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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
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RELATÓRIO
DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA NO MUNICÍPIO
DE BARRA DO CHOÇA – BA
(2013-2014)
Barra do Choça, 2014
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1. INTRODUÇÃO
A Educação de Jovens e Adultos hoje é consequência de uma longa
trajetória histórica que se confunde muitas vezes com a própria história do
Brasil. Essa trajetória é marcada intensamente por diversos conflitos, avanços,
lutas e desarrumações. Assim, a Educação de Jovens e Adultos se configurou
a partir de uma complexa rede de interesses políticos da camada dominante,
lutas e práticas formais e informais ao longo da história brasileira.
A educação escolar de jovens e adultos no Brasil compreende ações de
alfabetização, cursos e exames supletivos nas etapas de ensino fundamental e
médio. A EJA, portanto, é uma modalidade organizacional própria de ensino
que integra a estrutura da educação nacional, objetivando assegurar as
funções sociais: reparadora, equalizadora e qualificadora dos jovens e adultos
(PME, 2011, p. 129).
O Artigo 208 da Constituição Federal de 1988 tornou direito público
subjetivo do cidadão e obrigação do Estado oferecer ensino fundamental
obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
própria, direito este protegido pelo instituto
do mandado de injunção. A Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) contempla a escolarização básica
desse grupo social na Seção V, do
Capítulo II, da Educação Básica, que
assegura aos sistemas de ensino cursos e
exames que proporcionem oportunidades
educacionais apropriadas aos interesses, condições de vida e trabalho dos
jovens e aos adultos.
Nos anos 90 foram realizadas as conferências internacionais de
educação e o Brasil assumiu compromisso com a Declaração Mundial sobre
Educação para Todos, firmada em Jomtien, em 1990, com o propósito de
reduzir as taxas de analfabetismo. Desataca-se também a V Conferência
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Internacional de Educação de Adultos, realizada em Hamburgo, em 1997, que
reiterou a importância e a necessidade da EJA para todos.
Em 2010, o Conselho Nacional de Educação aprovou a Resolução de nº
03, que instituiu Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos
nos aspectos relativos a duração dos cursos, idade mínima e certificações.
Define-se, portanto, a idade mínima de 15 anos completos para o ingresso no
ensino fundamental EJA; deixa a critério do sistema de ensino a duração dos
cursos presenciais dos anos iniciais e a duração mínima de 1.600 (mil e
seiscentas) horas para os anos finais do ensino fundamental, bem como:
Fazer a chamada ampliada de estudantes para o Ensino
Fundamental em todas as modalidades;
Incentivar e apoiar as redes e sistemas de ensino a estabelecerem,
de forma colaborativa, política própria para o atendimento dos
estudantes adolescentes de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos;
Incentivar a oferta de EJA nos períodos escolares diurno e noturno,
com avaliação em processo.
2. CONTEXTO SOCIAL: BARRA DO CHOÇA
O município de Barra do Choça
está localizado na região Sudoeste da
Bahia, à 27 km de Vitória da Conquista
e à 527 km de Salvador, possuindo em
média 900 metros de altitude e uma
área, que antes era de 781,3 km²,
sendo agora, conforme dados do último
Censo de 646,631 Km². Apresenta
como coordenadas geográficas 14º 52’ Latitude Sul, 40º 39’ Longitude Oeste e
tem como municípios limítrofes Vitória da Conquista, Planalto, Caatiba e
Itambé.
Ao analisarmos os dados do Censo de 2010, constatamos que a
população de Barra do Choça sofreu uma brusca redução populacional,
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comparando-a com o censo anterior. Este fenômeno se explica pela
metodologia aplicada pelo IBGE na abordagem as famílias, bem como o
implemento de novas tecnologias utilizadas para o computo e processamento
dos dados.
Tabela 01: População por Gênero, Rural/Urbana (2000 e 2010)
O Plano Municipal de Educação - PME (2011, p. 42) destaca a crescente
evolução da taxa de urbanização no município, passando de 43,41% para
64,41%, dado que revela um grande movimento migratório, destacando-se o
deslocamento de trabalhadores rurais, em maior concentração para a zona
urbana, resultando um crescimento desordenado. Ressalta-se que a população
dos bairros periféricos continuou ligada ao campo, sobretudo na produção e na
colheita do café.
O analfabetismo sempre foi um dos principais desafios para o município
de Barra do Choça. Nas últimas duas décadas o município teve um avanço
significativo no combate ao analfabetismo. Podemos observar no quadro
abaixo que no início da década de 90 o número de analfabetos era maior que
de alfabetizados, correspondendo a 57%. Em 2000, a taxa de analfabetismo
era de 35,7% reduzindo para 27,7% em 2010 (Ver tabela abaixo):
Tabela 02: Taxa de Analfabetismo e Número de Alfabetizados e Não
Alfabetizado (1991, 2000 e 2010)
ANO MUNICIPAL NACIONAL Nº DE
ANALFABETOS
Nº DE
ALFABETIZADOS
1991 56,99% 19,33% 7.950 5.999
2000 37% 12,84% 9.716 17.066
2010 27,7% 9,37% 6.679 18.071
Fonte: Ministério da Saúde - DATASUS
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Apesar da significativa redução, a taxa municipal ainda continua acima
da média nacional de 9,6% e estadual 16,6% segundo dados de 2010,
configurando o principal desafio da EJA para os próximos anos. Analisando os
dados de analfabetismo do município, predominam pessoas das classes
populares, residentes nos bairros periféricos e da zona rural, mulheres e
negras, fazendo parte do grupo prioritário para os programas de alfabetização
e da EJA.
Ao analisarmos os dados do fluxo escolar por faixa-etária no município,
observamos que nas últimas décadas o processo de escolarização foi
significativamente ampliado, sobretudo na busca da universalização do ensino
fundamental regular, atingindo em 2010 o percentual de 93,43% de crianças de
05 a 06 anos na escola, 67,76% de 11 a 13 anos nos anos finais do ensino
fundamental seriado ou completo e 24,16% com alunos de 15 a 17 anos com o
ensino fundamental completo e apenas 13,91% de alunos de 19 e 20 anos com
o ensino médio completo.
Fluxo Escolar por Faixa Etária – Barra do Choça
4,20%
19%
42%
68,50%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Grupos de
idade 15 a 24
anos
Grupos de
idade 25 a 39
anos
Grupos de
idade 40 a 59
anos
Grupos de
idade 60 anos
ou mais
Taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de
idade - grupos de idade – IBGE (%):
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Os dados demonstram que de acordo o amadurecimento da população,
os percentuais de escolaridade diminuem consideravelmente, este por motivos
diversos, comprovando que muitos iniciam o processo de escolarização,
contudo poucos concluem o ensino básico, evidenciando o alto índice de
evasão e abandono escolar entre jovens de 15 a 20 anos de idade.
Da população com 18 anos ou mais de idade (2010), 64,8% se encontra
economicamente ativa, seguido de 35,2% de desocupados e inativos. Contudo,
os dados não explicitam a realidade dos trabalhadores temporários, como a
maioria dos lavradores que trabalham no período de colheita e ficam
desocupados nos demais meses. Outro elemento importante, é que se
constata que parte da população, sobretudo rural, tem migrado
temporariamente para outras regiões do país no período de colheita de café e
de outras culturas, incluindo alunos que precisam se ausentar por meses da
escola e de suas famílias, tornando-se muitas vezes inviável o retorno aos
estudos.
Composição da população de 18 anos ou mais de idade – 2010:
Segundo o relatório do site Atlas Brasil em 2010, das pessoas ocupadas
na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 52,16% trabalhavam no setor
agropecuário, 0,22% na indústria extrativa, 2,42% na indústria de
transformação, 9,60% no setor de construção, 0,48% nos setores de utilidade
pública, 9,84% no comércio e 23,41% no setor de serviços.
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Em meio à situação social do município, o fator “trabalho” possui uma
forte influência na Educação de Jovens e Adultos, ao considerarmos
incompatibilidade de horários, falta de perspectiva no mercado de trabalho,
desemprego e migração de parte da população desocupada para outras
regiões do estado ou do país.
Sendo assim, o contexto social e cultural em que os jovens e adultos
estão inseridos, bem como as próprias dificuldades inerentes ao processo de
ensino e aprendizagem, evidenciam ainda mais complexidade da Educação de
Jovens e Adultos no município de Barra do Choça, apresentando-nos novos
desafios e fenômenos sociais. Dessa forma, pensar a EJA é reavaliar as
políticas sociais e educacionais para um público cada vez mais jovem e
reduzido.
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3. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: possibilidades e desafios
Para Sales (2001), a história da EJA no Brasil, vista como uma
educação para conscientização política-crítica e possibilidade de emancipação
social vem, ao longo dos anos, compondo a pauta de discussões políticas e
sociais. Mas pouco se tem contribuído para atenuar o caráter discriminatório,
emergencial e assistencialista das políticas educacionais voltadas para a EJA.
Dessa forma, a Educação de Jovens e Adultos – EJA tem sido um desafio para
estudiosos, educadores e pesquisadores devido às inúmeras provocações
presente na sua dinâmica e suas limitações política-financeira, metodológicas e
sociais.
A Educação de Jovens e Adultos em Barra do Choça enfrenta os
mesmos desafios, partilhando as mesmas angústias, somado a outras
particularidades locais. Desse modo, a EJA tem apresentado resultados
satisfatórios, atendendo os requisitos didático-pedagógicos, por meio de
políticas educacionais inclusivas e inovadoras. Contudo, a gradativa redução
de matrículas e a elevada evasão escolar registrada ao longo dos últimos anos,
tem comprometido o atendimento e o processo de escolarização da demanda
inicial.
Portanto, torna-se necessário reavaliar a proposta da EJA, sua
formatação, organização e estratégias de atuação no âmbito municipal. Esta
necessidade surge como alternativa para obter melhores resultados qualitativos
e quantitativos na educação voltada para jovens, adultos e idosos, por meio da
proposta de nucleação das turmas da sede e a descentralização da
coordenação pedagógica implementada em 2014 e a qualificação dos
professores da EJA, entre outras medidas inclusivas e reparadoras.
A partir do quadro abaixo podemos observar que o número de
matrículas da EJA presencial tem oscilado levemente entre 2009 e 2013,
havendo uma redução significativa no ano de 2014. Observa-se o
descompasso entre os egressos das últimas etapas do ensino fundamental (5º
ano e 9º ano) e o número de alunos ingressos nas demais séries do Ensino
Fundamental.
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Número de matrículas de 2009 a 2014:
Ressalta-se que o município ainda possui uma demanda considerável e
que o número de matrículas registradas anualmente não atende a demanda
existente entre os jovens, adultos e idosos do município, apesar da
intensificação das campanhas de matrículas da EJA, que por si só não
garantem a matrícula, tampouco a presença dos alunos nas escolas
municipais, pois outros fatores estão envolvidos.
Constata-se, portanto, que o formato e a rotina apresentada nas turmas
da EJA não correspondem às expectativas e os anseios subjetivos e coletivos
de parte da população jovem, adulta e idosa, bem como uma realidade social
desfavorável ao processo de escolarização do público em debate. O Plano
Municipal de Educação – PME observa que mesmo com a oferta de vagas para
essa modalidade de ensino e de transporte para as localidades de difícil
acesso, a procura por essa modalidade de ensino não tem sido satisfatória
(PME, 2011, p. 133).
Destaca-se o elevado índice de evasão escolar registrado anualmente
nas turmas da EJA, com a taxa aproximada de 37%, baseado no número de
matrículas inicial e o número de alunos final, como podemos verificar na tabela
abaixo (até o fechamento da quarta unidade).
0
200
400
600
800
1000
Ano 2009Ano 2010
Ano 2011
Ano 2012
Ano 2013
Ano 2014
946
771
702
807
878
669 Nº de matrículas
por ano
Fonte: Censo Escolar – SEMED
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Tabela 03: Dados da Matrícula da EJA 2013 – Barra do Choça
Matrículas 2013
Escolas – EJA I *Nº inicial
(matriculados)
*Nº final
Escola Munic. São José 76 29
Escolas do Campo 141 76
Escola Munic. João B. Figueiredo 15 13
Centro Educacional Prof. Jorge Delano 17 12
Escola Munic. Josenildo Leite 19 12
Escola Munic. Adeliêta Ramalho 48 16
Escola Munic. Francisco Amorim 90 56
Escola Munic. Teódulo Leite 36 10
Escola Munic. Marlene Santana 54 34
TOTAL 478 302
Fonte: Censo Escolar 2013 – SEMED.
Em 2014, as dificuldades decorrentes da evasão tem evidenciado a
necessidade de reformulação das políticas educacionais voltadas para a EJA,
haja vista a redução gradativa do número de matrículas e, consequentemente
das turmas dos anos iniciais e finais do ensino fundamental.
Tabela 04: Dados da Matrícula da EJA 2014 – Barra do Choça
Escolas *Nº inicial
(matriculados)
*Nº final
Escola Municipal São José
47 34Escola São José / Acampamento Fábio
Santos
Escola Municipal Julyana (Campo) 22 12
Escola Municipal Rogério Gusmão (Campo) 17 11
Escola Municipal Olavo Bilac (Campo) 21 11
Escola Municipal Ana Nery (Campo) 12 6
Escola Municipal Rui Barbosa (Campo) 18 Desativada
Escola Munic. João B. Figueiredo 22 57
Centro Educacional Prof. Jorge Delano 13 67
Escola Munic. Francisco Amorim 124 55
Escola Munic. Marlene Santana 39 21
*Centro Educacional de Barra do Choça 176 Não informado
Total de alunos 669
Total de docentes 35
Fonte: Censo Escolar 2014 – SEMED.
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Algumas comunidades tem apresentado um histórico de resistência ao
ensino noturno, apesar da grande demanda existente em suas localidades.
Estas comunidades foram apresentadas no prognostico 2014 com o status em
potencial, uma vez que com um trabalho intensivo de mobilização e
sensibilização poderiam romper com tais dificuldades, contudo, apenas uma
delas, a comunidade da Cavada I, localizada na zona rural do município, iniciou
uma turma de EJA I, no entanto, a mesma foi desativada antes do término do
ano letivo.
Evidentemente que a evasão reúne fatores histórico-sociais, somados as
particularidades comuns às classes populares, que oscilam em sua frequência
e intensidade, entretanto, são recorrentes: o trabalho, conflitos familiares,
fadiga, drogas lícitas e ilícitas, desestímulo social, migrações
temporárias, violência (insegurança), dentre outros motivos.
Ao observar a tabela abaixo, que apresentava a previsão para a
formação de turmas para o ano de 2014, constata-se um número dentro da
média esperada, no entanto, as dificuldades para a formação destas, bem
como a frequência apresentada, alertam para a necessidade de mudanças de
nucleação e desativação de escolas para o exercício 2015.
Tabela 05: Previsão de turmas para 2014 – EJA / e turmas
confirmadas
Turmas da EJA – Fundamental I
Previsão Confirmad
as
Escola Francisco Amorim Sede 5 3
Escola João B. Figueiredo Povoado Cafezal 1 1
Escola Josenildo Leite Povoado Boa Vista 1 0
Escola Marlene Santana Distrito de Barra Nova 2 2
Escola Jorge Delano Povoado do Pau Brasil 1 1
Escola Rogério Gusmão Pau Brasil 1 1
Escola Olavo Bilac Sossego 1 1
Escola Juliana Capão Verde 2 1
Escola Ana Nery Vila Dias 1 1
Escola Vieira de Melo Salinas II 1 0
TOTAL DE TURMAS 15 11
TURMAS EM POTENCIAL
Escola Otávio Mangabeira Manoel Manteiga 1 0
Escola D. Pedro Morrinhos 1 0
Escola Idália Galdino Santo Antônio II 1 0
Escola Presidente Médici Cavada I 1 1
Escola Monteiro Lobato Vila Nova 1 0
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TOTAL DE TURMAS 5 1
Fonte: Coordenação da EJA.
A tabela abaixo apresenta a previsão de turmas para 2015, evidenciando
a tendência de redução gradativa de turmas para os próximos anos no
município de Barra do Choça. Ressalta-se que a EJA no Brasil tem como
objetivo promover a escolarização de jovens, adultos e idosos que não tiveram
a oportunidade de estudar na idade apropriada, assim, mediante o processo de
escolarização desse público, o número de matrículas tendem a reduzir
progressivamente, tendência esta, fortalecida pela Universalização do Ensino
Fundamental de 09 anos, para a faixa etária de 06 a 14 anos, bem como a
ampliação do Ensino Infantil.
Tabela 06: Previsão de turmas para 2015 – EJA
EJA - Fundamental I Previsão
Escola Francisco Amorim Sede 03
Escola Marlene Santana Distrito de Barra Nova 02/1
Escola São José Canguçu 01
Escola Juliana Capão Verde 01
Escola Rogério Gusmão Pau Brasil 01
Escola Olavo Bilac Sossego 01
Escola Jorge Delano Povoado do Pau Brasil 00
Escola João B. Figueiredo Povoado Cafezal 00
Escola Ana Nery Vila Dias 00
Escola Vieira de Melo Salinas II 00
TOTAL 09/08
Fundamental II Previsão
Centro Educacional de Barra do Choça 10
Centro Educacional de Barra Nova 04
Escola Municipal São José 02
TOTAL 16
Fonte: Coordenação da EJA.
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4. PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS – EJA (2015)
Considerando as dificuldades inerentes ao processo de escolarização de
jovens, adultos e idosos, a Secretaria Municipal de Educação iniciou o
processo de reestruturação da Educação de
Jovens e Adultos – EJA em 2014. A proposta
foi iniciada com a nucleação das escolas da
sede, por meio da Escola Municipal Francisco
Amorim, desabilitando as escolas Adeliêta
Ramalho e Teódulo Leite que apresentavam números de matrículas
insuficientes para a manutenção das mesmas.
Para tanto, foi disponibilizado o transporte escolar exclusivo para os
alunos da EJA da sede, contemplando todos os bairros da sede, com horários
e roteiro previamente definidos. O projeto teve o apoio do Departamento de
Transporte Escolar da SEMED, que viabilizou o transporte (ônibus escolar), o
motorista e a monitora, assim como o suporte necessário para a sua
efetivação.
Apesar dos contratempos, como interrupções, ficou evidente a
importância do transporte escolar para o noturno como uma política de inclusão
educacional, sobretudo na valorização e motivação dos alunos, contribuindo na
redução dos índices de evasão computados no ano letivo anterior.
4.1COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
A coordenação pedagógica específica para o núcleo permitiu o suporte
in lócus, com a pronta intervenção e regulamentação da coordenação local,
bem como a coordenação pedagógica das escolas do campo atendendo as
particularidades didático-pedagógicas do campo. Destaca-se que o campo
possui anseios e necessidades específicas, não somente pedagógicas, mas de
tempo e rotina, havendo urgência no direcionamento na atuação da
coordenação pedagógica.
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4.2O PERFIL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
É notório afirmar que vários fatores são determinantes para a evasão ou
pela má qualidade da educação oferecida no Brasil, já que fatores como
condições de trabalho são cruciais para se avaliar essa situação, por outro
lado, não se pode esquecer que o professor é o mediador entre o
aluno/conhecimento e responsável por essa relação de aquisição e construção.
Esta tarefa impõe desafios permanentes aos docentes e isso quer dizer que o
investimento na formação continuada é crucial para que eles estejam
permanentemente pensando sobre o seu fazer, buscando repostas, sempre
provisórias, para as questões que a prática cotidiana traz.
Quanto ao perfil dos professores e professoras para a EJA, há algumas
especificidades em relação aos outros docentes necessárias ao trabalho com
esse público jovem, adulto, trabalhador. Paulo Freire (1996) destaca o
compromisso do professor com seu fazer e com seu aluno, um compromisso
ético. As ideias de democracia, conscientização, transformação, diálogo,
respeito ao aluno e de educação como intervenção na realidade estão
pautadas nesse compromisso e sem ele não podem ser colocadas em prática.
Reafirmamos que alfabetizar e escolarizar os jovens, adultos e idosos
não é um processo fácil e aleatório, tampouco deve ficar em segundo plano
dentro das políticas educacionais. Para tanto, é de fundamental importância ter
um quadro de professores com perfil, experiência e formação para atuar nas
turmas de jovens e adultos do município, a partir de uma proposta pedagógica
específica.
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5 SUGESTÕES DE PROJETOS E CURSOS TÉCNICOS PARA OS
NÚCLEOS DE ATENDIMENTO A EJA.
Oficinas e Projetos:
A Educação de Jovens e Adultos – EJA propõe a realização de cursos e
atividades internas em formato de oficinas, voltadas para os alunos jovens,
adultos e idosos. O projeto considera, em sua metodologia, as especificidades
culturais, físicas e mentais do público atendido, buscando a elevação
qualitativa do processo didático-pedagógico, tornando o aprendizado
enriquecedor e envolvente.
Oficinas:
Educação Profissional: Segundo o MEC a ampliação e a melhoria
contínua da qualidade dos cursos deste setor da Educação são
fundamentais para que os trabalhadores brasileiros aumentem a
sua empregabilidade e tenham mais chances para disputar as
novas oportunidades que o mercado globalizado oferece. O
oferecimento de cursos profissionalizantes aliado ao processo de
escolarização proporcionará um currículo diferenciado aos jovens e
adultos do município, respeitando as características, necessidades
e pluralidade de gênero, étnico-racial e cultural. Por se tratar de um
município tipicamente rural, os cursos voltados para a realidade
social, econômica e política dos povos do campo contribuirão
positivamente para o processo de escolarização de jovens e
adultos, bem como para a economia local, qualificando-os para o
mercado de trabalho local e regional.
Esporte e Lazer na EJA: Baseado no Projeto Esporte na Escola, a
oficina visa introduzir a prática esportiva no ambiente escolar, com
treinamentos, exercícios, alongamentos, assim como partidas e
torneios de futsal entre os alunos/as da modalidade.
Informática e conhecimento em TI: Atividades teóricas e práticas
de informática, visando à integração entre o didático-pedagógica e a
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tecnologia da informação, tendo em vista a assimilação de novos
conhecimentos e práticas. (com certificação).
Arte na Escola: Compreende atividades artísticas desenvolvidas
nas turmas de aula, por meio da confecção de utensílios, objetivos,
reciclagem e utilização de materiais reaproveitáveis.
Artes marciais: A oficina será desenvolvida em parceria com
academias especializadas no esporte, tendo como público alvo
jovens matriculados na EJA, que possuem histórico de
vulnerabilidade social e transgressões, para que possam aprender
por meio do esporte conceitos e valores disciplinares das artes
marciais.
Projetos:
Projeto Homem do Campo: desenvolvido com o intuito de
valorizar o trabalhador rural, apresentando sua cultura, seus
costumes e hábitos.
Encerramento Junino: momento de integração e culminância entre
os alunos do noturno, por meio das festividades juninas.
Passeio Ciclístico Ecológico: O projeto procura conscientizar
sobre a importância da atividade física para a saúde e bem estar do
indivíduo, bem como promover a integração entre alunos e
comunidade.
A atividade física e recreativa é uma alternativa para promover a
participação coletiva, estimular a solidariedade, diminuir tensões e angústias
comuns no ambiente escolar. Dessa forma, a educação não pode estar
desconectada do mundo vivencial do aluno, sendo de fundamental importância
a inclusão de temáticas e conhecimentos diversos, que compatibilizam e
complementam o currículo básico da EJA, na perspectiva da sociedade atual e
do mundo do trabalho.
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6 OBJETIVOS E DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS - 2015:
Melhorar o trabalho pedagógico e didático efetivado nas turmas da EJA,
permitindo uma educação de qualidade;
Atender e reafirmar as metas apresentados pelo Plano Municipal de
Educação – PME (2011) voltadas para a Educação de Jovens e Adultos:
1. Oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) adequada à
realidade do campo.
2. Promoção da formação inicial e continuada dos professores que
atuam em EJA.
3. Ampliação do atendimento a EJA de modo a aproximar a oferta
dos quantitativos da demanda no final da vigência do plano
municipal de educação.
4. Formulação de políticas públicas que visem assegurar o
educando na EJA.
Oferecer cursos profissionalizantes para jovens e adultos em parceria
com o Governo Estadual e Federal;
Melhorar os indicadores educacionais da EJA no município;
Minimizar os índices de evasão nas turmas da EJA da sede e zona rural;
Fortalecer o atendimento em EJA por meio de políticas educacionais
específicas;
Reformular a proposta pedagógica e o plano de curso da Educação de
Jovens e Adultos;
Reduzir a taxa de analfabetismo entre a população maior de 15 anos,
com ênfase na população adulta e idosa.
Desenvolver cursos e formações voltadas para os docentes da
Educação de Jovens e Adultos.
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7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado, 1988.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº
9394/96, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação/
Câmara de Educação Básica. Resolução nº 3, de 15 de junho de 2010.
Práxis Educacional/Revista do Departamento de Filosofia e Ciências
Humanas da UESB – v.5, n. 7, jan/jun. 2009 – Vitória da Conquista:
Edições UESB, 2009.
BARRA DO CHOÇA, Secretaria Municipal de Educação. Plano
Municipal de Educação de Barra do Choça - PME, SEMED: 2011.
SALES, S. C. F. Educação de jovens e adultos no Estado da Bahia.
Programa de Aceleração I e II. Dissertação (Mestrado em Educação).
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: Programa de História,
Política e Sociedade. 2001.
SANTOS, Ivanilton Brito. Educação de Jovens e Adultos: A questão
do financiamento no município de Barra do Choça. Monografia
(Graduação em Pedagogia). Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia – UESB. 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
prática educativa. 33ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
Sites:
Atlas Brasil. Indicadores do município de Barra do Choça. Disponível em
http://atlasbrasil.org.br/2013/perfil_print/barra%20do%20cho%C3%A7a_
ba.
Deespask. Dados sociodemográficos de Barra do Choça. Disponível em
http://www.deepask.com/goes?page=barra-do-choca/BA-Confira-a-taxa-
de-analfabetismo-no-seu-municipio.