O teatro na Grécia Antiga: da festa de Dionísio aos gêneros trágico e cômico
1.
2. Um dos aspectos mais
significativos da cultura
grega antiga foi o teatro.
Os gregos o
desenvolveram de tal
forma que até os dias
atuais, artistas,
dramaturgos e demais
envolvidos nas artes
cênicas sofrem a
influência suas
influências. Diversas
peças teatrais criadas
na Grecia Antiga são até
hoje encenadas.
3. O teatro grego surgiu a partir da evolução
das artes e cerimônias gregas como, por
exemplo, a festa em homenagem ao deus
Dionísio (deus do vinho e das festas). Nesta
festa, os jovens dançavam e cantavam
dentro do templo deste deus, oferecendo-
lhe vinho. Com o tempo, esta festa
começou a ganhar uma certa
organização, sendo representada para
diversas pessoas.
4. Na mitologia grega,
Dionísio era o deus do
vinho, pois possuía os
conhecimentos e segredos
do plantio e colheita da
uva. Possuía também os
segredos da produção do
vinho. Era também
associado às festas e
atividades relacionadas ao
prazer material. Era filho de
Zeus (deus dos deuses)
com a princesa Sêmele.
Dionísio era um dos doze
deuses olímpicos (habitava
o Monte Olimpo), portanto
era um dos mais
importantes da mitologia e
religião grega.
5. Durante o período clássico da história da Grécia
(século V a.C.) foram estabelecidos os estilos mais
conhecidos de teatro: a tragédia e a
comédia. Ésquilo e Sófocles são os dramaturgos de
maior importância desta época. A ação, diversos
personagens e temas cotidianos foram
representados nos teatros gregos desta época.
Não podemos deixar de destacar também o
dramaturgo ateniense Aristófanes. Suas comédias
eram fortes sátiras que criticavam diversos aspectos
sociais e políticos da sociedade ateniense.
6. Nesta época clássica foram construídos
diversos teatros ao ar livre. Eram
aproveitadas montanhas e colinas de
pedra para servirem de suporte para as
arquibancadas. A acústica (propagação
do som) era perfeita, de tal forma que a
pessoa sentada na última fileira (parte
superior) podia ouvir tão bem a voz dos
atores, quanto quem estivesse sentado na
primeira fileira.
Os atores representavam usando máscaras
e túnicas de acordo com o personagem.
Muitas vezes, eram montados cenários
bem decorados para dar maior realismo à
encenação.
7.
8. Os temas mais representados nas peças
teatrais gregas eram: tragédias
relacionadas a fatos cotidianos,
problemas emocionais e psicológicos,
lendas e mitos, homenagem aosdeuses
gregos, fatos heróicos e críticas
humorísticas aos políticos. Os atores,
além das máscaras, utilizam muito os
recursos da mímica. Muitas vezes a
peça era acompanhada por músicas
reproduzidas por um coral.
9. A tragédia é uma forma dramática,
frequentemente associada aos gêneros sérios do
teatro, em que os conteúdos morais e éticos estão
enraizados na forma e no enredo da trama.
Ao contrario do que se pensa, a tragédia não se
trata simplesmente de um acontecimento triste,
que conta uma desgraça de seus personagens.A
tragédia liga-se mais a um acontecimento
fatídico, inevitável, a uma fatalidade que, por
ordens divinas, ou não, esta predestinada a
ocorrer .
10. A tragédia encena o suplicio do herói, que foi
condenado pelos deuses, a vivenciar as
consequências do seu erro. Tal erro não é
proposital. O herói da tragédia grega não falha
por ser mau ou fraco, mas por se encontrar em
uma fatalidade que é irremediável.
Por isso, na tragédia grega, o herói é aquele que
ultrapassa o seu próprio MÉTRON e que sofre as
consequências desse ato.Mas, para Aristóteles, isso
não é algo ruim, é, ao contrario, o objetivo maior
da tragédia.
11. Aristóteles (384-322 a.c), grande filosofo grego, foi um dos
pensadores que mais se dedicou a teorizar a tragédia como
gênero dramático. Para esse autor, a ação dramática, ou seja, o
teatro, diferenciava-se dos textos literários porque acontecia de
forma direta, não existindo um narrador que mediasse as ações. No
livro Poética, Aristóteles fala de alguns elementos constitutivos da
tragédia que são:
12. É um termo que remete à ideia de purificação,
lavagem. É o resultado produzido no espectador
quando o herói descobre o seu erro e toma uma
ação trágica, expurgando-se. Esse fenômeno é
um dos fins decorrências da tragédia, pois,
segundo Aristóteles, assistir a uma representação
trágica provoca a piedade e o temor. Assim, o
espectador podia experimentar essas emoções,
sem, contudo, viver a dor que essas traziam
quando advindas de fatos ocorridos na realidade.
13. O herói trágico seguia o caminho do meio. Ele não
se destacava nem por ser totalmente inocente e
virtuoso nem por ser justo, mas por ter sido vitima
de um erro. Se ele sofria, não era para pagar um
pecado, mas, sim, por um destino traçado ou uma
escolha errada. Os personagens das tragédias
clássicas normalmente eram pessoas de elevada
condição, sejam reis, deuses ou heróis.
Segundo Aristóteles, o herói deveria ser o meio
para dois elementos qualitativos importantes na
tragédia: a peripécia e o reconhecimento, que
seriam realizados por meio da híbris do herói.
14. Era uma reviravolta
imprevista, quando
o personagem
passasse da
felicidade para a
infelicidade, ou
vice-versa, em
uma virada
inesperada.
Acontecia quando o
heroi passava do
estado de ignorar o
erro cometido ao de
conhecer
plenamente o erro q
causou sua
desgraça .
15. Era a teimosia do
herói, a sua
persistência em uma
decisão, que o
levaria ao erro
trágico .
16. A comedia consistia na realização de cenas
teatrais, as quais possuíam características mais
leves, ridicularizadas, mundanas. Apresentavam
fatos corriqueiros do momento, desvinculadas de
qualquer pretensão mais elaborada na realidade
das ações apresentadas, devendo,
essencialmente, mostrar preocupação com a
satisfação e a diversão do publico e, muitas vezes,
vinculada a criticas políticas dos governantes e
dos costumes da época.
17. A comedia se consolidou na Grécia no
período em que a democracia também
estava bastante estabelecida, o que foi
necessário porque a comedia precisava
de ampla liberdade de expressão, uma vez
que muitos dramaturgos ridicularizavam o
próprio governo grego e os seus
governantes.
Durante as dionisíacas, a comedia era
apresentada ao lada do gênero trágico,
possuindo, no entanto, um concurso
próprio. Em termos cênicos, a comedia era
diferenciada pelo uso de mascaras e
figurinos mais exagerados.
18. A comedia antiga tem como seu maior expoente
o comediógrafo Aristófanes, escritor de peças,
como as rãs, as aves, as vespas e as nuvens. São
textos cômicos ligados aos “mimos”, com enredos
inspirados nos acontecimentos da polis, e que se
fundamentaram, especialmente, na critica politica
e social.
A comedia media marca a transição da comedia
antiga para a comedia nova e tem campo
característica um período de amenização das
criticas sociais e politicas, alem de marcar o fim
das criticas diretas a pessoas vivas.
19. A comedia nova tem como principal expoente o
comediógrafo menandro. Trata-se de um
momento em que a comedia tem mais
proximidade co a realidade e que assume uma
característica de costumes, lidando com questões,
como diferenças de classes sociais, desavenças
familiares, amor, entre outros. Oi inspiradora de
grandes dramaturgos, como Shakespeare e
molière.
20. Depois da queda de Atenas e sua destruição
pelos persas em 481 a.C. a cidade foi
reconstruída, e o teatro passou a
desempenhar um papel ainda mais
importante na cultura e no orgulho cívico
locais. Com a evolução da forma e a
introdução de enredos fictícios ou
contemporâneos se estabilizaram dois gêneros
principais, já plenamente cênicos: a tragédia e
a comédia. Nas Grandes Dionísias três poetas
concorriam, cada um com três tragédias e
um drama satírico. Para além disso,
apresentavam-se cinco comédias e 20
ditirambos.
21. As novidades desta fase são a
introdução de um segundo ator,
o deuteragonista, por Ésquilo, e depois
um terceiro, o tritagonista, por Sófocles.
O coro se formalizou e fixou com cerca
de 4 a 8 pessoas, vestidas de negro, e o
acompanhamento musical desenvolveu
os primeiros sinais
de cromatismo e polifonia na história da
música do ocidente. Crátinos, por sua
vez, foi o primeiro a levar a comédia a
um alto nível de dignidade literária.
22. Embora sejam registrados muitos autores especialmente na
época áurea do teatro grego, somente de quatro nos
chegaram peças integrais, todos eles de
Atenas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes na tragédia,
e Aristófanes na comédia. Suas criações, e mais referências de
fontes secundárias como Aristóteles, são a base para o
conhecimento do teatro da Grécia Antiga.
Ésquilo (525 a 456 a.C.. aproximadamente)
Principal texto: Prometeu acorrentado.
Tema principal que tratava: contava fatos sobre os deuses e os
mitos.
Sófocles (496 a 406 a.C. aproximadamente)
Principal texto: Édipo Rei.
Tema principal que tratava: as grandes figuras reais.
Eurípides (484 a 406 a.C. aproximadamente)
Principal texto: As troianas
Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (pai do
drama ocidental)
Aristófanes (445 a.C.? – 386 a.C.) Dramaturgo grego
considerado o maior representante da comédia grega clássica.