SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 21
Distrofia Muscular Miotônica
FABRÍCIO MACIEL
MEDICINA
Aspectos Clínicos
 Doenças com repetições de bases
 3,4,5 e até 6
 X-Frágil (5’ UTR) – inibição da expressão gênica
 DMM1 (3’ UTR) – expressão de RNA tóxico com ganho de função
 Doença de Huntington (Região Codificante) – expressão de proteína tóxica
 Autossômica Dominante
 Fadiga muscular progressiva, arritmias cardíacas, resistência à
insulina e distúrbios neuropsiquiátricos.
 Miotonia, caracterizada por excitabilidade acima do normal dos
músculos, causando rigidez no paciente.
(Harper, 2001)
 Classificada em dois tipos distintos: sendo o tipo 1 o mais comum
com uma taxa de prevalência de 1 para 20,000, e o tipo 2 que
cursa com uma clínica mais favorável.
(Bird et al., 1999)
 O tipo 1 é a segunda causa mais comum de distrofia muscular,
precedida apenas pela distrofia muscular de Duchenne. Em
adultos é a maior causa, com uma incidência de 1 para cada
8500.
(Day and Ranum, 2005)
 Sofrem antecipação: o fenômeno do aumento de severidade
fenotípica e diminuição da idade de manifestação nas gerações
seguintes – na DM1 de 25 a 30 anos por geração. O trinucleotídeo
expandido é instável e tende a se expandir em gerações
sucessivas.
(Pratter, A., 2015; C.J. Howeller., 1989)
 A severidade da doença e a idade de aparecimento dos sintomas
na DM1 estão relacionadas ao tamanho da expansão:
 Indivíduos normais têm de 5 a 34 repetições.
 Os sintomas costumam aparecer em pacientes com 50+
 As formas mais severas se manifestam em pacientes com 1000+
(Brook et al., 1992; Day and Ranum, 2005; Cho and Tapscott, 2007)
 De acordo com a idade de acometimento:
 Congenital (ao nascimento);
 Childhood (1-10),
 Early Adult (11-20),
 Adult (entre 21-40),
 Mild (depois dos 40 anos)
 A idade de acometimento é inversamente relacionada ao número
de expansões e diretamente relacionada à severidade dos
sintomas.
(Koch et al., 1991)
 A forma de acometimento em idade adulta (Adult Onset) é a mais
prevalente, aparecendo na 2ª ou 3ª década de vida, e é a forma
clínica típica da DM1. Os sintomas incluem degeneração muscular
levando a fraqueza e cansaço dos músculos faciais, do pescoço, e dos
músculos distais dos membros (mãos e pés).
 A expectativa de vida é reduzida, e costumam falecer de pneumonia e
arritmias cardíaca.
 A forma congênita (congenital) é a mais severa, sendo caracterizada
por hipotonia, respiratory distress no nascimento, assim como déficit
motor e cognitivo.
 O progresso dos sintomas cardíacos da doença pode levar à repentina
e imprevista morte, portanto é importante identificar esse subgrupo e
tratar adequadamente
(Khalighi e Kodali, 2015)
Aspectos Genéticos
 A DM1 resulta da expansão de um segmento de trinucleotídeos
(CTG) repetidos na 3’-UTR do gene DMPK, gene localizado em
19q13.3
(Brook et al.,1992; Caskey et al., 1992)
 A DM2 é causada pela expansão de um tetranucleotídeo (CCTG)
no primeiro íntron do gene ZNF9/CNBP, no 3q21.
(Liquori CL., 2001)
 As expansões de
CUG no mRNA
inibiam a tradução
da proteína DMPK,
 Ratos knockout
para DMPK não
foram afetados.
 Outra hipótese era que
presença das expansões
pudessem afetar a expressão de
genes adjacentes, como o SIX5,
 Entretanto ratos knockout para
Six5 não exibiram nenhuma
patologia muscular
(Jansen et al., 1996; Berul et al., 1999) (Klesert et al., 2000)
 Somente em 1997, descobriu-se que o mRNA mutado formava hairpin
loops estáveis que se agregavam na célula e que tinham afinidade
com proteínas reguladoras, causando sequestro e desregulação de
vários processos.
(Davis et al., 1997; Napierala and Krzyzosiak, 1997)
 A superexpressão da repetições de CUG em ratos provaram a
hipótese de que o RNA tóxico era a base da fisiopatologia da doença
provocando miotonia, miopatia, acumulação de RNA tóxico e
sequestro de reguladoras, características encontradas em vários
paciente.
Hairpin Loops
MBNL
PKC
micRNA
CELF
 Ambas as proteínas desreguladas no processo são necessárias para a regulação do
splicing normal dos produtos de vários genes, incluindo alguns como CLCN1, BIN1, IR,
PKM e TNNT2, explicando grande parte dos achados semiológicos nos pacientes.
 CLCN1
O splicing da transcrição do gene codificador dos canais de cloro (CLCN1) é dependente das proteínas
MBNL e CELF  splicing do gene inclui exóns contendo códons de parada  inviabilidade e
degradação dos RNAs  miotonia
(Lueck et al., 2007)
 IR
O splicing do RNA para os receptores de insulina também é regulado pelas proteínas envolvidas na
fisiopatologia da DMM. A CELF exclui do splicing o exon 11, produzindo um receptor com baixa atividade
quando comparado ao receptor produzido com a inclusão do exon (MBNL)  Resistência Insulínica
(Kellerer et al., 1992)
 BIN 1
Tem mecanismo semelhante à IR, a função da proteína é organizar os microtubulos e as miofibrilas
durante a contração  Cansaço
(Fugier et al., 2011).
 TNNT1
O gene para troponina T também passa por splicing coordenado pelas proteínas MBNL e,
principalmente CELF. Os mecanismos ainda não foram bem entendidos, mas a forma da
troponina presente em DM1 é mais sensível ao cálcio. arritmias.
(McAuliffe et al.,1990; Godt et al., 1993)
 Essa descoberta tornou a DMM a primeira doença que envolve o ganho de função
de RNA tóxico em sua patologia.
Diagnóstico
 Miotonia e Fraqueza dos músculos faciais e temporais são as
primeiras características a se manifestarem na DM. Degeneração
de músculos distais dos membros (pés e mãos) são outros
importantes achados.
 Exames como a Eletromiografia também são utilizados, tendo um
achado característicos da doença “mergulho do bombardeiro”.
 Eletrocardiogramas devem ser realizado frequentemente, para
avaliação do estado cardiológico.
 PCR e Southern Blot são utilizados na identificação das mutações e
na extensão das repetições.
Terapias
 O sequestro de MBNL corresponde a 80% dos missplicing e
consequentemente das apresentações fenotípicas  super-
expressar MBNL1 através de infecção viral pode ser uma via de
ataque.
(Kanadia et al., 2006; Chamberlain and Ranum, 2012)
 Reduzir os níveis de CELF é outra forma de combater os sintomas,
principalmente os musculares  inibindo a via da PKC, e reduzindo
a fosforilação de CELF. Ratos knockout para CELF tiveram ainda
taxa de sobrevivência maiores.
(Wang et al., 2009)
 Atacar diretamente o RNA toxico pode ser feito de duas maneiras:
degradando-o ou cobrindo os hairpinloopings com moléculas que
impeçam a ligação e consequente sequestro de MBNL.
(Furling et al., 2003)
Premature senescence in primary muscle
cultures of myotonic dystrophy type 2 is not
associated with p16 induction.
L.V. Renna, R. Cardani, A. Botta, G. Rossi, B. Fossati, E. Costa, G. Meola
Introdução
 Ainda não existe explicação para a atrofia e hipertrofia (em menor grau)
observado nos pacientes de DM, ou para as características histopatológicas da
doença, que incluem aumento do número de núcleos centrais e a presença de
fibras com nuclear clumps.
 Músculos de pacientes com DM tem várias similaridades com o músculo de
pacientes sadios com idade superior, assim como a fraqueza muscular e atrofia
com capacidade regenerativa baixa.
 A capacidade regenerativa está relacionada com as células satélites, que em
situação de injúria se ativam, proliferam e se fundem em miotubos para
regenerar o músculo.
 A diminuição da capacidade proliferativa dessas células está relacionada na
DM1 com diminuição progressiva dos telômeros em cada divisão celular ou por
vias adicionais, como a via de stress p16, que também induz a senescência
prematura em mioblastos.
Objetivos
 Elucidar se os mioblastos derivados de células satélites, obtidos de
músculo esquelético de pacientes com DM2 também exibem
senescência prematura como acontece na DM1.
 Se as alterações no potencial de proliferação dessas células pode
contribuir para algumas das características clínicas e
histopatológica observados em DM2.
 Que mecanismos estão envolvidos na perda da capacidade
proliferativa da DM2
Métodos
 Biópsias do bíceps braquial de humanos portadores de DM1 (n=3) e DM2 (n=4) foram
feitas em condições estéreis.
 Foram utilizados controles agematched (n=4) sem nenhum sinal de doença
neuromuscular.
 Os diagnósticos de DM2 foram feitos por fluorescência in situ em secções de músculos
usando um (CAGG) probe, para verificar a presença de inclusões ribonucleares.
(Cardani et al.)
 A genotipagem de DM1 e DM2 foi feita em DNA extraído de leucócitos do sangue
periférico.
 Foram realizados testes de: Histopatologia e Imunohistoquímica, Cultura celular,
Capacidade proliferativa e Senescência, Capacidade Diferenciativa, Western Blot,
Imunofluorescência, Análise do comprimento de telômeros.
Resultados
 Todos os pacientes avaliados no estudo mostraram aumento da
atrofia da fibra muscular, em particular um aumento da atrofia dos
dois tipos de fibra em pacientes com DM1 e aumento de atrofia da
fibra do tipo 2 em pacientes com DM2.
 A capacidade proliferativa de mioblastos DM1 e DM2 estava
reduzida em 50% e 36%, respectivamente, quando comparada aos
controles. Foi observado também que os mioblastos doentes
tinham menos divisões que os controles.
 Para avaliar os mecanismos que afetam a capacidade proliferativa
dessas células, avaliaram-se biomarcadores usualmente
reconhecidos em células senescentes (b galactosidase).
 No início do experimento não foram detectados nenhuma célula
com atividade da bgal, entretanto, no final, o número de células
senescentes e portanto positivas para bgal aumentou
consideravelmente.
 A expressão da proteína p16 foi analisada no começo e no final do
experimento para verificar se o mecanismo estava envolvido na
DM2 também.
 Como era esperado, nos mioblasto com DM1 notou-se grande
expressão da proteína, entretanto os níveis de p16 na DM2 foram
similares aos do controle.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosAula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosJaqueline Almeida
 
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosAula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosMauro Cunha Xavier Pinto
 
Hipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes oraisHipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes oraisVanessa Cunha
 
Mecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTM
Mecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTMMecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTM
Mecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTMJuliana Stuginski-Barbosa
 
Medicamentos que atuam no sistema digestório
Medicamentos que atuam no sistema digestórioMedicamentos que atuam no sistema digestório
Medicamentos que atuam no sistema digestórioLeonardo Souza
 
Coordenação motora
Coordenação motoraCoordenação motora
Coordenação motorapauloalambert
 
Testes especiais de coluna lombar e pelve em Fisioterapia
Testes especiais de coluna lombar e pelve em FisioterapiaTestes especiais de coluna lombar e pelve em Fisioterapia
Testes especiais de coluna lombar e pelve em FisioterapiaFisioterapeuta
 
Dor - Prevalência, Avaliação, Tratamento
Dor - Prevalência, Avaliação, TratamentoDor - Prevalência, Avaliação, Tratamento
Dor - Prevalência, Avaliação, TratamentoElsaSoares
 
Drogas vasoativas
Drogas vasoativasDrogas vasoativas
Drogas vasoativasresenfe2013
 
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológicaCuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológicaresenfe2013
 

La actualidad más candente (20)

Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos AnsiolíticosAula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
Aula de Farmacologia sobre Fármacos Ansiolíticos
 
Semiologia da dor
Semiologia da dorSemiologia da dor
Semiologia da dor
 
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacosAula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
Aula - Farmacologia básica - Eliminação de fármacos
 
Introdução a dor
Introdução a dorIntrodução a dor
Introdução a dor
 
Hipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes oraisHipoglicemiantes orais
Hipoglicemiantes orais
 
Mecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTM
Mecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTMMecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTM
Mecanismos de dor crônica e farmacologia na terapia da DTM
 
Medicamentos que atuam no sistema digestório
Medicamentos que atuam no sistema digestórioMedicamentos que atuam no sistema digestório
Medicamentos que atuam no sistema digestório
 
Aula - SNC - Opioides
Aula  - SNC - OpioidesAula  - SNC - Opioides
Aula - SNC - Opioides
 
Coordenação motora
Coordenação motoraCoordenação motora
Coordenação motora
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 
Mal de Parkinson(fisiopatologia)
Mal de Parkinson(fisiopatologia)Mal de Parkinson(fisiopatologia)
Mal de Parkinson(fisiopatologia)
 
Aula - Anti-inflamatórios esteróidais
Aula - Anti-inflamatórios esteróidaisAula - Anti-inflamatórios esteróidais
Aula - Anti-inflamatórios esteróidais
 
Testes especiais de coluna lombar e pelve em Fisioterapia
Testes especiais de coluna lombar e pelve em FisioterapiaTestes especiais de coluna lombar e pelve em Fisioterapia
Testes especiais de coluna lombar e pelve em Fisioterapia
 
Dor - Prevalência, Avaliação, Tratamento
Dor - Prevalência, Avaliação, TratamentoDor - Prevalência, Avaliação, Tratamento
Dor - Prevalência, Avaliação, Tratamento
 
Drogas vasoativas
Drogas vasoativasDrogas vasoativas
Drogas vasoativas
 
TEORIAS DA ENFERMAGEM - HISTÓRIA
TEORIAS DA ENFERMAGEM - HISTÓRIATEORIAS DA ENFERMAGEM - HISTÓRIA
TEORIAS DA ENFERMAGEM - HISTÓRIA
 
Fibromialgia
Fibromialgia Fibromialgia
Fibromialgia
 
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológicaCuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
Cuidados de Enfermagem na administração de fármacos em emergência cardiológica
 
Nucleos da base
Nucleos da baseNucleos da base
Nucleos da base
 
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e HipnóticosAula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
 

Destacado

Distrofia miotónica
Distrofia miotónicaDistrofia miotónica
Distrofia miotónicaGadiel Tc
 
Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21
Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21
Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21Filipa Pinto
 
Distrofia muscular congénita
Distrofia muscular congénitaDistrofia muscular congénita
Distrofia muscular congénitaPrune Mazer
 
Distrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneDistrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneCamila Ferreira
 
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2Fisioterapeuta
 
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão de Artigo
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão de ArtigoDistrofia Muscular de Duchenne – Revisão de Artigo
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão de ArtigoFisioterapeuta
 
Distrofia Muscular
Distrofia MuscularDistrofia Muscular
Distrofia MuscularTiago Es
 
Dmc cuidados com os pacientes
Dmc cuidados com os pacientesDmc cuidados com os pacientes
Dmc cuidados com os pacientesDea Matos
 
Distrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneDistrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneFisioterapeuta
 
Distrofia Muscular de Duchenne
Distrofia Muscular de Duchenne Distrofia Muscular de Duchenne
Distrofia Muscular de Duchenne ShirlieC
 
Distrofia muscular
Distrofia muscularDistrofia muscular
Distrofia muscularAlexa Reyes
 
Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)kajomaneto
 
Lei do exercicio profissional
Lei do exercicio profissionalLei do exercicio profissional
Lei do exercicio profissionalanapatricialima
 
(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)
(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)
(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)UDMAFyC SECTOR ZARAGOZA II
 
Distrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneDistrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneMaryycel Maricel
 

Destacado (20)

Distrofia miotonica congenita
Distrofia miotonica congenitaDistrofia miotonica congenita
Distrofia miotonica congenita
 
Distrofia miotónica
Distrofia miotónicaDistrofia miotónica
Distrofia miotónica
 
Distrofias musculares
Distrofias muscularesDistrofias musculares
Distrofias musculares
 
Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21
Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21
Paralisia cerebral, distrofia muscular e trissomia 21
 
Distrofia muscular congénita
Distrofia muscular congénitaDistrofia muscular congénita
Distrofia muscular congénita
 
Distrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneDistrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenne
 
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão 2
 
Distrofia Muscular e Parkinson
Distrofia Muscular e ParkinsonDistrofia Muscular e Parkinson
Distrofia Muscular e Parkinson
 
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão de Artigo
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão de ArtigoDistrofia Muscular de Duchenne – Revisão de Artigo
Distrofia Muscular de Duchenne – Revisão de Artigo
 
Distrofia Muscular
Distrofia MuscularDistrofia Muscular
Distrofia Muscular
 
Distrofias musculares
Distrofias muscularesDistrofias musculares
Distrofias musculares
 
Dmc cuidados com os pacientes
Dmc cuidados com os pacientesDmc cuidados com os pacientes
Dmc cuidados com os pacientes
 
Slide 1
Slide 1Slide 1
Slide 1
 
Distrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneDistrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenne
 
Distrofia Muscular de Duchenne
Distrofia Muscular de Duchenne Distrofia Muscular de Duchenne
Distrofia Muscular de Duchenne
 
Distrofia muscular
Distrofia muscularDistrofia muscular
Distrofia muscular
 
Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)Doenças genéticas (1)
Doenças genéticas (1)
 
Lei do exercicio profissional
Lei do exercicio profissionalLei do exercicio profissional
Lei do exercicio profissional
 
(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)
(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)
(2016 10-13)razonamiento clínico distrofia miotonica de steinert (doc)
 
Distrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenneDistrofia muscular de duchenne
Distrofia muscular de duchenne
 

Similar a Distrofia Muscular Miotônica

Atualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
Atualização em Esclerose Lateral AmiotróficaAtualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
Atualização em Esclerose Lateral AmiotróficaDavid Nordon
 
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA Van Der Häägen Brazil
 
Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]
Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]
Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]Gilmar Roberto Batista
 
Doencas mitocondriais
Doencas mitocondriaisDoencas mitocondriais
Doencas mitocondriaisfip
 
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicosDoenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicosDr. Rafael Higashi
 
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptxEsclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptxSrgioMarreiros2
 
Cardiomiopatia dilatada revisão
Cardiomiopatia dilatada   revisãoCardiomiopatia dilatada   revisão
Cardiomiopatia dilatada revisãoUFPEL
 
Tratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado Joseph
Tratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado JosephTratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado Joseph
Tratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado Josephguesteb0432e6
 
Doença de Parkinson
Doença de ParkinsonDoença de Parkinson
Doença de ParkinsonLaenca Unirg
 
Aula 2 mtx snc ossea
Aula 2 mtx snc osseaAula 2 mtx snc ossea
Aula 2 mtx snc osseaSonmi Lee
 
Revisão Bahiana - parte I
Revisão Bahiana - parte IRevisão Bahiana - parte I
Revisão Bahiana - parte Iemanuel
 

Similar a Distrofia Muscular Miotônica (20)

Cmt
CmtCmt
Cmt
 
Atualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
Atualização em Esclerose Lateral AmiotróficaAtualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
Atualização em Esclerose Lateral Amiotrófica
 
Duchenne
DuchenneDuchenne
Duchenne
 
Síndrome de duchenne.point.poetha
Síndrome de duchenne.point.poethaSíndrome de duchenne.point.poetha
Síndrome de duchenne.point.poetha
 
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
DIABETES TIPO 2 E SUA CORRELAÇÃO COM NEUROPATIA DIABÉTICA
 
Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]
Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]
Esclerose lateral amiotrófica pronto [2525]
 
Doencas mitocondriais
Doencas mitocondriaisDoencas mitocondriais
Doencas mitocondriais
 
Esclerose lateral amiotrófica
Esclerose lateral amiotróficaEsclerose lateral amiotrófica
Esclerose lateral amiotrófica
 
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicosDoenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
Doenças neurodegenerativas - aspectos fisiopatológicos
 
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptxEsclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).pptx
 
Cardiomiopatia dilatada revisão
Cardiomiopatia dilatada   revisãoCardiomiopatia dilatada   revisão
Cardiomiopatia dilatada revisão
 
Esclerose multipla1
Esclerose multipla1Esclerose multipla1
Esclerose multipla1
 
Doenças mitocondriais
Doenças mitocondriaisDoenças mitocondriais
Doenças mitocondriais
 
Tratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado Joseph
Tratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado JosephTratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado Joseph
Tratamento Medicamentoso Na DoençA De Machado Joseph
 
Doença de Parkinson
Doença de ParkinsonDoença de Parkinson
Doença de Parkinson
 
Aula 2 mtx snc ossea
Aula 2 mtx snc osseaAula 2 mtx snc ossea
Aula 2 mtx snc ossea
 
Revisão Bahiana - parte I
Revisão Bahiana - parte IRevisão Bahiana - parte I
Revisão Bahiana - parte I
 
Patologias
PatologiasPatologias
Patologias
 
Sindrome metabolica
Sindrome metabolicaSindrome metabolica
Sindrome metabolica
 
Miopatias e anestesia
Miopatias e anestesiaMiopatias e anestesia
Miopatias e anestesia
 

Más de Liga Acadêmica de Genética Médica (10)

Osteogênese Imperfeita
Osteogênese ImperfeitaOsteogênese Imperfeita
Osteogênese Imperfeita
 
Talassemia Alfa
Talassemia AlfaTalassemia Alfa
Talassemia Alfa
 
Síndromes de Prader-Willi e Angelman
Síndromes de Prader-Willi e AngelmanSíndromes de Prader-Willi e Angelman
Síndromes de Prader-Willi e Angelman
 
Doença de Alzheimer
Doença de AlzheimerDoença de Alzheimer
Doença de Alzheimer
 
Homocistinúria
HomocistinúriaHomocistinúria
Homocistinúria
 
Doença de Gaucher
Doença de GaucherDoença de Gaucher
Doença de Gaucher
 
Hiperplasia Adrenal Congênita
Hiperplasia Adrenal CongênitaHiperplasia Adrenal Congênita
Hiperplasia Adrenal Congênita
 
Síndrome de Marfan
Síndrome de MarfanSíndrome de Marfan
Síndrome de Marfan
 
Fenilcetonúria
FenilcetonúriaFenilcetonúria
Fenilcetonúria
 
Esquizofrenia e Neurogenética Associada
Esquizofrenia e Neurogenética AssociadaEsquizofrenia e Neurogenética Associada
Esquizofrenia e Neurogenética Associada
 

Distrofia Muscular Miotônica

  • 1.
  • 3. Aspectos Clínicos  Doenças com repetições de bases  3,4,5 e até 6  X-Frágil (5’ UTR) – inibição da expressão gênica  DMM1 (3’ UTR) – expressão de RNA tóxico com ganho de função  Doença de Huntington (Região Codificante) – expressão de proteína tóxica  Autossômica Dominante  Fadiga muscular progressiva, arritmias cardíacas, resistência à insulina e distúrbios neuropsiquiátricos.  Miotonia, caracterizada por excitabilidade acima do normal dos músculos, causando rigidez no paciente. (Harper, 2001)
  • 4.  Classificada em dois tipos distintos: sendo o tipo 1 o mais comum com uma taxa de prevalência de 1 para 20,000, e o tipo 2 que cursa com uma clínica mais favorável. (Bird et al., 1999)  O tipo 1 é a segunda causa mais comum de distrofia muscular, precedida apenas pela distrofia muscular de Duchenne. Em adultos é a maior causa, com uma incidência de 1 para cada 8500. (Day and Ranum, 2005)  Sofrem antecipação: o fenômeno do aumento de severidade fenotípica e diminuição da idade de manifestação nas gerações seguintes – na DM1 de 25 a 30 anos por geração. O trinucleotídeo expandido é instável e tende a se expandir em gerações sucessivas. (Pratter, A., 2015; C.J. Howeller., 1989)
  • 5.  A severidade da doença e a idade de aparecimento dos sintomas na DM1 estão relacionadas ao tamanho da expansão:  Indivíduos normais têm de 5 a 34 repetições.  Os sintomas costumam aparecer em pacientes com 50+  As formas mais severas se manifestam em pacientes com 1000+ (Brook et al., 1992; Day and Ranum, 2005; Cho and Tapscott, 2007)  De acordo com a idade de acometimento:  Congenital (ao nascimento);  Childhood (1-10),  Early Adult (11-20),  Adult (entre 21-40),  Mild (depois dos 40 anos)  A idade de acometimento é inversamente relacionada ao número de expansões e diretamente relacionada à severidade dos sintomas. (Koch et al., 1991)
  • 6.  A forma de acometimento em idade adulta (Adult Onset) é a mais prevalente, aparecendo na 2ª ou 3ª década de vida, e é a forma clínica típica da DM1. Os sintomas incluem degeneração muscular levando a fraqueza e cansaço dos músculos faciais, do pescoço, e dos músculos distais dos membros (mãos e pés).  A expectativa de vida é reduzida, e costumam falecer de pneumonia e arritmias cardíaca.  A forma congênita (congenital) é a mais severa, sendo caracterizada por hipotonia, respiratory distress no nascimento, assim como déficit motor e cognitivo.  O progresso dos sintomas cardíacos da doença pode levar à repentina e imprevista morte, portanto é importante identificar esse subgrupo e tratar adequadamente (Khalighi e Kodali, 2015)
  • 7. Aspectos Genéticos  A DM1 resulta da expansão de um segmento de trinucleotídeos (CTG) repetidos na 3’-UTR do gene DMPK, gene localizado em 19q13.3 (Brook et al.,1992; Caskey et al., 1992)  A DM2 é causada pela expansão de um tetranucleotídeo (CCTG) no primeiro íntron do gene ZNF9/CNBP, no 3q21. (Liquori CL., 2001)  As expansões de CUG no mRNA inibiam a tradução da proteína DMPK,  Ratos knockout para DMPK não foram afetados.  Outra hipótese era que presença das expansões pudessem afetar a expressão de genes adjacentes, como o SIX5,  Entretanto ratos knockout para Six5 não exibiram nenhuma patologia muscular (Jansen et al., 1996; Berul et al., 1999) (Klesert et al., 2000)
  • 8.  Somente em 1997, descobriu-se que o mRNA mutado formava hairpin loops estáveis que se agregavam na célula e que tinham afinidade com proteínas reguladoras, causando sequestro e desregulação de vários processos. (Davis et al., 1997; Napierala and Krzyzosiak, 1997)  A superexpressão da repetições de CUG em ratos provaram a hipótese de que o RNA tóxico era a base da fisiopatologia da doença provocando miotonia, miopatia, acumulação de RNA tóxico e sequestro de reguladoras, características encontradas em vários paciente. Hairpin Loops MBNL PKC micRNA CELF
  • 9.
  • 10.  Ambas as proteínas desreguladas no processo são necessárias para a regulação do splicing normal dos produtos de vários genes, incluindo alguns como CLCN1, BIN1, IR, PKM e TNNT2, explicando grande parte dos achados semiológicos nos pacientes.  CLCN1 O splicing da transcrição do gene codificador dos canais de cloro (CLCN1) é dependente das proteínas MBNL e CELF  splicing do gene inclui exóns contendo códons de parada  inviabilidade e degradação dos RNAs  miotonia (Lueck et al., 2007)  IR O splicing do RNA para os receptores de insulina também é regulado pelas proteínas envolvidas na fisiopatologia da DMM. A CELF exclui do splicing o exon 11, produzindo um receptor com baixa atividade quando comparado ao receptor produzido com a inclusão do exon (MBNL)  Resistência Insulínica (Kellerer et al., 1992)  BIN 1 Tem mecanismo semelhante à IR, a função da proteína é organizar os microtubulos e as miofibrilas durante a contração  Cansaço (Fugier et al., 2011).  TNNT1 O gene para troponina T também passa por splicing coordenado pelas proteínas MBNL e, principalmente CELF. Os mecanismos ainda não foram bem entendidos, mas a forma da troponina presente em DM1 é mais sensível ao cálcio. arritmias. (McAuliffe et al.,1990; Godt et al., 1993)  Essa descoberta tornou a DMM a primeira doença que envolve o ganho de função de RNA tóxico em sua patologia.
  • 11. Diagnóstico  Miotonia e Fraqueza dos músculos faciais e temporais são as primeiras características a se manifestarem na DM. Degeneração de músculos distais dos membros (pés e mãos) são outros importantes achados.  Exames como a Eletromiografia também são utilizados, tendo um achado característicos da doença “mergulho do bombardeiro”.  Eletrocardiogramas devem ser realizado frequentemente, para avaliação do estado cardiológico.  PCR e Southern Blot são utilizados na identificação das mutações e na extensão das repetições.
  • 12. Terapias  O sequestro de MBNL corresponde a 80% dos missplicing e consequentemente das apresentações fenotípicas  super- expressar MBNL1 através de infecção viral pode ser uma via de ataque. (Kanadia et al., 2006; Chamberlain and Ranum, 2012)  Reduzir os níveis de CELF é outra forma de combater os sintomas, principalmente os musculares  inibindo a via da PKC, e reduzindo a fosforilação de CELF. Ratos knockout para CELF tiveram ainda taxa de sobrevivência maiores. (Wang et al., 2009)  Atacar diretamente o RNA toxico pode ser feito de duas maneiras: degradando-o ou cobrindo os hairpinloopings com moléculas que impeçam a ligação e consequente sequestro de MBNL. (Furling et al., 2003)
  • 13.
  • 14. Premature senescence in primary muscle cultures of myotonic dystrophy type 2 is not associated with p16 induction. L.V. Renna, R. Cardani, A. Botta, G. Rossi, B. Fossati, E. Costa, G. Meola
  • 15. Introdução  Ainda não existe explicação para a atrofia e hipertrofia (em menor grau) observado nos pacientes de DM, ou para as características histopatológicas da doença, que incluem aumento do número de núcleos centrais e a presença de fibras com nuclear clumps.  Músculos de pacientes com DM tem várias similaridades com o músculo de pacientes sadios com idade superior, assim como a fraqueza muscular e atrofia com capacidade regenerativa baixa.  A capacidade regenerativa está relacionada com as células satélites, que em situação de injúria se ativam, proliferam e se fundem em miotubos para regenerar o músculo.  A diminuição da capacidade proliferativa dessas células está relacionada na DM1 com diminuição progressiva dos telômeros em cada divisão celular ou por vias adicionais, como a via de stress p16, que também induz a senescência prematura em mioblastos.
  • 16. Objetivos  Elucidar se os mioblastos derivados de células satélites, obtidos de músculo esquelético de pacientes com DM2 também exibem senescência prematura como acontece na DM1.  Se as alterações no potencial de proliferação dessas células pode contribuir para algumas das características clínicas e histopatológica observados em DM2.  Que mecanismos estão envolvidos na perda da capacidade proliferativa da DM2
  • 17. Métodos  Biópsias do bíceps braquial de humanos portadores de DM1 (n=3) e DM2 (n=4) foram feitas em condições estéreis.  Foram utilizados controles agematched (n=4) sem nenhum sinal de doença neuromuscular.  Os diagnósticos de DM2 foram feitos por fluorescência in situ em secções de músculos usando um (CAGG) probe, para verificar a presença de inclusões ribonucleares. (Cardani et al.)  A genotipagem de DM1 e DM2 foi feita em DNA extraído de leucócitos do sangue periférico.  Foram realizados testes de: Histopatologia e Imunohistoquímica, Cultura celular, Capacidade proliferativa e Senescência, Capacidade Diferenciativa, Western Blot, Imunofluorescência, Análise do comprimento de telômeros.
  • 18. Resultados  Todos os pacientes avaliados no estudo mostraram aumento da atrofia da fibra muscular, em particular um aumento da atrofia dos dois tipos de fibra em pacientes com DM1 e aumento de atrofia da fibra do tipo 2 em pacientes com DM2.
  • 19.  A capacidade proliferativa de mioblastos DM1 e DM2 estava reduzida em 50% e 36%, respectivamente, quando comparada aos controles. Foi observado também que os mioblastos doentes tinham menos divisões que os controles.
  • 20.  Para avaliar os mecanismos que afetam a capacidade proliferativa dessas células, avaliaram-se biomarcadores usualmente reconhecidos em células senescentes (b galactosidase).  No início do experimento não foram detectados nenhuma célula com atividade da bgal, entretanto, no final, o número de células senescentes e portanto positivas para bgal aumentou consideravelmente.
  • 21.  A expressão da proteína p16 foi analisada no começo e no final do experimento para verificar se o mecanismo estava envolvido na DM2 também.  Como era esperado, nos mioblasto com DM1 notou-se grande expressão da proteína, entretanto os níveis de p16 na DM2 foram similares aos do controle.