Folheto

Ana Lúcia Pereira
Ana Lúcia PereiraMinistério daEducação
O seu bebé
   já nasceu?




Como é bom conhecê-lo!
      Direcção-Geral da Saúde
Que ligação tão especial é esta que sinto pelo
meu bebé?
A sua ligação ao seu filho começou provavelmente muito antes do
seu nascimento.

Mas, agora que o tem nos braços, essa relação vai fortificar-se e
transformar-se talvez no envolvimento mais importante da sua vida
e da dele:
- Esse vínculo vai moldar o desenvolvimento intelectual e emocional
do seu bebé;
- Será a base da sua segurança, autoconfiança, auto-estima e capaci-
dade para estabelecer relações ao longo da vida.

O seu filho está, na maioria dos casos, pronto a ligar-se a si desde os
primeiros momentos da vida.



Mas os seus sentimentos para com ele são talvez
ainda um pouco confusos:
- Pode sentir uma forte ligação desde os primeiros minutos ou horas
após o parto;
- Pode notar que essa relação se vai desenvolvendo ao longo dos
primeiros dias ou semanas, à medida que cuida do bebé e que o
conhece mais profundamente;
- Pode só ter consciência desse amor de repente,
por exemplo, ao ser surpreendida(o) pelo primeiro
sorriso do seu filho;
- Se o seu bebé foi prematuro ou esteve
internado nos primeiros dias ou semanas
de vida, é natural que o seu envolvimento
com ele evolua de forma mais lenta e difícil.
Este é o meu primeiro bebé. O que hei-de fazer?
Sendo mãe pela primeira vez, pode demorar mais tempo a descobrir as
múltiplas capacidades do seu bebé e também as suas próprias possibili-
dades de interagir com ele; nesse caso, aqui vão algumas sugestões:

- Repare como o toque suave e o contacto físico acalmam o seu bebé e
reforçam a vossa ligação;
- Veja como o contacto próximo, olhos nos olhos, promove entre ambos
uma comunicação profunda, muito para além das palavras;
- Observe como o bebé, mesmo recém-nascido, consegue seguir um
objecto com o olhar, como tenta imitar os seus gestos e expressões
faciais ou como prefere as vozes humanas, em particular a voz da mãe,
a todos os outros sons;
- Repare como ele reconhece o seu cheiro, a sua voz e o seu toque;
- Note como ele vai vocalizando e emitindo sons em resposta, quando
conversa com ele.



Da sua parte há também atitudes, muitas vezes
instintivas, que reforçam esses laços, como por
exemplo:
- Pegar no bebé ao colo e embalá-lo ou encostá-lo bem a si, dando-lhe
palmadinhas suaves; irá notar como rapidamente ele distingue o seu
colo de todos os outros;
- Aproveitar oportunidades de contacto “pele a pele” com o seu filho
(quando o amamenta, o embala, etc.); ele adora, acalma-se e você tam-
bém. Se o seu bebé nasceu antes de tempo ou com problemas médicos,
este contacto físico e o toque suave serão ainda mais importantes para
ele;
À medida que vai satisfazendo as necessidades do seu filho
(alimentá-lo, mudar-lhe a fralda, consolá-lo, cuidar dele de uma
forma geral), a vossa relação de amor e conhecimento mútuos vai
também crescendo e ganhando consolidação.



O amor de pai e de mãe são diferentes?

Tanto o pai como a mãe, cada um à sua maneira, estabelecem uma
relação especial com o bebé, e é importante que se apoiem e ajudem
um ao outro.



Muitos dos contactos e cuidados diários a ter
com o bebé podem ser partilhados entre si e o(a)
seu(sua) companheiro(a) desde o nascimento,
tais como:
- Dar apoio na preparação e no trabalho de parto;
- Colaborar na sua alimentação;
- Dar-lhe banho;
- Trazê-lo ao colo, bem junto ao corpo,
enquanto se realizam outras tarefas;
- Deixá-lo tocar-lhe e sentir, por exemplo,
as diferenças entre a cara do pai e da mãe;
- Imitar os seus movimentos, as suas
expressões, sons e vocalizações;
- Conversar, ler ou cantar para ele.
Será que consigo dar conta de tudo sozinha?

Para que possa ligar-se mais facilmente ao seu bebé, é muito impor-
tante ter o apoio, o reforço e a ajuda das pessoas que lhe são próxi-
mas.

Este suporte é ainda mais importante se ele nasceu prematuramente
ou com problemas, não sendo, portanto, capaz de lhe responder tão
depressa como os outros bebés.

De início, os cuidados ao seu filho preenchem totalmente o seu
tempo, a sua energia e a sua atenção.

Tente arranjar ajuda para as outras tarefas domésticas, para que possa
aproveitar bem o envolvimento com o bebé sem ficar esgotada.

Uma mãe exausta torna-se facilmente irritável e pouco disponível
para responder às necessidades do bebé (e às suas).

O pai do bebé poderá ser uma ajuda preciosa, não só nas tarefas do-
mésticas, mas também no apoio emocional de que tanto necessita.

Caso seja necessário, não hesite em pedir ajuda a outros familiares e
amigos, quer para as tarefas domésticas, quer
para actividades fora de casa (ir buscar os
seus outros filhos à escola, deixar
refeições já prontas em casa, etc.).
Por que está a ser tão difícil lidar com o meu
bebé?
Em primeiro lugar, cuidar de um bebé pequeno é um trabalho duro e
pesado, embora também muito compensador.

No entanto, o relacionamento e envolvimento com o seu bebé pode
ser-lhe mais difícil, se:

- As suas próprias experiências e relacionamentos na infância foram
difíceis ou até traumáticos;
- Imaginava intensamente um bebé muito diferente antes do parto,
e não está a ser capaz de fazer coincidir essa imagem com a reali-
dade;
- O parto foi difícil e prolongado, e não conseguiu ainda recuperar
totalmente;
- O seu bebé foi prematuro ou teve problemas médicos que levaram
ao seu internamento numa unidade de cuidados intensivos para
recém-nascidos;
- Está triste, esgotada, irritada e desesperada, o seu apetite e sono
estão alterados, sente um mal-estar geral e, por vezes, até vontade
de fazer mal a si própria. Nesse caso, poderá ter uma depressão pós-
-parto e deverá consultar rapidamente o seu médico assistente.

Se, na altura em que for pela primeira vez à consulta no Centro de
Saúde com o seu bebé, ainda não se sentir
envolvida e à vontade com ele, não deixe
de conversar com o seu médico ou
enfermeiro a esse respeito.

Eles poderão, seguramente, ajudá-la a
compreender as suas dificuldades
e a ultrapassá-las.
Se o meu bebé falasse...

0 – 2 meses
- Pega-me sempre que queiras. Não é possível estragares-me com
mimos.
- Quando choro, é porque preciso de alguma coisa. Não choro para
te irritar.
- Se já fizeste tudo o que podias para que eu me calasse e eu con-
tinuo a chorar, pega-me simplesmente e conforta-me.
- Sorri para mim, ri-te, canta, embala-me, dança comigo ou fala-me
suavemente. É assim que o nosso amor vai crescendo.

3 – 6 meses
- Quando olho para ti, quero que me respondas: sorri-me, fala comi-
go e pega-me ao colo.
- Quando me viro para outro lado e fujo com o olhar, é porque pre-
ciso de descansar.
- Quando me magoo, estou doente ou com medo, preciso que me
pegues ao colo logo, logo.

7 – 12 meses
- Prefiro estar com as pessoas que conheço bem e que cuidam de
mim. Fico aflito e assustado com as pessoas que não conheço.
- Fico com medo quando te vais embora. Abraça-me e dá-me muitos
mimos quando saíres e quando chegares. É assim que aprendo a
sentir-me seguro.
- Brinca e fala comigo, de frente para mim.
- Observa bem como eu brinco e tenta seguir-me.
Se fores sempre tu a dirigir o jogo,
eu farto-me e desisto.
- Tenta perceber o que eu
quero dizer quando
choro, sorrio, balbucio
ou me afasto de ti.
12 – 24 meses (1 – 2 anos)
            - Estou a aprender como funciona o mundo à minha volta. Gosto de
            explorar, mas não tenho a noção do perigo. Quando me assusto ou
            magoo, preciso que me dês mimos. Logo que me sinta bem, estarei
            pronto a explorar de novo.
            - Já consigo fazer mais coisas sozinho, mas ainda preciso muito de
            amor e mimos.

            24 – 48 meses (2 – 4 anos)
            - Quando quero fazer coisas sozinho, deixa-me experimentar (desde
            que não seja perigoso).
            - Ainda preciso que me dês segurança e me confortes quando me
            magoo, estou irritado, com medo ou doente.

            Informe-se no seu Centro de Saúde sobre se existem gru-




                                                                                               Editor: Direcção-Geral da Saúde - Design: Carlota Flieg - Impressão: Europress - Tiragem: 1.000 - Lisboa, 2006
            pos de entreajuda para pais. A partilha de dúvidas, sen-
            timentos e dificuldades poderá ser também uma ajuda
            preciosa para si nesta fase.




                                                                                               Ficha Técnica: Dra. Isabel Brito, Dra. Teresa Cepêda, Dra. Maria João Heitor




                                                                     Direcção-Geral da Saúde
                              Direcção de Serviços de Psiquiatria e Saúde Mental
                                                                     www.dgs.pt
Bibliografia
- Public Health Agency of Canada, First connections...make all the
difference. Infant Attachment - Helpful things for parents/caregivers to
know e What babies have to say. Disponível em:
www.phac-aspc.gc.ca/mh-sm/mentalhealth/mhp/pub/fc/index.html
- Wayne,H., Homeler,B.P., Bonding with your baby
Disponível em: http://kidshealth.org

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  • 2. Que ligação tão especial é esta que sinto pelo meu bebé? A sua ligação ao seu filho começou provavelmente muito antes do seu nascimento. Mas, agora que o tem nos braços, essa relação vai fortificar-se e transformar-se talvez no envolvimento mais importante da sua vida e da dele: - Esse vínculo vai moldar o desenvolvimento intelectual e emocional do seu bebé; - Será a base da sua segurança, autoconfiança, auto-estima e capaci- dade para estabelecer relações ao longo da vida. O seu filho está, na maioria dos casos, pronto a ligar-se a si desde os primeiros momentos da vida. Mas os seus sentimentos para com ele são talvez ainda um pouco confusos: - Pode sentir uma forte ligação desde os primeiros minutos ou horas após o parto; - Pode notar que essa relação se vai desenvolvendo ao longo dos primeiros dias ou semanas, à medida que cuida do bebé e que o conhece mais profundamente; - Pode só ter consciência desse amor de repente, por exemplo, ao ser surpreendida(o) pelo primeiro sorriso do seu filho; - Se o seu bebé foi prematuro ou esteve internado nos primeiros dias ou semanas de vida, é natural que o seu envolvimento com ele evolua de forma mais lenta e difícil.
  • 3. Este é o meu primeiro bebé. O que hei-de fazer? Sendo mãe pela primeira vez, pode demorar mais tempo a descobrir as múltiplas capacidades do seu bebé e também as suas próprias possibili- dades de interagir com ele; nesse caso, aqui vão algumas sugestões: - Repare como o toque suave e o contacto físico acalmam o seu bebé e reforçam a vossa ligação; - Veja como o contacto próximo, olhos nos olhos, promove entre ambos uma comunicação profunda, muito para além das palavras; - Observe como o bebé, mesmo recém-nascido, consegue seguir um objecto com o olhar, como tenta imitar os seus gestos e expressões faciais ou como prefere as vozes humanas, em particular a voz da mãe, a todos os outros sons; - Repare como ele reconhece o seu cheiro, a sua voz e o seu toque; - Note como ele vai vocalizando e emitindo sons em resposta, quando conversa com ele. Da sua parte há também atitudes, muitas vezes instintivas, que reforçam esses laços, como por exemplo: - Pegar no bebé ao colo e embalá-lo ou encostá-lo bem a si, dando-lhe palmadinhas suaves; irá notar como rapidamente ele distingue o seu colo de todos os outros; - Aproveitar oportunidades de contacto “pele a pele” com o seu filho (quando o amamenta, o embala, etc.); ele adora, acalma-se e você tam- bém. Se o seu bebé nasceu antes de tempo ou com problemas médicos, este contacto físico e o toque suave serão ainda mais importantes para ele;
  • 4. À medida que vai satisfazendo as necessidades do seu filho (alimentá-lo, mudar-lhe a fralda, consolá-lo, cuidar dele de uma forma geral), a vossa relação de amor e conhecimento mútuos vai também crescendo e ganhando consolidação. O amor de pai e de mãe são diferentes? Tanto o pai como a mãe, cada um à sua maneira, estabelecem uma relação especial com o bebé, e é importante que se apoiem e ajudem um ao outro. Muitos dos contactos e cuidados diários a ter com o bebé podem ser partilhados entre si e o(a) seu(sua) companheiro(a) desde o nascimento, tais como: - Dar apoio na preparação e no trabalho de parto; - Colaborar na sua alimentação; - Dar-lhe banho; - Trazê-lo ao colo, bem junto ao corpo, enquanto se realizam outras tarefas; - Deixá-lo tocar-lhe e sentir, por exemplo, as diferenças entre a cara do pai e da mãe; - Imitar os seus movimentos, as suas expressões, sons e vocalizações; - Conversar, ler ou cantar para ele.
  • 5. Será que consigo dar conta de tudo sozinha? Para que possa ligar-se mais facilmente ao seu bebé, é muito impor- tante ter o apoio, o reforço e a ajuda das pessoas que lhe são próxi- mas. Este suporte é ainda mais importante se ele nasceu prematuramente ou com problemas, não sendo, portanto, capaz de lhe responder tão depressa como os outros bebés. De início, os cuidados ao seu filho preenchem totalmente o seu tempo, a sua energia e a sua atenção. Tente arranjar ajuda para as outras tarefas domésticas, para que possa aproveitar bem o envolvimento com o bebé sem ficar esgotada. Uma mãe exausta torna-se facilmente irritável e pouco disponível para responder às necessidades do bebé (e às suas). O pai do bebé poderá ser uma ajuda preciosa, não só nas tarefas do- mésticas, mas também no apoio emocional de que tanto necessita. Caso seja necessário, não hesite em pedir ajuda a outros familiares e amigos, quer para as tarefas domésticas, quer para actividades fora de casa (ir buscar os seus outros filhos à escola, deixar refeições já prontas em casa, etc.).
  • 6. Por que está a ser tão difícil lidar com o meu bebé? Em primeiro lugar, cuidar de um bebé pequeno é um trabalho duro e pesado, embora também muito compensador. No entanto, o relacionamento e envolvimento com o seu bebé pode ser-lhe mais difícil, se: - As suas próprias experiências e relacionamentos na infância foram difíceis ou até traumáticos; - Imaginava intensamente um bebé muito diferente antes do parto, e não está a ser capaz de fazer coincidir essa imagem com a reali- dade; - O parto foi difícil e prolongado, e não conseguiu ainda recuperar totalmente; - O seu bebé foi prematuro ou teve problemas médicos que levaram ao seu internamento numa unidade de cuidados intensivos para recém-nascidos; - Está triste, esgotada, irritada e desesperada, o seu apetite e sono estão alterados, sente um mal-estar geral e, por vezes, até vontade de fazer mal a si própria. Nesse caso, poderá ter uma depressão pós- -parto e deverá consultar rapidamente o seu médico assistente. Se, na altura em que for pela primeira vez à consulta no Centro de Saúde com o seu bebé, ainda não se sentir envolvida e à vontade com ele, não deixe de conversar com o seu médico ou enfermeiro a esse respeito. Eles poderão, seguramente, ajudá-la a compreender as suas dificuldades e a ultrapassá-las.
  • 7. Se o meu bebé falasse... 0 – 2 meses - Pega-me sempre que queiras. Não é possível estragares-me com mimos. - Quando choro, é porque preciso de alguma coisa. Não choro para te irritar. - Se já fizeste tudo o que podias para que eu me calasse e eu con- tinuo a chorar, pega-me simplesmente e conforta-me. - Sorri para mim, ri-te, canta, embala-me, dança comigo ou fala-me suavemente. É assim que o nosso amor vai crescendo. 3 – 6 meses - Quando olho para ti, quero que me respondas: sorri-me, fala comi- go e pega-me ao colo. - Quando me viro para outro lado e fujo com o olhar, é porque pre- ciso de descansar. - Quando me magoo, estou doente ou com medo, preciso que me pegues ao colo logo, logo. 7 – 12 meses - Prefiro estar com as pessoas que conheço bem e que cuidam de mim. Fico aflito e assustado com as pessoas que não conheço. - Fico com medo quando te vais embora. Abraça-me e dá-me muitos mimos quando saíres e quando chegares. É assim que aprendo a sentir-me seguro. - Brinca e fala comigo, de frente para mim. - Observa bem como eu brinco e tenta seguir-me. Se fores sempre tu a dirigir o jogo, eu farto-me e desisto. - Tenta perceber o que eu quero dizer quando choro, sorrio, balbucio ou me afasto de ti.
  • 8. 12 – 24 meses (1 – 2 anos) - Estou a aprender como funciona o mundo à minha volta. Gosto de explorar, mas não tenho a noção do perigo. Quando me assusto ou magoo, preciso que me dês mimos. Logo que me sinta bem, estarei pronto a explorar de novo. - Já consigo fazer mais coisas sozinho, mas ainda preciso muito de amor e mimos. 24 – 48 meses (2 – 4 anos) - Quando quero fazer coisas sozinho, deixa-me experimentar (desde que não seja perigoso). - Ainda preciso que me dês segurança e me confortes quando me magoo, estou irritado, com medo ou doente. Informe-se no seu Centro de Saúde sobre se existem gru- Editor: Direcção-Geral da Saúde - Design: Carlota Flieg - Impressão: Europress - Tiragem: 1.000 - Lisboa, 2006 pos de entreajuda para pais. A partilha de dúvidas, sen- timentos e dificuldades poderá ser também uma ajuda preciosa para si nesta fase. Ficha Técnica: Dra. Isabel Brito, Dra. Teresa Cepêda, Dra. Maria João Heitor Direcção-Geral da Saúde Direcção de Serviços de Psiquiatria e Saúde Mental www.dgs.pt Bibliografia - Public Health Agency of Canada, First connections...make all the difference. Infant Attachment - Helpful things for parents/caregivers to know e What babies have to say. Disponível em: www.phac-aspc.gc.ca/mh-sm/mentalhealth/mhp/pub/fc/index.html - Wayne,H., Homeler,B.P., Bonding with your baby Disponível em: http://kidshealth.org