GRANDES BANCOS PRIVADOS DEVEM TER AVANÇO LENTO DO CRÉDITO, MAS ATIVOS MELHORA...
Participação em matéria da Bloomberg republicada pela Exame (11/09/2013): Itaú não quer aumentar salário devido à desaceleração
1. 09/10/13 Itaú não quer aumentar salário devido à desaceleração - Negócios
exame.abril.com.br/noticia/itau-nao-quer-aumentos-salariais-devido-a-desaceleracao/imprimir 1/2
Esfriamento 11/09/2013 13:52
Itaú não quer aumentar salário devido à desaceleração
Objetivo da empresa é melhorar os lucros afetados pelo crescimento econômico mais fraco
do Brasil em uma década
Francisco Marcelino, da
São Paulo - O Itaú Unibanco Holding SA e o Banco Bradesco SA estão pressionando os sindicatos
para que aceitem os menores aumentos salariais desde 2004, a fim de melhorar os lucros afetados
pelo crescimento econômico mais fraco do Brasil em uma década.
A federação de bancos do Brasil (Fenaban) está propondo um aumento de salários de 6,1 por cento,
que corresponde à inflação nos 12 meses finalizados em agosto. Os funcionários pedem 11,9 por
cento, e o sindicato convocou uma reunião para o dia 12 de setembro para discutir uma greve. O Itaú e
o Bradesco, os maiores bancos do país por valor de mercado, preveem que os custos operacionais,
que combinam custos administrativos e de pessoal, aumentarão até 6 por cento neste ano.
Os bancos estão procurando reduzir gastos para reverter a queda nas margens de lucro num contexto
de aumento de taxas de juros e estímulos do governo destinados a tirar a economia de uma
desaceleração de dois anos. O Itaú tinha 94.820 funcionários no segundo trimestre, 4,2 por cento a
menos do que um ano atrás, enquanto no Bradesco o número de funcionários caiu 2,5 por cento para
101.951, segundo os relatórios de lucros dos bancos.
“Dada a atual situação econômica brasileira, os bancos podem aumentar os salários abaixo de um
aumento médio de cerca de 2 por cento acima da inflação”, disse André Riva Gargiulo, analista da
corretora GBM Grupo Bursátil Mexicano SA, em entrevista por telefone de São Paulo na semana
passada. “Devido à redução de pessoal, os sindicatos terão menos poder de negociação neste ano”.
Os bancos estão procurando “proteger as conquistas” dos trabalhadores obtidas com aumentos
salariais acima da inflação desde 2004 e ao mesmo tempo evitando gerar novos custos, disse Magnus
Ribas Apostólico, diretor de relações trabalhistas na Fenaban.
As margens líquidas de juros do Itaú e do Bradesco, a diferença entre o que os bancos pagam aos
depositantes e o que é ganho com empréstimos, estão caindo porque a presidente Dilma Rousseff
está pressionando os credores a reduzirem os custos dos empréstimos. A margem líquida de juros do
Itaú caiu de 6,9 por cento no segundo trimestre do ano passado para 6,4 por cento no mesmo período
deste ano, enquanto a do Bradesco recuou de 7,9 por cento para 7,2 por cento no mesmo período,
segundo seus relatórios de lucros. Produtividade dos funcionários.
O sindicato, que representa aproximadamente 500.000 trabalhadores no país, declarou que a proposta
dos bancos é uma “provocação” que “desrespeita” os funcionários, de acordo com seu site.
Depois de eliminar empregos, o Itaú, o Bradesco, o Banco do Brasil SA e o Banco Santander Brasil SA,
os quatro maiores bancos de capital aberto, foram aumentando a produtividade dos seus funcionários.
No segundo trimestre, a carteira combinada de empréstimos por funcionário aumentou de R$ 3,5
milhões de um ano atrás para R$4,1 milhões (US$ 1,8 milhão), segundo uma pesquisa da GBM. A
2. 09/10/13 Itaú não quer aumentar salário devido à desaceleração - Negócios
exame.abril.com.br/noticia/itau-nao-quer-aumentos-salariais-devido-a-desaceleracao/imprimir 2/2
média de empregados por agência caiu de 22,8 para 21,8 no mesmo período, segundo a pesquisa.
Superando a inflação
Embora os bancos estejam eliminando empregos, a expansão econômica no segundo trimestre
poderia ajudar os funcionários nas negociações salariais, disse José Silvestre Prado de Oliveira,
coordenador de relações sindicais do Dieese, instituto de pesquisa sindical com sede em São Paulo.
“Os bancários têm uma grande tradição e são um dos poucos grupos de trabalhadores do Brasil com
um contrato coletivo nacional de trabalho”, disse Oliveira em entrevista por telefone de São Paulo.
“Como a taxa de desemprego está estável e a inflação está recuando, talvez no segundo semestre
vejamos aumentos salariais semelhantes aos do primeiro”.
“Sentimos que a economia está mais lenta e as coisas não estão muito claras para nós”, disse
Apostólico. “Nós sempre fazemos tudo o que podemos para evitar uma greve, mas tudo tem um limite,
e os custos também”.