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CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de Classe é um dos mais importantes espaços escolares, pois, tendo em vista seus
objetivos, segundo Dalben (2004), "é capaz de dinamizar o coletivo escolar pela via da gestão
do processo de ensino, foco central do processo de escolarização. É o espaço prioritário da
discussão pedagógica”.
De fato, segundo a autora, é mais do que uma reunião pedagógica, é parte integrante do
processo de avaliação desenvolvido pela escola. É o momento privilegiado para redefinir
práticas pedagógicas com o objetivo de superar a fragmentação do trabalho escolar e
oportunizar formas diferenciadas de ensino que realmente garantam a todos os alunos a
aprendizagem.
Cumpre, portanto, a todos os profissionais da educação realizar enfrentamentos no sentido
de superar a estrutura de conselho de classe autoritária, burocrática e excludente, que serve
mais para legitimar o fracasso escolar do que para reorganizar o trabalho pedagógico e, mais
especificamente, o trabalho educativo didático que se concretiza na relação aluno-professor.
Enfrentar estes limites significa ir para além da concepção do conselho de classe como uma
forma de concessão de “chances” para os alunos ou de resolução de conflitos professor X
aluno, ou seja, o coletivo docente não pode se reunir apenas para dividir os problemas e para
que obtenham a aprovação tácita do grupo sobre um processo avaliativo que prioriza a nota
e não as reais possibilidades de evolução do aluno.
De acordo com MATTOS, 2005, “não é o espaço de comparação de alunos, em que se valida à
construção de imagens dos alunos e alunas, feitas pelos docentes, no decorrer do ano letivo.”
ESTRUTURA E DIMENSÕES DO CONSELHO DE CLASSE
É importante ressaltar que as discussões no Conselho de Classe final, as quais são mediadas
pela equipe pedagógica, bem como respaldadas e presididas pela direção escolar devem, por
sua vez, se sustentar sobre alguns parâmetros (critérios qualitativos):
• Avanços obtidos na aprendizagem;
• Trabalho realizado para que o aluno melhore a aprendizagem;
• Desempenho do aluno em todas as disciplinas;
• Acompanhamento do aluno no ano seguinte;
• Situações de inclusão;
• Questões estruturais que prejudicam os alunos (ex. Falta de professores sem reposição).
A discussão do Conselho de Classe Final, a partir dos critérios indicados deve se sustentar
sobre algumas reflexões:
1 – O aluno apresenta dificuldades conceituais muito significativas que o impossibilite de
acompanhar a série seguinte?
Que diagnósticos foram feitos? Estão registrados? Que encaminhamentos foram realizados?
Houve retomada no plano de trabalho docente? Houve retorno para os pais/responsáveis e
para os alunos? Que avanços foram obtidos ou não?
2 – O aluno apresenta dificuldades cognitivas significativas que o impossibilite de
acompanhar a série seguinte (dificuldades, distúrbios, transtornos, necessidades
educacionais especiais...)?
Que diagnósticos foram feitos (pedagógicos, psicológicos, psicopedagógicos,
neurológicos...)?
Os casos foram discutidos no conselho de classe anual? Que orientações foram dadas?
Há registros? Que ações foram realizadas? Houve adaptações curriculares? Que avanços
foram obtidos?
3 – O aluno em questão não obteve nota para aprovação, pois não entregou avaliações nem
realizou atividades? Houve registros individuais na pasta do aluno? E a partir dos conselhos
anteriores, que encaminhamentos foram feitos? Que critérios de avaliação foram usados?
Que instrumentos foram realizados? Os pais foram comunicados? Que medidas foram
tomadas? Que avanços foram ou não obtidos?
Em que sentido isto interferiu na não aprendizagem e, neste sentido, impossibilita ou não no
acompanhamento da série seguinte?
Cumpre ainda, destacar que:
Todos os critérios devem ter como único foco a aprendizagem. A participação, atitude
e comportamento não são critérios e sim possíveis determinantes sobre ela.
Todos os registros que foram feitos em ata nos pré-conselhos, conselhos
propriamente e nos pós-conselhos devem ser retomados no conselho final para fundamentar
a decisão de promoção ou retenção. A ata final deve expressar isto.
O conselho de classe final também deve expressar, em ata, a relação entre os
parâmetros, às discussões e encaminhamentos realizados durante o ano no processo de
conselho.
Os parâmetros devem servir de referenciais para que a equipe pedagógica da escola,
juntamente com o corpo docente, defina critérios (qualitativos e não de corte) para discutir a
situação de todos os alunos que não obtiveram nota para promoção. Portanto o parâmetro
para promoção não está no outro aluno, mas nos critérios definidos em conjunto e que NÃO
SÃO quantitativos e restritivos.
Não existe peso no voto do professor da disciplina. O caso do aluno que será discutido
no conselho final passa pelo olhar pedagógico de todos os professores, portanto a discussão
não se sustenta em critérios subjetivos.
Ata final não deve se constituir na lista dos alunos aprovados ou não, e sim na
expressão das discussões das reflexões acima indicadas.
SEED/NRE CURITIBA, CGE/NRE. Material de apoio conceitual, 2007.
DALBEN, Ângela I. L. de Freitas. Conselhos de Classe e Avaliação: perspectivas na gestão
pedagógica da escola. Campinas: Papirus, 2004.
_________. Trabalho escolar e Conselho de Classe. Campinas: Papirus, 1995.
FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 2001.
SANTOS, Jussara Tavares Puglieli. Pedagogia: a travessia do homem ao humano. Versão
preliminar, 2006.
SAVIANI, Dermeval. Sentido da pedagogia e papel do pedagogo. In: Revista da ANDE, São
Paulo, n. 9, p. 27-28, 1985.

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Conselho de classe - Pedagogo César Tavares

  • 1. CONSELHO DE CLASSE O Conselho de Classe é um dos mais importantes espaços escolares, pois, tendo em vista seus objetivos, segundo Dalben (2004), "é capaz de dinamizar o coletivo escolar pela via da gestão do processo de ensino, foco central do processo de escolarização. É o espaço prioritário da discussão pedagógica”. De fato, segundo a autora, é mais do que uma reunião pedagógica, é parte integrante do processo de avaliação desenvolvido pela escola. É o momento privilegiado para redefinir práticas pedagógicas com o objetivo de superar a fragmentação do trabalho escolar e oportunizar formas diferenciadas de ensino que realmente garantam a todos os alunos a aprendizagem. Cumpre, portanto, a todos os profissionais da educação realizar enfrentamentos no sentido de superar a estrutura de conselho de classe autoritária, burocrática e excludente, que serve mais para legitimar o fracasso escolar do que para reorganizar o trabalho pedagógico e, mais especificamente, o trabalho educativo didático que se concretiza na relação aluno-professor. Enfrentar estes limites significa ir para além da concepção do conselho de classe como uma forma de concessão de “chances” para os alunos ou de resolução de conflitos professor X aluno, ou seja, o coletivo docente não pode se reunir apenas para dividir os problemas e para que obtenham a aprovação tácita do grupo sobre um processo avaliativo que prioriza a nota e não as reais possibilidades de evolução do aluno. De acordo com MATTOS, 2005, “não é o espaço de comparação de alunos, em que se valida à construção de imagens dos alunos e alunas, feitas pelos docentes, no decorrer do ano letivo.” ESTRUTURA E DIMENSÕES DO CONSELHO DE CLASSE
  • 2. É importante ressaltar que as discussões no Conselho de Classe final, as quais são mediadas pela equipe pedagógica, bem como respaldadas e presididas pela direção escolar devem, por sua vez, se sustentar sobre alguns parâmetros (critérios qualitativos): • Avanços obtidos na aprendizagem; • Trabalho realizado para que o aluno melhore a aprendizagem; • Desempenho do aluno em todas as disciplinas; • Acompanhamento do aluno no ano seguinte; • Situações de inclusão; • Questões estruturais que prejudicam os alunos (ex. Falta de professores sem reposição). A discussão do Conselho de Classe Final, a partir dos critérios indicados deve se sustentar sobre algumas reflexões: 1 – O aluno apresenta dificuldades conceituais muito significativas que o impossibilite de acompanhar a série seguinte? Que diagnósticos foram feitos? Estão registrados? Que encaminhamentos foram realizados? Houve retomada no plano de trabalho docente? Houve retorno para os pais/responsáveis e para os alunos? Que avanços foram obtidos ou não? 2 – O aluno apresenta dificuldades cognitivas significativas que o impossibilite de acompanhar a série seguinte (dificuldades, distúrbios, transtornos, necessidades educacionais especiais...)? Que diagnósticos foram feitos (pedagógicos, psicológicos, psicopedagógicos, neurológicos...)?
  • 3. Os casos foram discutidos no conselho de classe anual? Que orientações foram dadas? Há registros? Que ações foram realizadas? Houve adaptações curriculares? Que avanços foram obtidos? 3 – O aluno em questão não obteve nota para aprovação, pois não entregou avaliações nem realizou atividades? Houve registros individuais na pasta do aluno? E a partir dos conselhos anteriores, que encaminhamentos foram feitos? Que critérios de avaliação foram usados? Que instrumentos foram realizados? Os pais foram comunicados? Que medidas foram tomadas? Que avanços foram ou não obtidos? Em que sentido isto interferiu na não aprendizagem e, neste sentido, impossibilita ou não no acompanhamento da série seguinte? Cumpre ainda, destacar que: Todos os critérios devem ter como único foco a aprendizagem. A participação, atitude e comportamento não são critérios e sim possíveis determinantes sobre ela. Todos os registros que foram feitos em ata nos pré-conselhos, conselhos propriamente e nos pós-conselhos devem ser retomados no conselho final para fundamentar a decisão de promoção ou retenção. A ata final deve expressar isto. O conselho de classe final também deve expressar, em ata, a relação entre os parâmetros, às discussões e encaminhamentos realizados durante o ano no processo de conselho. Os parâmetros devem servir de referenciais para que a equipe pedagógica da escola, juntamente com o corpo docente, defina critérios (qualitativos e não de corte) para discutir a situação de todos os alunos que não obtiveram nota para promoção. Portanto o parâmetro para promoção não está no outro aluno, mas nos critérios definidos em conjunto e que NÃO SÃO quantitativos e restritivos. Não existe peso no voto do professor da disciplina. O caso do aluno que será discutido no conselho final passa pelo olhar pedagógico de todos os professores, portanto a discussão não se sustenta em critérios subjetivos. Ata final não deve se constituir na lista dos alunos aprovados ou não, e sim na expressão das discussões das reflexões acima indicadas.
  • 4. SEED/NRE CURITIBA, CGE/NRE. Material de apoio conceitual, 2007. DALBEN, Ângela I. L. de Freitas. Conselhos de Classe e Avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas: Papirus, 2004. _________. Trabalho escolar e Conselho de Classe. Campinas: Papirus, 1995. FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 2001. SANTOS, Jussara Tavares Puglieli. Pedagogia: a travessia do homem ao humano. Versão preliminar, 2006. SAVIANI, Dermeval. Sentido da pedagogia e papel do pedagogo. In: Revista da ANDE, São Paulo, n. 9, p. 27-28, 1985.