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71
OBRA DO ARQ. AUSTRIACO HUNDERTWASSER (1928 – 2000).1
.
1
ANDERSEN, Véronique, 2006.
72
CAPÍTULO 3
COMPARAÇÃO ENTRE AS PROPOSTAS
73
Morfologia, modo como elementos se relacionam, como se conformam os lugares de encontro entre vizinhos no Ambiente Urbano,
através dela podemos também desenhar Espaços de Sociabilidade, Equipamentos Urbanos e toda Infra-estrutura Urbana, todos em total
equilíbrio com o Ecossistema Terrestre.
Legitimidade, radicalização do conceito, a partir da sociedade mercantil urbana no século XVII. A arquitetura formaliza espaços
democráticos que são um Direito de todo cidadão brasileiro, mas que poucos tem consciência de que além de ser desumano é também ilegal,
viver sem acesso aos Direitos Humanos Fundamentais.
Fundamentabilidade, diz respeito aquilo que é permanente, estrutura aquilo que é transitório. É regido pelo Sagrado e o Profano na
sociedade, dimensão em que se estabelece as relações de valor e poder.
74
Os elementos acima citados e conceituados, são a base do Modelo Relacional desenvolvido por Sylvio Sawaya. Estes se relacionam com
as instâncias espaciais, seus agentes e atores, tem como objetivo sistematizar as decisões, com todos os envolvidos nas diferentes escalas em que
se tomam as decisões, refletidas no lugar. Através do conhecimento mútuo de todos os envolvidos no Processo Participativo de Projeto, sobre as
diferentes visões de mundo com o objetivo de reduzir as tensões presentes nas diferentes disputas territoriais.
O filósofo francês Pierre Bourdieu, diz: “ a estrutura das relações entre o campo religioso e o campo do poder comanda, em cada
conjuntura, a configuração da estrutura das relações constitutivas do campo religioso que cumpre uma função externa de legitimação da ordem
estabelecida na medida em que a manutenção da ordem simbólica, ao passo que a subversão simbólica da ordem simbólica só consegue afetar
a ordem política quando se faz acompanhar por uma subversão política desta ordem. ... a autoridade propriamente religiosa e a força temporal
que as diferentes instâncias religiosas podem mobilizar em sua luta pela legitimidade religiosa dependem diretamente do peso dos leigos por
elas mobilizados na estrutura das relações de forçam entre as classes. ...” portanto o objetivo é romper com os discursos da racionalidade
hegemônica, através da interpretação dos fenômenos das espacialidades e contemporaneidades em busca da identificação, não apenas do que
reluz diante do novo, mas que resiste e transforma. O que resistir, são os Fundamentos de uma sociedade.
75
O fenômeno de crescimento populacional da Região Metropolitana de São Paulo teve início com o êxodo rural2
no final do séc. XIX com
a chegada da Indústria de bens não duráveis. Mas no final do segundo quarto do século passado, houve um maior adensamento e aceleração
desse processo com a Política Getulista3
. Na década de 70 do século passado a mecanização no processo de produção da indústria, trouxe a
diminuição na oferta de empregos. E assim o processo de adensamento vertiginoso dos subúrbios se intensificaram, assim como as ocupações
ilegais e moradias subnormais4
.
Espaço arquitetônico projetado pode inter-facear diferentes atores ou soluções na busca por relações simbiônticas voltadas para melhorar
a qualidade de vida dos moradores dos atuais subúrbios dormitórios. Caso contrario sofrerão novo processo de expulsão das áreas que já dispõe
de infra-estrutura social e econômica, conforme da lógica do mercado imobiliário da economia capitalista.
2
Por volta de 1875, após a construção da Estrada de Ferro São Paulo Railway para o escoamento do café produzido no interior paulista, houve o
primeiro “boom” industrial. Junto com ele, a cidade de São Paulo teve sua expansão urbana intensificada, e com ela também as cidades vizinhas
no entorno da linha férrea, entre elas, a cidade de Franco da Rocha que acabou se transformando em subúrbio dormitório, característica ainda
muito presente na região. No início da década de 50 do século passado houve em São Paulo o segundo “boom” da indústria, dessa vez a de bens
duráveis, o que chamou a atenção de muita gente que morava em áreas rurais que acabaram por fazer o êxodo rural, inchando a cidade de São
Paulo e também as cidades vizinhas. LANGENBUCH, 1971.
3
Construiu a Infra-Estrutura necessária para a entrada da indústria de bens duráveis, como o automóvel.
4
IBGE.
76
Essa lógica é cruel e não se relaciona com a estrutura do Suporte Biofísico, interage com a especulação imobiliária conforme
verificamos no capitulo 5. A consolidação da democracia na bacia do Juqueri, pode acontecer por meio da participação popular nas decisões de
Políticas Públicas na região e também para reivindicar as ações dos responsáveis legais para que tudo possa conviver em harmonia.
O desenho da ocupação da Comuna da Terra Dom Tomás Balduíno, invade as áreas de Reserva Permanente do Patrimônio Natural, tais
como as matas ciliares e topos de morros, o projeto do assentamento manteve o vício das trilhas dos índios, as montantes e as jusantes. As casas
estão situadas ao longo das vias, e não criam os locais de sociabilidade.
A costura do tecido urbano na Estrutura do Suporte Biofísico buscando não agredi-lo, gentilmente bordando ponto a ponto é
acompanhado da costura das relações sociais, os vínculos foram estabelecidos sem critérios de afinidade e agora poderiam ser reformulados. É
o objetivo do projeto realizado para Uso e Sistema Viário da APA “Odette Rocha”, em escala 1:2500, o dobro do projeto realizado pelo ITESP.
Mas ainda isso é pouco, pois meu projeto foi realizado de modo autocrático, a medida em que eu não pude realizar o processo
participativo de projeto, devido as ressalvas dos assentados, pois já foram muito pesquisados e já realizaram muitas reuniões, estão cansados de
77
conversa fiada, querem resultado. Ainda assim, esse material que produzimos poderia ser utilizado em reuniões para discutirmos o que seria o
projeto ideal pra aquele espaço.
Este é sonho: que todos juntos pudéssemos nos unir ao redor do objetivo de projetar coletivamente o espaço público da Antiga Fazenda
São Roque, e também o privado com maior critério, para assim garantir a escala do detalhe na execução do projeto. No caso poderíamos até
mesmo pensar na moda como forma de identificar o indivíduo sem massificação, na realidade deve ser algo mais clássico e ligado a estilo ao
invés daquilo que é efêmero.
Frank Lloyd Wright, critica a miséria do homem nas grandes cidades afirmando: “nenhum cidadão pode criar algo além de máquinas.”...
“O cidadão verdadeiramente ‘urbanizado’ torna-se um vendedor de idéias rentáveis, um viajante que explora a fraquezas humanas especulando
com as idéias e invenções dos outros, um parasita do espírito”... “Ele trocou seu contato original com os rios, os bosques, os campos e os animais
pela agitação permanente, a contaminação do óxido de carbono e um conjunto de celas de aluguel instaladas sobre a rigidez de um solo
78
artificial.”...” a própria vida é cada vez menos ‘suportável’ na grande cidade. A vida do cidadão ‘urbanizado’ é artificial e gregária; torna-se a
aventura cega de um animal artificioso.”5
Wright fala também sobre democracia: “A democracia não pode se permitir ao luxo de confundir a simples personalidade com a
verdadeira individualidade humana. Do mesmo modo como a vontade humana e o puro intelecto nunca poderão produzir uma individualidade
autêntica.”
Milton Santos, em 8/01/2001disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo: “ A globalização, tal como ela se relaciona com o Brasil,
criou uma seletividade maior ainda no uso dos recursos públicos que se tornaram muito mais orientados para a vida produtiva que para a
problemática social.”
As idéias assim sem ligação com o local ficam fora do lugar e o lugar permanece fora das idéias6
. A prática do planejamento urbano no
Brasil é bem diferente de sua retórica. Portanto qual seria o melhor mecanismo para garantir a preservação da Estrutura do Suporte Biofísico e
5
CHOAY, Françoise, 2002.
6
MARICATO, Ermínia. IN: ARANTES, 2000.
79
sua Biodiversidade? A criação de uma APA resolve a questão da posse da terra, mas existe também o problema da especulação imobiliária.
Acontece quando o proprietário, poderia alugar o imóvel valorizado e viver sem trabalhar, apenas de renda. Os atuais assentados da Comuna da
Terra Dom Tomas Balduino, poderão legalmente se tornarem especuladores, caso queiram ou sejam manipulados para essa ação.
Para que isso não aconteça na Comuna, pode-se utilizar algum tipo de aluguel, desvinculado do mercado financeiro, e que seria pago
com a participação em uma Cooperativa de Serviços, por exemplo. Isso possibilita uma decisão de uso da terra independentemente do valor da
mesma, através da instituição de um Estatuto eleito por todos.
Esta ação local ajuda o morador a se sentir dono do lugar, para que assim ajude a cuidar do patrimônio coletivo. O espaço de moradia, se
torna também o local de outras formas de relacionamento sócio-econômico, pois também se trabalha ali. Este formato pode ser mais efetivo para
se alcançar o ideal da Comuna da Terra Dom Tomás Balduino.
80
No Estado de São Paulo, mais precisamente no município de Bragança Paulista, há uma experiência piloto, que foi organizada por uma
Associação de Proteção e Assistência Carcerária7
, a APAC, que é o Conselho do Município quem dirige a Associação da Sociedade Civil
Organizada, grupo de cidadãos ligados ao Poder Judiciário; Legislativo; Ministério Público; OAB;Policia Civil; e Conselho da Comunidade8
.
Através da administração dos recursos da Cadeia Pública para a alimentação dos presos pela APAC – Bragança Paulista, com R$ 45 mil
mensais, contrataram funcionários técnicos e da área da saúde; pouparam para a realização de uma reforma ampliando sua capacidade para 230
presos. Esta experiência demonstra que os recursos, quando aplicados conscienciosamente, dão resultados. Também afirma a necessidade de
que a sociedade local se aproprie de seu entorno. Nesse Modelo o Estado tem a obrigação de garantir os recursos, enquanto a Iniciativa Privada
e Sociedade Civil Organizada local, tem o dever de direcionar de modo eficaz tais recursos. Nessa experiência a mudança administrativa trouxe
a redução de gastos e eficiência administrativa, o que precisa acontecer é o povo ficar de olho nos gastos públicos.
7
MASSOLA, 2005.
8
O Conselho da Comunidade se torna o conselho deliberativo da APAC, assim a torna apta a intervir nos assuntos de cumprimento de pena da
Comarca.
81
Por este motivo pensei em associar um SIG ao projeto físico da APA “Odette Rocha”, através dele o espaço será apropriado, pois
estabelece um caminho para que nos relacionemos com a Estrutura de Relações do Prático Inerte. Esse caminho esta sugerido através do projeto
que fiz para a disciplina de Sistemas de Informação Espacial com o professor Marcelo Giacalia.
Através das novas tecnologias podemos ter consciência de coisas que não conseguíamos antes, como as transmissões ao vivo das
reuniões do Supremo Tribunal Federal pela televisão. Ou mesmo as transmissões de fatos terríveis como bombardeios, ataques de pilotos
suicidas, aberturas de Copas e Olimpíadas, shows, Oscar, enfim uma infinidade de possibilidades de participar visualmente, em tempo real, pela
internet, tudo isso para trabalho e diversão. E por que não, para elaborarmos nossa Razão Comunicativa Habermasiana, potencializada a enésima
potencia?
Quanto a sub-cultura carcerária, diminuiu o nível de violência entre os presos além da redução no índice de reincidência. Para obter tais
resultados os presos são separados em dois grupos distintos: um com presos comuns, e outro com presos de confiança que são responsáveis pela
segurança. Assim pode-se abordar a escala microscópica do poder assim como abordado na Sociologia. Nos EUA os presos são avaliados pelo
grau de periculosidade e assim decide-se pra que tipo de instituição irão.
82
Com apenas 250 presos não há rebelião e nem superlotação, a Sociedade exige o cumprimento dos direitos dos condenados, é um sistema
que objetiva a extinção das prisões, mas é factível apenas no interior. Familiares dos presos aprovam o Modelo de Organização local.
A APAC (Associação de Proteção Carcerária) possui apoio do juiz Corregedor da Cadeia Pública de Bragança, isso faz muita diferença,
pois assim que o sujeito comete o delito, o juiz já está pronto para dar a sentença.
O governo quer implantar tal esquema em todas as Cadeias Públicas, repetindo um modelo sem levar em conta características do local e
as relações que se estabelecem com o lugar. Deste modo poderá criar uma barreira de proteção territorial contra o crime organizado.
Essa notícia trata de dar maior sentido ao projeto de uma Unidade Integrada – que poderia ser piloto no Estado de São Paulo. Onde já
existe um edifício com apartamentos individuais, parecidos com os que estão em funcionamento na Aldeia da Esperança. Entre a sede do Centro
Pioneiro e o futuro Distrito Industrial.
83
Uma alternativa ao atual Modelo Econômico Capitalista é a Economia Solidária9
, através da preservação dos recursos hídricos podemos
criar uma simbiose entre aqueles que dividem o mesmo território.
Outra questão abordada é a ocupação desordenada de encostas, fato que decorre, em Franco da Rocha e Região Norte da Metrópole
paulistana, da ausência de Políticas Publicas para ordenar o crescimento dos subúrbios dormitórios no decorrer da história. Além da miséria e
privações tão presente no cotidiano da maioria da população ali residente, existe o risco de desabamento de suas “casas”.
A permanência das vias no topo e sobre a linha da jusante, torna essas áreas já naturalmente frágeis mais suscetíveis a erosão. A Rede
Hídrica é a espinha dorsal, e determina como será o desenho das vias no local. Se apenas repetíssemos o desenho das vias usadas no tecido dá
maioria dos bairros de São Paulo, com malha de cruzamento ortogonal, estaríamos criando um novo processo de desertificação para a área, onde
as nascentes seriam suprimidas ou canalizadas.
O desenho proposto pelo ITESP, não corrigiu esse detalhe e todo o Sistema Viário esta locado no topo dos morros. Esse formato acelera
a vazão da água além de ocupar Áreas de Proteção Permanente nos topos dos morros e ao redor dos cursos d’água. Outro problema deste
9
KOMUNA, 2005.
84
desenho, é o impedimento a livre da circulação dos animais silvestres pela área, pois eles precisam de locais bem projetados para atravessarem
as vias, caso contrário podem ser atropelados.
No novo desenho do Sistema Viário procuramos locar as vias a meia encosta, o que permite a preservação dos topos, da mesma forma a
linha do montante fica protegida. As matas ciliares também foram preservadas, além de toda a área de mata existente ter sido incluída como
Área de Proteção, assim como prevê a recuperação das manchas de capoeira e campo, conforme o desenho do Zoneamento da APA “Odette
Rocha”.
Com esse formato pudemos cortar vales com as vias formado um desenho que cria pontos de passagem dos animais, embaixo das pontes
os bichos circulam livremente, podendo passear por um território maior, facilitando sua miscigenação. Essa é uma preocupação que fortalece a
criação desse ponto de preservação ambiental, pois esta localizada nas proximidades das APAS de “Jundiaí” e “Cajamar” que estão situadas a
noroeste e oeste, respectivamente, do local pesquisado. A leste um pouco mais distante, e com uma linha férrea a ser atravessa pela fauna local,
temos as APAS “Represa do Bairro da Usina” e “São Francisco Xavier”. Ao norte esta localizada a APA II de “Piracicaba e Juqueri Mirim”.
85
Esta situação demonstra sua relevância quando pensamos em permitir que haja diversificação genética para a continuidade da vida
Silvestre dos animais terrestres presentes nas reservas de Mata Atlântica da Megalópole do Sudeste. Isso propicia criar espaços de sociabilidade
entre a realidade do Suporte Biofísico e sua Biodiversidade, com a dimensão mais presente nas relações de territorialidade que atuam no
território supra delimitado. Essa escala afirma o local, onde também procura manter a mesma estrutura de relações.
As áreas que possuem maior declividade foram destinadas à produção de Agro Floresta Sucessional. A divisão do território pelo sistema
de vias proposto, determinou um desenho de quadras que são bem diferentes das tradicionais quadras, ou sistemas radiais que foram implantados
na Paisagem da Região de Franco da Rocha.
As ‘quadras’ do novo projeto desenhado, foram designadas com critérios a partir do uso anterior, ou conforme a infra estrutura já
presente. Outro fator determinante para a localização das atividades, foi a determinação de que a área seria destinada a Área de Proteção
Ambiental, vigorada pela legislação do SNUC10
. Assim pretendemos criar uma forca legal que impeça ações especulativas dos assentados ou de
seus descendentes.
10
SNUC, 2000.
86
“O Espaço deixa de ser Espaço e passa e ser Tempo”11
, através de formas e fluxos que se relacionam na Estrutura do Prático Inerte.
Espaço é Natureza, o Planeta Terra é o espaço, o que é diferente do nosso Universo Cultural que podemos chamar de mundo. Os Atores Sociais
agem com base em um Projeto Político de Sociedade, seus Agentes, no Sentido de Pertencimento, são aqueles que possuem Identidade Sócio
Territorial. O Território é Divisão Política, e pode ser dividido em Instância Social. É historicamente construído pelas ações de toda a
coletividade. Já aquilo que é territorial, segundo as teorias de bases endógenas12
, pode criar resistência ao processo de globalização. São
relações que se estabelecem no Espaço, físico ou virtual, que objetivam fortalecer a economia local. Isso acontece quando existe Identidade
Cultural dos usuários do Espaço, que permitem assim o Acontecer Solidário, gerando uma Cultura da Paz.
A Paisagem Urbana, deve suscitar a imaginabilidade13
para ser legível, singular, ter formas simples, dar idéia de continuidade, possuir
algum elemento que predomine as ligações devem ser claras e as direções definidas, pelo menos até o alcance visual.
11
SANTOS, Milton. 1996.
12
LEMES, Manoel. N.A., 2005.
13
MAZZILI, Clice. 2003.
87
Não podemos esquecer porém que a “... paisagem, é mais que espaço observado, trata-se de espaço vivenciado, da sensibilidade das
pessoas com seu entorno. ...” 14
passando assim a idéia de movimento das series temporais, isso pode ser complementado com nomes e
significados15
. A Escola Alemã Bauhaus ensina através da Gestalt, que a compreensão do todo depende das partes.
Os elementos que fazem parte da dimensão visual são: equilíbrio; configuração; e forma. Nesse último podemos citar os componentes do
espaço: cheio, vazio, figura, fundo, dentro, fora, vertical, horizontal, perspectiva, mobilidade, ordem/desordem, simbolismo, expressão e função.
Abstrato é a qualidade sinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes básicos. O Projeto deve estar embasado em dados naturais
significativos, para que se possa compreender a dialética do Espaço. Tais informações devem ser referentes aos usuários, suas famílias, a
comunidade, seu modo de organização, locais de lazer. Essas informações precisam ser analisadas nas diferentes escalas da cidade, pois existem
diferentes lógicas agindo no mesmo espaço físico.
NO QUADRO A BAIXO VEMOS COMO FUNCIONA ESSE SISTEMA DE INFORMAÇÃO:
14
SANDEVILLE, Euler Jr.: apud: SATO, Clara Nori. 2007.
15
CULLEN, Gordon. 1971.
• Componentes do SIG
Software
SIG
Espacial
SIG
Usuário
Mundo
Real
Base de
dados Hardware
COMPONENTES
88
FONTE: GIACALIA, 2007.
O trabalho do Arquiteto pode ser também desenvolver os Sistemas de Informação Geográfica, posto que demandam de significação. Isto
feito os valores já presentes no cotidiano das comunidades, são incorporados ao projeto, assim o local conseguira abrigar os inputs e outputs
projetados coletivamente pela sociedade, a consulta as comunidades permite contextualização do lugar. É uma forma de aproximar escalas dão
USUARIOS
EQUIPE SUPORTE
MUNDO REAL
89
distantes quanto a da unidade habitacional e da cidade, isso pode romper com o condicionalismo sócio-cultural que insere a unidade habitacional
em um contexto mais complexo.
Para melhor compreensão da resultante dessas ações e forças, é necessária sua sistematização, o que possibilita uma manipulação mais
rápida e precisa destes dados, mostrando a realidade. Os sistemas devem estar conectados a ‘blogs’ de acesso público, sobre os problemas
enfrentados pela administração pública no exercício de suas funções.
Espaço Vital é expresso pelas necessidades territoriais de uma sociedade em função do seu desenvolvimento tecnológico, isto segundo
Ratzel16
. Já a Social Democracia inglesa, assim como outros movimentos políticos, diz que é a razão de ser do Estado. Mas infelizmente, No
Congres Internacional d’Architecture Moderne, em 1928 foi dito: “A Arquitetura Moderna reduziu o espaço individual, junto com certas
necessidades individuais, doravante desprovida de uma verdadeira justificativa”.
O arquiteto norte-americano Halprin abstraiu o conceito de espacialização de uma peça musical de teatro, para o processo participativo
de projeto, assim como todos os campo do esforço humano. Esse método possibilita a incorporação de diferentes dimensões ao mesmo tempo,
16
CASTRO, Iná E., CORREA, Roberto, GOMES, Paulo. 1995.
90
com isso o primeiro projeto pode mudar completamente, se assim todos preferirem. São ciclos que ele estabeleceu quatro elementos de
fundamentação: R = “Resource whit are what you have to work with.”; S = Score –> “ a printed piece of music showing at the parts for the
instruments or voices” descrição do processo dominante do desempenho; V = Valuation -> avaliação com análise de resultados das ações,
possibilidades escolhidas e decisões tomadas; P = Processo, aquilo que integra tudo.
A Paisagem ... “como conformação em câmbio de processos naturais e humanos num sítio (lugar, região). É, portanto um termo
complexo, a implicar em sínteses diversas, posto que a realidade ‘designada’ é complexa e interativa. Como arquitetos creio que nos interesse
um conceito operativo para nossas práticas, as quais envolvem a intelecção e a organização do espaço em escalas diversas17
.
Lugar é também complexo de relações de localização determinada, pode ser Espaço banal, cotidiano, da existência do Evento. Lugar da
percepção empírica do mundo, a cidade é local de encontros, as cidades gregas possuíam cerca 5000 famílias, o que determinava um número de
aproximadamente 25000 pessoas.
17
SATO, Clara, 2007.
91
Os lugares se articulam horizontalmente no território e verticalmente em rede para ação dos atores sub-locais e são únicos, híbridos e
singulares contem e são contidos pelo global. Sua valorização deve ser orientada para além da valorização das formas do lugar, compreendendo
também o Sistema de ações do lugar, preexistentes e potenciais. A relação da ação econômica na Sub-Bacia do Juqueri, pode ser o meio de
ensinamento do ciclo da água e das conseqüências que o mesmo sofrerá, no caso da continuidade dos atuais: nível de emissão de poluentes no
Ambiente Natural; e utilização dos Recursos Naturais sem os devidos estudos sobre o Impacto Ambiental dessas ações.
Já que não é possível calcular, estimar, nem controlar os movimentos migratórios do capitalismo, as Comunas da Terra incorporam no
cotidiano dos trabalhadores rurais, os elementos de um novo modo de vida. Porém ainda não há como definir se é uma coisa ou outra, e também
não é algo que separe o urbano do rural.
De qualquer modo, seja no espaço urbano seja no rural, a população de menor renda é prisioneira do espaço. Arquitetura captura o vazio
pela forma e o espaço é sua matéria prima. Ela também não se presta a análise, apenas se aplica. E é através da palingenesia o arquiteto aprende
com outros arquitetos, isto feito os valores almejados no cotidiano das comunidades, são incorporados ao projeto, mas se as comunidades não
são consultadas, não haverá contextualização do lugar, e as idéias estão fora do lugar e vice-versa.
92
Qual o Modelo de Sociedade que poderá sobreviver aos problemas ambientais que existem no Planeta? Qual a filosofia que exemplifica
as qualidades necessárias, e as ensinara à humanidade sobre essa Nova Era de transformação do modelo de valor fordista-taylorista para um
modelo que privilegie o real valor do Ser Humano e da vida no Planeta Terra? Qual o modo de vida que deveremos adotar para sobreviver às
catástrofes, provocadas pelo homem, que estão por vir? Quem deverá estar (ou está) no comando dessa transformação? Ela acontece de modo
eficiente?

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Arquitetura e participação social

  • 1. 71 OBRA DO ARQ. AUSTRIACO HUNDERTWASSER (1928 – 2000).1 . 1 ANDERSEN, Véronique, 2006.
  • 3. 73 Morfologia, modo como elementos se relacionam, como se conformam os lugares de encontro entre vizinhos no Ambiente Urbano, através dela podemos também desenhar Espaços de Sociabilidade, Equipamentos Urbanos e toda Infra-estrutura Urbana, todos em total equilíbrio com o Ecossistema Terrestre. Legitimidade, radicalização do conceito, a partir da sociedade mercantil urbana no século XVII. A arquitetura formaliza espaços democráticos que são um Direito de todo cidadão brasileiro, mas que poucos tem consciência de que além de ser desumano é também ilegal, viver sem acesso aos Direitos Humanos Fundamentais. Fundamentabilidade, diz respeito aquilo que é permanente, estrutura aquilo que é transitório. É regido pelo Sagrado e o Profano na sociedade, dimensão em que se estabelece as relações de valor e poder.
  • 4. 74 Os elementos acima citados e conceituados, são a base do Modelo Relacional desenvolvido por Sylvio Sawaya. Estes se relacionam com as instâncias espaciais, seus agentes e atores, tem como objetivo sistematizar as decisões, com todos os envolvidos nas diferentes escalas em que se tomam as decisões, refletidas no lugar. Através do conhecimento mútuo de todos os envolvidos no Processo Participativo de Projeto, sobre as diferentes visões de mundo com o objetivo de reduzir as tensões presentes nas diferentes disputas territoriais. O filósofo francês Pierre Bourdieu, diz: “ a estrutura das relações entre o campo religioso e o campo do poder comanda, em cada conjuntura, a configuração da estrutura das relações constitutivas do campo religioso que cumpre uma função externa de legitimação da ordem estabelecida na medida em que a manutenção da ordem simbólica, ao passo que a subversão simbólica da ordem simbólica só consegue afetar a ordem política quando se faz acompanhar por uma subversão política desta ordem. ... a autoridade propriamente religiosa e a força temporal que as diferentes instâncias religiosas podem mobilizar em sua luta pela legitimidade religiosa dependem diretamente do peso dos leigos por elas mobilizados na estrutura das relações de forçam entre as classes. ...” portanto o objetivo é romper com os discursos da racionalidade hegemônica, através da interpretação dos fenômenos das espacialidades e contemporaneidades em busca da identificação, não apenas do que reluz diante do novo, mas que resiste e transforma. O que resistir, são os Fundamentos de uma sociedade.
  • 5. 75 O fenômeno de crescimento populacional da Região Metropolitana de São Paulo teve início com o êxodo rural2 no final do séc. XIX com a chegada da Indústria de bens não duráveis. Mas no final do segundo quarto do século passado, houve um maior adensamento e aceleração desse processo com a Política Getulista3 . Na década de 70 do século passado a mecanização no processo de produção da indústria, trouxe a diminuição na oferta de empregos. E assim o processo de adensamento vertiginoso dos subúrbios se intensificaram, assim como as ocupações ilegais e moradias subnormais4 . Espaço arquitetônico projetado pode inter-facear diferentes atores ou soluções na busca por relações simbiônticas voltadas para melhorar a qualidade de vida dos moradores dos atuais subúrbios dormitórios. Caso contrario sofrerão novo processo de expulsão das áreas que já dispõe de infra-estrutura social e econômica, conforme da lógica do mercado imobiliário da economia capitalista. 2 Por volta de 1875, após a construção da Estrada de Ferro São Paulo Railway para o escoamento do café produzido no interior paulista, houve o primeiro “boom” industrial. Junto com ele, a cidade de São Paulo teve sua expansão urbana intensificada, e com ela também as cidades vizinhas no entorno da linha férrea, entre elas, a cidade de Franco da Rocha que acabou se transformando em subúrbio dormitório, característica ainda muito presente na região. No início da década de 50 do século passado houve em São Paulo o segundo “boom” da indústria, dessa vez a de bens duráveis, o que chamou a atenção de muita gente que morava em áreas rurais que acabaram por fazer o êxodo rural, inchando a cidade de São Paulo e também as cidades vizinhas. LANGENBUCH, 1971. 3 Construiu a Infra-Estrutura necessária para a entrada da indústria de bens duráveis, como o automóvel. 4 IBGE.
  • 6. 76 Essa lógica é cruel e não se relaciona com a estrutura do Suporte Biofísico, interage com a especulação imobiliária conforme verificamos no capitulo 5. A consolidação da democracia na bacia do Juqueri, pode acontecer por meio da participação popular nas decisões de Políticas Públicas na região e também para reivindicar as ações dos responsáveis legais para que tudo possa conviver em harmonia. O desenho da ocupação da Comuna da Terra Dom Tomás Balduíno, invade as áreas de Reserva Permanente do Patrimônio Natural, tais como as matas ciliares e topos de morros, o projeto do assentamento manteve o vício das trilhas dos índios, as montantes e as jusantes. As casas estão situadas ao longo das vias, e não criam os locais de sociabilidade. A costura do tecido urbano na Estrutura do Suporte Biofísico buscando não agredi-lo, gentilmente bordando ponto a ponto é acompanhado da costura das relações sociais, os vínculos foram estabelecidos sem critérios de afinidade e agora poderiam ser reformulados. É o objetivo do projeto realizado para Uso e Sistema Viário da APA “Odette Rocha”, em escala 1:2500, o dobro do projeto realizado pelo ITESP. Mas ainda isso é pouco, pois meu projeto foi realizado de modo autocrático, a medida em que eu não pude realizar o processo participativo de projeto, devido as ressalvas dos assentados, pois já foram muito pesquisados e já realizaram muitas reuniões, estão cansados de
  • 7. 77 conversa fiada, querem resultado. Ainda assim, esse material que produzimos poderia ser utilizado em reuniões para discutirmos o que seria o projeto ideal pra aquele espaço. Este é sonho: que todos juntos pudéssemos nos unir ao redor do objetivo de projetar coletivamente o espaço público da Antiga Fazenda São Roque, e também o privado com maior critério, para assim garantir a escala do detalhe na execução do projeto. No caso poderíamos até mesmo pensar na moda como forma de identificar o indivíduo sem massificação, na realidade deve ser algo mais clássico e ligado a estilo ao invés daquilo que é efêmero. Frank Lloyd Wright, critica a miséria do homem nas grandes cidades afirmando: “nenhum cidadão pode criar algo além de máquinas.”... “O cidadão verdadeiramente ‘urbanizado’ torna-se um vendedor de idéias rentáveis, um viajante que explora a fraquezas humanas especulando com as idéias e invenções dos outros, um parasita do espírito”... “Ele trocou seu contato original com os rios, os bosques, os campos e os animais pela agitação permanente, a contaminação do óxido de carbono e um conjunto de celas de aluguel instaladas sobre a rigidez de um solo
  • 8. 78 artificial.”...” a própria vida é cada vez menos ‘suportável’ na grande cidade. A vida do cidadão ‘urbanizado’ é artificial e gregária; torna-se a aventura cega de um animal artificioso.”5 Wright fala também sobre democracia: “A democracia não pode se permitir ao luxo de confundir a simples personalidade com a verdadeira individualidade humana. Do mesmo modo como a vontade humana e o puro intelecto nunca poderão produzir uma individualidade autêntica.” Milton Santos, em 8/01/2001disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo: “ A globalização, tal como ela se relaciona com o Brasil, criou uma seletividade maior ainda no uso dos recursos públicos que se tornaram muito mais orientados para a vida produtiva que para a problemática social.” As idéias assim sem ligação com o local ficam fora do lugar e o lugar permanece fora das idéias6 . A prática do planejamento urbano no Brasil é bem diferente de sua retórica. Portanto qual seria o melhor mecanismo para garantir a preservação da Estrutura do Suporte Biofísico e 5 CHOAY, Françoise, 2002. 6 MARICATO, Ermínia. IN: ARANTES, 2000.
  • 9. 79 sua Biodiversidade? A criação de uma APA resolve a questão da posse da terra, mas existe também o problema da especulação imobiliária. Acontece quando o proprietário, poderia alugar o imóvel valorizado e viver sem trabalhar, apenas de renda. Os atuais assentados da Comuna da Terra Dom Tomas Balduino, poderão legalmente se tornarem especuladores, caso queiram ou sejam manipulados para essa ação. Para que isso não aconteça na Comuna, pode-se utilizar algum tipo de aluguel, desvinculado do mercado financeiro, e que seria pago com a participação em uma Cooperativa de Serviços, por exemplo. Isso possibilita uma decisão de uso da terra independentemente do valor da mesma, através da instituição de um Estatuto eleito por todos. Esta ação local ajuda o morador a se sentir dono do lugar, para que assim ajude a cuidar do patrimônio coletivo. O espaço de moradia, se torna também o local de outras formas de relacionamento sócio-econômico, pois também se trabalha ali. Este formato pode ser mais efetivo para se alcançar o ideal da Comuna da Terra Dom Tomás Balduino.
  • 10. 80 No Estado de São Paulo, mais precisamente no município de Bragança Paulista, há uma experiência piloto, que foi organizada por uma Associação de Proteção e Assistência Carcerária7 , a APAC, que é o Conselho do Município quem dirige a Associação da Sociedade Civil Organizada, grupo de cidadãos ligados ao Poder Judiciário; Legislativo; Ministério Público; OAB;Policia Civil; e Conselho da Comunidade8 . Através da administração dos recursos da Cadeia Pública para a alimentação dos presos pela APAC – Bragança Paulista, com R$ 45 mil mensais, contrataram funcionários técnicos e da área da saúde; pouparam para a realização de uma reforma ampliando sua capacidade para 230 presos. Esta experiência demonstra que os recursos, quando aplicados conscienciosamente, dão resultados. Também afirma a necessidade de que a sociedade local se aproprie de seu entorno. Nesse Modelo o Estado tem a obrigação de garantir os recursos, enquanto a Iniciativa Privada e Sociedade Civil Organizada local, tem o dever de direcionar de modo eficaz tais recursos. Nessa experiência a mudança administrativa trouxe a redução de gastos e eficiência administrativa, o que precisa acontecer é o povo ficar de olho nos gastos públicos. 7 MASSOLA, 2005. 8 O Conselho da Comunidade se torna o conselho deliberativo da APAC, assim a torna apta a intervir nos assuntos de cumprimento de pena da Comarca.
  • 11. 81 Por este motivo pensei em associar um SIG ao projeto físico da APA “Odette Rocha”, através dele o espaço será apropriado, pois estabelece um caminho para que nos relacionemos com a Estrutura de Relações do Prático Inerte. Esse caminho esta sugerido através do projeto que fiz para a disciplina de Sistemas de Informação Espacial com o professor Marcelo Giacalia. Através das novas tecnologias podemos ter consciência de coisas que não conseguíamos antes, como as transmissões ao vivo das reuniões do Supremo Tribunal Federal pela televisão. Ou mesmo as transmissões de fatos terríveis como bombardeios, ataques de pilotos suicidas, aberturas de Copas e Olimpíadas, shows, Oscar, enfim uma infinidade de possibilidades de participar visualmente, em tempo real, pela internet, tudo isso para trabalho e diversão. E por que não, para elaborarmos nossa Razão Comunicativa Habermasiana, potencializada a enésima potencia? Quanto a sub-cultura carcerária, diminuiu o nível de violência entre os presos além da redução no índice de reincidência. Para obter tais resultados os presos são separados em dois grupos distintos: um com presos comuns, e outro com presos de confiança que são responsáveis pela segurança. Assim pode-se abordar a escala microscópica do poder assim como abordado na Sociologia. Nos EUA os presos são avaliados pelo grau de periculosidade e assim decide-se pra que tipo de instituição irão.
  • 12. 82 Com apenas 250 presos não há rebelião e nem superlotação, a Sociedade exige o cumprimento dos direitos dos condenados, é um sistema que objetiva a extinção das prisões, mas é factível apenas no interior. Familiares dos presos aprovam o Modelo de Organização local. A APAC (Associação de Proteção Carcerária) possui apoio do juiz Corregedor da Cadeia Pública de Bragança, isso faz muita diferença, pois assim que o sujeito comete o delito, o juiz já está pronto para dar a sentença. O governo quer implantar tal esquema em todas as Cadeias Públicas, repetindo um modelo sem levar em conta características do local e as relações que se estabelecem com o lugar. Deste modo poderá criar uma barreira de proteção territorial contra o crime organizado. Essa notícia trata de dar maior sentido ao projeto de uma Unidade Integrada – que poderia ser piloto no Estado de São Paulo. Onde já existe um edifício com apartamentos individuais, parecidos com os que estão em funcionamento na Aldeia da Esperança. Entre a sede do Centro Pioneiro e o futuro Distrito Industrial.
  • 13. 83 Uma alternativa ao atual Modelo Econômico Capitalista é a Economia Solidária9 , através da preservação dos recursos hídricos podemos criar uma simbiose entre aqueles que dividem o mesmo território. Outra questão abordada é a ocupação desordenada de encostas, fato que decorre, em Franco da Rocha e Região Norte da Metrópole paulistana, da ausência de Políticas Publicas para ordenar o crescimento dos subúrbios dormitórios no decorrer da história. Além da miséria e privações tão presente no cotidiano da maioria da população ali residente, existe o risco de desabamento de suas “casas”. A permanência das vias no topo e sobre a linha da jusante, torna essas áreas já naturalmente frágeis mais suscetíveis a erosão. A Rede Hídrica é a espinha dorsal, e determina como será o desenho das vias no local. Se apenas repetíssemos o desenho das vias usadas no tecido dá maioria dos bairros de São Paulo, com malha de cruzamento ortogonal, estaríamos criando um novo processo de desertificação para a área, onde as nascentes seriam suprimidas ou canalizadas. O desenho proposto pelo ITESP, não corrigiu esse detalhe e todo o Sistema Viário esta locado no topo dos morros. Esse formato acelera a vazão da água além de ocupar Áreas de Proteção Permanente nos topos dos morros e ao redor dos cursos d’água. Outro problema deste 9 KOMUNA, 2005.
  • 14. 84 desenho, é o impedimento a livre da circulação dos animais silvestres pela área, pois eles precisam de locais bem projetados para atravessarem as vias, caso contrário podem ser atropelados. No novo desenho do Sistema Viário procuramos locar as vias a meia encosta, o que permite a preservação dos topos, da mesma forma a linha do montante fica protegida. As matas ciliares também foram preservadas, além de toda a área de mata existente ter sido incluída como Área de Proteção, assim como prevê a recuperação das manchas de capoeira e campo, conforme o desenho do Zoneamento da APA “Odette Rocha”. Com esse formato pudemos cortar vales com as vias formado um desenho que cria pontos de passagem dos animais, embaixo das pontes os bichos circulam livremente, podendo passear por um território maior, facilitando sua miscigenação. Essa é uma preocupação que fortalece a criação desse ponto de preservação ambiental, pois esta localizada nas proximidades das APAS de “Jundiaí” e “Cajamar” que estão situadas a noroeste e oeste, respectivamente, do local pesquisado. A leste um pouco mais distante, e com uma linha férrea a ser atravessa pela fauna local, temos as APAS “Represa do Bairro da Usina” e “São Francisco Xavier”. Ao norte esta localizada a APA II de “Piracicaba e Juqueri Mirim”.
  • 15. 85 Esta situação demonstra sua relevância quando pensamos em permitir que haja diversificação genética para a continuidade da vida Silvestre dos animais terrestres presentes nas reservas de Mata Atlântica da Megalópole do Sudeste. Isso propicia criar espaços de sociabilidade entre a realidade do Suporte Biofísico e sua Biodiversidade, com a dimensão mais presente nas relações de territorialidade que atuam no território supra delimitado. Essa escala afirma o local, onde também procura manter a mesma estrutura de relações. As áreas que possuem maior declividade foram destinadas à produção de Agro Floresta Sucessional. A divisão do território pelo sistema de vias proposto, determinou um desenho de quadras que são bem diferentes das tradicionais quadras, ou sistemas radiais que foram implantados na Paisagem da Região de Franco da Rocha. As ‘quadras’ do novo projeto desenhado, foram designadas com critérios a partir do uso anterior, ou conforme a infra estrutura já presente. Outro fator determinante para a localização das atividades, foi a determinação de que a área seria destinada a Área de Proteção Ambiental, vigorada pela legislação do SNUC10 . Assim pretendemos criar uma forca legal que impeça ações especulativas dos assentados ou de seus descendentes. 10 SNUC, 2000.
  • 16. 86 “O Espaço deixa de ser Espaço e passa e ser Tempo”11 , através de formas e fluxos que se relacionam na Estrutura do Prático Inerte. Espaço é Natureza, o Planeta Terra é o espaço, o que é diferente do nosso Universo Cultural que podemos chamar de mundo. Os Atores Sociais agem com base em um Projeto Político de Sociedade, seus Agentes, no Sentido de Pertencimento, são aqueles que possuem Identidade Sócio Territorial. O Território é Divisão Política, e pode ser dividido em Instância Social. É historicamente construído pelas ações de toda a coletividade. Já aquilo que é territorial, segundo as teorias de bases endógenas12 , pode criar resistência ao processo de globalização. São relações que se estabelecem no Espaço, físico ou virtual, que objetivam fortalecer a economia local. Isso acontece quando existe Identidade Cultural dos usuários do Espaço, que permitem assim o Acontecer Solidário, gerando uma Cultura da Paz. A Paisagem Urbana, deve suscitar a imaginabilidade13 para ser legível, singular, ter formas simples, dar idéia de continuidade, possuir algum elemento que predomine as ligações devem ser claras e as direções definidas, pelo menos até o alcance visual. 11 SANTOS, Milton. 1996. 12 LEMES, Manoel. N.A., 2005. 13 MAZZILI, Clice. 2003.
  • 17. 87 Não podemos esquecer porém que a “... paisagem, é mais que espaço observado, trata-se de espaço vivenciado, da sensibilidade das pessoas com seu entorno. ...” 14 passando assim a idéia de movimento das series temporais, isso pode ser complementado com nomes e significados15 . A Escola Alemã Bauhaus ensina através da Gestalt, que a compreensão do todo depende das partes. Os elementos que fazem parte da dimensão visual são: equilíbrio; configuração; e forma. Nesse último podemos citar os componentes do espaço: cheio, vazio, figura, fundo, dentro, fora, vertical, horizontal, perspectiva, mobilidade, ordem/desordem, simbolismo, expressão e função. Abstrato é a qualidade sinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes básicos. O Projeto deve estar embasado em dados naturais significativos, para que se possa compreender a dialética do Espaço. Tais informações devem ser referentes aos usuários, suas famílias, a comunidade, seu modo de organização, locais de lazer. Essas informações precisam ser analisadas nas diferentes escalas da cidade, pois existem diferentes lógicas agindo no mesmo espaço físico. NO QUADRO A BAIXO VEMOS COMO FUNCIONA ESSE SISTEMA DE INFORMAÇÃO: 14 SANDEVILLE, Euler Jr.: apud: SATO, Clara Nori. 2007. 15 CULLEN, Gordon. 1971. • Componentes do SIG Software SIG Espacial SIG Usuário Mundo Real Base de dados Hardware COMPONENTES
  • 18. 88 FONTE: GIACALIA, 2007. O trabalho do Arquiteto pode ser também desenvolver os Sistemas de Informação Geográfica, posto que demandam de significação. Isto feito os valores já presentes no cotidiano das comunidades, são incorporados ao projeto, assim o local conseguira abrigar os inputs e outputs projetados coletivamente pela sociedade, a consulta as comunidades permite contextualização do lugar. É uma forma de aproximar escalas dão USUARIOS EQUIPE SUPORTE MUNDO REAL
  • 19. 89 distantes quanto a da unidade habitacional e da cidade, isso pode romper com o condicionalismo sócio-cultural que insere a unidade habitacional em um contexto mais complexo. Para melhor compreensão da resultante dessas ações e forças, é necessária sua sistematização, o que possibilita uma manipulação mais rápida e precisa destes dados, mostrando a realidade. Os sistemas devem estar conectados a ‘blogs’ de acesso público, sobre os problemas enfrentados pela administração pública no exercício de suas funções. Espaço Vital é expresso pelas necessidades territoriais de uma sociedade em função do seu desenvolvimento tecnológico, isto segundo Ratzel16 . Já a Social Democracia inglesa, assim como outros movimentos políticos, diz que é a razão de ser do Estado. Mas infelizmente, No Congres Internacional d’Architecture Moderne, em 1928 foi dito: “A Arquitetura Moderna reduziu o espaço individual, junto com certas necessidades individuais, doravante desprovida de uma verdadeira justificativa”. O arquiteto norte-americano Halprin abstraiu o conceito de espacialização de uma peça musical de teatro, para o processo participativo de projeto, assim como todos os campo do esforço humano. Esse método possibilita a incorporação de diferentes dimensões ao mesmo tempo, 16 CASTRO, Iná E., CORREA, Roberto, GOMES, Paulo. 1995.
  • 20. 90 com isso o primeiro projeto pode mudar completamente, se assim todos preferirem. São ciclos que ele estabeleceu quatro elementos de fundamentação: R = “Resource whit are what you have to work with.”; S = Score –> “ a printed piece of music showing at the parts for the instruments or voices” descrição do processo dominante do desempenho; V = Valuation -> avaliação com análise de resultados das ações, possibilidades escolhidas e decisões tomadas; P = Processo, aquilo que integra tudo. A Paisagem ... “como conformação em câmbio de processos naturais e humanos num sítio (lugar, região). É, portanto um termo complexo, a implicar em sínteses diversas, posto que a realidade ‘designada’ é complexa e interativa. Como arquitetos creio que nos interesse um conceito operativo para nossas práticas, as quais envolvem a intelecção e a organização do espaço em escalas diversas17 . Lugar é também complexo de relações de localização determinada, pode ser Espaço banal, cotidiano, da existência do Evento. Lugar da percepção empírica do mundo, a cidade é local de encontros, as cidades gregas possuíam cerca 5000 famílias, o que determinava um número de aproximadamente 25000 pessoas. 17 SATO, Clara, 2007.
  • 21. 91 Os lugares se articulam horizontalmente no território e verticalmente em rede para ação dos atores sub-locais e são únicos, híbridos e singulares contem e são contidos pelo global. Sua valorização deve ser orientada para além da valorização das formas do lugar, compreendendo também o Sistema de ações do lugar, preexistentes e potenciais. A relação da ação econômica na Sub-Bacia do Juqueri, pode ser o meio de ensinamento do ciclo da água e das conseqüências que o mesmo sofrerá, no caso da continuidade dos atuais: nível de emissão de poluentes no Ambiente Natural; e utilização dos Recursos Naturais sem os devidos estudos sobre o Impacto Ambiental dessas ações. Já que não é possível calcular, estimar, nem controlar os movimentos migratórios do capitalismo, as Comunas da Terra incorporam no cotidiano dos trabalhadores rurais, os elementos de um novo modo de vida. Porém ainda não há como definir se é uma coisa ou outra, e também não é algo que separe o urbano do rural. De qualquer modo, seja no espaço urbano seja no rural, a população de menor renda é prisioneira do espaço. Arquitetura captura o vazio pela forma e o espaço é sua matéria prima. Ela também não se presta a análise, apenas se aplica. E é através da palingenesia o arquiteto aprende com outros arquitetos, isto feito os valores almejados no cotidiano das comunidades, são incorporados ao projeto, mas se as comunidades não são consultadas, não haverá contextualização do lugar, e as idéias estão fora do lugar e vice-versa.
  • 22. 92 Qual o Modelo de Sociedade que poderá sobreviver aos problemas ambientais que existem no Planeta? Qual a filosofia que exemplifica as qualidades necessárias, e as ensinara à humanidade sobre essa Nova Era de transformação do modelo de valor fordista-taylorista para um modelo que privilegie o real valor do Ser Humano e da vida no Planeta Terra? Qual o modo de vida que deveremos adotar para sobreviver às catástrofes, provocadas pelo homem, que estão por vir? Quem deverá estar (ou está) no comando dessa transformação? Ela acontece de modo eficiente?