2. Características do gênero A palavra lírico vem do nome de um pequeno instrumento musical da antiguidade, a lira. Manifestação de um eu lírico, a expressão de seus sentimentos pessoais, seu mundo interior, suas emoções e impressões. Expressão artística ser estritamente subjetiva, interiorizando o mundo exterior, criando identificações; No plano formal, há predominância de pronomes e verbos em 1ª pessoa. Preocupação com a forma, com destaque para aspectos métricos e melódicos. Predomínio das funções emotiva e poética.
3. Eu lírico Também chamado de "eu poético" Enunciador do poema Existência textual, não real
4. Verso e estrofe Verso é a unidade básica do poema Cada linha de uma composição poética Estrofe é o agrupamento de versos O conjunto de versos (ou, mais raramente, o verso único) que se repete ao final de estrofes tem o nome de estribilho. Versos brancos não possuem rima Versos livres não possuem rima e métrica
8. Classificação categórica Rima rica classes gramaticais diferentes cicatriz/ feliz, cantar/mar Rima pobre mesma classe gramatical coração/ razão, dizer/fazer
12. Procedimentos de escansão Contagem até a última sílaba tônica Elisão Junção da vogal átona com vogal inicial Crase Junção de vogal átona final com idêntica inicial Sinérese Transformação do hiato em ditongo Diérese Transformação do ditongo em hiato
13. Eu, filho do carbono e do amoníaco, Eu,| fi|lho|do| car|bo|no e| do a|mo|ní|aco, Monstro de escuridão e rutilância, Mons|tro|dees|cu|ri|dão|e|ru|ti|lân|cia, Sofro, desde a epigênese da infância, So|fro,| des|de a e|pi|gê|ne|se|dain|fân|cia, A influência má dos signos do zodíaco. A in|flu|ên|cia|má|dos|sig|nos|do|zo|dí|aco Augusto dos Anjos
14. Cavalgamento Cavalgamento (enjambement) é o desalinhamento entre a estrutura oracional e o final do verso "A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados" Gregório de Matos
15. Ritmo Sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares em um verso.
16. A valsa Tu, ontem,Na dançaQue cansa,VoavasCo'as facesEm rosasFormosasDe vivo,LascivoCarmim;Na valsaTão falsa,Corrias,Fugias,Ardente,Contente,Tranquila,Serena,Sem penaDe mim! Casimiro de Abreu
18. Haicai Origem japonesa 17 sílabas em três versos (5-7-5) Referências à natureza Evento particular no presente Perpetuação de um instante
19. Um gosto de amora comida com sol. A vida chamava-se: "Agora." Guilherme de Almeida
20. Rondó Formado por oito quadras ou quatro oitavas. Uma quadra se repete ao fim de oitavas ou de duas quadras. A rima correspondente ao primeiro verso situa-se no interior do segundo, a deste no interior do quarto. O verso de preferência é a redondilha maior.
21. Rondó dos cavalinhos Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...Tua beleza, Esmeralda, Acabou me enlouquecendo.Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...O sol tão claro lá foraE em minhalma — anoitecendo!Os cavalinhos correndo,E nós, cavalões, comendo...Alfonso Reys partindo,E tanta gente ficando... Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...A Itália falando grosso,A Europa se avacalhando...Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo...O Brasil politicando,Nossa! A poesia morrendo...O sol tão claro lá fora,O sol tão claro, Esmeralda,E em minhalma — anoitecendo! Manuel Bandeira
22. Acróstico Poema em que as letras iniciais dos versos no sentido vertical formam um nome de pessoa, frase ou palavra intencional.
23. Acróstico M ais que a minha própria vidaA lém do que eu sonhei pra mimR aio de luzI nspiraçãoA mor você é assimR ima dos versos que eu cantoI menso amor que eu falo tantoT udo pra mimA mo você assim M eu coraçãoE ternamenteU m dia eu te entreguei A mo você M ais do que tudo eu seiO solR aiou pra mim quando eu te encontrei Roberto Carlos
24. Ode Em grego, significa canto. Forma variável e complexa. Exprime alegria e entusiasmo. Exaltação de personagens.
25. Ode aos ratos Rato de ruaIrrequieta criaturaTribo em frenética proliferaçãoLúbrico, libidinoso transeunteBoca de estômagoAtrás do seu quinhão Vão aos magotesA dar com um pauLevando o terrorDo parking ao livingDo shopping center ao léuDo cano de esgotoPro topo do arranha-céu Rato de ruaAborígene do lodoFuça geladaCouraça de sabãoQuase risonhoProfanador de tumbaSobreviventeÀ chacina e à lei do cão Saqueador da metrópoleTenaz roedorDe toda esperançaEstuporador da ilusãoÓ meu semelhanteFilho de Deus, meu irmão Chico Buarque
26. Soneto Composto por quatro estrofes: dois quartetos e dois tercetos. As rimas dos quartetos não se alteram. Tema único por todo o soneto. Último verso é chamado de "chave de ouro" e deve resumir o espírito do soneto.
27. Soneto da fidelidade De tudo, meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure. Vinícius de Moraes