O documento discute a abordagem diagnóstica de neuropatias periféricas, definindo conceitos iniciais, como o sistema nervoso periférico e neuropatia periférica. Apresenta a abordagem ao paciente com foco na anamnese, exame físico e exames complementares como a eletroneuromiografia. Detalha os passos para caracterizar o tipo de fibras nervosas acometidas, o padrão anatômico e a evolução dos sintomas para direcionar o diagnóstico etiológico.
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Diagnóstico de Neuropatias Periféricas
1. NEUROPATIAS PERIFÉRICAS
IGOR THÉ BRAGA
MEDICAL CANDIDATE, CLASS OF 2015.2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FORTALEZA, BRAZIL
INTERNO – HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA
2. ROTEIRO
Abordagem ao Paciente com Neuropatia
Periférica
Diagnóstico Etiológico das Neuropatias
Periféricas baseado em Casos Clínicos
3. CONCEITOS INICIAIS
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)
– nervos cranianos (com exceção dos nervos olfatório e óptico)
– raízes nervosas
– gânglios da raiz dorsal
– troncos nervosos periféricos e suas ramificações terminais
– sistema nervoso autônomo periférico
5. CONCEITOS INICIAIS
NEUROPATIA PERIFÉRICA (NP)
– Desordens próprias do SNP
– Comuns
– Relacionadas a inúmeras desordens sistêmicas
– Podem associar-se a desordens do SNC
– O SNP pode ser envolvido em qualquer das partes que o compõe
desde a raiz nervosa até as porções mais distais dos ramos terminais dos axônios
6. CONCEITOS INICIAIS
EPIDEMIOLOGIA
– Pode acometer todas as faixas etárias
– Maior nas idades mais avançadas
– Prevalência de 2,4% até 8%-10% na população geral
– Diagnóstico etiológico das NPs:
indefinido em cerca de 20% a 30% dos casos, mesmo após completa e
adequada investigação diagnóstica (centros mais avançados)
Brasil: cerca de 50%!
8. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Não existe rotina específica
Abordagem é individual
Maneira mais correta:
– padrão de acometimento clínico = SINAIS E SINTOMAS
– padrão de acometimento anatômico = TOPOGRAFIA
– direcionamento da INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA
9. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
ANAMNESE COMPLETA
EXAME FÍSICO CLÍNICO
EXAME NEUROLÓGICO
PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR
PASSOS SEQUENCIAIS na caracterização da doença e
investigação laboratorial
• PRINCIPAIS FERRAMENTAS DIAGNÓSSTICAS
• NA MAIORIA DOS PACIENTES SEM DIAGNÓSTICO
ETIOLÓGICO
• SEM PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR COMPLEXA
10. ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
Na abordagem de uma queixa qualquer...
– Q = QUALIDADE
– I = INTENSIDADE
– L = LOCALIZAÇÃO/IRRADIAÇÃO
– T = TEMPO (decorrido, evolução, durante o dia)
– F2 = FATORES DE MELHORA E/OU DE PIORA
– A = condições ASSOCIADAS
– D = DIMENSÃO
– C = CONTEXTO “DIVIDIR CADA DIFICULDADE EM TANTAS PARCELAS
QUANTO POSSÍVEIS E QUANTAS NECESSÁRIAS
FOREM PARA MELHOR RESOLVÊ-LAS”
11. PROPOSTA DE ABORDAGEM
DIAGNÓSOTICA PARA AS NPS
Aspectos fundamentais na avaliação das neuropatias
1. Tipos de fibras nervosas envolvidas: motora, sensitiva, autonômica.
2. Distribuição do acometimento: aspectos anatômicos.
3. Tempo de evolução: forma de início.
4. Forma de evolução.
5. Avaliação neurofisiológica: eletroneuromiografia, etc.
6. História Familiar.
7. Sintomas associados.
8. Patologias associadas.
9. Exposição às substâncias tóxicas e medicações.
10. Tratamentos realizados e suas respostas.
11. Investigação complementar.
12. PASSO 1: Tipo de Envolvimento (Fibras
Nervosas)
Fibras MIELÍNICAS
Fibras AMIELÍNICAS
ESPESSURA da fibra
VELOCIDADE DE CONDUÇÃO do impulso nervoso
– Aα e Aβ: fibras mielinizadas grossas e velocidades de condução altas
– Aδ: fibras mielinizadas finas e velocidades de condução intermediárias
– C: fibras amielínicas com velocidades de condução baixas
13. Comprometimento de fibras MOTORAS
Comprometimento de fibras SENSITIVAS
Comprometimento de fibras AUTONÔMICAS
De maneira COMBINADA
De maneira ISOLADA
PASSO 1: Tipo de Envolvimento (Fibras
Nervosas)
14. Acometimento MOTOR
Sintomas Positivos
– Fasciculações
– Cãibras
Sintomas Negativos
– Fraqueza
– Atrofia
Quadros inflamatórios auto-imunes
• POLIRRADICULITES AGUDA OU CRÔNICA
• NEUROPATIA MOTORA MULTIFOCAL (NMM)
• NEUROPATIA SENSITIVO-MOTORA
MULTIFOCAL DESMIELINIZANTE ADQUIRIDA
(MADSAM)
• NEUROPATIA DESMIELINIZANTE DISTAL
SIMÉTRICA E ADQUIRIDA (DADS)
• NEUROPATIA MOTORA AXONAL AXUDA
(AMSAN)
• etc.
PASSO 1: Tipo de Envolvimento (Fibras
Nervosas)
15. Acometimento SENSITIVO
Sintomas Negativos
– Perda de Sensibilidade
1. Fibras grossas
a. Tato
b. Propriocepção
c. Vibratória
2. Fibras Finas
a. Dor
b. Temperatura
c. Tato Afetivo
Sintomas Positivos
– Parestesias
– Dor neuropática
• frequentemente os PRIMEIROS sintomas
observados pelos pacientes
• progressão da doença: sintomas MOTORES
aparecem
• DISTÚRBIOS METABÓLICOS
• DISTÚRBIOS HEREDITÁRIOS
• PARANEOPLASIAS
• MEDICAÇÕES
• DOENÇAS INFLAMATÓRIAS
• etc.
PASSO 1: Tipo de Envolvimento (Fibras
Nervosas)
16. Acometimento AUTONÔMICO
– Hipotensão Postural
– Gastroparesia
– Disfunção erétil
– Disfunções intestinais e urnárias
– Alterações da sudorese
– Etc.
OUTROS
– Reflexos Profundos, Ataxia (Sensitiva), Tremor, Alterações Tróficas, Deformidades,
etc.
PASSO 1: Tipo de Envolvimento (Fibras
Nervosas)
17. CAUSAS DE MANIFESTAÇÕES AUTONÔMICAS
– VIncristina
– Sjögren
– Amiloidose
– Diabetes
– AIDP
PASSO 1: Tipo de Envolvimento (Fibras
Nervosas)
18. NEURONOPATIAS
Comprometimento do corpo celular
– do neurônio motor = neuronopatias motoras
– do neurônio sensitivo = ganglionopatias sensitivas
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
19. RADICULOPATIAS
Acometimento das raízes sensitivas e/ou motoras
– de forma isolada
– de forma múltiplas = multirradiculopatia
compressão radicular por hérnia discal
radiculites inflamatórias infecciosas (CMV, etc.)
etc.
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
20. PLEXOPATIAS
Acometimento de um ou mais segmentos de
um plexo
– braquial
– lombossacral
plexites inflamatórias/infecciosas
lesões traumáticas
etc.
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
21. MONONEUROPATIAS
– Acometimento isolado (lesão focal) de um
único nervo em todas as suas funções
neuropatia do nervo radial
neuropatia do nervo ulnar no cotovelo
neuropatia do nervo mediano no punho
neuropatia do nervo fibular na cabeça da fíbula
etc.
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
22. MONONEUROPATIAS MÚLTIPLAS
progressivo comprometimento de nervos de
forma isolada que se somam no tempo (lesão
multifocal)
progressão: poderá haver envolvimento simétrico
de todos os nervos periféricos
mesmo nesses casos: o exame evidencia vários
graus de comprometimento que correspondem
ao território dos nervos individuais
vasculites
etc.
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
23. POLINEUROPATIAS
acometimento, normalmente, simétrico
dos nervos
inicialmente de predomínio distal
com progressão ascendente e em
gradiente (distal – proximal)
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
25. Tipos clássicos de apresentação sindrômica de acordo com o padrão anatômico
Maioria das neuropatias,
Polineuropatias
Polirradiculoneuropatias Diversos padrões
• Predomínio distal
• Comprometimento proximal e
distal inicial
• Acometimento assimétrico
• Ascendente (D P) • Principalmente motor Vasculites
• Simétrico PDIC
Neuropatias infecciosas
(Hanseníase, etc.)
Metabólicas (DM, IRC, etc.), Tóxicas
(alcoólica, etc.), Carenciais (vit.
complexo B, ác. fólico, etc.), maioria
das neuropatias hereditárias
(neuropatia hereditária sensitivo-
motora tipo 1A – Charcot-Marie-
Tooth 1A, etc.)
PDIA (SGB)
Neuropatia Hereditária Sensível à
Pressão (HNPP, “hereditary
neuropathy pressure palsy”)
PASSO 2: Padrão anatômico de
acometimento
26. INÍCIO dos sintomas
– forma aguda < 1 semana
– forma subaguda ≥ 1 semana e < 1 mês
– forma crônica ≥ 1 mês
EVOLUÇÃO dos sintomas
– forma monofásica (SGB e variantes – NMAA, NASMA, SMF, PA, SGBs, etc.)
– forma recorrente
– forma progressiva (início insidioso – metabólicas, hereditárias, etc.)
PASSOS 3 e 4: Início e Forma de
Evolução
Diagnósticos Diferenciais:
Porfiria Aguda Intermitente (neuropatia
axonal)
Quadros carenciais (neuropatia aguda
por defic. B1, etc.)
Neuropatias de início agudo e
cronificação (PDIC, etc.)
27. Eletroneuromiografia (ENMG)
– Determinação do aspecto fisiopatológico
– Direcionamento na investigação da neuropatia
– Descarte de outros possíveis diagnósticos diferenciais (doenças do neurônio
motor, doenças da junção neuromuscular, miopatias etc.)
– Definição do padrão anatômico de acometimento
– Determinação de quais fibras nervosas estão acometidas (sensitiva, motora ou
ambas)
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
28. Eletroneuromiografia (ENMG)
– Definição se o padrão da neuropatia é
AXONAL
DESMIELINIZANTE
MISTO
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
29. Eletroneuromiografia (ENMG)
– Neuropatias AXONAIS (degeneração
axonal)
amplitudes dos potenciais sensitivos ou
motores diminuídos
pouca ou nenhuma alteração das
latências distais e velocidades de
condução
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
30. Eletroneuromiografia (ENMG)
– Neuropatias DESMIELINIZANTES
(desmielinização segmentar)
diminuições importantes das velocidades
de condução
prolongamento das latências distais
bloqueios de condução motora
dispersão temporal do potencial motor
prolongamento das latências das ondas F
ou sua persistência diminuída
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
31. Eletroneuromiografia (ENMG)
– Não é um método adequado para avaliação das fibras
nervosas sensitivas finas
– Pode apresentar-se normal quando há um comprometimento
exclusivo das mesmas
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
32. História Clínica
Exame Físico Geral e Neurológico
Eletroneuromiografia
Mononeuropatia
Mononeuropatia Múltipla
Polineuropatia Assimétrica
Polineuropatia
Compressiva Axonal
Desmielinizante
Bloqueio de Condução
Vasculites
Hanseníase
DM
PIDC
HNPP
MADSAM
NMM
Desmielinizante Axonal
Aguda Crônica
SGB
Difteria
CMT1 (uniforme)
PIDC (não uniforme)
Paraproteinemias
D. de Refsum
Leucodistrofias
Tóxicas
PAI
SGB Axonal
Tóxicas
Neuropatia
Paciente
Crítico
Carenciais
Paraneo-
plásica
Tóxicas
DM
Alcoólica
IRC
Carenciais
Hereditárias
(outras)
Tóxicas
Aguda CrônicaSubaguda
Organograma referente às etiologias mais
freqüentes de acordo com seu padrão
eletrofisiológico, tempo de instalação e
padrão anatômico de comprometimento
33. Estudo Anatomopatológico
– vários processos distintos
– podem estar presentes em combinações
variadas em um mesmo paciente
degeneração walleriana
desmielinização segmentar
degeneração axonal
– mielina:
elemento da fibra nervosa mais suscetível
pode ser afetada primária ou secundariamente,
consequentemente a uma doença axonal
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
34. Estudo Anatomopatológico
– desmielinização segmentar:
degeneração focal da bainha de
mielina com preservação do axônio
a recuperação da função pode ser
rápida, pois o axônio está intacto,
necessitando somente de sua
remielinização
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
35. Estudo Anatomopatológico
– degeneração walleriana:
ocorre devido à interrupção focal do
axônio
– degeneração axonal (centrípeta):
resulta da lesão metabólica do
neurônio
PASSO 5: Aspectos Eletrofisiológicos
e Anatomopatológicos
Degeneração secundária da mielina
Recuperação mais lenta (meses ou anos),
porque o axônio deve primeiro regenerar e
reconectar-se ao músculo antes de a
função voltar
36. PASSO 6: História Familiar
Descrição da doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT),
1889: primeira causa hereditária descrita
Acredita-se que muitos dos pacientes com neuropatias
com diagnóstico etiológico indefinido, na verdade,
possuam causa hereditária
Grande grupo de enfermidades com padrões fenotípicos
e herança genética diversas
Prevalência aproximada de 40/100.000
37. Tipo mais comum:
– forma CMT1A
– padrão de herança autossômica dominante
– 70% das neuropatias hereditárias sensitivo-motora (NHSM)
A história familiar é primordial na avaliação dos pacientes com
neuropatia
Questioná-los sobre familiares acometidos, consanguinidade, e na
definição do padrão de herança genética:
– autossômica dominante, recessiva ou ligada ao cromossomo X
PASSO 6: História Familiar
38. Causas tóxico-metabólicas:
– dentre as principais etiologias das neuropatias
– diabetes melito, a insuficiência renal crônica, o alcoolismo (por efeito tóxico ou
levando a um quadro carencial) e a hanseníase
– Muitas outras doenças sistêmicas também podem cursar com um
comprometimento do SNP
– medicações (p.ex., nitrofurantoína, amiodarona, isoniazida, quimioterápicos,
etc)
– exposição a substâncias tóxicas como arsênico, chumbo, entre outras
ANAMNESE COMPLETA!!
(medicações, hábitos
de vida)
PASSOS 7 e 8: Sintomas e Patologias
Associadas – Uso de Medicações e Exposição
às Substâncias Tóxicas
39. Muitos pacientes chegam à consulta
ambulatorial
– já tendo passado por muitos outros serviços
– tratados com diversos tipos de medicações
Estágio de evolução da doença
extremamente avançado
– dificuldade, por exemplo, para se determinar através
do exame eletrofisiológico se a neuropatia é
primariamente axonal ou desmielinizante
PASSO 9: Tratamentos realizados e
respostas a eles
Doses inadequadas
Efeitos colaterais
Tempo de uso inadequado
Resposta ao tratamento
40. Correta determinação do padrão clínico e anatômico
Associação aos achados eletrofisiológicos
Realização das hipóteses diagnósticas
– sindrômica
– topográfica
– etiológica
Início da investigação complementar
– solicitação de exames que devem ser adequados para cada caso, ou seja, individualizados, para a
determinação do diagnóstico definitivo
PASSO 10: Investigação
Complementar
41. Exames laboratoriais GERAIS e ESPECÍFICOS
GERAIS
– investigações sobre doenças sistêmicas que por ventura
possam levar a um comprometimento neuropático
hemograma
VHS
glicemia de jejum e teste de tolerância à glicose (TTG)
hormônios tireoidianos (TSH e T4 livre)
dosagem de vitamina B12 e ácido fólico
PASSO 10: Investigação
Complementar
42. GERAIS
marcadores de doenças reumatológicas
sorologias (HIV, hepatites B e C, etc)
marcadores tumorais e exames de imagem
para investigação de síndromes
paraneoplásicas
funções hepática e renal
marcadores de doenças hematológicas (p.ex.
dosagem de imunoglobulinas IgG, IgA, IgM,
imunoeletroforese de proteínas, proteinúria de
Bence Jones, etc)
PASSO 10: Investigação
Complementar
43. ESPECÍFICOS
– diretamente ligados a enfermidades do sistema
nervoso
LCR
biópsias de nervo e de pele
Ressonância Magnética de nervos ou plexo
marcadores imunológicos específicos para neuropatias
(anti-GM1 – Neuropatia Motora Multifocal, anti-MAG –
polirradiculoneurite inflamatória crônica, anti-Hu –
síndromes paraneoplásicas, anti-Gd1b – síndrome de
Miller-Fisher, etc)
PASSO 10: Investigação
Complementar
44. ESPECÍFICOS
análise de DNA para neuropatias hereditárias
(CMT 1A, Neuropatia Hereditária Sensível à
Pressão – HNPP, amiloidose familiar progressiva,
etc)
dosagens de atividades enzimáticas (deficiência
de alfa-galactosidase A – Doença de Fabry,
dosagem de ácido fitânico – Doença de Refsum,
dosagem de porfobilinogênio urinário – Porfiria
Aguda Intermitente, etc)
PASSO 10: Investigação
Complementar
45. Biópsia de nervo: indicada para casos muito
específicos de neuropatia com etiologia
indefinida
Alguns estudos mostram resultados entre
40% a 50% na definição da etiologia
Suspeita de vasculite: biópsia conjunta de
nervo e músculo
É importante salientar que o nervo escolhido
deve estar comprometido clinicamente e na
ENMG
PASSO 10: Investigação
Complementar
46. Principais utilidades diagnósticas da
biópsia:
1. neuropatias crônicas idiopáticas progressiva
2. mononeuropatias múltiplas e polineuropatias
assimétricas (vasculites, p.ex.)
3. suspeita de neuropatia infecciosa
(hanseníase, p.ex.)
4. suspeita de neoplasias
5. diagnóstico diferencial das PIDC sem
definição por outros meios
6. algumas neuropatias de depósito
(amiloidose, leucodistrofias – sem diagnóstico
genético definido)
PASSO 10: Investigação
Complementar
48. JMVC, feminino, 23 anos, relata que há cerca de 14 anos vem tendo
perda da destreza em mãos; há 1 ano iniciou dificuldade na
execução da marcha . Ao exame neurológico: marcha escarvante,
atrofia de musculatura tenar , hipotenar e interóssea, pé cavum,
escoliose, reflexos vivos em MMII, sensibilidade normal. Sem outras
comorbidades.
CASO CLÍNICO 01
49. 1. Relacionadas a defeitos metabólicos específicos:
– Leucodistrofia metacromática
– Doença de Krabbe
– Doença de Refsum
– Doença de Fabry
– Doença de Tangier
– Neuropatia Amiloidótica Hereditária
– Porfiria Hepática Hereditária
– etc.
CAUSAS HEREDITÁRIAS
50. 2. De patologia ainda indefinida: Neuropatias
Hereditárias Sensitivo-Motoras (HMNS), incluindo as
doenças do espectro de Charcot-Marie-Tooth
(CMT)
– HMNS tipo I (CMT1: CMT1A, CMT1B, CMTX, CMT1C)
– HMSN tipo II (CMT2)
– HMNS tipo III (doença de Dejerine-Sottas)
– etc.
CAUSAS HEREDITÁRIAS
51. PAS, 28 anos, feminina, com diagnóstico de diabetes há 3 anos, com
cetoacidose diabética em tratamento regular. Queixa-se há três
meses de dormências nos pés que vem progressivamente piorando.
No exame físico observa-se prejuízo na propriocepção dos membros
inferiores. Trouxe exames com Hb 10 VCM 110 Leuco 4500 Plaq
153000 LDH 1200 BI 1,5 BD 0,8 Coombs negativo Hb Gc 6,0%.
CASO CLÍNICO 02
52. Deficiência de vitamina B12
Diabetes
Hipotireoidismo
Uremia
Deficiência de Tiamina
Porfiria
Doença Crítica
etc.
CAUSAS METABÓLICAS
53. AMC, 54 anos, masculino, alcoolista diário há 30 anos, evoluindo há 2
meses com sensação de dormência em mãos e pés. Procurou
atendimento médico após o surgimento de lesões de pele.
CASO CLÍNICO 03
54. Hanseníase (MH)
HIV
Doença de Lyme
Varicela-Zóster
etc.
CAUSAS INFECCIOSAS
55. Paciente, 35 anos, evoluindo há sete dias com parestesias de mmii
com fraqueza progressiva. Deu entrada no setor de emergência
com insuficiência respiratória. Apresentou quadro de infecção de
vias aéreas 2 semanas antes. Realizado PL com prot 95 e Cels 5.
CASO CLÍNICO 04
56. SGB
AMAN
AMSAN
Miller-Fisher
PDIC
etc.
CAUSAS INFLAMATÓRIAS
CAUSAS DE SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Medicações
Imunizações
Eestresse (cirúrgico, etc.)
Linfomas
INfecções
Autoimunidade
Sarcoidose
57. FRT, masculino, 55 anos, com queixa de sensação de queimação nos
pés e formigamento, além de dores abdominais associado com
episódios de vômitos e dor de cabeça. Trabalha como pintor desde
os 20 anos.
CASO CLÍNICO 05
58. Medicações
– QT antineoplásica
– Amiodarona
– ATBs
– Derivados do quinino
– Etc.
Metais pesados
– Chumbo, Tálio, Etc.
CAUSAS TÓXICAS
59. KLDP, feminino, 26 anos, com quadro de dispneia e tosse seca.
Procurou atendimento médico na emergência algumas vezes por
quadro respiratório com melhora após uso de nebulização. Há 1 mês
vem queixando de fraqueza em pé direito e mão direita.
CASO CLÍNICO 06
60. Churg-Strauss
Poliarterite Nodosa (PAN)
Poliangeíte Microscópica (PAM)
Wegener
AR
Sjögren
LES
etc.
CAUSAS VASCULÍTICAS
61. PSV, feminino, 47 anos, queixa-se de dormências e dores nas mãos
com dificuldade de movimentação. Refere após quadro respiratório
surgimento de lesões na face. Traz exames com SU Prot +++.
CASO CLÍNICO 07
63. HGS, masculino, 62 anos, relata sensação de dormência em mãos e
pés que surgiram há 1 mês. Nega qualquer patologia previa. Etilismo
social e tabagista 40 cigarros/ dia.
CASO CLÍNICO 08
64. CA Mama
CA Pulmão
CA Cólon
CA Estômago
CA Ovário
CA Testículo
etc.
CAUSAS PARANEOPLÁSICAS
67. CONCLUSÕES
Das principais queixas tanto para o neurologista quanto para médicos de
quaisquer outras especialidades
Verdadeiros desafios diagnósticos quanto às suas etiologias
Avaliar o paciente de forma organizada
Adequada padronização do comprometimento da neuropatia periférica
Evitar investigações desnecessárias, dispendiosas em recursos e tempo
Atingindo-se, então, um diagnóstico etiológico que permita o tratamento e
orientações adequadas, o mais precocemente possível
68. BIBLIOGRAFIA
Diretriz para abordagem diagnóstica das neuropatias em serviço de referência em
doenças neuromusculares, Rev Neurocienc 2010;18(1):74-80
The Evaluation of Polyneuropathies, Neurology: Clinical Practice 76 (Suppl 2)
February 15, 2011
Adams and Victor’s Principles of Neurology, Ninth Edition
Merritt’s Neurology, 12th Edition (2009)