Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 33-34
Apresentação para décimo primeiro ano, aula 36
1.
2. 5.2. (p. 137) Na cena que abre o II acto, o
retrato de D. João de Portugal é um
dos elementos que estabelecem a
ligação com o acto anterior, que
fechara com o quadro de Manuel de
Sousa em chamas. Maria exige de
Telmo a identificação da figura
representada, que tanto fascínio exerce
sobre ela. Esta indagação conduz a
outra função desempenhada pelo
retrato, que surge ladeado pelos de D.
Sebastião e de Camões: representar o
passado.
3. No fim do acto, o retrato tem utilidade
para o reconhecimento pedido por
Madalena. Por outro lado, a melancolia
profunda que Maria adivinhara no vulto
representado na pintura identifica-se
com o estado de espírito do Romeiro (o
próprio modelo, agora «Ninguém»).
6. pílula / *pírula / dissimilação /
evita-se a semelhança que
havia entre dois sons. Neste
caso particular, um dos LL
modificou-se em R.
7. fizeram-lo / fizeram-no /
assimilação / o pronome (lo) passa a
ligar-se por uma consoante nasal
(n), porque assim se aproxima do
som nasal da última sílaba do verbo.
8. festra (arc.) (<fenestra) / fresta /
metátese / houve a transposição
da consoante r da segunda para
a primeira sílaba (há uma
metátese quando um som muda
o seu lugar dentro da palavra).
9. crudu / cruu (arc.) / síncope /
síncope é a perda de um som a
meio da palavra. Neste caso, uma
consoante que havia na palavra
latina «crudu», -d-, desapareceu
na palavra portuguesa arcaica
«cruu» (que aliás, depois, ainda
evoluiria para «cru»).
10. a + a; a + as / à; às / crase / a
contracção da preposição «a»
com o artigo definido «a» e «as» é
a crase mais frequente.
11. tio / *tiu / sinérese / tal como a
crase, a sinérese também
contrai duas vogais, só que
tornando as duas vogais num
ditongo (neste caso: i-o > iu).
12. sic / si (arc.) / apócope / apócope
é a perda de um som ou sílaba
finais. No exemplo, a palavra
latina «sic» veio a dar «si» (que,
depois, evoluiu para sim).
13. Alandroal / *Landroal /
aférese / aférese é a perda
dos sons do início de uma
palavra.
14. você / *cê / aférese / esta
pronúncia pode acontecer no
português do Brasil.
15. portanto / *ptanto / síncope / o
autarca que ouvimos não
pronunciava um som a meio da
palavra.
17. ignorante / *iguinorante / epêntese /
a epêntese é o desenvolvimento de
um som a meio da palavra. Neste
caso, a vogal inserida, i, desfez um
grupo que não é natural no
português, gn (este tipo de
epênteses é frequente no português
do Brasil).
18. pneu / *peneu / epêntese / de
novo um grupo de consoantes
demasiado erudito (-PN-) a ser
desfeito pela inserção de uma
vogal (em Portugal, produzimos
um e; os brasileiros podem
inserir um i [*pineu]).
19. Skip / *cequipe / epêntese / assim
estava escrito num supermercado.
Quem escreveu mal inseria um som
vocálico entre [s] e [k].
20. sexo / *cequisso (no pg. do
Brasil) / epêntese / aqui o par de
consoantes desfeito foi o que
existia escondido na letra <x>,
os sons ks.
21. sport (ingl.) / esporte / prótese / o
desenvolvimento de um som no
início da palavra é uma prótese.
Os brasileiros costumam fazer
esta adaptação aos seus
empréstimos começados por s-
seguido de consoante (snob >
esnobe), enquanto em Portugal é
mais comum a manutenção da
sequência estrangeira (snob).
22. mora / amora / prótese / a palavra
portuguesa que descendeu da
palavra latina mora tem um som
inicial que não havia no seu
étimo.
23. alguidar / *alguidare / paragoge / a
paragoge é o desenvolvimento de
som no final da palavra. É comum,
por exemplo, na pronúncia
alentejana.
24. muito / *muinto / nasalação /
nasalação (ou nasalização) é a
passagem de um som não nasal a
nasal, como sucedeu ao ditongo de
«muito», que todos pronunciamos
-uin-, por influência do m- inicial
(uma consoante nasal).
25. actu- (‘acto’) / auto (‘peça’) /
vocalização / houve aqui uma
vocalização: a consoante latina c
([k]) evoluiu para um som vocálico.
26. secundária / *segundária /
sonorização / houve uma sonorização:
uma consoante surda (p, t, c [k], f, s, ...)
evolui para sonora (b, d, g, v, z, ... ).
29. alteração (mudança de sons)
aproximação a um som vizinho: assimilação
diferenciação relativamente a um som
vizinho: dissimilação
contracção de duas vogais numa só: crase
contracção de duas vogais num ditongo:
sinérese
passagem de um som não nasal a nasal:
nasalação
passagem de um som consonântico a
vocálico: vocalização
passagem de consoante surda a sonora:
sonorização
31. 1. a) prótese;
b) epêntese;
c) síncope;
d) crase;
e) sinérese;
f) assimilação;
g) nasalação;
h) vocalização.
32. 2. angelical — ‘que parece um anjo’;
convento — ‘local onde estão reunidos
os religiosos de uma determinada ordem’;
doloroso — ‘que provoca a dor’;
manual — ‘relativo a mão, que se faz à
mão’; manufacturar — ‘fabricar à mão’;
maritalmente — ‘como no casamento,
como marido e mulher’;
nocturno — ‘relativo à noite’; noctívago
— ‘que tem hábitos nocturnos, que vive à
noite’;
33. sacramento — ‘rito sagrado instituído
por Jesus Cristo para confirmar ou
aumentar a graça (baptismo,
confirmação, comunhão...)’; sacrilégio
— ‘pecado contra as coisas sagradas’;
popular — ‘que é próprio do povo,
que agrada ao povo’;
sóror — ‘forma de tratamento para
uma freira (‘uma irmã’)’.
34. 3.
a) síncope do N intervocálico e
nasalação do A;
b) síncope do L intervocálico;
c) crase;
d) crase;
e) sonorização do T;
f) sonorização do T;
35. g) vocalização do C;
h) sonorização do P e síncope do
L intervocálico;
i) apócope do E;
j) síncope do D intervocálico;
l) sinérese.
36. Na p. 58, item 4, repara na
etimologia de «tragédia»: do grego
tragoidia (= ‘canto do bode’; tragos
= ‘bode’), pelo latim tragoedia.
39. Com a cena I do acto III ficamos a saber que:
Manuel de Sousa e mulher decidem
professar;
Madalena não suspeita da verdadeira
identidade do Romeiro;
Maria está gravemente doente;
João de Portugal aguarda encontro com
Telmo (na cela de Jorge).