O documento discute fatores determinantes da prevalência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em profissionais do sexo de um município no Piauí. O estudo analisou a presença de DSTs nestas mulheres através de questionários e exames, revelando percentuais baixos de doenças. No entanto, a diversidade de parceiros sexuais e falta de uso de preservativos indicam risco contínuo de infecção. O trabalho contribuiu para o diagnóstico e tratamento de DSTs nesta popula
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Profissionais do sexo dados epidemiologicos
1. PROFISSIONAIS DO SEXO NO CONTEXTO DAS DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA ANÁLISES
EPIDEMIOLÓGICAS
i
PRUDÊNCIO, Fabrícia Araújo
GALVÃO, Maria do Socorro Leite
LIMA, Rosineide
ii
ii
RESUMO
O objetivo deste estudo é discutir e analisar os fatores determinantes da prevalência das
DST ‘s nas Profissionais do Sexo de um município Piauiense, as quais constituíram os
sujeitos da nossa pesquisa, considerando que estão inclusas em uma população que traduz
situações conflituosas, portanto necessitando de atenção específica e diferenciada, em
virtude de preconceitos, discriminação e da existência de vários estigmas. Optamos em
realizar um estudo quantitativo desenvolvido no período de outubro/2003 a junho/2004. A
nossa produção de dados foi fundamenta pela aplicação de um questionário e pela
realização dos exames sorológicos para as hepatites B e C, VDRL e HIV, assim como a
Citologia Oncótica, após livre consentimento de cada uma das mulheres. As análises nos
revelaram que existe a presença das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's) em
percentuais numericamente insignificativo, o que não significa que tais achados sejam
irrelevantes, em função da constatação da diversidade de clientes e não utilização de
preservativos com parceiros que consideravam confiáveis. Podemos ressaltar que o estudo
resultou em benefícios para tal população, propiciando a descoberta de DST’s, facilitando
o acesso ao sistema formal de saúde e conseqüente inclusão no Programa de Controle de
DST's.
PALAVRAS CHAVE: Profissionais do Sexo; Doenças Sexualmente Transmissíveis;
Controle
ABSTRACT
SEX PROFESSIONALS INTO THE SEXUAL DISEASE TRANSMITION CONTEXT:
A CONTRIBUITION FOR EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS.
The purpose of this study is to discuss and analyze the determinant factors of sexual
diseases transmition (DST) predominance in sex professionals from a Piauiense district,
whom were the subject of our research, taking into consideration that they are included in a
population that means a strife situation, for this reason they need a specific and special
attention because of the prejudice, discrimination and also for so many social stigma. We
decided to make a quantitative study developed from octuber/2003 to june/2004. Our data
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2. production has been based on applying of questions and making the serums examination
for B and C hepatitis, VDRL and HIV as well as Papanicolau exam after free allowance of
all women. The analysis showed us that there is a big amount of the sexual disease
transmition (DST’s) in a very insignificant perceptual. It doesn’t mean that the findings are
irrelevants, because they have different partners and not to wear preservative with those
ones they considered trust worth. We could stared out that such study brought some
benefits for this population, making there find out the diseases (DST’s) previously and
make it easy to access the formal system of health and consequent inclusion into the DST’s
control program.
KEYWORDS: Sex Profissionals; Sexual Disease Transmition; Control.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No mundo atual, ainda existe uma parte significativa da população que tem
tabu, ao falar em sexualidade. Tal assunto que vem sendo discutido há muitas décadas,
ainda gera grandes discussões nas instituições, escola e família.
Segundo VITIELLO (1997) o agente ideal para realizar a educação sexual é a
família, no entanto esta responsabilidade é transferida aos professores, que geralmente se
restringe a falar da fisiologia da reprodução humana, tendo em vista o despreparo dos
mesmos em relação à educação sexual. Visto que estes não receberam qualquer apoio ou
orientação relacionada à sexualidade.
Ao abordarmos a temática de DST`s, percebemos a relação existente entre esta
e a sexualidade.A sexualidade uma vez não abordada e discutida pode torna-se um dos
fatores agravantes da alta taxa de incidência de DST`s.
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) são um grupo de doenças
transmitidas pelo contato sexual. Elas são atualmente o grupo mais freqüente de doenças
infecciosas notificáveis na maioria dos países e figuram entre as cinco maiores causas de
perda de vida produtiva saudável. Em países em desenvolvimento, representam a segunda
maior causa de morbidade entre mulheres de 15 a 45 anos.
Após a 2ª Guerra Mundial, as DST’s tiveram sua incidência reduzida com o
surgimento das penicilinas, esquecendo-se os fatores sócio-econômicos da época.
Entretanto, em meados dos anos 50, as doenças voltaram, assumindo características
epidêmicas no início dos anos 60. Inúmeros fatores, próximos e longínquos, contribuíram
para uma revolução sexual, envolvendo libertação pessoal, contestação política e
consumismo. Progressivamente observou-se o aumento do número de indivíduos do grupo
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3. 14-19 anos, de ambos os sexos, que não só iniciaram mais precocemente a vida sexual,
como com freqüência crescente variam de parceiros. O homossexualismo emerge,
caracterizando até grupos sociais. Os anos 70 foram descritos então pela “liberdade
sexual”.
A revolução sexual (anos 60), trouxe maior participação da mulher no mercado
de trabalho, levou à independência econômica, casamento em idades mais tardias, aumento
no número de divórcios, maior freqüência nos relacionamentos extraconjugais e 2
relacionamentos sexuais mais precoces entre os adolescentes, todos esses fatores
contribuíram para uma maior disseminação das DST’s. HALBE (1998).
Nos anos 80 os jovens viviam um momento de transição entre antigos
preconceitos e tabus e as novas normas instituídas. Entretanto, com o advento da Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) reacendeu em toda a sociedade a importância de se
educar sexualmente.
A Organização Mundial de Saúde considera hoje, as DST’s um problema de
saúde pública que atinge o mundo inteiro. Pois facilitam a transmissão do HIV, tendo,
portanto uma parcela de contribuição pela atual dimensão da epidemia de AIDS. BRASIL
(1999).
Entre os fatores determinantes das DST’s estão a desigualdade de gênero; a
pobreza, que promove a prostituição (como forma de sobrevivência); e a precariedade dos
serviços de saúde. Que retardam a procura de tratamento, promovendo significativo
impacto na disseminação da doença.DALLABETA et. all (1997).
Historicamente coube às mulheres prostitutas a responsabilidade pela
transmissão das DST’s. Com o início da Epidemia da AIDS, recai sobre elas a culpa pela
disseminação das doenças nos grupos heterossexuais. CAVALCANTE (2003).
No mundo estima-se a ocorrência de 300 milhões de casos novos de DST por
ano. Este grande número de casos justifica a real necessidade de seu controle, expressa
através dos seguintes dados: estão entre os principais elementos facilitadores da
transmissão do HIV; algumas possuem alta morbidade e podem levar o portador a óbito;
em algumas ocorre a transmissão materno-fetal, com alta morbimortalidade neonatal;
possui alto impacto psicológico sobre seus portadores, carregado de estigmatização e
preconceito; e perda do ponto de vista econômico. SAITO (2001).
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4. A partir da portaria 678 de 14/05/91 o Ministério da Saúde firmou
em caráter oficial e legal um compromisso de prever a prevenção
das DST na melhoria da qualidade de vida do indivíduo e da
coletividade. BRASIL (1999: 1)
O nosso interesse em realizar este estudo deu-se devido à área de abrangência
do nosso trabalho como enfermeiras do PSF, possuir zonas de prostituição, a qual é
freqüentada por cerca de 33 mulheres, desde adolescentes até senhoras de meia idade.
Tal ambiente possui uma clientela variada desde caminhoneiros, representantes
comerciais, senhores casados e jovens. 3
Algumas destas mulheres deslocam-se para outros municípios em época de
festejo para exercerem suas atividades. Desta maneira, tanto as profissionais do sexo como
a clientela e as mulheres cujos seus parceiros freqüentam os prostíbulos, estão sujeitos ao
risco de contraírem algum tipo de DST. Outro grupo populacional que é importante
citarmos são os filhos gerados em conseqüência do descuido na hora de exercerem a
profissão.
Diante disso, o estudo torna-se um instrumento para subsidiar um plano de
intervenção frente aos fatores agravantes da disseminação das DST’s na cidade de Castelo
do Piauí. 4
REVISÃO DA LITERATURA
As DST’s acompanham a historia da humanidade. Durante a evolução da espécie
humana, as DST’s vêm acometendo pessoas de todas as classes, sexo e religiões.
Na Grécia, na era clássica, a sociedade patriarcal exercia total poder sobre as
mulheres, as tornavam sua propriedade sexual e mercadoria. O pai podia vender sua filha
como escrava ou prostituta, se perdesse a virgindade, mesmo que fosse constatado o
estupro. O mesmo acontecia com sua esposa, se cometesse adultério. VITIELO (1999).
Após a segunda Guerra Mundial, as doenças venéreas foram dadas como vencidas,
devido à descoberta e uso da penicilina. Mas em meados dos anos 50 e inicio dos anos 60
as características pessoais começaram a mudar devido à revolução sexual, aumentando
assim a transmissão das DST’s, como conseqüências as relações sexuais passaram a ser
precoce, o homossexualismo emergiu como grupo social, a virgindade passou a ser
desvalorizada e as mulheres passaram a ser o transmissor mais importante, secundados
pelos homossexuais, deslocando a prostituição para o terceiro lugar. BELDA JR (1999).
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5. Embora as mulheres tenham tido inúmeras conquistas na sociedade, ainda pesa
sobre elas os padrões sociais que as colocam em situação de submissão do homem como a
vergonha, a humilhação, a possibilidade de abandono e suspeita de infidelidade sobre os
eventuais danos ao organismo, tornado-as o principal grupo atingido.
A denominação de doenças sexualmente transmissíveis, veio para substituir a
estigmatização gerada pelo termo “Doença Venérea“, um problema antigo que permanece
recente e crescente devido a sua transmissão durante a atividade sexual. BELDA JR
(1999).
Segundo consultores da Oficina Sanitária Pan-Americana, em 1993, consideram
que:
As doenças de transmissão sexual (DST) são grupos de doenças
endêmicas, de múltipla expressão, que inclui as doenças venéreas
clássicas (sífilis, gonorréia, linfogranuloma venéreo, cancro mole e
donovanose) e um número crescente de síndromes e entidades
clinica (uretrites não gonocócicas, herpes genital, vaginites, etc),
que tem como traço comum de importância epidemiológica a
transmissão durante a atividade sexual. BELDA JR (1999: 5).
5
As DST’s segundo o Ministério da Saúde são classificadas da seguinte forma:
1. Corrimento uretral
2. Corrimentos vaginais
3. Ulceras genitais
4. Dor pélvica
5. Infecção pelo papilomavirus humano (HPV)
6. Hepatites virais
7. Infecção pelo HIV
8. Infecção pelo vírus T-Linfotropico Humano (HTLV)
9. Infecção pelo citomegalovirus (CMV)
10. Infecção pelo vírus do molusculo contagioso
11. Ectoparasitoses
1. CORRIMENTO URETRAL
As síndromes do corrimento uretral são classificadas em uretrite gonocócica e
uretrite não gonocócica.
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6. 1.1 Uretrite Gonocócica
Na uretrite gonocócica o processo infeccioso da uretra é causado pela Neisseria
gonorrhoeae, sua incidência é maior em jovens entre 15 e 30 anos, sexualmente ativos e sem
parceiros fixos. Se período de incubação é curto, variando de 2 a 5 dias. BRASIL (1999).
A transmissão também pode ocorrer sem penetração vaginal,
através de sexo oral ou de exposição a secreções de pacientes
contaminados. BELDA JR. (1999: 54).
O sintoma mais precoce da uretrite gonocócica é a sensação de prurido na fossa
navicular, estendendo para toda uretra. Após 1 a 3 dias o cliente queixa-se de disúria,
seguida de corrimento inicialmente mucóide, tornado-se depois abundante e purulento,
algumas pessoas podem apresentar febre BRASIL ( 1999)
1.2 Uretrites Não Gonocócicas (UNG)
Vários agentes etiológicos podem ser responsáveis por as UNG, os principais
são: Chlamydia trachomaties, Ureoplasma urealiticun, Micoplasma homines, Trichomonas 6
vaginalis, dentre outros. A UNG caracteriza-se pela presença de corrimento mucóide
discreto, disúria leve e intermitente. BRASIL (1999).
O período de incubação geralmente é de 1 a 5 semanas mas pode ser maior.
Acomete mais jovem heterossexual de nível sócio-econômico mais elevados e com menor
número de parceiros. BELDA JR (1999).
2. CORRIMENTOS VAGINAIS
As síndromes do corrimento vaginal são classificadas em vulvovaginites, vaginose
bacteriana, candidiase vulvovaginal, tricomoníase genital e cervicite mucopurulenta.
2.1 Vulvovaginites
As vulvovaginites são todas as manifestações inflamatórias e/ou infecciosa do
trato genital feminino inferior, ou seja, vulva vagina e epitélio escamoso do colo uterino
(ectocervice). Elas manifestam-se por meio de corrimento vaginal de características bastante
variadas. O corrimento pode se apresentar associado a um ou mais dos seguintes sintomas:
prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar e sensação de desconforto pélvico.BRASIL
(1999).
2.2 Vaginose bacteriana
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7. Caracteriza-se por um desequilíbrio da flora vaginal normal, onde ocorre
diminuição ou ausência dos lactobacilos de Dorderlein e aumento exagerado de bactérias
em especial as Gardnerella vaginalis, Bacteróide sp, Mobiluncus sp, Micoplasmas e
Peptoestreptococos. O corrimento vaginal apresenta odor fétido mais acentuado depois do
coito e no período menstrual, sua cor é acinzentada de aspecto cremoso, às vezes bolhoso e
as mulheres às vezes queixam-se de dispaurenia. BRASIL (1999).
2.3 Candidíase vulvovaginal
É uma infecção da vulva ou vagina causada por um fungo comensal que habita
mucosa vaginal e a mucosa digestiva. Os mais comuns são a Cândida albicans, mas outras
espécies não albicans, são raramente encontradas. BRASIL (1999).
Hoje em dia a relação sexual já não é considerada a principal forma de
transmissão da candidíase, visto que esses organismos podem fazer parte da flora endógena
em ate 50% das mulheres assintomáticas. Alguns fatores predispõem o aparecimento da
candidíase, entre eles: a gravidez, diabetes melitos descompensado, obesidade, uso de
anticoncepcionais orais de altas dosagens, uso de antibióticos, corticóides ou 7
imunossupressores, hábitos de higiene e vestuário inadequados, contatos com substancias
alegenas e/ou irritantes e alterações na resposta imunológica. BRASIL (1999).
2.4 Tricomoníase genital
É uma infecção causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário flagelado), que
tem como reservatório a cérvice uterina, a vagina e a uretra. È transmitida por relação
sexual, o corrimento é abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso, com mau
cheiro, a cliente refere prurido e/ou irritação vulvar, às vezes dor pélvica, disúria,
polaciúria, as mucosas ficam hiperemeadas e o teste de Schiller dá positivo e mais da
metade das mulheres portadoras são assintomáticas. BRASIL (1999).
2.5 Cervicite Mucopurulenta
As cervicites ou endocervicites é a inflamação da mucosa endocervical, podendo
ser classificada em gonocócicas ou não gonocócicas de acordo com seu agente etiológico.
Os mais comuns são: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis e Trichomonas
vaginalis. Alguns sintomas genitais leves como corrimento vaginal, dispaurenia ou disúria,
podem ocorrer na presença de cervicite muco purulento, mas na maioria das vezes a
mulher portadora da cervicite é assintomática, o que dificulta o diagnóstico e serias
complicações futuras. BRASIL (1999).
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8. 3. ULCERAS GENITAIS
As DST’s consideradas na classificação das ulceras genitais são: sífilis, cancro
mole, herpes genital, linfogranuloma venérea e donovanose.
3.1Sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa crônica de transmissão sexual e
eventualmente transplacentaria, produzida pelo Treponema
pallidum. Caracteriza-se por apresentar longos períodos de
silencio clinico e pela capacidade de atingir múltiplos sistemas
orgânicos BELDA JR (1999: 9).
A sífilis é classificada em: sífilis adquirida recente (com menos de um ano de
evolução): primária, secundaria e latente recente; sífilis adquirida tardia (com mais de um
ano de evolução): latente tardia e terciária; sífilis congênita recente (casos diagnosticados
até o segundo ano de vida); sífilis congênita tardia (casos diagnosticados após o segundo
ano de vida). BRASIL (1999). 8
3.1.1 Sífilis primária ou cancro duro
Caracteriza-se por uma lesão rosada ou ulcerada, geralmente única, pouco
dolorosa, com base endurecida, fundo liso, brilhante e secreção serosa escassa. Aparece
entre 10 e 90 dias após o contato sexual infectante. BRASIL (1999).
3.1.2 Sífilis secundaria
Caracteriza-se pela presença de lesões cutâneo-mucosas, não ulceradas após
6 a 8 semanas do aparecimento da sífilis primária. Ocasionalmente há artralgias, febrícula,
cefaléia e adinamia. BRASIL (1999).
3.1.3 Sífilis latente (recente e tardia)
É a sífilis que não apresenta sinais nem sintomas e seu diagnóstico é feito
por meio de testes sorológico. BRASIL ( 1999).
3.1.4 Sífilis terciária
Os sinais e sintomas geralmente ocorrem de 3 a 12 anos de infecção
aparecendo lesões cutâneo-mucosas, neurológicas, cardiovasculares e articulares. BRASIL
(1999).
3.1.5 Sífilis congênita
É a sífilis cuja infecção dissemina-se hematogenicamente da gestante infectada para
seu concepto, em qualquer fase gestacional onde ocorre morte perinatal em 40% das
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9. crianças infectadas. Na sífilis congênita precoce os sinais e sintomas surgem até o segundo
ano de vida e na sífilis congênita tardia os sinais e sintomas surgem a partir dos dois anos
de vida.BRASIL (1999).
3.1 Cancro mole
O cancro mole é uma doença sexualmente transmissível, de evolução aguda,
produzida por um bacilo Haemophilus ducreyi. Clinicamente apresenta ulcerações
dolorosas, variadas, agudas, de bordas irregulares envoltas por halo eritematoso vivo,
localizada em região genital, anal e anogenital. BELDA JR (1999).
O período de incubação é geralmente de 3 a 5 dias, podendo se estender por até
duas semanas. È mais freqüente no sexo masculino pelas características anatômicas da
drenagem linfática. BRASIL (1999).
3.2 Herpes genital
9
È uma virose transmitida predominantemente pelo contato sexual
(inclusive oro-genital), com período de incubação de 3 a 14 dias, no
caso de primo-infecção sintomática; A transmissão pode se dar,
também pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados.
Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em
poucos dias, transformam-se em pequenas ulceras. BRASIL (1999:
57).
O agente etiológico pertence à família Herpes viridae que é composta por mais
de 120 diferentes representantes, sendo oito de seres humanos: herpes simples, tipo 1 e 2
(HSV-1 e HSV-2); Varicela Zoster (VZV); Epstein-barr (EDV); Citomegalovirus (CMV);
Herpesvirus hominis tipo 6, 7, 8 (HVH-6, HVH-7 e HVH-8). BELDA JR (1999).
3.3 Linfogranuloma Venéreo (LGV)
È uma doença infecciosa de transmissão exclusivamente sexual, caracterizada pela
presença de bubão inguinal, com período de incubação entre 3 e 30 dias. Sua evolução
ocorre em três fases: lesão de inoculação, disseminação linfática regional e seqüelas. Tem
como agente etiológico a Chlamydia trachomatis-sorotipos L1, L2 e L3. BRASIL (1999).
O LGV possui varias sinonímias entre elas: mula, doença de
Nicholas-Favre, doença de Frei, linfadenopatia venérea, bulbão
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10. climático, bulbão tropical, poroadenite, alem de quarta, quinta e
sexta doença venérea. BELDA JR. (1999:77).
3.4 Donovanose
È uma doença de evolução progressiva e crônica de localização genital, podendo
ocasionar lesões granulomatosas e destrutivas. È conhecida com vários nomes entre eles:
granuloma venéreo, granuloma tropical, ulcera serpiginosa, ulcera venérea crônica.
BELDA JR (1999).
O agente etiológico causador da donovanose é o Calymmato bacterium
granulomatis, seu período de incubação é de 30 dias a 6 meses, tem baixa contagiosidade.
BRASIL (1999).
4. DOR PÉLVICA
4.1 Dor pélvica
A dor pélvica é classicamente dividida em: aguda e crônica. A aguda tem inicio
súbita e geralmente é intensa o suficiente para que a paciente procure cuidados imediatos. 10
A dor pélvica é dita crônica quando tem pelo menos 6 meses de duração. Pode ser causada
por motivos ginecológicos (aborto, gravidez, doença inflamatória pélvica, entre outras) e as
não ginecológicas (infecção urinária, apendicite, verminose, entre outras).BRASIL (1999).
4.2 Doença inflamatória pélvica (DIP)
Conceitua-se como uma síndrome infecciosa do trato genital
feminino, causada por infecção ascendente de microorganismos da
vagina e endocervice ou endométrio, tubas uterinas e órgãos
pélvicos adjacentes, excluídas as infecções relacionadas à
gravidez, manipulação cirúrgica ou propedêutica do aparelho
reprodutor. BELDA JR (1999:157).
Segundo BRASIL (1999) os agentes etiológicos mais comuns são: a Neisseria
gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis.
5. INFECÇÃO PELO PAPILOMAVIRUS HUMANO (HPV)
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11. Segundo BRASIL (1999), o HPV é um vírus causador de uma doença infecciosa,
cuja transmissão dá-se freqüentemente por via sexual e também é conhecido como crista
de galo, verruga genital e condiloma acuminado.
Os HPV’s infectam a pele e a membrana das mucosas e podem induzir a formação
de tumores epiteliais benignos e malignos. A infecção por tais vírus é um importante fator
de risco para o câncer cervical. GROS (1999).
São conhecidos 70 tipos diferentes de HPV, dos quais 20 podem infectar o trato
genital, a maioria das infecções são assintomáticas ou inaparentes. Podem apresentar-se
clinicamente sob a forma de lesões exofiticas, ou pode se permanecer latente por vários
anos. Dependendo do tamanho e localização anatômica os condilomas podem ser
dolorosos, friáveis e/ou pruriginosos. BRASIL (1999).
6. HEPATITES VIRAIS
A hepatite viral é uma infecção causada pelos vírus A, B, C, D, E
e G, sendo responsável por 70% de todas as hepatites. As hepatites
B e C constituem na atualidade um dos maiores problemas de
saúde pública da população mundial afetando 5 a 10% da 11
população. Estima-se que no Brasil existam pelo menos três
milhões de pessoas cronicamente infectadas pelo vírus B e C.
BELDA JR (1999: 185)
6.1 Hepatite B
A hepatite B caracteriza-se por uma inflamação do fígado causada por o vírus
da hepatite B (HBV) da família Heptnaviridae e seu material genético é
constituído por DNA. As principais vias de transmissão são: parenteral, sexual
e vertical, o período de incubação da hepatite B aguda situa-se entre 45 e 180
dias. BRASIL (1999).
6.2 Hepatite C
È causada pelo vírus da hepatite C (HCV), pode ser transmitida sexualmente
em locais com alto grau de promiscuidade e em pessoas com múltiplos parceiros. BELDA
JR (1999).
7. INFECÇÃO PELO HIV
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12. Segundo BRASIL (1999), o HIV é conhecido como o vírus da imunodeficiência
humana o qual é o agente etiológico da AIDS. Foi identificado pela primeira vez no
Brasil em 1982, é um retrovirus com genoma RNA, da família Lentiviridae, é bastante
labil e no meio externo sendo inativado facilmente por agentes físicos (calor) e químicos
(hipoclorito de sódio, glutaraldeído).
O HIV é transmitido de várias formas entre elas, a transmissão sexual
(homossexual, heterossexual e bissexual); por via parenteral ou exposição de mucosas a
sangue/hemoderivados instrumentos e tecidos contaminados pelo vírus; e por vias
transpalacentaria ou através da amamentação, chamada assim de transmissão vertical
BELDA JR (1999).
8. INFECÇÃO PELO VÍRUS T-LINFOTROPICO HUMANO (HTLV)
O HTLV pertence à família dos retrovirus, onde infecta os linfócitos T, causando
uma série de doenças entre elas, a leucemia das células T do adulto, a paraparesia espástica
tropical (PET) ou mielopatia associada ao HTLV-1. Sua transmissão é da mesma forma do
HIV e tem altas prevalências em usuários de drogas injetáveis e receptores de sangue ou
hemoderivados. BRASIL (1999).
12
9. INFECÇÃO PELO CITOMEGALOVIRUS (CMV)
Segundo BRASIL (1999), o CMV pertence à família do herpesvirus, raramente
causa problemas sérios, exceto em gestantes e imunodeprimidos. É transmitido através da
saliva (beijo), urina, sêmen, secreções vaginais, podendo ser transmitido nas relações
sexuais e vias transplacentárias. Normalmente em adultos saudáveis o CMV não apresenta
nenhum sintoma ou sinal e quando apresentam pode se manifestar através de: enfartamento
ganglionar, febre, mal estar, cansaço, volume do fígado e/ou baço aumentado e em
gestantes, o feto pode nascer com retardamento mental, cegueira, surdez, paralisia cerebral
e epilepsia.
10. INFECÇÃO PELO vírus DO MOLUSCULO CONTAGIOSO
Doença causada por um Poxvírus que produz múltiplas papilas na pele que variam
do rosa nacorado ao branco com uma depressão central. Seu período de incubação é de 3
semanas a 3 meses após a exposição, pode ser transmitido pelo contato direto por pessoas
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13. infectadas, por meio de fômites e por transmissão sexual, em adultos é mais comum na
área genital e em crianças em área extra genital. BRASIL (1999).
11. ECTOPARASITOSES
11.1 Escabiose
A escabiose ou sarna é causada pelo acaro Sarcoptes scabiei. È uma infecção
contagiosa podendo eventualmente ser considerada DST. Acomete indivíduos de qualquer
faixa etária, sexo ou raça.O período de incubação varia de poucos dias a 1 mês. As lesões
têm inicio insidioso, após contato com uma pessoa doente, apresentando papulas e nódulos
eritematosos, acompanhados de prurido, principalmente noturno.Preferem as regiões das
mãos, axilas, mamas nas mulheres, região abdominal, nádegas, pés e genitais. BELDA,JR.
(1999)
11.2 Pediculose do púbis
È uma doença localizada em pêlos pubianos, causada por um artrópode,
Phtirius púbis. Afeta mais adultos jovens de ambos os sexos, sua transmissão se da por
contato físico, principalmente nas relações sexuais, por fômides, tais como vestuário,
roupas de camas e toalhas, por precárias condições de higiene e locais que abrigam grande 13
quantidade de pessoas. Seu sintoma principal é o prurido de intensidade variada. BELDA
JR (1999)
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14. 14
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
• Discutir e analisar os fatores determinantes da prevalência das DST’s
nas Profissionais do Sexo de um município piauiense.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
• Verificar quais as DST’s de maior freqüência nas Profissionais do
Sexo de um município piauiense;
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15. • Identificar os fatores determinantes da prevalência das DST’s nas
profissionais do sexo.
15
METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado na zona urbana da cidade de Castelo do Piauí.
Município que faz parte da 5ª Gerência Regional de Saúde (Campo Maior); localizando-se
a 180 Km de Teresina. Limita-se ao Norte com Juazeiro do Piauí e Sigefredo Pacheco; ao
Sul com São Miguel do Tapuio; ao Leste com Buriti dos Montes; a Oeste com Novo Santo
Antônio e São João da Serra. Possui uma população de 18.256 habitantes (IBGE, 2000).
O Posto Municipal de Saúde, localizado na sede do município, é a unidade de
referência de 3 (três) Equipes de Saúde da Família, que prestam assistência a 100% da
população urbana.
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16. O estudo versa de uma pesquisa quantitativa sobre “As profissionais do sexo no
contexto das doenças sexualmente transmissíveis”, no período de novembro de 2003 a
março de 2004.Os sujeitos do estudo foram 24 mulheres, entre o total de 33 em atividade
na profissão, sendo que 04 estavam viajando e 05 recusaram-se a participar da pesquisa. O
estudo foi submetido à Comissão de Ética da Universidade Federal do Piauí.
Utilizarmos como instrumento de coleta de dados um questionário que foi
preenchido em local devidamente escolhido pela própria depoente e através de resultados
dos exames.
A nossa amostra se constitui de mulheres que assumem o perfil de profissionais
do sexo por não manterem parceiros sexuais fixos e serem financeiramente dependentes
desta prática.
Os dados foram coletados de forma individual, em local reservado, após
assinatura do termo de livre consentimento. Logo em seguida, solicitamos os exames de
Papanicolau, VDRL, Hepatite B, Hepatite C e sorologia para HIV. Para realização destes 16
exames, contamos com a parceria do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa
Alvarenga ( LACEN-PI), localizado na cidade de Teresina – PI.
Após levantamento dos dados realizado pelas próprias autoras, os mesmos foram
dispostos, de acordo com as normas da ABNT, em tabelas e gráficos e devidamente
analisados.
17
RESULTADOS
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17. GRÁFICO 01: Distribuição das Profissionais do sexo,
segundo faixa etária, Castelo do
Piauí, 2004
%
50,00% 41,7 %
45,00%
40,00% 33,3 %
35,00%
30,00%
25,00% 16,7 %
20,00% 8,3%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
<20 anos 20 a < 30 30 a < 40 40 a < 50
anos anos anos
faixa etária
Fonte: Direta
GRÁFICO 02: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo
escolaridade, Castelo do
Piaui, 2004
%
90,0% 79,2%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0% 12,5%
8,3%
10,0% 0,0% 0,0% 0,0%
0,0%
to
eta
leto
to
leto
r
rio
ple
ple
ab
pe
mp
mp
om
om
su
alf
co
co
an
d.c
nc
d.in
dio
ioi
un
un
me
ed
s.f
s.f
sm
en
s.
en
en
en
escolaridade
Fonte: Direta 18
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18. GRÁFICO 03: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo
história pregressa do estado civil, Castelo do Piauí, 2004
%
50,0% 45,8%
45,0%
40,0%
35,0% 29,2%
30,0%
25,0% 16,7%
20,0%
15,0% 8,3%
10,0%
5,0% 0,0%
0,0%
solteira casada união separada divorciada
estável
estado civil
Fonte: Direta
GRÁFICO 04: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo
menarca, Castelo do Piauí, 2004
%
80,0%
66,7%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0% 25%
20,0%
8,3%
10,0%
0,0%
>12 anos 12>15 anos 15>18 anos
menarca
Fonte: Direta
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19. 19
TABELA 01: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo número de gestações e
realizações de abortos, Castelo do Piauí, 2004.
Nº aborto
Nº 0 01 03 06 07 TOTAL
Gestações
0 01 - - - - 01
1 01 - - - - 01
2 02 - - - - 02
3 04 02 - - - 06
4 02 02 - - - 04
5 01 - 01 - - 02
6 02 01 - - - 03
8 - - - 01 - 01
9 - 01 - - 01 02
12 01 - - - - 01
17 - - 01 - - 01
TOTAL 14 06 02 01 01 24
Fonte: Direta
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20. 20
GRÁFICO 05: Distribuição das profissionais do sexo, segundo
início da atividade sexual, Castelo do Piauí, 2004
% 37,5%
40
35
30 25% 25%
25
20
15 8,3% 4,2%
10
5
0
12 anos 13 a 14 15 a 16 17 a 18 19 a 20
anos anos anos anos
Inicio ativ.
sexual
Fonte: Direta
GRÁFICO 06: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo a
idade que iniciou a profissão, Castelo do Piauí, 2004
%
70,0% 62,4%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0% 25,0%
20,0%
10,0% 4,2% 4,2% 4,2%
0,0%
0,0%
12 13 a 14 15 a 16 17 a 18 acima de 18 não lembra
Idade do inicio da profissão
Fonte: Direta
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21. 21
GRÁFICO 07: Distribuição das profissionais do sexo,
segundo motivo do início da profissão, Castelo do
% Piauí, 2004.
70 62,5%
60
50
40
30 16,8%
20 4,1% 4,1% 8,4% 4,1%
10
0
desestrutur
prazer
das amigas
aventura
curiosidade
e financeira
necessidad
influencia
a familiar
motivo do início da profissão
Fonte: Direta
GRÁFICO 08: Distribuição das profissionais do sexo,
segundo números de parceiros, Castelo do
Piauí, 2004.
%
50
41,6%
40
25%
30
16,7%
20
8,3%
10 4,2% 4,2%
0
5 a 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 41 a 50 100 a 150
nº parceiros
Fonte: Direta
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22. 22
29,2%
70,8% GRÁFICO 09: Distribuição das Profissionais do sexo,segundo filhos
provenientes da profissão,
Castelo do Piauí, 2004
29%
sim
não
71%
Fonte: Direta
GRÁFICO 10: Distribuição das Profissionais do sexo,
segundo filhos deficientes, Castelo do Piauí, 2004.
0%
sim
não
100%
Fonte: Direta
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23. 23
GRÁFICO 11: Distribuição das Profissionais
do Sexo, segundo ter ouvido falar em
DST, Castelo do Piauí, 2004
0%
sim
não
100%
Fonte: Direta
GRÁFICO 12: Distribuição das Profissionais do Sexo,
segundo obtenção de informações sobre
DST's, Castelo do Piauí, 2004
% 33,3% 33,3%
35%
30% 25%
25%
20%
15% 8,4%
10%
5% 0% 0% 0%
0%
S
is
ira
iga
res
s*
AC
pa
tro
me
am
so
ou
fes
fer
en
pro
Fonte: Direta com quem obteve informação
Legenda: * meios de comunicação (rádio e televisão), cunhada, parceiro e
dono do prostíbulo.
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24. 24
TABELA 02: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo as DST’s que
conhecem, Castelo do Piauí, 2004.
Forma que foi citada Forma correta Forma Forma Total
Doenças
Popular incorreta
citadas
Gonorréia 05 10 01 16
AIDS 20 - - 20
Pediculose - 02 - 02
Hepatite B 01 - - 01
Hepatite C 01 - - 01
Sífilis 06 - - 06
HPV - 05 - 05
Cancro mole - 05 - 05
Outras - 04 02 06
Total 33 26 03 62
Fonte: Direta
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25. 25
GRÁFICO 13: Distribuição das Profissionais do sexo,
segundo terem contraído ou não alguma DST, Castelo do
Piauí, 2004.
17%
sim
não
83%
Fonte: Direta
GRÁFICO 14: Distribuição das Profissionais do sexo que
tiveram DST, segundo realização de tratamento, Castelo
do Piauí, 2004
0%
sim
não
100%
Fonte: Direta
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26. 26
GRÁFICO 15: Distribuição das Profissionais do Sexo,
segundo o tempo de realização do exame de
prevenção, Castelo do Piauí, 2004.
% 37,4 % 37,4 %
40
30
20
8,4 % 8,4 % 8,4%
10
0
nunca realizou menos de 1 1 ano 2 anos 3 anos
ano
tempo
Fonte: Direta
GRÁFICO 16: Distribuição das profissionais do sexo,
segundo realização de sorologia para VDRL, Hepatite B e C e
HIV, Castelo do Piauí, 2004.
%
70,0% 58,3%
60,0%
50,0% 37,5%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0% 0,0% 0,0% 4,2%
0,0%
VDRL Hepatite B Hepatite C Sorologia nunca
HIV realizou
sorologia
Fonte: Direta
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27. 27
GRÁFICO 17: Distribuição das Profissionais do sexo,
segundo possuirem alguma informação de como se
proteger das DST's, Castelo do Piauí, 2004
4,2%
sim
não
95,8%
Fonte: Direta
GRÁFICO 18: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo uso de preservativo durante
as relações, Castelo
do
%
80,0% 66,7%
60,0%
40,0% 29,2%
20,0%
4,1% 0%
0,0%
às vezes sempre nunca não conhece
uso de preservativo
Fonte: Direta
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28. 28
GRÁFICO 19: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo o
preço do programa em reais, Castelo do Piauí, 2004.
%
100,0% 87,5%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0% 8,3%
4,2%
0,0%
R$10,00 a R$20,00 R$21,00 a R$30,00 R$31,00 a R$40,00
preço do programa
aceita preço diferenciado
%
Fonte: Direta
GRÁFICO 20: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo aceitação de preço diferenciado pelo não
uso do preservativo, durante a relação sexual,
Castelo do Piauí, 2004.
12,50%
sim
não
%
95,8% 87,50%
0%
4,2%
Fonte: Direta
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29. 29
GRÁFICO 21: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo tipo de preservativo
utilizado nas relações sexuais,
Castelo do Piauí, 2004
4,2%
0%
masculino
feminino
pratica sexo oral %
não utiliza
pratica 0%
praticou 8,3%
nunca praticou 91,7% 95,8%
Fonte: Direta
GRÁFICO 22: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo a
prática do sexo oral, Castelo do Piauí, 2004
0% 8,3%
pratica
praticou
nunca
praticou
91,7%
Fonte: Direta
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30. 30
GRÁFICO 23: Distribuição das profisionais do sexo,
segundo o uso de preservativo durante
a pratica do sexo oral, Castelo do
Piauí, 2004.
0%
sim
não
100%
Fonte: Direta
100%
GRÁFICO 24: Distribuição das profissionais do sexo, segundo a prática do sexo anal,
Castelo do Piauí, 2004.
Fonte: Direta
0% 17%
já realizou
sexo grupal %
nunca relizou
sim 12,5%
realiza
não 87,5%
83%
Fonte: Direta
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31. 31
3 16,7
GRÁFICO 25: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo a prática de sexo grupal,
4 4,1
Castelo do Piauí, 2004.
mais de 4 16,7
13%
sim
não
87%
Fonte: Direta
TABELA 03: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo o
estado civil dos seus clientes, Castelo do Piauí, 2004.
Estado Civil Nº %
Casados 23 52,37
Solteiros 09 20,55
separados 06 13,63
Viúvos 06 13,63
TOTAL 44 100
Fonte: Direta
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32. 32
GRÁFICO 26: Distribuição das Profissionais do sexo, segundo o
número de parceiros por noite, Castelo do Piauí, 2004.
% 41,7%
45
40
35
30
20,8%
25 16,7
20 16,7% %
15
10 4,1%
5
0
1 2 3 4 mais de 4
nº de parceiros
Fonte: Direta
GRÁFICO 27: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo a
realização de higiene íntima após as relações sexuais,
Castelo do Piauí, 2004
13%
0%
sim
não
às vezes
87%
Fonte: Direta
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33. 33
TABELA 04: Distribuição das DST`s encontradas nos exames de Papanicolau
realizado pelas Profissionais do Sexo. Castelo do Piauí, 2004.
DST Nº %
Nenhuma 20 77,0
Cândida sp 01 3,8
Gardnerella vaginalis 01 3,8
HPV 01 3,8
Trichomonas vaginalis 03 11,6
TOTAL 26* 100,0
Fonte: Direta
Legenda: * Duas das 24 mulheres apresentaram dois tipos de DST`s.
TABELA 05: Distribuição das Profissionais do Sexo, segundo resultados dos
marcadores sorológicos, Castelo do Piauí, 2004.
Resultados Reagente Não reagente
Marca-
dores
sorológicos
Nº % Nº %
HbsAg 01 4,2 23 99,8
Anti HBc IgM - - 24 100
Anti HVC - - 24 100
HIV 1 e 2 - - 24 100
VDRL 01 4,2 23 95,8
Fonte: Direta
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34. 34
DISCUSSÃO
Das 24 profissionais do sexo que participaram deste estudo, estão distribuídos
segundo a faixa etária da seguinte forma: 8,3% são menores de 20 anos, sendo a faixa
etária de menor representatividade; 41,7% tem idade entre 20 a 29 anos, constituindo a
faixa etária de maior predominância; 33,3% apresentam idade entre 30 e 39 anos e 16.7%
encontram-se na faixa etária entre 40 a 49 anos. (VER GRÁFICO 01)
Segundo a escolaridade 79,2% apresentam ensino fundamental incompleto; 12,5%
são analfabetas, revelando um alto índice de mulheres com baixa escolaridade, sendo que
apenas 8,3% conseguiram terminar o ensino fundamental, não conseguiram terminar o
ensino médio. (VER GRÁFICO 02)
De acordo com o levantamento dos dados sobre o estado civil pregresso das
Profissionais do Sexo, observamos que 45,8% dessas mulheres já tiveram uma união
estável, que durou em média de 4 a 6 anos; 29,2% são solteiras ; 16,7% já foram casadas,
umas no civil e outras no religioso e apenas 8,3% são separadas, não judicialmente. (VER
GRÁFICO 03)
Constatamos que 66,7% das mulheres tiveram sua menarca entre 12 a 14 anos; 25%
entre 15 e 17 anos e 8,3% antes dos 12 anos. Revelando um número acentuado de mulheres
com menarca em idade precoce. Como conseqüência do meio em que vivemos, da vida
agitada dos meios de comunicação incentivando o despertar da sexualidade e a carga de
hormônio desenvolvida pelos adolescentes tudo isso leva cada vez mais a menarca
precoce. (VER GRÁFICO 04)
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35. 35
Segundo a relação entre número de gestação e aborto obtivemos os seguintes
resultados, das 24 mulheres somente 01 mulher nunca teve nenhuma gestação; e das 23
que tiveram gestação, 14 nunca tiveram aborto; 06 tiveram 1 aborto; 02 tiveram 3 abortos;
01 teve 06 abortos e 01 teve 07 abortos. Sendo que a mulher que teve o maior número de
gestação (17), teve apenas 3 abortos, dado pouco significativo em relação a que teve 09
gestações e 7 abortos. (VER TABELA 01)
Os dados mostram um inicio de vida sexual bastante precoce, 8,3% aos 12 anos;
37,5% entre 13 e 14 anos; 25% entre 15 e 16 anos; 25% entre 17 e 18 anos e apenas 4,2%
entre 19 e 20 anos.(VER GRÁFICO 05).Segundo BELDA JR (1999:6), com a revolução
sexual na década de 60, as mulheres passaram a ser um dos principais transmissores das
DST’s, o tabu da virgindade foi deixado de lado e as mulheres passaram a querer
relacionamentos sexuais não compromissados e iniciaram sua vida sexual bem precoce.
Em relação ao inicio da atividade profissional dessas mulheres observou-se que
62,5% iniciaram após completarem 18 anos de idade; embora algumas tenham iniciado
ainda na adolescência como mostra os números: 4,2% aos 12 anos, 4,2% entre 15 e 16
anos e 25% entre 17 e 18 anos, e 4,2% não lembraram. (VER GRÁFICO 06)
Foram relatado diversos motivos que levaram a tais mulheres iniciarem a profissão,
entre eles destacou-se a necessidade financeira com 62,5%, ficando a influência das amigas
a segunda causa mais citada com 16,8%, em terceiro a desestrutura familiar com 8,4% e
como quarta a aventura, curiosidade e prazer, onde cada um dos motivos representou 4,1%.
A necessidade financeira foi a mais citada, tendo como motivo o auto-sustento e dos filhos;
quanto a desestrutura familiar foi relatado que após a separação dos seus pais, as mães não
se importavam mais com a família, indo em busca de aventuras e deixando que seus filhos
decidissem seus destinos.(VER GRÁFICO 07)
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36. 36
Através da analise do GRÁFICO 8, percebemos que foram bem variadas as
quantidades do número de parceiros recebidos pelas profissionais do sexo, onde 41,6% já
tiveram de 11 a 20 parceiros, seguido de 25% que já tiveram de 5 a 10 e 16,7% tiveram
muitíssimos parceiros que vai de 100 a 150 homens; e em quantidade mediana observamos
que 8,3% tiveram de 21 a 30; 4,2% de 31 a 40 e também 4,2% destas mulheres já tiveram
de 41 a 50 homens. (VER GRÁFICO 08)
Verificamos que 29,2% tiveram filhos provenientes da profissão, e que no
momento que engravidaram estiveram também vulneráveis as DST’s; 70,8% não tiveram
filhos provenientes da profissão. .(VER GRÁFICO 09)
Observamos que das mulheres que tiveram filhos, nenhuma dessas crianças
nasceram com deficiência.(VER GRÁFICO 10)
Das mulheres que participaram do estudo 100% já ouviram falar em DST e
obtiveram essa informação com os ACS (33,3%) e também 33,3% através de outros meios
(televisão (5); cunhada (1); parceiro (1); e dono do prostíbulo (1)); 25% com amigas e
8,4% com enfermeiro. (VER GRÁFICOS 11 e 12)
A DST mais citada foi a AIDS, sendo referenciada por 20 das 24 amostras do nosso
estudo. A gonorréia foi 16 vezes citada, sendo a segunda doença mais referida e a que mais
foi colocada na linguagem popular (esquentamento, esquentamento de sangue), e também
de forma incorreta (dinorréia). A sífilis foi a terceira mais citada (6 vezes). O HPV foi
citado 05 vezes na linguagem popular (crista de galo, verrugas). Outras referências foram
feitas aos corrimentos e doença do mundo. Sendo colocado erroneamente o câncer e
inflamação do útero como DST. (VER TABELA 02)
Das mulheres do nosso estudo 83,3% referiram nunca terem adquirido nenhuma
DST, já 16,7% informaram ter adquirido alguma das seguintes DST`s: Gardnerella
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37. 37
vaginalis, Thichomoníase; sífilis e “esquentamento”. Sendo que todas referiram ter
realizado tratamento.(VER GRÁFICO 13 e 14)
Verificamos que 37,4% das mulheres fizeram o último exame de Papanicolau há
menos de 1 ano; também 37,4% fizeram o exame há 1 ano; 8,4% fizeram há 2 anos; a
mesma porcentagem há 3 anos e também 8,4% nunca realizaram.(VER GRÁFICO 15)
Observamos que a maioria das mulheres, 58,3% nunca realizou exames de
sorologia para HIV e hepatite B e C; 37,5% realizaram sorologia de VDRL e 4,2%
sorologia para HIV. (VER GRÁFICO 16)
Constatamos que 95,8% das mulheres já receberam informação de como se
proteger das DST, e apenas 4,2% nunca obtiveram nenhuma informação.(VER GRÁFICO
17)
Em relação ao uso do preservativo nas relações sexuais, verificamos que 66,7%
usam o preservativo às vezes; 29,2% usam sempre e 4,1% não usam. Justificando o uso do
preservativo às vezes devido depositarem confiança nos clientes fixos. (VER GRÁFICO
18)
As profissionais do sexo recebem preços variados por uma noite de programa, que
pode variar de 10,00 até 40,00 reais, sendo que, 87,5% delas recebem entre 10,00 a 20,00
reais; 8,3% recebem de 21,00 a 30,00 reais e a minoria de 4,2% recebem de 31,00 a 40,00
reais. (VER GRÁFICO 19)
Constatamos que a maioria destas mulheres não aceita um preço diferenciado para
terem relação sexual sem preservativo (87,5%) e que ainda existem mulheres, a minoria de
12,5% que aceitam o programa. (VER GRÁFICO 20).
Quanto ao tipo de preservativo usado, 95,8% das mulheres utilizam nas relações o
preservativo masculino e 4,2% informaram não usar nenhum tipo de preservativo. (VER
GRÁFICO 21)
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38. 38
Segundo a análise da prática do sexo oral, 91,7% relataram nunca ter praticado sexo
oral; 8,3% informaram que já praticaram. Destas nenhuma utilizou o preservativo durante a
prática. Segundo BELDA JR (1999:2) existem várias denominações para as práticas
sexuais e chama-se felação, o contato bucopeniano e anolinguismo o contato oral-anal nas
relações de hetero e homossexual, propiciando a transmissão das DST’s. ( VER GRÁFICO
22 e 23)
Quanto à prática do sexo anal, 83,3% informaram nunca terem realizado; 16,7% já
realizaram esta prática. (VER GRÁFICO 24)
De acordo com o relato das mulheres 87,5% nunca realizaram a prática de sexo
grupal; sendo que 12,5% já realizaram essa prática. (VER GRÁFICO 25)
Pudemos observar que as profissionais do sexo, possui uma clientela bem variada
quanto ao estado civil, sendo que dos homens que mais procuram seus serviços, os
casados foram citados por 23 das 24 mulheres, seguido dos solteiros (9); separados (6) e
viúvos (6). (VER TABELA 03)
Quanto ao número de parceiro por noite, a maioria fica apenas com um parceiro
(41,7%); sendo que 20,8% ficam com dois homens por noite e empatado em terceiro lugar
estão as que recebem três parceiros e mais de quatro, com 16,7%. (VER GRÁFICO 26)
Quanto à higiene íntima após a relação 87,5% das mulheres sempre realizam e
12,5% realizam somente às vezes. (VER GRÁFICO 27)
Segundo os resultados microbiológicos das citologias, foram encontrados 04 tipos
de DST`s: cândida sp, gardnerella vaginalis, HPV e trichomonas vaginalis. Sendo que 20
mulheres não apresentaram nenhuma alteração; 01 teve cândida e HPV; 01 teve
gardnerella e tricomoníase e 01 teve apenas trichomoníase. (VER TABELA 04)
Constatamos através dos exames sorológicos realizados que 95,8% das mulheres
tiveram sorologia para hepatite B não reagente; somente 4,2% apresentaram sorologia
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39. 39
reagente; 95,8% tiveram VDRL não reagente; sendo que 4,2% apresentaram VDRL
reagente. As sorologias para hepatite B e VDRL foram reagentes para a mesma mulher. E
100% tiveram suas sorologias não reagentes para hepatite C e HIV. (VER TABELA 05)
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40. 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo nos permitiu o conhecimento sobre as profissionais do Sexo no
Contexto das doenças sexualmente transmissíveis na cidade de Castelo do Piauí.
Analisando o perfil socioeconômico dessas mulheres, podemos observar que as maiorias
são jovens, com baixa escolaridade, predominantemente com ensino fundamental
incompleto.São mulheres que já tiveram um casamento ou união estável em média de 4 a 6
anos, em sua maioria. Tiveram menarca e inicio da vida sexual precoce, com múltiplas
gestações e grande número de abortos. A necessidade financeira do sustento dos filhos foi
o fator determinante para o ingresso dessas mulheres na profissão ainda na adolescência,
com multiplicidade de parceiros, com valores em média de 10,00 a 20,00 reais por
programa.No entanto, no exercício da profissão algumas tiveram filhos não planejados, o
que às tornaram ainda mais dependentes desta profissão.
Algumas dessas mulheres, no passado contraíram DST’s (Gardinerella
vaginalis,Trichomonas vaginalis, Sífilis,e Gonorréia) tendo sido tratadas.Atualmente
observa-se uma maior preocupação em relação ao cuidado com sua saúde. Onde realizam
periodicamente exame de prevenção.No entanto pela dificuldade de acesso a realização de
exame sorológico (VDRL, HIV, Hepatite B e C) a maioria nunca realizou estes exames.
Hoje, observamos que os conhecimentos sobre as DST’s tornaram-se mais
acessíveis com a implantação de programas voltados para a educação popular. Percebemos
a grande importância do desempenho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) como
agente multiplicador de informações, onde associado a outros meios de comunicação como
a televisão e rádio, foram as principais fontes de informação sobre DST’s para estas
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41. 41
mulheres. Embora a maioria tenha citado as doenças de forma correta; algumas ainda têm
conhecimento das doenças na forma popular ou incorreta.
Embora estas mulheres não utilizem o preservativo em todas as relações
sexuais, tendo como justificativas alguns clientes fixos a quem depositam uma certa
confiança, elas não aceitam o programa por um preço diferenciado, pelo não uso do
preservativo.O uso do preservativo masculino é o mais freqüente, quando utilizado. A
maioria realiza higiene intima após a pratica sexual.Sua clientela é bem variada quanto à
idade e estado civil, sendo que a maioria recebe um parceiro por noite, com idade que varia
entre 35 a 75 anos, a maioria casado, devido guardarem sigilo das praticas sexuais
realizadas, apesar de a maioria das profissionais exercerem a profissão com praticas
sexuais convencionais descartando as propostas de sexo grupal, oral e anal.
Apesar do uso do preservativo ser uma das práticas mais incentivadas no
controle das DST’s e mesmo tendo conhecimento da importância do seu uso durante todas
as relações sexuais, a maioria não utilizam sempre, no exercício da profissão.Tornando-as
vulneráveis ao risco de contraírem alguma DST. Sendo comprovado através dos exames
realizados, a presença de HPV, Sífilis, Hepatite B, Cândida, Trichomonas vaginalis e
Gardinerella vaginalis. Das vinte e quatro mulheres do nosso estudo, cinco apresentaram
um ou dois tipos de DST`s, dentre estas estão as que referiram o uso do preservativo às
vezes. E todas já haviam obtido informação sobre as DST`s e de como se proteger. Desta
forma observamos que a atividade educativa não se restringe apenas a transmissão da
informação, é uma ação demorada que envolve mudança de atitudes e hábitos.
Acreditamos com este estudo que as profissionais do sexo de Castelo do
Piauí, tornaram-se mais conscientes sobre os riscos a que estão expostas e da importância
dos cuidados preventivos contra as DST’s. Que este estudo tenha sido a porta de entrada
destas mulheres ao serviço de saúde, pois a integração e a confiabilidade desenvolvida ao
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42. 42
longo deste trabalho facilitou o acesso a unidade de saúde possibilitando o cadastro destas
mulheres ao Programa de DST.Por outro lado foi de grande importância para nosso
trabalho como enfermeira do PSF conhecer este grupo de mulheres para que possamos
elaborar estratégias para intervir na prevenção e controle das DST`s.
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43. 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- BELDA JUNIOR, Walter. Doenças sexualmente transmissíveis, São Paulo
Atheneu, 1990.
2- BRASIL, Ministério da Saúde. Legislação sobre DST e AIDS no Brasil. 1995, p.
1.
3- BRASIL, Manual de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3 ed.
Brasília. 1999.
4- CAVALCANTE, M.J.G. et al. Contribuição das trabalhadoras do sexo no
processo de mobilização social e educação em saúde no município de Sobral
CE.Disponívelnosite<http://www.sobral.ce.gov.br/saudedafamilia/publicacoes>
capturado em 27 de outubro de 2003.
5- DALLABETA, Gina A. et all. DST: Impacto global do problema e desafios para o
controle. In: DALLABETA Gina A, LAGA Marie, LAMPETY Peter (Org)
Controle de DST: manual de planejamento e coordenação de programas, Rio de
Janeiro: Te Cora, 1997.
6- GROSS, G.E BARRASSO, Renzo. Infecção por Papilomavírus Humano: Atlas
Clínico de HPV. Porto Alegre; Ed. ARTMED, 1999.
7- HALBE, H. Tratado de Ginecologia: “Prevenção e Controle das DST”. 2 ed. São
Paulo, Roca, 1998.
8- HENRI, J.M.G; et al, Pesquisa em Enfermagem. Novas Metodologias Aplicadas.
Rio de Janeiro; Ed. Koogan, 1988.
9- Site http://www.dstfacil.hpg.ig.com.br/historia_das_dst.htm capturado em 27 de
outubro de 2003.
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44. 10- SAITO,Maria Ignez&Silvia, Luiz Eduardo Vargas ,Adolescência , Prevenção e
Risco.Ed. Atheneu,SP,RJ,BH,2001. 44
11- VITIELLO, Nelson .Sexualidade, que educa é educador: um manual para
jovens pais e educadores, São Paulo, Iglu, 1997.
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45. 45
ANEXOS
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ANEXO – 01
QUESTIONÁRIO
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47. 47
ANEXO – 02
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu aceito participar da pesquisa realizada por Fabrícia Araújo Prudêncio e Rosineide
Lima, Enfermeiras do PSF de Castelo do Piauí, sobre as Profissionais do Sexo no contexto das
Doenças Sexualmente Transmissíveis: uma contribuição para analise epidemiológica. Após ter sido
devidamente informada e esclarecida sobre todos os aspectos que envolvem a mesma, bem como
estou ciente dos benefícios que poderá trazer, reservando o direito de retirar-me da pesquisa, caso
seja essa a minha vontade.
Castelo do Piauí, _____ de _______________ de 2004.
_________________________________________________
Assinatura
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