [B] está correta. O texto do historiador Norberto Luiz Guarinelo remete a Grécia no período
Arcaico. Neste contexto surgiram as pólis, as cidades estados que possuíam autonomia política. Isto significa que na
Grécia antiga não havia unidade política devido a presença das pólis, existia uma unidade cultural entre os gregos. Estas
cidades estados possuíam a ágora que consistia na praça pública, o espaço público para o debate político entre os
cidadãos. A ágora, era o espaço da cidadania e da palavra. As demais alternativas estão incorretas.
Resposta da questão 12:
[D]
A Grécia Antiga nunca chegou a ser uma Nação ou um Império (termo muito usado na Antiguidade). A Grécia era o
que chamamos de organização em cidades-Estados. Sendo assim, cada povo grego, em cada cidade-Estado, vivia a
sua maneira, de modo descentralizado ou disperso, como classifica o autor do texto que acompanha a questão.
Resposta da questão 13:
[C]
Somente a proposição [C] está correta. Com as diásporas gregas surgiram colônias gregas, ou seja, cidades gregas fora
da Grécia. Assim, com estas viagens apareceram cidades, intercâmbio cultural, uso de moedas, calendário e a escrita.
Neste cenário, nos séculos VII e VI a.C. surgiu a Filosofia Grega com os filósofos chamados de Pré-socráticos. Dentro
da Grécia surgiram as pólis, cidades estados dotadas de autonomia política com destaque para Atenas e Esparta. Em 509
a.C. surgiu a democracia em Atenas com Clístenes. As demais alternativas estão incorretas.
Resposta da questão 14:
[A]
Somente a alternativa [A] está correta. No contexto da Antiguidade Oriental surgiram grandes civilizações no “Oriente
Próximo” que deram contribuições relevantes para as ciências em geral. O Egito antigo desenvolveu a matemática,
medicina, astronomia e usou muitas pedras em suas construções funerárias como as pirâmides. A Mesopotâmia também
desenvolveu as ciências para construir suas torres denominadas zigurates. Estas civilizações antigas estabeleceram
inúmeros contatos através do mar Mediterrâneo. Os gregos em suas viagens conheceram muitos povos e usufruíram
muitos dos legados destas civilizações. As demais alternativas estão incorretas.
Resposta da questão 15:
[B]
Somente a alternativa [B] está correta. A questão remete a Grécia Antiga no contexto da Antiguidade Clássica. O texto
do historiador Norberto Luiz Guarinello aponta para a construção de templos destinados aos deuses vinculados as pólis.
Cada cidade-estado, pólis, possuía suas divindades na qual se construíam templos para homenageá-las. Os templos eram
verdadeiros monumentos destinados aos deuses que representavam não apenas a elite agrária ou um determinado grupo
social, mas todos os moradores da cidade-estado, toda a comunidade. Desta forma, a religião contribuiu como um
elemento de coesão social, unificando as crenças, estabelecendo identidade e vínculos comunitários entre os residentes
das pólis. As demais alternativas estão incorretas. A religião não significou igualdade social dentro das pólis e não
eliminou diferenças étnicas.
Resposta da questão 16:
[A]
A democracia em Atenas, que era exercida de maneira direta, era excludente, porque deixava de fora uma boa parcela
da população ateniense. Na época de Péricles, a democracia ganhou “isonomia, isocracia e isegoria”, porque todos os
atenienses passaram a poder exercer opinião nas reuniões públicas.
Resposta da questão 17:
[D]
Resposta da questão 18:
[C]
O texto mostra claramente que, apesar da popularidade do líder Péricles, ele dependia da aprovação da Assembleia. A
democracia que se desenvolveu em Atenas a partir do século V a.C. é considerada direta, pois todos os cidadãos podiam
participar da Assembleia e votar ou não nas leis propostas pelos governantes, ou seja, não existia o modelo representativo
que conhecemos hoje, quando vereadores ou deputados – representantes dos cidadãos – votam as leis.
Resposta da questão 19:
[D]
O texto do Rei Hamurábi, da Babilônia (antiga Mesopotâmia, hoje Iraque), revela um governo autoritário, no qual a
última palavra é a do governante, que deve ser obedecido sem questionamentos. O texto do filósofo grego Aristóteles
fala de democracia e liberdade, que levariam os cidadãos a viver “como se quer”, não se submetendo a um governo
despótico.
Resposta da questão 20:
[C]
Ao contrário de povos mesopotâmicos ou de persas, os gregos tenderam a se organizar de maneira particular, em
cidades-estado, caracterizadas pela soberania, ou seja, por uma estruturação política independente, apesar de manterem
relações econômicas e possuírem laços culturais comuns, como a “mitologia” ou a realização dos jogos olímpicos. A
origem das cidades é normalmente associada à desagregação dos antigos “Genos”, comunidades de origem familiar.
Resposta da questão 21:
[C]
A mulher ateniense, como ressalta a música, era submissa ao homem e não tinha nenhum tipo de participação política
ou social, uma vez que sequer era considerada cidadã ateniense, já que cidadão em Atenas eram apenas os homens,
maiores de 21 anos e atenienses natos.
Resposta da questão 22:
[D]
Somente a proposição [D] está correta. O carnaval é uma festa popular celebrada no Brasil tornando-se um forte
elemento da cultura nacional. No entanto, o carnaval não é uma invenção brasileira e nem se quer acontece só no Brasil.
A história do carnaval remonta à Antiguidade Oriental como a Mesopotâmia e a Antiguidade Ocidental como a Grécia
e Roma. A festa era um agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. As demais alternativas estão
incorretas considerando que a festa do carnaval não se deu por conta da fusão da cultura romana com a cultura da
macedônia, não era um ritual tribal e religioso e também não consistia em um rito complementar à sacralização do
período do natal.
Resposta da questão 23:
[D]
A proposição [D] está correta. No século V a.C. em Atenas a democracia conheceu seu auge. Mulheres, escravos e
metecos (estrangeiros) não eram considerados cidadãos. A mulher era considerada um ser inferior. Em Roma, a mulher
também não possuía direitos políticos independente da classe social que pertencia. As demais proposições estão
incorretas. Roma não era um matriarcado privilegiando as mulheres. As mulheres não acompanhavam seus maridos
para também participar das decisões políticas. Na Monarquia, República e Império Romano a mulher não era
considerada cidadã.
Resposta da questão 24:
[C]
A democracia ateniense era, ao mesmo tempo, direta e excludente, porque apenas aquelas considerados cidadãos
atenienses podiam exercê-la: homens, maiores de 21 anos e atenienses natos.
Resposta da questão 25:
[D]
O conceito de cidadania ateniense era excludente, não fazendo parte dele as mulheres, os estrangeiros e os escravos.
Resposta da questão 26:
[E]
Apesar de reivindicada como modelo e mito fundador das democracias modernas, a democracia ateniense tinha
características bastante diversas. A principal diferença reside no fato de a democracia ateniense ser direta, e não
representativa. O primeiro texto, de Ellen Wood, ressalta como a participação direta dos cidadãos comuns nas arenas
políticas fundamentava um caráter político da pratica da cidadania inexistente nas democracias atuais. Por outro lado, o
texto seguinte, de Chester Starr, ressalta os problemas práticos que existiam para a efetivação deste princípio, sobretudo
a dificuldade que muitos cidadãos deveriam ter para participar efetivamente das reuniões da Assembleia.
Resposta da questão 27:
[E]
O pequeno trecho do tratado sobre o campo de Varrão faz parte de uma lista de conselhos dados aos leitores
(presumivelmente membros da elite romana) acerca de como administrar o trabalho escravo. Os dois conselhos presentes
no trecho acima apresentam estratégias que visam diminuir o potencial de resistência e revolta dos escravos, evitando-
se a concentração de escravos de uma mesma origem étnica (que facilitaria a comunicação e a união entre os escravos)
assim como usando “economicamente” as punições corporais. É importante perceber que estes conselhos fazem parte
de uma estratégia escravista e não são meras abordagens humanistas ao tratamento dos escravos.
Resposta da questão 28:
[B]
Apesar de terem sido produzidas em contextos históricos completamente diferentes (uma eleição local em uma cidade
parte de um vasto império antigo, controlado por regime de caráter monárquico, e uma eleição prévia para candidato ao
cargo de presidente da maior potência contemporânea), ambas as mensagens tem um caráter de “propaganda eleitoral”.
A comparação entre elas mostra ainda uma outra semelhança: determinados grupos sociais tentam demonstrar para o
resto da sociedade que apoiam um candidato específico, a fim de fortalecer a imagem deste frente ao eleitorado em
geral.
Resposta da questão 29:
[A]
Resposta da questão 30:
[B]
Enquanto Aristóteles identifica a comunidade política como uma consequência direta do caráter gregário natural do ser
humano (um animal político), John Locke (assim como toda tradição jusnaturalista) identifica um estado da natureza
anárquico do qual os homens saem ao desenvolver formas de organização política – o que, para Locke, se dá de maneira
contratualista, com os homens abrindo mão de parte de suas liberdade naturais em favor da construção da comunidade
política. Isto é, enquanto para Aristóteles os seres humanos naturalmente se organizam politicamente, para Locke a
organização política é uma superação de um estado natural em que não há política. Essa diferença entre as ideias
expressas nos dois textos tem relação direta com o contexto social no qual essas ideias foram produzidas: Aristóteles
viviam na cidade-Estado ateniense do século IV a.C., no qual a participação política ativa do cidadão era uma realidade
concreta, enquanto Locke viveu na monarquia parlamentar inglesa do século XVIII, na qual o poder estava controlado
pela Monarquia e pelo Parlamento, no qual apenas representantes dos cidadãos tinham participação efetiva.
Resposta da questão 31:
[D]
O texto de Vitrúvio identifica importantes atividades sociais, econômicas e políticas que ocorriam nos espaços
domésticos romanos, distinguindo-os entre os diferentes grupos sociais e identificando como isto interferia na
construção e organização das casas. Vitrúvio identifica que aqueles que ocupavam cargos públicos precisavam dispor
de espaços similares àqueles dos espaços públicos, porque determinadas atividades políticas púbicas ocorriam em suas
casas – o que é uma informação bastante reveladora sobre o funcionamento cotidiano das atividades do Estado Romano.
Resposta da questão 31:
[D]
As propriedades escravistas romanas não utilizavam apenas trabalhadores escravos em suas produções. Especialmente
em momentos de grande necessidade de força de trabalho, como na colheita, trabalhadores assalariados eram utilizados
para aumentar a quantidade de trabalhadores na propriedade sem precisar comprar mais escravos, que ficariam sem uso
para o senhor em outras épocas do ano. Esses trabalhadores livres eram recrutados, majoritariamente, entre os
camponeses vizinhos.
Resposta da questão 31:
[E]
Os textos apresentam um aspecto bastante importante da ideologia escravista: o medo constante de uma rebelião escrava.
No texto de Cícero, o aliciamento de escravos de um senhor por seus rivais para testemunhar contra ele é visto como
fonte de problemas por estimular o rompimento da lealdade de um escravo ao seu senhor – que se fosse seguido por
todos os escravos, colocaria a própria existência da classe escravocrata em perigo. Por sua vez, Tácito nos informa sobre
o discurso de Cássio, no qual o senador romano aponta para o mesmo tipo de perigo no caso de um relaxamento das
punições a que os escravos estavam sujeitos. Comparando os dois textos, é possível perceber que a ideologia escravista
romana identificava como necessária sua união contra o perigo da rebelião escrava e a manutenção de um tratamento
severo dos seus escravos para evitar a rebelião destes.
Resposta da questão 32:
[E]
Classes escravistas em distintas realidades históricas perceberam que, apesar de fundamental para a reprodução do
sistema escravista, a simples coerção violenta extrema não é um instrumento eficaz de controle social – dado que
estimula a resistência e rebelião sistemática dos escravos. Estas classes escravistas logo desenvolveram estratégias para,
ao lado da coerção violenta, existirem outras estratégias de controle social, como a permissão para certas atividades
autônomas por parte dos escravos – sejam estas produtivas ou religiosas.

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Questões de vestibulares e ENEM sobre o Mediterrâneo antigo

  • 1. Questões de vestibulares e ENEM: Mediterrâneo Antigo História/ 2º Bimestre – Professor José Knust Estudante: _________________________________________ Turma:______ 1. (Enem PPL 2012) Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas. Chico Buarque e A. Boal. “Mulheres de Atenas”. In: Meus caros amigos,1976. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em 4 dez. 2011 (fragmento) Os versos da composição remetem à condição das mulheres na Grécia antiga, caracterizada, naquela época, em razão de a) sua função pedagógica, exercida junto às crianças atenienses. b) sua importância na consolidação da democracia, pelo casamento. c) seu rebaixamento de status social frente aos homens. d) seu afastamento das funções domésticas em períodos de guerra. e) sua igualdade política em relação aos homens. 2. (Uepa 2015) Leia o texto para responder à questão. Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente. Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17 Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: a) oligarquia b) república c) democracia d) monarquia e) plutocracia 3. (Enem 2015 - adaptada) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado). Na configuração política da democracia grega a ágora tinha por função a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias. 4. (Enem 2014) TEXTO l Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado). TEXTO II Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados. ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985. Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.C.) quanto para Aristóteles (no século IV a.C.), a cidadania era definida pelo(a) a) prestígio social. b) acúmulo de riqueza. c) participação política. d) local de nascimento. e) grupo de parentesco. 5. (Enem PPL 2012) No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos, definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas. MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São Paulo: Annablume, 2010.
  • 2. No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática democrática: a) Direta. b) Sindical. c) Socialista. d) Corporativista. e) Representativa. 6. (Enem 2009) Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994. O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade. c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica. d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais. e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade. 7. (Ufpr 2016) Considere o excerto de poema espartano do século VII a.C.: [...] Pois não há homem valente no combate, se não suportar a vista da carnificina sangrenta e não atacar, colocando-se de perto. [...] É um bem comum para a cidade e todo o povo, que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila, encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa, expondo a sua vida e ânimo sofredor, e, aproximando-se, inspire confiança com suas palavras ao que lhe fica ao lado. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. In: Hélade: Antologia da Cultura Grega, Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra / Instituto de Estudos Clássicos, 4. ed., 1982. Com base nesse excerto, considere as afirmativas abaixo sobre os valores ressaltados no poema e sobre características da cidade-Estado de Esparta entre os séculos VII e V a.C.: 1. Esparta e Atenas compartilhavam do mesmo ideal militar expresso no poema, motivo pelo qual juntaram esforços na Liga de Delos. 2. O poema expressa os valores esperados dos soldados espartanos: a coragem, o espírito de combate e a cooperação com o coletivo. 3. Para sustentar o exército, o Estado espartano formou a Liga do Peloponeso e distribuiu as terras conquistadas entre as cidades-Estado aliadas. 4. Esparta manteve uma elite militar, formada pela educação rígida de suas crianças, que eram controladas pelo Estado e separadas de suas famílias. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 8. (G1 - cps 2015) O teatro é uma das expressões artísticas criadas na Antiguidade, tendo desempenhado um importante papel na sociedade da Grécia. De fato, tanto na Tragédia como em especial na Comédia Antiga, isto é, na comédia ateniense do século V a.C., observa-se a presença de intenção e reflexos políticos. O dramaturgo equacionava nas suas peças os problemas fundamentais da pólis, procurando oferecer possibilidades de solução e, dessa forma, atuar pedagogicamente sobre os cidadãos reunidos no teatro. http://tinyurl.com/pk2ryye Acesso em: 01.07.2014. Adaptado De acordo com as informações apresentadas, é correto concluir que o teatro grego da Antiguidade a) legitimava o exercício do poder centralizado dos reis absolutistas. b) contribuía para o exercício da cidadania no regime democrático. c) priorizava a abordagem de temas que favoreciam a aristocracia. d) excluía as discussões de temas reais, enfatizando temas mitológicos. e) evitava se utilizar de elementos cômicos para tratar de assuntos sérios. 9. (Ucs 2015) Sobre a escravidão na Grécia antiga, é correto afirmar que: I. a mão de obra escrava era a base da economia grega e o critério adotado para determinar quem seria escravizado era o racial. Os escravos eram provenientes da África (negros) ou da Ásia (amarelos). II. o uso de escravos em Atenas tinha certa importância social, na medida em que concedia mais tempo para que os homens livres pudessem participar das assembleias, dos debates políticos, filosofar e produzir obras de arte. III. os escravos, em Esparta, cidade voltada para as guerras, eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas – uma minoria que
  • 3. participava das decisões políticas e administrativas e se dedicava única e exclusivamente à política e à guerra. Das proposições acima, a) apenas I está correta. b) apenas II está correta. c) apenas I e II estão corretas. d) apenas II e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas. 10. (Uern 2015) Observe a charge e leia o trecho. A Ágora ou praça central era o espaço onde se reuniam os cidadãos para discutir a vida política e decidir sobre as ações a serem tomadas. (Vainfas, 2010.) Ao analisarmos a charge e o texto, e tendo em vista o contexto da Grécia Antiga e o do Brasil atual em relação à participação política, é possível inferir que a) em ambos os casos, apesar da ideia de democracia preconizar a participação de todos, existiam (e existem) limites para o exercício pleno desse direito. b) na Grécia, cidadão era apenas aquele que participava das gerúsias, por ser considerado “homo politicus”. No Brasil, só se considera cidadão o indivíduo com mais de 18 anos. c) tanto na Grécia quanto no Brasil, a democracia era (e é) caracterizada pela participação universal, ou seja, de toda a população votante e em dia com suas obrigações eleitorais. d) como no Brasil o voto atual é direto e secreto, o processo democrático torna-se mais transparente e incorruptível, o que não era possível na Grécia, devido ao controle de poder dos generais. 11. (Fgv 2015) É a partir do século VIII a.C. que começamos a entrever, em diferentes regiões do Mediterrâneo, o progressivo surgimento das cidades-Estados ou pólis. Elas formaram a organização social e política dominante das comunidades organizadas ao longo do Mediterrâneo nos séculos seguintes. Norberto Luiz Guarinello, História Antiga, 2013, p. 77. Adaptado Nas pólis, é correto: a) assinalar a crescente importância da mulher e da família nos espaços públicos. b) reconhecer a presença de espaços públicos, caso da ágora. c) destacar uma característica: a inexistência de espaços rurais. d) identificar a acumulação de capital pela ação do Estado. e) apontar para a sua essência: a organização urbana estruturada para a guerra. 12. (Fuvest 2015) Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetraram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá-lo, permaneceram desunidos na sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral do Mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500km de comprimento, encontravam-se centenas e centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia). FINLEY M. I. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado. Com base no texto, pode-se apontar corretamente a) a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios. b) a necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural. c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político. d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política. e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotismo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional. 13. (Ufpr 2015) Considere o texto abaixo: “O surgimento das moedas liga-se (...) a três transformações culturais notáveis da Grécia nos idos do século VII a.C. (...): o desenvolvimento da pólis (...) e da vida política (...), a complexificação crescente das trocas comerciais (...) [e] a alfabetização.” FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a História e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50.
  • 4. A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a Grécia antiga, assinale a alternativa que relaciona corretamente a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas. a) A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada, caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Esparta. A expansão grega ocorre devido à insuficiência de escravos nas cidades-Estado. Nas guerras realizadas no Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos escravos e vendidos nas colônias gregas, o que intensificou a circulação de moedas. b) A pólis era um tipo específico de organização social encontrada em Atenas e Esparta. No período em questão, essas duas cidades-Estado rivalizaram-se na expansão territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a circulação de moedas. c) A pólis foi a principal forma de organização social na Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com governos e leis próprias. No século VII a.C., com o aumento demográfico e a concentração latifundiária, houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o comércio marítimo e terrestre. d) A pólis surgiu como solução para os conflitos entre Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia, constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a expansão comercial marítima de Atenas pelo Mediterrâneo, levando à formação de colônias e ao aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais. e) A pólis era um tipo de cidade-Estado que se desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega, ocasionando a fundação de colônias na Magna Grécia. Por conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-Estado uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no Mediterrâneo, gerando aumento na atividade comercial grega e o uso de moedas. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: A partir do século VII a.C., muitas comunidades nas ilhas, na Grécia continental, nas costas da Turquia e na Itália construíram grandes templos destinados a deuses específicos: os deuses de cada cidade. As construções de templos foram verdadeiramente monumentais. [...] Tornaram-se as novas moradias dos deuses. Não eram mais deuses de uma família aristocrática ou de uma etnia, mas de uma pólis. Eram os deuses da comunidade como um todo. A religião surgiu, assim, como um fator aglutinador das forças cooperativas da pólis. [...] A construção monumental foi influenciada por modelos egípcios e orientais. Sem as proezas de cálculo matemático, desenvolvidas na Mesopotâmia e no Egito, os grandes monumentos gregos teriam sido impossíveis. GUARINELLO, Norberto Luiz. História antiga, 2013. 14. (Unesp 2015) A relação estabelecida no texto entre a arquitetura grega e a arquitetura egípcia e oriental pode ser justificada pela a) circulação e comunicação entre povos da região mediterrânica e do Oriente Próximo, que facilitaram a expansão das construções em pedra. b) dominação política e militar que as cidades-estados gregas, lideradas por Esparta, impuseram ao Oriente Próximo. c) presença hegemônica de povos de origem árabe na região mediterrânica, que contribuiu para a expansão do Islamismo. d) difusão do helenismo na região mediterrânica, que assegurou a incorporação de elementos culturais dos povos dominados. e) força unificadora do cristianismo, que assegurou a integração e as recíprocas influências culturais entre a Europa e o norte da África. 15. (Unesp 2015) Segundo o texto, um papel fundamental da religião, na Grécia antiga, foi o de a) eliminar as diferenças étnicas e sociais e permitir a igualdade social. b) estabelecer identidade e vínculos comunitários e unificar as crenças. c) impedir a persistência do paganismo e afirmar os valores cristãos. d) eliminar a integração política, militar e cultural entre as cidades-estados. e) valorizar as crenças aristocráticas e eliminar as formas de culto populares. 16. (Uepa 2014) “No tempo de Péricles (461-429 a.C), o comparecimento à assembleia soberana era aberto a todo o cidadão. A assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas de atenienses do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Todos os que compareciam tinham direito de fazer uso da palavra. As decisões da assembleia representavam a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas finanças, nas legislações, nas obras públicas, no julgamento dos casos mais importantes, na eleição de administradores, enfim na totalidade das atividades governamentais”. BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História: Das cavernas ao terceiro milênio, 2ª Edição. São Paulo: Editora Moderna, 2010. p. 102. Com base nesta informação, conclui-se que, em Atenas, no período de Péricles: a) a democracia se consolidou e atingiu sua plenitude por meio de princípios como o da isonomia, isocracia e isegoria, que se definiu como a igualdade de direito ao acesso à palavra na assembleia soberana. b) a cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de gênero, garantindo aos cidadãos o pleno direito à palavra independente de sexo, impondo como limite a idade de dezoito anos. c) a relação de poder entre funcionários do Estado e a elite política ateniense assegurava a manutenção de um regime
  • 5. de governo aristocrático no qual somente os homens exerciam o direito de cidadania. d) os cidadãos atenienses eram guiados por uma burocracia estatal que impediu o rodízio dos cargos administrativos, de modo que a liderança direta e pessoal era exercida por uma minoria de homens jovens. e) a concentração da autoridade na assembleia possibilitou a criação de um regime de governo baseado no poder pessoal, institucionalizando a oratória como competência mais importante para o exercício da política nos tempos de Péricles. 17. (Fgv 2007) "Para ganhar o favor popular, o candidato deve conhecer os eleitores por seu nome, elogiá-los e bajulá-los, ser generoso, fazer propaganda e levantar-lhes a esperança de um emprego no governo. (...) Talvez sua renda privada não possa atingir todo o eleitorado, mas seus amigos podem ajudá-lo a agradar a plebe. (...) Faça com que os eleitores falem e pensem que você os conhece bem, que se dirige a eles pelo seu nome, que sem parar e conscienciosamente procura seu voto, que você é generoso e aberto, que, mesmo antes do amanhecer, sua casa está cheia de amigos, que todas as classes são suas aliadas, que você fez promessas para todo mundo e que as cumpriu, realmente, para a maior parte das pessoas." Marco Túlio Cícero, "Notas sobre as eleições" As práticas políticas na antiga Roma nos fazem refletir sobre as atuais. Essas palavras de Cícero (106-43 a.C.) revelam a) a concessão de favores, por parte dos eleitores, para cativar os candidatos. b) a necessidade de coagir o eleitorado para conseguir seu apoio. c) o desinteresse da população diante do poder econômico dos candidatos. d) a existência de relações clientelistas entre eleitores e candidatos. e) a pequena importância das relações pessoais para o sucesso nas eleições. 18. (Unesp 2013) Leia. Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso. Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988. Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia. b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter indireto da democracia. c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na condução política da cidade. d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e às suas decisões. e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses políticos. 19. (Uftm 2012) Leia os excertos da obra 100 textos de História Antiga, organizada por Jaime Pinsky, de 1980. Eu sou o rei que transcende entre os reis, Minhas palavras são escolhidas, Minha inteligência não tem rival. Hamurábi, 1792-1750 a.C. Autopanegírico. O fundamento do regime democrático é a liberdade [...]. Uma característica da liberdade é ser governado e governar por turno [...]. Outra é viver como se quer; pois dizem que isto é resultado da liberdade, já que o próprio do escravo é viver como não quer. Aristóteles, 384-322 a.C. Política. A partir dos textos, pode-se afirmar que a) os fundamentos do poder político eram os mesmos para Hamurábi e Aristóteles. b) a democracia, segundo Aristóteles, impôs o abandono do regime escravista. c) Hamurábi considerava que o governante deveria ser escolhido entre os mais sábios. d) expressam diferentes concepções sobre as relações entre governantes e governados. e) a dinastia esclarecida, com doses de despotismo e liberdade, era defendida por ambos. 20. (Fuvest 2011) As cidades [do Mediterrâneo antigo] se formaram, opondo-se ao internacionalismo praticado pelas antigas aristocracias. Elas se fecharam e criaram uma identidade própria, que lhes dava força e significado. Norberto Luiz Guarinello, A cidade na Antiguidade Clássica. São Paulo: Atual, p.20, 2006. Adaptado. As cidades-estados gregas da Antiguidade Clássica podem ser caracterizadas pela a) autossuficiência econômica e igualdade de direitos políticos entre seus habitantes. b) disciplina militar imposta a todas as crianças durante sua formação escolar. c) ocupação de territórios herdados de ancestrais e definição de leis e moeda próprias. d) concentração populacional em núcleos urbanos e isolamento em relação aos grupos que habitavam o meio rural. e) submissão da sociedade às decisões dos governantes e adoção de modelos democráticos de organização política.
  • 6. 21. (Upf 2014) Chico Buarque cantou em “Mulheres de Atenas”: Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos, orgulho e raça da Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem, imploram Mais duras penas Cadenas. Tomando como ponto de partida a letra da música, podemos assinalar, sobre o papel desempenhado pela mulher na antiguidade, que: a) A mulher no Egito Antigo teve apenas um papel reprodutivo, pois não possuía direitos sociais e jurídicos que lhe garantissem qualquer forma de liberdade. b) As mulheres hebraicas possuíam direitos políticos e sociais equivalentes aos dos homens, derivados dos preceitos religiosos do Pentateuco, os quais defendiam que os homens e as mulheres são iguais, pois ambos são filhos de Deus. c) A mulher ateniense casada vivia grande parte do seu tempo confinada no lar, estando submissa a um regime de quase reclusão, privada de uma participação efetiva nas decisões políticas. d) A sociedade guerreira espartana privava as mulheres de qualquer forma de liberdade, restringindo as funções destas à educação de seus filhos e filhas. e) Nas várias sociedades mesopotâmicas, a mulher desempenhava um papel preponderante, pois, como era a responsável pela procriação, cabia a ela o exercício de mando. 22. (Uern 2013) Apesar da cadência do samba, da presença da cultura africana e da sensualidade dos homens e mulheres, o carnaval não é originário no Brasil e nem do nosso tempo... Antes de “esquentar nossos pandeiros” muitas festas deixavam “corpos em brasa” na Antiguidade e na Idade Média. Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único. Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo: Escala Educacional, 2009. p. 135. Nem mesmo o processo de cristianização aboliu estas celebrações, que estavam ligadas, basicamente, a) às expressões culturais originárias da fusão da cultura romana com a cultura macedônica, após as invasões bárbaras. b) aos rituais tribais e religiosos, transmitidos pelas leis consuetudinárias, dos ancestrais latinos para os representantes pagãos banidos dos feudos. c) aos dogmas da fé católica ortodoxa, que exigiam de seus seguidores o carnaval como um rito complementar à sacralização do período de Natal. d) às atividades ligadas à agricultura, já que antes de suportar os trabalhos agrícolas e depois das colheitas, os homens e as mulheres participavam de folias. 23. (Uern 2013) O voto feminino na democracia contemporânea. Em 1848, a Convenção dos Direitos Femininos, realizada em Nova York, publicou a “declaração dos sentimentos”, na qual defendia o direito de voto feminino. Nas ruas, as mulheres gritavam “homens, seus direitos e nada mais, mulheres, seus direitos e nada a menos!”, enquanto eram agredidas com frutas estragadas. A imprensa, ou as insultou, ou as ignorou. Como frequentemente ocorre, a mudança de mentalidade é lenta e apenas em 1920 as mulheres norte-americanas conquistaram o direito de voto. (...) no Brasil, a luta pelo voto feminino também foi árdua... Campos, Flávio de. A escrita da história. Volume único. Ensino médio. Flávio Campos, Regina Claro. 2ª Ed. São Paulo: Escala Educacional, 2009. p. 38-39. As mulheres atenienses não podiam votar, participar de assembleias, exercer cargos administrativos, comparecer aos tribunais sem um representante masculino, nem possuir ou herdar bens. Já em Roma, a) a mulher tinha um papel prioritário, tanto na vida doméstica, quanto na política, pois o sistema organizacional vigente era o matriarcado. b) as mulheres acompanhavam os maridos em suas funções democráticas, sendo que seu voto tinha peso de decisão, a partir elaboração das “Leis Licínias”. c) a partir da sua expansão, houve uma mudança étnica e cultural, causando um retrocesso na participação política da mulher, que na República era considerada cidadã. d) às mulheres romanas era privado o direito de participar politicamente, mesmo que fossem de famílias ricas e poderosas. Assim também acontecia com as mulheres gregas. 24. (Mackenzie 2013) “(...) Consta que a concubina de Péricles, Aspásia, ajudou- o a escrever seus discursos. E a todos surpreendia ver o grande estadista a cada manhã, ao sair de casa, despedir- se de Aspásia com beijos.” A elevação do espírito: 600 a.C.- 400 a.C. Rio de Janeiro, 1998. O texto acima, referindo-se ao grande líder da cidade- estado de Atenas, Péricles, retrata as contradições sociais existentes, não apenas em Atenas, mas em toda a Grécia. Sobre a sociedade grega da época, podemos afirmar que a) As condições sociais eram idênticas tanto nas cidades- estados que evoluíram para regimes democráticos, como Atenas, por exemplo, quanto nas pólis oligárquicas, como Esparta. b) Em toda a Grécia, a sociedade era predominantemente masculina, mas em disputas sucessórias familiares, em alguns casos, o poder era exercido pelas mulheres. c) A democracia, instituída pelas reformas de Clístenes, era um sistema político que atendia aos interesses de apenas uma minoria da população, estando excluídos os estrangeiros, os escravos e as mulheres. d) Em Atenas, as mulheres provenientes de ricas famílias possuíam maior autonomia, pois eram consultadas e
  • 7. participavam efetivamente das decisões políticas e assuntos relacionados ao destino da pólis. e) A estabilidade social, advinda das reformas introduzidas por Clístenes, não foi acompanhada por estabilidade econômica, já que foi a partir da conquista da democracia que os gregos iniciaram seus conflitos com os persas. 25. (Fgv 2013) Na Assembleia, (...) que se reunia mais ou menos 40 vezes por ano, os atenienses discutiam e votavam os principais problemas do Estado – declaravam guerra, firmavam tratados e decidiam onde aplicar os recursos públicos. Do mais pobre sapateiro ao mais rico comerciante, todos tinham oportunidade de expressar a sua opinião, votar e exercer um cargo no governo. Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da história As mulheres atenienses a) tomavam parte dessa instância política, mas suas ações se limitavam aos temas relacionados com a família e a formação moral e militar dos filhos. b) não detinham prerrogativas nas atividades públicas, mas possuíam direito de voto nessa Assembleia quando a decisão envolvia guerras externas. c) participavam de todas as atividades públicas de Atenas, mas só tinham voz nessa Assembleia se estivessem acompanhadas pelo marido ou filho. d) não podiam participar dessa Assembleia, da mesma forma como não tinham direito de exercer cargos administrativos, além da restrição a herança e posse de bens. e) ganharam o direito de voz e voto nessa Assembleia a partir das reformas de Sólon, e com Clístenes seus direitos foram ampliados. 26. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Leia os textos a seguir: “Um dos princípios centrais da democracia (...) era a capacidade e o direito do povo comum de fazer julgamentos políticos e discursar acerca deles nas assembleias públicas. Os atenienses tinham inclusive um termo próprio para definir isso, isegoria, que significa não apenas liberdade de expressão no sentido em que entendemos isso nas democracias modernas, mas igualdade de discursar publicamente. Esta talvez seja, na verdade, a ideia mais característica a ter sido produzida pela democracia, e não tem paralelo no nosso vocabulário político.” WOOD, Ellen. Citizens to lords. A social history of western political though from Antiquity to the Late Middle Ages. Londres: Verso, 2008, p.39 “Aqueles que podiam votar na Atenas do século V tinham de estar fisicamente presentes à assembleia quando esta se reunia para expressar seu julgamento (...) Até a Guerra do Peloponeso, como nos informa Tucídides, a maioria dos cidadãos vivia nas áreas rurais e diversos fatores reduziam a probabilidade de sua participação no governo ateniense. Geograficamente, a distância até as mais longínquas fronteiras da Ática era de cerca de 45 quilômetros; ‘a viagem a pé ou de burro devia durar um dia inteiro’. Outra dificuldade para os lavradores atenienses residia nas exigências do ano agrícola, sobretudo nas épocas de lavra e de colheita. Aqueles que faziam trabalho braçal na terra certamente não podiam comparecer às 40 sessões anuais da assembleia.” STARR, Chester. O nascimento da democracia ateniense. São Paulo: Odisseus, 2005, p.57-58. Confrontando as considerações dos dois textos sobre a realidade política ateniense em seu período clássico (séculos V e IV a.C.), é possível identificar: a) uma maior liberdade de expressão na democracia ateniense quando comparada com as democracias modernas. b) a impossibilidade de participação política em democracias diretas daqueles que moram distantes do centro político. c) a inferioridade das instituições das democracias diretas em relação as das democracias modernas, que impede a plena cidadania ativa. d) a superioridade do modelo antigo de democracia quando comparados seus instrumentos para efetivação da cidadania com os das democracias modernas. e) os limites pragmáticos para a plena efetivação de um dos princípios mais importantes para a plenitude da cidadania em um contexto de democracia direta. 27. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) “Não se deve ainda permitir que os chefes exerçam sua autoridade de modo a controlá-los mais com pancadas do que com palavras se desse modo for possível obter o mesmo resultado. Também não se deve ter muitos escravos da mesma nação, pois isso é o principal motivo para que haja desavenças frequentes na sede.” Varrão, Sobre as coisas do campo, Livro I, capítulo XVII Retirado de: TREVIZAM, Matheus. “Tradução do De Re Rustica I de Varrão” in: Linguagem e Interpretação na Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL-UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006. p.401-450. Os dois conselhos do escritor romano Varrão listados acima identificam: a) regras morais de tratamento dos escravos difundidas entre os proprietários de escravos romanos. b) formas costumeiras de relações entre escravos e senhores baseadas no humanismo latino. c) ordens que pretendiam proteger os escravos de maus tratos de seus chefes diretos. d) táticas que pretendiam impedir a fuga de escravos das propriedades rurais. e) estratégias que visavam evitar resistências e revoltas dos escravos.
  • 8. 28. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Observe às mensagens presentes nas imagens e suas respectivas traduções para o português: Tradução do latim: Todos os vendedores de frutas, junto com Hélvio Vestalis, pedem o seu voto para administrador da justiça para Marco Holconio Prisco. Imagem 1: Pintura em uma parede na cidade romana de Pompéia (datada como sendo do período entre 62 e 79 d.C., pouco antes do soterramento da cidade pela erupção do Vesúvio) WALLACE, Rex E. An introduction to wall inscriptions from Pompeii and Herculaneum. Wauconda, Ill.: Bolchazy-Carducci Publishers, 2005, p.105, Facsimile #3. (136 pp.) Tradução do inglês: Estudantes por Barack Obama (.com) Imagem 2: Estudantes da George Mason University, na Virgínia, Estados Unidos, demonstram seu apoio ao então pré-candidato à presidência Barack Obama (2007). http://www.biography.com/people/barack-obama- 12782369/photos (foto 12) (Acessado em 24/01/2012) As mensagens presentes nas duas imagens acima foram produzidas em contextos históricos completamente distintos: uma eleição local em uma cidade do Império Romano no século I e uma eleição para presidente dos Estados Unidos no século XXI. Não obstante, ambas as mensagens exemplificam: a) a relevância do apoio de grupos sociais economicamente relevantes dentro da sociedade a candidatos à cargos públicos em contextos de democracias fragilizadas por realidades plutocráticas. b) a importância da demonstração pública de apoio de setores da sociedade para o fortalecimento da imagem dos candidatos a cargos públicos em contextos eleitorais. c) a necessidade de homens públicos veicularem seus nomes entre os cidadãos para conseguirem apoio às suas propostas de políticas públicas em contextos de democracia direta. d) a relevância da publicidade do nome dos candidatos a cargos públicos para convencer grupos específicos de eleitores em contextos de democracia representativa. e) a importância do apoio de categorias profissionais específicas aos candidatos a cargos públicos em contextos oligárquicos. 29. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Leia o texto a seguir: “A ideia da existência de uma História Antiga foi desenvolvida por pensadores do Renascimento. Pressupunha, ao mesmo tempo, uma ruptura e uma recuperação, religiosa e cultural, entre dois mundos. Uma ruptura que dava certo sentido à História, como a recuperação de algo perdido, como a restauração de um laço que tinha sido rompido durante a assim chamada História do Meio, a História Medieval. Deste modo, associava seu mundo contemporâneo, a Europa dos séculos XV-XVI, com um certo passado. Para eles, era a História antiga de seu mundo. Mas é ainda a História antiga de nosso mundo? Muitos manuais contemporâneos e currículos escolares e universitários ainda denominam de História do Mundo Antigo. Mas é evidente que não se trata de História antiga do mundo.” GUARINELLO, Norberto. “Uma morfologia da História: As formas da História Antiga”. Politeia: História e Sociedade. Vol.3, n.1., 2003, p.51. Discutindo a ideia de uma “História Antiga”, o texto aponta para: a) a inadequação das divisões cronológicas tradicionais da versão eurocêntrica da História para a História Mundial em geral. b) a associação indevida criada pelos Renascentistas entre a Europa dos séculos XV-XVI e o passado greco-romano. c) o equívoco renascentista em definir uma História Antiga em contraponto a uma História Medieval. d) a importância da presença da “História do Mundo Antigo” nos manuais e currículos escolares. e) a necessidade de transformar a “História do Mundo Antigo” na “História antiga do mundo”. 30. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Compare as ideias dos dois textos a seguir: “A sociedade que se formou da reunião de várias aldeias constitui a Cidade, que tem a faculdade de se basear em si mesma, sendo organizada não apenas para conservar a existência, mas também para buscar o bem-estar. Esta sociedade, portanto, também está nos desígnios da natureza, como todas as outras que são seus elementos. (...) É, portanto, evidente que toda Cidade está na natureza e que o homem é naturalmente feito para a sociedade política. (...) o homem é um animal cívico, mas social do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. (...) nenhum pode bastar-se a si mesmo. Aquele que não precisa dos outros homens, ou não pode resolver-se a ficar
  • 9. com eles, ou é um deus, ou um bruto. Assim a inclinação natural leva os homens a este gênero de sociedade.” Aristóteles. A Política. Livro I, Capítulo 1. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.4-5 “(...) só existe uma sociedade política onde cada um dos membros renunciou ao seu poder natural e o depositou nas mãos da comunidade em todos os casos que os excluem de apelar por proteção à lei por ela estabelecida; e assim, excluído todo julgamento particular de cada membro particular, a comunidade se torna um árbitro; (...) Aqueles que estão reunidos de modo a formar um único corpo, com um sistema jurídico e judiciário com autoridade para decidir controvérsias entre eles e punir os ofensores, estão em sociedade civil uns com os outros; mas aqueles que não têm em comum nenhum direito de recurso, ou seja, sobre a terra, estão ainda no estado de natureza, onde cada um serve a si mesmo de juiz e de executor, o que é, como mostrei antes, o perfeito estado de natureza. “ John Locke, Segundo tratado sobre o governo civil. Cap.VII, seção 87. Petrópolis: Vozes, 1994. Os trechos acima demonstram duas diferentes formas de entender a formação da comunidade política humana, elaboradas pelo grego Aristóteles, no século IV a.C., e pelo inglês Locke, no século XVIII d.C.. Pode-se considerar que as diferentes abordagens estão relacionadas aos diferentes contextos históricos em que viveram estes pensadores, respectivamente: a) uma oligarquia antiga, fundamentada na ideia de que apenas os bons devem tomar parte do governo, e uma monarquia absolutista, baseada na ideia de renúncia do poder natural por parte dos cidadãos. b) uma cidade-estado antiga, fundamentada na ideia de comunidade natural de cidadãos, e uma monarquia parlamentar, baseada na ideia de relação contratual entre governantes e governados. c) uma democracia antiga, fundamentada na ideia de representatividade, e uma democracia moderna, fundamentada na ideia da divisão entre os poderes. d) um império antigo, fundamentado na ideia de convívio entre povos de diversas origens, e uma república moderna, baseada na ideia de soberania popular. e) uma república antiga, fundamentada na participação popular, e um estado totalitário moderno, baseado no controle do estado sobre a sociedade civil. 31. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Leia abaixo um texto que trata sobre a construção de residências na época do Império Romano: “(...) magníficos vestíbulos e aposentos e átrios* não são necessários para pessoas de fortuna comum, pois visitam, mas não são visitados. Aqueles que dependem do produto agrícola devem ter estábulos e lojas na frente e, dentro do edifício principal, armazéns, celeiros e apotecas**, destinados todos, antes ao produto agrícola que à elegância do decoro. Também as casas de banqueiros e publicanos*** deveriam ser mais espaçosas e vistosas, protegidas contra ladrões. Advogados e retóricos deveriam morar com elegância e ter espaço para suas audiências. Para aqueles que ocupam cargos e magistraturas, cujo dever consiste em servir ao Estado, devem ser feitos vestíbulos reais, átrios* e peristilos**** amplíssimos, com jardins e corredores amplos e devidamente decorados com grandeza. Além disso, haverá bibliotecas, basílicas não muito diferentes das públicas em sua magnificência, já que, em tais ambientes, frequentemente são tomadas decisões públicas e julgamentos e arbítrios privados.” Vitrúvio, Sobre a Arquitetura. Capítulo 6, seção 5. Retirado de: FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica. A história a partir dos documentos. 2ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, p.115. Glossário: * Átrios: pátio central ** Apotecas: lugar para despensa *** Publicanos: aqueles que ganhavam contratos públicos, em especial de cobrança de impostos. **** Peristilos: corredor de colunas, normalmente coberto, que circunda um espaço normalmente descoberto dentro da residência. Nas considerações de Vitrúvio sobre a construção e organização de uma residência é possível perceber: a) a irrelevância dos fatores econômicos e sociais na construção e organização das casas de pessoas de fortuna comum, posto que nestes espaços não se realizam atividades sociais relevantes. b) a existência de um modelo arquitetônico romano clássico, baseado nos peristilos e átrios, que se impõe sobre a organização espacial doméstica a despeito das hierarquias sociais. c) a inexistência de separação entre espaços públicos e privados nas residências daqueles que desempenham cargos públicos no mundo romano antigo. d) a importância de espaços privados controlados por aqueles que desempenham cargos públicos para o funcionamento cotidiano do Estado Romano. e) a necessidade social de volumosos gastos para demonstração do status social, independentemente da classe social. 31. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Relacione as informações presentes nos textos a seguir: “Todos os campos são cultivados por escravos, homens livres ou ambos: por homens livres, quando eles mesmos cultivam (como a maioria dos pobres com seus filhos) ou são assalariados, sendo contratados entre os livres para cuidar dos trabalhos maiores, a exemplo da vindima e da colheita do feno.” Varrão, Sobre as coisas do campo. 1.17.2 “Seja bom para teus vizinhos; não permitas que os de casa lhes façam mal. Se a vizinhança conviver contigo de bom grado, venderás o que te pertence com maior facilidade, darás de empreitada com maior facilidade e contratarás trabalhadores com maior facilidade; se construíres, contribuirão com trabalho, animais de carga e material
  • 10. para a construção; se algo acontecer (oxalá nada aconteça), irão proteger-te de boa vontade.” Catão, Sobre a agricultura. 4.1. Retirados de: TREVIZAM, Matheus. Linguagem e Interpretação na Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL-UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006, p.401-450 e p.341-399, respectivamente. A partir dos textos acima, é possível identificar: a) a incapacidade das propriedades escravistas em produzir determinados produtos que exigiam grande quantidade de força de trabalho, como a colheita do feno. b) a necessidade da maioria dos pobres de se tornarem assalariados por não possuírem terras para cultivarem por si próprios com suas famílias. c) a servidão a que eram submetidos os camponeses que viviam próximos a propriedades escravistas romanas. d) a importância do trabalho sazonal do campesinato vizinho nas propriedades escravistas romanas. e) a independência do campesinato romano em relação às propriedades escravistas da elite. 32. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Leia os textos a seguir: Solicitar o escravo com palavras, corrompê-lo com esperanças e promessas, trazê-lo para casa e armá-lo contra o seu senhor não é fazer guerra a um só parente, mas a todas as famílias. Porque esta corrupção do escravo se não só não for castigada, mas antes aprovada por tão grande autoridade, nenhuma parede, nenhum direito, nenhuma lei nos guardará a vida, pois tanto o que temos em casa, e é nosso, se puder livremente escapar e pelejar contra nós, se trocará o domínio em escravidão, e a escravidão em domínio. Cícero, Discurso pelo Rei Dejótaro, 11. (século I a.C.) Em: Orações. Tradução de Antônio Joaquim. Clássicos Jackson. vol. 2. Rio de Janeiro: W.M. Jackson, 1970, p.53 Pouco depois o prefeito da cidade, Pedânio Segundo, foi morto por um escravo (...). Como, porém, segundo o antigo costume, toda a família servil residente sob o mesmo teto tivesse de ser levada ao suplício, a plebe se amotinou, comiserada de tantos inocentes; e no próprio Senado muitos reprovavam essa excessiva severidade (...). C. Cássio, ao opinar, dissertou no teor seguinte: “(...) Se decretardes a impunidade, quem se julgará defendido por sua própria dignidade quando esta não valeu ao prefeito de Roma? (...) Hoje que temos em nossas famílias servis pessoas de nações diversas, de vários ritos, de religiões diferentes ou nenhuma, só o medo pode ser coerção para esse entulho.” Tácito, Anais, 14.42-44 (século I d.C.) Retirado de: ARAÚJO, Sônia Regina Rebel de; CARDOSO, Ciro Flamarion. “A sociedade romana no Alto Império.” In: SILVA, Gilvan Ventura da; MENDES, Norma. Repensando o Império Romano: perspectiva socioeconômica, política e cultural. Rio de Janeiro: Mauad, 2006, p.95 e JOLY, Fábio. “Liberdade e Escravidão na Roma Antiga”. In: FUNARI, Pedro Paulo; SILVA, Glaydson José da; MARTINS, Ailton Luis (org.). História antiga: contribuições brasileiras. São Paulo: Annablume, 2008, p.139-140. Tanto o discurso de Cícero quanto o apresentado por Tácito ressaltam a necessidade de: a) conservação e respeito às propriedades alheias, mesmo quando se tratam de pessoas escravizadas. b) diferenciação entre os escravos recém chegados e aqueles que já estavam há gerações nas famílias. c) unidade e severidade da classe escravocrata romana no tratamento dos escravos. d) perseguição e punição a todos os possíveis culpados em casos de homicídio. e) repressão e perseguição às religiões e ritos dos escravos estrangeiros. 33. (Ensino Médio Digital FGV – Simulado ENEM) Compare os dois textos a seguir: Tornam-se [os escravos] mais dedicados ao serviço, quando tratados com maior liberalidade, ou com mais alimentos e vestimentas, ou com dispensa de tarefas, ou ainda permitindo que apascentem na propriedade algo de seu próprio pecúlio, e outras coisas do gênero, para que aqueles que receberem uma ordem ou advertência mais dura consolem-se e restitua-se sua boa vontade e disposição para com o senhor. Varrão, Sobre as coisas do campo, cap. XVII (século I a.C.) Retirado de: TREVIZAM, Matheus. Linguagem e Interpretação na Literatura Agrária Latina. Campinas: IEL- UNICAMP (Tese de Doutorado), 2006, p.401-450. Negar-lhes totalmente os seus folguedos, que são o único alívio do seu cativeiro, é querê-los desconsolados e melancólicos, de pouca vida e saúde. Portanto, não lhes estranhem os senhores o criarem seus reis, cantar e bailar por algumas horas honestamente em alguns dias do ano, e o alegrarem-se inocentemente à tarde depois de terem feito pela manhã suas festas de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e do orago da capela do engenho, sem gasto dos escravos, acudindo o senhor com sua liberalidade aos juízes e dando-lhes algum prêmio do seu continuado trabalho. Antonil, Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, cap. IX (século XVII d.C.) 3.ed. Belo Horizonte e São Paulo: Itatiaia/ Edusp, 1982 (disponível no www.dominiopublico.gov.br) Apesar de separadas por mais de um milênio e meio, os textos de Varrão e de Antonil, ao aconselharem donos de escravos sobre o tratamento a ser dado a estes, demonstram a mesma preocupação em relação: a) ao rígido controle das atividades econômicas e religiosas dos escravos, visando reprimir qualquer espaço de autonomia dos escravos. b) ao estímulo dos escravos a cultivarem o sentimento de liberdade através de produções próprias ou de suas práticas religiosas específicas. c) à ilegitimidade da escravidão, exceto nas situações nas quais os senhores tratassem seus escravos com liberalidade. d) à moralidade e humanismo no tratamento dos escravos, que não podiam ser tratados como mera mão-de-obra. e) às estratégias para o controle dos escravos que não passem apenas pela coerção violenta.
  • 11. Gabarito: Resposta da questão 1: [C] As “mulheres que vivem para os seus maridos” são mulheres que têm seu status social definido a partir da subserviência aos homens. De fato, na sociedade ateniense clássica, as mulheres não possuíam os direitos de cidadania, tendo sua importância vinculada aos afazeres domésticos e reprodutivos da sociedade. O conceito de cidadania ateniense era excludente, privilegiando apenas os homens maiores de 21 anos e atenienses natos. Sendo assim, as mulheres atenienses não eram consideradas cidadãs, não exerciam a democracia ateniense e, portanto, estavam abaixo dos homens na hierarquia social. Resposta da questão 2: [C] Somente a proposição [C] está correta. A questão remete ao pensamento político de Platão. Este filósofo ateniense foi um grande crítico da democracia. Acreditava que a maioria não tinha condições de participar do debate político na ágora, pois estava vinculada ao mundo sensível, o mundo do corpo, da opinião, da doxa e não sabia o que era justiça. Platão defendeu a Sofocracia, isto é, o governo dos sábios, dos reis filósofos. Na concepção platônica, a busca pelo conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema filosófico. Neste sistema, Platão estabelece que existem dois mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as sensações ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível (representa as ideias, a razão). Neste sentido, para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao erro pois não podemos confiar nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível. Contudo, isto não é para qualquer um, somente para os filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é o melhor caminho para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para fazer com que todas as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno potencial. Assim, os filósofos são os únicos capazes de conhecer a verdade e devem decidir o destino da cidade, neste contexto a democracia é um empecilho, pois não produz um consenso absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que corresponde às críticas estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa [C]. Resposta da questão 3: [C] A ágora era a praça pública onde os cidadãos atenienses discutiam os rumos da cidade. Resposta da questão 4: [C] Os trechos “olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil” (primeiro texto) e “um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas” (segundo texto) são demonstrativos das opiniões dos autores, que julgam a cidadania pela participação política das pessoas. Resposta da questão 5: [A] Apesar do conceito de cidadania ateniense ser excludente, a democracia em Atenas era exercida de maneira direta, com todos os cidadãos participando das decisões políticas, como retratado no texto. Resposta da questão 6: [B] Apesar de a alternativa correta enfatizar privilégios na participação da vida pública dos “grupos sociais superiores” devido a hierarquização da sociedade ateniense, quando da vigência da democracia na Atenas antiga, em termos práticos todo homem livre, nascidos na cidade e filho de pai ateniense tinha não só o direito como a obrigação de participar da política ateniense. Assim sendo, a alternativa E também poderia ser validada como correta. Resposta da questão 7: [B]
  • 12. A afirmativa [1] é incorreta porque apenas Esparta cultivava o ideal militar como estilo de vida. Atenas adotava o ideal filosófico-cultural; A afirmativa [3] é incorreta porque a Liga do Peloponeso foi formada durante a Guerra do Peloponeso, quando Esparta liderou um levante de cidades-Estado contra Atenas. Resposta da questão 8: [B] O texto destaca elementos importantes do teatro como o envolvimento do público, destacado como “cidadãos”, ou seja, aqueles que tem responsabilidade política na cidade. A ideia de atuação pedagógica implica na possibilidade de reflexão aberta pelo teatro, que se destacava por apresentar temáticas relacionadas a vida cotidiana dos indivíduos ou da sociedade e seu apogeu no século V a.C. se relaciona com o desenvolvimento da democracia na cidade de Atenas. Resposta da questão 9: [D] A afirmativa [I] está incorreta porque a escravidão na Grécia Antiga não se baseava no critério racial, mas sim no critério militar, uma vez que a escravidão praticada era a escravidão de guerra. Resposta da questão 10: [A] Apesar da inovação política que a democracia ateniense representou, ela trazia consigo um conceito de cidadania excludente: mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e, por isso, não participavam da vida política da cidade-Estado. No Brasil atual, apesar de a Constituição brasileira prever o direito de voto a todos aqueles com mais de 16 anos, o fato de a democracia ser indireta impede os cidadãos de definirem os rumos do país. Resposta da questão 11: [B] Somente a proposição [B] está correta. O texto do historiador Norberto Luiz Guarinelo remete a Grécia no período Arcaico. Neste contexto surgiram as pólis, as cidades estados que possuíam autonomia política. Isto significa que na Grécia antiga não havia unidade política devido a presença das pólis, existia uma unidade cultural entre os gregos. Estas cidades estados possuíam a ágora que consistia na praça pública, o espaço público para o debate político entre os cidadãos. A ágora, era o espaço da cidadania e da palavra. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 12: [D] A Grécia Antiga nunca chegou a ser uma Nação ou um Império (termo muito usado na Antiguidade). A Grécia era o que chamamos de organização em cidades-Estados. Sendo assim, cada povo grego, em cada cidade-Estado, vivia a sua maneira, de modo descentralizado ou disperso, como classifica o autor do texto que acompanha a questão. Resposta da questão 13: [C] Somente a proposição [C] está correta. Com as diásporas gregas surgiram colônias gregas, ou seja, cidades gregas fora da Grécia. Assim, com estas viagens apareceram cidades, intercâmbio cultural, uso de moedas, calendário e a escrita. Neste cenário, nos séculos VII e VI a.C. surgiu a Filosofia Grega com os filósofos chamados de Pré-socráticos. Dentro da Grécia surgiram as pólis, cidades estados dotadas de autonomia política com destaque para Atenas e Esparta. Em 509 a.C. surgiu a democracia em Atenas com Clístenes. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 14: [A] Somente a alternativa [A] está correta. No contexto da Antiguidade Oriental surgiram grandes civilizações no “Oriente Próximo” que deram contribuições relevantes para as ciências em geral. O Egito antigo desenvolveu a matemática, medicina, astronomia e usou muitas pedras em suas construções funerárias como as pirâmides. A Mesopotâmia também desenvolveu as ciências para construir suas torres denominadas zigurates. Estas civilizações antigas estabeleceram
  • 13. inúmeros contatos através do mar Mediterrâneo. Os gregos em suas viagens conheceram muitos povos e usufruíram muitos dos legados destas civilizações. As demais alternativas estão incorretas. Resposta da questão 15: [B] Somente a alternativa [B] está correta. A questão remete a Grécia Antiga no contexto da Antiguidade Clássica. O texto do historiador Norberto Luiz Guarinello aponta para a construção de templos destinados aos deuses vinculados as pólis. Cada cidade-estado, pólis, possuía suas divindades na qual se construíam templos para homenageá-las. Os templos eram verdadeiros monumentos destinados aos deuses que representavam não apenas a elite agrária ou um determinado grupo social, mas todos os moradores da cidade-estado, toda a comunidade. Desta forma, a religião contribuiu como um elemento de coesão social, unificando as crenças, estabelecendo identidade e vínculos comunitários entre os residentes das pólis. As demais alternativas estão incorretas. A religião não significou igualdade social dentro das pólis e não eliminou diferenças étnicas. Resposta da questão 16: [A] A democracia em Atenas, que era exercida de maneira direta, era excludente, porque deixava de fora uma boa parcela da população ateniense. Na época de Péricles, a democracia ganhou “isonomia, isocracia e isegoria”, porque todos os atenienses passaram a poder exercer opinião nas reuniões públicas. Resposta da questão 17: [D] Resposta da questão 18: [C] O texto mostra claramente que, apesar da popularidade do líder Péricles, ele dependia da aprovação da Assembleia. A democracia que se desenvolveu em Atenas a partir do século V a.C. é considerada direta, pois todos os cidadãos podiam participar da Assembleia e votar ou não nas leis propostas pelos governantes, ou seja, não existia o modelo representativo que conhecemos hoje, quando vereadores ou deputados – representantes dos cidadãos – votam as leis. Resposta da questão 19: [D] O texto do Rei Hamurábi, da Babilônia (antiga Mesopotâmia, hoje Iraque), revela um governo autoritário, no qual a última palavra é a do governante, que deve ser obedecido sem questionamentos. O texto do filósofo grego Aristóteles fala de democracia e liberdade, que levariam os cidadãos a viver “como se quer”, não se submetendo a um governo despótico. Resposta da questão 20: [C] Ao contrário de povos mesopotâmicos ou de persas, os gregos tenderam a se organizar de maneira particular, em cidades-estado, caracterizadas pela soberania, ou seja, por uma estruturação política independente, apesar de manterem relações econômicas e possuírem laços culturais comuns, como a “mitologia” ou a realização dos jogos olímpicos. A origem das cidades é normalmente associada à desagregação dos antigos “Genos”, comunidades de origem familiar. Resposta da questão 21: [C] A mulher ateniense, como ressalta a música, era submissa ao homem e não tinha nenhum tipo de participação política ou social, uma vez que sequer era considerada cidadã ateniense, já que cidadão em Atenas eram apenas os homens, maiores de 21 anos e atenienses natos. Resposta da questão 22: [D]
  • 14. Somente a proposição [D] está correta. O carnaval é uma festa popular celebrada no Brasil tornando-se um forte elemento da cultura nacional. No entanto, o carnaval não é uma invenção brasileira e nem se quer acontece só no Brasil. A história do carnaval remonta à Antiguidade Oriental como a Mesopotâmia e a Antiguidade Ocidental como a Grécia e Roma. A festa era um agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. As demais alternativas estão incorretas considerando que a festa do carnaval não se deu por conta da fusão da cultura romana com a cultura da macedônia, não era um ritual tribal e religioso e também não consistia em um rito complementar à sacralização do período do natal. Resposta da questão 23: [D] A proposição [D] está correta. No século V a.C. em Atenas a democracia conheceu seu auge. Mulheres, escravos e metecos (estrangeiros) não eram considerados cidadãos. A mulher era considerada um ser inferior. Em Roma, a mulher também não possuía direitos políticos independente da classe social que pertencia. As demais proposições estão incorretas. Roma não era um matriarcado privilegiando as mulheres. As mulheres não acompanhavam seus maridos para também participar das decisões políticas. Na Monarquia, República e Império Romano a mulher não era considerada cidadã. Resposta da questão 24: [C] A democracia ateniense era, ao mesmo tempo, direta e excludente, porque apenas aquelas considerados cidadãos atenienses podiam exercê-la: homens, maiores de 21 anos e atenienses natos. Resposta da questão 25: [D] O conceito de cidadania ateniense era excludente, não fazendo parte dele as mulheres, os estrangeiros e os escravos. Resposta da questão 26: [E] Apesar de reivindicada como modelo e mito fundador das democracias modernas, a democracia ateniense tinha características bastante diversas. A principal diferença reside no fato de a democracia ateniense ser direta, e não representativa. O primeiro texto, de Ellen Wood, ressalta como a participação direta dos cidadãos comuns nas arenas políticas fundamentava um caráter político da pratica da cidadania inexistente nas democracias atuais. Por outro lado, o texto seguinte, de Chester Starr, ressalta os problemas práticos que existiam para a efetivação deste princípio, sobretudo a dificuldade que muitos cidadãos deveriam ter para participar efetivamente das reuniões da Assembleia. Resposta da questão 27: [E] O pequeno trecho do tratado sobre o campo de Varrão faz parte de uma lista de conselhos dados aos leitores (presumivelmente membros da elite romana) acerca de como administrar o trabalho escravo. Os dois conselhos presentes no trecho acima apresentam estratégias que visam diminuir o potencial de resistência e revolta dos escravos, evitando- se a concentração de escravos de uma mesma origem étnica (que facilitaria a comunicação e a união entre os escravos) assim como usando “economicamente” as punições corporais. É importante perceber que estes conselhos fazem parte de uma estratégia escravista e não são meras abordagens humanistas ao tratamento dos escravos. Resposta da questão 28: [B] Apesar de terem sido produzidas em contextos históricos completamente diferentes (uma eleição local em uma cidade parte de um vasto império antigo, controlado por regime de caráter monárquico, e uma eleição prévia para candidato ao cargo de presidente da maior potência contemporânea), ambas as mensagens tem um caráter de “propaganda eleitoral”. A comparação entre elas mostra ainda uma outra semelhança: determinados grupos sociais tentam demonstrar para o resto da sociedade que apoiam um candidato específico, a fim de fortalecer a imagem deste frente ao eleitorado em geral.
  • 15. Resposta da questão 29: [A] Resposta da questão 30: [B] Enquanto Aristóteles identifica a comunidade política como uma consequência direta do caráter gregário natural do ser humano (um animal político), John Locke (assim como toda tradição jusnaturalista) identifica um estado da natureza anárquico do qual os homens saem ao desenvolver formas de organização política – o que, para Locke, se dá de maneira contratualista, com os homens abrindo mão de parte de suas liberdade naturais em favor da construção da comunidade política. Isto é, enquanto para Aristóteles os seres humanos naturalmente se organizam politicamente, para Locke a organização política é uma superação de um estado natural em que não há política. Essa diferença entre as ideias expressas nos dois textos tem relação direta com o contexto social no qual essas ideias foram produzidas: Aristóteles viviam na cidade-Estado ateniense do século IV a.C., no qual a participação política ativa do cidadão era uma realidade concreta, enquanto Locke viveu na monarquia parlamentar inglesa do século XVIII, na qual o poder estava controlado pela Monarquia e pelo Parlamento, no qual apenas representantes dos cidadãos tinham participação efetiva. Resposta da questão 31: [D] O texto de Vitrúvio identifica importantes atividades sociais, econômicas e políticas que ocorriam nos espaços domésticos romanos, distinguindo-os entre os diferentes grupos sociais e identificando como isto interferia na construção e organização das casas. Vitrúvio identifica que aqueles que ocupavam cargos públicos precisavam dispor de espaços similares àqueles dos espaços públicos, porque determinadas atividades políticas púbicas ocorriam em suas casas – o que é uma informação bastante reveladora sobre o funcionamento cotidiano das atividades do Estado Romano. Resposta da questão 31: [D] As propriedades escravistas romanas não utilizavam apenas trabalhadores escravos em suas produções. Especialmente em momentos de grande necessidade de força de trabalho, como na colheita, trabalhadores assalariados eram utilizados para aumentar a quantidade de trabalhadores na propriedade sem precisar comprar mais escravos, que ficariam sem uso para o senhor em outras épocas do ano. Esses trabalhadores livres eram recrutados, majoritariamente, entre os camponeses vizinhos. Resposta da questão 31: [E] Os textos apresentam um aspecto bastante importante da ideologia escravista: o medo constante de uma rebelião escrava. No texto de Cícero, o aliciamento de escravos de um senhor por seus rivais para testemunhar contra ele é visto como fonte de problemas por estimular o rompimento da lealdade de um escravo ao seu senhor – que se fosse seguido por todos os escravos, colocaria a própria existência da classe escravocrata em perigo. Por sua vez, Tácito nos informa sobre o discurso de Cássio, no qual o senador romano aponta para o mesmo tipo de perigo no caso de um relaxamento das punições a que os escravos estavam sujeitos. Comparando os dois textos, é possível perceber que a ideologia escravista romana identificava como necessária sua união contra o perigo da rebelião escrava e a manutenção de um tratamento severo dos seus escravos para evitar a rebelião destes. Resposta da questão 32: [E] Classes escravistas em distintas realidades históricas perceberam que, apesar de fundamental para a reprodução do sistema escravista, a simples coerção violenta extrema não é um instrumento eficaz de controle social – dado que estimula a resistência e rebelião sistemática dos escravos. Estas classes escravistas logo desenvolveram estratégias para, ao lado da coerção violenta, existirem outras estratégias de controle social, como a permissão para certas atividades autônomas por parte dos escravos – sejam estas produtivas ou religiosas.