O documento discute as normas éticas no jornalismo, como foram estabelecidas pelos gregos para promover harmonia, e como nem sempre são seguidas na prática devido a interesses comerciais e de audiência. Também aborda casos em que jornalistas desrespeitam princípios como imparcialidade, exposição de testemunhas e sensacionalismo.
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
Ética
1. Os gregos foram os primeiros a estipular regras comportamentais a fim de tornar o
convívio humano mais harmônico e com bom funcionamento social. Tais posturas
foram conceituadas como condutas éticas.
O objetivo ético é delimitar as ações e a maneira como devemos agir. Está
associada aos valores nobres, como honestidade, justiça, dignidade.
É importante ressaltar, também, que as normas éticas são codificadas; ou seja,
quem não as cumpre está sujeito a punições. Portanto, o conhecimento teórico não
basta, é preciso respeitar os princípios estabelecidos.
Por essa razão, todas as profissões estão submetidas a obediência determinada de
cada área. São diretrizes trabalhistas. O jornalismo, inclusive, possui diversos
mandamentos e códigos de lei.
São conjuntos de valores assentados pelos próprios jornalistas, em nome de uma
finalidade considera boa. Eles concebem uma deontologia que regulamentam a
prática do jornalismo.
É possível citar vários exemplos antiéticos dentro dos meios de comunicação, como
a mal apuração dos fatos; deturpação das notícias para obtenção de maior
audiência e lucro; negligência; a construção tendenciosa de informações. Segundo
o artigo 14°, inciso III “o jornalista sempre deve ouvir antes da divulgação dos fatos
todas as pessoas objetos de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não
suficientemente demonstradas ou verificadas”.
Outro exemplo é o modo de se passar uma notícia para o espectador ou
telespectador. Segundo o artigo 7º inciso V do código de ética, “o jornalista não
pode usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime”.
Muitos dos profissionais passam por cima desse trecho, como se ele não existisse.
Noticiam um fato de uma maneira completamente diferente do que deveria ser,
evidenciam o personagem da matéria, criam simulações narrativas do que
aconteceu, colocam trilhas sonoras para dar mais impacto e promovem a violência,
quando uma pessoa cometeu um crime que ainda não foi apurado. Este
2. comportamento é típico de alguns apresentadores de TV. É o chamado
sensacionalismo. Não é um jornalismo ilegal, porém desrespeita alguns itens do
código de ética.
Mas, no entanto, o jornalista deverá considerar que são graves delitos plágio,
deturpação maliciosa, calúnia, injúria, difamação e suborno em troca de publicação
ou omissão de notícias, já mencionados à cima. Mesmo assim, tais delitos
continuam sendo feitos por jornalistas que não pautam pela ética no exercício da
profissão por simplesmente estar seguindo as regras de uma determinada empresa.
Nós, jornalistas, temos códigos de Ética que regem a nossa conduta moral, e na
maioria das vezes falhamos em seguir essas leis. Isso ocorre, por exemplo, quando
percebemos em qualquer meio de comunicação a "quebra" da imparcialidade e a
escolha de beneficiar um dos lados da história, sendo assim deixado para trás o
compromisso real do jornalista de passar a verdade dos fatos para a sociedade.
A dificuldade de seguir, exatamente, os padrões é tanta que não há quem não
peque. Todos já cometeram algum deslize, já que temos que deixar nossos valores
para trás a fim de não nos arriscarmos a perder o emprego ou por medo de
simplesmente não acatar a ética do veículo no qual se trabalha. E é neste ponto em
que a “ética” do veículo vai seguindo em direção contrária às leis dos códigos
morais de conduta e se volta para o mundo mercadológico. Entretanto, a questão é:
até onde está permitido? De acordo com jornalistas, o jornalismo faleceu assim que
começou a traficar notícia em favor de suas finanças pessoais.
No filme “O Abutre”, conta a façanha de um pseudo-jornalista cinematográfico que
faz de tudo em busca do reconhecimento e do dinheiro. Modifica cenas, arma os
crimes, mente. Nada importa ou o impede de ousar. E discute, justamente, a ética
na profissão em um atual contexto, em que o capitalismo, interesses políticos e
econômicos, são os aspectos que movem a conjuntura. Tudo vira comércio, até
mesmo a notícia.
3. O problema está no fato de que muitas notícias jurídicas, estão, na maioria das
vezes, afastadas ou distorcidas daquilo que realmente é. A dissonância da verdade,
principalmente transmitida através da TV, não possui ligação com a realidade dos
fatos, e isso ocorre simplesmente porque se fosse exteriorizar do jeito verídico, não
daria ibope. Por essa razão, para ser um “bom negócio” é preciso passá-la de uma
forma mais “interessante”.
A série House of Cards mostra como é desigual a relação entre a fonte política e a
mídia jornalística, estes últimos sempre em posição inferior. Ou como o
envolvimento fonte-jornalista interfere. Na primeira temporada, o deputado escolhe
uma repórter da capital para ser seu canal privilegiado. E ela já demonstra algumas
fraquezas éticas, como fazer sexo com o deputado. E, claro, fica a reflexão de que
certamente existem relações parecidas para conseguir pistas. Podem ser mais
comuns do que pensamos.
No quesito violação ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, a âncora do
jornal do SBT, Rachel Sheherazade é polêmica. A jornalista desrespeita os direitos
humanos em rede nacional, o caso mais conhecido foi sobre praticar justiça com as
próprias mãos. Todavia, o espaço opinativo foi uma inovação grandiosa, mas
seguindo a ética, pois a proporção televisiva é muito maior.
Há casos, inclusive, em que os detalhes da matéria expõem as testemunhas ao
risco. Divulgações de endereço da rua, nome e número residencial, facilitam uma
possível vingança por parte de criminosos. Deve-se levar em consideração, quando
está apurando uma matéria, não somente os interesses do público em conhecer a
identidade da vítima ou do observador, mas também se essas pessoas serão
prejudicadas e ficarão vulneráveis.
É comum que indivíduos com condição financeira mais elevada optem pelo
anonimato. Por outro lado, na classe mais pobre não existe essa opção. Essas
pessoas têm a privacidade violada sem o direito de negociar – muitas vezes nem
sabem que podem fazê-lo. Cabe, portanto, ao jornalista o poder de filtrar e escolher
o que é publicável ou não. Pois, não precisa dizer o nome, pequenos dados podem
4. levar ao reconhecimento da vítima ou testemunha.
Podemos concluir que, a ética no jornalismo, nem sempre é igual e padrão como
deveria ser. O que aprendemos na faculdade, não é exatamente o modelo de ética
que seguiremos. Sempre muito claro, conciso e objetivo.
As empresas possuem suas próprias regras e elas comandam o jornalista. Cabe a
ele se adequar à política dela, que já está implantada há muito tempo. Ou seja, se
ele tem um posicionamento diferente e não se adaptar as regras éticas da
instituição, dificilmente, este permanecerá por muito tempo como empregado.
Profissionais da área da comunicação em algumas ocasiões se veem na
necessidade de ultrapassar sua própria ética. Principalmente os repórteres, que
lidam diariamente com situações complicadas do cotidiano. Por exemplo: se ele
precisa invadir uma área restrita para mostrar algo muito importante, que será um
grande furo, mesmo correndo risco, certamente fará tal feito. Este ato desrespeita
sua ética, mas não a do veículo de comunicação, que precisa sempre de situações
exclusivas.
Podemos dizer que o jornalista sacrifica sua própria maneira de pensar, para
beneficiar o lugar onde trabalha, visto que ele é remunerado para isso. Questões
éticas no sentido teórico servem para discussão na academia, pois a realidade é
contrária ao que estudamos. Porém é preciso conhecer os dois lados da ética: tanto
a teoria quanto a prática.
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