O documento descreve a exposição "6 Milhões de Outros", que usa objetos e histórias de vida para promover a comunicação intercultural e conscientização sobre a diversidade humana no planeta. A exposição é composta por diferentes seções que abordam temas como família, sonhos, medos, amor e questões globais por meio de objetos e depoimentos de pessoas de todo o mundo. O objetivo é que os visitantes reflitam sobre suas próprias vidas e sobre a condição humana compartilhada através do contato com
A EXPOSIÇÃO “6 MILLIARDS D’AUTRES”: DIREITOS HUMANOS E COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL
1. GT Comunicação
e Cultura
Mesa 9:
Comunicação
em diálogo
A EXPOSIÇÃO
6 MILLIARDS
D’AUTRES
E A
COMUNICAÇÃO
INTERCULTURAL
MARCIA CRISTINA HERNÁNDEZ BRIONES
Porto Alegre, 7 de novembro de 2013.
2. COMPOSIÇÃO:
peças inéditas ou
coleções/composições
temáticas que instigarão no
visitante um interesse pelo
assunto;
A exibição pode ser fixa ou
itinerante;
o ambiente é pensado e
preparado didaticamente
para despertar o interesse
do visitante;
PROMOÇÃO
mídia de apoio e divulgação
em outros dispositivos de
comunicação;
RELAÇÕES PÚBLICAS
mapeamento dos públicos, no
intuito de direcionar desde a
estrutura e temática da
exposição até a promoção da
mesma;
A EXPOSIÇÃO COMO
DISPOSITIVO DE COMUNICAÇÃO
A exposição pode ser vista como mídia e
como um fenômeno cultural (VERÓN, 1980).
4. Cultura é...
“Como sistemas entrelaçados de signos
interpretáveis (o que eu chamaria de símbolos,
ignorando as utilizações provinciais)
a cultura não é um poder, algo ao qual podem
ser atribuídos casualmente os acontecimentos
sociais, os comportamentos, as instituições ou
os processos; ela é um contexto, algo dentro
do qual eles podem ser descritos de forma
inteligível, isto é, descritos com densidade”
(GEERTZ, 1978, p. 24).
5. Ao pensarmos em
comunicação, do ponto de
vista leigo ou por vezes
científico, associamos
interação, informação,
mensagens, receptores e
emissores.
Ao pensarmos no sentido da
palavra intercultural,
entendemos que se trata de
algo além das fronteiras da
nossa cultura, como indivíduos
em uma determinada
sociedade (BRIONES, 2010, p. 23).
A EXPOSIÇÃO COMO DISPOSITIVO
DE COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL
MUNDIALIZAÇÃO
GLOBALIZAÇÃO
• apresentação da realidade
do planeta;
• esfera tecnológica
e fins lucrativos.
• refere-se a um mundo
habitável, humanizado.
6. CONSCIÊNCIA SOCIAL E CULTURAL
OBJETOS
EXPOSIÇÃO INTERCULTURAL
CONHECER O OUTRO MULTIMIDIA
DISPOSITIVO DE COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL
VISITANTE INFORMAÇÃO
7. Mundialização
da Cultura
“Refletir sobre a mundialização da cultura é de
alguma maneira se contrapor, mesmo que não seja
de forma absoluta, à ideia de cultura nacional. Diante
desse desafio, temos às vezes a tendência em negar o
processo que estamos vivenciando, nos refugiando
nas certezas e convicções continuas nas análises
clássicas das Ciências Sociais.
(ORTIZ, 1994, p. 116)
Rumo a uma cultura global!
Curioso, alguns autores acreditam que uma cultura
mundializada seria algo impossível, pois nos
encontraríamos diante de uma cultura sem memória,
incapaz de produzir nexos, vínculos entre as pessoas.”
(SMITH apud ORTIZ, 1994, p. 116)
8. A cultura que
um indivíduo
leva consigo,
relaciona-se
com a cultura
que o recebe,
através de
outro
dispositivo.
Fonte: A Autora (2010).
Analogia ao
modelo de
Shannon e
Weaver e do
sistema
fundamental de
comunicação
12. “o público experimenta de forma direta, viva e lúdica o fato científico”
(FERREIRA; ANDRADE, 2012).
13. União e sangue;
Ruptura, Confiança e
Desapego; Refeições;
Necessidade;
Acolhimento;
Mudança; Aceitação;
Individualismo;
Exemplo;
Modernidade;
Escolhas.
Mãe, Avó, Mulher;
Animais de estimação;
Escola; Brincadeiras e
Aventuras; Aniversário;
Descobertas e
Sabores; Reencontro;
Trabalho; Sofrimento,
Atenção e Emoção;
Pai, Avô.
Independente de gênero, ser notado:
Voar, pilotar aviões, viajar; Rico;
Policial, Ser ou Receber um cavaleiro;
Jornalista, Editora de Revista;
Cantora, Bailarina, Atriz; Músico;
Fugir de casa; Ser um menino;
Fantasia; Cozinheira; Ser mãe; Casar
e ter filhos; Ser alfabetizado; Ser um
guerreiro; Poder comer o bastante.
14. Enfrentamentos e Força; Seca e Fome; Lar, um
lugar; Trabalho e Desemprego; Drogas,
prostituição, prisão e vida nas ruas; Amores do
passado, Ciúmes e Perdas; Decisões, Opções e
Religião; Crescer sem os pais, sem os irmãos;
Guerra, Chernobyl, 11 de setembro, Hiroshima,
Auschwitz; Violência, Tortura, Abuso sexual,
Abuso psicológico e Resiliência; Depressão,
Solidão e Doenças.
15. Gênero e paixão; Perder os pais, Solidão; Morte, partir sem deixar feitos;
Não ter filhos; AIDS; Perder um filho; Ter filhos; Serpentes; Estranhos na família,
Casamento; Guerra, Holocausto, Genocídio, Tortura e Violência; Fenômenos
naturais; Sobrenaturais – demônios, vampiros, inferno, Deus; Ausência de
Deus; Medos não existem; Maior medo é ter medo; Privação de direitos;
Pobreza e Fome; Futuro; O Outro.
Irritação; Sofrimento do Outro; Inerente ao humano;
Chorar todos os dias, sem lagrimas; Violência
infantil, Escola; Dia do Casamento; Paternidade;
Animais de Estimação, Doenças, Solidão e Perdas;
Ficção; Coisas belas, Discursos; Felicidade; Lágrimas,
lembranças e superação; Impotência, Indiferença;
Auto reconhecimento.
16. Reflexão; A questão sem resposta; A questão final; Não
existe; Sem sentido; O destino de cada um; Luta;
Trabalho; Deus; Amor, boas notícias; Material; Para não
deixar deus sozinho; Contagiosa; Livre arbítrio; O
(re)começo; Família; Possuir sua cultura; Valores;
Criação; Existir e ser livre; Cheiros, cores, ações.
Pequenos momentos; Satisfação, Aceitação;
Viver; Ter acesso à Água; Contrastes;
Casamento; Maternidade, Paternidade;
Fugas na vida; Aprendizados; Conseguir;
Essência do ser humano; Verdade, atingível,
em todos os lugares.
17. Racismo; Machismo; Violência; Assassinato; Morte
na Igreja; Fuga; Luta; Sobrevivência; Esperança;
Banalização do verbo ‘matar’; Refugio; Feridas que
permanecem para sempre; Massacre;
Pertencimento étnico; Força; Vingança e (Não)
Desejar o mal; Perdão; Arrependimento;
Perseguição; AIDS: o pior; Resiliência.
Imigração ilegal; Espanha na África; Partir;
Atravessar o deserto; Abandono; Limites físicos e
morais; Direitos humanos; Comparações; Sonhos.
18. Conexão com a vida; Leveza; Casa é liberdade;
Material, pequenos espaços; Sentimento particular;
Proteger-se do mundo; Querer mais; Deprimente; Estar
bem não importa aonde; Origem; História; Desapego;
Linguagem; Raízes; Tradição; Modernidade; Identidade;
Nacionalidade; Um lugar.
Refúgio; Exílio; Nostalgia; Más lembranças;
Liberdade; Segurança; Sofrimento; Fuga;
Retornar ou não retornar; Buscar trabalho;
Ajuda; Rompimento; Abandono; Nação dos
sonhos; Coragem; Fronteira; Expatriação,
Deportação; Expectativa; Esquecer; Forças
concentradas para os outros; Ser feliz.
19. Acaso; Obrigação; Desconhecimento; Inicios
inusitados; Antítese do pai; Recompensa; Ritual;
Ausência de amor; Paixão; Poligamia; Igualdade;
Segredo; Expectativa.
Faces do amor; Doação; Possessão; Tudo que é próximo ao
coração; Preocupação; Paixão; Companheirismo; Um
desconhecido; Crescimento; Prática; Demonstração; Provas
materiais; Carinho; Expressão; Prover; Negociação; Compreensão;
Superação.
20. O que você vê? Como
vivem? Para onde
vão? Porque são
inquietos? Sou o tipo
de pessoa que você
gostaria de
conversar? Tomar um
chá? Sou o tipo de
pessoa que você se
juntaria para fazer um
mundo melhor? Eu
não tenho sonhos,
você tem sonhos?
MOSAICO
21. Homens: superioridade, força; Diferença física; Religião;
Sem a mulher não há vida; Força; Gostaria de ser mulher
pela admiração; Mulher que gostaria de ser homem para
poder prover para sua família; Criação materna;
Independência; Igualdade nas tarefas; Vida difícil; Carreira;
Sabedoria; Valores; Respeito.
Vem de um mesmo
lugar; Sentir-se
diferente; Ser negra;
Conservadorismo;
Origem; Estereótipo;
Ser estrangeiro;
Discriminação Gênero,
Cor; Aceitação;
Pertencimento.
Não se esquece; Tudo menos
traição; Desculpas; Se Deus
perdoa, todos devem perdoar; Deus
existe para perdoar ou não os
criminosos; Tudo menos morte;
Tempo para reflexão sobre o ato;
Intransigência; Decepção;
Vingança; Perdoar a si mesmo;
Arrependimento; Não há como
perdoar a impunidade após 30 mil
desaparecidos na Argentina.
22. Seca; Inundação; Erosão; Descongelamento;
Ecossistemas; Deflorestação; Elevação do nível do mar;
Ciclones e Tempestades; Incêndios.
Apelo; Contraste passado e futuro; Degradação.
23. O encerramento, no último espaço, comporta o
Making-Of, onde o visitante poderá saber mais
sobre a construção do projeto e a área Messages,
último espaço da exibição.
MESSAGES
Correspondente à última pergunta das entrevistas:
“Nous sommes plus que 6 milliards d’autres dans ce
planet, avez-vous un message pour les Autres?”
Essas mensagens reúnem depoimentos de todos
os tipos, as vezes engraçados, otimistas, tristes.
24. A ironia do homem moderno é visitar um
museu e lá encontrar não somente peças
históricas, mas deparar-se com o Outro,
ou com si mesmo, com sua extensão.
São os dilemas da comunicação na
atualidade. Com a oferta de informação
e dispositivos que rodeiam cada ser
humano, o fato de visitar uma exposição
e poder desconectar-se do mundo
exterior, atrai a concentração e reflexão
em relação a sua existência, ao que é a
missão do homem em um planeta com
mais de 7 bilhões de pessoas: coexistir.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
25. REFERÊNCIAS
BAUMAN, ZYGMUNT. AMOR LÍQUIDO: SOBRE A FRAGILIDADE DOS LAÇOS
HUMANOS. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR, 2004.
BAUMAN, ZYGMUNT. GLOBALIZAÇÃO: AS CONSEQUÊNCIAS HUMANAS.
TRADUÇÃO MARCUS PENCHEL. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR ED., 1999.
BRIONES, M. C. H. OS DILEMAS DA COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL:
ESTUDO DE CASOS DE REFUGIADOS DO GOLPE MILITAR CHILENO. 2010.
166 F. MONOGRAFIA (GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL,
HABILITAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS) - FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL,
PORTO ALEGRE, 2010.
FERREIRA, TS; ANDRADE, CRF. EXPOSIÇÕES SOBRE COMUNICAÇÃO
HUMANA EM MUSEUS INTERATIVOS DE CIÊNCIAS. ARTIGO ORIGINAL.
REVISTA SOCIEDADE BRASILEIRA FONOAUDIOLOGIA. 2012. 17(1):78 -84.
GEERTZ, CLIFFORD. A INTERPRETAÇÃO DAS CULTURAS . RIO DE JANEIRO:
ZAHAR, 1978.
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(P. 220 - 235). IN: MUSEUM, VOLUME 26, N °3/4, PARIS: UNESCO-COM,
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LOCHARD, GUY; BOYER, HENRI. LA COMUNICACIÓN MEDIATICA.
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26. REFERÊNCIAS
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THIBAUD, JEAN-PAUL (ORG.), L'ESPACE URBAIN EN METHODS . MARSEILLE:
ÉDITIONS PARENTHÈSES, 2002. DISPONÍVEL EM:
<HTTP://WWW.SICLONE.ORG/ARTICLES/ESPACE -PUBLIC.PDF>. ACESSO
EM: 16 MAIO 2013.
MATA, MARIA CRISTINA. NOCIONES PARA PENSAR LA COMUNICACIÓN Y LA
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PARA LA COMUNICACIÓN. BUENOS AIRES: LA CRUJÍA, 1985 .
MCLUHAN, MARSHALL. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO EXTENSÕES DO
HOMEM. SÃO PAULO: CULTRIX, 1964.
MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. ANÁLISE TEXTUAL DISCURSIVA. IJUÍ:UNIJUÍ,
2007.
ROCHA, EVERARDO P. GUIMARÃES. O QUE É ETNOCENTRISMO. SÃO PAULO:
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SIMÕES, ROBERTO PORTO. RELAÇÕES PÚBLICAS: FUNÇÃO POLÍTICA. SÃO
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VERÓN, ELISEO. A PRODUÇÃO DE SENTIDO. SÃO PAULO: CULTRIX, 1980.
VERÓN, ELISEO. ESPACES PUBLICS EN IMAGES. TRADUCCION JULIÁN
GORODISCHER. PARIS: CENTRE NATIONAL DE LA RECHERCHE
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WAINBERG, JACQUES A. TURISMO E COMUNICAÇÃO: A INDÚSTRIA DA
DIFERENÇA. SÃO PAULO: CONTEXTO, 2003.