Pesquisa Personagens da Narrativa Brasileira Contemporânea - Correio Braziliense 15 março 2013
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Editor: José Carlos Vieira
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CORREIO BRAZILIENSE
Brasília, sexta-feira, 15 de março de 2013
O PERFIL DA
LITERATURA
2005-1990
OS PERSONAGENS
79,8%
são brancos
56,6%
são de classe média
81%
são heterossexuais
71,1%
dos protagonistas são
homens
82,6%
dos romances
acontecem nas
metrópoles
56,3%
dos adolescentes
negros retrataddos nos
romances atuais são
dependentes químicos
contra
7,5%
de adolescentes
brancos na mesma
situação
OS AUTORES
72,7%
são homens
93,9%
são brancos
78,8%
possuem ensino
superior
36,4%
são jornalistas
Kleber Sales/CB/D.A Press
O PERFIL
NO CINEMA
1996-2006
NEGRO E POBRE
OS PERSONAGENS
59% dos que
ocupam papéis
NÃOVIRAM
de protagonistas
são homens
41%
são mulheres
Entre os narradores,
ROMANCE
20%
são mulheres
82,5%
dos personagens são
heterossexuais,
POUCOS SÃO OS ESCRITORES QUE INVESTEM EM TEMÁTICAS LIGADAS AOS No cinema
EXCLUÍDOS, É O QUE REVELA PESQUISA SOBRE A LITERATURA CONTEMPORÂNEA O curioso é que os dados da 5%
pesquisa se repetem no
são homossexuais
cinema. A pesquisadora Paula
» NAHIMA MACIEL gonistas são homens e, em 56,6%, represen- nomes como Sérgio Vaz e Ferrez começa- Lins seguiu a mesma
tam a classe média. É uma realidade bem ram a emergir de uma periferia nem sempre 1%
N
metodologia utilizada pelo
os últimos 10 anos, o número de es- diferente das décadas de 1960 e 1970. Para valorizada. No meio acadêmico, os olhares grupo de literatura para
critores mulheres e negros pode até estabelecer parâmetros e um mapa comple- também se voltaram para expressões como analisar 211 filmes nacionais e tem sexualidade
ter aumentado na literatura brasi- to, Regina voltou a pesquisa para o período o hip-hop e o rap. 841 personagens criados por indefinida
leira, mas não será tão significativo entre 1965 e 1979. Na época, escritoras do 139 diretores. Desses, 82%
quanto o foi nos anos 1970. Os personagens sexo feminino não passavam de 17%, hoje Resistência eram homens e apenas 18%,
de pele escura podem deixar de aparecer são 27,3%. Agora, ela se prepara visando à mulheres. No protagonismo 82,3%
como bandidos ou empregados domésti- terceira e última etapa do trabalho. Dessa No período em que os primeiros números diante das telas, os números são brancos
cos, mas a cor dos autores dificilmente será vez, serão analisados os romances publica- da pesquisa foram divulgados, muitos escri- até que se equilibram — 59%
equilibrada. Enquanto a educação não mu- dos entre 2005 e 2014. A lista de 300 livros tores torceram o nariz para os números e de- dos personagens principais
dar o mapa da classe média brasileira, a lite- está pronta e os colaboradores já deram iní- fenderam que a cor ou o sexo do autor pouca são do sexo masculino —, mas 17,5%
ratura permanecerá confinada a um qua- cio às leituras. Será uma análise detalhada ou nenhuma importância tinha para a quali- no quesito origem social e são negros, indígenas e
drado que reflete a organização social do da geração 2000, na qual Regina já observa dade e a legitimidade do fazer literário, assim etnia, refletem o panorama
país em que pouco fala sobre a periferia algumas particularidades. como a classe social, cor ou sexo dos perso- literário com 82,3% dos mestiços
desprivilegiada. O tema é um dos capítulos A pesquisadora acredita que os dados nagens. A representação só é possível se o au- personagens brancos e 70% de
do livro Literatura brasileira contemporâ- podem vir mais animadores. “Acho que o tor tiver total liberdade para se apropriar das
nea: um território contestado, que a pesqui- número de mulheres vai aumentar, mas não histórias, independente de suas origens so-
classe média.
70%
sadora Regina Dalcastagnè acaba de lançar será tão significativo quanto as pessoas es- ciais ou raciais. Mas o que preocupava Regi- integram
pela Editora da Universidade Estadual do tão pensando. Tenho a expectativa de que na não era o discurso, e sim a falta de instru- a classe média
Rio de Janeiro (Uerj). tenha aumentado um pouco em relação aos mentos que possibilitassem a boa parte da
Em 2004, Regina, que é professora da Uni- 27,3%, mas não muito”, avalia. Ela também população brasileira se apropriar de suas ou elite econômica
versidade de Brasília (UnB) e coordenadora acredita que haverá uma pequena mudança próprias histórias e auto representar-se.
do Grupo de Estudos de Literatura Brasileira na quantidade de autores negros e isso se Os números, a pesquisadora lembra, são
Contemporânea, deu início a um mapea- deve, em parte, ao sistema de cotas implan- apenas um levantamento. Eles não podem e 27,5%
mento quantitativo dos personagens e auto- tado nas universidades brasileiras. “Tenho não devem ser considerados como definiti- são pobres ou
res na produção literária nacional. Na época, esperança de que vem aumentando, só que vos. A leitura do livro pode ser fundamental miseráveis
os números confirmavam uma suspeita: ha- mais lentamente que a situação das mulhe- para a compreensão dos números.“O proble-
via poucos negros e pobres na narrativa bra- res. É um longo processo. As mulheres vêm ma desse levantamento é que todos os inte- www.correiobraziliense.com.br
sileira. E isso valia para o universo fictício das brigando para participar desse universo da resses se chocam. O perfil é abrangente e é OS DIRETORES
histórias e para a cena real na qual circulam construção de discursos desde os anos sempre muito mais interessante fazer uma
diariamente os autores. O grupo leu 258 ro- 1970, enquanto os negros vêm lutando para leitura mais aprofundada de um romance. Leia entrevista com Regina
mances escritos por 165 autores entre 1990 e ter educação básica. Tem uma distância ain- “Minha mirada na literatura é sempre um Dalcastagnè. 82%
2004. Com o auxílio de fichas preenchidas da dentro dessas lutas”, explica. pouco mais aberta, mais panorâmica, tentan- dos diretores são
com rigor acadêmico, a equipe chegou à con- Ela acredita que o cenário começou a do entender esses jogos de poderes de quem homens
clusão de que 78,8% dos escritores brasileiros mudar em 1997, quando Paulo Lins publi- tem legitimidade para produzir e quem não
são brancos, e 72,7%, homens. cou Cidade de Deus. Na época, o mercado tem, assim como a dificuldade que determi- 18%
O cenário se repete nas narrativas. Em editorial atentou para o fato de que histórias nadas classes sociais têm de escrever e de os são mulheres
71,1% dos romances pesquisados, os prota- da periferia podiam dar lucro. Na esteira, livros serem aceitos como literatura.” » Leia mais na página 3
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Diversão&arte • Brasília, sexta-feira, 15 de março de 2013 • CORREIO BRAZILIENSE • 3
CONTINUAÇÃO DA CAPA / Autores encaram a pesquisa sobre o romance brasileiro contemporâneo como retrato da nossa realidade
Declassemédiaparaclassemédia
» MAÍRA BRITO Por que não há tantos da poesia e do experimenta-
QUATRO PERGUNTAS//NEI LOPES
Iano Andrade/CB/D.A Press - 09/12/10
»NAHIMA MACIEL escritores negros? lismo cito os poetas Salgado
Maranhão, já bem conhecido,
V
O universo do livro, no Bra-
encedor de prêmios co- sil, tornou-se extremamente e Ricardo Aleixo, de Belo Ho-
mo o Jabuti, APCA e Casa excludente. E digo “tornou- rizonte.
de las Américas e organi- se” porque desde o século 18
zador de importantes co- até a primeira metade do sé- Dos 258 livros estudados,
letâneas de contos de autores gays culo 20, houve até um certo apenas três protagonistas
e de mulheres, o escritor Luiz Ru- protagonismo de escritores eram negras e mulheres.
ffato não ficou surpreso com os negros (pretos e mulatos), Quarto de despejo, de
resultados da pesquisa. “Esse le- quase nunca mencionados Carolina Maria de Jesus,
vantamento só vem confirmar o como tal, por ser, naquele é uma das raras obras
que vejo: quem escreve no Brasil tempo, infamante esse tipo escritas por uma mulher
são homens heterossexuais de de menção. A ausência do es- negra. O livro foi traduzido
classe média e brancos. Não é por critor negro na literatura bra- para 13 línguas, mas
outro motivo, por exemplo, que os sileira, hoje, é fruto dos mes- continua esquecido no país.
personagens são escritores. É gen- mos mecanismos de exclusão A qual fato o senhor
te de classe média escrevendo pa- que operam nos círculos da atribuiu isso?
ra classe média”, aponta Ruffato. O cultura, em geral. Nesses cír- Carolina Maria de Jesus te-
que preocupa o autor de Mamma, culos, legitimadores e difuso- ve inclusive posta em dúvida
son tanto felice é o caminho que res, as relações estabelecidas sua legitimidade como auto-
leva aos resultados compilados desde os bancos escolares, e ra; e isso deve ter contribuído
por Regina Dalcastagnè. “A litera- até mesmo de vizinhança, para o seu apagamento da
tura que se faz hoje (no Brasil) é são fundamentais: o editor, o memória literária brasileira.
um reflexo transparente do que é crítico literário, o dono de li- Mas é antologizada e estuda-
nosso país: existe uma classe mé- vraria etc. muito raramente da nos meios acadêmicos lá
dia que não tem nenhuma relação são negros ou moradores dos fora. Talvez se tivesse lançado
com o resto do país”, lamenta. subúrbios e periferias, onde seu romance na década de
Ruffato lembra que tanto Eu- se concentram as massa afro- 2000 teria “arrebentado a bo-
ropa quanto Estados Unidos têm descendentes. Daí, a dificul- ca do balão”, com direito a fil-
hoje uma literatura feita por des- dade das trocas; e até mesmo me, minissérie de tevê e tudo
cendentes de imigrantes, negros o caráter estereotipado dos o mais.
ou representantes de minorias personagens criados pelos
cuja representatividade é consis- escritores reconhecidos. Existem meios para driblar
tente graças ao acesso à educa- a exclusão da literatura
ção. No Brasil, a realidade é outra. A quantidade de brasileira?
“São filhos de operários ou de escritores negros do país A saída para os escritores
classe média baixa que conquis- é inexpressiva ou está afro-brasileiros, e que fazem
taram um nível de educação sufi- aumentando? Existe hoje literatura comprometida com
ciente para se tornarem escrito- algum nome que apontaria sua circunstância étnica, co-
res. Aqui isso é impossível. A edu- como destaque na literatura? mo é o meu caso, têm sido as
cação no Brasil é absolutamente Dizer que o número de es- edições em regime de coope-
excludente. Dificilmente um fi- critores está aumentando ou rativa ou as editoras “étni-
lho de classe média baixa vai as- não seria leviano. O que pos- cas”; ou ainda aquelas com
cender socialmente em uma uni- so dizer é que cada vez mais segmentos especializados.
versidade boa para ter um reper- se torna invisível a produção Da minha parte, em 2006 pu-
tório suficiente para se tornar es- dos literatos afro-brasileiros. bliquei por uma grande edi-
critor. Logo, 90% do que é Brasil LuizRuffato:“EducaçãonoBrasiléexcludente.Dificilmenteumfilhodeclassemédiabaixavaiascendersocialmente” Digo também que há uma no- tora um livro de contos den-
não aparece na literatura brasi- va geração de intelectuais ne- sos, ambientados no mundo
leira porque não tem quem re- que fala de favela, violência. Te- preocupação do professor e es- quando se trata de elaborar um gros forjada nos meios acadê- do samba (Vinte contos e uns
presente essa paisagem”, consta- mos o Ferrez, o Paulo Lins e isso critor Daniel Munduruku. “Li- pensamento crítico sobre a pro- micos, na qual conheço gente trocados, Record), do qual eu
ta o escritor. democratiza mais, tem mais per- cenças poéticas são permitidas, dução. “Os números são mais que tem lugar garantido entre gosto muito e que foi bem re-
fis de pessoas fazendo literatura.” mas é muito importante que interessantes para o Ministério os literatos. Cito um, como cebido pela crítica, mas não
Mulheres Já o escritor Nei Lopes, autor quem escreve tenha a preocu- da Cultura ou instituições que exemplo: o historiador Flávio aconteceu. Apesar disso tudo,
da Enciclopédia brasileira da pação em não ficar reafirmando distribuem bolsas. Isso serve dos Santos Gomes, dono de vou em frente. Se depender
Para André Sant’Anna, criador diáspora africana, acredita que estereótipos ou reforçando ima- para o MinC começar a dar bol- um rol de obras publicadas de mim, existe, sim, literatura
do jogador de futebol negro que cada vez mais se torna invisível a gens distorcidas. Infelizmente, sas aos desprivilegiados”, avalia, capaz de fazer inveja a muito negra no Brasil. Eu faço a mi-
narra o celebrado O paraíso é bem produção dos literatos afro-bra- ainda se usa de forma caricatu- lembrando que uma das maio- membro da ABL. No campo nha parte.
bacana, a cena literária experi- sileiros, e alerta para os males de ral muito das imagens indíge- res personagens do romance do
mentou mudanças nessa primei- uma literatura tão segmentada. nas. A literatura pode ajudar a século 19, Madame Bovary, era
ra década do século 21. Como ju- “O perigo é a consolidação da es- diminuir essa estereotipia na uma mulher criada por um ho-
Márcia Moreira/Divulgação - 04/01/12
rado de concursos literários, ele tereotipação, que reserva aos medida em que apresentar per- mem. “Esse lado de diretiva me
conta que tem recebido muitas mulatos e pretos (mais ainda a sonagens mais condizentes com incomoda. O outro nem tanto,
narrativas baseadas na vida dos esses) determinados lugares e a realidade”, afirma o autor de porque é sempre bom que se di-
próprios autores. Sant’Anna tam- papéis na sociedade brasileira e Coisas de índio e Contos indíge- ga o óbvio uluante.” Santiago
bém vem observando uma pre- na economia da cultura em parti- nas brasileiros. também acredita que o cenário
sença maior de autoras no merca- cular, como os do entretenimen- De acordo com Munduruku, mudou na última década. Ele
do. “Acho que, nesse ponto, a lite- to e do esporte”. cerca de 10 títulos de autores relembra, por exemplo, as anto-
ratura acompanha a sociedade. A indígenas são lançados por logias de contos gays e de mu-
partir de agora vai haver mais Clichê ano. “Isso não é pouca coisa. lheres escritoras organizados
mulheres, cada vez mais vejo no- Parte dessa demanda é fruto por Luiz Ruffato.
vas escritoras nos eventos de que A pesquisa aponta que somen- das mudanças no sistema edu- A resistência à pesquisa no
participo e também nesses con- te 7,9% dos personagens são ne- cacional brasileiro. Entre os meio literário é grande e muitos
cursos”, destaca. gros, sendo que 75% desses per- que se destacam estão Yaguarê autores se recusam, inclusive, a
Ele encara a geração dos anos sonagens são pobres e 20,4%, Yamã, do Amazonas; Wasiry falar sobre o trabalho. “Incomo-
2000 como mais equilibrada em bandidos. “O clichê, o estereóti- Guará, do Amazonas; Cristino da as pessoas essa ideia de fazer
relação aos autores dos anos 1990, po, chega até o personagem. Se- Wapichana, de Roraima; Olívio parte de um conjunto. Elas sem-
cuja criação ainda trazia resquí- gundo as leis de mercado vigen- Jekupé, de São Paulo”. pre se acham muito diferentes,
cios da vida sob uma ditadura. tes, o que vende é o negro visto individuais. E é normal. Mas
“Na geração do meu pai, as mu- (voyeuristicamente), sob o pris- Óbvio ululante considero importante ter essa
lheres casavam virgens, agora elas ma da marginalidade e da misé- ideia de que, no conjunto, as coi-
têm mais espaço. E a geração 1990 ria. E, dentro daquela lógica do O crítico e escritor Silviano sas estão aparecendo assim. Isso
tem resquícios daquilo. Essa de ‘compre que todo mundo está Santiago, autor de Uma litera- não quer dizer que um autor que
agora, a partir da coisa dos blogs, comprando’ e ‘é verdade porque tura nos trópicos, entende a pes- só trate de classe média não es-
não só as mulheres, mas os ho- ‘deu’ na televisão’, o publico lê e quisa como uma maneira de or- teja fazendo um livro muito in-
mossexuais e as pessoas mais po- acha que é só isso mesmo”. ganizar a literatura, mas não teressante e até crítico”, explica
bres, apareceram com literatura Os clichês também são uma acha os números interessantes Regina Dalcastagnè.
MÚSICA
Pauleira de Sampa
ão
ivulgaç
Midiamix/Divulgação - 28/02/13
Lady/D
Mad Old
Eduardo Fagundes tem 46 em seu som, atitude e até identi-
anos e desde os 12 está no mun- dade — o nome se refere ao in-
do da música. Ele e o irmão, “fu- consciente, às coisas “doidas”
çadores e autodidatas”, mexiam que fazemos, sem conseguirmos
no piano que a mãe tinha em ca- explicar. A “loucura” de Eduardo VIKING SOUL
sa e aprenderam a compor. Toca- se traduziu na junção de instru- Primeiro CD da banda Mad Old
vam juntos, formaram banda, mentos clássicos do heavy-me- Lady. Produção e distribuição in-
ouviram Black Sabbath, tal, como guitarra, baixo e bate- dependente. 10 faixas. Preço
Guns’N’Roses e Bon Jovi em vinis ria, a uma formação de três voca- médio: R$ 10.
que o amigo Maurício Quaresma, listas — uma mulher (Flávia Tun-
filho de portugueses, enviava da chel) e dois homens (Marcelo de
Europa meses antes de chegar ao Paula e o próprio Eduardo) — e logo na primeira leva veio surpre-
Brasil. “Uma influência induzida tempero de piano, gaita, harpa e sa: o baterista Guga Bento e a bai-
de artistas aos quais meu irmão e flauta. A vontade de inovar resul- xista Gabi Moraes começaram no
eu tínhamos acesso antes em tou no álbum de 10 faixas Viking gospel. Depois, foi a vez de Eduar-
uma época em que as músicas soul : “Me inspiro na atitude do do ver a performance de Marcelo
não chegavam instantaneamen- povo viking, nômade e desbrava- de Paula, então garçom do Brook-
te”, diz Eduardo. Ao lançar o gru- dor”, diz o paulistano. lyn, bar em São Paulo onde os
po Mad Old Lady, contudo, os ir- Desde o início, o grupo se for- funcionários cantam. Os guitar-
mãos se separaram, e o paulista- mou de maneira inesperada. O ristas vieram de diferentes estilos
no teve de contatar e contratar “típico paulistano descendente musicais — dois do próprio hea-
novos músicos. de italianos, morador da Mooca, vy metal e um do jazz. “O heavy
A “velha dama doida” já nas- palmeirense, católico e com forte metal está morto, precisa de re-
ceu, portanto, de uma ruptura. E, sotaque da capital” chamou mú- novação e é isso que tentamos fa-
No som e na atitude, a banda se propõe a expressar as coisas loucas que fazemos e não sabemos explicar assim, a banda se propõe a ser sicos para ajudá-lo no projeto e zer”, diz o líder da Mad Old Lady.
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