Este documento descreve o portfólio de estágio supervisionado de uma estagiária. O estágio ocorreu em uma escola secundária e focou no ensino de biologia. O documento discute a importância do estágio na formação de professores, a escola, a professora orientadora, a turma e as lições aprendidas.
1. Universidade do Estado da Bahia-UNEB
Campus II - Alagoinhas
Departamento de Ciências Exatas e da Terra – DCET
Olá !
Este portfólio foi criado
como requisito avaliativo da
disciplina e Estágio
Supervisionado II
ministrada pela Profª
Cláudia Regina Teixeira de
Souza.
2. Colégio: Estadual Polivalente de Alagoinhas
Professora Regente: Celúcia Acássia
Estagiária: Nadja Aparecida Mendes de Lima
Professora Orientadora: Cláudia Regina Teixeira de Souza
Série / Turno / Turma: 9M2 (2º ano)
Curso: Formação Geral
Componente curricular: Biologia
3. Olá pessoal! Que tal aprender coisas novas e interessantes sobre o estágio
supervisionado e a breve vivência como professora, numa aventura cheia de
surpresas e curiosidades? E para isso que foi criado essa edição “A
aventura do Estágio Supervisionado II e suas surpresas”. O tema principal é
a importância do estágio supervisionado na vida do professor.
O Estágio Supervisionado na formação de professores
tem sido alvo de grandes estudos que revelam suas
dificuldades e seu potencial, gerando transformações
na vida desses profissionais. “O estágio é o eixo
central na formação de professores, pois é através
dele que o profissional conhece os aspectos
indispensáveis para a formação da construção da
identidade e dos saberes do dia-a-dia” (PIMENTA E
LIMA, 2004 apud SOUZA. J. C. A; BONELA, L. A;
4. Ah! Pimenta já eu acho no cotidiano acadêmico é perceptível
que os graduandos se envolvam com muita disposição e ânimo
quando a universidade lhes proporciona a participação em que
consiga colocar conhecimentos teóricos em prática,
acompanhados de um profissional supervisor ou quando possui
uma instituição conveniada que estão em permanente contato
com a universidade. É necessário que o estagiário aprenda a
observar e identificar os problemas, estar sempre
aprendendo e buscando informações, questionar o que
encontrou além de buscar trocar informações com
professores mais experientes (OLIVEIRA, S.D apud SOUZA.
J. C. A; BONELA, L. A; PAULA. A. H 2007).
A importância do estágio
5. O estágio é momento da nossa vivência é através dele que conseguimos
unir os conteúdos que aprendemos na universidade com o cotidiano em sala
de aula. Esse momento é essencial na vida do professor, pois é neste que
será construída a identidade do professor sendo indispensável a um
profissional que deseja alcançar êxito na sua profissão. Promovendo assim
melhoria no processo de ensino – aprendizagem.
Sabemos que pedagogicamente o aprendizado é muito mais eficaz quando é
adquirido por meio da experiência. Temos muito mais retenção do que
aprendemos na prática do que ao que aprendemos lendo ou ouvindo. O que
fazemos diariamente ou com freqüência é absorvido com muito mais
eficiência.
É possível distinguir aquilo que precisamos aprender e nos aperfeiçoar.
Torna-se possível identificar deficiências e falhas, onde o estágio é o
momento mais apropriado para extrair benefícios dos erros. Será possível
auferir a qualidade do ensino que temos conforme as dificuldades que
enfrentamos.
No estágio estamos sempre preocupados em fazer o melhor na prática
de ensino baseados no que observamos em sala de aula com a professora
regente.
São inegáveis as contribuições do estágio na vida profissional de um
professor. É muito mais que o cumprimento de exigências acadêmicas. Ele é
uma oportunidade de crescimento profissional e pessoal. Além de ser um
importante instrumento de integração entre escola, universidade e
comunidade.
A escola
6. O colégio Polivalente de Alagoinhas possui Ensino Médio e
Fundamental. A sua estrutura é da seguinte forma: Possuem salas que são
relativamente arejadas e com número suficiente de carteiras. A biblioteca
funciona embora de maneira desorganizada, pois os livros ficam espalhados;
Dispõem de recursos áudios visuais, contudo durante o estágio não vi a sua
utilização por parte da professora regente. A quadra escolar é descoberta,
mas sempre tem alunos a jogar bola inclusive de outras escolas. O colégio
dispõe de um laboratório até bem equipado, não muito utilizado, porém não
contém laboratório de informática para acesso dos alunos. O número médio
de estudantes por turmas varia em torno de 30 a 35 alunos freqüentando,
mas matriculados tem turma que chegam a 40 alunos.
A escola não distribui merenda e vejo que muitos reclamam porque em
determinados horários já estão com fome.
A professora
7. A professora regente chama-se Celúcia Acássia é formada em
Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB campus II.
Desde a formação leciona as disciplinas de Ciências e Biologia.
O livro
O livro utilizado é o de Sônia Lopes volume único.
LOPES, S., Biologia – volume único / Sônia Lopes, Sérgio Rosso. – 1. Ed
– São Paulo: Saraiva, 2005.
O livro é bem ilustrado e conta com bons exemplos baseados no
cotidiano dos alunos para explicar os assuntos.
A turma
8. O estágio ocorreu no colégio Estadual Polivalente de Alagoinhas, numa
turma de 2º ano do Ensino Médio 91M2.
A turma é composta por alunos com idade entre 16 a 17 anos,
bastantes participativos e agitados por natureza.
Estão matriculados 40 alunos, mas freqüentam cerca de 35 a 38
alunos.
No período de observação vale ressaltar que foi apenas uma aula, a
turma se mostrou um pouco agitada e com isso percebi que a professora
regente estava explicando apenas para os alunos que estavam sentados mais
a frente. Não deu para comprovar as técnicas de ensinos que a professora
utiliza, pois nesta ocorreu apenas à correção de uma atividade feita com os
alunos sobre sexualidade. Porém pude ver que a relação que ela mantém com
os alunos é excelente.
O conteúdo que estava previsto a ser lecionado era Biologia dos seres
vivos.
Não presenciei em momento algum falta de respeito para com os
professores partindo de nenhum deles. E com isso foi possível construir
laços de amizade.
O
estágio
9. Puxa! Foi cansativo, mas valeu
à pena a experiência foi única
e bem proveitosa. O
desempenho dos alunos foi
excelente.
Ara! Num é que a fessora me
deixa tão a vontade que eu
consigo tirar todas as minhas
dúvidas. Desse jeito a lição ficou
fácil. Tô orguioso di mim!
10. Foram tantas dúvidas, medos e
insegurança que foram sanados
aos poucos com a convivência.
Não é que nunca pensei que
vou sentir falta dos alunos.
As vezes a participação deles eram tanta que até me assustava porque
todos queriam falar ao mesmo tempo.
Em sala de aula as vezes tinhamos que parar um pouco quando a
conversa estava demais pra que socializarmos o assunto e assim eles
passassem a prestar atenção pois muitas vezes eles ficavam dispersos.
Mas através das aulas foi possível ter idéias com auxílio da professora
e dos meus colegas de como agir até mesmo de como contextualizar os
assuntos na sala de aula, na verdade serviu como uma troca de experiências.
Foi o momento essencial para “desabafos”, dividirmos os nossos medos,
angústias, falar dos nossos momentos de descontração, de curiosidades e
também das novidades que surgiam a cada aula. Os
atendimentos individuais foram de suma importância para tirarmos nossas
dúvidas acerca do estágio. Através deste foram possíveis corrigir os nossos
11. planos de aula. E foram diversas correções, parece que toda vez eu
permanecia no mesmo erro. Mas no fim aprendi e isso é o importante.
Pensei em diversas formas pra
chamar a atenção deles, mas
confesso que deu muito trabalho.
Percebi que eles gostavam de
visualizar o que está sendo
estudado.
Na primeira aula embora estivesse um pouco ansiosa isso não chegou
a atrapalhar o meu desempenho até porque a professora regente não se
manteve presente na aula, esteve somente para me apresentar e foi embora.
Eles conversavam bastantes e apresentaram-se um pouco dispersos na aula
sendo um pouco difícil manter a atenção destes, até porque neste dia os
alunos tiveram todos os horários anteriores vagos, ficando para assistir a
minha aula somente porque a regente prometeu que seria a estagiária que
daria as notas da I Unidade. Porém percebi que alguns alunos foram bastante
participativos, embora a euforia para saber as notas prevalecesse. Quanto a
turma pude observar que eles gostam que não escreva muito conteúdo no
quadro, mas no entanto mesmo sabendo que tem o conteúdo no livro
preferem ter um pequeno esquema mais simplificado no caderno e por isso
gostaram do mapa conceitual. Gostaram do “macete” acerca da classificação.
Percebi o
interesse da nossa atividade com os rótulos de embalagens e bulas de
remédio para identificação dos nomes científicos. Eles disseram finalmente
12. que assim conseguem ver onde poderia utilizar os conhecimentos aprendidos
e questionaram inclusive que em disciplinas como física e matemática isso
não era possível.
Alguns professores se negam a se aproximar dos alunos quando os
mesmos não querem “nada”, estão dispersos, neste período que é preciso
trazer estes educandos para sala de aula, ou seja, para realidade usando
novas estratégias, dinâmicas diferentes, e principalmente resgatar a
amizade, porque quando existem alunos com comportamento inadequado o
mesmo não tem muita afinidade com os professores, por estar sempre sendo
chamado atenção, é preciso pensar que a conquista não se dá desta forma.
Segundo Weiss,
1991, se as pessoas não se encontram motivadas a fazer algo com que se
identifiquem ou a alcançar uma meta, podem ser persuadidas a tomar
atitudes que prefeririam não tomar, o que as condicionará a um
comportamento indeciso. Há muito tem visto estudos feitos por vários
profissionais sobre as dificuldades de aprendizagem e a falta de interesse
por parte dos alunos, esta é uma preocupação que vem se estendendo. Alguns
13. estudiosos já chegaram a conclusão que muitas destas dificuldades se dá
pela falta de motivação dentro do contexto escolar. Para Sisto, 2001, a
motivação é uma variável-chave para a aprendizagem.Para ele sem motivação
não se aprende. Estar preparado para aprender não quer dizer,
necessariamente, que isto irá acontecer significativamente, e é fundamental
a presença do incentivo no aprendiz. Segundo Gadotti, 1992, “o educador
para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se não na posição de
detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe
tudo”, e estando aberto a ajudar sempre com usando a dialética amigável de
preferência a sós para que os educandos não se sintam envergonhados na
frente dos seus colegas de classe.
O papel do professor é fazer com que os alunos
sintam-se motivados e para isso é necessário buscar recursos para um
melhor desenvolvimento e desempenho dos mesmos.
No segundo dia de aula percebi que somente
poucos responderam a atividade que passei na última aula e que o fluxo de
alunos entrando e saindo da sala de aula estava muito grande e foi a partir
daí que percebi que alguma providência teria de ser tomada.
Segundo Freire, 2002 “O professor autoritário, licencioso, competente,
sério, incompetente, irresponsável, amoroso da vida e das gentes, o
14. professor mal-educado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio,
burocrático, racionalista, nenhum desses passam pelos alunos sem deixar sua
marca”. O exercício do professor em sala, ao ensinar, lida com universos
diferentes e transmite valores, princípios e opiniões. Mas não é através de
nenhuma desses rótulos que quero ser lembrada, logo a melhor coisa a fazer
é expor a situação com calma porém mostrando certa autoridade, mas é
evidente sem rispidez. E isso foi feito com sucesso.
Para isso foi necessário canalizar tanta energia para uma participação
maior em sala de aula.
No terceiro dia de aula fui observada pela professora regente não
fiquei muito nervosa até porque não percebi que ela estava presente pois ela
chegou e sentou-se atrás da bancada, esta aula aconteceu no laboratório foi
sobre vírus infelizmente não foi possível usar tudo que planejei mas o filme
sobre reprodução viral e eles gostaram bastante e fizeram perguntas
acerca do assunto principalmente ao verem algumas fotos de pessoas
contaminadas com o vírus da malária. Ficaram entusiasmados também com a
importância econômica acerca das bactérias quando falamos do reino Monera
e dessa forma foi possível interagir com eles. A questão motivacional
talvez explique porque alguns estudantes gostam e aproveitam a vida escolar,
apresentando comportamentos adequados, adquirindo novas capacidades e
desenvolvendo todo o seu potencial, enquanto que outros parecem pouco
interessados, muitas vezes fazendo as atividades por obrigação, ou de forma
relaxada e, em alguns casos, odiando boa parte da vida escola (GARRIDO,
1990; LENES, 1994). O professor-educador deve descobrir meios inovadores
que estimule e incentive o aprendizado, fornecendo estímulos para que os
educandos se sintam motivados a aprender.
A interdisciplinaridade é uma arma muito
valiosa na construção do saber, pois ela trabalha com um todo, isto é, é a
15. contextualização dos conteúdos exigidos com a realidade dos alunos e não
faz separação de disciplinas, o educador passa os conteúdos interagindo-os e
faz com que os alunos entendam que uma disciplina está ligada a outra,
adquirindo conhecimentos tornando-os capazes de intervir na realidade em
todas as áreas da vida (FREITAS et al ).
No quarto dia de aula, dei continuidade dos assuntos abordados
na aula anterior, já que tinha começado a explicar o reino Monera falei sobre
os tipos de reprodução bacteriana com o auxílio de umas gravuras que
confeccionei bem simples e percebi que eles gostaram e compreenderam de
forma melhor. Esta aula foi bem dinâmica com bastante participação dos
alunos principalmente acerca da importância econômica das bactérias, eles
ficaram bem surpresos das infinidades de importâncias que têm as bactérias
em nosso cotidiano e esclarecem bastantes dúvidas sobre algumas doenças
veiculadas por bactérias e sobre a importância da vacinação. Foi
uma aula bastante proveitosa para todos e que passou rapidinho, pois
estávamos bastante envolvidos.
Os alunos deram a idéia de fazermos algumas atividades avaliativas
além da prova. Resolvi aceitar afinal já era um interesse meu essa
alternativa. Então nesta aula resolvi levar a atividade sobre Vírus e reino
Monera já impressa para responderem em grupo e me entregar na próxima
aula, a qual seria depois do recesso junino.
Qui tar fazer argumas
atividades avaliativas
de prerferência em
grupo?
16. No quinto dia de aula a professora Cláudia foi me observar confesso
que fiquei um pouco apreensiva e percebo que isso afetou um pouco o meu
desempenho.Neste dia parece que tudo resolveu dar errado, a colega com
quem ia tomar os espécimes das algas chegou mais tarde liguei para ela
consegui pegar; perdi o ônibus peguei um moto táxi no meio dessa confusão
caiu uma exsicata do meu classificador cheguei à escola em cima da hora;
depois, descobri que a TV pen drive tinha quebrado e o data show estava
sendo usado por outro professor. Enfim comecei a aula sem os recursos que
gostaria de usar tive de usar o quadro. Embora soubesse o conteúdo não
consegui me desgrudar um só momento de um pequeno esquema que preparei,
mas como a sala é bastante participativa depois aos poucos fui relaxando
mais. A aula foi interrompida diversas vezes e também eles queriam muito
saber que dia a prova seria realizada já que eu resolvi mudar a data da prova.
Depois que a professora Cláudia foi embora a aula transcorreu mais tranqüila
e até eles perceberam que chegaram a me perguntar “Tava nervosa pró?”
Eles ficaram bem interessados
em ver as exsicatas das algas fizeram bastante questionamentos sobre as
mesmas, muitos já conheciam algumas porque são algas bem comuns do litoral
baiano. As diretrizes estabelecidas nos PCN/
99 e PCN+/02 orientam para a produção de um conhecimento interdisciplinar
e contextualizado. Sugerem estratégias diversificadas que mobilizam menos
17. a memória e mais o raciocínio, centrado nas interações estudante-professor
e estudante-estudante na construção de conhecimentos coletivos. Há de se
considerar o interesse dos estudantes pelos temas e a problematização de
situações para o desenvolvimento dos conteúdos. A contextualização é um
recurso importante para retirar o aluno da condição de expectador passivo,
permitindo uma aprendizagem significativa. E isso é perfeitamente
observado em sala de aula, o interesse do aluno parte do novo daquilo que ele
pode levar para o seu cotidiano.
No sexto dia de aula os alunos novamente estavam com os três
horários vagos, me esperando devido à falta de professores. Percebi que há
uma falta de comunicação entre a direção da escola com os alunos, pois foi
deixado bem claro a mudança na data da prova, mas mesmo assim houveram
dúvidas.
Aproveitei esse dia que seria da prova pra fazer uma revisão da prova
numa aula e na outra dar assunto. Essa revisão foi bem proveitosa e
entreguei a atividade avaliativa já corrigida e com nota e começamos a
revisão com a ajuda de todos, pois a maioria dos alunos dominava boa parte
do conteúdo da prova a interação dos alunos foi grande. Depois começamos o
novo assunto e como eles já haviam pesquisado sobre a importância
econômica dos fungos já tinham uma idéia de parte do assunto, pena que a
maioria dos alunos ainda não tinha respondido atividade entregue na aula
passada a qual incluía esta pesquisa.
Ao definir objetivos de aprendizagem, apresentar a informação,
propor tarefas, responder a demanda aos alunos, avaliar a aprendizagem e
exercer o controle e a autoridade, os professores criam ambientes que
afetam a motivação e a aprendizagem. Em conseqüência, se queremos
motivar nossos alunos, precisamos saber de que modo nossos padrões de
18. atuação podem contribuir para criar ambientes capazes de conseguir que os
alunos se interessem e se esforcem por aprender e, em particular, que
formas de atuação podem ajudar concretamente a um aluno (TAPIA, 2003).
Apontar o professor como único responsável pela não participação do
aluno é mascarar a realidade. Ignorar que por parte dos alunos, por razões
sociais ou pessoais, não querem, não gostam de estudar, e muito menos de se
esforçar para aprender, é igualmente ignorar que o ser humano é múltiplo e
que cada indivíduo reage diversamente aos estímulos recebidos. E é ignorar
também que, por muitas dessas variáveis, não podem ser superadas
unicamente pelo trabalho do professor, por melhor que ele seja e por mais
que trabalhe bem e se esforce muito. (ZAGURY, 2006).
É necessário que haja um diálogo para que haja a busca de decisões
conjuntas e um contrato de honrar a palavra empenhada, comprometimento
nas atividades e projetos e assim se estabelecer uma relação de
reciprocidade.
No sétimo dia de aula houve a nossa prova, tive uma postura um pouco
mais rígida necessária ao momento, senti que se não agisse assim eles
tomariam conta da situação.
Apaguei todas as respostas que estavam nas carteiras e tomei todos
os “lembretes” e ressaltei que eles conseguiriam responder a prova sem
estas ajudas até porque não teria nada da prova que eles não tivessem
estudado e que confiassem em si próprios. Que bom que eles não ficaram
chateados, pois não queria uma atitude desta provinda deles.
Percebi que muitos sabiam os assuntos, outros queriam consultar os
colegas e que no geral eles faziam diversas perguntas a mim, não que a prova
estivesse ilegível ou incompreensível, mas porque queriam que eu desse dicas
de como responder ou até mesmo desse as respostas.
19. Bom professor não é aquele que permite que os alunos façam o que
bem entendem, mas aquele que tem poder para colocar regras de forma
aceitável, com mentalidade aberta, agindo democraticamente, compreensivo
e companheiro, elevando a dignidade daqueles que estão em busca de um
saber, com objetivos claros e definidos. Quando isso acontece “a aula voa, a
indisciplina se esconde e o interesse cresce” (ANTUNES, 2002).
Segundo Saldanha, 1978, “A avaliação não é só um recurso de controle
das mudanças de comportamento evidenciadas pelo aluno durante o processo
de aprendizagem, mas também como um recurso de medidas de objetivos de
ensino, de métodos, de conteúdos, de currículos, de programas e das
próprias habilidades do professor”. O professor não pode avaliar os alunos
só com provas fazendo dela uma arma contra os alunos indisciplinados, pois a
mesma só serve para apreciação quantitativa, que é uma soma de pontos que
os mesmos precisam para passar. A avaliação tem que ser clara e objetiva os
educandos precisam ter conhecimento dos critérios de julgamento adotados
pelos professores para que assim evite as desconfianças e os conflitos em
sala de aula, facilitando o processo de ensino aprendizagem, porque não é só
o aluno que deve ser avaliado, mas também a prática do professor-educador.
O valor da avaliação encontra-se no fato do aluno poder tomar
conhecimento de seus avanços e dificuldades. Cabe ao professor desafiá-lo a
20. superar as dificuldades e continuar progredindo na construção dos
conhecimentos. (LUCKESI, 1999).
No oitavo dia de aula bom não deu para trabalhar com os dois assuntos
na primeira semana então fiz o seguinte: Discuti com eles sobre a parte que
abordava a evolução dos seres vivos nas duas aulas e percebi que os alunos
tinham muitas dúvidas acerca do assunto, não sei muito bem se é por motivo de
não ter compreendido no momento que estudou, mas pelo que me pareceu eles
não tinha estudo muito a fundo a parte de embriologia, então tive que parar e
voltar esse assunto antes de começar propriamente a evolução. Revisei com eles
a parte de desenvolvimento embrionário. Depois disso comecei propriamente o
assunto do dia.
No nono dia de aula trabalhamos Poríferos, mas eles estavam muito
eufóricos para saber as notas e médias, mas conversei com eles que só daria
as notas no final da aula.
Comecei minha aula sobre Poríferos eles me cobraram os exemplares das
esponjas que eu tinha prometido trazer para eles verem; mostrei os
espécimes que trouxe e eles viram as esponjas e fizeram bastantes
questionamentos sobre o assunto.
O material que está sempre à disposição do professor é o quadro
negro, mas às vezes o professor se prende tanto a ele, que esquece que os
alunos também precisam de atenção e de olhar, pois isto faz com que sintam
que o professor se preocupa com todos em uma aula. “O modo como um
professor se movimenta em aula oferece pistas interessantes sobre suas
emoções, seu caráter e sua relação com os alunos, mas bem mais importante
que estas pistas, é eleger uma série de procedimentos que possam tornar a
mensagem mais expressiva e, sobretudo que possam construir aprendizagens
bem mais significativas” (ANTUNES, 2003). Os alunos gostam de um
professor que coloca um pouco de humor durante suas explicações, tornando
21. a aula mais descontraída, e ao mesmo tempo conscientizando-os da
importância da atenção e da participação para uma aprendizagem eficaz. É
preciso criar no aluno o senso de responsabilidade e de reconhecimento de
limites.
Aí resolvi fazer o seguinte: todas as vezes que fosse possível traria
espécimes do museu da UNEB para que eles tivessem contato com o que
estudaram. E eles gostaram muito.
Por fim entreguei as provas juntamente com o último trabalho as
médias e pirulitos. Fiz algumas ressalvas acerca da nota do trabalho de
fungos, embora tenha explicado diversas vezes que a pesquisa era para ser
feita bem simples a mão (letras cursivas) e sem “cópia e cola”. Houve muitos
alunos que fizeram dessa forma e os que fizeram pelo livro copiaram até o
que não era necessário ficando assim parecendo todas iguais. Apesar
de a informática ser um instrumento valiosíssimo para educação porque
permite o contato com o mundo inteiro, com diversos sites de pesquisas e
até mesmo inúmeras bibliotecas, os alunos muitas vezes não sabem utilizar
ou até mesmo sabem e se aproveitam da situação. Todavia essa
acessibilidade traz a tona outros problemas, como as pesquisas que o aluno
entrega aos professores, sem ao menos ler e compreender o que foi
“pesquisado”, pois como explica Brito 2008, ele faz uma “pescópia”, ou seja,
ele procura o tema na internet, copia e cola em uma página do Word, imprime
e entrega para o professor; sem contar a facilidade em que eles têm para
22. encomendar os trabalhos escolares on-line, atitudes estas, que tornam esse
tipo de atividade pouco eficaz.
Acredito que os alunos gostaram bastante das notas, pois foram
poucos que perderam na média, somente aqueles que não fizeram as
atividades. Despedimo-nos e enfim acabou!
E eles se esforçaram!
Mas ao final a maioria se saiu bem. Ufa! Estava com medo de não ter
conseguido alcançar o meu objetivo principal que eles aprendessem não só o
conteúdo mas também com a experiência.
23. E assim digo:
Espero que todos tenham gostado da experiência do Estágio assim
como eu, embora tenha sido um pouco cansativo, adorei trabalhar com a
turma do 1º ano, 91M2. Um dia, espero que ao encontrar com eles na rua
possamos nos cumprimentar. Desejo também que eles obtenham sucesso na
profissão que desejarem exercer.
Referências
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indisciplina em sala de aula- Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
24. ANTUNES, Celso. Relações interpessoais e auto-estima: a sala de aula
como um espaço do crescimento integral, fascículo 16, Petrópolis, RJ: Vozes,
2003.
BRITO, G. S.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias: um re-
pensar. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática. São
Paulo: Paz e Terra, 1996. Coleção e Leitura.
FREITAS et al A importância da motivação no processo de aprendizagem
dos alunos de 4º série do ensino fundamental I. Centro Científico
Conhecer; Goiânia; Enciclopédia Biosfera N.06; 2008; ISSN 1809-05835.
GADOTTI, Moacir. Comunicação Docente. São Paulo: Loyola, 1992.
LANE, Silvia T.M. CODO, Wanderley, (orgs). Psicologia Social: o homem em
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Parâmetros Curriculares
Nacionais. Rio de Janeiro: 1998. 52
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e
Docência. São Paulo: Cortez, 2004
SALDANHA, Louremi ercolani (coord.) Planejamento e Organização do Ensino.
4ª ed., Porto Alegre, Globo, 19978
SISTO, Fermino Fernandes. Dificuldades de aprendizagem no contexto
psicopedagógico. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. Cap.2, 2001. p.40-56.
TAPIA, Jesús A; FITA, Enrique C. A motivação em sala de aula: o que é,
como se faz. São Paulo,Brasil: Edições Loyola, 1999.
WEISS, Donald H. Motivação & Resultados: como obter o melhor de sua
equipe. São Paulo: Nobel. 1991
25. ZAGURY, Tânia. O Professor refém: para pais e professores entenderem
porque fracassa a educação no Brasil/ Rio de Janeiro: Record, 2006.