1. O LIBERALISMO TEOLOGICO
Professor: Pr. Josias Moura de Menezes.
Site: www.josiasmoura.wordpress.com
Email: josiasmoura@gmail.com
I. NOMES PRINCIPAIS
Vejamos agora alguns nomes implicados no liberalismo teológico,
responsáveis pelos novos ru mos tomados pelo protestantismo:
A. Friedrich Schleiermacher (1768-1834)
1. Teólogo e filósofo alemão, embora anti-racionalista, ensinou que não
há religiões falsas e verdadeiras. Todas elas, com maior ou menor grau de
eficiência, têm por objetivo ligar o homem finito com o Deus infinito,
sendo o cristianismo a melhor delas.
2. Ao harmonizar as concepções protestantes com as convicções de
burguesia culta e liberal, Schleiermacher foi considerado radical pelos
ortodoxos, e visionário pelos racionalistas. Na verdade, o seu pensamento
filosófico-teológico, embora considerado liberal, está mais perto do
transcendentalismo de Karl Barth.
B.Johann David Michalis (1717-1791)
1. Teólogo protestante alemão, foi o primeiro a abandonar o conceito da
inspiração literal das Escrituras Sagradas.
C. Adoff Von Harnack (1851-1930)
1. Teólogo protestante alemão, defende em sua obra principal História
dos Dogmas, a evolu ção dos dogmas do cristianismno pela heleniza ção
progressiva da fé cristã primitiva. Em outra obra, A essência do
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2. cristianismo, reduziu a re ligião cristã a uma espécie de confiança em
Deus, sem dogma algum e sem cristologia.
D. Albrecht Ritschl (1822-1889)
1. Teólogo alemão, ensinou que a teologia não pode seguir Georg Hegel,
filósofo alemão tribu tário da filosofia grega, do racionalismo carte siano e
do idealismo alemão. Ritschl ressaltou o conteúdo ético da teologia cristã
e afirmou que esta deve basear-se principalmente na apreciação da vida
interior de Cristo.
E. David Friedrich Strauss (1808-1874)
1. Foi o teólogo alemão que maior influência exerceu no século XIX sobre
os não-teólogos e não-eclesiásticos. Tornou-se professor da Universidade
de Tubingen com apenas 24 anos. Quatro anos mais tarde, em 1836, foi
furiosa mente afastado do cargo em virtude de sua Vida de Jesus,
criticamente estudada.
2. No ano de 1841 lançou, em dois volumes, sua Fé Crista - Seu
Desenvolvimento Histórico e seu. Conflito com a Ciência Moderna,
negando completamente a Bíblia, a Igreja e a Dogmáti ca. Em 1864
publicou uma segunda Vida de Je sus, quando procurou então distinguir o
Jesus histórico do Cristo ideal segundo a maneira típica dos liberais do
século XIX. Em sua A Antiga e a Nova Fé, publicada em 1872, adota a evolu
ção darwiniana em contraste com a fé bíblica.
3. Para Strauss, Jesus é mero homem. Insiste em que é necessário
escolher entre uma observação imparcial e o Cristo da fé. Ensinou que é
preciso julgar o que os Evangelhos dizem de Jesus pela lei lógica, histórica
e filosófica, que governa todos os eventos em todos os tempos. Não
achou e não procurou um âmago histórico, mas interessou-se apenas em
mostrar a presença e a origem do mito nos evangelhos.
4. Segundo seu conceito, não somos mais cristãos, mas simplesmente
religiosos. Seu conceito do mundo é o de matérias subindo para formas
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3. cada vez mais altas. À pergunta: "Como ordenamos nossas vidas?" -
responde: autodeterminação, seguindo a espécie.
5. Nas obras de Strauss não há lugar para o sobrenatural. Os milagres são
mitos, contados para confirmar o papel necessário de Jesus, daí as
referências ao Velho Testamento. Em resumo, Jesus é uma figura
histórica. Da vida de Jesus nada sabemos, sendo tudo mito e lenda.
6. Considerado o mais erudito entre os biógrafos infiéis de Jesus, Strauss
encerra o último capítulo da sua segunda Vida de Jesus com estas
palavras: "...aparentemente aniquilaram a maior e mais importante parte
daquilo que o cristão se acostumou a crer concernente a Jesus;
desarraigaram todos os encorajamentos que ele tem tirado de sua fé e
privaram-no de todas as suas consolações. Parece que se acham
irremediavelmente solapados os inesgotáveis depósitos de verdade e
vida que por dezoito séculos têm sido o alimento da humanidade; o mais
sublime atirado ao pó, Deus despido de sua graça, o homem despojado de
sua dignidade, e o laço entre o céu e a terra rompido. Recua a piedade em
horror diante de um ato tão temeroso de profanação, e, forte como é na
impregnável evidência própria de sua fé, ousadamente conclui que - não
importa se um criticismo audaz tentar o que lhe aprouver tudo o que as
Escrituras declaram e a Igreja crê acerca de Cristo subsistirá como verdade
eterna; nem sequer um jota ou um til será removido."
7. Philip Schaff comenta que Strauss professa admitir a verdade abstrata
da cristologia ortodoxa, "a união do divino e humano , mas perverte-a,
emprestando-lhe um sentido puramente intelectual, ou panteísta. Ele
nega atributos e honras divinas à gloriosa Cabeça da raça, mas aplica os
mesmos atributos a uma humanidade acéfala. Destarte, ele substitui,
partindo de preconceitos panteístas, uma viva realidade por uma
abstração metafísica; um fato histórico por uma mera noção; a vitória
moral sobre o pecado e a morte por um mero passo na filosofia e em artes
mecânicas; o culto do único vivo e verdadeiro Deus por um culto panteísta
de heróis, ou própria adoração de uma raça de caída; o pão nutriente por
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4. uma pedra; o Evangelho de esperança e vida eterna por um evangelho de
desespero e de final aniquilamento."
F. Sorem Kierkegaard (1813-1855)
1. Teólogo e filósofo dinamarquês. Filho de um homem rico torturado por
dúvidas religiosas e sentimentos de culpa, Kierkegaard adquiriu complexos
de natureza psicopatológica e possíveis deficiências somáticas. Estudou
teologia na universidade de Copenhague, licenciando-se em 1841.
2. Atacou a filosofia de Hegel e afastou-se mais e mais da Igreja Luterana,
por julgá-la muito pouco cristã. Para o teólogo dinarmaquês, entre as
atitudes (fases) estética, ética e religiosa da vida, não há mediação, como
na dialética de Hegel, e não há entre elas transição, no sentido de
evolução. Para chegar da fase estética à fase ética ou desta à religiosa é
preciso dar um salto (ser iluminado, converter-se instantaneamente) que
transforme inteiramente a vida da pessoa.
3. Para Kierkegaard', só o cristianismo é capaz de vencer heroicamente o
mundo, sendo o panteísmo cultural de Hegel impotente contra a
consciência do pecado e contra o medo e temor. Criticou o hegelianismo
em sua acomodação ao mundo profano, por não ser capaz de eliminar a
angústia e admitir a existência de contradições irresolúveis entre o
cristianismo e o mundo, cabendo ao homem escolher existencialmente
entre esta e aquela alternativa: ser cristão ou ser não-cristão.
4. São profundos os conceitos de Kierkegaard sobre os estágios da vida, a
diferença entre ser e existir, o subjetivo e o objetivo, o desespero, os
critérios positivos para a verdadeira existência etc.
Eis alguns deles:
a. no estágio estético, o homem leva uma existência imediata e não
refletiva, faltando a diferenciação entre ele e o seu mundo; no
estágio ético, o homem assume a responsabilidade pelo seu próprio
ser, procura alcançar-se a si - o que não pode fazer; no estágio
religioso, reconhece a impossibilidade de vi ver conforme gostaria e
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5. descobre que o peca do é não ser o que Deus deseja que seja, e que
só se alcança este estado proposto por Deus através de algo que
vem de fora - o próprio Deus;
b. o tempo (e espaço) trata do que o homem é, da sua existência; a
eternidade significa que, embora o homem viva no tempo e no
espaço, ele não está totalmente determinado por estes elementos;
a existência fala de liberdade, possibilidade, do ideal, da obrigação;
o momento de decisão é quando a eternidade intercepta o tempo;
c. o objetivo cultural é aquilo que é, enquanto o homem fica entre o
que é e o que ele pode e deve ser. A ciência limita-se ao estudo do
que é, ao que ela chama "a verdade"; mas os fatos claramente
aceitos jamais encerram a verdade;
d. a essência do ser humano aparece quando traz a eternidade para
dentro do tempo. Cada homem há de sofrer porque vive numa
realidade muito física: liberdade versus tempo;
e. o único que realmente resolveu o paradoxo do tempo e da
eternidade foi Jesus Cristo. Ele mesmo foi um paradoxo: Deus e
homem; limitado e ilimitado; ignorante e conhecedor de tudo.
5. S. Kierkegaard, redescoberto na Alemanha por volta de 1910, é
considerado o precursor da teologia transcendental, de que Karl Barth, no
século XX, é o principal representante.
II. EXAME CRÍTICO
A. Principais Doutrinas Liberais
1. Foi a partir de meados do século XIX, como conseqüência da grande
vitalidade intelectual e reorientação do pensamento, que nasceu a
teologia liberal. Foi esta uma época de renascimento religioso em geral e,
em particular, de expansão do protestantismo, institucional e geográfica
mente, caracterizada pelas missões e surgimento das sociedades bíblicas.
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6. 2. O liberalismo teológico, em sua essência, pro cura libertar as
consciências cristãs das suas amarras escolásticas, apontando-lhes as
exigências da razão. Realça a pessoa de Deus como a fonte de toda a
verdade e enfatiza a necessidade de uma certeza sincera na busca da
verdade, embora reconheça a impossibilidade do ser humano alcançar um
conhecimento pleno da verdade absoluta.
3. A maioria dos teólogos da atualidade considera hoje insustentável essa
premissa liberalista de que o espírito humano não possa mover-se em
regiões para além do alcance dos sentidos, além do raciocínio mais
brilhante. Para Platão, o intelecto tem idéias supersensíveis, inexplicáveis
à luz da razão, sendo que é neste reino que residem os característicos
principais e distintivos da alma humana. Modernamente, é cada vez maior
o número dos que conhecem uma área essencialmente metafísica,
portanto fora do alcance dos meios físicos, na qual o espírito obedece às
leis de sua própria natureza.
4. Segundo os teólogos liberais, o protestantismo precisa "incorporar à sua
teologia os valores básicos, as aspirações e as atitudes características da
cultura moderna, ressaltando, dentre outros, o imperativo ético do
Evangelho." (Mirador). Dessa pregação nasceu o evangelho social, onde a
mensagem de Cristo deixa de ser o poder de Deus para a salvação e
regeneração do homem, para tornar-se apenas uma fórmula social,
impotente. "A Igreja transcende os métodos e as fórmulas humanas. Ela
produz aquela vida plena de riqueza, que é o espírito livre e nobre em
ação; pensa os melhores pensamentos; aceita os mais elevados ideais e os
reveste de uma linguagem irresistível. Assim ela infunde um poder criador
na sociedade de espíritos humanos... Não há fórmula suficiente boa para
tornar boa uma sociedade, se não for executada por homens bons. O
cristianismo não elabora fórmulas, mas cria os homens capazes de insuflar
força moral em qualquer fórmula" (Lynn Harold Hough).
5. O movimento liberalista não reivindicou apenas amplas liberdades para
o exercício da razão, mas pregou a tolerância entre as denominações
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7. protestantes, aproximando-as, através da minimização das diferenças
doutrinárias.
6. O ressurgimento da intolerância religiosa no seio do catolicismo
romano, nas primeiras décadas do século passado, o que resultou na
prisão e morte de protestantes em diversos países, especialmente na
Estônia, Lituânia, Letônia, Turquia, Pérsia, Portugual e Espanha, contribuiu
também para aproximar entre si as denominações evangélicas. A
organização, em 1846, da Aliança Mundial Evangélica, em Londres, foi
uma resposta ao estado de insegurança em que se achavam várias
correntes do protestantismo. Essa Aliança muito fez pela liberdade de
culto em todo o mundo.
7. Mas o espírito liberal reclama ainda respeito pela ciência e pelos
métodos científicos de pesquisas, o que implica na aceitação franca do
estudo, tanto do mundo material como da crítica bíblica e da história da
Igreja. Foi, valendo-se desse estado de espírito favorável, que Darwin
publicou a sua célebre obra As Origens das Espécies através de meios de
seleção natural,em 24 de novembro de 1859, que provocou violentas e
intermináveis polêmicas.
8. O liberalismo teológico aceita também o princípio da continuidade, ou
seja, considera mais importantes as semelhanças do que os contrastes,
admitindo-se a idéia da evolução para superar os abismos existentes entre
o natural e espiritual, entre o homem e seu Criador, enfatizando mais a
imanência do que a transcendência de Deus; o liberalismo prega ainda a
confiança do homem no futuro, gerada pelas grandes conquistas em todos
os campos da ciência.
9. Não há dúvida de que o sonho liberalista do século passado mostra a
cada dia mais impossibilidade de materializar-se. A teoria da evolução está
hoje negada pelos principais cientistas, e as conquistas da ciência
moderna têm trazido, ao lado do seu inegável progresso, resultados
catastróficos. A confiança do homem no futuro desvanece-se hoje à luz
dos fatos atuais e a exemplo de amargas experiências recentes. Quanto à
imanência de Deus, sugere esta ênfase que a Divindade está identificada
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8. com a totalidade das existências, afirmando, panteisticamente, que tudo é
Deus e Deus é o tudo. Elimina-se, destarte, toda a concepção da
personalidade divina e, em conseqüência, considera-se o homem um
irresponsável. Quando se nega o conceito de Deus, como o Criador
onipotente que está acima de todas as coisas que criou, corre-se o risco de
cair no fatalismo, característico dos cultos orientais e, infelizmente, em
expansão no Ocidente. Sinais da presença do fatalismo em nossos dias são
os horóscopos, o fetichismo e até mesmo os biorrítmos, rejeitados como
anticientíficos por grande número de médicos renomados.
10. Ainda em relação à ênfase dada pelo liberalismo à imanência de Deus
em tudo, há uma implicação séria, quando se trata do problema do
pecado. Despersonalizando a divindade, é o homem colocado no centro
de tudo, como a medida de tudo. Isso significa que o fim do homem é
estar satisfeito consigo mesmo, com seus horizontes etc. O Dr. John A.
Mackay afirma que o pecado, como fator na existência humana, é
terrivelmente real, e é coisa que os filósofos balconizados sempre
trataram de fazer desaparecer por meio de argumentos arrazoados. Com
a expressão balconizados fazia ele referência a Aristóteles e Renan, como
símbolos daqueles para quem "a vida e o universo são objetos
permanentes de estudo e contemplação". (')
B. Outras Doutrinas Liberais
1. Os credos primitivos são arcaicos e sem realidade para o mundo
moderno.
2. A mente do homem é capaz de raciocinar segundo os pensamentos de
Deus.
3. A mente deve estar aberta à verdade independentemente da fonte.
4. As doutrinas cristãs são símbolos de verdades racionais conhecidas pela
razão humana.
5. A divindade de Jesus era uma declaração simbólica do fato de que
todos os homens possuem um aspecto divino.
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9. 6. 0 conceito bíblico da revelação de Deus na história era ingênuo e pré-
filosófico.
7. Os itens "4', "5" e "6" do parágrafo anterior sofreram influência do
idealismo absoluto de Hegel e Letze. Os demais itens justificam
plenamente alguns dos títulos do liberalismo: modernismo e racionalismo.
8. Como vimos, para o liberalismo Deus está presente em todas as fases
da vida e não apenas em alguns eventos espetaculares. Assim, o método
de Deus é o caminho da mudança progressiva e da lei natural, e o
nascimento virginal de Cristo não condiz com a realidade, pois Deus está
presente em todos os nascimentos.
9. Defendendo assim a imanência de Deus, o liberalismo podia aceitar a
teoria da evolução, não negando a Deus, todavia, um ato criador, ou seja:
Ele teria criado a primeira célula viva, da qual vieram todos os seres
viventes, inclusive o homem.
10. O liberalismo reage contra um evangelho individualista, capaz de
salvar o homem do inferno e não da sociedade corrompida, e insiste em
que o reino de Deus não é além-túmulo e nem milênio, mas sim a
sociedade ideal edificada pelo homem com o auxílio de Deus.
11. Na busca duma "sociedade ideal" muitos teólogos se têm inclinado
para uma espécie de socialismo cristão, envolvendo-se em movimentos
subversivos por acreditarem que as doutrinas de Marx e Engels, se
destituídas de seu ateísmo, estariam em melhores condições de atender
aos reclamos dos povos pela justiça social de que a própria mensagem
evangélica.
C. Sua atuação no Brasil
1. A entrada do liberalismo no Brasil remonta ao segundo decênio deste
século, quando a Imprensa Metodista editou Pontos Principais da Fé
Cristã, livro que nega a doutrina da expiação. Depois surgiram inúmeras
obras modernistas, inclusive Religião Cristã, traduzida do italiano pelos
reverendos, Dr. Alexandre Orechia e Matatias Gomes dos Santos.
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10. 2. As primeiras vítimas da teologia liberal em nossa pátria, segundo o
falecido reverendo Raphael Camacho, apareceram por volta de 1930, na
Faculdade Evangélica de Teologia, no Rio de Janeiro. Muitos livros
adotados nesse estabelecimento de ensino religioso eram modernistas,
como também o eram quase todos os seus professores.
3. Segundo Raphael Camacho, o rev. Othoniel Motta, professor de
Geografia Bíblica, costumava dizer em classe: "Eu sou o pai dos hereges...
Eu oro pelos mortos." O rev. Epaminondas do Amaral, professor de
exegese do Velho Testa mento, negava tudo o que há de sobrenatural na
Bíblia. O rev. Bertolaze Stela escreveu no "Es tandarte", em 11/9/41, que
todos os manuscritos da Bíblia foram contaminados por grandes mo
dificações, e que não há esperança de se encon trar entre eles um texto
que esteja próximo dos originais. Em "O Estandarte" de 15/9/53, este
mesmo ministro escreveu: "Somente as palavras de Jesus constituem os
ensinos e a religião de Cristo... a Bíblia contém a palavra de Deus." e fez
suas as palavras do rev. Miguel Rizzo Jr., em A Nossa Mística: "Para uns a
suprema autoridade está na Igreja (Católica Romana); para outros, nos
espíritos do além (espíritas); para outros nas Escrituras (evangélicos), mas
para nós está em Cristo." Eis aqui a heresia chamada cristicismo, que
desassocia Cristo da Bíblia e afirma que somente as palavras ditas por
Cristo é que são inspiradas.
4. Em 1938 os modernistas se manifestaram mais publicamente, de modo
especial no seio da Igreja Presbiteriana Independente, sendo então
resistidos pelos fundamentalistas, liderados pelo rev. Camacho. Travou-se
acirrada luta doutrinária, luta que levou o rev. Camacho a desligar-se
dessa Igreja e a organizar, em 11 de fevereiro de 1940, a Igreja
Presbiteriana Conservadora.
5. Também o ex-padre Humberto Rohden, escritor, conferencista e autor
de uma tradução do Novo Testamento em português, no seu livro Pelo
Prestígio da Bíblia na Era Atômica, faz uma dura arremetida contra o
evangelismo bíblico do Brasil e uma exposição das teorias modernistas do
pastor batista norte-americano, Harry E. Fosdick.
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