O documento descreve a história e os tipos de terapia genética. A terapia genética envolve isolar e clonar genes específicos para substituir genes defeituosos ou ausentes. Existem duas formas principais: somática, que afeta apenas as células do indivíduo, e germinal, que pode alterar a descendência.
2. HISTÓRIA DA TERAPIA GENÉTICA
Por volta de 1930 apareceu a Engenharia Genética e
o Controlo de reprodução de plantas e de animais.
Mais tarde pelos anos 50 a 70 deu-se o
Desenvolvimento da transferência genética,
aparecimento das primeiras utilizações genéticas para
fins terapêuticos e da tecnologia do ADN
recombinante (célula com nova combinação genética).
Seguidamente nos anos 80 houve avanços na biologia
molecular que permitiram que os genes humanos
fossem sequenciados e clonados.
Já em 1990 apareceu o primeiro teste em humanos
com a utilização de células sanguíneas.
3. O QUE É?
Baseia-se na capacidade de isolar e clonar genes
específicos. Esta técnica, para além de permitir a
substituição de proteínas não funcionais ou
inexistentes, permite travar distúrbios genéticos
aplicando genes funcionais para substituição dos
genes defeituosos.
Durante o processo da terapia genética o gene com
defeito deve ser identificado e uma cópia deve ser
clonada. O gene correcto deve ser adequadamente
aplicado no paciente.
Cadeia de ADN
4. TIPOS DE TERAPIA GENÉTICA
Somática:
Os genes terapêuticos afectam apenas as células
somáticas do individuo, não afectando gerações
futuras.
Germinal:
Tem como fim a mudança definitiva da expressão
genética antes do nascimento. A taxa de êxito é de 2%
a 3%. Como não alteram apenas o genoma do
indivíduo, mas toda a sua descendência, esta técnica
pode-se tornar perigosa.
5. VANTAGENS
Encontra-se disponível para todas as pessoas;
Repara o sistema imunitário;
Mantém a imunidade existente;
O internamento hospitalar apenas dura cerca de 1
mês.
6. DESVANTAGENS
Apresenta um curto período de duração, o que se
pode dever à curta vida do vector, à
disfuncionalidade do ADN inserido nas células-alvo
e/ou à rapidez da divisão celular;
Há necessidade do uso da terapia genética várias
vezes;
Quando uma doença é causada por uma variação
dos efeitos de vários genes e não por uma mutação
apenas num gene, o tratamento é dificilmente
eficaz;
Pode induzir um tumor se o ADN for introduzido no
gene errado.
7. CASOS REAIS
Em 1993 um rapaz nasceu com imunodeficiência
combinada severa que consiste na falta da enzima
adenosina deaminase. Pessoas com esta doença
tendem a ser muito sensíveis a quaisquer tipos de
infecções e por vezes têm de viver isoladas numa
bolha de plástico.
Como já sabiam que ele sofria desta doença na altura
do seu nascimento retiraram sangue da sua placenta
e cordão umbilical.
8. O alelo que codifica a enzima foi obtido e inserido
num retrovírus que depois foi misturado com as
células estaminais retiradas da placenta e cordão
umbilical. As células estaminais que continham a
ADA funcional foram injectadas na criança
semanalmente. Durante 4 anos os leucócitos T
produziram a ADA, mas depois foi necessário mais
tratamento.
Rapaz da bolha
9. PRINCIPAIS VECTORES
UTILIZADOS
Virais:
A primeira modificação de vírus para o transporte de
genes exógenos foi relatada em 1968, com a
utilização do vírus do mosaico do tabaco, retrovírus,
adenovírus, adeno-associado, herpes simplex e vírus
da vacina.
Não virais:
Também conhecidas por mecanismos físicos de
tranferência.
10. COM APLICAÇÃO IN VIVO E EM
EX-VIVO
Os procedimentos da terapia genética in vivo
consistem em transferir o DNA diretamente para as
células ou para os tecidos do paciente.
Nos procedimentos ex-vivo, o DNA é primeiramente
transferido para células isoladas de um organismo,
previamente crescidas em laboratório. As células
isoladas são assim modificadas e podem ser
introduzidas no paciente. Este método é indireto e
mais demorado, porém oferece a vantagem de uma
eficiência melhor da transferência e a possibilidade de
selecionar e ampliar as células modificadas antes da
reintrodução.
11. CONCLUSÃO
O conceito de terapia genética pode ser aplicado a
qualquer procedimento terapêutico em que
sequências nucleotídicas são intencionalmente
introduzidas ou modificadas em células/tecidos
humanos.
Em geral, as sequências nucleotídicas introduzidas
são moléculas de ADN de genes normais que irão
repor a funcionalidade de genes correspondentes que
se encontram mutados nas células/tecidos a serem
tratados.
Este tipo de estratégia tem sido utilizada para as
doenças monogénicas tais como a fibrose quística,
hemofilia e muitas outras.