O documento apresenta um resumo das Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida. O protagonista Leonardo é um anti-herói pícaro que vive pedindo esmolas e se envolvendo em pequenos golpes e intrigas no Rio de Janeiro da época de D. João VI. A obra retrata diversos tipos populares e seu linguajar coloquial, sem visão maniqueísta de bem e mal.
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Memórias de um sargento de milícias
1. Manuel Antônio de Almeida
Memórias de
um Sargento de
Milícias
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2. 1. Introdução
Publicadas em folhetins (48 caps.,
de 1852 a 1853)
extensão de romance e dinamismo
de novela
enredo desenvolvido no Rio de
Janeiro na época de D. João VI
protagonista: Leonardo (anti-herói,
talvez pícaro)
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3. Ludwig Pfandl
Suas ocupações são pedir esmola, os
baixos trabalhos de ocasião, o vagar
preguiçosamente de cidade em cidade, o trato
com caminhantes, adivinhos e ciganos, o
jogar baralhos com vantagem, o exercício de
toda a classe de enganos e intrigas e de
brincadeiras graciosas ou de mau gosto. Mas
não é de modo algum mulherengo ou
beberrão, menos ainda rixento, pois lhe falta
valor para isso.
Pícaro:
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4. Ludwig Pfandl
(...) A necessidade de viver o faz
desavergonhado e inescrupuloso mas,
apesar da fome e dos fracassos, não
desejaria ser diferente do que é, e não
trocaria sua livre e despreocupada
existência por uma sedentariedade
honorável, por uma cama e um teto.
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Pícaro:
6. 2. Tipos
Leonardo Pataca: meirinho
Maria da Hortaliça: saloia
padrinho – compadre : barbeiro
madrinha – comadre: parteira
vizinha
cigana: amante do Pataca e do mestre
de cerimônias (padre)
Major Vidigal: chefe das milícias
Tenente-coronel: suposto avô
sacristão Tomás da Sé
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Como sempre acontece a quem tem muito
onde escolher, o pequeno, a quem o padrinho
queria fazer clérigo mandando-o a Coimbra, a
quem a madrinha queria fazer artista metendo-o
na Conceição, a quem D. Maria queria fazer
rábula arranjando-o em algum cartório, e a quem
enfim cada conhecido ou amigo queria dar um
destino que julgava mais conveniente às
inclinações que nele descobria, o pequeno,
dizemos, tendo tantas coisas boas, escolheu a pior
possível: nem foi para Coimbra, nem para a
Conceição, nem para cartório algum; não fez
nenhuma destas coisas, nem também outra
qualquer: constituiu-se um completo vadio, vadio-
mestre, vadio-tipo.
9. Luisinha: sobrinha de D. Maria
José Manuel: caça-dotes
Chiquinha: nova companheira do
Pataca
Vidinha: amada de Leonardo
Toma-largura: almoxarife
Teotônio: animador de festas
Maria Regalada : amada do Vidigal
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10. Vidinha era uma mulatinha de dezoito a
vinte anos, de altura regular, ombros
largos, peito alteado, cintura fina e pés
pequeninos; tinha os olhos muito pretos e
muito vivos, os lábios grossos e úmidos,
os dentes alvíssimos. a fala era um pouco
descansada, doce e afinada.
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11. Daqui em diante aparece o reverso
da medalha. Seguiu-se a morte de D.
Maria, a do Leonardo-Pataca, e uma
enfiada de acontecimentos tristes que
pouparemos aos leitores, fazendo aqui
ponto-final.
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12. 3. Observações finais
Presença das camadas populares
Linguajar coloquial
Não há tensão bem X mal (visão
maniqueísta)
Obra romântica de antecipação realista
Narrador debochado (foco de 3.ª pessoa)
que conversa com o leitor – caracteríctica
herdada por Machado de Assis
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