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E
O

spírito

SANTO

Os Milagres
e o Espírito Santo
Owen D. Olbricht
Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido
anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando
Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por
distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade (Hebreus 2:3, 4).
Os milagres são uma parte importante da
obra do Espírito Santo. As Escrituras mostram
que o Pai usou o Espírito Santo como o agente
pelo qual Ele realizava milagres (Hebreus 2:3, 4).
Através das atividades miraculosas do Espírito
Santo, Deus testificou que os homens que estavam
falando eram Seus mensageiros (Marcos 16:20).
Sendo assim, através do Espírito, Ele apresentou,
confirmou e preservou Sua Palavra.
OS MILAGRES NÃO SE REPETIRÃO
O que Deus proporcionou através de um
ato miraculoso, Ele não precisa proporcionar
novamente repetindo esse milagre. Através da
criação Deus apresentou, de uma vez por todas,
provas de Sua existência e natureza (Romanos
1:20) e da grandeza de Sua mente criativa, nas
mais inumeráveis formas de vida sobre o nosso
planeta. Desde os dias da criação, tudo o que se
precisa para provar o poder e a natureza de Deus
está contido no que Ele criou.
Nos primórdios da história da humanidade,
religiões politeístas fabricaram muitos deuses,
criando uma necessidade de se provar que existe
um único Deus e provar quem é Ele. Deus decidiu
provar a Si mesmo no Egito, um país cheio de

deuses falsos. Num cenário infestado de uma
multiplicidade de deuses, o faraó do Egito
perguntou: “Quem é o Senhor para que lhe ouça
eu a voz e deixe ir a Israel?” (Êxodo 5:2a). Em
resposta, Deus demonstrou que somente Ele é
Deus, e disse: “…executarei juízo sobre todos os
deuses do Egito. Eu sou o Senhor” (Êxodo 12:12).
Jetro, sogro de Moisés, tirou uma conclusão
correta diante dos milagres de Deus ao libertar
Israel da escravidão egípcia; disse ele: “Agora,
sei que o Senhor é maior que todos os deuses,
porque livrou este povo de debaixo da mão dos
egípcios, quando agiram arrogantemente contra
o povo” (Êxodo 18:11).
Deus não precisou provar a cada geração
sucessora que Ele é o único Deus. Ele disse a
Moisés que realizaria sinais no Egito, “para que
contes a teus filhos e aos filhos de teus filhos
como zombei dos egípcios e quantos prodígios
fiz no meio deles, e para que saibais que eu sou
o Senhor” (Êxodo 10:2). Deus não repetiria os
milagres que realizou no Egito para os filhos de
Israel ou seus netos, com o fim de mostrar-lhes
que Ele tinha poder sobre os deuses dos egípcios.
A geração que viu esses sinais, deveria conta às
gerações seguintes para que estes aceitassem

1
Deus como o único e verdadeiro Deus.
Anos mais tarde, Gideão indagou: “Se o
Senhor é conosco, por que nos sobreveio tudo
isto? E que é feito de todas as suas maravilhas
que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos
fez o Senhor subir do Egito?…” (Juízes 6:13). A
pergunta de Gideão é uma prova de que 1) milagres como esses que libertaram Israel do Egito
não são mais realizados e 2) gerações posteriores
souberam desses milagres.
Semelhantemente, os que viram Jesus operando milagres os registraram para que gerações
futuras pudessem crer (João 20:30, 31). Hoje, nós
somos informados da vida, dos milagres, da
morte, do sepultamento e da ressurreição de

Jesus através da Palavra escrita. Esses acontecimentos não se repetirão.
OS MILAGRES TINHAM UM
PROPÓSITO ESPECÍFICO
Jesus às vezes realizava milagres pela compaixão que tinha das pessoas (Mateus 9:36; 14:14;
15:32; 20:34). Todavia, cada milagre, desde a
criação, tinha um mesmo propósito por trás de si.
1. O propósito da magnificência da criação
foi provar a existência de Deus (Romanos 1:20).
2. Através dos milagres, Deus mostrou que é
o único Deus verdadeiro — um Deus acima dos
deuses egípcios (Êxodo 10:2) e acima dos deuses
cananeus (1 Reis 18:36–39).

JESUS PERMANECE O MESMO
Alguns grupos religiosos continuam à espera de sinais e prodígios hoje por causa desta afirmação:
“Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8). Essa conclusão não pode estar
correta; pois essa passagem não está se referindo a milagres, e sim ao cuidado providencial e contínuo de
Deus pelo Seu povo (Hebreus 13:5, 6). Ademais, a passagem não pode estar ensinando que todos os
aspectos da existência ou das atividades de Deus são e sempre serão os mesmos. Jesus não tem sido sempre
o mesmo em todos os sentidos; por exemplo, Ele existiu em forma de espírito antes de vir à terra e assumir
um corpo humano (João 1:14; Hebreus 10:5c), e depois voltou à Sua natureza original ao subir ao Pai (João
17:5). Jesus não está aqui na terra agora, nem virá novamente em pessoa para realizar milagres para
crermos que Ele é o Filho de Deus. Os sinais e prodígios que Jesus realizou enquanto estava na terra tinham
esse propósito e foram registrados para que creiamos (João 20:30, 31). Da mesma forma, Sua morte
redentora na cruz não é um ato contínuo, mas foi realizada de uma vez por todas e nunca se repetirá
(Hebreus 1:3; 7:27; 9:12, 24–26; 10:12–14).
As atividades de Jesus fora da carne também não foram sempre as mesmas. Ele criou todas as coisas
(João 1:3; Colossenses 1:16) em seis dias (Gênesis 2:2; Êxodo 20:11), um ato acabado que não se repetiu até
onde sabemos. Através do milagre da criação, Jesus provou à humanidade Sua existência e glória
(Romanos 1:19, 20; Salmos 19:1; João 1:1–3). Tendo já revelado toda a verdade (João 14:26; 16:13; Judas
3) — que não precisa de acréscimos nem de alterações (Gálatas 1:8, 9; Apocalipse 22:18, 19) — Ele não está
continuamente revelando uma nova verdade.
Jesus permanece coerente com Sua personalidade e Seu cuidado conosco, mas isto não quer dizer que
Ele criará novos mundos, morrerá novamente por nossos pecados, será ressuscitado ou andará nas águas
novamente, alimentará multidões com alguns pães e peixes, ou repetirá algum de Seus grandes milagres
para que creiamos nEle. Nossa crença não deve se basear em sinais visíveis. Se não vemos, mas ainda assim
cremos no testemunho escrito de Deus, somos abençoados (veja João 20:29b). Seus milagres foram
realizados e registrados para que as gerações sucessoras, incluindo a nossa, cresse que Ele é o Cristo, o Filho
de Deus (João 20:30, 31).
No Pentecostes, através de Pedro, Deus deu testemunho de que Ele aprovava Jesus “com milagres,
prodígios e sinais” (Atos 2:22). Aqueles que não crêem em Jesus duvidam do testemunho de Deus a respeito
de Jesus: “…Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá
acerca do seu Filho” (1 João 5:10; grifo meu). Esse versículo não se refere ao testemunho que Deus “está
dando”, como se Ele continuasse dando testemunho, mas diz “testemunho que ele deu” (gr. memartureken,
um verbo no perfeito do indicativo ativo), indicando que a ação foi concluída mas tem resultados
contínuos. O verbo implica que Deus concluiu o ato de dar Seu testemunho de Jesus, mas que esse
testemunho ainda existe para gerar fé. A fé que continua sendo gerada por causa do testemunho passado
de Deus, através dos milagres de Jesus, tem resultados contínuos por meio do registro escrito de Suas obras
(João 20:30, 31).

2
3. Deus provou que Jesus era Seu Filho
através de milagres, maravilhas e prodígios (João
20:30, 31; Atos 2:22).
4. Deus identificou certos homens (os apóstolos) como Seus porta-vozes aprovados “por
sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2 Coríntios 12:12).
5. Deus usou Seu divino poder para revelar
Sua Palavra através do Espírito Santo a homens
escolhidos (Efésios 3:3–5; 2 Timóteo 3:16; 1 Pedro
1:10–12; 2 Pedro 1:20, 21).
6. A Palavra não só foi concedida miraculosamente aos porta-vozes de Deus, como também
foi confirmada por milagres, maravilhas e prodígios (Marcos 16:20; Atos 14:3; Hebreus 2:2–4).
7. Deus confirmou Sua vontade por sinais
miraculosos. Por exemplo, Ele usou um sinal
para confirmar que estava abrindo as portas da
salvação aos gentios (Atos 10:47; 11:17; 15:7–9).
Sinais também mostraram a aprovação divina
da conversão dos samaritanos (Atos 8:14–19) —
um povo normalmente não aceito pelo povo
judeu (João 4:9) — e do rebatismo dos convertidos
de João Batista (Atos 19:1–6).
HÁ SINAIS FALSOS
SENDO REALIZADOS
Falsos mestres podem conseguir realizar
sinais e maravilhas convincentes. Moisés (Deuteronômio 13:1–3), Jesus (Mateus 24:24), Paulo
(2 Coríntios 11:13–15; 2 Tessalonicenses 2:8–10) e
João (Apocalipse 13:13, 14; 16:14), todos eles
ensinaram essa verdade.
Devemos julgar o que os mestres dizem para
identificarmos se são mestres verdadeiros de
Deus ou não. O fruto de um profeta (Mateus
7:15–20), seu ensino, é a base pela qual devemos
discernir entre um profeta verdadeiro e um falso.
Deus instruiu Seu povo:
Quando profeta ou sonhador se levantar no
meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio,
e suceder o tal sinal ou prodígio… e disser:
Vamos após outros deuses, que não conheceste,
e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse
profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso
Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor,
vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda
a vossa alma. Andareis após o Senhor, vosso
Deus, e a ele temereis; guardareis os seus
mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis
e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador
será morto… (Deuteronômio 13:1–5).

Deus espera que Seu povo teste um mestre
pelo que este diz (1 João 4:1, 6). Qualquer um que

não ensine a verdade divina revelada como se
encontra na Bíblia é um falso profeta, ainda que
pareça realizar sinais e maravilhas.
O faraó foi enganado pelas obras de seus
mágicos que “com as suas ciências ocultas”
(Êxodo 7:11) repetiram os milagres de Moisés
transformando cajados em cobras, água em
sangue (Êxodo 7:20, 22) e fazendo aparecer rãs
(Êxodo 8:6, 7). Essas atividades, por mais miraculosas que parecessem, não provavam que os
mágicos de faraó eram de Deus. Da mesma forma,
os feitos semelhantemente incomuns, realizados
pelos modernos, e assim chamados, operadores
de milagres, não provam que Deus esteja operando através deles.
Devemos suspeitar da origem de tais práticas
enganosas. Não seriam poderes miraculosos falsos
de Satanás (2 Tessalonicenses 2:9), obras enganosas de homens motivados por Satanás (2 Coríntios
11:13–15), operações de erro permitidas por Deus
(2 Tessalonicenses 2:11, 12), ou sinais realizados
por demônios (Apocalipse 16:14)? Deus permite
que Satanás exerça esse poder hoje? Sabemos
que Deus deu permissão a Satanás para afligir Jó
(Jó 1:12; 2:6) e que um demônio dava forças a um
jovem para quebrar cadeias e grilhões (Marcos
5:2–4). Todavia, Satanás jamais foi capaz de
realizar algo comparável aos verdadeiros milagres de Deus. Poderes incomuns exercidos por
Satanás ou demônios não provam que Satanás e
os demônios têm poderes miraculosos hoje. O
que podemos saber com certeza é que os que
escreveram a Bíblia eram de Deus, e através do
que eles escreveram podemos identificar o
verdadeiro e o falso mestre (1 João 4:6).
OS MILAGRES
TINHAM UMA ORIGEM DIVINA
Os milagres eram operados pelo poder de
Deus e não somente pela força da fé de uma
pessoa. Jesus, tendo Se esvaziado a si mesmo
(Filipenses 2:6, 7), operou Seus milagres pelo
poder do Espírito Santo, com o qual foi ungido
(Mateus 12:28; Lucas 4:18; Atos 10:38). Jesus
concedeu alguns poderes miraculosos aos setenta
discípulos (Lucas 10:9, 17), bem como aos apóstolos, durante Seu ministério pessoal (Mateus 10:1),
talvez por meio do Espírito Santo que estava
com eles (João 14:17). Mais tarde, quando foram
batizados e ficaram cheios do Espírito Santo
(Atos 1:2–5; 2:4), foram dotados de mais poder

3
ainda. Parece significativo que só os apóstolos
são mencionados como operando milagres,
algum tempo depois da vinda do Espírito Santo
no dia de Pentecostes (Atos 2:43; 4:33; 5:12).
Outros cristãos não começaram a operar milagres
enquanto os apóstolos não lhes impuseram as
mãos, assim como aconteceu a Estêvão e Filipe
(Atos 6:5, 6, 8; 8:6).
No começo de seu discipulado — embora
tivessem recebido o poder para expulsar espíritos imundos (Mateus 10:1, 8; Marcos 3:14, 15)
e tivessem até expulsado demônios (Marcos
6:13) — os apóstolos fracassaram ao tentar curar
um endemoninhado. Isso aconteceu não por falta
de autoridade deles para expulsar demônios,
mas por falta de fé (Mateus 17:20). A falta de fé
não foi da parte do pai ou do próprio filho
endemoninhado, mas da parte dos apóstolos.
Para realizarem um milagre, primeiramente
tinham de ter recebido poder. Então, era necessário haver fé para se exercer o poder concedido.
Jesus deu a Pedro o poder de andar sobre a água,
mas Pedro fracassou — não porque não possuísse
o poder, mas porque sua fé fracassou (Mateus
14:28–31).
Os milagres eram concedidos por Deus (1 Coríntios 12:4–6) através do Espírito Santo. Não
eram obtidos pela vontade do homem nem pela
fé somente, mas através do poder do Espírito. A
Bíblia diz que “um só e o mesmo Espírito realiza
todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe
apraz, a cada um, individualmente” (1 Coríntios
12:11; veja também Hebreus 2:4). O tipo de dom
miraculoso que era dado a um cristão baseava-se
na vontade do Espírito Santo e não no desejo do
indivíduo que recebia o dom.
Os apóstolos receberam o poder de transmitir
o Espírito a outros através da imposição de mãos,
conferindo-lhes dons miraculosos (Atos 19:6; 2 Timóteo 1:6). A habilidade de transmitir o Espírito
era um dos sinais do apostolado (2 Coríntios
12:12). Não há provas de que os que recebiam
poder através dos apóstolos eram capazes de
passar para outros esses dons miraculosos através
da imposição de suas próprias mãos.
Mesmo com a presença de Filipe, que era capaz
de operar milagres (Atos 8:6), os apóstolos — Pedro
e João — foram necessários em Samaria para a distribuição do Espírito Santo (Atos 8:14–19). Deus
concedeu aos apóstolos a habilidade especial de
conferir poderes miraculosos a outros cristãos.

4

J. W. McGarvey escreveu o seguinte a respeito
da obra de Pedro e João em Samaria:
Quaisquer que sejam os outros propósitos que
impeliram a missão dos dois apóstolos, como
confirmar a fé dos discípulos, ou ajudar Filipe
em seu trabalho, é bastante certo que o propósito
principal era a distribuição do Espírito Santo.
O que fizeram ao chegar ali certamente fazia
parte do objetivo de sua ida: mas a coisa principal que fizeram foi conferir o Espírito Santo;
portanto, era esse o principal propósito da visita
deles ali. Se, porém, Filipe pudesse conferir
tais dons, a missão teria sido desnecessária no
que diz respeito ao seu objetivo principal. Isto
estabelece uma prova forte de que os dons
miraculosos do Espírito Santo eram concedidos
por nenhuma outra mão, senão a dos apóstolos;
e essa conclusão é confirmada pela consideração
de que, no único outro exemplo do tipo registrado em Atos, o dos doze em Éfeso (19:1–7), os
dons foram concedidos pelas mãos de um
apóstolo1 .

Na igreja em Corinto não faltava nenhum
dom (1 Coríntios 1:7), fato que foi usado para
provar que Paulo era apóstolo. Paulo escreveu a
esses irmãos: “…vós sois o selo do meu apostolado no Senhor” (1 Coríntios 9:2). Se tais dons
estivessem disponíveis através da fé somente ou
por algum outro meio que não a imposição das
mãos dos apóstolos, a igreja em Corinto não teria
sido citada por Paulo como prova de seu apostolado. Se nenhum outro apóstolo havia ido até lá,
Paulo tinha mesmo de ser um apóstolo, pois só
ele estivera ali para conceder os dons miraculosos.
Por ser isto a verdade, os dons na igreja em
Corinto eram prova de que Paulo era apóstolo.
Se os poderes miraculosos fossem dados
diretamente por Deus na ausência de um apóstolo, os apóstolos Pedro e João não precisariam ir
a Samaria, e Paulo não precisaria ir a Roma para
conferir um dom espiritual aos cristãos dali (Romanos 1:11). Isto poderia ser feito sem a presença
de um apóstolo, se Deus agisse dessa maneira. A
única exceção a essa regra é a casa de Cornélio2 .
Desde esse tempo (os dias dos apóstolos), os
milagres, as maravilhas e os prodígios cessaram.
Nenhum apóstolo está vivo hoje para conferir
tais dons. Se os que, hoje, alegam ser operadores
de milagres pudessem andar na água, acalmar
1
J. W. McGarvey, New Commentary on Acts of Apostles
(“Novo Comentário de Atos dos Apóstolos”), vol. 1. 1892;
reimpressão, Delight, Ark.: Gospel Light Publishing Co.,
s.d., p. 142.
2
Veja a exposição sobre Cornélio e sua casa na lição
“O Batismo no Espírito Santo”, nesta edição.
um mar revolto, ressuscitar mortos, multiplicar
comida para alimentar multidões ou operar
outros milagres óbvios, eles poderiam demonstrar
tais habilidades vez após vez. Entretanto, eles
são incapazes de realizar milagres como os
descritos no Novo Testamento.
OS MILAGRES ERAM REALIZADOS
POR CRENTES ESPECÍFICOS
Jesus afirmou em Marcos 16:17 e 18 que
“sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:
em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma
coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados”. Essa passagem não responde as seguintes perguntas: 1) Todos os crentes serão
capazes de expelir demônios, falar novas línguas,
pegar em serpentes ou tomar veneno sem sofrer
mal algum e curar enfermos? 2) Esses dons se
restringirão a certos crentes? 3) Com base em
que os que realizarem esses atos serão capazes
de fazê-lo? 4) Por quanto tempo haverá esses
sinais? 5) Qual é o propósito desses sinais?
Uma declaração de Paulo fornece a evidência
de que nem todos os crentes possuíam dons
(1 Coríntios 12:7–11). Ele fez a seguinte pergunta
retórica: “Porventura, são todos apóstolos? Ou,
todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Têm todos dons de curar? Falam
todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?”
(1 Coríntios 12:27–31). Apenas certos crentes
possuíam dons miraculosos e cada um possuía
seu próprio dom específico.
Os que possuíam dons miraculosos não os
possuíam somente porque eram crentes, mas
porque haviam sido capacitados pelo Espírito
Santo (1 Coríntios 12:11). Seus poderes miraculosos eram resultado da distribuição do Espírito
Santo feita pelos apóstolos através da imposição
de suas mãos (Atos 8:14–17; 19:6). Por essa razão,
os dons miraculosos eram concedidos somente
quando havia apóstolos presentes (observe
Romanos 1:11). Tinham como propósito confirmar as verdades do evangelho (Marcos 16:20;
Atos 14:3; Hebreus 2:3, 4), pois o fundamento da
igreja estava sendo firmado nos apóstolos e
profetas (Efésios 2:20).
McGarvey fez o seguinte comentário certeiro
a respeito de Marcos 16:17 e 18:
A promessa não é que esses sinais os acom-

panhariam por algum tempo específico, nem
que deveriam acompanhar todo crente individual; mas simplesmente que acompanhariam
e seguiriam “os crentes” que constituíam o
corpo. Acompanhariam os crentes durante a
era apostólica — e não cada crente individual,
mas todos, ou quase todos, os corpos organizados e constituídos por crentes. Era um
cumprimento absoluto do que fora prometido.3

OS MILAGRES ERAM REALIZADOS
EM NOME DE JESUS
Uma noite antes de Jesus ser crucificado,
disse Ele aos apóstolos: “Se me pedirdes alguma
coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). Com
base nisto alguns têm concluído que, se pedirmos
um milagre em nome de Jesus, ele acontecerá.
Todavia, esta afirmação foi feita aos apóstolos,
que eram os únicos presentes juntamente com
Jesus naquela ocasião (Mateus 26:20; Lucas 22:14).
O Livro de Atos relata que homens mandaram
um demônio sair de certa pessoa em nome de
Jesus, ao que o demônio respondeu: “Conheço a
Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”
(Atos 19:13–15). Jesus dera o poder a Paulo, mas
não aos filhos de Ceva. O demônio entendia isso
e não obedeceu aos que não estavam autorizados
a dar-lhe ordens.
Jesus negará que conhece os ímpios que Lhe
disserem: “Senhor, Senhor! Porventura, não
temos nós profetizado em teu nome, e em teu
nome não expelimos demônios, e em teu nome
não fizemos muitos milagres?” (Mateus 7:22).
O poder para realizar milagres primeiramente
tinha de ser concedido; depois um milagre
poderia ser realizado pela fé, pedindo-se em
nome de Jesus. Um exemplo disso encontra-se
em Atos 3:1–16. Pedro e João, que receberam
poder quando o Espírito veio (Atos 1:8; 2:4),
curaram o paralítico em nome de Jesus (v. 6) e
através da fé que tinham no nome dEle (v. 16). Os
milagres não eram realizados com base na fé
somente ou simplesmente pedindo-se em nome
de Jesus. O poder tinha de ser concedido e a
partir daí o milagre poderia ser operado pela fé
no nome de Jesus.
OS MILAGRES NÃO ERAM
REALIZADOS POR DINHEIRO
Pedro disse ao mendigo paralítico: “Não
3
J. W. McGarvey, Matthew and Mark (“Mateus e
Marcos”), The New Testament Commentary, vol. 1. 1875;
reimpressão, Delight, Ark.: Gospel Light Publishing Co.,
s.d., p. 375.

5
possuo nem prata nem ouro” (Atos 3:6a). Jesus
havia instruído os apóstolos: “Curai enfermos,
ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli
demônios; de graça recebestes, de graça dai”
(Mateus 10:8). Paulo escreveu que, muitas vezes,
labutara “em fome e sede, em jejuns, muitas
vezes; em frio e nudez” (2 Coríntios 11:27). Jesus
disse: “As raposas têm seus covis, e as aves do
céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem
onde reclinar a cabeça” (Lucas 9:58).
Os que possuíam poderes miraculosos não
os usavam com o fim de receber benefícios
financeiros. Jesus afirmou que eles receberam
sem custo e deveriam dar sem cobrar. Os assim
chamados operadores de milagres de hoje recebem quantias enormes de dinheiro e vivem num
luxo muito acima das condições dos pobres que
dão dinheiro a eles. Nisto não seguem o modelo
de Jesus, Paulo, Pedro e dos demais cristãos
primitivos, que não eram financeiramente beneficiados pelos milagres.
OS MILAGRES NÃO ERAM
UMA “CURA DE TUDO”
Jesus acreditava em médicos, o que implica
que Ele aprovava o uso da medicina. Afirmou
ele: “Os sãos não precisam de médico, e sim os
doentes” (Mateus 9:12; Marcos 2:17; Lucas 5:31).
Lucas era médico. Quando Paulo fez alusão a ele,
não afirmou que ele havia sido médico, mas
referiu-se a ele como “Lucas, o médico amado”
(Colossenses 4:14), um sinal de que ele continuou
sendo médico mesmo depois de tornar-se cristão.
Paulo recomendou o uso de remédios ao
escrever a Timóteo: “Não continues a beber
somente água; usa um pouco de vinho, por causa
do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Timóteo 5:23). Paulo não estava
recomendando o consumo de vinho como uma
bebida, mas como um remédio para o estômago
de Timóteo e outras enfermidades.
O fato de Paulo não ter curado seus companheiros é um sinal de que a cura não era apenas
para beneficiar o doente, mas tinha um outro
propósito. Paulo escreveu: “Quanto a Trófimo,
deixei-o doente em Mileto” (2 Timóteo 4:20b).
Paulo não foi curado de seu “espinho na carne”
(2 Coríntios 12:7, 8).
Pode-se fazer as seguintes observações com
base nas declarações que acabamos de ver:
1) doentes devem utilizar médicos; 2) embora

6

Paulo tivesse o poder de um apóstolo e curasse
pessoas (Atos 14:9, 10; 19:11, 12), ele não curou
Timóteo nem Trófimo; 3) a medicina foi recomendada a Timóteo, devendo, portanto, ser
utilizada hoje para ajudar a curar nossas doenças;
4) ou a fé de Paulo não foi forte o bastante para
curar Timóteo e Trófimo, ou a cura não era um
benefício para todos os doentes. Não duvidaríamos da fé de Paulo e talvez não deveríamos
questionar a de Timóteo (2 Timóteo 1:5) ou
Trófimo. 5) Paulo não recomendou fé e oração a
Timóteo para curar-se da doença, mas sim um
remédio. Se a fé sozinha pode curar, Paulo deu
um conselho errado a Timóteo. 6) Se Paulo podia
ter curado Timóteo e Trófimo mas não o fez por
opção, cometeu grande injustiça contra eles. 7) A
cura devia ser feita apenas como um sinal para
atrair descrentes ou confirmar que a mensagem
era de Deus. 8) Timóteo e Trófimo sabiam que o
ensino de Paulo era de Deus, por isso não
precisavam de prova desse fato. 9) A Palavra
escrita nos fornece a prova de que precisamos
(João 20:30, 31), por isso Deus não nos dará
outras provas. Por exemplo, nenhuma prova
além de Moisés e os profetas foi dada ao rico em
Lucas 16:29–31. 10) Devemos utilizar os meios
que tivermos hoje para a recuperação de doenças.
Devemos orar pedindo ajuda, mas não milagres.
CONCLUSÃO
Os sinais e prodígios realizados por meio da
obra do Espírito Santo foram importantes para
provar aos que os testemunhavam que Deus é
Deus e que Ele Se revelou a nós através de Sua
Palavra. O Espírito Santo não está nos cristãos hoje
para operar diretamente neles ou através deles
miraculosamente. Essa obra parou com a morte
da última pessoa que havia recebido o dom do
Espírito pela imposição das mãos de um apóstolo.
Os mestres devem ser julgados pelo que
ensinam e não pelos milagres que aparentemente
operam. Devemos testar os espíritos (1 João 4:1),
não por sinais e prodígios que alegam realizar,
mas pelo que ensinam. Deus nos deu um padrão
para avaliarmos isso: “Eles procedem do mundo;
por essa razão, falam da parte do mundo, e o
mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que
conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da
parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos
o espírito da verdade e o espírito do erro” (1 João
4:5, 6).
■

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  • 1. E O spírito SANTO Os Milagres e o Espírito Santo Owen D. Olbricht Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade (Hebreus 2:3, 4). Os milagres são uma parte importante da obra do Espírito Santo. As Escrituras mostram que o Pai usou o Espírito Santo como o agente pelo qual Ele realizava milagres (Hebreus 2:3, 4). Através das atividades miraculosas do Espírito Santo, Deus testificou que os homens que estavam falando eram Seus mensageiros (Marcos 16:20). Sendo assim, através do Espírito, Ele apresentou, confirmou e preservou Sua Palavra. OS MILAGRES NÃO SE REPETIRÃO O que Deus proporcionou através de um ato miraculoso, Ele não precisa proporcionar novamente repetindo esse milagre. Através da criação Deus apresentou, de uma vez por todas, provas de Sua existência e natureza (Romanos 1:20) e da grandeza de Sua mente criativa, nas mais inumeráveis formas de vida sobre o nosso planeta. Desde os dias da criação, tudo o que se precisa para provar o poder e a natureza de Deus está contido no que Ele criou. Nos primórdios da história da humanidade, religiões politeístas fabricaram muitos deuses, criando uma necessidade de se provar que existe um único Deus e provar quem é Ele. Deus decidiu provar a Si mesmo no Egito, um país cheio de deuses falsos. Num cenário infestado de uma multiplicidade de deuses, o faraó do Egito perguntou: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel?” (Êxodo 5:2a). Em resposta, Deus demonstrou que somente Ele é Deus, e disse: “…executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor” (Êxodo 12:12). Jetro, sogro de Moisés, tirou uma conclusão correta diante dos milagres de Deus ao libertar Israel da escravidão egípcia; disse ele: “Agora, sei que o Senhor é maior que todos os deuses, porque livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo” (Êxodo 18:11). Deus não precisou provar a cada geração sucessora que Ele é o único Deus. Ele disse a Moisés que realizaria sinais no Egito, “para que contes a teus filhos e aos filhos de teus filhos como zombei dos egípcios e quantos prodígios fiz no meio deles, e para que saibais que eu sou o Senhor” (Êxodo 10:2). Deus não repetiria os milagres que realizou no Egito para os filhos de Israel ou seus netos, com o fim de mostrar-lhes que Ele tinha poder sobre os deuses dos egípcios. A geração que viu esses sinais, deveria conta às gerações seguintes para que estes aceitassem 1
  • 2. Deus como o único e verdadeiro Deus. Anos mais tarde, Gideão indagou: “Se o Senhor é conosco, por que nos sobreveio tudo isto? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor subir do Egito?…” (Juízes 6:13). A pergunta de Gideão é uma prova de que 1) milagres como esses que libertaram Israel do Egito não são mais realizados e 2) gerações posteriores souberam desses milagres. Semelhantemente, os que viram Jesus operando milagres os registraram para que gerações futuras pudessem crer (João 20:30, 31). Hoje, nós somos informados da vida, dos milagres, da morte, do sepultamento e da ressurreição de Jesus através da Palavra escrita. Esses acontecimentos não se repetirão. OS MILAGRES TINHAM UM PROPÓSITO ESPECÍFICO Jesus às vezes realizava milagres pela compaixão que tinha das pessoas (Mateus 9:36; 14:14; 15:32; 20:34). Todavia, cada milagre, desde a criação, tinha um mesmo propósito por trás de si. 1. O propósito da magnificência da criação foi provar a existência de Deus (Romanos 1:20). 2. Através dos milagres, Deus mostrou que é o único Deus verdadeiro — um Deus acima dos deuses egípcios (Êxodo 10:2) e acima dos deuses cananeus (1 Reis 18:36–39). JESUS PERMANECE O MESMO Alguns grupos religiosos continuam à espera de sinais e prodígios hoje por causa desta afirmação: “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8). Essa conclusão não pode estar correta; pois essa passagem não está se referindo a milagres, e sim ao cuidado providencial e contínuo de Deus pelo Seu povo (Hebreus 13:5, 6). Ademais, a passagem não pode estar ensinando que todos os aspectos da existência ou das atividades de Deus são e sempre serão os mesmos. Jesus não tem sido sempre o mesmo em todos os sentidos; por exemplo, Ele existiu em forma de espírito antes de vir à terra e assumir um corpo humano (João 1:14; Hebreus 10:5c), e depois voltou à Sua natureza original ao subir ao Pai (João 17:5). Jesus não está aqui na terra agora, nem virá novamente em pessoa para realizar milagres para crermos que Ele é o Filho de Deus. Os sinais e prodígios que Jesus realizou enquanto estava na terra tinham esse propósito e foram registrados para que creiamos (João 20:30, 31). Da mesma forma, Sua morte redentora na cruz não é um ato contínuo, mas foi realizada de uma vez por todas e nunca se repetirá (Hebreus 1:3; 7:27; 9:12, 24–26; 10:12–14). As atividades de Jesus fora da carne também não foram sempre as mesmas. Ele criou todas as coisas (João 1:3; Colossenses 1:16) em seis dias (Gênesis 2:2; Êxodo 20:11), um ato acabado que não se repetiu até onde sabemos. Através do milagre da criação, Jesus provou à humanidade Sua existência e glória (Romanos 1:19, 20; Salmos 19:1; João 1:1–3). Tendo já revelado toda a verdade (João 14:26; 16:13; Judas 3) — que não precisa de acréscimos nem de alterações (Gálatas 1:8, 9; Apocalipse 22:18, 19) — Ele não está continuamente revelando uma nova verdade. Jesus permanece coerente com Sua personalidade e Seu cuidado conosco, mas isto não quer dizer que Ele criará novos mundos, morrerá novamente por nossos pecados, será ressuscitado ou andará nas águas novamente, alimentará multidões com alguns pães e peixes, ou repetirá algum de Seus grandes milagres para que creiamos nEle. Nossa crença não deve se basear em sinais visíveis. Se não vemos, mas ainda assim cremos no testemunho escrito de Deus, somos abençoados (veja João 20:29b). Seus milagres foram realizados e registrados para que as gerações sucessoras, incluindo a nossa, cresse que Ele é o Cristo, o Filho de Deus (João 20:30, 31). No Pentecostes, através de Pedro, Deus deu testemunho de que Ele aprovava Jesus “com milagres, prodígios e sinais” (Atos 2:22). Aqueles que não crêem em Jesus duvidam do testemunho de Deus a respeito de Jesus: “…Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho” (1 João 5:10; grifo meu). Esse versículo não se refere ao testemunho que Deus “está dando”, como se Ele continuasse dando testemunho, mas diz “testemunho que ele deu” (gr. memartureken, um verbo no perfeito do indicativo ativo), indicando que a ação foi concluída mas tem resultados contínuos. O verbo implica que Deus concluiu o ato de dar Seu testemunho de Jesus, mas que esse testemunho ainda existe para gerar fé. A fé que continua sendo gerada por causa do testemunho passado de Deus, através dos milagres de Jesus, tem resultados contínuos por meio do registro escrito de Suas obras (João 20:30, 31). 2
  • 3. 3. Deus provou que Jesus era Seu Filho através de milagres, maravilhas e prodígios (João 20:30, 31; Atos 2:22). 4. Deus identificou certos homens (os apóstolos) como Seus porta-vozes aprovados “por sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2 Coríntios 12:12). 5. Deus usou Seu divino poder para revelar Sua Palavra através do Espírito Santo a homens escolhidos (Efésios 3:3–5; 2 Timóteo 3:16; 1 Pedro 1:10–12; 2 Pedro 1:20, 21). 6. A Palavra não só foi concedida miraculosamente aos porta-vozes de Deus, como também foi confirmada por milagres, maravilhas e prodígios (Marcos 16:20; Atos 14:3; Hebreus 2:2–4). 7. Deus confirmou Sua vontade por sinais miraculosos. Por exemplo, Ele usou um sinal para confirmar que estava abrindo as portas da salvação aos gentios (Atos 10:47; 11:17; 15:7–9). Sinais também mostraram a aprovação divina da conversão dos samaritanos (Atos 8:14–19) — um povo normalmente não aceito pelo povo judeu (João 4:9) — e do rebatismo dos convertidos de João Batista (Atos 19:1–6). HÁ SINAIS FALSOS SENDO REALIZADOS Falsos mestres podem conseguir realizar sinais e maravilhas convincentes. Moisés (Deuteronômio 13:1–3), Jesus (Mateus 24:24), Paulo (2 Coríntios 11:13–15; 2 Tessalonicenses 2:8–10) e João (Apocalipse 13:13, 14; 16:14), todos eles ensinaram essa verdade. Devemos julgar o que os mestres dizem para identificarmos se são mestres verdadeiros de Deus ou não. O fruto de um profeta (Mateus 7:15–20), seu ensino, é a base pela qual devemos discernir entre um profeta verdadeiro e um falso. Deus instruiu Seu povo: Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio… e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Andareis após o Senhor, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. Esse profeta ou sonhador será morto… (Deuteronômio 13:1–5). Deus espera que Seu povo teste um mestre pelo que este diz (1 João 4:1, 6). Qualquer um que não ensine a verdade divina revelada como se encontra na Bíblia é um falso profeta, ainda que pareça realizar sinais e maravilhas. O faraó foi enganado pelas obras de seus mágicos que “com as suas ciências ocultas” (Êxodo 7:11) repetiram os milagres de Moisés transformando cajados em cobras, água em sangue (Êxodo 7:20, 22) e fazendo aparecer rãs (Êxodo 8:6, 7). Essas atividades, por mais miraculosas que parecessem, não provavam que os mágicos de faraó eram de Deus. Da mesma forma, os feitos semelhantemente incomuns, realizados pelos modernos, e assim chamados, operadores de milagres, não provam que Deus esteja operando através deles. Devemos suspeitar da origem de tais práticas enganosas. Não seriam poderes miraculosos falsos de Satanás (2 Tessalonicenses 2:9), obras enganosas de homens motivados por Satanás (2 Coríntios 11:13–15), operações de erro permitidas por Deus (2 Tessalonicenses 2:11, 12), ou sinais realizados por demônios (Apocalipse 16:14)? Deus permite que Satanás exerça esse poder hoje? Sabemos que Deus deu permissão a Satanás para afligir Jó (Jó 1:12; 2:6) e que um demônio dava forças a um jovem para quebrar cadeias e grilhões (Marcos 5:2–4). Todavia, Satanás jamais foi capaz de realizar algo comparável aos verdadeiros milagres de Deus. Poderes incomuns exercidos por Satanás ou demônios não provam que Satanás e os demônios têm poderes miraculosos hoje. O que podemos saber com certeza é que os que escreveram a Bíblia eram de Deus, e através do que eles escreveram podemos identificar o verdadeiro e o falso mestre (1 João 4:6). OS MILAGRES TINHAM UMA ORIGEM DIVINA Os milagres eram operados pelo poder de Deus e não somente pela força da fé de uma pessoa. Jesus, tendo Se esvaziado a si mesmo (Filipenses 2:6, 7), operou Seus milagres pelo poder do Espírito Santo, com o qual foi ungido (Mateus 12:28; Lucas 4:18; Atos 10:38). Jesus concedeu alguns poderes miraculosos aos setenta discípulos (Lucas 10:9, 17), bem como aos apóstolos, durante Seu ministério pessoal (Mateus 10:1), talvez por meio do Espírito Santo que estava com eles (João 14:17). Mais tarde, quando foram batizados e ficaram cheios do Espírito Santo (Atos 1:2–5; 2:4), foram dotados de mais poder 3
  • 4. ainda. Parece significativo que só os apóstolos são mencionados como operando milagres, algum tempo depois da vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Atos 2:43; 4:33; 5:12). Outros cristãos não começaram a operar milagres enquanto os apóstolos não lhes impuseram as mãos, assim como aconteceu a Estêvão e Filipe (Atos 6:5, 6, 8; 8:6). No começo de seu discipulado — embora tivessem recebido o poder para expulsar espíritos imundos (Mateus 10:1, 8; Marcos 3:14, 15) e tivessem até expulsado demônios (Marcos 6:13) — os apóstolos fracassaram ao tentar curar um endemoninhado. Isso aconteceu não por falta de autoridade deles para expulsar demônios, mas por falta de fé (Mateus 17:20). A falta de fé não foi da parte do pai ou do próprio filho endemoninhado, mas da parte dos apóstolos. Para realizarem um milagre, primeiramente tinham de ter recebido poder. Então, era necessário haver fé para se exercer o poder concedido. Jesus deu a Pedro o poder de andar sobre a água, mas Pedro fracassou — não porque não possuísse o poder, mas porque sua fé fracassou (Mateus 14:28–31). Os milagres eram concedidos por Deus (1 Coríntios 12:4–6) através do Espírito Santo. Não eram obtidos pela vontade do homem nem pela fé somente, mas através do poder do Espírito. A Bíblia diz que “um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1 Coríntios 12:11; veja também Hebreus 2:4). O tipo de dom miraculoso que era dado a um cristão baseava-se na vontade do Espírito Santo e não no desejo do indivíduo que recebia o dom. Os apóstolos receberam o poder de transmitir o Espírito a outros através da imposição de mãos, conferindo-lhes dons miraculosos (Atos 19:6; 2 Timóteo 1:6). A habilidade de transmitir o Espírito era um dos sinais do apostolado (2 Coríntios 12:12). Não há provas de que os que recebiam poder através dos apóstolos eram capazes de passar para outros esses dons miraculosos através da imposição de suas próprias mãos. Mesmo com a presença de Filipe, que era capaz de operar milagres (Atos 8:6), os apóstolos — Pedro e João — foram necessários em Samaria para a distribuição do Espírito Santo (Atos 8:14–19). Deus concedeu aos apóstolos a habilidade especial de conferir poderes miraculosos a outros cristãos. 4 J. W. McGarvey escreveu o seguinte a respeito da obra de Pedro e João em Samaria: Quaisquer que sejam os outros propósitos que impeliram a missão dos dois apóstolos, como confirmar a fé dos discípulos, ou ajudar Filipe em seu trabalho, é bastante certo que o propósito principal era a distribuição do Espírito Santo. O que fizeram ao chegar ali certamente fazia parte do objetivo de sua ida: mas a coisa principal que fizeram foi conferir o Espírito Santo; portanto, era esse o principal propósito da visita deles ali. Se, porém, Filipe pudesse conferir tais dons, a missão teria sido desnecessária no que diz respeito ao seu objetivo principal. Isto estabelece uma prova forte de que os dons miraculosos do Espírito Santo eram concedidos por nenhuma outra mão, senão a dos apóstolos; e essa conclusão é confirmada pela consideração de que, no único outro exemplo do tipo registrado em Atos, o dos doze em Éfeso (19:1–7), os dons foram concedidos pelas mãos de um apóstolo1 . Na igreja em Corinto não faltava nenhum dom (1 Coríntios 1:7), fato que foi usado para provar que Paulo era apóstolo. Paulo escreveu a esses irmãos: “…vós sois o selo do meu apostolado no Senhor” (1 Coríntios 9:2). Se tais dons estivessem disponíveis através da fé somente ou por algum outro meio que não a imposição das mãos dos apóstolos, a igreja em Corinto não teria sido citada por Paulo como prova de seu apostolado. Se nenhum outro apóstolo havia ido até lá, Paulo tinha mesmo de ser um apóstolo, pois só ele estivera ali para conceder os dons miraculosos. Por ser isto a verdade, os dons na igreja em Corinto eram prova de que Paulo era apóstolo. Se os poderes miraculosos fossem dados diretamente por Deus na ausência de um apóstolo, os apóstolos Pedro e João não precisariam ir a Samaria, e Paulo não precisaria ir a Roma para conferir um dom espiritual aos cristãos dali (Romanos 1:11). Isto poderia ser feito sem a presença de um apóstolo, se Deus agisse dessa maneira. A única exceção a essa regra é a casa de Cornélio2 . Desde esse tempo (os dias dos apóstolos), os milagres, as maravilhas e os prodígios cessaram. Nenhum apóstolo está vivo hoje para conferir tais dons. Se os que, hoje, alegam ser operadores de milagres pudessem andar na água, acalmar 1 J. W. McGarvey, New Commentary on Acts of Apostles (“Novo Comentário de Atos dos Apóstolos”), vol. 1. 1892; reimpressão, Delight, Ark.: Gospel Light Publishing Co., s.d., p. 142. 2 Veja a exposição sobre Cornélio e sua casa na lição “O Batismo no Espírito Santo”, nesta edição.
  • 5. um mar revolto, ressuscitar mortos, multiplicar comida para alimentar multidões ou operar outros milagres óbvios, eles poderiam demonstrar tais habilidades vez após vez. Entretanto, eles são incapazes de realizar milagres como os descritos no Novo Testamento. OS MILAGRES ERAM REALIZADOS POR CRENTES ESPECÍFICOS Jesus afirmou em Marcos 16:17 e 18 que “sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”. Essa passagem não responde as seguintes perguntas: 1) Todos os crentes serão capazes de expelir demônios, falar novas línguas, pegar em serpentes ou tomar veneno sem sofrer mal algum e curar enfermos? 2) Esses dons se restringirão a certos crentes? 3) Com base em que os que realizarem esses atos serão capazes de fazê-lo? 4) Por quanto tempo haverá esses sinais? 5) Qual é o propósito desses sinais? Uma declaração de Paulo fornece a evidência de que nem todos os crentes possuíam dons (1 Coríntios 12:7–11). Ele fez a seguinte pergunta retórica: “Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?” (1 Coríntios 12:27–31). Apenas certos crentes possuíam dons miraculosos e cada um possuía seu próprio dom específico. Os que possuíam dons miraculosos não os possuíam somente porque eram crentes, mas porque haviam sido capacitados pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:11). Seus poderes miraculosos eram resultado da distribuição do Espírito Santo feita pelos apóstolos através da imposição de suas mãos (Atos 8:14–17; 19:6). Por essa razão, os dons miraculosos eram concedidos somente quando havia apóstolos presentes (observe Romanos 1:11). Tinham como propósito confirmar as verdades do evangelho (Marcos 16:20; Atos 14:3; Hebreus 2:3, 4), pois o fundamento da igreja estava sendo firmado nos apóstolos e profetas (Efésios 2:20). McGarvey fez o seguinte comentário certeiro a respeito de Marcos 16:17 e 18: A promessa não é que esses sinais os acom- panhariam por algum tempo específico, nem que deveriam acompanhar todo crente individual; mas simplesmente que acompanhariam e seguiriam “os crentes” que constituíam o corpo. Acompanhariam os crentes durante a era apostólica — e não cada crente individual, mas todos, ou quase todos, os corpos organizados e constituídos por crentes. Era um cumprimento absoluto do que fora prometido.3 OS MILAGRES ERAM REALIZADOS EM NOME DE JESUS Uma noite antes de Jesus ser crucificado, disse Ele aos apóstolos: “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). Com base nisto alguns têm concluído que, se pedirmos um milagre em nome de Jesus, ele acontecerá. Todavia, esta afirmação foi feita aos apóstolos, que eram os únicos presentes juntamente com Jesus naquela ocasião (Mateus 26:20; Lucas 22:14). O Livro de Atos relata que homens mandaram um demônio sair de certa pessoa em nome de Jesus, ao que o demônio respondeu: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” (Atos 19:13–15). Jesus dera o poder a Paulo, mas não aos filhos de Ceva. O demônio entendia isso e não obedeceu aos que não estavam autorizados a dar-lhe ordens. Jesus negará que conhece os ímpios que Lhe disserem: “Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?” (Mateus 7:22). O poder para realizar milagres primeiramente tinha de ser concedido; depois um milagre poderia ser realizado pela fé, pedindo-se em nome de Jesus. Um exemplo disso encontra-se em Atos 3:1–16. Pedro e João, que receberam poder quando o Espírito veio (Atos 1:8; 2:4), curaram o paralítico em nome de Jesus (v. 6) e através da fé que tinham no nome dEle (v. 16). Os milagres não eram realizados com base na fé somente ou simplesmente pedindo-se em nome de Jesus. O poder tinha de ser concedido e a partir daí o milagre poderia ser operado pela fé no nome de Jesus. OS MILAGRES NÃO ERAM REALIZADOS POR DINHEIRO Pedro disse ao mendigo paralítico: “Não 3 J. W. McGarvey, Matthew and Mark (“Mateus e Marcos”), The New Testament Commentary, vol. 1. 1875; reimpressão, Delight, Ark.: Gospel Light Publishing Co., s.d., p. 375. 5
  • 6. possuo nem prata nem ouro” (Atos 3:6a). Jesus havia instruído os apóstolos: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8). Paulo escreveu que, muitas vezes, labutara “em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez” (2 Coríntios 11:27). Jesus disse: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lucas 9:58). Os que possuíam poderes miraculosos não os usavam com o fim de receber benefícios financeiros. Jesus afirmou que eles receberam sem custo e deveriam dar sem cobrar. Os assim chamados operadores de milagres de hoje recebem quantias enormes de dinheiro e vivem num luxo muito acima das condições dos pobres que dão dinheiro a eles. Nisto não seguem o modelo de Jesus, Paulo, Pedro e dos demais cristãos primitivos, que não eram financeiramente beneficiados pelos milagres. OS MILAGRES NÃO ERAM UMA “CURA DE TUDO” Jesus acreditava em médicos, o que implica que Ele aprovava o uso da medicina. Afirmou ele: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (Mateus 9:12; Marcos 2:17; Lucas 5:31). Lucas era médico. Quando Paulo fez alusão a ele, não afirmou que ele havia sido médico, mas referiu-se a ele como “Lucas, o médico amado” (Colossenses 4:14), um sinal de que ele continuou sendo médico mesmo depois de tornar-se cristão. Paulo recomendou o uso de remédios ao escrever a Timóteo: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Timóteo 5:23). Paulo não estava recomendando o consumo de vinho como uma bebida, mas como um remédio para o estômago de Timóteo e outras enfermidades. O fato de Paulo não ter curado seus companheiros é um sinal de que a cura não era apenas para beneficiar o doente, mas tinha um outro propósito. Paulo escreveu: “Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2 Timóteo 4:20b). Paulo não foi curado de seu “espinho na carne” (2 Coríntios 12:7, 8). Pode-se fazer as seguintes observações com base nas declarações que acabamos de ver: 1) doentes devem utilizar médicos; 2) embora 6 Paulo tivesse o poder de um apóstolo e curasse pessoas (Atos 14:9, 10; 19:11, 12), ele não curou Timóteo nem Trófimo; 3) a medicina foi recomendada a Timóteo, devendo, portanto, ser utilizada hoje para ajudar a curar nossas doenças; 4) ou a fé de Paulo não foi forte o bastante para curar Timóteo e Trófimo, ou a cura não era um benefício para todos os doentes. Não duvidaríamos da fé de Paulo e talvez não deveríamos questionar a de Timóteo (2 Timóteo 1:5) ou Trófimo. 5) Paulo não recomendou fé e oração a Timóteo para curar-se da doença, mas sim um remédio. Se a fé sozinha pode curar, Paulo deu um conselho errado a Timóteo. 6) Se Paulo podia ter curado Timóteo e Trófimo mas não o fez por opção, cometeu grande injustiça contra eles. 7) A cura devia ser feita apenas como um sinal para atrair descrentes ou confirmar que a mensagem era de Deus. 8) Timóteo e Trófimo sabiam que o ensino de Paulo era de Deus, por isso não precisavam de prova desse fato. 9) A Palavra escrita nos fornece a prova de que precisamos (João 20:30, 31), por isso Deus não nos dará outras provas. Por exemplo, nenhuma prova além de Moisés e os profetas foi dada ao rico em Lucas 16:29–31. 10) Devemos utilizar os meios que tivermos hoje para a recuperação de doenças. Devemos orar pedindo ajuda, mas não milagres. CONCLUSÃO Os sinais e prodígios realizados por meio da obra do Espírito Santo foram importantes para provar aos que os testemunhavam que Deus é Deus e que Ele Se revelou a nós através de Sua Palavra. O Espírito Santo não está nos cristãos hoje para operar diretamente neles ou através deles miraculosamente. Essa obra parou com a morte da última pessoa que havia recebido o dom do Espírito pela imposição das mãos de um apóstolo. Os mestres devem ser julgados pelo que ensinam e não pelos milagres que aparentemente operam. Devemos testar os espíritos (1 João 4:1), não por sinais e prodígios que alegam realizar, mas pelo que ensinam. Deus nos deu um padrão para avaliarmos isso: “Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro” (1 João 4:5, 6). ■ ©Copyright 2003, 2006 by A Verdade para Hoje TODOS OS DIREITOS RESERVADOS