O documento discute a necessidade da Igreja e das escolas católicas saírem de si mesmas e se abrirem mais ao mundo, adotando uma postura missionária. Aponta cinco atitudes essenciais para isso: tomar a iniciativa, envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar. Também reflete sobre como a escola pode adaptar seus costumes, estruturas e métodos para se tornar um canal de evangelização mais efetivo.
2. Escola católica:
espaço original e complexo
• Instituição educacional:
reelabora o conhecimento,
produz e dissemina a cultura,
socializa as novas gerações,
vive e explicita valores.
• Espaço de evangelização: forma cristãos e
cidadãos.
• Negócio: presta serviços educacionais e garante
sua continuidade com eles.
• Filantrópica: não lucrativa. Realiza ações sociais.
3. O aluno/a para nós é simultaneamente:
• Educando
• Interlocutor da evangelização
• Cliente
• Cidadão planetário.
4. Papa Francisco publicou a Exortação
Apostólica
“A alegria do Evangelho”
Em latim: “Evangelii Gaudium”
(sigla EG).
Recolhe as contribuições do
Sínodo sobre a Nova
Evangelização e dá
orientações pastorais.
5. Papa Francisco não quer dar uma palavra definitiva
(EG 16), e sim
para a Igreja nos próximos anos (EG 1).
iluminar e abrir caminhos
6. • Francisco propõe algumas
uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e
dinamismo, com base no Concílio Vaticano II (EG 17)
Escolhe com relevante incidência
prática na missão atual da Igreja (EG 18):
diretrizes para encorajar e orientar
sete temas
7. 1. A reforma da Igreja em saída.
2. As tentações dos agentes pastorais.
3. A Igreja como Povo de Deus que
evangeliza.
4. A homilia e a sua preparação.
5. A inclusão social dos pobres.
6. A paz e o diálogo social.
7. Motivações para o compromisso
missionário (EG 17).
8. Sejam ousados e criativos para
repensar os objetivos, as estruturas,
o estilo e os métodos
evangelizadores das suas
comunidades.
Identificação dos fins, sem a busca
comunitária dos meios para os
alcançar, está condenada à
fantasia. Apliquem as orientações
deste documento, com
generosidade e coragem.
9. Abordaremos tópicos do capítulo 1º, que
apresenta a necessidade da Igreja sair de si e
abrir-se ao mundo, em espírito missionário.
E faremos uma releitura dirigida à Escola Católica.
11. Fundamento bíblico da Igreja em saída
O dinamismo de saída, que Deus
provoca em nós.
Abraão aceitou a chamada para
partir rumo à nova terra (Gn 12, 1-
3).
Moisés ouviu o apelo: Vai, Eu te
envio, e fez sair o povo para a terra
prometida (Ex 3, 10.17).
A Jeremias, Deus disse: Irás aonde
Eu te enviar (Jr 1, 7).
12. Todos somos convidados a aceitar a chamada:
sair da comodidade e alcançar todas as
periferias que precisam da luz do Evangelho(EG 20)
13. A semente lançada à terra cresce por si mesma,
inclusive quando o agricultor dorme (Mc 4, 26-29).
Devemos aceitar esta liberdade incontrolável da
Palavra, eficaz sob formas que nos escapam,
superando as previsões e quebrando os esquemas (EG
22).
14. A intimidade com Jesus é itinerante. E a
comunhão, missionária.
A Igreja deve sair para anunciar o Evangelho a
todos em todas as ocasiões. A alegria do
Evangelho é para todo o povo, não se pode
excluir ninguém (EG 23)
15.
16. FUXICO
Me disseram que o amor tem duas caras
Uma é bela e não separa. A outra é solta em multidão.
Me contaram que o amor tem dois sentidos
Um é herói, outro é bandido.
Quando um diz sim, outro diz não.
Ele é sabiá cantando numa laranjeira em flor.
Ele é pedra de bodoque. Bate e vai deixando a dor.
Me falaram que o amor são passarinhos
Um que mora em vários ninhos. Outro morre em solidão.
Me avisaram que o amor tem duas asas
Uma vem sempre pra casa. A outra vai sem direção.
PARA CANTAR E REFLETIR
17. FUXICO
Ele é sabiá cantando numa laranjeira em flor.
Ele é pedra de bodoque. Bate e vai deixando a dor
O amor.... Eu soube que tem dois lumes
Feito uma faca de dois gumes
Um liberta, outro é prisão.
Porque o amor sempre ajeita um jeito diferente
De chegar bem juntinho da gente
E de ficar contando ao coração?
18. A Igreja em saída é a comunidade de
discípulos missionários que apresenta
cinco atitudes básicas (EG 24):
Tomar a iniciativa
Envolver-se
Acompanhar
Frutificar
Festejar.
19. (1) Ir na frente: a
comunidade experimenta
que o Senhor tomou a
iniciativa, precedeu-a no
amor (1 Jo 4, 10).
Por isso, ela vai à frente,
vai ao encontro, procura
os afastados e chega às
encruzilhadas dos
caminhos para convidar
os que estão à margem.
20. (2) Envolver-se: com obras e gestos, os
evangelizadores entram na vida diária dos outros,
encurtam as distâncias, abaixam-se e assumem a
vida humana, tocando a carne sofredora de
Cristo no povo. Contraem assim o “cheiro de
ovelha”, e estas escutam a sua voz.
21. (3) Acompanhar: a comunidade acompanha a
humanidade nos seus processos, por mais
duros e demorados que sejam. Conhece e
suporta as longas esperas. A evangelização
exige paciência, e evita deter-se nas limitações.
22. (4) Frutificar: o
missionário/a mantém-se
atento aos frutos, porque o
Senhor a quer fecunda.
Cuida do trigo e não perde a
paz por causa do joio.
Encontra o modo para que a
Palavra se encarne na
situação concreta e dê
frutos de vida nova, apesar
de imperfeitos.
23. (5) Festejar: os evangelizadores, cheios de
alegria, sabem festejar: celebram cada pequena
vitória, cada passo dado.
E se alimentam da liturgia.
24. Educadores/as
• Saem na frente: inovação pedagógica e pastoral.
• Envolvem-se: escutam, procuram compreender,
colocam-se ao lado.
• Acompanham processos e não somente rotinas.
• Frutificam.
• Festejam.
25. As atitudes dos discípulos
missionários de Jesus:
- Ousar
- Envolver-se
- Acompanhar
- Frutificar
- Festejar.
• Qual delas você e sua escola cultivam com mais
intensidade? Qual delas vocês devem desenvolver?
PARA REFLETIR
26. Que todas as comunidades se esforcem, com os
meios necessários, para avançar na conversão
pastoral e missionária, que não pode deixar as
coisas como estão. Não basta uma simples
administração. E sim, estar em estado permanente
de missão.
27. Sonho com uma opção
missionária capaz de
transformar tudo, para que os
costumes, os estilos, os
horários, a linguagem e toda a
estrutura eclesial se tornem
um canal destinado mais à
evangelização do mundo atual
do que a auto-preservação (EG 27)
28. A reforma das estruturas visa fazer que a
ação pastoral seja mais comunicativa e
aberta, que coloque os agentes em atitude
constante de saída (EG 27).
29. Que aspectos devem
mudar na escola (os
costumes, os estilos, os
horários, a linguagem, a
estrutura) para torná-la um
canal mais destinado à
educação e à
evangelização do que à
Simples continuidade?
PARA REFLETIR
31. Alguns apelos e oportunidades
• A solidariedade com os
pobres.
• Crescente protagonismo
dos alunos/as e dos
educadores/as.
• Consciência ecológica.
• Infância/adolescência e
consumo.
• Empenho nas relações
humanas em todos os níveis.
34. Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas com que pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.
Rubem Alves
35. Fonte: Exortação Apostólica “Alegria do Evangelho”, do
Papa Francisco.
Imagens: bordados de Matizes Dumont
Disponível em: afonsomurad.blogspot.com
murad4@hotmail.com