SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 4
Descargar para leer sin conexión
1
A CONCILIAÇÃO PELO ALTO IMPEDE O PROGRESSO DO BRASIL
Fernando Alcoforado*
O processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil ao longo da história
seguiu uma “via prussiana” nos moldes do processo de modernização capitalista da
Alemanha e em contraposição ao modelo dos Estados Unidos. Segundo Wladimir
Lênin, na “via prussiana”, a grande propriedade pré-capitalista da Alemanha do final do
século XIX se transforma, gradativamente, em empresa capitalista com as relações de
trabalho mantendo aspectos da coerção extra-econômica que as caracterizavam e os
antigos proprietários, ao garantirem a manutenção das formas econômicas em que se
apoiam, conseguem manter papel proeminente no aparelho de Estado e, assim, orientar
o próprio processo de modernização. Em contraposição, o modelo dos Estados Unidos,
de caráter democrático, segundo Lênin, se caracteriza pela destruição da grande
propriedade pré-capitalista, fracionada em pequenas propriedades camponesas.
As transformações ocorridas na história do Brasil não resultaram de autênticas
revoluções, de movimentos provenientes de baixo para cima, envolvendo o conjunto da
população, mas se encaminharam sempre através de uma conciliação entre os
representantes dos grupos opositores economicamente dominantes, conciliação que se
expressava sob a figura política de reformas “pelo alto” (Ver o artigo Os efeitos da “via
prussiana” sobre a intelectualidade brasileira de Carlos Nelson Coutinho disponível no
website <http://laurocampos.org.br/2008/09/os-efeitos-da-via-prussiana-sobre-a-
intelectualidade-brasileira/>, 2008).
Segundo Carlos Nelson Coutinho, todas as grandes alternativas concretas vividas pelo
Brasil (Independência, Abolição, República, modificação do bloco de poder em 1930 e
1937, passagem para um novo patamar de acumulação em 1964), encontraram uma
resposta “à prussiana”; uma resposta na qual a conciliação “pelo alto” não escondeu
jamais a intenção explícita de manter marginalizadas ou reprimidas de qualquer modo,
fora do âmbito das decisões, as classes e camadas sociais “de baixo”. A tendência
objetiva que tem a transformação social no Brasil de se realizar por meio da
“conciliação pelo alto” marca a história do Brasil. Surgem entre nós manifestações
explícitas da ideologia “prussiana”, que em nome de uma visão abertamente elitista e
autoritária defendem a exclusão das massas populares de qualquer manifestação ativa
nas grandes decisões nacionais.
A conciliação pelo alto pode assumir duas características: 1) revolução passiva; e, 2)
contrarreforma. No artigo Revolução passiva ou contra-reforma? disponível no website
<http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=790>, Carlos Nelson Coutinho
afirma que, ao contrário de uma revolução popular, “jacobina”, como, por exemplo, as
revoluções francesa de 1789 e russa de 1917, realizada a partir de baixo — e que, por
isso, rompe radicalmente com a velha ordem política e social —, uma revolução passiva
implica sempre a presença de dois momentos: o da “restauração” (trata-se sempre de
uma reação conservadora à possibilidade de uma transformação efetiva e radical
proveniente “de baixo”) e da “renovação” (no qual algumas das demandas populares são
satisfeitas “pelo alto”, através de “concessões” das camadas dominantes).
No Brasil, a Revolução de 1930, por exemplo, foi uma revolução passiva baseada na
“renovação” na qual algumas das demandas populares foram satisfeitas “pelo alto”,
2
como é o caso das leis sociais introduzidas pelo governo Getúlio Vargas que
representaram “concessões” das camadas sociais dominantes. O golpe de estado de
1964, por sua vez, foi uma revolução passiva baseada na “restauração” porque ela foi
realizada como uma reação conservadora à possibilidade de uma transformação efetiva
e radical proveniente “de baixo” durante o governo João Goulart.
Quanto à contrarreforma, Gramsci a caracteriza como uma pura e simples
“restauração”, diferentemente do que faz no caso da revolução passiva, quando fala em
uma “revolução-restauração”. Apesar disso, porém, ele admite que até mesmo neste
caso tem lugar uma “combinação entre o velho e o novo”. A diferença essencial entre
uma revolução passiva e uma contra-reforma reside no fato de que, enquanto na
primeira existem “restaurações” que visam barrar as exigências que vinham de “baixo”,
na segunda é preponderante não o momento do novo, mas precisamente o do velho (Ver
o artigo Revolução passiva ou contra-reforma? de Carlos Nelson Coutinho disponível
no website <http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=790>).
O Welfare State (Estado de Bem estar Social), por exemplo, introduzido na Europa
Ocidental após a Segunda Guerra Mundial foi uma revolução passiva com a introdução
da social democracia que teve o momento da restauração ao barrar as possibilidades de
sucesso de revolução socialista e o momento da renovação ao adotar as políticas
econômicas intervencionistas sugeridas por Keynes e ao acolher muitas das demandas
das classes trabalhadoras. Por sua vez, a contrarreforma tem como exemplo o
neoliberalismo que foi introduzido na economia mundial, inclusive no Brasil, a partir da
década de 1990 para barrar o declínio do sistema capitalista.
Na época neoliberal em que vivemos não há espaço para o avanço dos direitos sociais.
Ao contrário, há a eliminação de tais direitos e a desconstrução e negação das reformas
já conquistadas pelas classes subalternas levadas avante no Welfare State. As chamadas
“reformas” da previdência social, das leis de proteção ao trabalho, a privatização das
empresas públicas, etc. — “reformas” que estão atualmente presentes na agenda política
tanto dos países capitalistas centrais quanto dos periféricos (hoje elegantemente
rebatizados como “emergentes”) — têm por objetivo a pura e simples restauração das
condições próprias de um capitalismo “selvagem”, no qual devem vigorar sem freios as
leis do mercado.
Após a revolução passiva baseada na “restauração” realizada pelo regime militar de
1964 a 1985, a política econômica adotada pelos governos Fernando Henrique Cardoso,
Lula e Dilma Rousseff representou um misto de revolução passiva baseada na
“renovação” e de contrarreforma. Com a revolução passiva baseada na “renovação”
algumas demandas populares foram satisfeitas “pelo alto”, como, por exemplo, os
programas de transferência de renda como o Bolsa Escola e o Bolsa Família. A
contrarreforma se caracterizou pela introdução do neoliberalismo do qual resultou a
eliminação de alguns direitos sociais, a desconstrução e negação das reformas já
conquistadas pelas classes subalternas, a privatização das empresas públicas, etc.
A conciliação pelo alto está em marcha, no momento atual, no Brasil com o conluio do
governo Dilma Rousseff com setores conservadores para evitar sua destituição do poder
através de impeachment e, também, o conluio entre o governo Dilma Rousseff e o
presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, para evitar o
impeachment da presidente da República por ter praticado crime de responsabilidade
3
fiscal e ter utilizado recursos da corrupção da Petrobras em sua campanha de reeleição
em 2014 e a cassação do deputado pelo crime de corrupção em flagrante desrespeito às
leis e à vontade da grande maioria da população brasileira. Enquanto isto, o País
caminha celeremente para o colapso econômico e político. Do conluio em curso no
momento resultará um misto de revolução passiva baseada na “restauração” porque se
trata de uma reação conservadora à possibilidade de uma transformação efetiva e radical
do Brasil que corresponda à vontade da grande maioria da população brasileira e de
contrarreforma porque visa a manutenção do modelo neoliberal no Brasil.
Pode-se afirmar que, no Brasil, nunca houve, de fato, uma revolução social. O Brasil,
mais que qualquer outro país da América Latina, pode ser caracterizado como o lugar
por excelência da revolução passiva e da contrarreforma. A Independência do Brasil
diferiu da experiência dos demais países da América Latina porque não apresentou as
características de um típico processo revolucionário nacional-libertador porque foi
abortado, no caso brasileiro, pelo episódio da transmigração da família real portuguesa
para o Brasil, quando a Colônia acolhe a estrutura e os quadros do Estado
metropolitano.
O nativismo revolucionário, sob a influência dos ideais do liberalismo e das grandes
revoluções de fins do século XVIII cedeu terreno à lógica do conservar-mudando que
prevalece até hoje, cabendo à iniciativa de D. Pedro I, príncipe herdeiro da Casa Real
portuguesa, e não ao povo brasileiro o ato político que culminou com a Independência.
A Independência do Brasil foi, portanto, uma "revolução sem revolução" porque não
houve mudanças na base econômica e nas superestruturas política e jurídica da nação. O
Estado que nasce da Independência mantém o execrável latifúndio e intensifica a não
menos execrável escravidão fazendo desta o suporte da restauração que realiza quanto
às estruturas econômicas herdadas da Colônia.
O Brasil foi o último país do mundo a acabar com a escravidão no século XIX, a
reforma agrária ainda está por se realizar porque a malfadada estrutura agrária baseada
no latifúndio continua existindo no Brasil, modernizada na atualidade com o
agronegócio, e o processo de industrialização foi introduzido tardiamente no Brasil,
200 anos após a Revolução Industrial na Inglaterra. Isto reflete o atraso econômico do
Brasil em relação aos países mais desenvolvidos. As crises econômicas enfrentadas pelo
Brasil ao longo de sua história não foram capazes de gerar crises políticas que levassem
o povo brasileiro à revolução social e colocassem em xeque o sistema econômico e os
detentores do poder visando a promoção de seu desenvolvimento econômico e social.
Apesar das inúmeras revoltas populares registradas ao longo da história do Brasil, uma
verdadeira revolução política, econômica e social capaz de realizar mudanças estruturais
profundas e promover o desenvolvimento em benefício da população brasileira nunca
aconteceu efetivamente no País. Todas as tentativas revolucionárias realizadas no Brasil
foram abortadas com dura repressão pelos detentores do poder. É sabido que, no
mundo, os países que avançaram politicamente são aqueles cujos povos foram
protagonistas, através de revoluções sociais, das mudanças realizadas nos planos
econômico e social.
Ao longo da história do Brasil, é flagrante a incapacidade do povo brasileiro de assumir
protagonismo nas mudanças estruturais necessárias ao progresso econômico e social do
País. De modo geral, em momentos de crise política e econômica sempre ocorreram
4
acordos entre as classes dominantes e os detentores do poder político que possibilitavam
manter o “status quo” como ocorreu, por exemplo, durante a “República Velha”, após a
Proclamação da República em 1889 com a “política do café com leite” e, após o fim do
regime militar em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves à Presidência da
República. Quando não houve “acordos pelo alto” ao longo da história, o Brasil foi
vítima de golpes de estado como ocorreu em 1889 com o fim do Império, em 1930 com
o fim da “República Velha” e em 1964 com a implantação da ditadura militar. Ao longo
da história do Brasil, o povo brasileiro nunca foi protagonista das mudanças políticas,
econômicas e sociais. Isto precisa mudar para que se possa construir um futuro radioso
para o Brasil.
A crítica situação política, econômica e social em que se encontra o Brasil no momento
não comporta a conciliação “pelo alto” como o que se esboça entre os detentores do
poder econômico e político para manter o governo Dilma Rousseff no poder. Tudo leva
a crer que se Dilma Rousseff não for destituída do poder através de impeachment pelo
crime de responsabilidade fiscal ou crime eleitoral, poderá ocorrer convulsão social com
o confronto entre a grande maioria do povo brasileiro que deseja sua deposição e os
partidários do governo. É preciso levar em conta as lições da história que nos ensina que
a convulsão social pode levar à instauração de ditaduras de direita ou de esquerda. Este
é o risco que ameaça a sociedade brasileira. Desta vez, não há espaço para conciliação
“pelo alto”. O Brasil vive, portanto, momentos decisivos em sua história.
* Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel,
São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.Tissiane Gomes
 
Sistema político brasileiro.
Sistema político brasileiro.Sistema político brasileiro.
Sistema político brasileiro.heleno123
 
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do TomaziSlide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do Tomazipascoalnaib
 
Revolução de 1930 (1)
Revolução de 1930 (1)Revolução de 1930 (1)
Revolução de 1930 (1)Leticia Farias
 
O mundo diante da contrarevolução neoliberal
O mundo diante da contrarevolução neoliberalO mundo diante da contrarevolução neoliberal
O mundo diante da contrarevolução neoliberalFernando Alcoforado
 
Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os direitos econômicos ...
Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os   direitos econômicos ...Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os   direitos econômicos ...
Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os direitos econômicos ...Leandro Santos da Silva
 
Causas do atraso econômico, político e social do brasil
Causas do atraso econômico, político e social do brasilCausas do atraso econômico, político e social do brasil
Causas do atraso econômico, político e social do brasilFernando Alcoforado
 
O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...
O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...
O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...Fernando Alcoforado
 
Cenários da crise política no brasil
Cenários da crise política no brasilCenários da crise política no brasil
Cenários da crise política no brasilFernando Alcoforado
 
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do TomaziSlide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do Tomazipascoalnaib
 
Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9
Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9
Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9Laboratório de História
 
Sociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no Brasil
Sociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no BrasilSociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no Brasil
Sociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no BrasilMiro Santos
 
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...Fernando Alcoforado
 
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...Roberto Rabat Chame
 
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL Fernando Alcoforado
 

La actualidad más candente (19)

SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
SLIDES – REVOLUÇÃO DE 1930.
 
Sistema político brasileiro.
Sistema político brasileiro.Sistema político brasileiro.
Sistema político brasileiro.
 
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do TomaziSlide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 22 do Tomazi
 
Revolução de 1930 (1)
Revolução de 1930 (1)Revolução de 1930 (1)
Revolução de 1930 (1)
 
O mundo diante da contrarevolução neoliberal
O mundo diante da contrarevolução neoliberalO mundo diante da contrarevolução neoliberal
O mundo diante da contrarevolução neoliberal
 
Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os direitos econômicos ...
Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os   direitos econômicos ...Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os   direitos econômicos ...
Aula 05 -_os_direitos_fundamentais_e_sua_evolução_-_os direitos econômicos ...
 
Capítulo 14 - A Política no Brasil
Capítulo 14 - A Política no BrasilCapítulo 14 - A Política no Brasil
Capítulo 14 - A Política no Brasil
 
Revolução
Revolução  Revolução
Revolução
 
Causas do atraso econômico, político e social do brasil
Causas do atraso econômico, político e social do brasilCausas do atraso econômico, político e social do brasil
Causas do atraso econômico, político e social do brasil
 
O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...
O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...
O ocaso dos partidos, das lideranças políticas tradicionais e do poder políti...
 
Cenários da crise política no brasil
Cenários da crise política no brasilCenários da crise política no brasil
Cenários da crise política no brasil
 
Sara e jessica
Sara e jessicaSara e jessica
Sara e jessica
 
História do Brasil
História do BrasilHistória do Brasil
História do Brasil
 
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do TomaziSlide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do Tomazi
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 12 do Tomazi
 
Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9
Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9
Guia de estudo para o teste aos módulos 7 8 e 9
 
Sociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no Brasil
Sociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no BrasilSociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no Brasil
Sociologia Capítulo 17-os movimentos sociais no Brasil
 
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
 
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
A submissão do governo dilma roussef ao neoliberalismo no altar das finanças ...
 
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL
 

Destacado (15)

Practica de blog
Practica de blogPractica de blog
Practica de blog
 
Что такое хвоинки
Что такое хвоинкиЧто такое хвоинки
Что такое хвоинки
 
Bitácora Natalia
Bitácora NataliaBitácora Natalia
Bitácora Natalia
 
Módulo4
Módulo4Módulo4
Módulo4
 
Cdn hosting решения для drupal (medium)
Cdn hosting   решения для drupal (medium)Cdn hosting   решения для drupal (medium)
Cdn hosting решения для drupal (medium)
 
Que le hace falta a México para destacar en los deportes
Que le hace falta a México para destacar en los deportesQue le hace falta a México para destacar en los deportes
Que le hace falta a México para destacar en los deportes
 
CV-MACIEJ ZIELINSKI CV.docxnew
CV-MACIEJ ZIELINSKI CV.docxnewCV-MACIEJ ZIELINSKI CV.docxnew
CV-MACIEJ ZIELINSKI CV.docxnew
 
Power point alexis aballay
Power point   alexis aballayPower point   alexis aballay
Power point alexis aballay
 
Bitácora Angela
Bitácora AngelaBitácora Angela
Bitácora Angela
 
Что такое родина
Что такое родинаЧто такое родина
Что такое родина
 
Stjordi2013superior
Stjordi2013superiorStjordi2013superior
Stjordi2013superior
 
Задавайте вопросы!
Задавайте вопросы!Задавайте вопросы!
Задавайте вопросы!
 
Caratula
CaratulaCaratula
Caratula
 
Querejeta 19 30
Querejeta 19 30Querejeta 19 30
Querejeta 19 30
 
Tipos y grados de lápices
Tipos y grados de lápicesTipos y grados de lápices
Tipos y grados de lápices
 

Similar a A conciliação pelo alto impede o progresso do brasil

O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...
O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...
O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...Fernando Alcoforado
 
COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...
COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...
COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...Fernando Alcoforado
 
O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO
O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO
O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO Fernando Alcoforado
 
A proposta para a elaboração
A proposta para a elaboraçãoA proposta para a elaboração
A proposta para a elaboraçãoismaelgta2010
 
Apresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e MercadoApresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e MercadoVilsione Serra
 
Revolução Bolivariana
Revolução BolivarianaRevolução Bolivariana
Revolução Bolivarianaguest838a3900
 
Florestan fernandes nova republica
Florestan fernandes   nova republicaFlorestan fernandes   nova republica
Florestan fernandes nova republicaDaylson Lima
 
XIV Congresso do PCB
XIV Congresso do PCBXIV Congresso do PCB
XIV Congresso do PCBJamildo Melo
 
E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)
E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)
E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)Prof:Carlos Oliveira
 
Libelo contra a esquerda no brasil na era contemporânea
Libelo contra a esquerda no brasil na era contemporâneaLibelo contra a esquerda no brasil na era contemporânea
Libelo contra a esquerda no brasil na era contemporâneaFernando Alcoforado
 
República no brasil da coisa pública à coisa privada
República no brasil   da coisa pública à coisa privadaRepública no brasil   da coisa pública à coisa privada
República no brasil da coisa pública à coisa privadaFernando Alcoforado
 
Sallum metamorfoses do estado
Sallum metamorfoses do estadoSallum metamorfoses do estado
Sallum metamorfoses do estadoPains Lúcia
 
Trabalho de historia
Trabalho de historiaTrabalho de historia
Trabalho de historiaanny0503
 
Cartilha: 10 anos do Governo do PT no Brasil
Cartilha: 10 anos do Governo do PT no BrasilCartilha: 10 anos do Governo do PT no Brasil
Cartilha: 10 anos do Governo do PT no Brasilimprensazezeuribeiro
 
O Decênio que mudou o Brasil
O Decênio que mudou o BrasilO Decênio que mudou o Brasil
O Decênio que mudou o BrasilPT Paraná
 

Similar a A conciliação pelo alto impede o progresso do brasil (20)

O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...
O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...
O complexo de vira lata do brasileiro no futebol e como protagonista da histó...
 
COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...
COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...
COMO LIBERTAR O BRASIL DO ATRASO ECONÔMICO RESULTANTE DE SUA SECULAR DEPENDÊN...
 
O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO
O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO
O DEPLORÁVEL GOLPE DE ESTADO DE 1964 MERECE REPÚDIO DO POVO BRASILEIRO
 
A proposta para a elaboração
A proposta para a elaboraçãoA proposta para a elaboração
A proposta para a elaboração
 
Apresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e MercadoApresentação Estado, Governo e Mercado
Apresentação Estado, Governo e Mercado
 
Revolução Bolivariana
Revolução BolivarianaRevolução Bolivariana
Revolução Bolivariana
 
Oqueerevolucao
OqueerevolucaoOqueerevolucao
Oqueerevolucao
 
Florestan fernandes nova republica
Florestan fernandes   nova republicaFlorestan fernandes   nova republica
Florestan fernandes nova republica
 
Guerra fria
Guerra friaGuerra fria
Guerra fria
 
Socoialismo
SocoialismoSocoialismo
Socoialismo
 
Ideologia e trabalho
Ideologia e trabalhoIdeologia e trabalho
Ideologia e trabalho
 
XIV Congresso do PCB
XIV Congresso do PCBXIV Congresso do PCB
XIV Congresso do PCB
 
15 de novembro
15 de novembro15 de novembro
15 de novembro
 
E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)
E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)
E.Municipal dr lauro chaves (a guerra fria)
 
Libelo contra a esquerda no brasil na era contemporânea
Libelo contra a esquerda no brasil na era contemporâneaLibelo contra a esquerda no brasil na era contemporânea
Libelo contra a esquerda no brasil na era contemporânea
 
República no brasil da coisa pública à coisa privada
República no brasil   da coisa pública à coisa privadaRepública no brasil   da coisa pública à coisa privada
República no brasil da coisa pública à coisa privada
 
Sallum metamorfoses do estado
Sallum metamorfoses do estadoSallum metamorfoses do estado
Sallum metamorfoses do estado
 
Trabalho de historia
Trabalho de historiaTrabalho de historia
Trabalho de historia
 
Cartilha: 10 anos do Governo do PT no Brasil
Cartilha: 10 anos do Governo do PT no BrasilCartilha: 10 anos do Governo do PT no Brasil
Cartilha: 10 anos do Governo do PT no Brasil
 
O Decênio que mudou o Brasil
O Decênio que mudou o BrasilO Decênio que mudou o Brasil
O Decênio que mudou o Brasil
 

Más de Fernando Alcoforado

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO Fernando Alcoforado
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENFernando Alcoforado
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?Fernando Alcoforado
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...Fernando Alcoforado
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHFernando Alcoforado
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...Fernando Alcoforado
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALFernando Alcoforado
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGEFernando Alcoforado
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALFernando Alcoforado
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 Fernando Alcoforado
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...Fernando Alcoforado
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...Fernando Alcoforado
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...Fernando Alcoforado
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...Fernando Alcoforado
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDFernando Alcoforado
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE Fernando Alcoforado
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOFernando Alcoforado
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...Fernando Alcoforado
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELFernando Alcoforado
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILFernando Alcoforado
 

Más de Fernando Alcoforado (20)

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
 

A conciliação pelo alto impede o progresso do brasil

  • 1. 1 A CONCILIAÇÃO PELO ALTO IMPEDE O PROGRESSO DO BRASIL Fernando Alcoforado* O processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil ao longo da história seguiu uma “via prussiana” nos moldes do processo de modernização capitalista da Alemanha e em contraposição ao modelo dos Estados Unidos. Segundo Wladimir Lênin, na “via prussiana”, a grande propriedade pré-capitalista da Alemanha do final do século XIX se transforma, gradativamente, em empresa capitalista com as relações de trabalho mantendo aspectos da coerção extra-econômica que as caracterizavam e os antigos proprietários, ao garantirem a manutenção das formas econômicas em que se apoiam, conseguem manter papel proeminente no aparelho de Estado e, assim, orientar o próprio processo de modernização. Em contraposição, o modelo dos Estados Unidos, de caráter democrático, segundo Lênin, se caracteriza pela destruição da grande propriedade pré-capitalista, fracionada em pequenas propriedades camponesas. As transformações ocorridas na história do Brasil não resultaram de autênticas revoluções, de movimentos provenientes de baixo para cima, envolvendo o conjunto da população, mas se encaminharam sempre através de uma conciliação entre os representantes dos grupos opositores economicamente dominantes, conciliação que se expressava sob a figura política de reformas “pelo alto” (Ver o artigo Os efeitos da “via prussiana” sobre a intelectualidade brasileira de Carlos Nelson Coutinho disponível no website <http://laurocampos.org.br/2008/09/os-efeitos-da-via-prussiana-sobre-a- intelectualidade-brasileira/>, 2008). Segundo Carlos Nelson Coutinho, todas as grandes alternativas concretas vividas pelo Brasil (Independência, Abolição, República, modificação do bloco de poder em 1930 e 1937, passagem para um novo patamar de acumulação em 1964), encontraram uma resposta “à prussiana”; uma resposta na qual a conciliação “pelo alto” não escondeu jamais a intenção explícita de manter marginalizadas ou reprimidas de qualquer modo, fora do âmbito das decisões, as classes e camadas sociais “de baixo”. A tendência objetiva que tem a transformação social no Brasil de se realizar por meio da “conciliação pelo alto” marca a história do Brasil. Surgem entre nós manifestações explícitas da ideologia “prussiana”, que em nome de uma visão abertamente elitista e autoritária defendem a exclusão das massas populares de qualquer manifestação ativa nas grandes decisões nacionais. A conciliação pelo alto pode assumir duas características: 1) revolução passiva; e, 2) contrarreforma. No artigo Revolução passiva ou contra-reforma? disponível no website <http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=790>, Carlos Nelson Coutinho afirma que, ao contrário de uma revolução popular, “jacobina”, como, por exemplo, as revoluções francesa de 1789 e russa de 1917, realizada a partir de baixo — e que, por isso, rompe radicalmente com a velha ordem política e social —, uma revolução passiva implica sempre a presença de dois momentos: o da “restauração” (trata-se sempre de uma reação conservadora à possibilidade de uma transformação efetiva e radical proveniente “de baixo”) e da “renovação” (no qual algumas das demandas populares são satisfeitas “pelo alto”, através de “concessões” das camadas dominantes). No Brasil, a Revolução de 1930, por exemplo, foi uma revolução passiva baseada na “renovação” na qual algumas das demandas populares foram satisfeitas “pelo alto”,
  • 2. 2 como é o caso das leis sociais introduzidas pelo governo Getúlio Vargas que representaram “concessões” das camadas sociais dominantes. O golpe de estado de 1964, por sua vez, foi uma revolução passiva baseada na “restauração” porque ela foi realizada como uma reação conservadora à possibilidade de uma transformação efetiva e radical proveniente “de baixo” durante o governo João Goulart. Quanto à contrarreforma, Gramsci a caracteriza como uma pura e simples “restauração”, diferentemente do que faz no caso da revolução passiva, quando fala em uma “revolução-restauração”. Apesar disso, porém, ele admite que até mesmo neste caso tem lugar uma “combinação entre o velho e o novo”. A diferença essencial entre uma revolução passiva e uma contra-reforma reside no fato de que, enquanto na primeira existem “restaurações” que visam barrar as exigências que vinham de “baixo”, na segunda é preponderante não o momento do novo, mas precisamente o do velho (Ver o artigo Revolução passiva ou contra-reforma? de Carlos Nelson Coutinho disponível no website <http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=790>). O Welfare State (Estado de Bem estar Social), por exemplo, introduzido na Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial foi uma revolução passiva com a introdução da social democracia que teve o momento da restauração ao barrar as possibilidades de sucesso de revolução socialista e o momento da renovação ao adotar as políticas econômicas intervencionistas sugeridas por Keynes e ao acolher muitas das demandas das classes trabalhadoras. Por sua vez, a contrarreforma tem como exemplo o neoliberalismo que foi introduzido na economia mundial, inclusive no Brasil, a partir da década de 1990 para barrar o declínio do sistema capitalista. Na época neoliberal em que vivemos não há espaço para o avanço dos direitos sociais. Ao contrário, há a eliminação de tais direitos e a desconstrução e negação das reformas já conquistadas pelas classes subalternas levadas avante no Welfare State. As chamadas “reformas” da previdência social, das leis de proteção ao trabalho, a privatização das empresas públicas, etc. — “reformas” que estão atualmente presentes na agenda política tanto dos países capitalistas centrais quanto dos periféricos (hoje elegantemente rebatizados como “emergentes”) — têm por objetivo a pura e simples restauração das condições próprias de um capitalismo “selvagem”, no qual devem vigorar sem freios as leis do mercado. Após a revolução passiva baseada na “restauração” realizada pelo regime militar de 1964 a 1985, a política econômica adotada pelos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff representou um misto de revolução passiva baseada na “renovação” e de contrarreforma. Com a revolução passiva baseada na “renovação” algumas demandas populares foram satisfeitas “pelo alto”, como, por exemplo, os programas de transferência de renda como o Bolsa Escola e o Bolsa Família. A contrarreforma se caracterizou pela introdução do neoliberalismo do qual resultou a eliminação de alguns direitos sociais, a desconstrução e negação das reformas já conquistadas pelas classes subalternas, a privatização das empresas públicas, etc. A conciliação pelo alto está em marcha, no momento atual, no Brasil com o conluio do governo Dilma Rousseff com setores conservadores para evitar sua destituição do poder através de impeachment e, também, o conluio entre o governo Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Cunha, para evitar o impeachment da presidente da República por ter praticado crime de responsabilidade
  • 3. 3 fiscal e ter utilizado recursos da corrupção da Petrobras em sua campanha de reeleição em 2014 e a cassação do deputado pelo crime de corrupção em flagrante desrespeito às leis e à vontade da grande maioria da população brasileira. Enquanto isto, o País caminha celeremente para o colapso econômico e político. Do conluio em curso no momento resultará um misto de revolução passiva baseada na “restauração” porque se trata de uma reação conservadora à possibilidade de uma transformação efetiva e radical do Brasil que corresponda à vontade da grande maioria da população brasileira e de contrarreforma porque visa a manutenção do modelo neoliberal no Brasil. Pode-se afirmar que, no Brasil, nunca houve, de fato, uma revolução social. O Brasil, mais que qualquer outro país da América Latina, pode ser caracterizado como o lugar por excelência da revolução passiva e da contrarreforma. A Independência do Brasil diferiu da experiência dos demais países da América Latina porque não apresentou as características de um típico processo revolucionário nacional-libertador porque foi abortado, no caso brasileiro, pelo episódio da transmigração da família real portuguesa para o Brasil, quando a Colônia acolhe a estrutura e os quadros do Estado metropolitano. O nativismo revolucionário, sob a influência dos ideais do liberalismo e das grandes revoluções de fins do século XVIII cedeu terreno à lógica do conservar-mudando que prevalece até hoje, cabendo à iniciativa de D. Pedro I, príncipe herdeiro da Casa Real portuguesa, e não ao povo brasileiro o ato político que culminou com a Independência. A Independência do Brasil foi, portanto, uma "revolução sem revolução" porque não houve mudanças na base econômica e nas superestruturas política e jurídica da nação. O Estado que nasce da Independência mantém o execrável latifúndio e intensifica a não menos execrável escravidão fazendo desta o suporte da restauração que realiza quanto às estruturas econômicas herdadas da Colônia. O Brasil foi o último país do mundo a acabar com a escravidão no século XIX, a reforma agrária ainda está por se realizar porque a malfadada estrutura agrária baseada no latifúndio continua existindo no Brasil, modernizada na atualidade com o agronegócio, e o processo de industrialização foi introduzido tardiamente no Brasil, 200 anos após a Revolução Industrial na Inglaterra. Isto reflete o atraso econômico do Brasil em relação aos países mais desenvolvidos. As crises econômicas enfrentadas pelo Brasil ao longo de sua história não foram capazes de gerar crises políticas que levassem o povo brasileiro à revolução social e colocassem em xeque o sistema econômico e os detentores do poder visando a promoção de seu desenvolvimento econômico e social. Apesar das inúmeras revoltas populares registradas ao longo da história do Brasil, uma verdadeira revolução política, econômica e social capaz de realizar mudanças estruturais profundas e promover o desenvolvimento em benefício da população brasileira nunca aconteceu efetivamente no País. Todas as tentativas revolucionárias realizadas no Brasil foram abortadas com dura repressão pelos detentores do poder. É sabido que, no mundo, os países que avançaram politicamente são aqueles cujos povos foram protagonistas, através de revoluções sociais, das mudanças realizadas nos planos econômico e social. Ao longo da história do Brasil, é flagrante a incapacidade do povo brasileiro de assumir protagonismo nas mudanças estruturais necessárias ao progresso econômico e social do País. De modo geral, em momentos de crise política e econômica sempre ocorreram
  • 4. 4 acordos entre as classes dominantes e os detentores do poder político que possibilitavam manter o “status quo” como ocorreu, por exemplo, durante a “República Velha”, após a Proclamação da República em 1889 com a “política do café com leite” e, após o fim do regime militar em 1985, com a eleição indireta de Tancredo Neves à Presidência da República. Quando não houve “acordos pelo alto” ao longo da história, o Brasil foi vítima de golpes de estado como ocorreu em 1889 com o fim do Império, em 1930 com o fim da “República Velha” e em 1964 com a implantação da ditadura militar. Ao longo da história do Brasil, o povo brasileiro nunca foi protagonista das mudanças políticas, econômicas e sociais. Isto precisa mudar para que se possa construir um futuro radioso para o Brasil. A crítica situação política, econômica e social em que se encontra o Brasil no momento não comporta a conciliação “pelo alto” como o que se esboça entre os detentores do poder econômico e político para manter o governo Dilma Rousseff no poder. Tudo leva a crer que se Dilma Rousseff não for destituída do poder através de impeachment pelo crime de responsabilidade fiscal ou crime eleitoral, poderá ocorrer convulsão social com o confronto entre a grande maioria do povo brasileiro que deseja sua deposição e os partidários do governo. É preciso levar em conta as lições da história que nos ensina que a convulsão social pode levar à instauração de ditaduras de direita ou de esquerda. Este é o risco que ameaça a sociedade brasileira. Desta vez, não há espaço para conciliação “pelo alto”. O Brasil vive, portanto, momentos decisivos em sua história. * Fernando Alcoforado, 75, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).