Matéria com Patrícia Tucunduva - "Novo Jornal Angola"
1. Director Victor Silva - Director Adjunto Gustavo Costa - Edição nº 145 - 29 Outubro de 2010 - Luanda 200 Kwanzas - províncias 250 Kwanzas
JORNALISMO DE REFERÊNCIA.
SAIBACOMOLIGANDO9355555999
PORTO VS BENFICA
07 / Nov / 20:15h
EM DIRECTO,
EM EXCLUSIVO
E EM ALTA DEFINIÇÃO.
1º Caderno
Saúde
Américo Boavida
sob ameaça de greve
> >P. 18
DOSSIER >> P. 02
França quer mais
Presidente do tribunal de Luanda
Juiz desafia juiz
ECONOMIA
Aviação
Novos Boeings
em 2011
>> P. 05
MUTAMBA
Gravura
Kidá preocupado
com letargia
>> P. 06
Girabola
Um domingo
de todas as decisões
>> P. 12
2. Algumas empresas de grande di-
mensão já recorrem a meios de
promoção disponíveis nas tecno-
logias de informação, tais como
sites de relacionamento e criação
deblogs,chegandomesmoacele-
brar negócios ou a dar esclareci-
mentos resultantes de uma inte-
ração mais personalisada entre o
vendedor e o cliente. É seguro fa-
zer isso na Internet?
É seguro até um certo ponto. A
questão não é a celebraçao directa
de um negócio mas sim a promoção
de uma marca ou produto ou em-
presa. A venda é consequência de
todo o processo que se desenvol-
ve na interação com o cliente. que
começa a ter uma ideia mais exac-
ta daquilo que é o negócio ou o pro-
duto que lhe está a ser oferecido.
Nesse desenrolar de coisas é possí-
vel acontecer a venda, mas apenas
até uma certa fase. No caso da Ge-
neaAngola,jáhouveumavendaem
queoclienteseinteressoupelopro-
duto acompanhando todos os deta-
lhes pela Internet e buscando res-
postas que prontamente a nossa
empresa respondia, para que ele ti-
vesse seguro de que o negócio que
estava a celebrar era fiável.
No vosso caso particular, já é ro-
tina a venda de imóveis median-
te o uso de material promocional
disponível na Internet, em que os
vossos incentivos e respostas ao
cliente convencem-no a aderir à
compra?
Esse processo não é direccionado,
acontecedeformanaturalcomuma
fluidez que se regista com o desen-
rolar do tempo. A realidade aqui é
essa e não podia ser diferente, par-
tindo do princípio que as empresas
angolanasaindanãotêmdentrodas
suas metas de investimento, a cria-
ção de um sector específico que se
destine apenas a isso. Angola está
no começo fazendo essa tipologia
de marketing e a Genea é pioneira.
Estabelecendoumquadrocompa-
rativo com o Brasil, de onde traz
essa experiência, a realidade pa-
rece ser diferente uma vez que o
marketing é uma especialidade
queestáavançada,emqueasem-
presas, inclusive, criam áreas es-
pecíficas para o seu desenvolvi-
mento…
No Brasil, esse processo está bas-
tante desenvolvido em muitas em-
presas. Elas criaram sectores espe-
cíficos com uma rede tecnológica
Entrevista
06 29 Outubro 2010
“Ésegurofazernegócios
nas redes sociais “
Patrícia Tucunduva, analista de Marketing
As redes sociais disponíveis nos meios
tecnológicos não se limitam apenas à criação
de relacionamentos. Essas ferramentas podem
ser importantes na promoção de marcas e
acabam por ser intermédiários na celebração
de negócios ou parcerias. Patrícia Tucunduva,
analista de marketing da Genea Angola,
considera que as empresas angolanas deverão
ter o cuidado de investir nesse domínio
procurando contribuir para o crescimento dos
seus negócios.
Texto de ERNESTO GOUVEIA
Fotos de afonso francisco
3. 29 Outubro 2010 07
alargadaequepermiteumcontacto
permanente com o cliente em horas
ininterruptas. Essa realidade se es-
tende também no marketing políti-
co em que já se torna possível fazer
uma campanha eleitoral mediante
vários provedores ou links, permi-
tindo assim uma grande expansão
do trabalho que está a ser feito.
Já se fala, inclusive, de votação on-
line. No caso de Obama, por exem-
plo, o Facebook contribuiu con-
sideravelmente para a campanha
eleitoral do actual presidente ame-
ricano.
Em Angola, há acima de tudo a
consciência do empresariado que
deverá ter alguma preocupação em
investir, dentro das suas empresas,
nesse sector para que haja uma pro-
ximidade maior com o cliente. Com
isso poderemos também ter uma
ideia da comunidade de internau-
tas que procuram na Internet o tra-
balho que fazemos.
Embora se considere que há uma
grande procura dos serviços de
Internet para fazer compras ou
negócios, não devemos colocar
de parte a ideia de que a maioria
em Angola ainda não tem acesso,
nem domínio, dessa ferramenta
o que acaba por ser um trabalho
direccionado?
Realmente existe um fraco aces-
so das pessoas à Internet. Isso que
chamamosdeexclusãodigitalpassa
pelo nível de escolaridade, um fac-
to que inviabiliza um pouco a preo-
cupação das empresas em priorizar
esse tipo de serviço mas é um mo-
delo direccionado para um público
específico e com um atendimento
mais personalizado e que tem gran-
de preocupação em algum esclare-
cimento.
Hoje a publicidade é um servi-
ço que não fica barato para quem
quer divulgar o seu produto, as
redes sociais acabam por ser um
mecanismo em que as empre-
sas gastam pouco ou quase nada,
tendo em conta que embora se-
jam pequenos anúncios eles aca-
bam por ter uma grande expan-
são?
Afirmativo. O investimento nesse
sector passa mais pelos meios que
devem existir e pelo conhecimen-
to humano que, eventualmente, a
empresa poderá apostar: falo con-
cretamente de formação. Um com-
putador e uma pessoa preparada
são os elementos básicos para que
o passo inicial seja dado, no senti-
do de poder fazer com que os negó-
cios funcionem mediante o recurso
Às redes sociais.
Por outro, os sites e blogs funcio-
namcomoummecanismodecomu-
nicação de todos para todos, a cus-
to zero, e com um grande potencial
interactivo. O pequeno empresá-
rio que não tem muito para gastar
em publicidade para a sua empresa
pode usar esse meio para fazer a di-
vulgação da sua marca, empresa ou
serviço. Os medias sociais estão a
influenciar muitas pessoas.
Se falarmos dos métodos tradi-
cionais de celebração de negócios
em que agora penetram as tecno-
logias com os sites interactivos,
quevantagenséquepodemosen-
contrar entre elas ?
A vantagem passa pelo facto de ha-
ver um contacto directo, com o in-
tuito de fidelizar o cliente. Este,
por sua vez, tem a liberdade de fa-
zer críticas e sugestões do trabalho
prestado, que ficam expostas a to-
dos os que consultam os referidos
sites, onde até as críticas destruti-
vas também estão.
Esta já é apontada como uma des-
vantagem mas que, na minha opi-
nião, não influencia quem real-
mente gosta e está interessado no
trabalho. É interessante porque o
retorno é muito bom.
O facto de haver a possibilida-
de de ser feita uma pesquisa não
será também uma vantagem pa-
ra quem quer consultar o nível
de pessoas que consultam os seus
serviços recorrendo à Internet ?
Ésim,porquequemconsulta,neces-
sariamente deixa os seus registos e
nesseitemépossívelverafaixaetá-
ria e quadrante social de quem con-
sulta os nossos serviços. A pesquisa
do sexo, estado civil e outros facto-
res nos permitem ter uma ideia de
como tratar esse cliente.
É da opinião de que, mesmo com
essas vantagens, há alguma dis-
tracção das instituiçoes em pes-
quisar e dar mais valor a este
mecanismo, chegando até a con-
siderá-lo fútil?
Só para dar um exemplo, em mui-
to pouco tempo é possível ter cer-
cade40milpessoasemlinha,oque
faz desse trabalho algo dinâmico e
sempre actualizado. Trata-se de um
trabalho complementar para todo o
processodemarketingqueumaem-
presa efectua, dali, se calhar o facto
de as empresas não depositarem al-
guma atenção nisso.
Esse meio permite ainda criar ou-
tro tipo de campanhas de sensibi-
lização ou de apoio a determinadas
causas.Possofalar,porexemplo,do
Fórum Kandando Angola que po-
de ser encontrado no Facebook ou
da “Minha Angola” , um projecto de
combate à fome.
Estas redes permitem ter informa-
ção do perfil do visitante, se é um
cidadão individual ou corporativo,
dependendo do género ou objecti-
vo que leva à sua criação. São inú-
merasvantagensqueoferece,oque
o torna mais interessante.
“A vantagem das redes sociais passa pelo facto de haver um contacto directo,
com o intuito de fidelizar o cliente. Este, por sua vez, tem a liberdade de fazer
críticas e sugestões do trabalho prestado”
O que são
redessociais?
É uma das formas de representação
dos relacionamentos afectivos ou
profissionais dos seres humanos en-
tre si que partilham interesses mú-
tuos. Assim, um grupo de discussão
é composto por indivíduos que pos-
suem identidades semelhantes. As
redessociaispodemserdivididasem
trêsvertentes:primáriaouinformal,
secundária ou global, rede social in-
termediária ou rede associativa.
Esses sistemas funcionam através
da interacção social, buscando co-
nectar pessoas e proporcionar sua
comunicação. Orkut, Comunida-
des Virtuais, Weblogs e Fotolo-
gs são alguns exemplos.
Este sistema possibilita a cone-
xão entre pessoas e a afiliação de-
las a comunidades. Os indivíduos
são mostrados em forma de perfis,
é possível receber conexões direc-
tas (amigos) e indirectas (amigos
dos perfis), também como orga-
nizações sob forma de comuni-
dades e também ferramentas
de interacção variadas, tais
como fóruns para comunida-
des.
Na lista dos mais processa-
dos estão o Facebook, Twit-
ter,Flickr,Youtube,Hi5,My
Space e o Linkedin.
Patrícia Tucunduva é brasi-
leira e trabalha em Angola
hápoucomaisdetrêsmeses,
na empresa Genea Angola.
Como analista de marketing,
encara uma realidade dife-
rente daquilo que é o exercí-
cio da sua especialidade pro-
fissional, reconhecendo que
há ainda muito por fazer.
Para ela, Angola é uma nova
experiência e que está a ser
reconfortante, procurando
adaptar-se à nova realidade
profissional que vive depois
de alguns anos a trabalhar
nesse sector no país de que
é originária.
Perfil