2. Obra apresentada como exigência parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Artes Visuais à Banca Examinadora da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul, sob orientação da Profª. Drª. Carla de Cápua.
25. ei, patrão,
olha só quem
vem ali
o hippie da cidade não
quis ir embora, não
não dá pra
acreditar que
ele ainda está
de pé
e caminhando em
nossa direção
27. de certo
nossa língua
não entende
muito bem
sempre que
dissermos saia
é pra sair
mas se
quiser ficar...
pois bem!
28. a discussão é natural em
qualquer desentendimento
e tudo é só
questão de opinião
exatamente como eu estava lhe dizendo
maldito hippie sujo
quero que vá embora
saia já daqui!
29.
30. ei, patrão,
não sei mais
o que fazer...
quanto mais
eu bato nele...
...mais ainda
ri de mim
ta lá
desde ontem
pendurado
pelas mãos...
...e nem parece
achar ruim!
31. ei, seu hippie
imundo!
o que há
de errado
com você?
querendo esculhambar com
a tradição do nosso povo!
pega o
marcador de
gado lá pra
gente ver...
...se ele vai
aparecer aqui
de novo!
32.
33.
34. ei, patrão,
não sei como
lhe dizer, mas...
...eu vi mais
de quarenta
deles vindo
pelo rio...
...sei que lá
no alto da
estrada tinha
uns cem...
...ali no pasto,
mais de mil!
35. e o hippie se
levanta e diz:
agora é
minha vez!
quero que
vocês,
porcos,
ouçam
muito bem!
40. em pouco menos de uma hora
já estavam todos mortos...
... todos espalhados
pelo chão...
de tudo isso
resta o ódio
como herança...
... nada de
esperança...
... só mais uma história
e que não acaba aqui.