2. É uma lesão produzida no organismo por agentes térmicos, químicos,
radioativos, elétricos, etc., que podem lesar a pele, os músculos, os vasos
sanguíneos, os nervos e os ossos.
Pode ser dividida segundo a profundidade e segundo a extensão.
3. CLASSIFICAÇÃO
De acordo com sua profundidade:
1º grau - atinge somente a epiderme, caracterizando-se por vermelhidão e
dor na área atingida;
2º grau - atinge a epiderme e derme, caracterizando-se por dor local
vermelhidão e formação de bolhas;
3º grau - atinge o tecido de revestimento, alcançando o tecido muscular,
podendo atingir até o osso.
Caracteriza-se pela necrose de tecido, ausência de dor no interior da
queimadura, devido à destruição dos terminais sensitivos, podendo a pele
ficar escurecida ou esbranquiçada, além de apresentar queimaduras de 2º
e 1º graus ao redor, as quais provocam fortes dores.
4. REGRAS GERAIS DE ATENDIMENTO PARA VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
Avalie as condições de segurança do local, identificando o tipo de acidente;
Interrompa o contato da vítima com o agente lesivo (térmico, químico ou
elétrico).
Se necessário, remova a vítima para local seguro antes de prosseguir o
atendimento;
Efetue a análise primária e secundária e trate os problemas em ordem de
prioridade;
Vítimas de queimaduras podem apresentar outros tipos de trauma associados.
Portanto, faça o exame físico detalhado e se necessário adote as condutas
relativas ao atendimento de um politraumatizado.
Dê especial cuidado durante o transporte para evitar agravamento das lesões
ou maior sofrimento para o acidentado;
5. TRATAMENTO QUEIMADURAS TÉRMICAS
Apague o fogo com cobertor ou pano, começando sempre da cabeça para
os pés;
Interrompa a ação do calor, resfriando a vítima com água em temperatura
ambiente;
Retire das extremidades anéis, pulseiras, relógios ou jóias antes que o
membro apresente inchaço e a retirada fique impossibilitada;
Lave o local com água corrente em abundância, exceto nas queimaduras
de 3º grau;
Se houver acometimento da face, dê especial atenção para às vias aéreas
e respiração;
6. TRATAMENTO QUEIMADURAS TÉRMICAS
Cubra os olhos da vítima com gaze umedecida em soro fisiológico ou água
limpa;
Se acometer as mãos ou pés, separe os dedos com pequenos rolos de
gazes umedecidas com soro fisiológico ou água limpa;
Não perfure bolhas e nem aplique medicamentos nas queimaduras;
Cubra a área queimada com um plástico estéril;
Evite contato de sua mão ou qualquer material contaminado com a área
queimada;
Transporte-a com urgência para um hospital, prevenindo estado de
choque, mantendo sinais vitais e nível de consciência.
7. QUEIMADURAS QUÍMICAS
Retire rapidamente a roupa da vítima, se estiver impregnada com o
produto, tomando cuidado para não se queimar;
Lave o local com água corrente abundante, pelo menos durante 20
minutos;
Se o produto for seco (na forma de granulado ou pó) retira-lo manualmente
sem friccionar (com pano seco ou escova). Em seguida irrigar o local com
água corrente abundante por 20 minutos;
Proceda igual as queimaduras térmicas.
8. QUEIMADURAS PELO FRIO
A gravidade da lesão pelo frio depende da temperatura, da duração da
exposição e das condições ambientais.
Temperaturas mais baixas, imobilização, exposição prolongada, umidade,
presença de doença da circulação periférica e feridas abertas, aumentam a
gravidade da lesão:
Troque roupas úmidas e apertadas por cobertores quentes;
De líquidos quentes para a pessoa beber;
Coloque a parte lesada em água quente corrente até voltar à cor rosa da pele;
Evite calor seco;
Leve assim que possível para o Pronto Socorro.
9. INTERMAÇÃO (exaustão pelo calor)
Situação que ocorre quando uma pessoa que não está em boa condição física
realiza exercícios excessivos em ambiente quente.
Sinais e sintomas:
Respiração rápida e superficial;
Pulso fraco;
Pele fria e às vezes pálida;
Sudorese intensa;
Debilidade física generalizada;
Tontura e às vezes inconsciência.
10. INSOLAÇÃO
Situação muito grave que ocorre quando uma pessoa tem sua temperatura corporal
elevada por falha dos mecanismos de regulação.
A vítima nesse caso deixa de suar e a temperatura sobe aos poucos lesionando as células
cerebrais podendo levar a morte.
Sinais e sintomas:
Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais;
Pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco;
Pele seca e quente, às vezes, avermelhada;
Pupilas dilatadas;
Perda da consciência;
Convulsões e/ou tremor muscular podem estar presentes;
Coma.
11. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Remova a vítima para um ambiente seguro, fresco e arejado;
Realize a análise primaria e secundária e trate os problemas em ordem de
prioridade;
Se possível, remova as roupas do acidentado para diminuir a temperatura
corporal;
Aplicar compressas frias, molhadas com água, na cabeça, pescoço, axilas,
laterais do tórax.
Importante:
Tenha cautela para não provocar hipotermia;
Transporte à vítima o mais rápido possível para um hospital;
Não utilize compressas com álcool;
Não forneça nada para a vítima ingerir
12. Os acidentes por eletricidade podem causar manifestações locais,
produzindo queimaduras de vários graus, inclusive a carbonização; além
de traumas associados como fraturas, luxações, etc., e repercussões
gerais, atingindo o sistema nervoso, respiratório e circulatório podendo
levar a óbito por parada cardiorrespiratória.
13. Procedimento:
Corte a fonte geradora de eletricidade, desligando o interruptor principal;
na impossibilidade de desligar, retire a vítima da fonte geradora de eletricidade o mais
rápido possível, usando-se para tal madeira, borracha ou qualquer outro material isolante,
colocado-os no chão próximo à vítima, onde o socorrista ficará pisando em cima e com
auxílio de um cabo de vassoura ou qualquer outro material, retire a vítima;
caso haja dificuldades em executar este procedimento, retire o ponto de apoio da vítima
para que a mesma caia, desfazendo a “linha terra”. Tome cuidado para não esbarrar na
vítima enquanto ela estiver presa à fonte geradora.
Se a vítima estiver dentro de um veículo, com os fios em contato com o mesmo, oriente a
vítima a permanecer no seu interior até que a companhia de eletricidade possa
desenergizar, a não ser que haja risco iminente de incêndio ou explosões; nestas
situações, oriente a pular do veículo sem fechar o circuito com o solo.
Nunca encoste na vitima se ela ainda estiver em contato com a eletricidade, o corpo é
condutor de energia, e o corpo dela poderá conduzir energia até o seu, gerando uma
segunda vitima
14. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Realize Análise Primária;
Observe atentamente a qualidade do pulso, pois nessas situações podem
ocorrer arritmias cardíacas;
Trate a vítima como Politraumatizada, mantendo a vias aéreas pérvias e a
estabilizando da coluna cervical;
Trate as queimaduras e ferimentos com técnicas adequadas;
Transporte ao hospital em prancha rígida, prevenindo estado de choque.
15. Consiste na perda da consciência na maioria das vezes por falta de
oxigenação do cérebro.
Pode ser provocado por vários fatores como o cansaço, a falta de
alimentação, stress, excesso de sol e outros.
Pode ser precipitado por nervosismo, angústia ou emoções fortes além de
ocorrência de muitas outras doenças.
16. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Areje o ambiente.
Deite a vítima com as costas em superfície rígida;
Abra suas vestes (cuidado para não expor a intimidade da vitima);
Eleve os membros inferiores (na suspeita de alguma patologia que provoque
hipertensão arterial ou que acometa o cérebro, não elevar os membros
inferiores);
Não permita aglomeração no local para não prejudicar a vítima;
Faça Análise Primária e Secundária;
Se não souber a causa do desmaio mesmo que a pessoa mantenha os sinais
vitais, leve-a para o Pronto Socorro.
17. Contrações violentas, incoordenadas e involuntárias de parte ou da
totalidade dos músculos, provocadas por diversas doenças neurológicas e
não neurológicas ou por traumatismo crânio-encefálico.
São expressões de doenças orgânicas e não de doença mental.
18. Causas das convulsões:
Epilepsia;
Febre alta (convulsões febris);
Traumatismo craniano;
Doenças infecciosas, inflamatórias ou tumores cerebrais;
Acidente Vascular Cerebral;
Intoxicações.
19. Doença neurológica convulsiva crônica.
Manifesta-se por perda súbita da consciência.
A epilepsia é uma enfermidade orgânica que pode
apresentar-se de diversas formas.
Um episódio convulsivo epiléptico pode repetir-se
muitas vezes e não é contagiosa.
20. Sinais e sintomas de uma crise convulsiva:
Perda da consciência. A vítima poderá cair e sofrer um trauma;
Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades.
Poderá desenvolver um quadro de leves tremores ou sacudidas de
diversas amplitudes;
Pode ocorrer cianose (roxos) ou até parada respiratória.
Em algumas ocasiões, há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal;
Depois das convulsões a vítima recupera o seu estado de consciência
lentamente. Pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do
episódio.
21. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Afaste objetos e curiosos de sua proximidade;
Posicionar imediatamente a vítima deitada lateral, evitando que aspire secreções,
permitindo a queda da base da língua e a liberação das vias aereas;
Não impeça os movimentos e mantenha a permeabilidade das vias aéreas,
protegendo sua cabeça para evitar traumatismos durante a crise;
Afrouxe suas vestes;
Após a crise verifique a presença de corpos estranhos na boca (dentaduras,
alimentos, etc.), previna hipotermia, trate eventuais ferimentos, preste apoio
psicológico e conduza para o hospital, mantendo nível de consciência e sinais
vitais;
Se a crise durar mais de 5 min, transporte mantendo os cuidados anteriores.
22. Ao acabar a crise convulsiva poderá deixar a vitima em posição de segurança
23. Pode ocorrer durante a febre alta. É importante lembrar que poderá repetir-
se (antecedentes). Sempre requer atenção médica.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Adote os cuidados gerais para qualquer tipo de crise convulsiva;
Baixe a temperatura com aplicação de compressas frias nos locais onde
passam as principais artérias, tais como: pescoço, virilha, axilas e sob os
joelhos;
Encaminhe para o hospital.
24. Toda a substância capaz de causar dano ou matar um organismo é
chamada de toxina ou veneno.
Os seres vivos que secretam substâncias tóxicas são denominados de
Animais Venenosos.
Os animais que produzem veneno e possuem um aparato especializado
para injetá-lo são conhecidos como Animais Peçonhentos.
Todas as serpentes são venenosas, mas poucas são peçonhentas.
O mesmo podemos dizer das aranhas e escorpiões.
25. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
ACIDENTES COM SERPENTES
Mantenha a vítima em repouso absoluto.
Evite que ela se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
Remova anéis, pulseiras, braceletes e outros adornos;
Se a picada for na perna ou no braço, mantenha em posição mais elevada;
Não faça torniquete, impedindo a circulação do sangue, você pode causar gangrena e necrose;
Não corte o local da ferida evitando hemorragias e nem aplique folhas, pó de café ou terra sobre
ele para não provocar infecção;
Não dê pinga, querosene ou fumo, como é costume em algumas regiões do País;
Leve a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para que possa receber o soro
em tempo.
26. ACIDENTES COM ARANHAS E ESCORPIÕES
Nos acidentes por aranhas e escorpiões com dor intensa, práticas como
espremer ou sugar o local da picada tem demonstrado ser de pouca
eficácia;
O tratamento sintomático, à base de anestésicos e analgésico, tem sido
utilizado com resultados satisfatórios na maioria dos casos.
Encaminhe a vitima para um pronto socorro o mais rápido possível, lá os
médicos aplicaram os medicamentos necessarios.
27. Importante:
Em vitimas de acidentes com animais peçonhentos, o procedimento mais
indicado é levar ao Hospital do Instituto Butantan, que está sempre aberto, ou
solicitar instruções pelo telefone: (11) 3723-6969
O Hospital Vital Brasil, que é especializado em acidentes com animais
peçonhentos e funciona dentro do Instituto Butantan, permanece aberto dia e
noite. O tratamento é gratuito para qualquer pessoa com tal problema;
Capturar o animal que causou o acidente e trazê-lo junto com a pessoa picada,
facilita o diagnóstico e o tratamento correto. Além disso, o soro é feito a partir
do veneno que é extraído dos animais vivos que são enviados ao Instituto;
O Instituto Butantan orienta sobre a captura de aranhas e escorpiões;
O transporte por via férrea é gratuito, existindo um sistema de permuta de
animais enviados por ampolas de soro antipeçonhento.