Uma pesquisa estima que 19,6 milhões de brasileiros farão compras de Natal de última hora, arriscando gastar mais sem planejamento. A maioria (53%) espera receber presentes e 63% pretendem se presentear. Deixar as compras para o fim pode fazer com que se gaste acima do orçamento sem encontrar os produtos desejados.
23% dos consumidores virtuais compraram comida delivery no último ano
19,6 milhões de consumidores devem ir às compras de última hora neste Natal
1. 19,6 milhões de consumidores devem ir
às compras de última hora neste Natal,
estima SPC Brasil
Pressa, aglomeração e falta de planejamento podem trazer prejuízo para quem
vai comprar presentes em cima da hora. Neste Natal, 53% esperam ganhar
presentes de outras pessoas e 63% vão se auto presentear
Mais um Natal se aproxima e alguns brasileiros não perdem o velho costume de
deixar tudo para a última hora. Um levantamento realizado pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL) revela que 19,6 milhões de pessoas pretendem comprar os
presentes apenas uma semana antes do Natal em 2015, o que corresponde a
14,3% de consumidores que têm a intenção de presentear alguém neste fim de
ano. A pesquisa também mostra que apenas 4,3% dos entrevistados vão adiar
as compras natalinas, preferindo aproveitar as liquidações de início de ano.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, deixar as
compras natalinas para a última hora não é uma escolha acertada para quem
pretende economizar com esse tipo de gasto, principalmente, em tempos de
crise como o atual. "Muitos consumidores deixam para comprar os presentes
nesta semana por causa do recebimento da segunda parcela do 13º salário.
Mas se o consumidor deixa para comprar muito em cima da hora, acaba não
tendo tempo para pesquisar preços e, consequentemente, gasta mais. Sem
mencionar o risco dele não encontrar o produto desejado e ter que optar por
algo mais caro, comprometendo o orçamento", explica a economista.
Para o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, a pressa é
inimiga do planejamento. Ele alerta que na correria para garantir todos os itens
da lista e não deixar ninguém sem presente, o consumidor acaba dando menos
importância aos detalhes, cedendo às compras impulsivas. “Há ainda o estresse
ocasionado pelas longas filas nos caixas e pela dificuldade para encontrar vaga
nos estacionamentos sempre lotados", adverte o educador. O ideal, segundo
Vignoli, é fazer uma lista de todos os presenteados, definir o quanto se pode
gastar e levar o dinheiro contado. Dessa forma, não há perigo de exceder o
valor previsto com a compra de outros presentes.
53% acreditam que vão ganhar presentes
Neste ano, por causa da crise econômica e do aumento do desemprego, o gasto
médio do presente de Natal diminuiu de R$ 125,22 em 2014 para R$ 106,94
2. em 2015, o que representa uma queda de 22% já descontada a inflação
acumulada no período. Ainda assim, mais da metade (53,2%) dos
entrevistados disseram ter a expectativa de ganhar presentes neste Natal. Os
itens mais desejados são roupas (63,9%), calçados (41,0%), perfumes e
cosméticos (39,1%), acessórios, como bolsas, cintos e bijuterias (25,3%),
celulares (21,9%) e livros (21,3%).
Eu mereço: 63% dos brasileiros vão comprar presentes para si próprio
A pesquisa mostra também que os brasileiros também tem intenção de
comprar algo para si mesmo. Segundo a pesquisa, 63,0% dos entrevistados
pretendem comprar presentes para si neste Natal. Entre as principais razões,
estão o sentimento de merecimento (50,5%) e a oportunidade de comprarem
algo que estão precisando (37,3%). Entre os entrevistados que não pretendem
comprar presentes para si (21,4%), as questões relacionadas à falta de
dinheiro (11,1%) e incertezas com relação ao próximo ano (10,1%) chamam a
atenção.
Segundo Vignoli, esse comportamento reflete a necessidade de uma auto
recompensa como uma forma de valorizar o esforço feito ao longo do ano. “O
Natal oferece às pessoas uma ocasião perfeita para a auto gratificação, uma
forma de recompensa pelas duras jornadas de trabalho e pelas dificuldades
enfrentadas ao longo do ano. “Como tivemos um 2015 de crise econômica e de
bolso mais vazio para grande parte dos brasileiros, muitos consumidores que
não puderam gastar ao longo do ano vão se permitir um agrado a si próprio
neste Natal”, afirma Vignoli.
De acordo com a pesquisa, cada entrevistado deve comprar, em média, dois
presentes para si, sem variação significativa entre as classes sociais. Em
relação ao valor médio gasto esses presentes, houve um aumento significativo,
passando de R$ 130,34 no ano passado para R$ 172,96, ou seja, um aumento
de 21,19%, levando em conta a inflação do período. Esse valor é superior ao
valor pretendido para o presente de outras pessoas, que é de R$ 106,94. 55%
dos entrevistados ainda não sabem quanto irão gastar com presentes para si
mesmos.
A lista de produtos que os entrevistados pretendem comprar para si são
semelhantes aos que elas desejam receber de outras pessoas e apresentam
percentuais parecidos com os do ano passado: roupas (60,6%), calçados
(46,1%) e perfumes (20,2%). Apenas acessórios, celulares, viagens e tablets
apresentaram queda significativa quando comparados a 2014. Para os
especialistas do SPC Brasil, o fato desses itens mais caros terem sido menos
citados neste ano pode estar relacionado à crise econômica e à cautela do
brasileiro em gastar neste Natal.
3. Gastos no Natal pressionam orçamento
A economista Marcela Kawauti lembra que após os gastos com as festas de fim
de ano, os consumidores têm de arcar com uma série de compromissos
sazonais que pressionam o orçamento doméstico, como IPTU, IPVA, matrículas
escolares, etc.
"Uma dívida feita sem planejamento e parcelada em muitas vezes pode
comprometer o orçamento por vários meses. O efeito imediato das compras
impulsivas e não planejadas no período natalino é a inadimplência, pois
somente depois que as contas de início de ano chegarem é que o consumidor
vai se dar conta de que o salário não será suficiente para cobrir a soma de
todas as parcelas dos presentes comprados", alerta.
Metodologia
O SPC Brasil entrevistou 601 consumidores de ambos os sexos e de todas as
idades e classes sociais nas 27 capitais brasileiras e no interior. A margem de
erro é de no máximo 3,7 pontos percentuais para um intervalo de confiança a
95%. O objetivo da pesquisa foi avaliar a intenção de compras no Natal de
2015.
Acesse a pesquisa na íntegra e a metodologia clicando em "baixar arquivos" no
link: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
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