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Diogo Calado*, João Peres*, Jorge Lourenço*, Mário Reis*, Nuno Paulino*, Pedro
Fernandes*, Valter Pinheiro**
*Instituto Superior de Ciências Educativas
**Instituto Superior de Ciências Educativas / Metodologia TOCOF
RESUMO:
A presente investigação teve como objectivo analisar o perfil do treinador de
futsal com base na caracterização sociográfica, na caracterização da actividade de
treinador e na caraterização da formação do treinador tendo em consideração o seu
desenvolvimento até aos dias de hoje, pretendendo-se identificar e descrever a
importancia que a formação académica tem no desempenho de treinadores de
futsal.
Materiais e métodos: a amostra é constituida por sete treinadores (n=7) de
um total de catorze existentes na primeira divisão nacional de futsal na época
desportiva de 2011/2012, a quem foram aplicados o questionário Almeida (2000).
Verificou-se que a maioria dos inquiridos já frequentou o ensino superior com
sucesso, verifica-se também uma grande aposta por parte destes treinadores em
acções de formação de forma a poderem evoluir e, consequentemente, verem as
suas equipas evoluir simultaneamente. O gosto pela modalidade e o gosto pela
gestão/liderança de equipas são as razões mais apontadas para o desempenho da
função de treinador, contudo, verifica-se que, por razões monetárias e devido ao
facto do futsal ainda não ser totalmente profissionalizado, muitos não se dedicam
exclusivamente ao futsal no desempenho da vida profissional diária.
Palavras-chave: Treinador, futsal, formação académica, feedback, motivação
Contributos para a compreensão do perfil e das funções do treinador.
Um estudo na 1ªdivisão nacional de seniores de Futsal
REDAF-R E V I S T A D E D E S P O R T O E A T I V I D A D E F Í S I C A
Junho 2013
Volume 6, Número 1
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2
ABSTRACT:
This research aimed analyse the profile of coach sociograph characterization
based on the characterization of the activity of coach and characterization of shape
of coach taking into account is development until today claiming to identify and
describe the importance of the education has on the perfomence of the futsal
coaches.
Materials and methods: the sample consisted of seven coaches(n=7) on a
total of fourteen that exists on the first national division of portuguese futsal on
2011/2012 season, being applied the Almeida (2000) questionnaire. The majority of
the respondents have attended higher education successfully. There is also a great
will on the part of these coaches in training themselves so they can evolve to see
their teams evolve simultaneously. The taste for the sport and the taste for
management/leadership teams are the most frequently mentioned reasons for
performing the job as futsal coach. However for monetary reasons and because
futsal still not fully professionalized as a sport many of those coaches are not
dedicated exclusively to the job.
Key-Words: Coach, futsal, academic training, feedback, motivation
Introdução
O presente estudo teve como objetivo analisar o Perfil do Treinador de Futsal
da 1ª Divisão Portuguesa na época desportiva 2011/2012 destacando-se a escassez
de treinadores profissionais no que respeita a esta modalidade, bem como as suas
motivações para exercerem a mesma atividade.
O crescente desenvolvimento das funções do treinador, levam-no a procurar
constantes melhorias ao nível da organização da sessão de treino, liderança,
comunicação, entre muitos outros aspetos inerentes ao desenvolvimento destas
funções.
O treino desportivo tem-se apresentado em crescente evolução,
nomeadamente na modalidade de futsal. Este estudo assume-se como mais um
elemento de evolução da modalidade.
Nesse sentido surge a necessidade de aumentar os conhecimentos face à sua
evolução, sendo assim os treinadores têm de se encontrar constantemente em
atualizações. Essas atualizações devem focar-se em todos os aspetos inerentes ao
processo de treino. Assim torna-se fundamental a procura por parte dos treinadores
em melhorar as suas competências pessoais e técnicas. De forma a ser possível esta
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3
evolução, os treinadores devem ser dotados de ferramentas cada vez mais
abrangentes. Serve ainda como fator preponderante para a evolução da modalidade a
profissionalização dos treinadores, criando-lhes as condições adequadas para um
desempenho mais preciso da sua atividade.
Revisão da Literatura
Apesar de integrado no conjunto de modalidades que constituem os jogos
desportivos coletivos (JDC), o Futsal ainda não possui lugar de destaque na pesquisa
científica. Segundo Barbero (2002) e Souza (2002) poucos são os dados e
informações referentes à modalidade o que se constata quando se procede à análise
da literatura especializada.
O Futsal é um desporto inserido na classificação dos JDC pois apresenta
características comuns a outras modalidades deste grupo (Souza, 2002). Essas
características segundo Bayer (1994) são uma bola ou similar, um espaço de jogo,
adversários, colegas, um alvo a atacar e outro para defender e regras específicas.
O Futsal é frequentemente considerado um desporto para jogadores com
uma grande habilidade técnica, sendo de vital importância o correto domínio da
bola, assim como a velocidade de execução das diferentes ações técnicas (Barbero,
2002).
A técnica é um fator determinante no ensino e treino dos jogos desportivos
para aquisição e aperfeiçoamento do “gesto perfeito” (Garganta, 2002) o que é
evidente no Futsal que é considerado uma modalidade de grande exigência técnica.
O treinador assume-se como a figura de destaque na liderança e
operacionalização do processo de orientação e condução da equipa no treino e na
competição (Araújo, 1994).
A competência de um treinador fundamenta-se na qualidade transportada
para as situações e relações emergentes no treino e na competição (Plisk e Stone,
2003).
Ser treinador implica deixar de olhar com desdém, desconfiança, sobranceria
e indiferença o mundo das ideias e das teorias (Bento, 1993:91), pelo que a procura
da explicação fundamentada das suas ações e a consequente documentação devem
ser tarefa obrigatória do treinador.
Etimologicamente o termo treinador deriva do verbo treinar (Leblanc, Saury &
Sève, 2004:11), logo para se ser treinador existe a necessidade de se conhecer o
treino.
O enquadramento do treinador no funcionamento da modalidade tem
implicações na forma de perspetivar o jogo/treino da mesma. Esta figura mediática
do desporto, vê-se obrigada, diariamente, a refletir sobre ideias de jogo e o
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4
consequente processo de treino para operacionalizar essas mesmas ideias (Braz,
2006).
Raposo (2002) refere que ser treinador é estar atento às inovações que
contribuem para a evolução de todos os que determinam o bem-estar dos atletas e
trazem as maiores hipóteses de encontrar a metodologia mais adequada às
características de cada atleta.
Segundo Maçãs (2004) as funções do treinador incluem a participação ativa
noutros domínios de intervenção.
A atividade dos treinadores não se resume à orientação do processo de treino
e de competição (Leblanc, Saury & Sève, 2004).
Lozano, Gutierrez, Rodrigo, Candelas e Barrio (2002) definem como tarefas
fundamentais do treinador de Futsal a formação de uma equipa onde pontificam a
definição de uma ideologia de jogo e, consequentemente, de treino; a procura de
novos talentos; a orientação do processo de competição; a orientação do processo
de treino; e a orientação dos jogadores e da equipa.
Para Mesquita (2000) a atuação do treinador centra-se em três momentos
essenciais (antes, durante e após a sessão de treino) que exigem ao treinador o
cumprimento de três tarefas: planear, realizar e avaliar. Segundo Braz (2006) estas
tarefas fundamentais do treinador implicam que mesmo desenvolva competências e
crie uma conceção acerca do entendimento das mesmas.
Cada treinador deve atuar de acordo com a sua individualidade, as suas
características e limitações, modelando as suas intervenções relativamente à forma
de ser e estar mais cómoda e eficaz para si e para o seu trabalho (Araújo, 1994:100).
Deve tomar partido elegendo a sua visão, o seu método, o seu caminho,
tomando consciência de que os métodos são bons quando os seus utilizadores
reconhecem o respetivo alcance e limites, não a sua omnipotência (Garganta, 2004).
Para se ser treinador é necessário ter ideias próprias, conceções alicerçadas
em princípios de atuação próprios, ou seja, sistemas de ideias acerca da modalidade
e da organização do processo de treino que exprime o projeto geral do treinador
acerca da organização de preparação dos jogadores (Braz, 2006).
Segundo Braz (2006) no Futsal a atividade de treinador assume características
muito particulares, especialmente em Portugal, dado o enquadramento desportivo,
praticamente não profissional, da modalidade.
Almeida (2001:19) caracterizou os treinadores em Portugal referindo que
dependem para a sua subsistência de uma procura complexa e instável que não é
controlada por qualquer autoridade pelo que, para assegurar os seus meios de
subsistência, alguns conciliam a atividade de treinador com o ensino, outros
encontram um trabalho remunerado relacionado com a sua modalidade desportiva
mas muitos não podem contar com estas situações e têm de exercer várias funções
em circunstâncias muito diferentes, muitas vezes sem qualquer relação com a sua
atividade de treinador.
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Araújo (1995) constata que existe uma confusão evidente quanto ao
verdadeiro significado de ser treinador profissional pois alguns dos melhores
profissionais são amadores dado o tempo e dedicação que imprimem às suas
atividades.
O aprofundamento de conhecimentos relativos aos fatores que influenciam o
rendimento desportivo de qualquer modalidade, neste caso do Futsal, pode ser
perscrutado por diferentes vias. Garganta (2004) considera que o treino constitui a
forma mais importante e influente de preparação, pelo que, existe um maior esforço
no apurar de meios e métodos eficazes que induzam ao êxito desportivo.
Pela importância que o treinador assume no contexto desportivo e,
particularmente, na organização do processo de treino a sua perspetiva será
importante na aquisição de conhecimentos para os treinadores jovens e para os
investigadores na procura de uma, cada vez maior, compreensão das
particularidades da orientação de um processo desportivo. (Braz, 2006).
Os conhecimentos adquiridos por treinadores de alto nível não são de fácil
acesso a todos os que desejam referir-se a eles bem como a experiência acumulada
corre o risco de se perder se ninguém a formalizar (Leblanc, Saury e Sève, 2004).
Numa época em que a procura de padrões qualitativos se impõe, torna-se
imprescindível conhecer a natureza da atividade que se pretende estudar e/ou
transformar, para a qual muito contribui a intervenção dos treinadores na forma
como orientam e conduzem o jogo e consequentemente o processo de treino (Braz,
2006).
De forma a existir um reconhecimento formal da função de treinador estes
devem deter formação inicial que lhes proporcione um conjunto de ferramentas
necessárias e básicas e que deve ser acompanhada pela formação continua e
direcionada para as competências específicas do contexto desportivo, sendo desta
maneira assegurado níveis mínimos de habilitações (Sarmento, Rosado & Rodrigues,
2010).
Segundo o estudo realizado por Santos, Mesquita, Graça e Rosado (2010)
sobre a perceção de competências dos treinadores e conhecimento das necessidades
do treino relacionado com competências profissionais, os referidos autores aferiram
que o ambiente académico, mesmo que não esteja relacionado com um desporto
específico, vai promover o desenvolvimento de características básicas que vão ser
fundamentais para a orientação da atividade profissional, traduzindo-se estas
características como liderança, comunicação, avaliação e resolução de problemas
decorrentes do meio onde se encontram inseridos.
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6
1. Métodos e procedimentos
1.1 Amostra
A amostra foi constituída por sete treinadores (n=7). A totalidade da amostra
representa 50% da amostra total (n=14). Sendo que todos os treinadores são do sexo
masculino (n=7) e exercem a sua atividade na 1ª Divisão Portuguesa de Futsal.
A maioria dos Treinadores (n=4) têm idade compreendida entre 40 e 45 anos, (n=1)
tem idade compreendida entre os 30 e 35 anos, (n=1) tem idade entre os 35 e os 40
anos, (n=1) tem idade superior a 45 anos.
Desta amostra, nove (n=3) são licenciados, sendo que dois deles (n=2) possuem a
Licenciatura em Educação Física e um (n=1) possui Licenciatura em Economia. Dois
dos inquiridos (n=2) completaram o 12º ano. Um dos inquiridos (n=1) possui
mestrado na área das ciências do desporto e um (n=1) possui o 3º Ciclo (antigo 5º
ano do liceu).
A maioria exerce a atividade de Professor de Educação Física como profissão
principal três (n=3), dois (n=2) como bancários, um (n=1) como diretor geral, e um
(n=1) é vendedor, desta amostra a maioria (n=6) trabalha por conta de outrem e um
(n=1) trabalha por conta própria.
1.2 Instrumento de recolha de dados
Aos Treinadores foi aplicado um questionário adotado de Almeida (2010).
O questionário divide-se em três dimensões:
Caracterização sociográfica de base - elementos de caracterização geral:
1. Sexo
2. Idade
3. Naturalidade
4. Residência atual
5. Situação conjugal atual
6. Nível de ensino que frequenta ou o mais elevado que frequentou
7. Designação exata do(s) curso(s) médio(s) ou superior(es)
8. Profissão principal
9. Situação na profissão principal
Caracterização da atividade de treinador – Descrição da atividade de treinador
1. Quantos anos tem de exercício de atividade de treinador
2. Quais as principais razões que o(a) levaram a ser treinador(a)
3. Qual a sua primeira experiência como treinador(a)
4. E qual a situação em que manteve mais tempo
5. Com treinador(a), qual o nível competitivo mais elevado atingido
6. Em que modalidade(s) desportiva(s) exerce a atividade de treinador
7. Onde exerce a atividade
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7
8. Qual a sua função específica
9. Quais as suas perspetivas futuras enquanto treinador
10. Há quanto tempo exerce a atual atividade
11. Em média quantas horas dedicam
12. Onde se insere a sua intervenção
13. Tem, na presente época, praticantes no percurso de alta competição
14. Exerce a atual atividade mensal de treinador(a) como profissão principal
15. Recebe alguma remuneração pelo exercício da sua atividade de treinador(a)
16. Qual o seu rendimento mensal ilíquido proveniente do exercício dessa atividade
17. Tenciona continuar a ser treinador
18. Relativamente ao seu passado desportivo, diga se foi (ou ainda é) praticante
19. Se respondeu sim, qual o nível competitivo mais elevado que atingiu
20. Exerce a atividade de treinador (a) na modalidade onde foi (ou é) praticante
Caracterização da forma do treinador
1. Que meses do ano consideram mais adequados á realização de ações de formação
2. Futuramente, tenciona frequentar outros cursos e ações de formação
3. Em relação ao seguinte conjunto de áreas, indique, numa escala de 1 a 4, quais as
necessidades de formação que sente em cada uma delas, no desempenho da sua
atividade de treinador
Apresentação de Resultados
Gráfico nº 1: Análise do género da população alvo.
Análise: De acordo com o gráfico, a totalidade da população (n=7) é do sexo
masculino.
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8
Gráfico nº 2: Análise da idade da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos têm uma idade
compreendida entre os 40 e os 45 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma idade
compreendida entre os 30 e os 35 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma idade
compreendida entre os 35 e os 40 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma idade
superior a 45 anos.
Naturalidade Nº de Treinadores
Angola 1
Moçambique 1
Chaves 1
Covilhã 1
Lisboa 1
Porto 2
Tabela nº 1: Análise da naturalidade da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=2) dos inquiridos são naturais do Porto,
(n=1) dos inquiridos é natural de Angola, (n=1) dos inquiridos é natural de
Moçambique, (n=1) dos inquiridos é natural de Chaves, ( n=1) dos inquiridos é
natural da Covilhã e ( n=1) dos inquiridos é natural de Lisboa.
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9
Gráfico nº 3: Análise da situação conjugal da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=5) dos inquiridos são casados, (n=1)
dos inquiridos é solteiro e (n=1) dos inquiridos vive em união de facto.
Gráfico nº 4: Análise das habilitações literárias da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=3) dos inquiridos são licenciados, (n=2)
dos inquiridos têm o 12º ano, (n=1) dos inquiridos é mestrado no ensino da
Educação Física e (n=1) dos inquiridos têm o 3º ciclo (antigo 5º ano do liceu). Dos
(n=3) inquiridos licenciados (n=2) são licenciados em Educação Física e (n=1) é
licenciado em Economia.
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10
Profissão Nº de Treinadores
Diretor Geral 1
Bancário 2
Vendedor 1
Professor Ed.
Física
3
Tabela nº 2: Análise da profissão principal da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=3) dos inquiridos têm como profissão
principal serem Professores de Educação Física, (n=2) dos inquiridos têm como
profissão principal serem Bancários, (n=1) dos inquiridos tem como profissão
principal ser Diretor Geral e (n=1) dos inquiridos tem como profissão principal ser
Vendedor.
Gráfico nº 5: Análise da situação profissional da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=6) dos inquiridos são trabalhadores por
conta de outrem e (n=1) dos inquiridos e trabalhador por conta própria.
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11
Gráfico nº 6: Análise dos anos de experiência como treinadores da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos têm uma experiência
como treinadores compreendida entre os 20 e os 25 anos, (n=1) dos inquiridos tem
uma experiência como treinador inferior a 15 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma
experiência como treinador compreendida entre os 15 e os 20 anos, (n=1) dos
inquiridos tem uma experiência como treinador superior a 25 anos.
Principais razões para ser Treinador Nº de Treinadores
Gosto pela modalidade 5
Ter sido praticante 2
Ter familiares praticantes 1
Continuidade académica 1
Gosto pela gestão / liderança de equipas 3
Tabela nº 3: Análise das principais razões que levaram a população alvo a serem
treinadores.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=5) dos inquiridos indicaram o gosto da
modalidade como um dos principais motivos para serem treinadores, (n=3) dos
inquiridos indicaram o gosto pela gestão e liderança de equipas como um dos
principais motivos para serem treinadores, (n=2) dos inquiridos indicaram o facto de
terem sido praticantes como um dos principais motivos para serem treinadores,
(n=1) dos inquiridos indicou que o fato de ter familiares praticantes foi um dos
principais motivos para ser treinador e (n=1) dos inquiridos indicou que a
continuidade académica foi um dos principais motivos para ser treinador.
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12
Gráfico nº 7: Análise do nível competitivo atingido população alvo enquanto
treinadores.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos atingiram um nível
competitivo nacional como treinadores, (n=3) dos inquiridos atingiram um nível
competitivo internacional como treinadores.
Perspetivas futuras como Treinador Nº de Treinadores
Profissionalização 2
Melhoria das competências 2
Continuidade na modalidade 2
Dependente das oportunidades 1
Tabela nº 4: Análise das perspetivas de futuro como treinadores da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=2) dos inquiridos indicaram a
profissionalização como objetivo futuro, (n=2) dos inquiridos indicaram a melhoria
das competências como objetivo futuro, (n=2) dos inquiridos indicaram a
continuidade na modalidade como objetivo futuro e (n=1) dos inquiridos indicou as
perspetivas de futuro estão dependentes das oportunidades que surgirem.
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13
Gráfico nº 8: Análise ao tempo a que a população alvo exerce a atual atividade de
treinador.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos exercem a atual
atividade de treinadores há menos de 4 anos, (n=1) dos inquiridos exerce a atual
atividade de treinador entre 5 e 10 anos, (n=1) dos inquiridos exerce a atual
atividade de treinador entre 10 e 15 anos, (n=1) dos inquiridos exerce a atual
atividade há mais de 15 anos.
Gráfico nº 9: Análise do passado desportivo da população alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos foram praticantes da
modalidade tendo (n=2) dos inquiridos atingido um nível competitivo nacional e
(n=1) dos inquiridos atingido o nível competitivo internacional (torneiros), (n=2) dos
inquiridos foram praticantes de outras modalidades tendo atingido um nível
competitivo nacional e (n=1) dos inquiridos não foi praticante.
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14
Gráfico nº 10: Análise do número de horas dedicadas semanalmente pela população
alvo.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos dedicam
semanalmente entre 5 e 10 horas à sessão de treino e (n=3) dos inquiridos dedicam
semanalmente entre 10 e 15 horas à sessão de treino. Os dados indicam também
que (n=2) dos inquiridos dedicam semanalmente entre 10 e 15 horas em outras
tarefas relacionadas com a modalidade, (n=2) dos inquiridos dedicam semanalmente
menos de 5 horas em outras tarefas relacionadas com a modalidade, (n=1) dos
inquiridos dedica semanalmente mais de 5 horas em outras tarefas relacionadas com
a modalidade, (n=1) dos inquiridos dedica semanalmente entre 5 e 10 horas em
outras tarefas relacionadas com a modalidade e (n=1) dos inquiridos não indicou o
numero de horas que dedicava em outras tarefas relacionadas com a modalidade.
Gráfico nº 11: Análise da população alvo no que refere à sua atividade de treinador
como sendo a sua atividade principal.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=7) dos inquiridos não tem a atividade
de treinador como sua atividade principal.
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15
Gráfico nº 12: Análise da remuneração da população alvo referente à sua atividade
de treinador.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos afirmam ser
remunerados com a atividade de treinadores e (n=3) dos inquiridos afirmam não
receber qualquer remuneração com a atividade de treinadores.
Gráfico nº 13: Análise do rendimento mensal da população alvo resultante da sua
atividade de treinador.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=3) dos inquiridos afirmam não receber
qualquer remuneração com a atividade de treinadores, (n=2) dos inquiridos afirmam
ter um rendimento mensal da atividade de treinadores entre os 501 € e os 1000 € e
(n=2) dos inquiridos afirmam ter um rendimento mensal da atividade de treinadores
entre os 1001 € e os 2000 €.
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16
Gráfico nº 14: Análise da intensão da população alvo no que refere à sua intensão
de continuar a exercer a atividade de treinador.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=7) dos inquiridos têm intensão de
continuar a exercer a atividade de treinador.
Gráfico nº 15: Análise dos meses adequados à população alvo para formação.
Análise: Segundo os dados apresentados os inquiridos apontam os meses de Junho,
Julho e Dezembro como os meses mais adequados para a realização de formações.
Seguem-se os meses de Janeiro, Fevereiro, Abril, Maio, e Novembro.
O mês de Agosto foi o menos indicado como adequado, seguindo-se os meses de
Março, Setembro e Outubro.
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Gráfico nº 16: Análise da intensão da população alvo para frequentar cursos/ações
de formação.
Análise: Segundo os dados apresentados, (n=7) dos inquiridos têm intensão de
continuar a frequentar cursos/ações de formação.
Nenhuma
Necessidade
Pouca
Necessidade
Alguma
Necessidade
Muita
Necessidade
Organização e regulamentação da
modalidade
4 1 2
Regras de arbitragem 1 3 3
Equipamentos e tecnologia específica 5 2
Técnica e tática 1 4 2
Observação e análise estatística 1 1 3 2
Pedagogia do desporto 1 2 3 1
Psicologia do desporto 1 4 2
Anatomofisiologia 2 3 1 1
Biomecânica 2 3 1 1
Desenvolvimento de jovens praticantes 1 1 4 1
Metodologia do treino 1 4 2
Traumatologia e fisioterapia 3 3 1
Higiene e primeiros socorros 1 5 1
Nutrição 2 4 1
Gestão do desporto 2 2 3
Outros. Qual? Tomada de decisão 1
Outros. Qual? Formação de dirigentes 1
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Tabela nº 5: Análise das necessidades de formação, no desempenho da atividade de
treinador.
Análise: Segundo os dados apresentados os inquiridos apresentam as temáticas da
Organização e regulamentação da modalidade, Anatomofisiologia, Biomecânica e da
Higiene e primeiros socorros como sendo as temáticas com pouca necessidade de
formação para a sua atividade de treinadores. As temáticas dos Equipamentos e
tecnologia específica, Técnica e tática, Observação e análise estatística, Pedagogia do
desporto, Psicologia do desporto, Desenvolvimento de jovens praticantes,
Metodologia do treino e a Nutrição são as temáticas que os treinadores vêm com
alguma necessidade de formação para a sua atividade. A temática da Gestão do
desporto é apontada pelos treinadores como sendo a formação com maior
necessidade na sua atividade. (n=2) inquiridos apontam também como temáticas
com muita necessidade de formação a Tomada de decisão e a Formação de
dirigentes. As regras de arbitragem e a Traumatologia e fisioterapia são as temáticas
que mais dividem a opinião dos inquiridos quanto à necessidade de formação.
Conclusões
Através da aplicação de questionários a diferentes treinadores da 1ª Divisão
Nacional de Futsal, concluímos que a maior parte deles possui um grau de ensino
superior ao 12º ano sendo três deles licenciados na área da Educação Física.
A maioria revelou a necessidade de frequentar ações de formação de forma a
enriquecer os seus conhecimentos permitindo-lhes uma resposta mais adequada ao
contexto de treino e de competição. Através da revisão de literatura aferimos que o
treinador deve não só possuir formação inicial como base de um bom desempenho,
como este também deve investir na formação contínua assegurando um desempenho
profissional mais competente. O treinador de futsal considera que as áreas de maior
interesse a serem abordadas em formações futuras são as regras de arbitragem, os
equipamentos e tecnologias específicas, a psicologia do desporto, o
desenvolvimento de jovens praticantes e a metodologia do treino, de forma a
perceberem cada vez melhor a visão dos seus atletas.
As principais razões apontadas pelos inquiridos para seguirem a atividade de
treinador de futsal, mesmo não usufruindo de qualquer remuneração monetária com
a atividade, foram o gosto pela modalidade e o gosto pela liderança e gestão de
equipas. Estas características associadas ao número de anos que tem de prática da
função juntamente com o tempo que despendem na mesma, apesar de não serem
profissionais, torna-os profissionais mais competentes e com maior capacidade de
resposta às problemáticas e situações contextualmente complexas que advêm da
modalidade.
No que concerne à atividade de treinador, concluímos que somente com a
aplicação dos questionários, o nosso estudo apresenta algumas limitações pelo que
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19
sugerimos que em futuros estudos alem de se aumentar o número da amostra se
possa conjugar com a aplicação dos questionários a entrevista aos treinadores. A
comparação de futuros estudos com este realizado irá enriquecer o trabalho de
investigação permitindo relacionar de uma forma mais consciente os diversos
aspetos abordados.
Sendo o futsal uma modalidade em expansão, o seu potencial de investigação
acompanha de forma direta e proporcional esse crescimento.
Bibliografia
Almeida, C. M. (2001). O Treinador em Portugal. Perfil social, caracterização da
actividade de formação. Lisboa: Ed. CEFD.
Araújo, J. (1994). Ser Treinador. Lisboa: Ed. Caminho.
Araújo, J. (1995). Manual do treinador do desporto profissional. Porto: Campo das
Letras.
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20
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Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física,
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Análise do perfil do treinador de futsal

  • 1. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com | Diogo Calado*, João Peres*, Jorge Lourenço*, Mário Reis*, Nuno Paulino*, Pedro Fernandes*, Valter Pinheiro** *Instituto Superior de Ciências Educativas **Instituto Superior de Ciências Educativas / Metodologia TOCOF RESUMO: A presente investigação teve como objectivo analisar o perfil do treinador de futsal com base na caracterização sociográfica, na caracterização da actividade de treinador e na caraterização da formação do treinador tendo em consideração o seu desenvolvimento até aos dias de hoje, pretendendo-se identificar e descrever a importancia que a formação académica tem no desempenho de treinadores de futsal. Materiais e métodos: a amostra é constituida por sete treinadores (n=7) de um total de catorze existentes na primeira divisão nacional de futsal na época desportiva de 2011/2012, a quem foram aplicados o questionário Almeida (2000). Verificou-se que a maioria dos inquiridos já frequentou o ensino superior com sucesso, verifica-se também uma grande aposta por parte destes treinadores em acções de formação de forma a poderem evoluir e, consequentemente, verem as suas equipas evoluir simultaneamente. O gosto pela modalidade e o gosto pela gestão/liderança de equipas são as razões mais apontadas para o desempenho da função de treinador, contudo, verifica-se que, por razões monetárias e devido ao facto do futsal ainda não ser totalmente profissionalizado, muitos não se dedicam exclusivamente ao futsal no desempenho da vida profissional diária. Palavras-chave: Treinador, futsal, formação académica, feedback, motivação Contributos para a compreensão do perfil e das funções do treinador. Um estudo na 1ªdivisão nacional de seniores de Futsal REDAF-R E V I S T A D E D E S P O R T O E A T I V I D A D E F Í S I C A Junho 2013 Volume 6, Número 1
  • 2. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 2 ABSTRACT: This research aimed analyse the profile of coach sociograph characterization based on the characterization of the activity of coach and characterization of shape of coach taking into account is development until today claiming to identify and describe the importance of the education has on the perfomence of the futsal coaches. Materials and methods: the sample consisted of seven coaches(n=7) on a total of fourteen that exists on the first national division of portuguese futsal on 2011/2012 season, being applied the Almeida (2000) questionnaire. The majority of the respondents have attended higher education successfully. There is also a great will on the part of these coaches in training themselves so they can evolve to see their teams evolve simultaneously. The taste for the sport and the taste for management/leadership teams are the most frequently mentioned reasons for performing the job as futsal coach. However for monetary reasons and because futsal still not fully professionalized as a sport many of those coaches are not dedicated exclusively to the job. Key-Words: Coach, futsal, academic training, feedback, motivation Introdução O presente estudo teve como objetivo analisar o Perfil do Treinador de Futsal da 1ª Divisão Portuguesa na época desportiva 2011/2012 destacando-se a escassez de treinadores profissionais no que respeita a esta modalidade, bem como as suas motivações para exercerem a mesma atividade. O crescente desenvolvimento das funções do treinador, levam-no a procurar constantes melhorias ao nível da organização da sessão de treino, liderança, comunicação, entre muitos outros aspetos inerentes ao desenvolvimento destas funções. O treino desportivo tem-se apresentado em crescente evolução, nomeadamente na modalidade de futsal. Este estudo assume-se como mais um elemento de evolução da modalidade. Nesse sentido surge a necessidade de aumentar os conhecimentos face à sua evolução, sendo assim os treinadores têm de se encontrar constantemente em atualizações. Essas atualizações devem focar-se em todos os aspetos inerentes ao processo de treino. Assim torna-se fundamental a procura por parte dos treinadores em melhorar as suas competências pessoais e técnicas. De forma a ser possível esta
  • 3. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 3 evolução, os treinadores devem ser dotados de ferramentas cada vez mais abrangentes. Serve ainda como fator preponderante para a evolução da modalidade a profissionalização dos treinadores, criando-lhes as condições adequadas para um desempenho mais preciso da sua atividade. Revisão da Literatura Apesar de integrado no conjunto de modalidades que constituem os jogos desportivos coletivos (JDC), o Futsal ainda não possui lugar de destaque na pesquisa científica. Segundo Barbero (2002) e Souza (2002) poucos são os dados e informações referentes à modalidade o que se constata quando se procede à análise da literatura especializada. O Futsal é um desporto inserido na classificação dos JDC pois apresenta características comuns a outras modalidades deste grupo (Souza, 2002). Essas características segundo Bayer (1994) são uma bola ou similar, um espaço de jogo, adversários, colegas, um alvo a atacar e outro para defender e regras específicas. O Futsal é frequentemente considerado um desporto para jogadores com uma grande habilidade técnica, sendo de vital importância o correto domínio da bola, assim como a velocidade de execução das diferentes ações técnicas (Barbero, 2002). A técnica é um fator determinante no ensino e treino dos jogos desportivos para aquisição e aperfeiçoamento do “gesto perfeito” (Garganta, 2002) o que é evidente no Futsal que é considerado uma modalidade de grande exigência técnica. O treinador assume-se como a figura de destaque na liderança e operacionalização do processo de orientação e condução da equipa no treino e na competição (Araújo, 1994). A competência de um treinador fundamenta-se na qualidade transportada para as situações e relações emergentes no treino e na competição (Plisk e Stone, 2003). Ser treinador implica deixar de olhar com desdém, desconfiança, sobranceria e indiferença o mundo das ideias e das teorias (Bento, 1993:91), pelo que a procura da explicação fundamentada das suas ações e a consequente documentação devem ser tarefa obrigatória do treinador. Etimologicamente o termo treinador deriva do verbo treinar (Leblanc, Saury & Sève, 2004:11), logo para se ser treinador existe a necessidade de se conhecer o treino. O enquadramento do treinador no funcionamento da modalidade tem implicações na forma de perspetivar o jogo/treino da mesma. Esta figura mediática do desporto, vê-se obrigada, diariamente, a refletir sobre ideias de jogo e o
  • 4. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 4 consequente processo de treino para operacionalizar essas mesmas ideias (Braz, 2006). Raposo (2002) refere que ser treinador é estar atento às inovações que contribuem para a evolução de todos os que determinam o bem-estar dos atletas e trazem as maiores hipóteses de encontrar a metodologia mais adequada às características de cada atleta. Segundo Maçãs (2004) as funções do treinador incluem a participação ativa noutros domínios de intervenção. A atividade dos treinadores não se resume à orientação do processo de treino e de competição (Leblanc, Saury & Sève, 2004). Lozano, Gutierrez, Rodrigo, Candelas e Barrio (2002) definem como tarefas fundamentais do treinador de Futsal a formação de uma equipa onde pontificam a definição de uma ideologia de jogo e, consequentemente, de treino; a procura de novos talentos; a orientação do processo de competição; a orientação do processo de treino; e a orientação dos jogadores e da equipa. Para Mesquita (2000) a atuação do treinador centra-se em três momentos essenciais (antes, durante e após a sessão de treino) que exigem ao treinador o cumprimento de três tarefas: planear, realizar e avaliar. Segundo Braz (2006) estas tarefas fundamentais do treinador implicam que mesmo desenvolva competências e crie uma conceção acerca do entendimento das mesmas. Cada treinador deve atuar de acordo com a sua individualidade, as suas características e limitações, modelando as suas intervenções relativamente à forma de ser e estar mais cómoda e eficaz para si e para o seu trabalho (Araújo, 1994:100). Deve tomar partido elegendo a sua visão, o seu método, o seu caminho, tomando consciência de que os métodos são bons quando os seus utilizadores reconhecem o respetivo alcance e limites, não a sua omnipotência (Garganta, 2004). Para se ser treinador é necessário ter ideias próprias, conceções alicerçadas em princípios de atuação próprios, ou seja, sistemas de ideias acerca da modalidade e da organização do processo de treino que exprime o projeto geral do treinador acerca da organização de preparação dos jogadores (Braz, 2006). Segundo Braz (2006) no Futsal a atividade de treinador assume características muito particulares, especialmente em Portugal, dado o enquadramento desportivo, praticamente não profissional, da modalidade. Almeida (2001:19) caracterizou os treinadores em Portugal referindo que dependem para a sua subsistência de uma procura complexa e instável que não é controlada por qualquer autoridade pelo que, para assegurar os seus meios de subsistência, alguns conciliam a atividade de treinador com o ensino, outros encontram um trabalho remunerado relacionado com a sua modalidade desportiva mas muitos não podem contar com estas situações e têm de exercer várias funções em circunstâncias muito diferentes, muitas vezes sem qualquer relação com a sua atividade de treinador.
  • 5. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 5 Araújo (1995) constata que existe uma confusão evidente quanto ao verdadeiro significado de ser treinador profissional pois alguns dos melhores profissionais são amadores dado o tempo e dedicação que imprimem às suas atividades. O aprofundamento de conhecimentos relativos aos fatores que influenciam o rendimento desportivo de qualquer modalidade, neste caso do Futsal, pode ser perscrutado por diferentes vias. Garganta (2004) considera que o treino constitui a forma mais importante e influente de preparação, pelo que, existe um maior esforço no apurar de meios e métodos eficazes que induzam ao êxito desportivo. Pela importância que o treinador assume no contexto desportivo e, particularmente, na organização do processo de treino a sua perspetiva será importante na aquisição de conhecimentos para os treinadores jovens e para os investigadores na procura de uma, cada vez maior, compreensão das particularidades da orientação de um processo desportivo. (Braz, 2006). Os conhecimentos adquiridos por treinadores de alto nível não são de fácil acesso a todos os que desejam referir-se a eles bem como a experiência acumulada corre o risco de se perder se ninguém a formalizar (Leblanc, Saury e Sève, 2004). Numa época em que a procura de padrões qualitativos se impõe, torna-se imprescindível conhecer a natureza da atividade que se pretende estudar e/ou transformar, para a qual muito contribui a intervenção dos treinadores na forma como orientam e conduzem o jogo e consequentemente o processo de treino (Braz, 2006). De forma a existir um reconhecimento formal da função de treinador estes devem deter formação inicial que lhes proporcione um conjunto de ferramentas necessárias e básicas e que deve ser acompanhada pela formação continua e direcionada para as competências específicas do contexto desportivo, sendo desta maneira assegurado níveis mínimos de habilitações (Sarmento, Rosado & Rodrigues, 2010). Segundo o estudo realizado por Santos, Mesquita, Graça e Rosado (2010) sobre a perceção de competências dos treinadores e conhecimento das necessidades do treino relacionado com competências profissionais, os referidos autores aferiram que o ambiente académico, mesmo que não esteja relacionado com um desporto específico, vai promover o desenvolvimento de características básicas que vão ser fundamentais para a orientação da atividade profissional, traduzindo-se estas características como liderança, comunicação, avaliação e resolução de problemas decorrentes do meio onde se encontram inseridos.
  • 6. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 6 1. Métodos e procedimentos 1.1 Amostra A amostra foi constituída por sete treinadores (n=7). A totalidade da amostra representa 50% da amostra total (n=14). Sendo que todos os treinadores são do sexo masculino (n=7) e exercem a sua atividade na 1ª Divisão Portuguesa de Futsal. A maioria dos Treinadores (n=4) têm idade compreendida entre 40 e 45 anos, (n=1) tem idade compreendida entre os 30 e 35 anos, (n=1) tem idade entre os 35 e os 40 anos, (n=1) tem idade superior a 45 anos. Desta amostra, nove (n=3) são licenciados, sendo que dois deles (n=2) possuem a Licenciatura em Educação Física e um (n=1) possui Licenciatura em Economia. Dois dos inquiridos (n=2) completaram o 12º ano. Um dos inquiridos (n=1) possui mestrado na área das ciências do desporto e um (n=1) possui o 3º Ciclo (antigo 5º ano do liceu). A maioria exerce a atividade de Professor de Educação Física como profissão principal três (n=3), dois (n=2) como bancários, um (n=1) como diretor geral, e um (n=1) é vendedor, desta amostra a maioria (n=6) trabalha por conta de outrem e um (n=1) trabalha por conta própria. 1.2 Instrumento de recolha de dados Aos Treinadores foi aplicado um questionário adotado de Almeida (2010). O questionário divide-se em três dimensões: Caracterização sociográfica de base - elementos de caracterização geral: 1. Sexo 2. Idade 3. Naturalidade 4. Residência atual 5. Situação conjugal atual 6. Nível de ensino que frequenta ou o mais elevado que frequentou 7. Designação exata do(s) curso(s) médio(s) ou superior(es) 8. Profissão principal 9. Situação na profissão principal Caracterização da atividade de treinador – Descrição da atividade de treinador 1. Quantos anos tem de exercício de atividade de treinador 2. Quais as principais razões que o(a) levaram a ser treinador(a) 3. Qual a sua primeira experiência como treinador(a) 4. E qual a situação em que manteve mais tempo 5. Com treinador(a), qual o nível competitivo mais elevado atingido 6. Em que modalidade(s) desportiva(s) exerce a atividade de treinador 7. Onde exerce a atividade
  • 7. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 7 8. Qual a sua função específica 9. Quais as suas perspetivas futuras enquanto treinador 10. Há quanto tempo exerce a atual atividade 11. Em média quantas horas dedicam 12. Onde se insere a sua intervenção 13. Tem, na presente época, praticantes no percurso de alta competição 14. Exerce a atual atividade mensal de treinador(a) como profissão principal 15. Recebe alguma remuneração pelo exercício da sua atividade de treinador(a) 16. Qual o seu rendimento mensal ilíquido proveniente do exercício dessa atividade 17. Tenciona continuar a ser treinador 18. Relativamente ao seu passado desportivo, diga se foi (ou ainda é) praticante 19. Se respondeu sim, qual o nível competitivo mais elevado que atingiu 20. Exerce a atividade de treinador (a) na modalidade onde foi (ou é) praticante Caracterização da forma do treinador 1. Que meses do ano consideram mais adequados á realização de ações de formação 2. Futuramente, tenciona frequentar outros cursos e ações de formação 3. Em relação ao seguinte conjunto de áreas, indique, numa escala de 1 a 4, quais as necessidades de formação que sente em cada uma delas, no desempenho da sua atividade de treinador Apresentação de Resultados Gráfico nº 1: Análise do género da população alvo. Análise: De acordo com o gráfico, a totalidade da população (n=7) é do sexo masculino.
  • 8. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 8 Gráfico nº 2: Análise da idade da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos têm uma idade compreendida entre os 40 e os 45 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma idade compreendida entre os 30 e os 35 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma idade compreendida entre os 35 e os 40 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma idade superior a 45 anos. Naturalidade Nº de Treinadores Angola 1 Moçambique 1 Chaves 1 Covilhã 1 Lisboa 1 Porto 2 Tabela nº 1: Análise da naturalidade da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=2) dos inquiridos são naturais do Porto, (n=1) dos inquiridos é natural de Angola, (n=1) dos inquiridos é natural de Moçambique, (n=1) dos inquiridos é natural de Chaves, ( n=1) dos inquiridos é natural da Covilhã e ( n=1) dos inquiridos é natural de Lisboa.
  • 9. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 9 Gráfico nº 3: Análise da situação conjugal da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=5) dos inquiridos são casados, (n=1) dos inquiridos é solteiro e (n=1) dos inquiridos vive em união de facto. Gráfico nº 4: Análise das habilitações literárias da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=3) dos inquiridos são licenciados, (n=2) dos inquiridos têm o 12º ano, (n=1) dos inquiridos é mestrado no ensino da Educação Física e (n=1) dos inquiridos têm o 3º ciclo (antigo 5º ano do liceu). Dos (n=3) inquiridos licenciados (n=2) são licenciados em Educação Física e (n=1) é licenciado em Economia.
  • 10. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 10 Profissão Nº de Treinadores Diretor Geral 1 Bancário 2 Vendedor 1 Professor Ed. Física 3 Tabela nº 2: Análise da profissão principal da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=3) dos inquiridos têm como profissão principal serem Professores de Educação Física, (n=2) dos inquiridos têm como profissão principal serem Bancários, (n=1) dos inquiridos tem como profissão principal ser Diretor Geral e (n=1) dos inquiridos tem como profissão principal ser Vendedor. Gráfico nº 5: Análise da situação profissional da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=6) dos inquiridos são trabalhadores por conta de outrem e (n=1) dos inquiridos e trabalhador por conta própria.
  • 11. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 11 Gráfico nº 6: Análise dos anos de experiência como treinadores da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos têm uma experiência como treinadores compreendida entre os 20 e os 25 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma experiência como treinador inferior a 15 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma experiência como treinador compreendida entre os 15 e os 20 anos, (n=1) dos inquiridos tem uma experiência como treinador superior a 25 anos. Principais razões para ser Treinador Nº de Treinadores Gosto pela modalidade 5 Ter sido praticante 2 Ter familiares praticantes 1 Continuidade académica 1 Gosto pela gestão / liderança de equipas 3 Tabela nº 3: Análise das principais razões que levaram a população alvo a serem treinadores. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=5) dos inquiridos indicaram o gosto da modalidade como um dos principais motivos para serem treinadores, (n=3) dos inquiridos indicaram o gosto pela gestão e liderança de equipas como um dos principais motivos para serem treinadores, (n=2) dos inquiridos indicaram o facto de terem sido praticantes como um dos principais motivos para serem treinadores, (n=1) dos inquiridos indicou que o fato de ter familiares praticantes foi um dos principais motivos para ser treinador e (n=1) dos inquiridos indicou que a continuidade académica foi um dos principais motivos para ser treinador.
  • 12. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 12 Gráfico nº 7: Análise do nível competitivo atingido população alvo enquanto treinadores. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos atingiram um nível competitivo nacional como treinadores, (n=3) dos inquiridos atingiram um nível competitivo internacional como treinadores. Perspetivas futuras como Treinador Nº de Treinadores Profissionalização 2 Melhoria das competências 2 Continuidade na modalidade 2 Dependente das oportunidades 1 Tabela nº 4: Análise das perspetivas de futuro como treinadores da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=2) dos inquiridos indicaram a profissionalização como objetivo futuro, (n=2) dos inquiridos indicaram a melhoria das competências como objetivo futuro, (n=2) dos inquiridos indicaram a continuidade na modalidade como objetivo futuro e (n=1) dos inquiridos indicou as perspetivas de futuro estão dependentes das oportunidades que surgirem.
  • 13. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 13 Gráfico nº 8: Análise ao tempo a que a população alvo exerce a atual atividade de treinador. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos exercem a atual atividade de treinadores há menos de 4 anos, (n=1) dos inquiridos exerce a atual atividade de treinador entre 5 e 10 anos, (n=1) dos inquiridos exerce a atual atividade de treinador entre 10 e 15 anos, (n=1) dos inquiridos exerce a atual atividade há mais de 15 anos. Gráfico nº 9: Análise do passado desportivo da população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos foram praticantes da modalidade tendo (n=2) dos inquiridos atingido um nível competitivo nacional e (n=1) dos inquiridos atingido o nível competitivo internacional (torneiros), (n=2) dos inquiridos foram praticantes de outras modalidades tendo atingido um nível competitivo nacional e (n=1) dos inquiridos não foi praticante.
  • 14. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 14 Gráfico nº 10: Análise do número de horas dedicadas semanalmente pela população alvo. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos dedicam semanalmente entre 5 e 10 horas à sessão de treino e (n=3) dos inquiridos dedicam semanalmente entre 10 e 15 horas à sessão de treino. Os dados indicam também que (n=2) dos inquiridos dedicam semanalmente entre 10 e 15 horas em outras tarefas relacionadas com a modalidade, (n=2) dos inquiridos dedicam semanalmente menos de 5 horas em outras tarefas relacionadas com a modalidade, (n=1) dos inquiridos dedica semanalmente mais de 5 horas em outras tarefas relacionadas com a modalidade, (n=1) dos inquiridos dedica semanalmente entre 5 e 10 horas em outras tarefas relacionadas com a modalidade e (n=1) dos inquiridos não indicou o numero de horas que dedicava em outras tarefas relacionadas com a modalidade. Gráfico nº 11: Análise da população alvo no que refere à sua atividade de treinador como sendo a sua atividade principal. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=7) dos inquiridos não tem a atividade de treinador como sua atividade principal.
  • 15. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 15 Gráfico nº 12: Análise da remuneração da população alvo referente à sua atividade de treinador. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=4) dos inquiridos afirmam ser remunerados com a atividade de treinadores e (n=3) dos inquiridos afirmam não receber qualquer remuneração com a atividade de treinadores. Gráfico nº 13: Análise do rendimento mensal da população alvo resultante da sua atividade de treinador. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=3) dos inquiridos afirmam não receber qualquer remuneração com a atividade de treinadores, (n=2) dos inquiridos afirmam ter um rendimento mensal da atividade de treinadores entre os 501 € e os 1000 € e (n=2) dos inquiridos afirmam ter um rendimento mensal da atividade de treinadores entre os 1001 € e os 2000 €.
  • 16. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 16 Gráfico nº 14: Análise da intensão da população alvo no que refere à sua intensão de continuar a exercer a atividade de treinador. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=7) dos inquiridos têm intensão de continuar a exercer a atividade de treinador. Gráfico nº 15: Análise dos meses adequados à população alvo para formação. Análise: Segundo os dados apresentados os inquiridos apontam os meses de Junho, Julho e Dezembro como os meses mais adequados para a realização de formações. Seguem-se os meses de Janeiro, Fevereiro, Abril, Maio, e Novembro. O mês de Agosto foi o menos indicado como adequado, seguindo-se os meses de Março, Setembro e Outubro.
  • 17. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 17 Gráfico nº 16: Análise da intensão da população alvo para frequentar cursos/ações de formação. Análise: Segundo os dados apresentados, (n=7) dos inquiridos têm intensão de continuar a frequentar cursos/ações de formação. Nenhuma Necessidade Pouca Necessidade Alguma Necessidade Muita Necessidade Organização e regulamentação da modalidade 4 1 2 Regras de arbitragem 1 3 3 Equipamentos e tecnologia específica 5 2 Técnica e tática 1 4 2 Observação e análise estatística 1 1 3 2 Pedagogia do desporto 1 2 3 1 Psicologia do desporto 1 4 2 Anatomofisiologia 2 3 1 1 Biomecânica 2 3 1 1 Desenvolvimento de jovens praticantes 1 1 4 1 Metodologia do treino 1 4 2 Traumatologia e fisioterapia 3 3 1 Higiene e primeiros socorros 1 5 1 Nutrição 2 4 1 Gestão do desporto 2 2 3 Outros. Qual? Tomada de decisão 1 Outros. Qual? Formação de dirigentes 1
  • 18. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 18 Tabela nº 5: Análise das necessidades de formação, no desempenho da atividade de treinador. Análise: Segundo os dados apresentados os inquiridos apresentam as temáticas da Organização e regulamentação da modalidade, Anatomofisiologia, Biomecânica e da Higiene e primeiros socorros como sendo as temáticas com pouca necessidade de formação para a sua atividade de treinadores. As temáticas dos Equipamentos e tecnologia específica, Técnica e tática, Observação e análise estatística, Pedagogia do desporto, Psicologia do desporto, Desenvolvimento de jovens praticantes, Metodologia do treino e a Nutrição são as temáticas que os treinadores vêm com alguma necessidade de formação para a sua atividade. A temática da Gestão do desporto é apontada pelos treinadores como sendo a formação com maior necessidade na sua atividade. (n=2) inquiridos apontam também como temáticas com muita necessidade de formação a Tomada de decisão e a Formação de dirigentes. As regras de arbitragem e a Traumatologia e fisioterapia são as temáticas que mais dividem a opinião dos inquiridos quanto à necessidade de formação. Conclusões Através da aplicação de questionários a diferentes treinadores da 1ª Divisão Nacional de Futsal, concluímos que a maior parte deles possui um grau de ensino superior ao 12º ano sendo três deles licenciados na área da Educação Física. A maioria revelou a necessidade de frequentar ações de formação de forma a enriquecer os seus conhecimentos permitindo-lhes uma resposta mais adequada ao contexto de treino e de competição. Através da revisão de literatura aferimos que o treinador deve não só possuir formação inicial como base de um bom desempenho, como este também deve investir na formação contínua assegurando um desempenho profissional mais competente. O treinador de futsal considera que as áreas de maior interesse a serem abordadas em formações futuras são as regras de arbitragem, os equipamentos e tecnologias específicas, a psicologia do desporto, o desenvolvimento de jovens praticantes e a metodologia do treino, de forma a perceberem cada vez melhor a visão dos seus atletas. As principais razões apontadas pelos inquiridos para seguirem a atividade de treinador de futsal, mesmo não usufruindo de qualquer remuneração monetária com a atividade, foram o gosto pela modalidade e o gosto pela liderança e gestão de equipas. Estas características associadas ao número de anos que tem de prática da função juntamente com o tempo que despendem na mesma, apesar de não serem profissionais, torna-os profissionais mais competentes e com maior capacidade de resposta às problemáticas e situações contextualmente complexas que advêm da modalidade. No que concerne à atividade de treinador, concluímos que somente com a aplicação dos questionários, o nosso estudo apresenta algumas limitações pelo que
  • 19. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 19 sugerimos que em futuros estudos alem de se aumentar o número da amostra se possa conjugar com a aplicação dos questionários a entrevista aos treinadores. A comparação de futuros estudos com este realizado irá enriquecer o trabalho de investigação permitindo relacionar de uma forma mais consciente os diversos aspetos abordados. Sendo o futsal uma modalidade em expansão, o seu potencial de investigação acompanha de forma direta e proporcional esse crescimento. Bibliografia Almeida, C. M. (2001). O Treinador em Portugal. Perfil social, caracterização da actividade de formação. Lisboa: Ed. CEFD. Araújo, J. (1994). Ser Treinador. Lisboa: Ed. Caminho. Araújo, J. (1995). Manual do treinador do desporto profissional. Porto: Campo das Letras. Barbero, J. C. (2002). Desarrollo de un sistema fotogramétrico y su sincronización de los registros de frecuencia cardíaca para el análisis de la competición en los deportes de equipo. Una aplicacióm prática en fútbol sala. Tesis doctoral. Universidad de Granada. Bayer, C. (1994). O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivro. Bento, j. (1993). Se eu fosse treinador. Horizonte, 57. 90-94. Braz, J. (2006). Organização do Jogo e do Treino em Futsal. Dissertação de Mestrado. Universidade do Porto. Porto: Faculdade de Desporto. Garganta, J. (2002). Competências no ensino e treino de jovens futebolistas. Lecturas: Educación Física y Deportes. Revista Digital, n.º 45. Consultado em 29 de Abril de 2013. Consultado em : http://www.efdeportes.com/efd45/ensino.htm. Garganta, J. (2004). Atrás do palco, nas oficinas do futebol. In J. Garganta; J. Oliveira; & M. Murads (Eds.). Futebol de muitas cores e sabores (227-234). Porto. Campo das Letras. Leblanc, S., Saury, J, Sève, C. (2004). L’Entraînement. Paris. Éditions Revue, EPS.
  • 20. [http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com 20 Lozano C. J., Gutierrez, S., Rodrigo, M., Candelas, J., Barrio, E. (2002). Táctica en alta competición. Federación Madrileña de Futbol-Sala. Maçãs, V. (2004). Director desportivo: do conceito às responsabilidades. In III Jornadas Técnicas de Futebol + Futsal. Vila Real. UTAD. Mesquita, I. (2000). A Pedagogia do Treino. A formação em jogos desportivos colectivos. Lisboa: Livros Horizonte. Plisk, S., Stone, M. (2003). Periodization Strategies. National Strenght & Conditioning Association, 25(6), 19-37. Raposo, V. (2002). O Planeamento do Treino Desportivo – Desportos Individuais. Lisboa.: Ed. Caminho. Santos, S., Mesquita, I., Graça, A., Rosado, A. (2010). Coaches` Perceptions of Competence and Acknowledgement of Training Needs Related to Professional Competences. Journal of Sports Science and Medicine 9, 62-70. Sarmento, P., Rosado, A., Rodrigues, J. (2000). Formação de Treinadores Desportivos. Colecção Desporto. Instituto Politécnico de Santarém. Rio Maior: Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Souza, P. (2002). Validação de teste para avaliar a capacidade de tomada de decisão e o conhecimento declarativo em situações de ataque no Futsal. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Belo Horizonte.