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Riscos em operações de solda
• Principais tipos de solda:
• Arco elétrico
• Maçarico
• Brasagem
Arco elétrico = fusão por corrente
elétrica entre os metais
• Com grande consumo de eletrodo
– MMA - Manual metal adition
– MIG - Metal Inert Gas
– MAG - Metal Active Gas (↑ consumo)
• Com pouco consumo de eletrodo
– TIG - Tungstênio Inert Gas
Maçarico = chama
Oxiacetilênica (↑ temp. - acetileno+O2 ou ar ) :
– Solda (adição de metal com fusão)
– Oxicorte (corte de chapa por oxidação)
GLP (↓ temp. - butano/propano +O2 ou ar ) :
– Solda
Brasagem:
Fusão de metal ou ligas com baixo PF:
– “Solda” de componentes eletrônicos com liga de
Pb-Sn
Fumos metálicos:
• 1 – Proveniente do metal que está sendo
soldado:
• A composição dos fumos dependem do metal
• Se o metal é aço há grande quantidade de ferro
e menor dos outros componentes da liga.
• Este dependem do tipo de aço: manganês,
cromo, níquel, zinco ( em altas concentrações
em chapas galvanizadas)
• Maçaricos (oxiacetileno por exemplo) geram
fumos basicamente da chapa que está sendo
trabalhada.
2 – Proveniente do eletrodo:
• Mais comum em solda a arco elétrico
• Maior quantidade de fumos se há consumo do
eletrodo (MAG, MIG e comum)
• Menor se não há consumo do eletrodo (TIG)
• Eletrodos tem composição variável:
• Os mais comuns tem o interior (alma) de
ferro e revestidos de um fundente.
• Os usados em solda MAG e MIG são um
arame contínuo com alma de ferro e fundente
de cobre
Há ainda os tipos:
• Celulósicos: alto teor de material orgânico
• Rutílico: alto teor de TiO2
• Ilmenítico: ferro, titânio e manganês
• Básico: cal e fluorita
• Cal-titânio
• Pó de ferro: ferro e silicatos
– Em eletrodos podem ainda existir:
carbono, níquel, silício, molibdênio,
zircônio, alumínio, cálcio, sódio, potássio,
magnésio, cobre, cádmio, fluoretos
A maior ou menor exposição a fumos
varia com:
• Voltagem e amperagem da corrente elétrica
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• Prática do soldador (velocidade da soldagem)
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• Processo de soldagem
• Existência de óleos (ou outras substâncias)
protetoras nas chapas
• Os tamanhos da partículas de fumos
metálicos das soldas por arco elétrico
variam entre 0,001 a 2 µm
• A retenção alveolar é maior nas
partículas de 1 a 5 µm, em geral < que
10% do total.
• Em soldas MAG com CO2 aumenta a %
de maiores que 1 µm
Exemplo de avaliação ambiental
(Colacioppo. Avaliação da Exposição Profissional a
Fumos Metálicos em Operações de Solda. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional, N.49- Vol. 13
Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77 46 ref.)
• Amostra 200 soldadores de uma metalúrgica
no ABC, separados em 4 subgrupos ( A,B,C
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• Condições:
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• Voltagem:20 a 33 V - amperagem de 150 a 250 A.
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Composição do eletrodo
• Carbono: 0,07-0,15%
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Resultados médios de análise ambiental em microgramas por
m3
de fumos metálicos de soldadores e prensistas (controles)
Metal Cr Mn Cu Fe Cd Pb Zn Ni
Grupo TLV 50(*) 1000(***) 200(*) 5000(*) 10 (*) 100(**) 5000(*) 1000(*)
A 1,9 368,4 82,3 3028,6 0,7 9,0 60,3 3,9
B 0,3 150,5 31,9 1181,2 0,7 1,0 29,3 1,3
C 2,4 365,1 56,9 2644,6 0,6 11,7 31,0 6,5
D 0,9 324,9 79,9 2738,6 0,6 27,4 29,0 1,0
E (controle) 1,7 2,6 1,7 53,7 0,5 4,3 42,1 0,0
Fonte: Adaptado de COLACIOPPO. Avaliação da Exposição Profissional a
Fumos Metálicos em Operações de Solda. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, N49- Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77 ,
(*)ACGIH (**)NR-15 (***) Portaria MTb Nº 8, de 05/10/1992
Resultados de análise biológica de soldadores e prensistas
Urina em µg/L Sangue
em µg/dL
Grupo
Cr Mn Cu Fe Cd Zn Pb
A 4,87 6,30 23,09 138,03 8,29 1229,94 21,03
B 4,94 8,29 22,24 140,90 7,38 867,71 22,94
C 5,84 6,91 19,79 139,47 7,97 1122,71 22,81
D 6,44 8,60 19,63 138,70 6,36 859,8 22,50
E 5,38 7,49 24,64 150,44 8,04 1148,73 20,78
Limite (*) 40 50 33 - 100 1200 60
Fonte: Adaptado de COLACIOPPO. Avaliação da Exposição Profissional a Fumos
Metálicos em Operações de Solda. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, N.49-
Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77
(*) Considerado de várias fontes, como “Limites” , BEIs, IBMPs, da época do trabalho, mesmo que
os limites não sejam de indicadores validados internacionalmente, e para alguns metais que não
possuem limites ocupacionais existentes ou claramente definidos, foram usados valores de
natureza não ocupacional
TLV de fumos de solda = 5000 µm/m3
dos fumos totais
(vale para eletrodos mais comuns e não para os
que altos teores de metais muito tóxicos como Cd e
Cr por exemplo)
BORRAS e LOPES 1981, estimaram a probabilidade
de exceder-se o TLV de fumos de solda por
consumo semanal de eletrodos. Por exemplo, com
• 30 Kg/semana = 65%
• 50 Kg/semana = 85%
• 75 Kg/semana = 93%
EFEITOS e CONTROLE MÉDICO
Fumos de solda
• 1 – Fluoretos: Se o eletrodo é o Básico (cal e fluorita)
deve-se pensar em risco de Fluorose Ocupacional
• Fluorose = Doença grave e incapacitante que leva a
uma calcificação dos ligamentos.
• Monitoramento = fluoreto urinário no periódico (pré e
pós 4° dia de jornada a semana).
• Vigilância à saúde = raio X de bacia para verificar se
há desaparecimento das trabéculas ósseas no
admissional, no periódico e no demissional. O fluoreto
em indivíduos afastados do trabalho também pode
estar elevado (> 4 mg/g/ creat.), mostrando elevado
depósito de fluoreto no corpo.
2 - Cobre
• Risco só para para quem tem a “Doença de Wilson”
• Não se faz monitoramento e nem vigilância à saúde.
3 - Cromo
• Se houver alto teor de cromo no material (aço inox por
exemplo chega a 20 a 25%) há alto risco de haver
exposição excessiva ao Cromo hexavalente
(cancerígeno Grupo 1 da IARC).
• Não há ulcera de septo nasal, pois não se trata de
ácido crômico (galvanoplastia).
• Monitoramento biológico = Pode-se fazer
monitoramento através de Cromo urinário no periódico
• Vigilância à Saúde = Raio X de tórax ????
OBS. “Pelos riscos que envolvem os soldadores, o
controle ambiental dos locais de solda é de suma
importância. Para algumas exposições ( de agentes
carcinogênicos, por exemplo) não deveria ser
permitido exceder os limites de tolerância mesmo
quando este limite seja zero. Não é política correta,
nem éticamente compreensível, manter os
trabalhadores em ambientes com concentrações
perigosas de agentes cancerígenos e ficar
passivamente procurando sinais precoces da
doença.” Prof. Jorge da Rocha Gomes - 1985
(GOMES, Jorge da Rocha. Saúde do Trabalhador em
operações de soldagem . Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, N 49 - Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 7-49
107 ref.)
4 - Alumínio = De pouco significado
toxicológico. Poderia haver fibrose pulmonar
em casos raros
• Não existe monitoramento biológico
5 - Ferro = siderose. Não há importância como
tóxico sistêmico
6 - Magnésio = Febre dos fumos metálicos
• Não tem importância como tóxico sistêmico e
não tem monitoramento biológico.
7 - Cádmio = Em materiais que tenham altos teores
deste metal deve-se tomar cuidado extremo.
• Extremamente lesivo para pulmão (enfisema do
cádmio) e para os rins com proteinúria e IRC.
Também causa descoloração do colo dos dentes e
anosmia.
• Monitoramento = Cd urinário no admissional,
periódico e demissional (Cd-U > 5 µg/g. cret.) =
intoxicação
• Vigilância à saúde = Cd-U, função pulmonar e
urina I com microalbuninúria.
• Cádmio é ainda carcinogênico (Pulmão-
Próstata?)
8 - Níquel = O aço inox também tem também elevados
teores deste metal ( até 15%).
• Provoca febre dos fumos metálicos e sensibilização
cutânea (alergia)
• É cancerígeno na refinação de níquel, pulmão e cav.
nasal (grupo 1 da IARC), mas na solda ??
• Não há monitoramento biológico previsto na NR-7
• 9 - Manganês = Provoca Manganismo, que é uma
doença grave incapacitante e irreversível(Parkinson
Mangânico)
• Não há monitoramento biológico previsto na NR-7. O
Mn-U é um indicador ruim pois varia muito entre as
pessoas. É aconselhado fazer monitoramento ambiental
• Vigilância à saúde = procurar sinais precoces de
Manganismo???
10 – Zinco = as chapas galvanizadas emitem grande
quantidade de fumos de zinco, mesmo em solda a
ponto. O zinco em forma de fumos de zinco irritantes
e potentes causadores de febre dos fumos metálicos.
• Não há indicadores biológico no Brasil, e é um
indicador de difícil execução.
11- Titânio = considerado praticamente atóxico. Há
descrições não confirmadas claramente de alguns
casos de fibrose pulmonar.
12 - Chumbo = É raro de ser encontrado em solda por
arco elétrico. Pode ser usado com maçarico e seu
risco é proporcional a temperatura de aquecimento.
Na solda de placas de acumuladores elétricos com
maçarico há grande emissão de fumos de Pb,
enquanto que na mesma indústria a solda dos polos
da bateria provoca pouca contaminação ambiental.
• Na brasagem (“solda eletrônica”) com liga de
estanho/chumbo a liberação de fumos de Pb é muito
pequena tendo em vista a baixa temperatura
envolvida no processo
• Em casos da exposição existir, deve-se realizar o
monitoramento biológico através do Pb-S e ALA-U
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Solda riscos-em-operacoes (1)

  • 1. Riscos em operações de solda • Principais tipos de solda: • Arco elétrico • Maçarico • Brasagem
  • 2. Arco elétrico = fusão por corrente elétrica entre os metais • Com grande consumo de eletrodo – MMA - Manual metal adition – MIG - Metal Inert Gas – MAG - Metal Active Gas (↑ consumo) • Com pouco consumo de eletrodo – TIG - Tungstênio Inert Gas
  • 3. Maçarico = chama Oxiacetilênica (↑ temp. - acetileno+O2 ou ar ) : – Solda (adição de metal com fusão) – Oxicorte (corte de chapa por oxidação) GLP (↓ temp. - butano/propano +O2 ou ar ) : – Solda Brasagem: Fusão de metal ou ligas com baixo PF: – “Solda” de componentes eletrônicos com liga de Pb-Sn
  • 4. Fumos metálicos: • 1 – Proveniente do metal que está sendo soldado: • A composição dos fumos dependem do metal • Se o metal é aço há grande quantidade de ferro e menor dos outros componentes da liga. • Este dependem do tipo de aço: manganês, cromo, níquel, zinco ( em altas concentrações em chapas galvanizadas) • Maçaricos (oxiacetileno por exemplo) geram fumos basicamente da chapa que está sendo trabalhada.
  • 5. 2 – Proveniente do eletrodo: • Mais comum em solda a arco elétrico • Maior quantidade de fumos se há consumo do eletrodo (MAG, MIG e comum) • Menor se não há consumo do eletrodo (TIG) • Eletrodos tem composição variável: • Os mais comuns tem o interior (alma) de ferro e revestidos de um fundente. • Os usados em solda MAG e MIG são um arame contínuo com alma de ferro e fundente de cobre
  • 6. Há ainda os tipos: • Celulósicos: alto teor de material orgânico • Rutílico: alto teor de TiO2 • Ilmenítico: ferro, titânio e manganês • Básico: cal e fluorita • Cal-titânio • Pó de ferro: ferro e silicatos – Em eletrodos podem ainda existir: carbono, níquel, silício, molibdênio, zircônio, alumínio, cálcio, sódio, potássio, magnésio, cobre, cádmio, fluoretos
  • 7. A maior ou menor exposição a fumos varia com: • Voltagem e amperagem da corrente elétrica • Composição das peças soldadas • Composição dos eletrodos • Consumo do eletrodos • Prática do soldador (velocidade da soldagem) • Ventilação do local • Processo de soldagem • Existência de óleos (ou outras substâncias) protetoras nas chapas
  • 8. • Os tamanhos da partículas de fumos metálicos das soldas por arco elétrico variam entre 0,001 a 2 µm • A retenção alveolar é maior nas partículas de 1 a 5 µm, em geral < que 10% do total. • Em soldas MAG com CO2 aumenta a % de maiores que 1 µm
  • 9. Exemplo de avaliação ambiental (Colacioppo. Avaliação da Exposição Profissional a Fumos Metálicos em Operações de Solda. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, N.49- Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77 46 ref.) • Amostra 200 soldadores de uma metalúrgica no ABC, separados em 4 subgrupos ( A,B,C e D) e 1 controle (D) não exposto (prensistas) • Condições: • Solda MAG: eletrodo consumível e arco elétrico • Voltagem:20 a 33 V - amperagem de 150 a 250 A. • Eletrodos arame cobreado AWS A.5 18.69 E.70 e AWS A.5 18.79 ER.70S-6
  • 10. Composição do eletrodo • Carbono: 0,07-0,15% • Manganês 1,40% a 1,85% • Silício 0,80 –1,15% • Fósforo 0,025% max. • Enxofre 0,035% max
  • 11. Resultados médios de análise ambiental em microgramas por m3 de fumos metálicos de soldadores e prensistas (controles) Metal Cr Mn Cu Fe Cd Pb Zn Ni Grupo TLV 50(*) 1000(***) 200(*) 5000(*) 10 (*) 100(**) 5000(*) 1000(*) A 1,9 368,4 82,3 3028,6 0,7 9,0 60,3 3,9 B 0,3 150,5 31,9 1181,2 0,7 1,0 29,3 1,3 C 2,4 365,1 56,9 2644,6 0,6 11,7 31,0 6,5 D 0,9 324,9 79,9 2738,6 0,6 27,4 29,0 1,0 E (controle) 1,7 2,6 1,7 53,7 0,5 4,3 42,1 0,0 Fonte: Adaptado de COLACIOPPO. Avaliação da Exposição Profissional a Fumos Metálicos em Operações de Solda. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, N49- Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77 , (*)ACGIH (**)NR-15 (***) Portaria MTb Nº 8, de 05/10/1992
  • 12. Resultados de análise biológica de soldadores e prensistas Urina em µg/L Sangue em µg/dL Grupo Cr Mn Cu Fe Cd Zn Pb A 4,87 6,30 23,09 138,03 8,29 1229,94 21,03 B 4,94 8,29 22,24 140,90 7,38 867,71 22,94 C 5,84 6,91 19,79 139,47 7,97 1122,71 22,81 D 6,44 8,60 19,63 138,70 6,36 859,8 22,50 E 5,38 7,49 24,64 150,44 8,04 1148,73 20,78 Limite (*) 40 50 33 - 100 1200 60 Fonte: Adaptado de COLACIOPPO. Avaliação da Exposição Profissional a Fumos Metálicos em Operações de Solda. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, N.49- Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77 (*) Considerado de várias fontes, como “Limites” , BEIs, IBMPs, da época do trabalho, mesmo que os limites não sejam de indicadores validados internacionalmente, e para alguns metais que não possuem limites ocupacionais existentes ou claramente definidos, foram usados valores de natureza não ocupacional
  • 13. TLV de fumos de solda = 5000 µm/m3 dos fumos totais (vale para eletrodos mais comuns e não para os que altos teores de metais muito tóxicos como Cd e Cr por exemplo) BORRAS e LOPES 1981, estimaram a probabilidade de exceder-se o TLV de fumos de solda por consumo semanal de eletrodos. Por exemplo, com • 30 Kg/semana = 65% • 50 Kg/semana = 85% • 75 Kg/semana = 93%
  • 15. Fumos de solda • 1 – Fluoretos: Se o eletrodo é o Básico (cal e fluorita) deve-se pensar em risco de Fluorose Ocupacional • Fluorose = Doença grave e incapacitante que leva a uma calcificação dos ligamentos. • Monitoramento = fluoreto urinário no periódico (pré e pós 4° dia de jornada a semana). • Vigilância à saúde = raio X de bacia para verificar se há desaparecimento das trabéculas ósseas no admissional, no periódico e no demissional. O fluoreto em indivíduos afastados do trabalho também pode estar elevado (> 4 mg/g/ creat.), mostrando elevado depósito de fluoreto no corpo.
  • 16. 2 - Cobre • Risco só para para quem tem a “Doença de Wilson” • Não se faz monitoramento e nem vigilância à saúde. 3 - Cromo • Se houver alto teor de cromo no material (aço inox por exemplo chega a 20 a 25%) há alto risco de haver exposição excessiva ao Cromo hexavalente (cancerígeno Grupo 1 da IARC). • Não há ulcera de septo nasal, pois não se trata de ácido crômico (galvanoplastia). • Monitoramento biológico = Pode-se fazer monitoramento através de Cromo urinário no periódico • Vigilância à Saúde = Raio X de tórax ????
  • 17. OBS. “Pelos riscos que envolvem os soldadores, o controle ambiental dos locais de solda é de suma importância. Para algumas exposições ( de agentes carcinogênicos, por exemplo) não deveria ser permitido exceder os limites de tolerância mesmo quando este limite seja zero. Não é política correta, nem éticamente compreensível, manter os trabalhadores em ambientes com concentrações perigosas de agentes cancerígenos e ficar passivamente procurando sinais precoces da doença.” Prof. Jorge da Rocha Gomes - 1985 (GOMES, Jorge da Rocha. Saúde do Trabalhador em operações de soldagem . Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, N 49 - Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 7-49 107 ref.)
  • 18. 4 - Alumínio = De pouco significado toxicológico. Poderia haver fibrose pulmonar em casos raros • Não existe monitoramento biológico 5 - Ferro = siderose. Não há importância como tóxico sistêmico 6 - Magnésio = Febre dos fumos metálicos • Não tem importância como tóxico sistêmico e não tem monitoramento biológico.
  • 19. 7 - Cádmio = Em materiais que tenham altos teores deste metal deve-se tomar cuidado extremo. • Extremamente lesivo para pulmão (enfisema do cádmio) e para os rins com proteinúria e IRC. Também causa descoloração do colo dos dentes e anosmia. • Monitoramento = Cd urinário no admissional, periódico e demissional (Cd-U > 5 µg/g. cret.) = intoxicação • Vigilância à saúde = Cd-U, função pulmonar e urina I com microalbuninúria. • Cádmio é ainda carcinogênico (Pulmão- Próstata?)
  • 20. 8 - Níquel = O aço inox também tem também elevados teores deste metal ( até 15%). • Provoca febre dos fumos metálicos e sensibilização cutânea (alergia) • É cancerígeno na refinação de níquel, pulmão e cav. nasal (grupo 1 da IARC), mas na solda ?? • Não há monitoramento biológico previsto na NR-7 • 9 - Manganês = Provoca Manganismo, que é uma doença grave incapacitante e irreversível(Parkinson Mangânico) • Não há monitoramento biológico previsto na NR-7. O Mn-U é um indicador ruim pois varia muito entre as pessoas. É aconselhado fazer monitoramento ambiental • Vigilância à saúde = procurar sinais precoces de Manganismo???
  • 21. 10 – Zinco = as chapas galvanizadas emitem grande quantidade de fumos de zinco, mesmo em solda a ponto. O zinco em forma de fumos de zinco irritantes e potentes causadores de febre dos fumos metálicos. • Não há indicadores biológico no Brasil, e é um indicador de difícil execução. 11- Titânio = considerado praticamente atóxico. Há descrições não confirmadas claramente de alguns casos de fibrose pulmonar.
  • 22. 12 - Chumbo = É raro de ser encontrado em solda por arco elétrico. Pode ser usado com maçarico e seu risco é proporcional a temperatura de aquecimento. Na solda de placas de acumuladores elétricos com maçarico há grande emissão de fumos de Pb, enquanto que na mesma indústria a solda dos polos da bateria provoca pouca contaminação ambiental. • Na brasagem (“solda eletrônica”) com liga de estanho/chumbo a liberação de fumos de Pb é muito pequena tendo em vista a baixa temperatura envolvida no processo • Em casos da exposição existir, deve-se realizar o monitoramento biológico através do Pb-S e ALA-U no admissional, periódico e demissional.