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FISIOLOGIA ARTICULAR
A minha mulher
A. I. KAPANDJI
                     Ex-Interno dos Hospitais de Paris
             Ex-Chefe de Clínica-Auxiliar dos Hospitais de Paris
   Membro da Sociedade Francesa de Ortopedia e Traurnatologia (S.O.F.C. . T.)
                                                                      O
         Membro da Sociedade Francesa de Cirurgia da Mão (GEM.)




FISIOLOGIA ARTICULAR
  ESQUEMAS COMENTADOS                     DE MECÂNICA HUMANA




                                 VOLUME       I
                                  5ª edição

                       MEMBRO SUPERIOR

                        I. - O OMBRO
                       11. - O COTOVELO
                      111.- A PRONAÇÃO-SUPINAÇÃO
                      IV. - O PUNHO
                       V. - A MÃO




                   Com 550 desenhos originais do autor




                                                                                   ~

                                                                                  ~r
                                                                                MALOINE
Título do original em francês
PHYSIOLOGIE ARTICULAIRE. 1. Membre Supérieur
© Éditions MALOL'lE. 27, Rue de l'École de Médecine. 75006 Paris.




Tradução de
Editorial Médica Panamericana        S.A.
Revisão Científica e Supervisão por Soraya Pacheco da Costa, fisioterapeuta




ISBN (do volume): 85-303-0043-2
ISBN (obra completa): 85-303-0042-4
© 2000 Éditions 1IALOINE.
27, rue de l'École de Médecine. 75006 Paris.




                                          CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
                                    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS,                                      RJ.>


K26f
v.1
           Kapandji, A. L (Ibrahim Adalbert)
                Fisiologia articular, volume 1 : esquemas comentados de
           mecânica humana / A. L Kapandji ; com desenhos originais
           do autor; [tradução da 5.ed. original de Editorial Médica
           Panamericana S.A. ; revisão científica e supervisão por
           Soraya Pacheco da Costa]. - São Paulo: Panamericana ; Rio
           de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000
                            : 550 il.

                Tradução de: Physio1ogie articulaire, 1 : membre
            supérieur
                Inclui bibliografia
                Conteúdo: V.l. Membro superior: O ombro - O cotovelo -
            A pronação-supinação    - O punho - A mão
                ISBN 85-303-0043-2

                 l. j!ecânica humana. 2. Articulações - Atlas. 3.
            Articulações - Fisiologia - Atlas. L Título.

00-1623.                                                       CDD 612.75
                                                               CDU 612.75

231100      241100                                                                          009947


                             Todos os direitos reservados para a língua portuguesa. Excetuando críticas e resenhas científico-
              literárias. nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em sistemas computadorizados         ou transmitida
                   de nenhuma forma e por nenhum meio, sejam eletrônicos, mecânicos, fotocopiadoras, gravadoras ou qualquer outro,
                                                             sem a prévia pennissão deste Editor
                                                      (Medicina Panamericana Editora do Brasil Ltda.)




Medicina Panamericana Editora do Brasil LIDA.
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Te!.: 21-2221-9621
Fax: 21-2221-3202
www.editoraguanabara.com.br

Depósito Legal: M-53.355-2001
Impreso en Espana
ADVERTÊNCIA          DO AUTOR À QUINTA EDIÇÃO


         A partir de sua primeira edição, há sete anos atrás, este livro, inspirado principalmente por
 Duchenne de Boulogne, o "grande precursor" da Biomecânica, permâneceufiel a si mesmo, exceção
feita por algumas pequenas correções. Neste momento. na oportunidade do aparecimento da quinta
 edição, achamos necessário incluir modificações importantes. em especial no que se refere à mão. De
fato, o rápido desenvolvimento da cirurgia da mão exige um incessante aprofundamento quanto ao
 conhecimento de sua fisiologia. Este é o motivo pelo qual, à lu: de recentes trabalhos, temos escrito e
 desenhado novamente tudo relacionado ao polegar e ao mecanismo de oposição: a função da articu-
 lação trapézio-metacarpeana na orientação e rotação longitudinal da coluna do polegar se explica de
 maneira matemática a partir da teoria das articulações de dois eixos tipo cardan; assim mesmo, se es-
 clarece afunção da articulação metacalpofalangeana no "bloqueio" da preensão de grandes objetos
 e, enfim, a função da articulação intelfalangeana na "distribuição" da oposição do polegar sobre a
 polpa de cada um dos quatro dedos. A riqueza na variedade de preensão e preensões associadas às
 ações está ilustrada com novos desenhos. Temos apelfeiçoado a definição das distintas posições fun-
 cionais e de imobilização. Porfim, com o objeti,'o de estabelecer um balanço funcional rápido da mão,
 propõe-se uma série de provas de movimentos, as "preensões mais ação" que, melhor do que as va-
 lorações analíticas da amplitude de cada uma das articulações e da potência de cada mÚsculo,faci-
 litam uma apreciação sintética do valor da utilização da mão.
          No final do livro suprimimos alguns modelos obsoletos ou que não oferecem muito interesse,
 e substituímos por um modelo da mão que explica. neste caso de maneira satisfatória, a oposição do
 polegar.
          Em resumo, este é um livro renovado e enriquecido em profundidade.
PREFÁCIO À EDIÇÃO EM PORTUGUÊS


                 Passaram mais de vinte e cinco anos desde o momento em que se escreveram estes três volu-
         mes de Esquemas Comentados de Fisiologia Articular obtendo grande sucesso entre os leitores de
         todo tipo, estudantes de medicina e fisioterapia, médicos, fisioterapeutas e cirurgiões. O fato de que
         continue atual se deve ao particular caráter destas obras, cujo objetivo é o ensino do funcionamento
         do Aparelho Locomotor de maneira atrativa, privilegiando a imagem diante do texto: o princípio é
         explicar uma Única idéia através do desenho, o qual permite uma memorização e uma compreensão
         definitims. O fato de que estes livros não tenham competidor sério demonstra nitidamente o seu valor
         intrínseco. Na verdade, é a clareza da representação espacial do funcionamento dos mÚsculos e das
         articulações o que faz com que seja tão evidente: estes esquemas não integram unicamente as três
         dimensões do espaço, mas também uma quarta dimensão, a do Tempo, porque a Anatomia Funcional
         está viva e, conseqüentemente, móvel-      isto é, inscrita no Tempo. Isto diferencia a Biomecânica da
         Mecânica propriamente dita, ou Mecânica Industrial. A Biomecânica é a Ciência das estruturas evo-
         lutivas, que se mod!ficám segundo os contratempos e evolu,em em função das necessidades, capazes
         de renovar-se constantemente para compensar o desuso. E uma mecânica sem eixo materializado,
         móvel inclusive no percurso do movimento. As suas supeifícies articulares integram um jogo mecâni-
         co que seria por completo impossível na mecânica industrial, porém lhe outorga possibilidades adi-
         clOnazs.
                  Eis aqui o espírito que impregna estes volumes, ao mesmo tempo que deixa a porta aberta aos
         outros métodos de ensino para o futuro. Este é, na verdade, o segredo da sua perenidade.

                                                                                              A. I. KAPANDJI




1- ---
ÍNDICE


                                                   o OMBRO
FÍsiologia do ombro                                                  12
A flexão-extensão e a adução                                         14
A abdução                                                            16
A rotação do braço sobre o seu eixo longitudinal                     18
Movimentos do coto do ombro no plano horizontal                      18
Flexão-extensão horizontal                                           20
O movimento de circundução                                           22
O "paradoxo" de Codman                                               24
Avaliação dos movimentos do ombro                                    26
Movimentos de exploração global do ombro                             28
O complexo articular do ombro                                        30
As superfícies articulares da articulação escápulo-umeral            32
Centros instantâneos de rotação                                      34
A cápsula e os ligamentos do ombro                                   36
O tendão da porção longa do bíceps intra-articular                   38
Função do ligamento glenoumeral                                      40
O ligamento córaco-umeral na flexão-extensão                         42
A coaptação muscular do ombro                                        44
A "articulação" subdeltóide                                          46
A articulação escápulo-torácica                                      48
Movimentos da cintura escapular                                      50
Os movimentos reais da articulação escápulo-torácica                 52
A articulação estemocostoclavicular   (As superfícies articulares)   54
A articulação estemocostoclavicular   (Os movimentos)                56
A articulação acrômio-clavicular                                     58
Função dos ligamentos córaco-claviculares                            62
Músculos motores da cintura escapular                                64
O supra-espinhal e a abdução                                         68
Fisiologia da abdução                                                70
As três fases da abdução                                             74
As três fases da flexão                                              76
Músculos rotadores                                                   78
A adução e a extensão                                                80


                                              o COTOVELO
Flexão-extensão                                                      82

O cotovelo: Articulação de separação e aproximação da mão            84
8 ÍNDICE




As superfícies articulares                                        86

A paleta umeral                                                   88
Os ligamentos do cotovelo                                         90
A cabeça radial                                                   92
A tróclea umeral                                                  94
As limitações da flexão-extensão                                  96
Os músculos motores da flexão                                     98
Os músculos motores da extensão                                   100

Os fatores de coaptação articular                                 102

A amplitude dos movimentos do cotovelo                            104

As referências clínicas da articulação do cotovelo                104

Posição funcional e posição de imobilização                       106

Eficácia dos grupos flexor e extensor                             106

                                        A PRONAÇÃO-SUPINAÇÃO

Significado                                                       108
Definição                                                         110

Utilidade da pronação-supinação                                   112

Disposição geral                                                  114

Anatomia fisiológica da articulação rádio-ulnar superior          116

Anatomia fisiológica da articulação rádio-ulnar inferior          118

Dinâmica da articulação rádio-ulnar superior                      122

Dinâmica da articulação rádio-ulnar inferior                      124

O eixo de pronação-supinação                                      128
As duas articulações rádio-ulnar são co-congruentes               132

Os motores da pronação-supinação:       os músculos               134
As alterações mecânicas da pronação-supinação                     136
Compensações e posição funcional                                  138

                                                      O PUNHO

Significado                                                       140
Definição dos movimentos do punho                                 142

Amplitude dos movimentos do punho                                 144

O movimento de circundução                                        146

O complexo articular do punho                                     148
As articulações rádio-carpeanas e médio-carpeanas                 150
Os ligamentos da articulação rádio-carpeana e da médio-carpeana   152
Função estabilizadora dos ligamentos                              154
A dinâmica do carpo                                               158
 O par escafóide-semilunar                                        162

 O carpo de geometria variável                                    164
ÍNDICE 9




As alterações patológicas                                              166
Os músculos motores do punho                                           168
Ação dos músculos motores do punho                                     170

                                                        A MÃO

A sua função                                                           174
Topografia da mão                                                      176
Arquitetura da mão                                                     178
O maciço do carpo                                                      182
A escavação palmar                                                     184
As articulações metacarpofalangeanas                                   186
O aparelho fibroso das articulações metacarpofalangeanas                190
A amplitude dos movimentos das articulações metacarpofalangeanas        194
As articulações interfalangeanas                                        196
Sulcos ou canais e bainhas dos tendões tlexores                        200
Os tendões dos músculos flexores longos dos dedos                      202
Os tendões dos músculos extensores dos dedos                           206
Músculos interósseos e lumbricais                                      208
A extensão dos dedos                                                   210
Atitudes patológicas da mão e dos dedos                                214
Os músculos da eminência hipotenar                                     216
O polegar                                                              218
Geometria da oposição do polegar                                       220
A articulação trapézio-metacarpeana                                    222
A articulação metacarpofalangeana       do polegar                     238
A interfalangeana   do polegar                                         246
Os músculos motores do polegar                                         248
As ações dos músculos extrínsecos do polegar                           252
As ações dos músculos intrínsecos do polegar                            254
A oposição do polegar                                                   258
A oposição e a contra-oposição                                          264
Os tipos de preensão                                                    266
As percussões - O contato   -=-   A expressão gestual                   284
Posições funcionais e de imobilização                                   286
As mãos ficções                                                         288
A mão do homem                                                          290
Modelos de mecânica articular para cortar                               292



BIBLI OG RAFIA                                                          296
10 FISIOLOGIA ARTICULAR
1. MEfBRO   SUPERIOR   11




Fig.1-1
12 FISIOLOGIA ARTICULAR




                                   FISIOLOGIA DO OMBRO


     o ombro, articulação proximal do mem-            bro superior, de duas maneiras diferentes:
bro superior (fig. 1-1, pág. 11), é a mais móvel
                                                               a rotação voluntária (também deno-
de todas as articulações do corpo humano.
                                                               minada "rotação adjunta') que utiliza
       Possui três graus de liberdade (fig. 1-2), o            o terceiro grau de liberdade e não é
que permite orientar o membro superior em re-                  possível se,não for em articulações de
lação aos três planos do espaço, graças a três
  ....                                                         três eixos (as enartroses). Deve-se à
eixos pnnClpals:                                               contração dos.músculos rotadores;
     1) Eixo transverso,      incluído no plano                a rotação automática (também deno-
        frontal:
                                                               minada "rotação conjunta") que apa-
        Permite movimentos de fIexão-exten-                    rece sem nenhuma ação voluntária nas
        são realizados no plano sagital (ver                   articulações de dois eixos, ou nas arti-
        figo 1-3 e plano A da figo 1-9).                       culações de três eixos quando funcio-
     2) Eixo ântero-posterior,       incluído   no             nam como articulações de dois eixos.
        plano sagital:                                         Mais adiante trataremos o paradoxo
                                                               de CODMAN.
        Permite os movimentos de abdução (o
        membro superior se afasta do plano de              A posição de referência é definida como
        simetria do corpo), adução (o membro          decrevemos a seguir:
        superior se aproxima ao plano de sime-
                                                            O membro superior pende ao longo do
        tria) realizados no plano frontal (ver
                                                      corpo, verticalmente, de maneira que o eixo
        figs. 1-4 e 1-5 e plano B da figo 1-9).
                                                      longitudinal do úmero (4) coincide com o eixo
     3) Eixo vertical, determinado pela inter-        vertical (3). Na posição de abdução a 90° o ei-
        secção do plano sagital e do plano            xo longitudinal (4) coincide com o eixo trans-
        frontal:                                      versal (1). Na posição de fIexão de 90°, coinci-
        Corresponde à terceira dimensão do es-        de como o eixo ântero-posterior (2).
        paço; dirige os movimentos de fIexão e             Portanto, o ombro é uma articulação com
        de extensão realizados no plano hori-         três eixos principais e três graus de liberdade;
        zontal, o braço em abdução de 90° (ver        o eixo longitudinal do úmero pode coincidir
        também figo 1-8 e plano C da figo 1-9).       com um dos dois eixos ou se situar em qual-
     O eixo longitudinal do úmero (4) permite         quer posição intermédia para permitir o movi-
a rotação externalinterna do braço e do mem-          mento de rotação externa/interna.
1. MEMBRO   SUPERIOR   13




    ,2-4. ,- -.,
    I J


    i/0
I   I
    ,
    I
                   (
                   (




                       Fig.1-2
14 FISIOLOGIA ARTICULAR




                          A FLEXÃO-EXTENSÃO E A ADUÇÃO


      Os movimentos      de flexão-extensão       do "coto" do ombro no plano horizontal (pág.
(fig.1-3) se realizam no plano sagital (plano     18) e por isso é preferível não utilizá-los quan-
A, figo 1-9), ao redor de um eixo transversal     do nos referimos aos movimentos do membro
(1, figo 1-2):                                    supenor.
     a) extensão: movimento de escassa ampli-          A partir da posição anatômica (máxima
        tude, 45 a 50°;                           adução), a adução (fig. 1-4) no plano frontal é
     b) flexão: movimento de grande ampli-        mecanicamente impossível devido à presença
        tude, 180°; observar que a mesma          do tronco.
        posição de flexão a 180° pode ser              A partir da posição anatômica, não é pos-
        definida também como uma abdução de       sível a adução se não for associada com:
        180°, próxima à rotação longitudinal
                                                       a) uma extensão: adução muito leve;
        (ver mais adiante o paradoxo de
        CODMAN).                                       b) uma flexão: a adução alcança de 30 a 45°.
      Com freqüência se utilizam, embora de            A partir de qualquer posição de abdução, a
modo errôneo, os termos de antepulsão para se     adução, neste caso denominada "adução relati-
referir à flexão e retropulsão para a extensão.   va", é sempre possível no plano frontal, até a
Isto leva a uma confusão com os movimentos        posição anatômica.
L MEMBRO SUPERIOR   15




               b
    Fig. 1-3




a                  b
    Fig.1-4
16 FISIOLOGIA ARTICULAR




                                         AABDUÇÃO


     A abdução (fig. 1-5), movimento que                   (b) abdução de 0° a 60°, que unicamen-
afasta o membro superior do tronco, se realiza                 te pode se realizar na articulação es-
no plano frontal (plano B, figo 1-9), ao redor                 cápulo-umeral;
do eixo ântero-posterior (fig. 1-2, eixo 2).               (c) abdução de 60° a 120° que necessita
     A amplitude da abdução alcança os 180°:                   da participação da articulação escá-
o braço está em posição vertical por cima do                   pulo-torácica;
tronco (d).                                                (d) abdução de 120° a 180° que utiliza,
    Duas advertências:                                         além das articulações escápulo-
                                                               umeral e escápulo-torácica, a incli-
    -   a partir dos 90°, a abdução aproxima o                 nação do lado oposto do tronco.
        membro superior ao plano de simetria
                                                        Observar que a abdução pura, descrita uni-
        do corpo; também é possível chegar à       camente no plano frontal, é um movimento pou-
        posição final de abdução de 180° me-       co comum. Pelo contrário, a abdução associada
        diante um movimento de flexão de
                                                   com uma fiexão determinada, isto é, a elevação
        180°;
                                                   do braço no plano da escápula, formando um
    -   do ponto de vista das ações musculares     ângulo de 30° em sentido anterior com relação
        e do jogo articular, a abdução, a partir   ao plano frontal, é o movimento mais utilizado,
        da posição anatômica (a), passa por        principalmente para levar a mão até a nuca ou à
        três fases:                                boca.
1. JIEMBRO SUPERIOR   17




.


           /




           a             b




    /  1/

       c                     d
               Fig.1-5
18 FISIOLOGIA ARTICULAR




          A ROTAÇÃO DO BRAÇO SOBRE O SEU EIXO LONGITUDINAL


      A rotação do braço sobre o seu eixo longi-         ao longo do corpo. Pelo contrário, a ro-
tudinal (fig. 1-2, eixo 3) pode ser realizada em         tação externa mais utilizada, portanto a
qualquer posição do ombro. Trata-se da rotação           mais importante do ponto de vista fun-
voluntária ou adjunta das articulações com três          cional, é o setor compreendido entre a
eixos e três graus de liberdade. Em geral, esta          posição anatõmica fisiológica (rotação
rotação se mede na posição anatõmica do braço            externa -30°) e a posição anatõmica
que pende verticalmente ao longo do corpo (fig.          clássica (rotação 0°).
 1-6, vista superior).                                 c) Rotação interna: a sua amplitude é de
     a) Posição anatômica, denominada rota-               100 a 110°, Para conseguir realizar essa
        ção externa/interna 0°: para medir a am-          rotação, o antebraço deve passar ne-
        plitude destes movimentos de rotação, o           cessariamente.por trás do tronco, o que
        cotovelo deve estar necessariamente jle-          exige um certo grau de extensão do om-
        xionado a 90° de maneira que o antebra-           bro. A liberdade deste movimento é in-
        ço esteja no plano sagital. Se não toma-          dispensável para que a mão possa che-
        mos esta precaução, à amplitude dos               gar até as costas. É a condição para se
        movimentos de rotação externa/interna             poder realizar a higiene perineal poste-
        do braço se somaria à dos movimentos              rior. Com relação aos primeiros 90
        de pronação-supinação do antebraço.               graus de rotação interna, é exigida ne-
        Esta posição anatõmica, o antebraço no            cessariamente uma flexão do ombro
        plano sagital, se utiliza de maneira total-       sempre que a mão estiver na frente do
        mente arbitrária. Na prática, a posição           tronco.
        de partida mais utilizada, porque se cor- .      Os músculos motores da rotação longitudi-
        responde com o equilíbrio dos rotadores,    nal serão estudados na página 78. No que se re-
        é a de rotação interna de 30° com relação   fere à rotação longitudinal de braço nas outras
        à posição anatõmica, de maneira que a       posições que não seja a anatõmica, não é possí-
        mão fica na frente do tronco. Poder-se-ia   vel medir de maneira precisa se não for median-
        se denominar posição de referência fi-      te um sistema de coordenadas polares (ver pág.
        siológica.                                  26). Os músculos rotadores intervêm de manei-
     b) Rotação externa: a sua amplitude é de       ra diferente em cada posição, uns perdem a sua
        80°, jamais alcança os 90°. Esta amplitu-   ação rotadora, enquanto outros a adquirem. Isto
        de total de 80° normalmente não é utili-    é um exemplo da lei da inversão das ações mus-
        zada nesta posição, com o braço vertical    culares segundo a posição.


          MOVIMENTOS DO COTO DO OMBRO NO PLANO HORIZONTAL


    Estes movimentos desencadeiam a ação           é maior do que a da retroposição.
da articulação escápulo-torácica (fig. 1-7):           Ação muscular:
     a)   posição anatômica;                           Anteposição: peitoral maior, peitoral me-
     b) retroposição do coto do ombro;                              nor, serrátil anterior.
     c) anteposição do coto do ombro.                  Retroposição: rombóides, trapézio (por-
     Observar que a amplitude da anteposição                         ção média), grande dorsal.
1. MEMBRO SUPERIOR   19




o




          a




    Fig.1-6           c




              a




                  c
    Fig.1-7
20   FISIOLOGIA ARTICULAR




                            FLEXÃO-EXTENSÃO HORIZONTAL


     É o movimento do membro superior no pla-            Extensão horizontal, movimento que as-
no horizontal (fig. 1-8 e plano C da figo 1-9) ao   socia a extensão e a adução de menor amplitude,
redor do eixo vertical ou, mais exatamente, em      30-40°, ativa os seguintes músculos:
tomo de uma sucessão de eixos verticais, dado
que o movimento se realiza não só na articula-              deltóide (fascículos póstero-extemos
ção escápulo-umeral (fig. 1-2, eixo 4), mas tam-            IV e V, e póstero-intemos VI e VII em
bém na escápulo-torácica (ver figo 1-37).                   proporção variável entre eles e com o
                                                            fascículo IIl),          ,
     Posição anatõmica: o membro superior
está em abdução de 90° no plano frontal, o qual             supra-espinhal,
provoca a contração da seguinte musculatura:                infra-espinhal,
      -   deltóide (principalmente a sua porção             redondos maior e menor,
          acromial, figo 1-65, IIl),
                                                            rombóides,
      -   supra-espinhal,
                                                            trapézio (fascículo espinhal que se so-
      -   trapézio: porções superior (acromial e
                                                            ma aos outros dois),
           clavicular) e inferior (tubercular),
      -   serrátil anterior.                                grande dorsal (em antagonismo-siner-
                                                            gismo com o deltóide que anula o im-
     Flexão horizontal, movimento que associa               portante componente de adução do
a flexão e a adução de 140° de amplitude, ativa             grande dorsal).
os seguintes músculos:
          deltóide (fascículos ântero-intemo I e         A amplitude total deste movimento de fle-
          ântero-extemo II em proporção variá-      xão-extensão horizontal alcança quase os 180°.
          vel entre eles e com o fascículo IIl),    Da posição extrema anterior à posição extrema
                                                    posterior se ativam, sucessivamente, como se
          subescapular,
                                                    fosse uma escala musical de piano, as diferentes
          peitorais maior e menor,                  porções do deltóide (ver pág. 70), que é o prin-
          serrátil anterior.                        cipal músculo deste movimento.
1. MEMBRO SUPERIOR   21




       b




a




              c
    Fig.1-8
22   FISIOLOGIA ARTICULAR




                            o MOVIMENTO            DE CIRCUNDUÇÃO


        A circundução combina os movimentos              por trás do setor III e à esquerda do setor V.
elementares ao redor de três eixos (fig. 1-9).           O setor VII, não visível, se situa por cima).
Quando esta circundução alcança a sua amplitu-            A seta, prolongamento da direção do braço,
de máxima, o braço descreve no espaço um co-         indica o eixo do cone de circundução e a sua
ne irregular: o cone de circundução. Este cone
                                                     orientação no espaço se corresponde levemente
delimita, na esfera cujo centro é o ombro e cujo
                                                     com a definida como posição funcional (ver figo
raio é igual à longitude do membro superior, um      1-16), mas neste caso o cotovelo se encontra em
setor esférico de acessibilidade, em cujo interior
                                                     extensão. O setor V que inclui o eixo do cone de
a mão pode pegar objetos sem deslocar o tron-
                                                     circundução é o ~etor de acessibilidade prefe-
co, para eventualmente levá-Ios à boca.
                                                     rencial. A orientação para a frente do eixo do
     Neste esquema, a curva representa a base        cone de circundução r.esponde à necessidade de
do cone de circundução (trajetória da extremida-     proteger as mãos que trabalham sob o controle
de dos dedos), percorrendo os diferentes setores     visual. O cruzamento parcial e para frente dos
do espaço determinados pelos planos de referên-      dois setores de acessibilidade dos membros su-
cia da articulação:                                  periores obedece à mesma necessidade, permi-
      a) plano sagital (ftexão-extensão),            tindo que ambas as mãos trabalhem simultanea-
      b) plano frontal (adução-abdução),             mente sob controle visual, cooperem entre si e,
                                                     se for necessário, se substituam uma à outra; de
      c) plano horizontal (ftexão horizontal ou      modo que o conjunto dos dois setores esféricos
         extensão horizontal).
                                                     de acessibilidade dos membros superiores é con-
        A partir da posição de referência - repre-   trolado pelo campo visual dos olhos até seus
sentada por um ponto espesso - a curva passa         movimentos extremos, mantendo a cabeça fixa
sucessivamente (para o membro superior direi-        no plano sagital. Os campos visuais e os setores
to) pelos setores:                                   de acessibilidade das mãos se superpõem quase
      lU - abaixo, na frente e   à   esquerda;       completamente.
      II - acima, na frente e à esquerda;                 É necessário ressaltar que esta disposição
      VI - acima, atrás e à direita;                 só é possível no percurso da filogenia graças ao
                                                     deslocamento para baixo do forame occipitaL
      V - abaixo, atrás e à direita;                 permitindo assim que a superfície possa se diri-
      VIII - abaixo, atrás e à esquerda, em um       gir para a frente e que o olhar adote uma dire-
      trajeto muito curto, porque a extensão-adu-    ção perpendicular ao eixo longitudinal do cor-
      ção tem pouca amplitude (no esquema o se-      po, enquanto nos quadrúpedes o olhar está diri-
      tor VIII se localiza por baixo do plano C,     gido em direção ao eixo do corpo.
1. MEMBRO   SUPERIOR   23




                        I         B
                        11
VI


     I




V


                            111
         IV


              Fig.1-9
24   FISIOLOGIA   ARTICULAR




                               o "PARADOXO" DE CODMAN

      Quando, a partir da posição anatômica (fig.    de descrever um ciclo ergonômico; tais ciclos se
1-10, a e b), o membro superior vertical ao lon-     utilizam com freqüência nos gestos profissionais
go do corpo, a palma da mão girada para den-         ou esportivos repetidos, por exemplo na natação.
tro, o polegar apontando para a frente (a), pedi-    Esta rotação longitudinal voluntária que Mac Co-
mos a um sujeito que realize, com o seu mem-         naill denomina rotação adjunta, só é viável em
bro superior, um movimento de abdução de             articulações com três graus de liberdade e é indis-
+180° no plano frontal (c), seguido por um mo-       pensável durante o ciclo ergonômi€o. Isto fica de-
vimento de extensão relativa de -180° no plano       monstrado na seguinte experiência: a partir da po-
sagital (d), o membro superior se encontra no-       sição anatômica, em rotação interna, com a palma
vamente vertical ao longo do corpo mas com a         da mão girada pará fora e o polegar para trás, ab-
palma da mão girada para fora e o polegar            dução até os 180°, a partir dos 90° de abdução, o
apontando para trás (e).                             movimento fica bloqueado e é necessário realizar
     Também é possível realizar o ciclo inverso:     uma rotação externa voluntária para continuar. De
flexão de 180° e, a seguir, uma adução de 180°,      fato, causas anatômicas, tensão ligamentar e mus-
mas os sinais estão invertidos e obtemos uma         cular, não permitem que a rotação conjunta conti-
rotação externa de 180°.                             nue no sentido da rotação interna e é necessário
      É fácil constatar que a palma da mão modi-     recorrer a uma rotação adjunta externa para anular
fica a sua orientação, provocando um movimen-        a rotação conjunta interna e finalizar o ciclo ergo-
to de rotação longitudinal de 180°.                  nômico. Isto explica a necessidade de uma articu-
                                                     lação de três eixos na raiz dos membros.
     Neste duplo movimento de abdução segui-
do por uma extensão, se produz AUTOMATI-                  Em resumo, o ombro é capaz de realizar
CAMENTE uma rotação interna de 180°: um              dois tipos de rotação longitudinal: a rotação vo-
movimento sucessivo em tomo de dois dos eixos        luntária ou adjunta e a rotação automática ou
do ombro dirige mecanicamente e involuntaria-        conjunta. Em todo momento estas duas rotações
mente um movimento ao redor do eixo longitu-         se somam algebricamente:
dinal do membro superior. É o que Mac Conaill             - se a rotação voluntária (adjunta) é nula,
denominou rotação conjunta, que aparece num                 a rotação automática (conjunta) aparece
movimento diadocal, isto é, realizado sucessiva-
                                                            com claridade: é o (pseudo) paradoxo de
mente em tomo dos dois eixos de uma articula-
                                                            Codman,
ção com dois graus de liberdade. Neste exem-
plo, a articulação do ombro, que possui três              - se a rotação voluntária tem a mesma di-
graus de liberdade, é utilizada como uma articu-            reção que a rotação automática, ela se
lação de dois eixos.                                        amplifica,
      Se utilizamos o terceiro eixo para realizar,        - se a rotação voluntária tem direção con-
voluntária e simultaneamente, uma rotação inver-            trária, esta diminui ou até mesmo anula
sa de 180°, desta vez, a mão retoma à posição de            a rotação automática: é o ciclo ergonô-
partida, o polegar apontando para a frente, depois          mlCO.
1. MEMBRO SUPERIOR 25




                       + 1800




                           c
        b
a




                                e
    d       Fig.1-10
26   FISIOLOGIA ARTICULAR




                     AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS DO OMBRO


        A avaliação dos movimentos e das posi-        braço pela posição que ocupa o cotovelo P nu-
ções nas articulações com três eixos principais e     ma esfera cujo centro é o ombro O e o raio OP
três graus de liberdade, como o ombro, repre-         equivale à longitude do úmero. Do mesmo mo-
senta uma dificuldade, porque existem ambigüi-        do que no globo terráqueo, a posição do ponto
dades. Por exemplo, se de maneira geral defini-       P se define mediante dois ângulos, a longitude
mos a abdução como um movimento de separa-            e a latitude. O ponto P se localiza na interse-
ção do membro superior do plano de simetria,          cção de um grande círculo cuja lqngitude pas-
esta definição só é válida até os. 90°, já que, a     sa pelos dois pólos e de um círculo pequeno de
partir daí, o membro superior se aproxima do          latitude cujo plano é paralelo ao do Equador,
plano de simetria por cima e, contudo, continua-      representado aqui J?elo grande círculo do plano
mos com a denominação de abdução; para ava-           sagital S. A linha dos pólos é a interseção do
liar a rotação longitudinal o problema é ainda        plano frontal F e do plano transversal T, o me-
mais árduo.                                           ridiano O é o semicírculo inferior do plano
                                                      frontal F. Mede-se aflexão como uma longitu-
        Embora seja simples avaliar um movi-          de contada para a frente, ou como o ângulo
mento quando o membro se desloca no plano de          BÔL (L é a intersecção do meridiano que pas-
referência, frontal ou sagital, sem dúvida sele-      sa por P e do Equador), e a abdução como uma
cionado arbitrariamente, a questão é mais com-        latitude, isto é, o ângulo AÔK, ou melhor ain-
plicada quando nos referimos aos setores inter-       da o seu suplementar BÔK. Além disso é viá-
médios; são necessárias pelo menos duas coor-         vel avaliar a rotação longitudinal do úmero co-
denadas angulares que utilizam um sistema de          mo um cabo em relação com um meridiano
coordenadas retangulares, ou um sistema de            vertic~l BPA que passe por P: este cabo é o ân-
coordenadas polares.                                  gulo C determinado a partir de AP.
         No sistema de coordenadas retangula-                 Portanto, este sistema de avaliação é
res (fig. 1-11), medimos o ponto de projeção do       bem mais preciso e completo que o primeiro; in-
eixo longitudinal do braço, pelo menos em dois        clusive é o único que permite representar o cone
dos três planos de referência: frontal, F, sagital,   de circundução como uma trajetória fechada na
Se transerso, T, localizando o "centro" do om-       esfera, embora se utilize menos na prática devi-
bro na interseção O dos três planos. A projeção       do à sua complexidade.
do ponto P no plano frontal F em M e no plano              Apresenta uma diferença importante com o
sagitalAS em Q permite medir o ân~ulo de abdu-        sistema de coordenadas retangulares (fig. 1-13):
ção SO?vl e o ângulo de flexão SOQ. Observar          se o ângulo de flexão BÔL é o mesmo, o ângu-
que a posição do ponto N, projeção de P no plano      lo de abdução BÔK é diferente de BÔM (em
transverso T, pode ser definido sem ambigüidade       coordenadas retangulares) e esta diferença é
a partir do momento em que conhecemos M e Q.          mais importante quanto mais se aproxime a fle-
Contudo, neste sistema, não existe nenhum modo        xão aos 90°. De fato, para uma flexão de 90° o
de avaliar a rotação sobre o eixo longitudinal        ponto P se situa no meridiano horizontal que
OP.
                                                      passa por E. O ângulo BÔM, então, é sempre
        No sistema das coordenadas polares            igual a 90°, enquanto o ângulo AÔK pode variar
(fig. 1-12) ou acimutais, se define a direção do      de O a 90°.
1. MEIBRO   SUPERIOR   27




Fig.1-11




Fig.1-12




Fig.1-13
28   FISIOLOGIA ARTICULAR




               MOVIMENTOS DE EXPLORAÇÃO GLOBAL DO OMBRO


     Primeiro movimento de exploração glo-                   terna, a mão entra em contato com a re-
bal do ombro (fig. 1-14)                                     gião lombar.
      a) pentear-se;                                      Quando está livre e a sua amplitude é nor-
      b) levar a mão à nuca.                         mal, este movimento dirige a mão até a parte in-
                                                     ferior da região escapular contralateral.
       Quando está livre e a sua amplitude é nor-
  lal, este movimento dirige a mão em direção à          Posição funcional do ombro (fig. 1-16)
   °elhaoposta e da parte superior da região esca-        O eixo longitudinal do braço está em flexão
r'ular contralateral.                                de 45° e abdução de 60°, isto é, se encontra no
       Este movimento realizado com o cotovelo       plano vertical formando um ângulo diedro de
em flexão explora tanto a abdução (120°) quan-       45° com o plano sagital (ou frontal) e o braço es-
to a rotação externa (90°).                          tá em rotação interna de 30-40°.
     Segundo movimento de exploração glo-                 Esta posição se corresponde com o estado
bal do ombro (fig. 1-15)                             de equilíbrio dos músculos periarticulares do
                                                     ombro: por isso se utiliza esta posição para a
     Vestir um casaco:
                                                     imobilização das fraturas da diáfise umeral já
      -   o braço que se introduz na primeira        que, nestas condições, o fragmento inferior, o
          manga (braço esquerdo na figura) rea-      único sobre o qual podemos atuar, se encontra
          liza um movimento de flexão-abdução;       no eixo do fragmento superior sobre o qual
      -   o braço que vai procurar a segunda         atuam os músculos periarticulares.
          manga (braço direito na figura) realiza         Corresponde-se também com o eixo do co-
          um movimento de extensão-rotação in-       ne de circundução (fig. 1-9).
1. MEMBRO SUPERIOR   29




a

               Fig.1-14




    Fig.1-16
                          Fig.1-15
30   FISIOLOGIA ARTICULAR




                         o COMPLEXO         ARTICULAR DO OMBRO


     o ombro não está constituído por uma arti-                  grupo, contudo não pode atuar sem as
culação, mas por cinco articulações que confor-                  outras duas, já que está mecanicamen-
mam o COMPLEXO ARTICULAR DO OM-                                  te unida a elas ..
BRO (fig. 1-17), cujos movimentos com relação               4) Articulação acrômio-clavicular
ao membro superior acabamos de explicar. Estas
cinco articulações se classificam em dois grupos:                Articulação verdadeira, localizada na
                                                                 porção externa da clavícula.
      Primeiro grupo: duas articulações:
                                                            S)   Articulação esternocostoclavicular
         1) Articulação escápulo-umeral
                                                                 Articulação verdadeira, localizada na
           Articulação verdadeira do ponto de                    porção interna da clavícula.
           vista anatômico (contato de duas su-
           perfícies cartilaginosas de desliza-          Em geral, o complexo articular do ombro
           mento)                                    pode ser esquematizado da seguinte maneira:
           Esta articulação é a mais importante             Primeiro grupo:
           do grupo.                                              uma articulação verdadeira e princi-
         2) Articulação subdeltóide ou "segun-                    pal: a articulação escápulo-umeral;
            da articulação do ombro"                              uma articulação "falsa" e acessória:
           Do ponto de vista estritamente anatô-                  a articulação subdeltóide.
           mico não se trata de uma articulação;            Segundo grupo:
           contudo podemos considerar do pon-                     uma articulação "falsa" e principal;
           to de vista fisiológico, devido ser                    a articulação escápulo-torácica;
           composta por duas superfícies que
           deslizam uma sobre a outra. A articu-                  duas articulações verdadeiras e aces-
                                                                  sórias: a acrômio-clavicular e a es-
           lação subdeltóide está mecanicamente
                                                                  tem o-costo-cIavicular.
           unida à articulação escápulo-umeral:
           qualquer movimento na articulação              Em cada um dos grupos, as articulações es-
           escápulo-umeral provoca um movi-          tão unidas mecanicamente, isto é, atuam neces-
           mento na subdeltóide.                     sariamente ao mesmo tempo. Na prática, os dois
      Segundo grupo: três articulações.              grupos também funcionam simultanearnente, se-
                                                     gundo proporções variáveis no percurso dos mo-
         3) Articulação escápulo-torácica            vimentos. De maneira que podemos afirmar que
            Neste caso se trata outra vez de uma     as cinco articulações do complexo articular do
            articulação fisiológica e não anatômi-   ombro funcionam simultaneamente e em pro-
            ca. É a articulação mais importante do   porções variáveis de um grupo ao outro.
1. MEMBRO SUPERIOR   31
32    FISIOLOGIA ARTICULAR




     AS SUPERFÍCIES ARTICULARES DA ARTICULAÇÃO ESCÂPULO-UMERAL


       Superfícies   esféricas,características de         - tuberosidade     menor ou troquino,    ante-
uma enartrose e, portanto, articulação de três ei-        rior,                          I

xos e com três graus de liberdade (fig. 1-18).            -   tuberosidade   maior ou troquino, externa.
       a)   Cabeça umeral                                 b) A cavidad'e glenóide da escápula
     Orientada para cima, para dentro e trás, po-          Localizada no ângulo superior-externo do
de ser comparada com um terço de esfera de 30        corpo da escápula, se orienta para fora, para a
mm de raio. Na verdade, esta esfera está longe       frente e levemente para cima. É côncava em am-
de ser regular devido a seu diâmetro vertical ser    bos os sentidos (vertical e transversal), mas a sua
3 a 4 mm maior do que o seu diâmetro ântero-         concavidade é irregular e menos acentuada do
posterior. Além disso, num corte vértico- frontal    que a convexidade da cabeça. Está rodeada pela
(quadro) podemos comprovar que o seu raio de         proeminente margem glenóide, interrompida pela
curva diminui levemente de cima para baixo e         incisura glenóide na sua parte ântero-superior. A
que não existe um único centro da curva, mas         sua superfície é menor que a da cabeça umeral.
uma série de centros de curva alinhados ao lon-
                                                          c) O lábio glenóide
go de uma espiral. Portanto, quando a parte su-
                                                           Trata-se de um anel fibrocartilaginoso lo-
perior da cabeça umeralentra em contato com a
                                                     calizado na margem glenóide, de maneira que
glenóide, a região de apoio é maior e a articula-
                                                     ocupa a incisura glenóide e aumenta ligeiramen-
ção é mais estável, quanto mais tensos estejam
                                                     te a superfície da glenóide, embora, principal-
os fascículos médio e inferior do ligamento gle-
                                                     mente, acentua a sua concavidade restabelecen-
noumeral. Esta posição de abdução de 90° co-
                                                     do a congruência (coincidência) das superfícies
rresponde à posição de bloqueio ou close-pac-        articulares.
ked position de Mac Conaill.
                                                          Triangular, quando está seccionado,       apre-
       O seu eixo forma com o eixo diafisário um
                                                     senta três superfícies:
ângulo denominado "inclinação" de 135° e, com
o plano frontal, um ângulo denominado "decli-             -   uma superfície interna que se insere no
nação" de 30°.                                                contorno glenóide;

      Está separada do resto da epífise superior          -   uma superfície periférica onde se inse-
do úmero pelo colo anatômico, cujo plano está                 rem algumas fibras da cápsula;
inclinado 45° com relação à horizontal (ângulo
                                                          -   uma superfície central (ou axial) cuja
suplementar do ângulo de inclinação).                         cartilagem é um prolongamento da gle-
      Contém duas proeminências nas quais se                  nóide óssea e que entra em contato com
inserem os músculos periarticulares:                          a cabeça umeral.
1. MEMBRO SUPERIOR 33




Fig.1-18
34   FISIOLOGIA   ARTICULAR




                         CENTROS INSTANTÂNEOS DE ROTAÇÃO


      o centro da curva de uma superfície articu-   po se situa em outro "centro de dispersão" C2,
lar não necessariamente coincide com o centro       situado na metade superior da cabeça. Os dois
de rotação porque, além da forma da superfície,     círculos estão separados pela descontinuidade.
intervêm também o jogo mecânico da articula-
                                                          Com relação ao movimento de abdução,
ção, a tensão dos ligamentos e a contração dos
músculos.                                           podemos comparar a articulação escápulo-ume-
                                                    ral (fig. 1-20) com duas articulações:
     No que se refere à cabeça umeral, não exis-          - no início do movimento até os 500, a ro-
te, como se acreditava durante muito tempo                    tação da cabeça umeral se realiza ao re-
quando se comparava a sua forma com uma por-                  dor de um ponto situado em algum lu-
ção de esfera, um centro fixo e imutável durante              gar do círculo Ci;
o movimento, mas sim, como demonstraram os
recentes trabalhos de Fischer e cols., uma série         -   no fim da abdução entre 50 e 900, o cen-
de centros instantâneos de rotação (CIR) que se              tro de rotação se localiza no círculo C2;
correspondem com o centro do movimento rea-              -   ao redor dos 500, a descontinuidade do
lizado entre duas posições muito próximas entre              movimento acontece cujo centro se lo-
elas. Estes pontos se determinam mediante a                  caliza claramente por cima e por dentro
análise informática de uma série de radiografias             da cabeça.
suceSSivas.
                                                          Durante o movimento de flexão (fig. 1-21,
     Assim sendo, durante o.movimento de ab-        vista externa) a mesma análise demonstra que
dução considerado plano, isto é, mantendo uni-      não existe uma grande descontinuidade na tra-
camente o componente de rotação de úmero no         jetória dos CIR, o que corresponde a um único
plano frontal, existem dois grupos de CIR (fig.     "círculo de dispersão" centrado na parte infe-
1-19) dentre os quais aparece uma descontinui-      rior da cabeça à mesma distância de ambas as
dade (3-4) até hoje sem explicação viável. O pri-   margens.
meiro grupo se localiza num "círculo de disper-           Por último, durante o movimento de rota-
são" C1, situado perto da parte inferior-interna     ção longitudinal (fig. 1-22, vista superior), o cír-
da cabeça umeral, cujo centro é o baricentro dos    culo de dispersão se localiza perpendicularmen-
CIR e cujo raio é a média das distâncias desde o    te à cortical diafisária interna e à mesma distân-
baricentro até cada um dos CIR. O segundo gru-       cia das duas margens da cabeça.
1. MEMBRO SUPERIOR   35




3-4




           Fig.1-19      Fig. 1-20   '00




Fig.1-21



                      Fig.1-22
36 FISIOLOGIA ARTICULAR




                         A CÁPSULA E OS LIGAMENTOS DO OMBRO


     As superfícies articulares e a bainha cap-                      raco-umeral fecha, na parte de cima,
sular (fig. 1-23, segundo Rouviere).                                 a incisura intertuberositária, por onde
         a) A cabeça wneral (vista interna)                          o tendão da porção longa do bíceps
                                                                     sai da articulação: este percorre o sul-
           Rodeada pela cápsula como se fosse uma                    co intertuberositário,    convertido em
           gorjeira (1) na qual se distingue:
                                                                     canal pelo ligamento umeral trans-
               os "frenula capsulae" (2) por baixo                   verso (8).
               do pólo inferior da cabeça; trata-se de
                                                                     ligamento glenoumeral, com os seus
               pregas sinoviais elevadas por fibras
                                                                     três fascículos, superior supragleno-
               recorrentes da cápsula;
                                                                     supra-umeral (9), médio suprag1eno-
               o engrossamento formado pelo fascí-                   pré-umeral (10) e inferior pré-g1e-
               culo superior do ligamento     gle-                   nossubumeral    (11).
               noumeral (3).
                                                               O conjunto forma um Z expandido sobre a su-
     Dentro da cápsula podemos ver o tendão sec-         perfície anterior da cápsula.
cionado da porção longa do bíceps (4).
                                                              Entre os três fascículos existem pontos fracos:
      Por fora da cápsula podemos apreciar a sec-
                                                               Forame de Weitbrecht (12) e forame de Rou-
ção do músculo subescapular (5), perto de sua in-
                                                         viere (13), por onde a sinovial articular pode-se co-
serção na tuberosidade menor.                            municar com a bolsa serosa subcoracóide.
         b) A cavidade glenóide (vista externa)
                                                                 -   a porção longa do tríceps (14).
      Com o lábio g1enóide (1) que passa por cima
                                                             Vista posterior da articulação escápulo-
da incisura glenóide formando uma ponte (2) e cu-
                                                         umeral (fig. 1-24 bis, segundo Rouviere)
jo pólo superior serve de inserção para as fibras da
porção longa do bíceps (intracapsular) (3), neste              Na parte posterior da cápsula, abrimos uma
 caso seccionado.                                        "janela" e a cabeça umeral foi removida (1). A las-
                                                         sidão da cápsula permite separar 3 cm das superfí-
         Com a cápsula (4) e os seus reforços ligamen-
tares:                                                   cies articulares no cadáver, de maneira que pode-
                                                         mos distinguir:
                                                                      os fascículos médio (2) e inferior (3)
                                                                      do ligamento glenoumeral (vistos des-
                                                                      de a sua superfície profunda);
                                                                      ligamento córaco-umeral (4), ao qual
                                                                      está unido o ligamento córaco-gle-
                                                                      nóide (5), que não possui função me-
                                                                      cânica;
                                                                      a parte intra-articular da porção longa
                                                                      do bíceps (6);
                                                                      a cavidade glenóide (7) e o lábio gle-
                                                                      nóide (8);
                                                                      dois ligamentos que não possuem ação
                                                                      mecânica: o ligamento coracóide (9) e o
                                                                      ligamento espinho-g1enóide (10);
                                                                      as inserções dos três músculos pe-
                                                                      riarticulares: o supra-espinhal (11), o
                                                                      infra-espinhal (12) e o redondo me-
                                                                      nor (13).
1. .1E~'1BRO SUPERIOR        37




           4


    3




5
                                              8




                Fig.1-23




           14
                           9   10   5
Fig.1-24
                                                            11

                                                                 12



                                                                      13


                     .!



                                        Fig. 1-24bis
38   FISIOLOGIA ARTICULAR




          o TENDÃO        DA PORÇÃO LONGA DO BÍCEPS INTRA-ARTICULAR


     Em corte frontal da articulação escápulo-           se afastam da inserção tendinosa. Mas, em todo
umeral (fig. 1-25, segundo Rouviere), podemos            caso, o tendão, embora intracapsular, permanece
observar:                                                extra-sinovial.
      -   as irregularidades da cavidade glenóide ós-            N a atualidade sabemos que o tendão da
          sea desaparecem na cartilagem glenóide;        porção longa do bíceps desempenha um papel im-
      -   margem cotilóide (2) acentua a profundi-       portante na fisiologia e na patologia do ombro.
          dade da cavidade glenóide; contudo, o en-               Quando o bíceps se contrai 'para levantar
          caixe desta articulação não é muito com-       um objeto pesado, as suas duas porções desem-
          pacto, o qual explica as freqiientes luxa-     penham um papel muito importante para manter a
          ções. Na sua parte superior (3) a margem       coaptação simultânea do ombro: a porção curta
          glenóide não está totalmente fixa: a sua       e1e"a o úmero com relação à escápula e se apóia
          margem central cortante fica livre dentro      sobre o processo coracóide; assim sendo, junto
          da cavidade, como se fosse um menisco;         com os outros músculos longitudinais (porção
      -   na posição anatômica, a parte superior da      longa do tríceps, coracobraquial, deltóide), impe-
          cápsula (4) está tensa, enquanto a inferior    de a luxação da cabeça umeral para baixo. Simul-
          (5) apresenta pregas: esta "elasticidade"      taneamente, a porção longa coapta a cabeça ume-
          capsular e o "despregamento" dos frenula       ral na glenóide; isto é exatamente assim no caso
          capsulae (6) possibilitam a abdução;           da abdução do ombro (fig. 1-26), porque a porção
                                                         longa do bíceps também forma parte dos abduto-
      -   tendão da porção longa do bíceps (7) se        res: quando sofre mptura a força da abdução dimi-
          insere no tubérculo subglenóide e no pólo      nui 29%.
          superior do lábio glenóide. Para sair da ar-
          ticulação pela incisura intertuberositária              O grau de tensão inicial da porção longa
          (8) se desliza por baixo da cápsula (4).       do bíceps depende da longitude do trajeto percorri-
                                                         do pela porção horizontal intra-articular (fig. 1-27,
      Corte que mostra as conexões do tendão com         vista superior). Esta longitude é máxima em posi-
a sinovial (quadro):                                     ção intermédia (A) e em rotação externa (B): nes-
     Na cavidade alticular o tendão da porção lon-       te caso a eficácia da porção longa é máxima. Pelo
ga do bíceps pode estabelecer ligações com a si-         contrário, em rotação interna (C) o trajeto intra-ar-
novial mediante três posições diferentes:                ticular é o mais curto e a eficácia da porção longa
                                                         é mínima.
      1) aderido à superfície profunda da cápsula
         (c) pela sinovial (s);                                    Também podemos compreender, conside-
      2) a sinovial forma duas pequenas pontas           rando a reflexo do tendão da porção longa do bí-
         (fundos de saco) entre a cápsula e o ten-       ceps na incisura intertuberositária, que neste pon-
         dão que, desta maneira, se une à cápsula        to ele sofre uma grande fadiga mecânica à qual
         mediante um fino septo denominado me-           não pode resistir se o seu trofismo não é excelen-
         sotendão;                                       te, considerando que isto também se acentua pelo
                                                         fato de não contar com um sesamóide neste pon-
      3) estando dois "fundos de saco" unidos de         to crítico. Se, com a idade, aparece a degeneração
         tal maneira que desaparecem, o tendão fi-       das fibras colágenas, o tendão termina se rompen-
         ca liberado, mas envolvido por uma pe-          do pela sua porção intra-articular, na entrada do
         quena lâmina sinovial.                          sulco ou canal bicipital, inclusive com um esforço
       Normalmente, estas três disposições po-           mínimo, produzindo um quadro clínico caracterís-
dem observar-se de dentro para fora à medida que         tico das periartrites escápulo-umerais.
1. MEMBRO SUPERIOR   39




 8    7    4   3 1 1




                                      32Z//////~c
                                           ~.:.I
                                  2~                      S




                       Fig.1-25




Fig.1-26




                                  B
                                                   Fig.1-27
40   FISIOLOGIA ARTICULAR




                       FUNÇÃO DO LIGAMENTO                   GLENOUl:1ERAL


      Durante a abdução (fig. 1-28)                   rior da glenóide e da margem cotilóide. A rota-
                                                      ção externa desloca a tuberosidade do úmero
      a) posição anatõmica (as franjas tracejadas
                                                      para trás no fim da abdução, que se encontra
         representam os fascículos médio e infe-
                                                      por baixo da abóbada acrõmio-coracóide e a in-
         rior do ligamento);
                                                      cisura intertuberositária, e distende ligeiramen-
      b) durante a abdução podemos comprovar          te o fascículo inferior do ligamento glenoume-
         como estão tensos os fascículos médio e      ral de maneira que consegue retardar o impac-
         inferior do ligamento glenoumeral, en-       to. Assim sendo, a amplitude da abdução é de
         quanto o fascículo superior e o ligamen-     90°.
         to córaco-umeral - não representado no
         desenho - se distendem. A tensão máxi-            Quando a abdução se realiza com uma fle-
                                                      xão de 30°, no plano do corpo da escápula, a
         ma dos ligamentos, associada à maior
                                                      tensão do ligamento glenoumeral é retardada,
         superfície de contato possível das carti-
                                                      permitindo que a abdução atinja uma amplitu-
         lagens articulares (o raio da curva da ca-   de de 110° na articulação escápulo-umeral.
         beça umeral é ligeiramente maior em ci-
         ma que embaixo) fazem da abdução a                  Durante a rotação (fig. 1-29)
         posição de bloqueio do ombro, a close-              a) a rotação externa provoca a tensão dos
         packed position de Mac Conaill.                        três fascículos do ligamento g1enoume-
                                                                ral,
        Outro fator limitante é o impacto da tu-
berosidade maior do úmero contra a parte supe-               b) a rotação interna os distende.
1. MEMBRO SUPERIOR   41




a                        b
            Fig.1-28




                                  b
    a
        Fig.1-29
42   FISIOLOGIA ARTICULAR




            o LIGAMENTO         CÓRACO-UMERAL NA FLEXÃO-EXTENSÃO


        Em vista esquemática extema (fig. 1-30)        tuberosidade menor do úmero durante a ex-
podemos observar a tensão relativa dos dois fascí-     tensão;
culos do ligamento córaco-umeral:                    c) tensão predominante sobre o fascículo da
     a) posição anatômica mostrando o ligamen-          tuberosidade maior do úmero durante a
        to córaco-umeral com os seus dois fascí-       fiexão.
        culos (tuberosidade maior do úmero por         A rotação intema do úmero que aparece no
        trás e tuberosidade menor do úmero pela        fim da flexão distende os ligamentos córa-
        frente);                                       co-umeral e glenoumeral, possibilitando
     b) tensão predominante sobre o fascículo da       uma maior amplitude de movimento.
1. MEMBRO SUPERIOR   43




                   c
b




               a




    Fig.1-30
44   FISIOLOGIA   ARTICULAR




                            A COAPTAÇÃO MUSCULAR DO OMBRO


         Os músculos periarticulares transversais    ombro se paralisam. Contudo, recentes trabalhos
(fig. 1-31), verdadeiros ligamentos ativos da ar-    eletromiográficos demonstram que só intervêm
ticulação, proporcionam a coaptação das super-       ativamente quando o membro superior suporta
fícies articulares: encaixam a cabeça umeml na       grandes cargas, desempenhando o papel de su-
cavidade glenóide:                                   porte em situação normal e não, como se acre-
      a) vista posterior,                            ditava até então, ô ligamento córaco-umeral,
                                                     clássica faixa de fixação de Farabeuf, mas a
      b) vista anterior,
                                                     porção inferior da cáp·sula, como se demonstra
      c) vista superior.                             nos trabalhos de Fischer e cols.
     Nestes esquemas podemos observar os se-              Contudo, a presença da abóbada acrômio-
guintes músculos:                                    coracóide acolchoada pela porção final do su-
       1) supra-espinhal,                            pra-espinhal impede e limita a luxação da cabe-
                                                     ça para cima, sob influência de uma potente
      2) subescapular,                               contração destes músculos longitudinais.
      3) infra-espinhal,                             Quando é destruída esta abóbada acolchoada
      4) redondo menor,                              pela terminação do supra-espinhal, a cabeça
                                                     umeral realiza um impacto direto contra a su-
      5) tendão da porção longa do bíceps. Quan-
         do este músculo se contrai, o tendão, su-   perfície inferior do acrômio e do ligamento
                                                     acrômio-coracóide, e isto é a causa das dores da
         jeito ao tubérculo supraglenóide, desloca
                                                     periartrite escápulo-umeral ou, mais concreta-
          a cabeça para dentro.
                                                     mente, da síndrome da ruptura da bainha rota-
     Alguns autores mencionam um papel               tória.
coaptador da pressão atmosférica, que não atua
                                                          a) vista posterior,
na glenóide, mas por baixo da camada dos mÚs-
culos periarticulares (ver também figs. 1-33 e 1-         b) vista anterior.
34).                                                      Nos desenhos podemos observar:
     Os mÚsculos longitudinais do braço e da              (5') a porção curta do bíceps,
cintura escapular (fig. 1-32) impedem, median-
                                                          (6) o córaco-braquial,
te a sua contração tônica, que a cabeça umeral
se luxe por baixo da glenóide sob tração de uma           (7) a porção longa do tríceps,
carga mantida na mão ou o próprio peso do                 (8 e 8') fascículos do deltóide,
membro superior. Esta luxação inferior se ob-
serva na síndrome do "ombro caído" quando,                (9) o fascículo clavicular do peitoral maior.
por qualquer motivo, os mÚsculos do braço e do            (A seta preta indica a tração para baixo.)
1. MEMBRO SUPERIOR   45




c           Fig.1-31




Fig. 1-32
46   FISIOLOGIA ARTICULAR




                             A "ARTICULAÇÃO"           SUBDELTÓIDE


      Articulação subdeltóide aberta (fig. 1-33,           Em corte vertical-frontal do coto do om-
segundo Rouviere)                                     bro (fig. 1-34)   ,
     O deltóide está seccionado horizontalmen-             a) com o braço vertical ao longo do corpo
te e deslocado para um lado (1), permitindo,~                 podemos     distinguir:  o supra-espinhal
desta maneira, a vista da "superfície" profunda               (1), que se desliza para baixo da articula-
do plano de deslizamento anatômico subdeltói-                 ção acrômio-clavicular    (2) para se inserir
de, constituído por:                                          na tuberosidade maior do úmero, e o del-
      -   extremidade   superior do úmero (2);                tóide (4) acima do qual se situa a bolsa
                                                              serosa suldeltóide (5).
      -   bainha dos músculos periarticulares: su-
          pra-espinhal (3), infra-espinhal (4), re-        b) durante   a abdução: o infra-espinhal (1)
          dondo menor (5). O subescapular não                 desloca   a tuberosidade maior do úmero
          está representado no desenho, contudo,              (3) para cima e para dentro, de maneira
          podemos claramente distinguir o tendão              que:
          da porção longa do bíceps (6) ao sair do            -   o fundo superior da bolsa se desloca
          canal bicipital.                                        e se situa debaixo da articulação
     Entre a superfície descrita e a abóbada                      acrômio-clavicular (2),
acrômio-coracóide formada pela superfície infe-
                                                              -   a lâmina profunda da bolsa se des-
rior do acrômio e do ligamento acrômio-cora-
                                                                  loca para dentro com relação à lâ-
cóide que se prolonga pela frente ao tendão do
                                                                  mina superficial (6), que se enruga.
córaco-bíceps, o plano de deslizamento anatô-
                                                                  Desta forma, a cabeça umeral pode-
mico celular adiposo contém uma bolsa se rosa
                                                                  se deslizar por baixo da abóbada
subdeltóide (7), aberta no desenho.
                                                                  acrômio-deltóide.
      Outros músculos visíveis no desenho são: o
                                                            Por outro lado, o fundo da bolsa inferior da
redondo maior (8), a porção longa do tríceps (9),
                                                      articulação escápulo-umeral    (7) se desdobra e
a porção lateral do tríceps (10), o córaco-bra-
                                                      está tenso.
quial (11), a porção curta do bíceps (12), o pei-
toral menor (13) e o peitoral maior (14).                  Porção longa do tríceps (8).
7
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                                                                                 _.,   •••.   'J   2
                                                                                                        13
 9                     v///' -.~                                    g-'"""--T"                    -    6
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                                                                                                        .14




 9

10




                                           Fig.1-33

     5      4         3




                                                     Fig.1-34                                      b
48   FISIOLOGIA ARTICULAR




                           A ARTICULAÇÃO             ESCÁPULO- TORÁCICA


      É fácil entender a articulação escápulo-to-                 ra fora e de trás para adiante, formando
rácica num corte horizontal do tórax (fig. 1-35).                 com o plano frontal um ângulo diedro
      Na metade esquerda do corte (posição ana-                   de 30°, aberto para fora e para a frente;
tômica), podemos observar as duas zonas de                    -   a direção geral da clavícula é oblíqua
deslizamento desta falsa articulação:                             para fora e atrás e forma com o plano da
      1) Zona escápulo-serrática, compreendi-                     escápula um ângulo de 60° aberto para
         da entre:                                                dentro.                      I


          -   por trás e por fora: a escápula reco-            Em vista posterior do tórax (fig. 1-36) é
              berta pelo músculo subescapular;            possível localizar a éscápula.

          -   pela frente e por dentro: a camada               A escápula, em posição normal, se estende
              muscular do serrátil anterior, que se       da 2a à 7a costela. Com relação à linha dos pro-
              estende da margem interna da escápu-        cessos espinhosos (linha média):
              Ia até a parede ântero-Iateral do tórax.        -   seu ângulo superior-interno  se corres-
      2) Zona tóraco-serrática ou parieto-ser-                    ponde com o 1.° processo espinhoso to-
         rática, compreendida entre:                              rácico;
          -   por dentro e pela frente: a parede to-          -   seu ângulo inferior ao 7.° ou 8.° proces-
              rácica (costelas e músculos intercos-               so espinhoso torácico;
              tais);
                                                              -   a porção interna da espinha da escápula
          -   por trás e por fora: o serrátil anterior.           (ângulo constituído pelos dois segmen-
     N a metade direita do corte (estrutura fun-                  tos da margem interna) ao 3.° processo
cional da cintura escapular), podemos compro-                     espinhoso torácico.
var que:                                                        A margem interna ou espinhal da escápula
      -   a escápula não se localiza no plano fron-       se situa a 5 ou 6 cm da linha dos processos es-
          tal, mas no plano oblíquo de dentro pa-         pinhosos.
Fig. 1-35




Fig.1-36
50   FISIOLOGIA ARTICULAR




                         MOVIMENTOS DA CINTURA ESCAPULAR


        Moyimentos de deslocamento lateral                   2) Lado esquerdo: translação externa.
da escápula (fig. 1-37, corte esquemático hori-              3) A amplitude total entre estas duas posi-
zontal)
                                                                ções extremas é de 15 cm.
                                                                                            I
      1) Lado direito do corte: quando a escápula
                                                            Moyimentos de translação yertical da es-
         se desloca para dentro:
                                                        cápula (fig. 1-39)
         -   tende a orientar-se no plano frontal;
                                                             1) Lado direito: descenso.
         -   a cavidade glenóide está dirigida mais
             diretamente para fora;                          2) Lado esquerd0: ascenso.

         -   a porção externa da clavícula se dirige         3) Amplitude total: 10 a 12 cm.
             para dentro e atrás;                            Estes movimentos verticais vão acompanha-
         -   ângulo entre a clavícula e a escápula      dos, necessariamente, de uma certa basculação.
             mostra tendência a abrir-se.                    Moyimentos denominados "sino" ou
      2) Lado esquerdo do corte: quando a escápu-       basculação da escápula (fig. 1-40)
         Ia se desloca para fora:                             Rotação da escápula ao redor de um eixo
         -   tende a se orientar no plano sagital;      perpendicular  ao plano da escápula localizado
                                                        ligeiramente por baixo da espinha; não muito
         -   a porção externa da clavícula está diri-
                                                        longe do ângulo superior-externo.
             gida para fora e para frente e o seu ei-
             xo longitudinal tem a tendência de es-          1) Lado direito: rotação "para baixo" (no
             tar no plano frontal; assim sendo, o       caso da escápula direita, no sentido dos pontei-
             diâmetro transversal dos ombros chega      ros do relógio): o ângulo inferior se desloca pa-
             até a sua máxima amplitude;                ra dentro, o ângulo superior e externo para bai-
         -   o ângulo entre a clavícula e a escápula    xo e a glenóide tem a tendência a se dirigir para
             tende afechar-se.                          baixo.
     Entre estas duas posições extremas, o plano             2) Lado esquerdo: rotação "para cima":
da escápula forma um ângulo diedro de 40 a 45°,         movimento inverso, a glenóide é orientada mais
que corresponde à amplitude global da mudança           diretamente para cima e o ângulo externo se
de orientação da glenóide no plano horizontal,          eleva.
isto é, em tomo de um eixo vertical fictício.
    Moyimentos de translação lateral da es-                  3) Amplitude total: 60°.
cápula (fig. 1-38; vista superior)                          4) Deslocamento do ângulo inferior: 10 a
      1) Lado direito: translação interna (obser-       12 cm; do ângulo superior-externo: de 5 a
         var uma ligeira basculação).                   6 cm.
1. MEMBRO SUPERIOR   51




           Fig.1-37




           Fig.1-38




                 Fig.1-39




Fig.1-40
52   FISIOLOGIA ARTICULAR




      OS MOVIMENTOS REAIS DA ARTICULAÇÃO ESCÁPULO- TORÁCICA


          Antes existia uma descrição dos movi-                  cando a ponta da escápula para a frente
mentos elementares da articulação escápulo-to-                   e para cima, enquanto a porção superior
rácica, mas, na atualidade, sabemos que durante                  do osso se desloca para trás e para bai-
os movimentos      de abdução ou de fiexão do                    xo, movimento que imita o de um ho-
membro superior estes movimentos diferentes                      mem inclinado para trás para olhar o to-
elementares se combinam em um grau variável.                     po de um arranha-céus. A sua amplitude
Graças a uma série de radiografias (fig. 1-41)                   é de 23° durante a abdução de O a 45°.
realizadas no percurso do movimento de abdu-
                                                            -    um movimento de "pÍvô" ao redor de
ção, J. '{ de Ia Caffiniere pôde, comparando-as
                                                                 um eixo vertical cuja característica é a
com fotografias da escápula "seca" em diferen-                   de ser difásico:
tes atitudes, estudar os componentes do seu mo-
vimento real; as vistas em perspectiva do acrô-                 • no primeiro momento, durante a abdu-
mio (fig. 1-42), da coracóide e da glenóide (fig.                 ção de O a 90°, a glenóide tende parado-
 1-43) permitem estabelecer que, durante a abdu-                  xalmente a orientar-se para trás seguin-
ção ativa, a escápula realiza quatro movimentos:                  do um ângulo de 10°,
      -   um ascenso de 8 a 10 cm aproximada-                   • a seguir, a partir dos 90° de abdução, a
          mente sem ter associado, como classica-                 glenóide tende a recuperar a orientação
          mente é afirmado, um deslocamento pa-                   para cima seguindo um ângulo de 6°;
          ra frente.                                              em realidade, não recupera a sua orien-
      -   um movimento de sino de progressão                      tação inicial no plano ântero-posterior.
          praticamente linear, de 38° quando a ab-               No percurso da abdução, a glenóide so-
          dução do membro superior passa de O a         fre um deslocamento    complexo, ascendendo e
          145°. A partir de 120° de abdução, a ro-      aproximando-se     da linha média, ao mesmo
          tação angular é igual na articulação es-      tempo que realiza uma mudança de orientação
          cápulo-umeral e na escápulo-torácica.         de tal maneira que a tuberosidade     maior do
      -   um movimento de basculaçc70 ao redor          úmero "escapa" pela frente do acrômio para se
          de um eixo transversal, oblíquo de den-       deslizar para baixo do ligamento acrômio-co-
          tro para fora e de trás para diante, deslo-   racóide.
1. MEMBRO SUPERIOR   53




                      145




Fig.1-43
     I
     I
     I
     I
     I




                            Fig.1-42




           Fig.1-41
54   FISIOLOGIA ARTICULAR




                   A ARTICULAÇÃO            ESTERNOCOSTOCLAVICULAR
                                        (As superfícies articulares)


         Estas duas superfícies articulares (fig. 1-          -   eixo 1 se corresponde com a concavi-
44), representadas aqui em separado, têm afor-                    dade da superfície c1avicular e permite
ma de uma sela usada para cavalgar (superfície                    os moviméntos c1a'iculares no plano
"toróide negativa", ver mais adiante quando                       horizontal;
mencionarmos a articulação trapézio-metacar-                  -   eixo 2 se corresponde com a concavi-
peana), com uma curva dupla, mas no sentido                       dade da superfície esternocostal e per-
inverso; são convexas num sentido e côncavas                      mite os movimentos c1aviculares no
no outro. Da curva côncava um eixo perpendi-                      plano vertical.
cular no espaço corresponde ao eixo da curva
convexa; estes dois eixos se localizam em um e               Portanto, esta articulação possui dois
noutro lado da superfície com forma de sela. A          eixos e dois graus de liberdade. O seu mode-
de menor superfície (1) é c1avicular, a de maior        lo mecânico é o "CARDÃO", Contudo, existe
superfície (2) é esternocostal. Na verdade, a su-       um movimento de rotação longitudinal (ver
perfície c1avicular (1), mais estendida horizon-        pág. 56).
talmente que verticalmente, ultrapassa pela fren-             A articulação esternocostoc1avicular direi-
te e, principalmente, para trás, os limites da su-      ta está representada aberta na sua superfície an-
perfície esternocostal (2).                             terior (fig. 1-46).
     A superfície c1avicular encaixa com facili-             A porção interna da c1a'ícula (1), cuja su-
dade (fig. 1-45) na superfície esternocostal, da        perfície articular podemos observar (2), foi re-
mesma maneira que o cavaleiro se adapta à sela          movida depois da secção do ligamento superior
e esta, por sua vez, ao cavalo. A curva côncava         (3), do ligamento anterior (-1.) e do ligamento
da primeira e a curva convexa da segunda encai-         costoc1avicular (5), o mais poderoso. Só se
xam-se perfeitamente. Os dois eixos de cada             conserva o ligamento posterior (6). A superfí-
uma das superfícies coincidem de dois em dois,          cie esternocostal (7) se vê nitidamente junto
de maneira que o sistema só possui dois eixos           com as suas duas curvas: concavidade no sen-
perpendiculares no espaço, representados no de-         tido vertical e convexidade no sentido ântero-
senho em perspectiva:                                   posterior.
1. MEMBRO SUPERIOR   55




                                 2

Fig.1-44




                 Fig.1-45



           423




                      Fig.1-46
56   FISIOLOGIA ARTICULAR




                    A ARTICULAÇÃO            ESTERNOCOSTOCLAVICULAR
                                              (Os movimentos)

       Vista composta da articulação esternocosto-              30° de amplitude. Até agora acreditava-
clavicular (fig. 1-47, segundo Rouviere).                       se que isso era possível graças ao jogo
      - Metade direita: corte vértico-frontal no                mecânico da articulação, devido à lassi-
          qual podemos observar:                                 dão ligamentar. Porem, é mais que pro-
      -ligamento      costoclavicular (1) que, a par-           vável que, como todas as articulações de
          tir de sua inserção na superfície superior             dois graus de liberdade, a esternocos-
          da primeira costela se dirige para cima e             toclavicular   realize uma rotação con-
          para fora, em direção à superfície infe-              junta durante a rotação ao redor de dois
          rior da clavícula;                                     eixos. Isto se confirma pelo fato de que,
      -   com freqüência, as duas superfícies arti-              na prática, á rotação longitudinal da cla-
          culares não têm os mesmos raios de cur-                vículajamais   aparece isolada fora de um
          va; um menisco (3) reestabelece a con-                 movimento de élevação-retroposição      ou
          cordância, como a sela entre o cavaleiro               descenso-anteposição.
          e o cavalo. Este menisco subdivide a ar-           Movimentos da clavícula no plano hori-
          ticulação em duas cavidades secundá-          zontal (fig. 1-48, vista superior)
          rias, que podem ou não se comunicar               -   posição média da clavícula (traço escuro);
          entre elas, dependendo se o menisco es-           -   o ponto Y' se corresponde com o eixo
          tá ou não perfurado na sua parte central;             mecânico do movimento;
      -ligamento      estemoc1avicular (4), ligamento       -   as duas cruzes representam as posições
          superior da articulação, está recoberto por           extremas da inserção clavicular do liga-
          cima pelo ligamento interclavicular (5).              mento costoclavicular.
      - Metade esquerda: "istaanterior que mostra:               No quadro: corte no nível do ligamento
      -ligamento       costoc1avicular (1) e o múscu-   costoclavicular mostrando sua tensão nas posi-
          lo subclávio (2);                             ções extremas.
      - eixo X, horizontal e levemente oblíquo               - a anteposição está limitada pela tensão do
          para a frente e para fora, se corresponde              ligamento costoclavicular e do ligamento
          com os movimentos da clavícula no pla-                 anterior (1);
           no vertical. Amplitude: elevação 10 cm;           - a retroposição está limitada pela tensão do
           descenso 3 cm;                                        ligamento costoclavicular e do ligamento
      -   o eixo Y, localizado no plano vertical,                posterior (2).
          oblíquo para baixo e levemente para fo-            Movimentos da clavícula no plano frontal
          ra, passando pela parte média do liga-        (fig. 1-49, vista anterior)
          mento costoclavicular,    se corresponde            - a cruz se corresponde com o eixo X;
          com os movimentos da clavícula no pla-              - quando a porção externa da clavícula se
          no horizontal. Amplitude:                              eleva (traço escuro), sua porção interna se
          • anteposição da porção externa da cla-                desliza para baixo e para fora (seta bran-
             vícula: 10 cm;                                      ca). O movimento está limitado pela ten-
          • retroposição da porção interna da cla-               são do ligamento costoclavicular (faixa
            vícula: 3 cm.                                        tracejada) e pelo tônus do músculo sub-
      Do ponto de vista estritamente mecânico, o                  clávio (seta grande estriada);
 verdadeiro eixo (Y') deste movimento é paralelo              - quando a clavícula descende, a sua porção
 ao eixo Y; mas está situado por dentro da articula-              interna se eleva. O movimento está limi-
 ção (ver eixo 1, figo 1-45).                                    tado pela tensão do ligamento superior e
      - também existe um terceiro movimento,                     pelo contato da clavícula com a superfí-
          a rotação longitudinal da clavícula de                 cie superior da primeira costela.
1. MEMBRO SUPERIOR   57




           Fig.1-47




                          2


Fig.1-48
                              y'




                      Fig.1-49
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Fisiologia Articular Volume 1

  • 3. A. I. KAPANDJI Ex-Interno dos Hospitais de Paris Ex-Chefe de Clínica-Auxiliar dos Hospitais de Paris Membro da Sociedade Francesa de Ortopedia e Traurnatologia (S.O.F.C. . T.) O Membro da Sociedade Francesa de Cirurgia da Mão (GEM.) FISIOLOGIA ARTICULAR ESQUEMAS COMENTADOS DE MECÂNICA HUMANA VOLUME I 5ª edição MEMBRO SUPERIOR I. - O OMBRO 11. - O COTOVELO 111.- A PRONAÇÃO-SUPINAÇÃO IV. - O PUNHO V. - A MÃO Com 550 desenhos originais do autor ~ ~r MALOINE
  • 4. Título do original em francês PHYSIOLOGIE ARTICULAIRE. 1. Membre Supérieur © Éditions MALOL'lE. 27, Rue de l'École de Médecine. 75006 Paris. Tradução de Editorial Médica Panamericana S.A. Revisão Científica e Supervisão por Soraya Pacheco da Costa, fisioterapeuta ISBN (do volume): 85-303-0043-2 ISBN (obra completa): 85-303-0042-4 © 2000 Éditions 1IALOINE. 27, rue de l'École de Médecine. 75006 Paris. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.> K26f v.1 Kapandji, A. L (Ibrahim Adalbert) Fisiologia articular, volume 1 : esquemas comentados de mecânica humana / A. L Kapandji ; com desenhos originais do autor; [tradução da 5.ed. original de Editorial Médica Panamericana S.A. ; revisão científica e supervisão por Soraya Pacheco da Costa]. - São Paulo: Panamericana ; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000 : 550 il. Tradução de: Physio1ogie articulaire, 1 : membre supérieur Inclui bibliografia Conteúdo: V.l. Membro superior: O ombro - O cotovelo - A pronação-supinação - O punho - A mão ISBN 85-303-0043-2 l. j!ecânica humana. 2. Articulações - Atlas. 3. Articulações - Fisiologia - Atlas. L Título. 00-1623. CDD 612.75 CDU 612.75 231100 241100 009947 Todos os direitos reservados para a língua portuguesa. Excetuando críticas e resenhas científico- literárias. nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em sistemas computadorizados ou transmitida de nenhuma forma e por nenhum meio, sejam eletrônicos, mecânicos, fotocopiadoras, gravadoras ou qualquer outro, sem a prévia pennissão deste Editor (Medicina Panamericana Editora do Brasil Ltda.) Medicina Panamericana Editora do Brasil LIDA. Rua Butantã, 500 - 10º Andar - CEP 05424000 - Pinheiros - São Paulo - Brasil Distribuição exc1usi'a para a língua portuguesa por Editora Guanabara Koogan S.A. Travessa do Ouvidor, 11 - Rio de Janeiro - RJ - 20040-040 Te!.: 21-2221-9621 Fax: 21-2221-3202 www.editoraguanabara.com.br Depósito Legal: M-53.355-2001 Impreso en Espana
  • 5. ADVERTÊNCIA DO AUTOR À QUINTA EDIÇÃO A partir de sua primeira edição, há sete anos atrás, este livro, inspirado principalmente por Duchenne de Boulogne, o "grande precursor" da Biomecânica, permâneceufiel a si mesmo, exceção feita por algumas pequenas correções. Neste momento. na oportunidade do aparecimento da quinta edição, achamos necessário incluir modificações importantes. em especial no que se refere à mão. De fato, o rápido desenvolvimento da cirurgia da mão exige um incessante aprofundamento quanto ao conhecimento de sua fisiologia. Este é o motivo pelo qual, à lu: de recentes trabalhos, temos escrito e desenhado novamente tudo relacionado ao polegar e ao mecanismo de oposição: a função da articu- lação trapézio-metacarpeana na orientação e rotação longitudinal da coluna do polegar se explica de maneira matemática a partir da teoria das articulações de dois eixos tipo cardan; assim mesmo, se es- clarece afunção da articulação metacalpofalangeana no "bloqueio" da preensão de grandes objetos e, enfim, a função da articulação intelfalangeana na "distribuição" da oposição do polegar sobre a polpa de cada um dos quatro dedos. A riqueza na variedade de preensão e preensões associadas às ações está ilustrada com novos desenhos. Temos apelfeiçoado a definição das distintas posições fun- cionais e de imobilização. Porfim, com o objeti,'o de estabelecer um balanço funcional rápido da mão, propõe-se uma série de provas de movimentos, as "preensões mais ação" que, melhor do que as va- lorações analíticas da amplitude de cada uma das articulações e da potência de cada mÚsculo,faci- litam uma apreciação sintética do valor da utilização da mão. No final do livro suprimimos alguns modelos obsoletos ou que não oferecem muito interesse, e substituímos por um modelo da mão que explica. neste caso de maneira satisfatória, a oposição do polegar. Em resumo, este é um livro renovado e enriquecido em profundidade.
  • 6. PREFÁCIO À EDIÇÃO EM PORTUGUÊS Passaram mais de vinte e cinco anos desde o momento em que se escreveram estes três volu- mes de Esquemas Comentados de Fisiologia Articular obtendo grande sucesso entre os leitores de todo tipo, estudantes de medicina e fisioterapia, médicos, fisioterapeutas e cirurgiões. O fato de que continue atual se deve ao particular caráter destas obras, cujo objetivo é o ensino do funcionamento do Aparelho Locomotor de maneira atrativa, privilegiando a imagem diante do texto: o princípio é explicar uma Única idéia através do desenho, o qual permite uma memorização e uma compreensão definitims. O fato de que estes livros não tenham competidor sério demonstra nitidamente o seu valor intrínseco. Na verdade, é a clareza da representação espacial do funcionamento dos mÚsculos e das articulações o que faz com que seja tão evidente: estes esquemas não integram unicamente as três dimensões do espaço, mas também uma quarta dimensão, a do Tempo, porque a Anatomia Funcional está viva e, conseqüentemente, móvel- isto é, inscrita no Tempo. Isto diferencia a Biomecânica da Mecânica propriamente dita, ou Mecânica Industrial. A Biomecânica é a Ciência das estruturas evo- lutivas, que se mod!ficám segundo os contratempos e evolu,em em função das necessidades, capazes de renovar-se constantemente para compensar o desuso. E uma mecânica sem eixo materializado, móvel inclusive no percurso do movimento. As suas supeifícies articulares integram um jogo mecâni- co que seria por completo impossível na mecânica industrial, porém lhe outorga possibilidades adi- clOnazs. Eis aqui o espírito que impregna estes volumes, ao mesmo tempo que deixa a porta aberta aos outros métodos de ensino para o futuro. Este é, na verdade, o segredo da sua perenidade. A. I. KAPANDJI 1- ---
  • 7. ÍNDICE o OMBRO FÍsiologia do ombro 12 A flexão-extensão e a adução 14 A abdução 16 A rotação do braço sobre o seu eixo longitudinal 18 Movimentos do coto do ombro no plano horizontal 18 Flexão-extensão horizontal 20 O movimento de circundução 22 O "paradoxo" de Codman 24 Avaliação dos movimentos do ombro 26 Movimentos de exploração global do ombro 28 O complexo articular do ombro 30 As superfícies articulares da articulação escápulo-umeral 32 Centros instantâneos de rotação 34 A cápsula e os ligamentos do ombro 36 O tendão da porção longa do bíceps intra-articular 38 Função do ligamento glenoumeral 40 O ligamento córaco-umeral na flexão-extensão 42 A coaptação muscular do ombro 44 A "articulação" subdeltóide 46 A articulação escápulo-torácica 48 Movimentos da cintura escapular 50 Os movimentos reais da articulação escápulo-torácica 52 A articulação estemocostoclavicular (As superfícies articulares) 54 A articulação estemocostoclavicular (Os movimentos) 56 A articulação acrômio-clavicular 58 Função dos ligamentos córaco-claviculares 62 Músculos motores da cintura escapular 64 O supra-espinhal e a abdução 68 Fisiologia da abdução 70 As três fases da abdução 74 As três fases da flexão 76 Músculos rotadores 78 A adução e a extensão 80 o COTOVELO Flexão-extensão 82 O cotovelo: Articulação de separação e aproximação da mão 84
  • 8. 8 ÍNDICE As superfícies articulares 86 A paleta umeral 88 Os ligamentos do cotovelo 90 A cabeça radial 92 A tróclea umeral 94 As limitações da flexão-extensão 96 Os músculos motores da flexão 98 Os músculos motores da extensão 100 Os fatores de coaptação articular 102 A amplitude dos movimentos do cotovelo 104 As referências clínicas da articulação do cotovelo 104 Posição funcional e posição de imobilização 106 Eficácia dos grupos flexor e extensor 106 A PRONAÇÃO-SUPINAÇÃO Significado 108 Definição 110 Utilidade da pronação-supinação 112 Disposição geral 114 Anatomia fisiológica da articulação rádio-ulnar superior 116 Anatomia fisiológica da articulação rádio-ulnar inferior 118 Dinâmica da articulação rádio-ulnar superior 122 Dinâmica da articulação rádio-ulnar inferior 124 O eixo de pronação-supinação 128 As duas articulações rádio-ulnar são co-congruentes 132 Os motores da pronação-supinação: os músculos 134 As alterações mecânicas da pronação-supinação 136 Compensações e posição funcional 138 O PUNHO Significado 140 Definição dos movimentos do punho 142 Amplitude dos movimentos do punho 144 O movimento de circundução 146 O complexo articular do punho 148 As articulações rádio-carpeanas e médio-carpeanas 150 Os ligamentos da articulação rádio-carpeana e da médio-carpeana 152 Função estabilizadora dos ligamentos 154 A dinâmica do carpo 158 O par escafóide-semilunar 162 O carpo de geometria variável 164
  • 9. ÍNDICE 9 As alterações patológicas 166 Os músculos motores do punho 168 Ação dos músculos motores do punho 170 A MÃO A sua função 174 Topografia da mão 176 Arquitetura da mão 178 O maciço do carpo 182 A escavação palmar 184 As articulações metacarpofalangeanas 186 O aparelho fibroso das articulações metacarpofalangeanas 190 A amplitude dos movimentos das articulações metacarpofalangeanas 194 As articulações interfalangeanas 196 Sulcos ou canais e bainhas dos tendões tlexores 200 Os tendões dos músculos flexores longos dos dedos 202 Os tendões dos músculos extensores dos dedos 206 Músculos interósseos e lumbricais 208 A extensão dos dedos 210 Atitudes patológicas da mão e dos dedos 214 Os músculos da eminência hipotenar 216 O polegar 218 Geometria da oposição do polegar 220 A articulação trapézio-metacarpeana 222 A articulação metacarpofalangeana do polegar 238 A interfalangeana do polegar 246 Os músculos motores do polegar 248 As ações dos músculos extrínsecos do polegar 252 As ações dos músculos intrínsecos do polegar 254 A oposição do polegar 258 A oposição e a contra-oposição 264 Os tipos de preensão 266 As percussões - O contato -=- A expressão gestual 284 Posições funcionais e de imobilização 286 As mãos ficções 288 A mão do homem 290 Modelos de mecânica articular para cortar 292 BIBLI OG RAFIA 296
  • 11. 1. MEfBRO SUPERIOR 11 Fig.1-1
  • 12. 12 FISIOLOGIA ARTICULAR FISIOLOGIA DO OMBRO o ombro, articulação proximal do mem- bro superior, de duas maneiras diferentes: bro superior (fig. 1-1, pág. 11), é a mais móvel a rotação voluntária (também deno- de todas as articulações do corpo humano. minada "rotação adjunta') que utiliza Possui três graus de liberdade (fig. 1-2), o o terceiro grau de liberdade e não é que permite orientar o membro superior em re- possível se,não for em articulações de lação aos três planos do espaço, graças a três .... três eixos (as enartroses). Deve-se à eixos pnnClpals: contração dos.músculos rotadores; 1) Eixo transverso, incluído no plano a rotação automática (também deno- frontal: minada "rotação conjunta") que apa- Permite movimentos de fIexão-exten- rece sem nenhuma ação voluntária nas são realizados no plano sagital (ver articulações de dois eixos, ou nas arti- figo 1-3 e plano A da figo 1-9). culações de três eixos quando funcio- 2) Eixo ântero-posterior, incluído no nam como articulações de dois eixos. plano sagital: Mais adiante trataremos o paradoxo de CODMAN. Permite os movimentos de abdução (o membro superior se afasta do plano de A posição de referência é definida como simetria do corpo), adução (o membro decrevemos a seguir: superior se aproxima ao plano de sime- O membro superior pende ao longo do tria) realizados no plano frontal (ver corpo, verticalmente, de maneira que o eixo figs. 1-4 e 1-5 e plano B da figo 1-9). longitudinal do úmero (4) coincide com o eixo 3) Eixo vertical, determinado pela inter- vertical (3). Na posição de abdução a 90° o ei- secção do plano sagital e do plano xo longitudinal (4) coincide com o eixo trans- frontal: versal (1). Na posição de fIexão de 90°, coinci- Corresponde à terceira dimensão do es- de como o eixo ântero-posterior (2). paço; dirige os movimentos de fIexão e Portanto, o ombro é uma articulação com de extensão realizados no plano hori- três eixos principais e três graus de liberdade; zontal, o braço em abdução de 90° (ver o eixo longitudinal do úmero pode coincidir também figo 1-8 e plano C da figo 1-9). com um dos dois eixos ou se situar em qual- O eixo longitudinal do úmero (4) permite quer posição intermédia para permitir o movi- a rotação externalinterna do braço e do mem- mento de rotação externa/interna.
  • 13. 1. MEMBRO SUPERIOR 13 ,2-4. ,- -., I J i/0 I I , I ( ( Fig.1-2
  • 14. 14 FISIOLOGIA ARTICULAR A FLEXÃO-EXTENSÃO E A ADUÇÃO Os movimentos de flexão-extensão do "coto" do ombro no plano horizontal (pág. (fig.1-3) se realizam no plano sagital (plano 18) e por isso é preferível não utilizá-los quan- A, figo 1-9), ao redor de um eixo transversal do nos referimos aos movimentos do membro (1, figo 1-2): supenor. a) extensão: movimento de escassa ampli- A partir da posição anatômica (máxima tude, 45 a 50°; adução), a adução (fig. 1-4) no plano frontal é b) flexão: movimento de grande ampli- mecanicamente impossível devido à presença tude, 180°; observar que a mesma do tronco. posição de flexão a 180° pode ser A partir da posição anatômica, não é pos- definida também como uma abdução de sível a adução se não for associada com: 180°, próxima à rotação longitudinal a) uma extensão: adução muito leve; (ver mais adiante o paradoxo de CODMAN). b) uma flexão: a adução alcança de 30 a 45°. Com freqüência se utilizam, embora de A partir de qualquer posição de abdução, a modo errôneo, os termos de antepulsão para se adução, neste caso denominada "adução relati- referir à flexão e retropulsão para a extensão. va", é sempre possível no plano frontal, até a Isto leva a uma confusão com os movimentos posição anatômica.
  • 15. L MEMBRO SUPERIOR 15 b Fig. 1-3 a b Fig.1-4
  • 16. 16 FISIOLOGIA ARTICULAR AABDUÇÃO A abdução (fig. 1-5), movimento que (b) abdução de 0° a 60°, que unicamen- afasta o membro superior do tronco, se realiza te pode se realizar na articulação es- no plano frontal (plano B, figo 1-9), ao redor cápulo-umeral; do eixo ântero-posterior (fig. 1-2, eixo 2). (c) abdução de 60° a 120° que necessita A amplitude da abdução alcança os 180°: da participação da articulação escá- o braço está em posição vertical por cima do pulo-torácica; tronco (d). (d) abdução de 120° a 180° que utiliza, Duas advertências: além das articulações escápulo- umeral e escápulo-torácica, a incli- - a partir dos 90°, a abdução aproxima o nação do lado oposto do tronco. membro superior ao plano de simetria Observar que a abdução pura, descrita uni- do corpo; também é possível chegar à camente no plano frontal, é um movimento pou- posição final de abdução de 180° me- co comum. Pelo contrário, a abdução associada diante um movimento de flexão de com uma fiexão determinada, isto é, a elevação 180°; do braço no plano da escápula, formando um - do ponto de vista das ações musculares ângulo de 30° em sentido anterior com relação e do jogo articular, a abdução, a partir ao plano frontal, é o movimento mais utilizado, da posição anatômica (a), passa por principalmente para levar a mão até a nuca ou à três fases: boca.
  • 17. 1. JIEMBRO SUPERIOR 17 . / a b / 1/ c d Fig.1-5
  • 18. 18 FISIOLOGIA ARTICULAR A ROTAÇÃO DO BRAÇO SOBRE O SEU EIXO LONGITUDINAL A rotação do braço sobre o seu eixo longi- ao longo do corpo. Pelo contrário, a ro- tudinal (fig. 1-2, eixo 3) pode ser realizada em tação externa mais utilizada, portanto a qualquer posição do ombro. Trata-se da rotação mais importante do ponto de vista fun- voluntária ou adjunta das articulações com três cional, é o setor compreendido entre a eixos e três graus de liberdade. Em geral, esta posição anatõmica fisiológica (rotação rotação se mede na posição anatõmica do braço externa -30°) e a posição anatõmica que pende verticalmente ao longo do corpo (fig. clássica (rotação 0°). 1-6, vista superior). c) Rotação interna: a sua amplitude é de a) Posição anatômica, denominada rota- 100 a 110°, Para conseguir realizar essa ção externa/interna 0°: para medir a am- rotação, o antebraço deve passar ne- plitude destes movimentos de rotação, o cessariamente.por trás do tronco, o que cotovelo deve estar necessariamente jle- exige um certo grau de extensão do om- xionado a 90° de maneira que o antebra- bro. A liberdade deste movimento é in- ço esteja no plano sagital. Se não toma- dispensável para que a mão possa che- mos esta precaução, à amplitude dos gar até as costas. É a condição para se movimentos de rotação externa/interna poder realizar a higiene perineal poste- do braço se somaria à dos movimentos rior. Com relação aos primeiros 90 de pronação-supinação do antebraço. graus de rotação interna, é exigida ne- Esta posição anatõmica, o antebraço no cessariamente uma flexão do ombro plano sagital, se utiliza de maneira total- sempre que a mão estiver na frente do mente arbitrária. Na prática, a posição tronco. de partida mais utilizada, porque se cor- . Os músculos motores da rotação longitudi- responde com o equilíbrio dos rotadores, nal serão estudados na página 78. No que se re- é a de rotação interna de 30° com relação fere à rotação longitudinal de braço nas outras à posição anatõmica, de maneira que a posições que não seja a anatõmica, não é possí- mão fica na frente do tronco. Poder-se-ia vel medir de maneira precisa se não for median- se denominar posição de referência fi- te um sistema de coordenadas polares (ver pág. siológica. 26). Os músculos rotadores intervêm de manei- b) Rotação externa: a sua amplitude é de ra diferente em cada posição, uns perdem a sua 80°, jamais alcança os 90°. Esta amplitu- ação rotadora, enquanto outros a adquirem. Isto de total de 80° normalmente não é utili- é um exemplo da lei da inversão das ações mus- zada nesta posição, com o braço vertical culares segundo a posição. MOVIMENTOS DO COTO DO OMBRO NO PLANO HORIZONTAL Estes movimentos desencadeiam a ação é maior do que a da retroposição. da articulação escápulo-torácica (fig. 1-7): Ação muscular: a) posição anatômica; Anteposição: peitoral maior, peitoral me- b) retroposição do coto do ombro; nor, serrátil anterior. c) anteposição do coto do ombro. Retroposição: rombóides, trapézio (por- Observar que a amplitude da anteposição ção média), grande dorsal.
  • 19. 1. MEMBRO SUPERIOR 19 o a Fig.1-6 c a c Fig.1-7
  • 20. 20 FISIOLOGIA ARTICULAR FLEXÃO-EXTENSÃO HORIZONTAL É o movimento do membro superior no pla- Extensão horizontal, movimento que as- no horizontal (fig. 1-8 e plano C da figo 1-9) ao socia a extensão e a adução de menor amplitude, redor do eixo vertical ou, mais exatamente, em 30-40°, ativa os seguintes músculos: tomo de uma sucessão de eixos verticais, dado que o movimento se realiza não só na articula- deltóide (fascículos póstero-extemos ção escápulo-umeral (fig. 1-2, eixo 4), mas tam- IV e V, e póstero-intemos VI e VII em bém na escápulo-torácica (ver figo 1-37). proporção variável entre eles e com o fascículo IIl), , Posição anatõmica: o membro superior está em abdução de 90° no plano frontal, o qual supra-espinhal, provoca a contração da seguinte musculatura: infra-espinhal, - deltóide (principalmente a sua porção redondos maior e menor, acromial, figo 1-65, IIl), rombóides, - supra-espinhal, trapézio (fascículo espinhal que se so- - trapézio: porções superior (acromial e ma aos outros dois), clavicular) e inferior (tubercular), - serrátil anterior. grande dorsal (em antagonismo-siner- gismo com o deltóide que anula o im- Flexão horizontal, movimento que associa portante componente de adução do a flexão e a adução de 140° de amplitude, ativa grande dorsal). os seguintes músculos: deltóide (fascículos ântero-intemo I e A amplitude total deste movimento de fle- ântero-extemo II em proporção variá- xão-extensão horizontal alcança quase os 180°. vel entre eles e com o fascículo IIl), Da posição extrema anterior à posição extrema posterior se ativam, sucessivamente, como se subescapular, fosse uma escala musical de piano, as diferentes peitorais maior e menor, porções do deltóide (ver pág. 70), que é o prin- serrátil anterior. cipal músculo deste movimento.
  • 21. 1. MEMBRO SUPERIOR 21 b a c Fig.1-8
  • 22. 22 FISIOLOGIA ARTICULAR o MOVIMENTO DE CIRCUNDUÇÃO A circundução combina os movimentos por trás do setor III e à esquerda do setor V. elementares ao redor de três eixos (fig. 1-9). O setor VII, não visível, se situa por cima). Quando esta circundução alcança a sua amplitu- A seta, prolongamento da direção do braço, de máxima, o braço descreve no espaço um co- indica o eixo do cone de circundução e a sua ne irregular: o cone de circundução. Este cone orientação no espaço se corresponde levemente delimita, na esfera cujo centro é o ombro e cujo com a definida como posição funcional (ver figo raio é igual à longitude do membro superior, um 1-16), mas neste caso o cotovelo se encontra em setor esférico de acessibilidade, em cujo interior extensão. O setor V que inclui o eixo do cone de a mão pode pegar objetos sem deslocar o tron- circundução é o ~etor de acessibilidade prefe- co, para eventualmente levá-Ios à boca. rencial. A orientação para a frente do eixo do Neste esquema, a curva representa a base cone de circundução r.esponde à necessidade de do cone de circundução (trajetória da extremida- proteger as mãos que trabalham sob o controle de dos dedos), percorrendo os diferentes setores visual. O cruzamento parcial e para frente dos do espaço determinados pelos planos de referên- dois setores de acessibilidade dos membros su- cia da articulação: periores obedece à mesma necessidade, permi- a) plano sagital (ftexão-extensão), tindo que ambas as mãos trabalhem simultanea- b) plano frontal (adução-abdução), mente sob controle visual, cooperem entre si e, se for necessário, se substituam uma à outra; de c) plano horizontal (ftexão horizontal ou modo que o conjunto dos dois setores esféricos extensão horizontal). de acessibilidade dos membros superiores é con- A partir da posição de referência - repre- trolado pelo campo visual dos olhos até seus sentada por um ponto espesso - a curva passa movimentos extremos, mantendo a cabeça fixa sucessivamente (para o membro superior direi- no plano sagital. Os campos visuais e os setores to) pelos setores: de acessibilidade das mãos se superpõem quase lU - abaixo, na frente e à esquerda; completamente. II - acima, na frente e à esquerda; É necessário ressaltar que esta disposição VI - acima, atrás e à direita; só é possível no percurso da filogenia graças ao deslocamento para baixo do forame occipitaL V - abaixo, atrás e à direita; permitindo assim que a superfície possa se diri- VIII - abaixo, atrás e à esquerda, em um gir para a frente e que o olhar adote uma dire- trajeto muito curto, porque a extensão-adu- ção perpendicular ao eixo longitudinal do cor- ção tem pouca amplitude (no esquema o se- po, enquanto nos quadrúpedes o olhar está diri- tor VIII se localiza por baixo do plano C, gido em direção ao eixo do corpo.
  • 23. 1. MEMBRO SUPERIOR 23 I B 11 VI I V 111 IV Fig.1-9
  • 24. 24 FISIOLOGIA ARTICULAR o "PARADOXO" DE CODMAN Quando, a partir da posição anatômica (fig. de descrever um ciclo ergonômico; tais ciclos se 1-10, a e b), o membro superior vertical ao lon- utilizam com freqüência nos gestos profissionais go do corpo, a palma da mão girada para den- ou esportivos repetidos, por exemplo na natação. tro, o polegar apontando para a frente (a), pedi- Esta rotação longitudinal voluntária que Mac Co- mos a um sujeito que realize, com o seu mem- naill denomina rotação adjunta, só é viável em bro superior, um movimento de abdução de articulações com três graus de liberdade e é indis- +180° no plano frontal (c), seguido por um mo- pensável durante o ciclo ergonômi€o. Isto fica de- vimento de extensão relativa de -180° no plano monstrado na seguinte experiência: a partir da po- sagital (d), o membro superior se encontra no- sição anatômica, em rotação interna, com a palma vamente vertical ao longo do corpo mas com a da mão girada pará fora e o polegar para trás, ab- palma da mão girada para fora e o polegar dução até os 180°, a partir dos 90° de abdução, o apontando para trás (e). movimento fica bloqueado e é necessário realizar Também é possível realizar o ciclo inverso: uma rotação externa voluntária para continuar. De flexão de 180° e, a seguir, uma adução de 180°, fato, causas anatômicas, tensão ligamentar e mus- mas os sinais estão invertidos e obtemos uma cular, não permitem que a rotação conjunta conti- rotação externa de 180°. nue no sentido da rotação interna e é necessário É fácil constatar que a palma da mão modi- recorrer a uma rotação adjunta externa para anular fica a sua orientação, provocando um movimen- a rotação conjunta interna e finalizar o ciclo ergo- to de rotação longitudinal de 180°. nômico. Isto explica a necessidade de uma articu- lação de três eixos na raiz dos membros. Neste duplo movimento de abdução segui- do por uma extensão, se produz AUTOMATI- Em resumo, o ombro é capaz de realizar CAMENTE uma rotação interna de 180°: um dois tipos de rotação longitudinal: a rotação vo- movimento sucessivo em tomo de dois dos eixos luntária ou adjunta e a rotação automática ou do ombro dirige mecanicamente e involuntaria- conjunta. Em todo momento estas duas rotações mente um movimento ao redor do eixo longitu- se somam algebricamente: dinal do membro superior. É o que Mac Conaill - se a rotação voluntária (adjunta) é nula, denominou rotação conjunta, que aparece num a rotação automática (conjunta) aparece movimento diadocal, isto é, realizado sucessiva- com claridade: é o (pseudo) paradoxo de mente em tomo dos dois eixos de uma articula- Codman, ção com dois graus de liberdade. Neste exem- plo, a articulação do ombro, que possui três - se a rotação voluntária tem a mesma di- graus de liberdade, é utilizada como uma articu- reção que a rotação automática, ela se lação de dois eixos. amplifica, Se utilizamos o terceiro eixo para realizar, - se a rotação voluntária tem direção con- voluntária e simultaneamente, uma rotação inver- trária, esta diminui ou até mesmo anula sa de 180°, desta vez, a mão retoma à posição de a rotação automática: é o ciclo ergonô- partida, o polegar apontando para a frente, depois mlCO.
  • 25. 1. MEMBRO SUPERIOR 25 + 1800 c b a e d Fig.1-10
  • 26. 26 FISIOLOGIA ARTICULAR AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS DO OMBRO A avaliação dos movimentos e das posi- braço pela posição que ocupa o cotovelo P nu- ções nas articulações com três eixos principais e ma esfera cujo centro é o ombro O e o raio OP três graus de liberdade, como o ombro, repre- equivale à longitude do úmero. Do mesmo mo- senta uma dificuldade, porque existem ambigüi- do que no globo terráqueo, a posição do ponto dades. Por exemplo, se de maneira geral defini- P se define mediante dois ângulos, a longitude mos a abdução como um movimento de separa- e a latitude. O ponto P se localiza na interse- ção do membro superior do plano de simetria, cção de um grande círculo cuja lqngitude pas- esta definição só é válida até os. 90°, já que, a sa pelos dois pólos e de um círculo pequeno de partir daí, o membro superior se aproxima do latitude cujo plano é paralelo ao do Equador, plano de simetria por cima e, contudo, continua- representado aqui J?elo grande círculo do plano mos com a denominação de abdução; para ava- sagital S. A linha dos pólos é a interseção do liar a rotação longitudinal o problema é ainda plano frontal F e do plano transversal T, o me- mais árduo. ridiano O é o semicírculo inferior do plano frontal F. Mede-se aflexão como uma longitu- Embora seja simples avaliar um movi- de contada para a frente, ou como o ângulo mento quando o membro se desloca no plano de BÔL (L é a intersecção do meridiano que pas- referência, frontal ou sagital, sem dúvida sele- sa por P e do Equador), e a abdução como uma cionado arbitrariamente, a questão é mais com- latitude, isto é, o ângulo AÔK, ou melhor ain- plicada quando nos referimos aos setores inter- da o seu suplementar BÔK. Além disso é viá- médios; são necessárias pelo menos duas coor- vel avaliar a rotação longitudinal do úmero co- denadas angulares que utilizam um sistema de mo um cabo em relação com um meridiano coordenadas retangulares, ou um sistema de vertic~l BPA que passe por P: este cabo é o ân- coordenadas polares. gulo C determinado a partir de AP. No sistema de coordenadas retangula- Portanto, este sistema de avaliação é res (fig. 1-11), medimos o ponto de projeção do bem mais preciso e completo que o primeiro; in- eixo longitudinal do braço, pelo menos em dois clusive é o único que permite representar o cone dos três planos de referência: frontal, F, sagital, de circundução como uma trajetória fechada na Se transerso, T, localizando o "centro" do om- esfera, embora se utilize menos na prática devi- bro na interseção O dos três planos. A projeção do à sua complexidade. do ponto P no plano frontal F em M e no plano Apresenta uma diferença importante com o sagitalAS em Q permite medir o ân~ulo de abdu- sistema de coordenadas retangulares (fig. 1-13): ção SO?vl e o ângulo de flexão SOQ. Observar se o ângulo de flexão BÔL é o mesmo, o ângu- que a posição do ponto N, projeção de P no plano lo de abdução BÔK é diferente de BÔM (em transverso T, pode ser definido sem ambigüidade coordenadas retangulares) e esta diferença é a partir do momento em que conhecemos M e Q. mais importante quanto mais se aproxime a fle- Contudo, neste sistema, não existe nenhum modo xão aos 90°. De fato, para uma flexão de 90° o de avaliar a rotação sobre o eixo longitudinal ponto P se situa no meridiano horizontal que OP. passa por E. O ângulo BÔM, então, é sempre No sistema das coordenadas polares igual a 90°, enquanto o ângulo AÔK pode variar (fig. 1-12) ou acimutais, se define a direção do de O a 90°.
  • 27. 1. MEIBRO SUPERIOR 27 Fig.1-11 Fig.1-12 Fig.1-13
  • 28. 28 FISIOLOGIA ARTICULAR MOVIMENTOS DE EXPLORAÇÃO GLOBAL DO OMBRO Primeiro movimento de exploração glo- terna, a mão entra em contato com a re- bal do ombro (fig. 1-14) gião lombar. a) pentear-se; Quando está livre e a sua amplitude é nor- b) levar a mão à nuca. mal, este movimento dirige a mão até a parte in- ferior da região escapular contralateral. Quando está livre e a sua amplitude é nor- lal, este movimento dirige a mão em direção à Posição funcional do ombro (fig. 1-16) °elhaoposta e da parte superior da região esca- O eixo longitudinal do braço está em flexão r'ular contralateral. de 45° e abdução de 60°, isto é, se encontra no Este movimento realizado com o cotovelo plano vertical formando um ângulo diedro de em flexão explora tanto a abdução (120°) quan- 45° com o plano sagital (ou frontal) e o braço es- to a rotação externa (90°). tá em rotação interna de 30-40°. Segundo movimento de exploração glo- Esta posição se corresponde com o estado bal do ombro (fig. 1-15) de equilíbrio dos músculos periarticulares do ombro: por isso se utiliza esta posição para a Vestir um casaco: imobilização das fraturas da diáfise umeral já - o braço que se introduz na primeira que, nestas condições, o fragmento inferior, o manga (braço esquerdo na figura) rea- único sobre o qual podemos atuar, se encontra liza um movimento de flexão-abdução; no eixo do fragmento superior sobre o qual - o braço que vai procurar a segunda atuam os músculos periarticulares. manga (braço direito na figura) realiza Corresponde-se também com o eixo do co- um movimento de extensão-rotação in- ne de circundução (fig. 1-9).
  • 29. 1. MEMBRO SUPERIOR 29 a Fig.1-14 Fig.1-16 Fig.1-15
  • 30. 30 FISIOLOGIA ARTICULAR o COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO o ombro não está constituído por uma arti- grupo, contudo não pode atuar sem as culação, mas por cinco articulações que confor- outras duas, já que está mecanicamen- mam o COMPLEXO ARTICULAR DO OM- te unida a elas .. BRO (fig. 1-17), cujos movimentos com relação 4) Articulação acrômio-clavicular ao membro superior acabamos de explicar. Estas cinco articulações se classificam em dois grupos: Articulação verdadeira, localizada na porção externa da clavícula. Primeiro grupo: duas articulações: S) Articulação esternocostoclavicular 1) Articulação escápulo-umeral Articulação verdadeira, localizada na Articulação verdadeira do ponto de porção interna da clavícula. vista anatômico (contato de duas su- perfícies cartilaginosas de desliza- Em geral, o complexo articular do ombro mento) pode ser esquematizado da seguinte maneira: Esta articulação é a mais importante Primeiro grupo: do grupo. uma articulação verdadeira e princi- 2) Articulação subdeltóide ou "segun- pal: a articulação escápulo-umeral; da articulação do ombro" uma articulação "falsa" e acessória: Do ponto de vista estritamente anatô- a articulação subdeltóide. mico não se trata de uma articulação; Segundo grupo: contudo podemos considerar do pon- uma articulação "falsa" e principal; to de vista fisiológico, devido ser a articulação escápulo-torácica; composta por duas superfícies que deslizam uma sobre a outra. A articu- duas articulações verdadeiras e aces- sórias: a acrômio-clavicular e a es- lação subdeltóide está mecanicamente tem o-costo-cIavicular. unida à articulação escápulo-umeral: qualquer movimento na articulação Em cada um dos grupos, as articulações es- escápulo-umeral provoca um movi- tão unidas mecanicamente, isto é, atuam neces- mento na subdeltóide. sariamente ao mesmo tempo. Na prática, os dois Segundo grupo: três articulações. grupos também funcionam simultanearnente, se- gundo proporções variáveis no percurso dos mo- 3) Articulação escápulo-torácica vimentos. De maneira que podemos afirmar que Neste caso se trata outra vez de uma as cinco articulações do complexo articular do articulação fisiológica e não anatômi- ombro funcionam simultaneamente e em pro- ca. É a articulação mais importante do porções variáveis de um grupo ao outro.
  • 32. 32 FISIOLOGIA ARTICULAR AS SUPERFÍCIES ARTICULARES DA ARTICULAÇÃO ESCÂPULO-UMERAL Superfícies esféricas,características de - tuberosidade menor ou troquino, ante- uma enartrose e, portanto, articulação de três ei- rior, I xos e com três graus de liberdade (fig. 1-18). - tuberosidade maior ou troquino, externa. a) Cabeça umeral b) A cavidad'e glenóide da escápula Orientada para cima, para dentro e trás, po- Localizada no ângulo superior-externo do de ser comparada com um terço de esfera de 30 corpo da escápula, se orienta para fora, para a mm de raio. Na verdade, esta esfera está longe frente e levemente para cima. É côncava em am- de ser regular devido a seu diâmetro vertical ser bos os sentidos (vertical e transversal), mas a sua 3 a 4 mm maior do que o seu diâmetro ântero- concavidade é irregular e menos acentuada do posterior. Além disso, num corte vértico- frontal que a convexidade da cabeça. Está rodeada pela (quadro) podemos comprovar que o seu raio de proeminente margem glenóide, interrompida pela curva diminui levemente de cima para baixo e incisura glenóide na sua parte ântero-superior. A que não existe um único centro da curva, mas sua superfície é menor que a da cabeça umeral. uma série de centros de curva alinhados ao lon- c) O lábio glenóide go de uma espiral. Portanto, quando a parte su- Trata-se de um anel fibrocartilaginoso lo- perior da cabeça umeralentra em contato com a calizado na margem glenóide, de maneira que glenóide, a região de apoio é maior e a articula- ocupa a incisura glenóide e aumenta ligeiramen- ção é mais estável, quanto mais tensos estejam te a superfície da glenóide, embora, principal- os fascículos médio e inferior do ligamento gle- mente, acentua a sua concavidade restabelecen- noumeral. Esta posição de abdução de 90° co- do a congruência (coincidência) das superfícies rresponde à posição de bloqueio ou close-pac- articulares. ked position de Mac Conaill. Triangular, quando está seccionado, apre- O seu eixo forma com o eixo diafisário um senta três superfícies: ângulo denominado "inclinação" de 135° e, com o plano frontal, um ângulo denominado "decli- - uma superfície interna que se insere no nação" de 30°. contorno glenóide; Está separada do resto da epífise superior - uma superfície periférica onde se inse- do úmero pelo colo anatômico, cujo plano está rem algumas fibras da cápsula; inclinado 45° com relação à horizontal (ângulo - uma superfície central (ou axial) cuja suplementar do ângulo de inclinação). cartilagem é um prolongamento da gle- Contém duas proeminências nas quais se nóide óssea e que entra em contato com inserem os músculos periarticulares: a cabeça umeral.
  • 33. 1. MEMBRO SUPERIOR 33 Fig.1-18
  • 34. 34 FISIOLOGIA ARTICULAR CENTROS INSTANTÂNEOS DE ROTAÇÃO o centro da curva de uma superfície articu- po se situa em outro "centro de dispersão" C2, lar não necessariamente coincide com o centro situado na metade superior da cabeça. Os dois de rotação porque, além da forma da superfície, círculos estão separados pela descontinuidade. intervêm também o jogo mecânico da articula- Com relação ao movimento de abdução, ção, a tensão dos ligamentos e a contração dos músculos. podemos comparar a articulação escápulo-ume- ral (fig. 1-20) com duas articulações: No que se refere à cabeça umeral, não exis- - no início do movimento até os 500, a ro- te, como se acreditava durante muito tempo tação da cabeça umeral se realiza ao re- quando se comparava a sua forma com uma por- dor de um ponto situado em algum lu- ção de esfera, um centro fixo e imutável durante gar do círculo Ci; o movimento, mas sim, como demonstraram os recentes trabalhos de Fischer e cols., uma série - no fim da abdução entre 50 e 900, o cen- de centros instantâneos de rotação (CIR) que se tro de rotação se localiza no círculo C2; correspondem com o centro do movimento rea- - ao redor dos 500, a descontinuidade do lizado entre duas posições muito próximas entre movimento acontece cujo centro se lo- elas. Estes pontos se determinam mediante a caliza claramente por cima e por dentro análise informática de uma série de radiografias da cabeça. suceSSivas. Durante o movimento de flexão (fig. 1-21, Assim sendo, durante o.movimento de ab- vista externa) a mesma análise demonstra que dução considerado plano, isto é, mantendo uni- não existe uma grande descontinuidade na tra- camente o componente de rotação de úmero no jetória dos CIR, o que corresponde a um único plano frontal, existem dois grupos de CIR (fig. "círculo de dispersão" centrado na parte infe- 1-19) dentre os quais aparece uma descontinui- rior da cabeça à mesma distância de ambas as dade (3-4) até hoje sem explicação viável. O pri- margens. meiro grupo se localiza num "círculo de disper- Por último, durante o movimento de rota- são" C1, situado perto da parte inferior-interna ção longitudinal (fig. 1-22, vista superior), o cír- da cabeça umeral, cujo centro é o baricentro dos culo de dispersão se localiza perpendicularmen- CIR e cujo raio é a média das distâncias desde o te à cortical diafisária interna e à mesma distân- baricentro até cada um dos CIR. O segundo gru- cia das duas margens da cabeça.
  • 35. 1. MEMBRO SUPERIOR 35 3-4 Fig.1-19 Fig. 1-20 '00 Fig.1-21 Fig.1-22
  • 36. 36 FISIOLOGIA ARTICULAR A CÁPSULA E OS LIGAMENTOS DO OMBRO As superfícies articulares e a bainha cap- raco-umeral fecha, na parte de cima, sular (fig. 1-23, segundo Rouviere). a incisura intertuberositária, por onde a) A cabeça wneral (vista interna) o tendão da porção longa do bíceps sai da articulação: este percorre o sul- Rodeada pela cápsula como se fosse uma co intertuberositário, convertido em gorjeira (1) na qual se distingue: canal pelo ligamento umeral trans- os "frenula capsulae" (2) por baixo verso (8). do pólo inferior da cabeça; trata-se de ligamento glenoumeral, com os seus pregas sinoviais elevadas por fibras três fascículos, superior supragleno- recorrentes da cápsula; supra-umeral (9), médio suprag1eno- o engrossamento formado pelo fascí- pré-umeral (10) e inferior pré-g1e- culo superior do ligamento gle- nossubumeral (11). noumeral (3). O conjunto forma um Z expandido sobre a su- Dentro da cápsula podemos ver o tendão sec- perfície anterior da cápsula. cionado da porção longa do bíceps (4). Entre os três fascículos existem pontos fracos: Por fora da cápsula podemos apreciar a sec- Forame de Weitbrecht (12) e forame de Rou- ção do músculo subescapular (5), perto de sua in- viere (13), por onde a sinovial articular pode-se co- serção na tuberosidade menor. municar com a bolsa serosa subcoracóide. b) A cavidade glenóide (vista externa) - a porção longa do tríceps (14). Com o lábio g1enóide (1) que passa por cima Vista posterior da articulação escápulo- da incisura glenóide formando uma ponte (2) e cu- umeral (fig. 1-24 bis, segundo Rouviere) jo pólo superior serve de inserção para as fibras da porção longa do bíceps (intracapsular) (3), neste Na parte posterior da cápsula, abrimos uma caso seccionado. "janela" e a cabeça umeral foi removida (1). A las- sidão da cápsula permite separar 3 cm das superfí- Com a cápsula (4) e os seus reforços ligamen- tares: cies articulares no cadáver, de maneira que pode- mos distinguir: os fascículos médio (2) e inferior (3) do ligamento glenoumeral (vistos des- de a sua superfície profunda); ligamento córaco-umeral (4), ao qual está unido o ligamento córaco-gle- nóide (5), que não possui função me- cânica; a parte intra-articular da porção longa do bíceps (6); a cavidade glenóide (7) e o lábio gle- nóide (8); dois ligamentos que não possuem ação mecânica: o ligamento coracóide (9) e o ligamento espinho-g1enóide (10); as inserções dos três músculos pe- riarticulares: o supra-espinhal (11), o infra-espinhal (12) e o redondo me- nor (13).
  • 37. 1. .1E~'1BRO SUPERIOR 37 4 3 5 8 Fig.1-23 14 9 10 5 Fig.1-24 11 12 13 .! Fig. 1-24bis
  • 38. 38 FISIOLOGIA ARTICULAR o TENDÃO DA PORÇÃO LONGA DO BÍCEPS INTRA-ARTICULAR Em corte frontal da articulação escápulo- se afastam da inserção tendinosa. Mas, em todo umeral (fig. 1-25, segundo Rouviere), podemos caso, o tendão, embora intracapsular, permanece observar: extra-sinovial. - as irregularidades da cavidade glenóide ós- N a atualidade sabemos que o tendão da sea desaparecem na cartilagem glenóide; porção longa do bíceps desempenha um papel im- - margem cotilóide (2) acentua a profundi- portante na fisiologia e na patologia do ombro. dade da cavidade glenóide; contudo, o en- Quando o bíceps se contrai 'para levantar caixe desta articulação não é muito com- um objeto pesado, as suas duas porções desem- pacto, o qual explica as freqiientes luxa- penham um papel muito importante para manter a ções. Na sua parte superior (3) a margem coaptação simultânea do ombro: a porção curta glenóide não está totalmente fixa: a sua e1e"a o úmero com relação à escápula e se apóia margem central cortante fica livre dentro sobre o processo coracóide; assim sendo, junto da cavidade, como se fosse um menisco; com os outros músculos longitudinais (porção - na posição anatômica, a parte superior da longa do tríceps, coracobraquial, deltóide), impe- cápsula (4) está tensa, enquanto a inferior de a luxação da cabeça umeral para baixo. Simul- (5) apresenta pregas: esta "elasticidade" taneamente, a porção longa coapta a cabeça ume- capsular e o "despregamento" dos frenula ral na glenóide; isto é exatamente assim no caso capsulae (6) possibilitam a abdução; da abdução do ombro (fig. 1-26), porque a porção longa do bíceps também forma parte dos abduto- - tendão da porção longa do bíceps (7) se res: quando sofre mptura a força da abdução dimi- insere no tubérculo subglenóide e no pólo nui 29%. superior do lábio glenóide. Para sair da ar- ticulação pela incisura intertuberositária O grau de tensão inicial da porção longa (8) se desliza por baixo da cápsula (4). do bíceps depende da longitude do trajeto percorri- do pela porção horizontal intra-articular (fig. 1-27, Corte que mostra as conexões do tendão com vista superior). Esta longitude é máxima em posi- a sinovial (quadro): ção intermédia (A) e em rotação externa (B): nes- Na cavidade alticular o tendão da porção lon- te caso a eficácia da porção longa é máxima. Pelo ga do bíceps pode estabelecer ligações com a si- contrário, em rotação interna (C) o trajeto intra-ar- novial mediante três posições diferentes: ticular é o mais curto e a eficácia da porção longa é mínima. 1) aderido à superfície profunda da cápsula (c) pela sinovial (s); Também podemos compreender, conside- 2) a sinovial forma duas pequenas pontas rando a reflexo do tendão da porção longa do bí- (fundos de saco) entre a cápsula e o ten- ceps na incisura intertuberositária, que neste pon- dão que, desta maneira, se une à cápsula to ele sofre uma grande fadiga mecânica à qual mediante um fino septo denominado me- não pode resistir se o seu trofismo não é excelen- sotendão; te, considerando que isto também se acentua pelo fato de não contar com um sesamóide neste pon- 3) estando dois "fundos de saco" unidos de to crítico. Se, com a idade, aparece a degeneração tal maneira que desaparecem, o tendão fi- das fibras colágenas, o tendão termina se rompen- ca liberado, mas envolvido por uma pe- do pela sua porção intra-articular, na entrada do quena lâmina sinovial. sulco ou canal bicipital, inclusive com um esforço Normalmente, estas três disposições po- mínimo, produzindo um quadro clínico caracterís- dem observar-se de dentro para fora à medida que tico das periartrites escápulo-umerais.
  • 39. 1. MEMBRO SUPERIOR 39 8 7 4 3 1 1 32Z//////~c ~.:.I 2~ S Fig.1-25 Fig.1-26 B Fig.1-27
  • 40. 40 FISIOLOGIA ARTICULAR FUNÇÃO DO LIGAMENTO GLENOUl:1ERAL Durante a abdução (fig. 1-28) rior da glenóide e da margem cotilóide. A rota- ção externa desloca a tuberosidade do úmero a) posição anatõmica (as franjas tracejadas para trás no fim da abdução, que se encontra representam os fascículos médio e infe- por baixo da abóbada acrõmio-coracóide e a in- rior do ligamento); cisura intertuberositária, e distende ligeiramen- b) durante a abdução podemos comprovar te o fascículo inferior do ligamento glenoume- como estão tensos os fascículos médio e ral de maneira que consegue retardar o impac- inferior do ligamento glenoumeral, en- to. Assim sendo, a amplitude da abdução é de quanto o fascículo superior e o ligamen- 90°. to córaco-umeral - não representado no desenho - se distendem. A tensão máxi- Quando a abdução se realiza com uma fle- xão de 30°, no plano do corpo da escápula, a ma dos ligamentos, associada à maior tensão do ligamento glenoumeral é retardada, superfície de contato possível das carti- permitindo que a abdução atinja uma amplitu- lagens articulares (o raio da curva da ca- de de 110° na articulação escápulo-umeral. beça umeral é ligeiramente maior em ci- ma que embaixo) fazem da abdução a Durante a rotação (fig. 1-29) posição de bloqueio do ombro, a close- a) a rotação externa provoca a tensão dos packed position de Mac Conaill. três fascículos do ligamento g1enoume- ral, Outro fator limitante é o impacto da tu- berosidade maior do úmero contra a parte supe- b) a rotação interna os distende.
  • 41. 1. MEMBRO SUPERIOR 41 a b Fig.1-28 b a Fig.1-29
  • 42. 42 FISIOLOGIA ARTICULAR o LIGAMENTO CÓRACO-UMERAL NA FLEXÃO-EXTENSÃO Em vista esquemática extema (fig. 1-30) tuberosidade menor do úmero durante a ex- podemos observar a tensão relativa dos dois fascí- tensão; culos do ligamento córaco-umeral: c) tensão predominante sobre o fascículo da a) posição anatômica mostrando o ligamen- tuberosidade maior do úmero durante a to córaco-umeral com os seus dois fascí- fiexão. culos (tuberosidade maior do úmero por A rotação intema do úmero que aparece no trás e tuberosidade menor do úmero pela fim da flexão distende os ligamentos córa- frente); co-umeral e glenoumeral, possibilitando b) tensão predominante sobre o fascículo da uma maior amplitude de movimento.
  • 43. 1. MEMBRO SUPERIOR 43 c b a Fig.1-30
  • 44. 44 FISIOLOGIA ARTICULAR A COAPTAÇÃO MUSCULAR DO OMBRO Os músculos periarticulares transversais ombro se paralisam. Contudo, recentes trabalhos (fig. 1-31), verdadeiros ligamentos ativos da ar- eletromiográficos demonstram que só intervêm ticulação, proporcionam a coaptação das super- ativamente quando o membro superior suporta fícies articulares: encaixam a cabeça umeml na grandes cargas, desempenhando o papel de su- cavidade glenóide: porte em situação normal e não, como se acre- a) vista posterior, ditava até então, ô ligamento córaco-umeral, clássica faixa de fixação de Farabeuf, mas a b) vista anterior, porção inferior da cáp·sula, como se demonstra c) vista superior. nos trabalhos de Fischer e cols. Nestes esquemas podemos observar os se- Contudo, a presença da abóbada acrômio- guintes músculos: coracóide acolchoada pela porção final do su- 1) supra-espinhal, pra-espinhal impede e limita a luxação da cabe- ça para cima, sob influência de uma potente 2) subescapular, contração destes músculos longitudinais. 3) infra-espinhal, Quando é destruída esta abóbada acolchoada 4) redondo menor, pela terminação do supra-espinhal, a cabeça umeral realiza um impacto direto contra a su- 5) tendão da porção longa do bíceps. Quan- do este músculo se contrai, o tendão, su- perfície inferior do acrômio e do ligamento acrômio-coracóide, e isto é a causa das dores da jeito ao tubérculo supraglenóide, desloca periartrite escápulo-umeral ou, mais concreta- a cabeça para dentro. mente, da síndrome da ruptura da bainha rota- Alguns autores mencionam um papel tória. coaptador da pressão atmosférica, que não atua a) vista posterior, na glenóide, mas por baixo da camada dos mÚs- culos periarticulares (ver também figs. 1-33 e 1- b) vista anterior. 34). Nos desenhos podemos observar: Os mÚsculos longitudinais do braço e da (5') a porção curta do bíceps, cintura escapular (fig. 1-32) impedem, median- (6) o córaco-braquial, te a sua contração tônica, que a cabeça umeral se luxe por baixo da glenóide sob tração de uma (7) a porção longa do tríceps, carga mantida na mão ou o próprio peso do (8 e 8') fascículos do deltóide, membro superior. Esta luxação inferior se ob- serva na síndrome do "ombro caído" quando, (9) o fascículo clavicular do peitoral maior. por qualquer motivo, os mÚsculos do braço e do (A seta preta indica a tração para baixo.)
  • 45. 1. MEMBRO SUPERIOR 45 c Fig.1-31 Fig. 1-32
  • 46. 46 FISIOLOGIA ARTICULAR A "ARTICULAÇÃO" SUBDELTÓIDE Articulação subdeltóide aberta (fig. 1-33, Em corte vertical-frontal do coto do om- segundo Rouviere) bro (fig. 1-34) , O deltóide está seccionado horizontalmen- a) com o braço vertical ao longo do corpo te e deslocado para um lado (1), permitindo,~ podemos distinguir: o supra-espinhal desta maneira, a vista da "superfície" profunda (1), que se desliza para baixo da articula- do plano de deslizamento anatômico subdeltói- ção acrômio-clavicular (2) para se inserir de, constituído por: na tuberosidade maior do úmero, e o del- - extremidade superior do úmero (2); tóide (4) acima do qual se situa a bolsa serosa suldeltóide (5). - bainha dos músculos periarticulares: su- pra-espinhal (3), infra-espinhal (4), re- b) durante a abdução: o infra-espinhal (1) dondo menor (5). O subescapular não desloca a tuberosidade maior do úmero está representado no desenho, contudo, (3) para cima e para dentro, de maneira podemos claramente distinguir o tendão que: da porção longa do bíceps (6) ao sair do - o fundo superior da bolsa se desloca canal bicipital. e se situa debaixo da articulação Entre a superfície descrita e a abóbada acrômio-clavicular (2), acrômio-coracóide formada pela superfície infe- - a lâmina profunda da bolsa se des- rior do acrômio e do ligamento acrômio-cora- loca para dentro com relação à lâ- cóide que se prolonga pela frente ao tendão do mina superficial (6), que se enruga. córaco-bíceps, o plano de deslizamento anatô- Desta forma, a cabeça umeral pode- mico celular adiposo contém uma bolsa se rosa se deslizar por baixo da abóbada subdeltóide (7), aberta no desenho. acrômio-deltóide. Outros músculos visíveis no desenho são: o Por outro lado, o fundo da bolsa inferior da redondo maior (8), a porção longa do tríceps (9), articulação escápulo-umeral (7) se desdobra e a porção lateral do tríceps (10), o córaco-bra- está tenso. quial (11), a porção curta do bíceps (12), o pei- toral menor (13) e o peitoral maior (14). Porção longa do tríceps (8).
  • 47. 7 L ,~'-"""'''WIl:l:b..~~U;;;hj //.J 3 5 4 ~ ' ','/ ", '/, ,..-- " >,,;:,,:;',~ ~ •. ~-~ ~ - ,.,/1. , I' ,/;.,",' ./~--' ~ ,,-'•• jl//i ..• ~fl"~1,, ! •• ' _., •••. 'J 2 13 9 v///' -.~ g-'"""--T" - 6 . - .. '"" 111' / / / 12 8 1('(1- = -rr;:;--~,·",'~'I!S;:.. H,IU~"':'~:',,/"" ; ' 11 .14 9 10 Fig.1-33 5 4 3 Fig.1-34 b
  • 48. 48 FISIOLOGIA ARTICULAR A ARTICULAÇÃO ESCÁPULO- TORÁCICA É fácil entender a articulação escápulo-to- ra fora e de trás para adiante, formando rácica num corte horizontal do tórax (fig. 1-35). com o plano frontal um ângulo diedro Na metade esquerda do corte (posição ana- de 30°, aberto para fora e para a frente; tômica), podemos observar as duas zonas de - a direção geral da clavícula é oblíqua deslizamento desta falsa articulação: para fora e atrás e forma com o plano da 1) Zona escápulo-serrática, compreendi- escápula um ângulo de 60° aberto para da entre: dentro. I - por trás e por fora: a escápula reco- Em vista posterior do tórax (fig. 1-36) é berta pelo músculo subescapular; possível localizar a éscápula. - pela frente e por dentro: a camada A escápula, em posição normal, se estende muscular do serrátil anterior, que se da 2a à 7a costela. Com relação à linha dos pro- estende da margem interna da escápu- cessos espinhosos (linha média): Ia até a parede ântero-Iateral do tórax. - seu ângulo superior-interno se corres- 2) Zona tóraco-serrática ou parieto-ser- ponde com o 1.° processo espinhoso to- rática, compreendida entre: rácico; - por dentro e pela frente: a parede to- - seu ângulo inferior ao 7.° ou 8.° proces- rácica (costelas e músculos intercos- so espinhoso torácico; tais); - a porção interna da espinha da escápula - por trás e por fora: o serrátil anterior. (ângulo constituído pelos dois segmen- N a metade direita do corte (estrutura fun- tos da margem interna) ao 3.° processo cional da cintura escapular), podemos compro- espinhoso torácico. var que: A margem interna ou espinhal da escápula - a escápula não se localiza no plano fron- se situa a 5 ou 6 cm da linha dos processos es- tal, mas no plano oblíquo de dentro pa- pinhosos.
  • 50. 50 FISIOLOGIA ARTICULAR MOVIMENTOS DA CINTURA ESCAPULAR Moyimentos de deslocamento lateral 2) Lado esquerdo: translação externa. da escápula (fig. 1-37, corte esquemático hori- 3) A amplitude total entre estas duas posi- zontal) ções extremas é de 15 cm. I 1) Lado direito do corte: quando a escápula Moyimentos de translação yertical da es- se desloca para dentro: cápula (fig. 1-39) - tende a orientar-se no plano frontal; 1) Lado direito: descenso. - a cavidade glenóide está dirigida mais diretamente para fora; 2) Lado esquerd0: ascenso. - a porção externa da clavícula se dirige 3) Amplitude total: 10 a 12 cm. para dentro e atrás; Estes movimentos verticais vão acompanha- - ângulo entre a clavícula e a escápula dos, necessariamente, de uma certa basculação. mostra tendência a abrir-se. Moyimentos denominados "sino" ou 2) Lado esquerdo do corte: quando a escápu- basculação da escápula (fig. 1-40) Ia se desloca para fora: Rotação da escápula ao redor de um eixo - tende a se orientar no plano sagital; perpendicular ao plano da escápula localizado ligeiramente por baixo da espinha; não muito - a porção externa da clavícula está diri- longe do ângulo superior-externo. gida para fora e para frente e o seu ei- xo longitudinal tem a tendência de es- 1) Lado direito: rotação "para baixo" (no tar no plano frontal; assim sendo, o caso da escápula direita, no sentido dos pontei- diâmetro transversal dos ombros chega ros do relógio): o ângulo inferior se desloca pa- até a sua máxima amplitude; ra dentro, o ângulo superior e externo para bai- - o ângulo entre a clavícula e a escápula xo e a glenóide tem a tendência a se dirigir para tende afechar-se. baixo. Entre estas duas posições extremas, o plano 2) Lado esquerdo: rotação "para cima": da escápula forma um ângulo diedro de 40 a 45°, movimento inverso, a glenóide é orientada mais que corresponde à amplitude global da mudança diretamente para cima e o ângulo externo se de orientação da glenóide no plano horizontal, eleva. isto é, em tomo de um eixo vertical fictício. Moyimentos de translação lateral da es- 3) Amplitude total: 60°. cápula (fig. 1-38; vista superior) 4) Deslocamento do ângulo inferior: 10 a 1) Lado direito: translação interna (obser- 12 cm; do ângulo superior-externo: de 5 a var uma ligeira basculação). 6 cm.
  • 51. 1. MEMBRO SUPERIOR 51 Fig.1-37 Fig.1-38 Fig.1-39 Fig.1-40
  • 52. 52 FISIOLOGIA ARTICULAR OS MOVIMENTOS REAIS DA ARTICULAÇÃO ESCÁPULO- TORÁCICA Antes existia uma descrição dos movi- cando a ponta da escápula para a frente mentos elementares da articulação escápulo-to- e para cima, enquanto a porção superior rácica, mas, na atualidade, sabemos que durante do osso se desloca para trás e para bai- os movimentos de abdução ou de fiexão do xo, movimento que imita o de um ho- membro superior estes movimentos diferentes mem inclinado para trás para olhar o to- elementares se combinam em um grau variável. po de um arranha-céus. A sua amplitude Graças a uma série de radiografias (fig. 1-41) é de 23° durante a abdução de O a 45°. realizadas no percurso do movimento de abdu- - um movimento de "pÍvô" ao redor de ção, J. '{ de Ia Caffiniere pôde, comparando-as um eixo vertical cuja característica é a com fotografias da escápula "seca" em diferen- de ser difásico: tes atitudes, estudar os componentes do seu mo- vimento real; as vistas em perspectiva do acrô- • no primeiro momento, durante a abdu- mio (fig. 1-42), da coracóide e da glenóide (fig. ção de O a 90°, a glenóide tende parado- 1-43) permitem estabelecer que, durante a abdu- xalmente a orientar-se para trás seguin- ção ativa, a escápula realiza quatro movimentos: do um ângulo de 10°, - um ascenso de 8 a 10 cm aproximada- • a seguir, a partir dos 90° de abdução, a mente sem ter associado, como classica- glenóide tende a recuperar a orientação mente é afirmado, um deslocamento pa- para cima seguindo um ângulo de 6°; ra frente. em realidade, não recupera a sua orien- - um movimento de sino de progressão tação inicial no plano ântero-posterior. praticamente linear, de 38° quando a ab- No percurso da abdução, a glenóide so- dução do membro superior passa de O a fre um deslocamento complexo, ascendendo e 145°. A partir de 120° de abdução, a ro- aproximando-se da linha média, ao mesmo tação angular é igual na articulação es- tempo que realiza uma mudança de orientação cápulo-umeral e na escápulo-torácica. de tal maneira que a tuberosidade maior do - um movimento de basculaçc70 ao redor úmero "escapa" pela frente do acrômio para se de um eixo transversal, oblíquo de den- deslizar para baixo do ligamento acrômio-co- tro para fora e de trás para diante, deslo- racóide.
  • 53. 1. MEMBRO SUPERIOR 53 145 Fig.1-43 I I I I I Fig.1-42 Fig.1-41
  • 54. 54 FISIOLOGIA ARTICULAR A ARTICULAÇÃO ESTERNOCOSTOCLAVICULAR (As superfícies articulares) Estas duas superfícies articulares (fig. 1- - eixo 1 se corresponde com a concavi- 44), representadas aqui em separado, têm afor- dade da superfície c1avicular e permite ma de uma sela usada para cavalgar (superfície os moviméntos c1a'iculares no plano "toróide negativa", ver mais adiante quando horizontal; mencionarmos a articulação trapézio-metacar- - eixo 2 se corresponde com a concavi- peana), com uma curva dupla, mas no sentido dade da superfície esternocostal e per- inverso; são convexas num sentido e côncavas mite os movimentos c1aviculares no no outro. Da curva côncava um eixo perpendi- plano vertical. cular no espaço corresponde ao eixo da curva convexa; estes dois eixos se localizam em um e Portanto, esta articulação possui dois noutro lado da superfície com forma de sela. A eixos e dois graus de liberdade. O seu mode- de menor superfície (1) é c1avicular, a de maior lo mecânico é o "CARDÃO", Contudo, existe superfície (2) é esternocostal. Na verdade, a su- um movimento de rotação longitudinal (ver perfície c1avicular (1), mais estendida horizon- pág. 56). talmente que verticalmente, ultrapassa pela fren- A articulação esternocostoc1avicular direi- te e, principalmente, para trás, os limites da su- ta está representada aberta na sua superfície an- perfície esternocostal (2). terior (fig. 1-46). A superfície c1avicular encaixa com facili- A porção interna da c1a'ícula (1), cuja su- dade (fig. 1-45) na superfície esternocostal, da perfície articular podemos observar (2), foi re- mesma maneira que o cavaleiro se adapta à sela movida depois da secção do ligamento superior e esta, por sua vez, ao cavalo. A curva côncava (3), do ligamento anterior (-1.) e do ligamento da primeira e a curva convexa da segunda encai- costoc1avicular (5), o mais poderoso. Só se xam-se perfeitamente. Os dois eixos de cada conserva o ligamento posterior (6). A superfí- uma das superfícies coincidem de dois em dois, cie esternocostal (7) se vê nitidamente junto de maneira que o sistema só possui dois eixos com as suas duas curvas: concavidade no sen- perpendiculares no espaço, representados no de- tido vertical e convexidade no sentido ântero- senho em perspectiva: posterior.
  • 55. 1. MEMBRO SUPERIOR 55 2 Fig.1-44 Fig.1-45 423 Fig.1-46
  • 56. 56 FISIOLOGIA ARTICULAR A ARTICULAÇÃO ESTERNOCOSTOCLAVICULAR (Os movimentos) Vista composta da articulação esternocosto- 30° de amplitude. Até agora acreditava- clavicular (fig. 1-47, segundo Rouviere). se que isso era possível graças ao jogo - Metade direita: corte vértico-frontal no mecânico da articulação, devido à lassi- qual podemos observar: dão ligamentar. Porem, é mais que pro- -ligamento costoclavicular (1) que, a par- vável que, como todas as articulações de tir de sua inserção na superfície superior dois graus de liberdade, a esternocos- da primeira costela se dirige para cima e toclavicular realize uma rotação con- para fora, em direção à superfície infe- junta durante a rotação ao redor de dois rior da clavícula; eixos. Isto se confirma pelo fato de que, - com freqüência, as duas superfícies arti- na prática, á rotação longitudinal da cla- culares não têm os mesmos raios de cur- vículajamais aparece isolada fora de um va; um menisco (3) reestabelece a con- movimento de élevação-retroposição ou cordância, como a sela entre o cavaleiro descenso-anteposição. e o cavalo. Este menisco subdivide a ar- Movimentos da clavícula no plano hori- ticulação em duas cavidades secundá- zontal (fig. 1-48, vista superior) rias, que podem ou não se comunicar - posição média da clavícula (traço escuro); entre elas, dependendo se o menisco es- - o ponto Y' se corresponde com o eixo tá ou não perfurado na sua parte central; mecânico do movimento; -ligamento estemoc1avicular (4), ligamento - as duas cruzes representam as posições superior da articulação, está recoberto por extremas da inserção clavicular do liga- cima pelo ligamento interclavicular (5). mento costoclavicular. - Metade esquerda: "istaanterior que mostra: No quadro: corte no nível do ligamento -ligamento costoc1avicular (1) e o múscu- costoclavicular mostrando sua tensão nas posi- lo subclávio (2); ções extremas. - eixo X, horizontal e levemente oblíquo - a anteposição está limitada pela tensão do para a frente e para fora, se corresponde ligamento costoclavicular e do ligamento com os movimentos da clavícula no pla- anterior (1); no vertical. Amplitude: elevação 10 cm; - a retroposição está limitada pela tensão do descenso 3 cm; ligamento costoclavicular e do ligamento - o eixo Y, localizado no plano vertical, posterior (2). oblíquo para baixo e levemente para fo- Movimentos da clavícula no plano frontal ra, passando pela parte média do liga- (fig. 1-49, vista anterior) mento costoclavicular, se corresponde - a cruz se corresponde com o eixo X; com os movimentos da clavícula no pla- - quando a porção externa da clavícula se no horizontal. Amplitude: eleva (traço escuro), sua porção interna se • anteposição da porção externa da cla- desliza para baixo e para fora (seta bran- vícula: 10 cm; ca). O movimento está limitado pela ten- • retroposição da porção interna da cla- são do ligamento costoclavicular (faixa vícula: 3 cm. tracejada) e pelo tônus do músculo sub- Do ponto de vista estritamente mecânico, o clávio (seta grande estriada); verdadeiro eixo (Y') deste movimento é paralelo - quando a clavícula descende, a sua porção ao eixo Y; mas está situado por dentro da articula- interna se eleva. O movimento está limi- ção (ver eixo 1, figo 1-45). tado pela tensão do ligamento superior e - também existe um terceiro movimento, pelo contato da clavícula com a superfí- a rotação longitudinal da clavícula de cie superior da primeira costela.
  • 57. 1. MEMBRO SUPERIOR 57 Fig.1-47 2 Fig.1-48 y' Fig.1-49