1. “TOMA O MENINO E SUA MÃE....”
POR UMA CULTURA DA ALIANÇA
Introdução: O QUE NOS DISTINGUE???
Um dos jornais mais influentes da Europa – o jornal espanhol “El País” - trouxe um artigo
logo depois do Brasil ter ganhado a disputa para sediar os jogos olímpicos de 2016,
deixando para trás cidades de grande prestígio como Madri, Chicago e Tóquio. Analisou
várias respostas já dadas por outras fontes de informações que avaliam o motivo dessa
escolha: o fato de ser a primeira Olimpíada na América do Sul; ou do Brasil ser uma
potência econômica emergente ... Mas salientou um outro elemento: a vocação inata do
Brasil e dos brasileiros para a felicidade, que acaba se irradiando internacionalmente e
contagiando o mundo! Um trecho deste artigo explica:
”Qualquer um que passa pelo Brasil, por turismo ou trabalho, sente-se
rapidamente capturado pela cordialidade, a exuberância afetiva, o
acolhimento alegre de sua gente, do norte ao sul do país. "É que com os
brasileiros não se pode brigar, porque sorriem até quando você fica
nervoso", me disse um correspondente argentino. É verdade. A vocação do
brasileiro é mais para a paz, a amizade, o entendimento mútuo, o desejo
de agradar, do que para a guerra ou a disputa. E então, o que acontece
com a violência que mata no Brasil mais que em outros países? Não é uma
violência brasileira, mas produzida pelo câncer do tráfico de drogas.
A melhor arma do brasileiro continua sendo o sorriso. O catedrático de
estética da Universidade do Rio, Isaías Latuf foi indagado em plena rua
em Buenos Aires se era brasileiro. "Como percebeu?", ele perguntou. E a
resposta foi: "Por seu sorriso".
Costuma-se dizer que os brasileiros sabem tirar felicidade até das pedras.
Eles a buscam na alegria e na tristeza...
Assim são os brasileiros. São mergulhadores no mar da felicidade e, como
não escondem isso, acabam contagiando os outros. Sem dúvida esse
contágio também teve a ver na hora da votação em Copenhague”
Mas o que tem que ver essa característica do brasileiro com o nosso tema? Tem TUDO a
ver! Assim deveríamos ser nós como schoenstatianos: que estivéssemos tão impregnados
de nossa missão mariana, da força e do poder da Aliança de Amor em nossa vida, do ser de
Maria, que pudéssemos convencer todos ao nosso redor da grandeza, da beleza e da
felicidade de nossa missão – para uma cultura da Aliança, para um Brasil Tabor!
1. “PARA MUDAR O DESTINO DOS POVOS.... “
Nosso Pai, em suas conferências, gostava de partir de uma análise do mundo e da situação
atual, pois sua fonte de reconhecimento da vontade de Deus foi sempre a “Fé prática na
Divina Providência” – ou seja, a manifestação concreta do Deus da vida na vida diária!
Por que nosso Pai fazia isso? Com certeza não para ficar preso nas situações negativas e
pesadas que aconteciam à sua volta. Mas porque nosso Pai acreditava:
• que Deus manifesta nas situações do mundo, da Igreja e do homem a sua vontade
de redenção;
2. • que Schoenstatt foi escolhido por Deus e possui uma resposta para o mundo, o
tempo e o homem de hoje com suas necessidades, suas lutas e angústias atuais,
• que nós, em virtude já do nosso Batismo e de forma específica por nossa Aliança de
Amor, somos responsáveis diante de Deus e dos homens por sermos missionários
no meio do mundo, por levar a mensagem que Schoenstatt tem a oferecer para o
mundo de hoje!
Temos que despertar sempre mais em nós, em nossos Ramos, em nossos grupos, que é
para este momento de uma mudança extraordinária e na qual se inicia uma nova etapa da
história, que Deus chama Schoenstatt à vida e que é para este tempo e este mundo que
temos uma tarefa de extraordinária importância! Lembramos? TABOR NOSSA MISSÃO!
Nosso Fundador nos explicou várias vezes sobre a importância do tempo que estamos
vivendo. Ele dizia: “Assim como caírem os dados hoje, eles permanecerão por séculos!” E
ele continua:
“Como agora se realiza a decisão no mundo, como agora caem os dados,
assim ficam não apenas por cem, duzentos, mas por quinhentos anos! Por
isso, quão grave é a nossa responsabilidade! Parece-me poder dizer... como
hoje caem os dados, como hoje nos empenhamos por Cristo e pela Mãe de
Deus, dificilmente teremos semelhante oportunidade, tarefa e dever!” 1
Passamos a fronteira do terceiro milênio e experimentamos ainda a força da mudança de
época que iniciou no século XX e que tem suas raízes no Renascimento. Vivemos uma
época de grande revolução em todos os sentidos!
Mas, qual a marca principal desta época que vivemos? É uma época em que se inverte
aceleradamente a imagem do homem e da sociedade.
“As heresias do passado se referiam fundamentalmente a Deus e ao mundo
sobrenatural; as heresias de nossa época, ao contrário, se referem
primeiramente ao ser e ao destino do homem. São erros que se movem no
campo antropológico.!” 2
Caminhamos a passos rápidos para uma cultura pós-moderna, marcada por gigantescos
progressos científicos e tecnológicos. Novas tendências determinam um novo modo de
viver, de relacionar-se, de trabalhar e de lazer – uma nova cultura!
A grande pergunta que hoje nosso Fundador, a Mãe de Deus e a própria Igreja nos fazem é
esta:
• Que selo terá a cultura da nova era cibernética, das comunicações globais, das
mudanças sociais, políticas e científicas cada dia mais poderosas?
• Estamos realmente ajudando a Igreja a ser gérmen de uma cultura que leva o selo
do Evangelho e que coloca no mundo os traços de Cristo e de Maria?
Esta heresia que ataca a imagem do homem e seu destino eterno é “alimentada” por um
bacilo – um vírus – mais forte e importante que o da gripe suína (gel mariano!!!!) Segundo o
Pe. Kentenich o “bacilo” que atinge a cultura atual até as suas raízes mais profundas e a
torna enferma é o bacilo do pensar, amar e viver mecanicista, ou o bacilo da separação
entre fé e vida, do mundo natural e sobrenatural, de Deus e do homem!
1
Kentenich, José – 19.03.1966 – apud “O Fundador nos fala – I” – Manuscrito – Brasil, 1977 – pág. 19
2
Fernandez, Pe. Rafael – Maria, quién eres? – Ed Patris 2002 – Chile – 1. edição, pág. 254
2
3. Vamos ver como este “bacilo” torna enfermo o homem atual? Vamos perceber se em nós já
existem “sintomas” desta enfermidade??????
“Havendo-se desligado do Criador, não sentindo a necessidade do Redentor, a
humanidade carece de fundamento para uma ordem moral. O homem
autônomo se sente dono absoluto do que é e do que faz. Não tem que dar
conta a ninguém de seu proceder. Desta forma reina hoje um relativismo moral
quase sem limites. Quem determina a norma em meio à selva? Quem dita as
leis? Qual é a ordem objetiva? A ditadura do poder político, do poder das
armas, do poder econômico, do poder dos meios de comunicação ou do poder
do consenso da maioria. Deus não tem nada que ver com isso!”3
Mas este homem que abandona a Deus tem que pagar muito caro pela sua “escolha”! Pe.
Kentenich afirma: “o humanismo sem Deus conduz à corrupção e chega até a bestialidade!”
A dureza de tais palavras nos faz compreender o contraste terrível que experimentamos no
mundo atual: no meio dos maiores avanços científicos e tecnológicos experimentamos cada
vez mais a corrupção em todos os níveis da sociedade, o tráfico de drogas, a exploração
dos mais fracos, as aberrações da biogenética, a confusão e distorção dos gêneros, a
violência que atinge como autores e como vítimas desde as crianças até os anciãos, a crise
de valores – inclusive do sacramento do matrimônio – dentro das famílias..... como se tudo
fosse simplesmente “possível” ou – como dizem: “normal”! Afinal o homem não é livre?????
E isto de forma tão entranhada dentro das pessoas, que infelizmente ouvimos hoje falar de
uma “cultura da morte e da violências”, de uma cultura da droga, de uma cultura do sexo...
Desde o início de sua Fundação nosso Pai quis colocar no coração de seus filhos que a
responsabilidade por esse mundo que vivemos, com suas luzes e sombras - é nossa tarefa
como schoenstatianos! Pela Aliança de Amor somos participantes da missão mariana de
nosso Pai que somente podemos entender em sua profundidade à luz dos desafios enormes
que atingem o nosso mundo atual!
Por isso nosso Pai nos diz já logo no início da Oração da Manhã do Rumo ao céu:
“No Espírito Santo ajoelhamos
e com hinos de júbilo louvamos a Cristo,
que com ela nos envia como instrumentos
para mudar o destino dos povos!” (RC 5)
Mas como mudar o destino dos povos? Só existe uma resposta: “por uma cultura da Aliança
de Amor!”
2. “ONDE CRISTO NASCE NOVAMENTE”....
Na celebração de seu aniversário de 73 anos, no dia 16.11.1958, nosso Pai faz uma
comparação de sua vida com a vida de São Paulo dizendo que sua missão “foi e é anunciar
ao mundo o mistério de Maria!” Mas Maria profundamente unida ao mistério de Cristo
Redentor, como sua companheira e colaboradora permanente em toda a Obra da
Redenção. A bi-unidade de Maria com Jesus Cristo constitui a natureza mais própria e
íntima de Maria. E completa:
“ Minha querida Família de Schoenstatt! Posso dizer que todos os (as)
senhores (as) foram incluídos (as) em minha missão. Essa missão não foi
3
Fernandez, Rafael – La Alianza de Amor com Maria – Ed. Patris, 2005 - Chile - 5. edição, pág. 162
3
4. colocada somente sobre meus ombros, mas sobre os ombros de todos os
filhos de Schoenstatt!”
Portanto, quando falamos de nossa missão mariana, não falamos da missão mariana de
fulano ou de sicrano.... por isso, esta missão não está vinculada a este Assessor ser mais
ou menos simpático! É a missão de nosso Pai – que queremos conhecer, amar e para a
qual queremos nos entregar! É a missão mariana de nosso Pai que ele quer partilhar
conosco! Somos instrumentos, colaboradores de sua própria missão mariana!!!!!!
Nossa resposta a este mundo – para que realmente aconteça uma mudança de destinos –
não é uma idéia e nem mesmo uma nova forma de viver! Não é uma metodologia – por mais
maravilhosa que seja e nem mesmo uma descoberta científica! Porque a grande chaga do
mundo moderno é em relação ao ser humano, ao seu destino eterno e a sociedade humana,
a única resposta que pode gerar uma mudança no destino dos povos e formar uma cultura
da Aliança de Amor é uma pessoa, aquela com quem queremos viver em Aliança: MARIA!
Ela é o grande sinal que Deus fez brilhar no horizonte deste tempo que nós vivemos, pois
encarna de maneira perfeita o que Deus pensou do ser humano.
“ Maria personifica a harmonia perfeita do natural com o sobrenatural. Nela
o humano se faz divino e o divino se faz próximo e familiar!” 4
Portanto a missão mariana de nosso Pai - e que nós assumimos com ele e hoje em nome
dele - é a missão que Nossa Senhora possui para este mundo e este tempo de HOJE, de
manhã, de depois de amanhã! A missão mariana de nosso Pai é a mesma que Maria
possuía: formar Cristo (nas pessoas, na sociedade) através da cultura da Aliança de A mor!
Nossa missão mariana não é fazermos algo como Maria fez, mas partilhar da sua missão e
por ela e nela ajudar a que Cristo nasça novamente no mundo de hoje!
Mas, de onde nos vem esta certeza? Da própria “Ordem da salvação” – isto é, da maneira
como Deus veio ao mundo para nos salvar! O caminho que Ele usou para vir ao mundo e
nos salvar é o mesmo caminho pelo qual Ele deseja renascer hoje em nós e por nós:
MARIA! Ele nos explica que o contexto da Salvação:
“.....possui uma modalidade mariana. Que entendemos com isso? Nós
diríamos que ele tem um colorido mariano!”5
Em outras palavras: Deus desejou que a salvação acontecesse com a colaboração de
Maria, não apenas no momento de seu nascimento, mas durante toda a sua vida e de modo
especial no seu sacrifício da cruz quando quis que sua Mãe estivesse junto dEle e ainda
antes de morrer lhe confiou toda a Igreja e a humanidade na pessoa de São João! – É esta
a convicção que nos impulsiona a sermos não “minimalistas marianos” – mas maximalistas
marianos!
Puebla enfatiza essa presença marcante de Maria na tradição do povo de Deus, acentuada
por Paulo VI: “Não se pode falar de Igreja sem que esteja presente Maria”. Maria é “a
presença sacramental dos traços maternais de Deus”. Presença feminina, que cria o
ambiente de família, de acolhimento, de amor e respeito à vida.
Nosso Pai entendeu tão profundamente todo este contexto da Salvação e do papel de Maria
para a salvação do homem de hoje que anunciou profeticamente uma “nova era mariana”!
Para ele, Maria tinha que tornar-se de qualquer forma presente no mundo para dar à luz a
Cristo salvador nestes nossos tempos!
4
Idem, pág. 163
5
Kentenich, José – 24.2.1966 – Meditações marianas
4
5. Nosso Pai nos diz:
“ Vivemos num tempo ... em que podemos esperar uma nova iniciativa divina ...
depois que o demônio tomou suas iniciativas. Deus deve tomar uma nova
iniciativa.... Vejam, a história da salvação se repete. A história da salvação
começou com o nascimento de Cristo e o “sim” de Nossa Senhora. Se o nosso
tempo quiser reencontrar Cristo, Nossa Senhora deve novamente dar à
luz a Cristo.... Nossa Senhora quer criar um mundo totalmente novo, criar
um mundo a partir daqui. Cristo deve nascer novamente!
.... Não se trata apenas de que Cristo nasça novamente em qualquer lugar.
Não! Não!... Por isso é de grande importância que conservemos o que
queríamos desde o início... o amor a Nossa Senhora! Nossa Senhora... como
caminho para o nascimento de Cristo no tempo atual, nos novos tempos!” 6
Mas como acontece isso na prática? Como Maria pode dar novamente à luz a Cristo? O
amor a Maria deve conduzir-nos a uma transformação em Maria no ser, nas atitudes e em
tudo aquilo que fazemos! Como nosso Pai disse: TUDO deve ter um colorido mariano! E
este “colorido mariano” - uma “Cultura da Aliança de Amor!”
Nosso Pai viveu profundamente da convicção que Maria é a grande educadora do homem
novo e da nova comunidade!
Para nós ele deixou a clara mensagem da necessidade de cultivarmos um amor afetivo e
efetivo a Maria: “pelo vinculo do amor filial a Maria, à conquista de uma atitude e um estilo
de vida e de trabalho marianos”.
“Maria trouxe a Luz ao mundo. Cristo, para nascer novamente em nosso
tempo necessita encontrar Maria. Tal como não quis historicamente, vir ao
mundo sem ela, tão pouco agora quer descer ao coração do mundo sem
encontrar homens e mulheres nos quais descubra seus traços. Deus é
conseqüente com seu plano. Uma vez que encontra Maria, ‘O Verbo se faz
carne e habita entre nós!’” 7
Por isso, ainda na Oração da manhã do Rumo ao céu ele nos ensina a rezar:
“Nós te agradecemos por todos os dons
que recebemos com tanta abundância,
porque escolheste Schoenstatt
onde Cristo nasce novamente!” (RC 6)
Mas Cristo não nasce nas “estrelas”! O “Belém” de hoje possui nome próprio! Qual
(estimular cada um a dizer seu nome!) Eu sou Belém! Por que então estamos em
Schoenstatt? Por que pertencemos a Schoenstatt? Para que Cristo nasça novamente ao
mundo! Como? Sendo Maria!
Nossa tarefa é clara: colocar nossos ombros, mas também nossas mãos, nossa boca,
nossos pés e principalmente nosso coração a serviço dessa missão mariana! Não
deveríamos descansar até que conquistemos o jeito de Maria e assim formemos uma
cultura da Aliança de Amor!
E aqui vale a história da festa em que cada um deveria levar uma colher de sal para a
comida....
3. A ALIANÇA DE AMOR – A RESPOSTA
6
Kentenich, José – conferência para estudantes de teologia – Milwaukee/EUA – 31.5.1963 – apud “Com Maria
ao novo milênio” – pág. 33
7
Fernandez, Rafael – Maria, quién eres? – Ed. Patris – agosto 2002 - Chile
5
6. Estamos a caminho do Centenário da Aliança de Amor e o coração de cada um dos
schoenstatianos deve novamente sentir-se abrasado, apaixonado por nossa missão mariana
que é fruto da Aliança de Amor selada por nosso Fundador em 18.10.1914 e na qual todos e
cada um de nós se incluiu por sua própria Aliança de Amor!
Mas esta não é uma paixão cega, mas uma paixão iluminada pela fé - porque sabemos,
temos a firme consciência de que nossa missão mariana concretizada e assumida livre e
conscintemente por nossa Aliança de Amor é a resposta de Deus “para mudar o destino dos
povos”! Temos a firme confiança e convicção que em nós e por nós Cristo quer novamente
nascer – à medida que formos Maria!
Além disso, temos a firme e absoluta confiança que somente pela força da Aliança de Amor
podemos formar Cristo em nós e ajudar a que Ele nasça nos outros! A Aliança de Amor vai
formando em nós mesmos uma maneira de Aliança de Amor, um estilo de vida de Aliança
de Amor, convicções, pensamentos, decisões de Aliança de Amor, um namoro de Aliança
de amor, uma educação dos filhos de Aliança de amor, um trabalhar de Aliança de Amor....
Sabemos ainda para quê tudo isso? Para que o Brasil e o mundo inteiro se tornem um
Tabor! Nosso Pai pensou grande de nós e não temos o direito de nos contentarmos com o
pequeno!!!!!!
Seria impossível para nosso Pai – e por isso também para nós – assumirmos a missão de
Nossa Senhora para os tempos de hoje, sem a Aliança de Amor – Assumir tal missão só é
possível se Maria viver em nós e isso só se torne possível pela Aliança de Amor!
Nesse conjunto entendemos porque queremos trabalhar e muito para conquistar todas as
pessoas para uma imensa e profunda corrente da Aliança de Amor – Esta é a forma
concreta, atualizada, eficiente e “nossa” de criarmos uma cultura com traços de Cristo!
Nossa convicção e nossa tarefa deve ser justamente esta que nos aponta o Documento
2014: mostrar que “a Aliança de Amor é capaz de gestar uma cultura que pode
responder às necessidades do tempo em todos os âmbitos da vida”.
Ontem o Pe. Vandemir nos colocou aquela palavra de nosso Pai da
conferência do dia 31.5.49: “Aliança nos dá uma resposta a todas as
perguntas que esperam uma solução!”8
Vivemos desta convicção? Nosso Pai vivia! E por isso estava consciente de que não
podemos ficar de braços cruzados ou esperando dos outros uma atitude e ação!
Ao voltar de Dachau, passando por uma Alemanha destruída, visitando famílias e aldeias
que sofriam além da destruição, a morte de entes queridos pela guerra, nosso Pai e
Fundador não temeu em falar àquele povo da Mãe de Deus e de nossa responsabilidade
pela transformação do tempo em que vivemos! Ele Mesmo depois de quase 4 anos de
sofrimentos físicos, espirituais e morais, Maria transbordava de seu ser e de seu coração!
Por isso ele disse num de seus sermões:
“ Podemos hoje ainda alegrar-nos? Podemos hoje ainda dizer: o mundo torna-
se cada dia mais belo?... Apesar do grande sofrimento à nossa volta e no
mundo de hoje, nós só podemos falar assim porque conhecemos nossa
missão e porque possuímos uma grande tgarefa de vida. Não somos apenas
grão de areia e tijolos, senão que arquitetos e construtores do Reino de Deus.
Nós não apenas ouvim os a marcha de triunfo de Cristo aproximar-se, senão
que podemos ajudar a preparar a sua chegada, podemos mesmos ajudar a
conduzi-lo. Nóa não apenas pedimos a proteção de nossa querida Senhora....
8
Kentenich, José – prática do dia 31.5.1949 – apud - Rafael Fernandez – o 31 de maio uma missão para o nosso
tempo – Ed. Pallotti 1998 – pág 57
6
7. Não, nós corremos para Maria e lhe dizemos: Maria, tu grande colaboradora
de Cristo na Obra da Redenção. Vê, nós estamos aqui! Toma-nos como teus
auxiliares! Queremos ser teus instrumentos, teus apóstolos....”9
Nosso atuar deve ser sinalizado por uma grande estrela: a convicção que é preciso construir
um mundo novo, desde os seus fundamentos, um mundo com base na Aliança de Amor, e
por isso um mundo mariano, e por isso um mundo cristão!! Em nós a própria Igreja deve
experimentar um profundo renascer mariano, como nunca antes pôde experimentar! Em nós
– não apenas pelo que fazemos, mas por aquilo que somos: Maria!
Cultura da Aliança, ser Maria.... Tudo muito lindo! Mas como acontece isso na prática?
Na celebração de seus 73 anos de idade, nosso Pai disse ainda:
“Reflitamos por uns momentos como, em sonho, foi confiada a missão a S.
José. O que lhe disse o anjo em sonho? “José, levanta-te, toma o Menino e
sua Mãe!” ele não disse apenas: Toma o Menino! Mas: “Toma o Menino e sua
Mãe!” (Mt 2, 13.20)
Penso que esta mesma missão me foi concedida neste dia há 73 anos. Por
isso, aquele que foi chamado antes de ser concebido no seio materno,
recebeu uma missão específica de ser o arauto de Nossa Senhora, o
mensageiro de suas glórias para o nosso tempo.
Deus também a chamou, minha querida Família de Schoenstatt, para me
ajudar nesta grande missão. Cada um dos (as) senhores (as) recebe hoje do
aniversariante esta missão, a missão de nossa Mãe e Rainha de Schoenstatt.
É um consolo que esta missão não se apóie somente sobre meus ombros,
mas que todos (as) queiram me ajudar a realizar esta gigantesca missão.
Como São José, também nós ouvimos hoje as palavras: Levanta-te! Não te
deites nem descanses, ou: não lhe desejo uma vida de conforto ou de
comodidade ou de passar bem neste mundo.... Não, o anjo disse-lhe: levanta-
te toma o Menino e sua Mãe! Recebe-a primeiramente, recebe-a em teu
próprio coração; depois prepara-lhe um lugar agradável em tua própria família
e a seguir nos corações dos outros!” 10
Nesta conferência nosso Pai nos aponta caminhos bem concretos para nos tornarmos
Maria!
1. Levanta-te: nossa missão exige de nós a ação! Não ficarmos parados, achando que
a transformação em Cristo por uma cultura da Aliança acontece com a chegada de
um raio que vem do céu! Levanta-te! Isto é: mexe-te! Faze algo! Torna-te inquieto
diante do mundo de hoje e inicia um trabalho tomando a sério a tua vida!!!!!!
2. Toma o Menino e sua Mãe! Leva contigo o Menino e sua Mãe! Em nossa vida diária
de cristãos devemos mostrar que para nós não existe fé sem Cristo e Maria, não
existe religião sem Cristo e Maria! Ambos devem dominar totalmente a nossa vida
diária! Mostrar que essa unidade é garantia de vitória!
3. Recebe-a em teu próprio coração – Faze com ela e vive com ela em Aliança!
Cultiva profundamente um amor afetivo e efetivo a Maria! Um amor afetivo e efetivo:
olhar para Maria, falar com ela e oferecer-lhe provas de amor – Capital de Graças!
4. Prepara-lhe um lugar agradável em tua própria família – É Maria presente em
minha família? Como? Em mim, por mim..... O apostolado mariano não deve ser em
primeiro lugar um apostolado de ações, um apostolado de fazer..... Mas Maria deve
9
Kentenich, José – “Unsere Marianische Sendung” – Palestra do dia 28.4.1945
10
Kentenich, José, Conferência para casais em Milwaukee/EUA – 16.11.1958 – apud – Com Maria ao novo
milênio – pág. 154
7
8. “transbordar” do meu ser! E isso deve começar em nossa casa!!!!! Nas coisas
pequenas, que ninguém vê e percebe!
5. E a seguir nos corações dos outros! Maria não é apenas para mim! Ela é para
todos! De alguma forma tenho que encontrar meios e possibilidade para que ela
entre nos corações daqueles que estão junto de mim! Conquistar, empolgar,
despertar por meu ser de Aliança MUITOS para a Aliança de Amor!
No início falamos que o grande bacilo – vírus – que ataca o homem moderno no mais
profundo de seu ser é o bacilo do pensar, amar e viver mecanicista, ou o bacilo da
separação entre fé e vida, do mundo natural e sobrenatural, de Deus e do homem!
Tomar o Menino e sua Mãe significa para nós vivermos no dia a dia aquilo que Maria viveu
em plenitude: a harmonia entre a natureza e a graça, a relação orgânica entre o natural e o
sobrenatural. Amar a Deus nas criaturas e através das criaturas e amar as criaturas de tal
forma que nelas não apaguemos os traços de Deus. A nova cultura que queremos implantar
no mundo de hoje é a cultura mariana, a cultura da Aliança, a cultura da harmonia entre a
natureza e a graça, entre Deus e o homem!
Somos chamamos a levar o Menino e sua Mãe e dar-lhes um lar em nossos corações e em
nossas vidas, para que assim possamos ajudar a superar uma cultura individualista e sem
alma, tornando o amor a lei que se manifesta como o poder maior e mais supremo!
Tomar o Menino e sua Mãe significa ajudar a formar uma cultura onde os valores do
coração, do amor, da fé, da pureza, da liberdade, da generosidade e não da ganância,
possuem uma especial importância e assim superar a nossa cultura machista!
Paulo VI falava da “Civilização do Amor” e convocava os cristãos do mundo inteiro a
lutarem por ela! Maria é aquela que abre as portas para essa nova “civilização do amor”. Ela
é o coração da Igreja, a qual é chamada a ser alma do mundo. Ela é a Mãe da unidade, da
unidade que começa nas nossas famílias, nos nossos grupos, nos nossos Ramos, nos
nossos locais, nas nossas Paróquias e dentro das diversas comunidades de Schoenstatt, de
uns com os outros! Ela é a Mãe que não pode outra coisa senão congregar a Igreja como
Família. Ela educa homens novos capazes de dar e de receber amor.
Nossa cultura, enferma pelo individualismo e a massificação, não sabe solucionar a tensão
entre indivíduo e comunidade. A vida de Aliança com Maria ajuda a que vivamos a
dignidade e autonomia de uma personalidade livre, ao mesmo tempo que desperta em nós a
responsabilidade e o comprometimento pela Comunidade! O homem mecanicista e
maquinizado, destrói todos os vínculos queridos por Deus. O homem novo mariano, que
Schoenstatt propõe, busca cultivar e viver em plenitude os vínculos do amor, tanto na ordem
natural como sobrenatural. A nova cultura mariana, a cultura da Aliança que desejamos e
aspiramos e que começa em nós - por ser mariana, será uma cultura do Tabor – pois
lembramos que o segundo elemento do Tabor é: Maria formada à imagem de Cristo quer
formar Cristo em nós!
4. PARA UMA CULTURA DE ALIANÇA – UMA CULTURA DE MARIA
Já falamos que é impossível ajudarmos a formar uma nova cultura sem a Aliança de Amor.
A Aliança não é apenas fundamento desta nova cultura, mas é a sua condição essencial!
Nosso Pai que mesmo sem usar a expressão “Cultura da Aliança de amor” cresceu, viveu e
deu sua vida por esta cultura – nos mostra por sua vida e acentua que também os homens
são chamados a esta transformação em Maria pela Aliança de Amor!
Esta cultura da Aliança de Amor é um desafio: um desafio que deve começar em cada um
de nós!
Que grande e imenso desafio para os representantes do sexo masculino dentro do
Movimento de Schoenstatt, por fidelidade à sua Aliança de Amor e para uma cultura
8
9. de Aliança verem seus lugares de trabalho, de estudo, de esporte, de lazer, não em
primeiro lugar como locais de competição, de busca e mostra de poder, mas como
lugares onde o humano é valorizado mais que os bens materiais;
Que grande desafio para eles amarem com o coração de Maria, buscando em cada
mulher não apenas o físico e terreno, mas também a riqueza de sua alma e os
valores inigualáveis de seu coração;
Que grande e imenso desafio para os homens serem formados de tal maneira por
Maria que possam ver em cada mulher a imagem e presença de Maria e assim
amar, respeitar e valorizar cada mulher como imagem daquela que no céu é Rainha;
Que grande e imenso desafio é para nós mulheres, que temos a grande graça e o
privilégio de podermos também fisicamente possuir os traços de Maria, de sermos
para aqueles com quem convivemos um constante apontar para a unidade que deve
existir entre o céu e a terra; de colocarmos “alma” e não apenas “corpo” em todas as
coisas que fazemos;
Que grande e imenso desafio para nós é nos vestirmos, andarmos, educarmos,
agirmos, nos comportarmos de tal maneira que realmente se torne mais fácil para os
homens verem em nós, nas nossas filhas, a imagem de Maria;
Que grande e imenso desafio é para os nossos jovens de Schoenstatt viverem um
namoro cristão e mariano, que por terem seu coração enlaçado ao de Maria por uma
Aliança, é descartada qualquer possibilidade do amor sem compromisso, sem
maturidade e sem conseqüências; onde o estar junto com o outro, o participar numa
festa ou num baile não se resume “no ficar” porque é moda e todos ficam e todos
fazem;
Que grande e imenso desafio é para nossas famílias de Schoenstatt viverem como
uma família cristã que encontra sua força, inspiração e impulso sempre renovado no
Sacramento do Matrimônio e numa vida de Aliança onde os valores do Deus
presente no coração dos filhos são tão importantes e tão valorizados quanto a
qualidade da escola que estudam ou as viagens que eles possam fazer;
Que grande e imenso desafio é para nós todos no trabalho, no estudo, na vida
social, no lazer mostrarmos que é possível vivermos como pessoas vinculadas à
família, à ideais maiores que aquele que o mundo apresenta, à pessoas, à fé, à
religião, a valores, à nossa Paróquia, à nossa Pátria, a Deus;
Que grande e imenso desafio é para nós vivermos a cultura da Aliança de Amor
dentro de nossas Paróquias, com outros Movimentos e grupos, fazendo como Maria
que partiu às pressas “para servir”.....
Que grande e imenso desafio é para nós, Padres, Irmãs, pessoas e famílias
consagradas dentro de Schoenstatt, vivermos nossa entrega a Deus pela Aliança de
Amor na radicalidade do nosso primeiro amor, de modo a despertar nos que nos são
confiados essa mesma radicalidade de amor e de entrega!
Que grande e imenso desafio é para nós todos, filhos de Schoenstatt, cultivarmos
uma vinculação profunda, séria, pessoal e conseqüente com nosso Pai e Fundador,
assumindo com ele, na força e na graça da Aliança de Amor a sua missão mariana e
mostrando que esta vinculação nos presenteia aquilo que ele possuiu numa medida
imensa: o amor e a fidelidade à Igreja!
Isso tudo só é possível pela Aliança de Amor! A cultura da Aliança não se resume numa
série de práticas marianas ou da conquistas de diversos pontos – mas na vivência tão
profunda e pessoal da vinculação a Maria que nos tornamos Maria em todas as situações!
Somos realistas e sabemos que isso tudo não é fácil! Já em 1966 nosso Pai aponta para
essa dificuldade e nos diz:
Devemos novamente nos conscientizar “de quão forte é ou deve ser a
consciência de contraste que, como Família de Schoenstatt nos distingue de
9
10. uma atmosfera geral que penetra o mundo que nos cerca. Consciência de
contraste! Quão poucos homens encontramos hoje, quão poucas associações
na Igreja vão ao encontro de tal ideal. Não queremos envergonhar-nos por
sermos diferentes dos outros. Ao contrário, queremos alegrar-nos, sermos
gratos, porque temos uma grande missão. Mas não poderemos cumpri-la se
não estivermos compenetrados de profunda consciência de contraste. Hoje o
perigo é demasiadamente grande que, em vez de cultivarmos a consciência de
contraste, cultivemos a adaptação a um ambiente que aspira a tudo, menos ao
ideal....”!11
Creio que todos nós fazemos a experiência: que seria de nossa vida sem Schoenstatt? O
que seria de nós, de nossa vida pessoal, familiar e talvez até profissional sem Schoenstatt?
Sem a realidade da Aliança de Amor em nosso dia a dia? Sem o “Nada sem vós, nada sem
nós?” Já por causa disso, por gratidão que em Schoenstatt nossa vida recebeu um novo
sentido e significado, queremos ser os missionários desta Cultura da Aliança! A gratidão
deveria nos impelir a sermos apóstolos – e sermos apóstolos que “transbordam” Maria em
todo o seu ser e por isso ajudam que os traços de Cristo se imprimam em nosso mundo!
Por isso nosso Fundador nos diz hoje:
“Não é, minha querida Família de Schoenstatt, considerando nesta grande visão
a nossa missão, a nossa tarefa, compreendemos quão seriamente o anjo falou a
São José. Mas também quanta seriedade contém a palavra do anjo endereçada
a nós. ‘ José, levanta-te!’ Quem é José? É Schoenstatt! José – a palavra é
dirigida a Schoenstatt! – levanta-te! Portanto, não fiques ocupando-te contigo
mesmo, não gires em torno de ti! É hora de levantar!... Sim, levanta-te! Vai por
todo o mundo! Toma o Menino e sua Mãe!
Schoenstatt! Levanta-te! Só então Schoenstatt, reconheceste tua missão no
tempo atual...”12
CONCLUSÃO:
UMA CULTURA DA ALIANÇA
“TRAZER UM PEDAÇO DO CÉU À TERRA”
O Beto e a Bernadete nos falaram do Hino da minha Terra... Ao ouvirmos a descrição desta
nossa “terra Natal” com certeza tivemos a impressão de que ali é o céu!
Pouco depois da bênção do Santuário de Madison – o primeiro Santuário de Schoenstatt
nos Estados Unidos – nosso Pai e Fundador contou o seguinte para a Família de
Schoenstatt daquela cidade:
“Já faz alguns anos que veio uma vez a Schoenstatt um Sacerdote da África do
Sul e posteriormente escreveu suas impressões sobre o Schoenstatt original. Ele
disse: “Schoenstatt se tornou para mim um pedaço do céu!”
Os senhores sabem o que isso significa? No céu não reina apenas o Deus Trino,
ali também reina a Mãe de Deus em seu trono.... A Mãe de Deus não está
somente no céu, mas também aqui. Ela tem aqui um lar, uma sala real... E o que
ela quer fazer? Pelo fato de que ela é Rainha coroada em Schoenstatt e do Reino
schoenstatiano, tem uma grande tarefa de fazer deste Reino um pedaço do céu!
Um pedaço do céu! Vejam os senhores, por isso nossa casa também deveria
chegar a ser um pedaço do céu. Um pedaço do céu deviam ser todos os que
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Kentenich, José – 19.03.1966 – apud “O Fundador nos fala – I” – Manuscrito – Brasil, 1977 – pág. 13
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Kentenich, José – 19.03.1966 – apud “O Fundador nos fala – I” – Manuscrito – Brasil, 1977 – pág. 22
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11. chegam aqui, todas as famílias de Schoenstatt. Em sua posição de Rainha
coroada, a Mãe de Deus tem a tarefa de educar os seus filhos de tal modo que
eles antecipem o céu, que eles possam trazer um pedaço do céu à terra!”
Iniciamos nossa reflexão falando da escolha do Brasil para sede das Olimpíadas 2016!
Falamos que a facilidade de encontrar a felicidade em todos os lugares distingue os
brasileiros!
Vamos terminar nossa reflexão falando de uma outra escolha: da escolha do Brasil para ser
o Tabor das glórias de Cristo e de Maria!
Nosso Pai e Fundador nos deu esta incumbência e tarefa!
E se a felicidade distingue os brasileiros, o que nos deve distinguir como schoenstatianos?
Que bom seria se em 2014 pudesse ser publicado nos maiores jornais da Europa e do
mundo: “Qualquer um que passa pelo Brasil, por turismo ou trabalho, sente-se rapidamente
capturado pela cordialidade, a exuberância afetiva, o acolhimento alegre de sua gente, pela
cultura da Aliança que reina do norte ao sul do país. Qualquer um que passa pelo Brasil
sente nos brasileiros a realidade do Tabor!” E pudesse ainda afirmar: A melhor arma do
brasileiro antigamente era o sorriso! Hoje, é o amor a Maria cultivado concretamente por
uma vida de Aliança de Amor!”
Ajudar a construir uma cultura da Aliança, é colaborarmos concretamente para que nossa
Pátria e o mundo inteiro se tornem um Tabor.
Queremos dar nossa colaboração: presentear nossa vida como um lugar da manifestação
de Maria, como um lugar onde ela possa novamente gerar Cristo para o mundo!
Assim ajudamos a que realmente o céu toque a terra. Ajudamos a trazer um pedaço do céu
à terra, por uma cultura da Aliança, por um Brasil Tabor!
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