2. • A Relíquia, de Eça de Queirós, publicado em 1887, nos
dá uma visão pessimista do autor, de um Portugal
demasiadamente conservador de que Titi é a principal
representante; há também uma crítica
ferina, contundente e cruel desta mesma sociedade
portuguesa, ressaltando-se aí os defeitos do clero, o que
já fora anteriormente feito em O Crime do padre
Amaro (que faz também parte da segunda fase do
autor). Desta vez, no entanto, a crítica é muito mais
aguda e mostra as criaturas que fariam qualquer coisa
por um pouco de dinheiro.
3. • Principalmente neste romance o autor hostiliza os que
ostentam o mundo de aparências; a própria D.
Patrocínio, tão beata e tão piedosa, mas que, por
discordar do modo de viver de um sobrinho
"pecador', deixa-o morrer doente, sem atender-lhe os
pedidos.
4. • O espaço principal é Lisboa e, também, a Terra Santa
para onde o narrador se dirige numa viagem patrocinada
por Titi.
5. • O tempo da narrativa é cronológico e a narrativa linear,
transcorrendo no período entre namoro de Luísa, a
morte da mãe, o abandono pelo namorado, estendendo-
se pelos dois anos de seu casamento com Jorge, até a
viagem e volta desse.
• A acção passa-se no final do século XIX.
6. • Crítica à decadência moral da sociedade.
• A inutilidade da hipocrisia.
• Censura a desconformidade entre os actos e os ideais.
• A hipocrisia religiosa.
• O culto das aparências.
• O convencionalismo social.
• Crítica à beatice doentia.
• Crítica à educação sexual transformada em aversão ao
sexo.
• Crítica ao abuso da boa fé e da credulidade.
• Crítica à falta de sinceridade e à ambição desmedida.
7. • Teodorico Raposo
• Dona Maria do Patrocínio (Titi)
• Crispim
• Pinheiro
• Casimiro
• Margaride
• Adélia
• Dr. Topsius
• Mary
8. • Chamado por alcunha Raposão.
Jovem hipócrita e interesseiro
que se faz passar por beato
para enganar a tia. Titi, e obter
sua fortuna em testamento. E
falso e mulherengo. Peregrina
pela Terra Santa apenas para
atender o desejo da tia e
aproximar-se ainda mais de sua
fortuna. Falta-lhe resíduo moral
e decência mínima, já que não
demonstra qualquer escrúpulo
também em enganar as pessoas
com suas falsas relíquia.
9. • Senhora muito alta, muito seca, “carão chupado e
esverdinhado’, beata, virgem e com aversão ao sexo.
Dona de uma imensa fortuna, usava isto como motivo
para atemorizar o narrador.
10. • Filho do dono da firma Teles, Crispim & Cia. Chamado
ironicamente de "a firma". Tinha cabelos compridos e
louros, e um comportamento homossexual durante a
vida no internato. Acaba tornando-se patrão e cunhado
de Teodorico.
11. • Padre frequentador dos jantares oferecidos por Titi.
Triste, tem mania de doença e fica examinando sempre a
língua no espelho.
12. • Padre, procurador de Titi, vem sempre jantar com ela. Titi
confia nele inteiramente.
13. • Homem corpulento e solene,
calvo e com sombrancelhas
cerradas, densas e negras como
carvão. Foi amigo do pai de
Teodorico em Viana, onde foi
delegado. Foi juiz em
Mangualde, mas aposentou-se
depois de receber uma grande
herança de seu irmão Abel.
Tinha um gosto mórbido de
exagerar as desgraças alheias.
14. • Amante de Teodorico, mas que era mantida por Eleutério
Serra. Jovem interesseira, que acaba desprezando o
protagonista por causa de sua obediência aos horários
estipulados pela tia para chegar em casa e porque pouco
consegue obter financeiramente. Acaba tornando-se
amante do Padre Negrão, que recebe boa parte da
herança de Titi.
15. • Alemão, formado pela Universidade de Bonn. Era um
indivíduo espigado, magríssimo e pernudo, com uma
rabona curta de lustrina, enchumaçada de manuscritos’.
Tinha o nariz agudo e pensativo e usava óculos de ouro
na ponta do nariz. Era patriótico, considerava a
Alemanha a “mãe espiritual dos povos”. Apenas seu
pigarro e a mania de usar a escova de dentes de
Teodorico, desagradavam este último.
16. • Amante que Teodorico arranja quando da viagem à Terra
Santa, responsável pelo fato de Titi ter deserdado o
sobrinho, por conta de uma camisola de rendas e de
certo bilhete que nela havia pregado.
17. • Padre - Negrão.
• Vivência - Empregada de Titi.
• Pote - Guia de Teodorico e Topsius em Jerusalém.
• Justino - Tabelião de Titi.
• Apedrinha - português encontrado no Egito como
carregador de malas.