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palavra do pró- reitor de graduação
                                       Desde os primeiros empreendimentos que marcaram sua trajetória
                                    ao longo dos 40 anos de atuação, consolidando-se entre as melhores
                                    instituições educacionais privadas do país, a Universidade Cruzeiro do
                                    Sul renova e amplia uma das características que assinala sua identidade:
                                    a interlocução com as comunidades, interna e externa.
                                       No desenvolvimento desse diálogo, conta com a atuação dos cursos
                                    da área da Comunicação – Jornalismo, Publicidade e Propaganda,
                                    Rádio, TV e Internet e Relações Públicas, congregando equipes
                                    docentes e discentes, com produção teórico-prática relevante, com o
                                    intuito de difundir o pensamento e a ação da Universidade Cruzeiro do
                                    Sul à sociedade em geral.
                                       Destaque-se que, nos caminhos trilhados pelos cursos da área da
                                    Comunicação, oferecidos pela Cruzeiro do Sul desde 1994, muitos
                                    foram os trabalhos que consolidaram a expressão dessa instituição,
            Prof Dr.                particularmente, no campo da extensão universitária: centenas de
  Luiz Henrique Amaral projetos de conclusão dos cursos colocando em interlocução alunos,
 Pró-Reitor de graduação professores e organizações de nossas comunidades, dezenas de
                                    prêmios concedidos por renomadas entidades e associações de classe,
                                    ressaltando a qualidade de trabalhos acadêmicos que mantiveram o
olhar e a ação voltada para especificidades dos mercados e seus atores, trabalhos que, ao longo dos últimos
anos, qualificaram a formação dos futuros profissionais das respectivas áreas, bem como expressaram
ideias e trabalhos das gerações de profissionais e futuros profissionais que se encarregam de ressignificar
o diálogo nesse novo tempo em que o próprio conceito de comunicação alcança outras dimensões, em
especial, a dimensão humana, para além da técnica.
   Assim como se pode ressignificar o diálogo, tendo em vista seu maior alcance e efetividade,
tanto no meio acadêmico quanto nas demais dimensões de nossa sociedade, pode-se também
renovar os meios para a veiculação das informações que retratam a ação universitária, a exemplo da
Revista Código, produto dos cursos da área da Comunicação, cuja edição inicial temos o prazer de
apresentar. Assim, com o lançamento do número 1 da Código, anunciamos a implementação de novos
meios de comunicação que, por intermédio dos cursos acima relacionados, a Universidade coloca
à disposição da comunidade acadêmica, integrando, além da revista, a Rádio e TV Código na web.
Nesse grato momento de ampliação das oportunidades de interlocução entre a Univesidade Cruzeiro do
Sul e a sociedade, relembramos e homenageamos a figura querida e saudosa do Prof. Gilberto Padovese,
um dos fundadores do Grupo Educacional Cruzeiro do Sul e defensor do diálogo educativo inclusivo que
marca a trajetória da Cruzeiro do Sul em seus 40 anos de existência. Temos a certeza de que esse veículo
congregará, mais uma vez, alunos, professores das diversas áreas do conhecimento e as comunidades da
Universidade Cruzeiro do Sul, reafirmando o espírito universitário e o ideal de educação superior que nos
deixou como seu maior legado.
coordenador dos cursos
                     de comunicação social
                                                                                                               reitora
                                                                                    Profª. Drª. Sueli Cristina Marquesi

                                                                                       Pró-reitor de Graduação
                                                                                       Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral

                                                                                  Pró-reitor de Pós-Graduação
                                                                                                        e Pesquisa
                                                                                      Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte

                                                                                         Pró-reitora de extensão
                                                                                        e Assuntos Comunitários
              Prof. mS. CArLoS monTeiro                                         Profª. Drª. Janice Valia de Los Santos
      Coordenador dos cursos de Jornalismo, Publicidade e
      Propaganda, Rádio, TV e Internet e Relações Públicas                             Coordenador dos Cursos
                                                                                         de Comunicação Social
   o Brasil passa por um momento histórico, muito privilegiado em                    Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro
relação às nações desenvolvidas. Ações políticas e uma sociedade
mais esclarecida e consciente de sua atuação no cenário geral do país                 Coordernadores Adjuntos
proporcionaram a fase de otimismo econômico e social que vivemos                                         Jornalismo
hoje. Em 512 anos como nação organizada, esse momento atesta                                Profª. Drª. Flávia Serralvo
                                                                                     Publicidade e Propaganda
nossa certeza de que a comunicação é um instrumento primordial                     Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone
para o avanço de uma sociedade. Dos 192 milhões de habitantes                                rádio, TV e internet
presentes em 5561 municípios brasileiros, os meios de comunicação                             Prof. Ms. Bruno Tavares
estão ali presentes pela web, TV (aberta e fechada), rádio, mídia                               relações Públicas
impressa, muitas rádios de poste e alto falantes móveis e fixos.                         Profª. Drª. Angela Fernandes
   Considerando este cenário, o leitor faz uma reflexão rápida e
conclui que o acesso é fácil, mas grande parte do conteúdo ainda é de
qualidade frágil e questionável. Pura verdade. Nosso país retomou a
democracia apenas em 1985, depois de 20 anos de desenvolvimento
econômico fictício e a intelectualidade amordaçada. felizmente,                maio de 2012 | Ano 1 | número 1
                                                                                        Tiragem: 1.000 exemplares
retomamos o desenvolvimento com liberdade. Aqui, em nossos
cursos e em nossa universidade, temos absoluta certeza de que                                 editor de Conteúdo
                                                                                    Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro
investir em capacitação e qualidade na formação de profissionais de                                    MTb 26.935/SP
comunicação é lucro líquido para o país e para nossos alunos. Já                         Jornalista responsável
somos a sexta economia mundial, com previsão do Bando Mundial                      Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo
de alcançarmos a quinta posição em 2020. Nossa geração está no                                         MTb 65.521/SP
momento certo e na hora certa. E, como profissionais de comunicação,                    editora de reportagens
                                                                                           Profª. Ms. Regina Tavares
somos atores com grande janela de oportunidades no Brasil. Nossa                                         idealização
revista é um elemento que reflete o trabalho competente de nossa                              Prof. Ms. Bruno Tavares
equipe de professores, pró-reitores, reitoria, corpo de profissionais                                 Diagramação
administrativos e nossos alunos. Juntos, buscamos constantemente                                      Eduardo vianna
a excelência da formação profissional consciente de que estamos                                                 Capa
                                                                                                      Eduardo vianna
trabalhando em nossa universidade, pelo avanço do país e da                                   Profª. Ms. Rita Jimenez
sociedade, como fizeram nossos irmãos brasileiros que lutaram                                                 revisão
para nos proporcionar esta liberdade de expressão e perspectivas                   Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo
profissionais. Juntos, Jornalistas, radialistas, relações Públicas e               Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone
Publicitários, temos nas mãos a oportunidade de contribuir com o                                          impressão
                                                                                      rettec Artes Gráficas e Editora
crescimento do Brasil, para nós e para as gerações vindouras. Esta                                     (11) 2063-7000
é a proposta da Revista Código e da Universidade Cruzeiro do Sul.
   Vamos em frente!



Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
sumário

6 - Jornalismo em quadrinhos
30 - EU, MÍDIA?!
40 - De malas prontas
54 - Realidade revista
64 - Dance conforme a música: os novos caminhos da indústria fonográfica
68 - Detóx digital
70 - Time de comédia
76 - Telenovelas: uma paixão nacional




10 - Sentidos em todos os sentidos
19 - EM 2011 DEU DOBRADINHA DA CRUZEIRO DO SUL NA APP
44 - Agência Experimental do Curso de Publicidade trabalha em parceria com o filme
     Somos tão Jovens
79 - Oh, my god!




20 - Tvlusão                                  47 - Cores de Burton
21 - Televisão: do Preto e Branco para a 3ª   48 - A evolução da Sétima Arte
     Dimensão                                 49 - Cinema Brasileiro e sua evolução
22 - O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS            58 - OS CASSETAS DO PLANETA
23 - Youtube, um passaporte para a            59 - A Tecnologia 3d na televisão
     televisão                                     brasileira
24 - Como andam as produções culturais na     66 - Qual é a marca do FM?
     TV aberta brasileira?                    67 - TV NO METRÔ DE SÃO PAULO
34 - O microfone de Silvio Santos             74 - A Indústria do Social
46 - Cinema de Vanguarda                      75 - A Sonorização




26 - Relações Públicas nas organizações
     contemporâneas
36 - O Olhar e a voz da comunidade
38 - O desafio corre nas veias
50 - Formação para o mercado e a pesquisa: o papel do TC em RRPP
60 - planejamento e criatividade em relações públicas
reportagem




6
         JORNALISMO EM QUADRINHOS
                           ENTENDA O QUE É JORNALISMO EM QUADRINHOS (JQ) E DE QUE
                            FORMA ELE TRANSFORMOU E IRÁ TRANSFORMAR, AINDA MAIS,
                                          A REALIDADE DA IMPRENSA.
                                                                                                   foto: AdriAno AlvES




          Por adriano alves, andressa Moura, caroline féria, feliPe leandro, luMa carla, Mariana
                                barbosa, renata Pereira E rÔMulo queiroz


    Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
E
                 m um contexto so-      uma forma diferente de linguagem         ção para o espaço jornalístico, que
                 cial onde os heróis    de informação. “Jornalismo é jorna-      pelo fato de estar utilizando junta-
                 modernos não pos-      lismo, e Jornalismo em quadrinhos        mente texto e imagem, fez com que
                 suem superpoderes      é simplesmente transpor as práticas      a narrativa se tornasse mais ágil e
                 para salvar o mundo    tradicionais de jornalismo para uma      de mais rápido entendimento”, es-
                 de terríveis vilões,   nova mídia. A prova máxima disso         clarece.
                 cidadãos sobrevi-      é que se tem vários gêneros dentro          o reconhecimento do Jornalis-
vem à rotina imposta pelo mundo         dele: artigo, resenha, notícia, repor-   mo em quadrinhos como gênero
globalizado e os imprevistos coti-      tagem e outros”, afirma neco.            veio anos mais tarde. Em 1992, o
dianos. Daí nasce uma vertente do                                                sueco Art Spiegelman recebeu um
jornalismo capaz de cumprir com o       iníCio                                   Prêmio Pulitzer (principal premia-
objetivo essencial da profissão, o         Este estilo jornalístico surgiu       ção jornalística do mundo) por sua
de informar, juntamente com a prá-      em meados da década de 1980,             obra Maus, em que retrata a histó-
tica de reproduzir visualmente as       quando o fotógrafo francês Didier        ria de seu próprio pai, que sobrevi-
vitórias e os desafios desses perso-    Lefèvre acompanhou ações hu-             veu aos horrores do holocausto. Já
nagens.                                 manitárias no Afeganistão e não          em 1996, o maltês Joe Sacco, prin-
   o Jornalismo em quadrinhos, ou       conseguiu exprimir em fotos o que        cipal nome do Jq até os dias atu-
também chamado de Jornalismo            tinha para contar, optando, assim,       ais, criou o termo “Jornalismo em
Gráfico, é uma modalidade jornalís-     por narrar os acontecimentos por         quadrinhos” para definir sua obra,
tica que utiliza os quadrinhos como     meio de quadrinhos                       que consiste, em grande parte, na
forma de linguagem. é importante           Segundo o Prof. Dr. Waldomiro         cobertura de guerras.
ressaltar que outros elementos vi-      vergueiro, coordenador do obser-
suais como charges, cartoons, tiri-     vatório de histórias em quadrinhos       oBStáCuLoS
nhas ou infográficos não estão in-      da Universidade de São Paulo                Como um dos principais desa-
seridos em seu conceito.                (USP), o nascimento do Jq vem            fios do Jq, o jornalista leandro
   Na opinião do Doutorando em Ci-      em um momento cultural no qual a         Dóro salienta a pouca difusão que
ências da Comunicação Juscelino         sociedade já havia reconhecido os        o estilo tem perante a grande mídia.
neco, o Jornalismo em quadrinhos        quadrinhos como sendo algo capaz         “nos últimos anos, o Jq até vem
não deve ser considerado um gê-         de tratar de assuntos de profundida-     ganhando um espaço maior e um
nero à parte do jornalismo, apenas      de. “o que ocorreu foi uma adequa-       número considerável de adeptos,

                                                 augusto paim
     Graduado em jornalismo pela Universidade federal de        Para Paim, fazer Jornalismo em quadrinhos trata-se
  Santa Maria (UFSM) em 2007, atualmente Augusto Paim       mais de preferências pessoais do que de modificar os
  cursa o Mestrado em Teoria da Literatura pela PUC-RS e    padrões vigentes na profissão. “não creio que seja pos-
  atua como jornalista cultural e assessor de imprensa.     sível revolucionar o jornalismo. trabalho com Jq por-
     Fundador de um grupo nacional de discussão on-         que gosto e me realizo profissionalmente. Acredito, sim,
  line sobre Jq, em 2009 ele traduziu a obra Johnny         que essa possa ser uma ferramenta de linguagem que
  Cash – uma biografia, do quadrinista alemão rei-          acrescente ao jornalismo, tornando-o mais hipertextual
  nhard Kleist. No ano seguinte foi curador e organiza-     e interessante, principalmente em mídias online”, afirma.
  dor do i Encontro nacional de Jornalismo em qua-              o quadrinista acredita ainda que o domínio de téc-
  drinhos, realizado no rio Grande do Sul. neste ano,       nicas de desenho e capacidade de orientação aos
  publicou no site holandês Cartoon Movement, espe-         cartunistas seja fundamental para bons resultados
  cializado em reportagens em quadrinhos de todo o          dentro do Jq. “o profissional que faz Jq tem que es-
  mundo, a primeira parte da obra Inside the Favelas,       tar acostumado com os conceitos e a linguagem que
  realizado juntamente com o desenhista MauMau, e           serão utilizados para guiar o trabalho dos desenhis-
  que retrata a rotina do Complexo de Favelas do Ale-       tas; eles não são jornalistas, não estão acostumados
  mão após as ações de ocupação da Polícia Militar.         a trabalhar com o conceito de reportagem”, alerta.
mas conheço profissionais atuan-
                    joe Sacco                      tes no mercado que desconhecem
                                                   completamente este estilo. Acredi-
             quando o assunto é Jornalis-          to que isso se deve, em parte, ao
          mo em quadrinhos, o nome de              fato do pouco destaque dado ao
          Joe Sacco é unanimidade entre            Jq pelas instituições de ensino e
          os estudiosos do segmento em             à relutância dos veículos, princi-
          todo o mundo. Nascido em Mal-            palmente nos de pequeno porte,
          ta e formado em jornalismo pela          em separar recursos para utilizá-lo
          Universidade de oregon, nos Es-          em suas edições impressas e onli-
          tados Unidos, é considerado pre-         ne.” Dóro ainda salienta o fato de
          cursor do estilo desde o sucesso         que apenas mídias especializadas
          de sua obra Palestina, de 1996,          garantem espaço contínuo à área.
          que retrata os horrores da guerra           outro ponto polêmico deve-se
          na região. Sacco ainda desenhou          ao fato de muitos leitores ainda
          suas passagens por outras zonas          não possuírem segurança em rela-
          de batalha, como Sarajejo, Gora-         ção à credibilidade do Jq, fato que
          zde, iraque e faixa de Gaza, que         é contestado pelo repórter Audaci
          lhe garantiram vários prêmios.           Junior. “não concordo com isso. o
          Para Juscelino Neco, a importân-         New Journalism não se utiliza de
          cia de Sacco para o Jornalismo                                                  “jQ é simplesmente transpor as prá-
                                                   elementos literários para compor
          em quadrinhos deve-se ao fato                                                   ticas tradicionais para uma nova mí-
                                                   seus textos? não há uma série de
          de seu estilo ainda ser único na                                                dia”, afirma Neco
                                                   elementos virtuais que auxiliam no
          área. “Até hoje não existe um mo-        jornalismo deflagrado na internet?
          delo de grande reportagem igual                                                 E a própria fotografia no jornalis-
          ao que ele fez. quando você                                                     mo? Por que seria diferente com
          pensa em reportagem em qua-                                                     o Jq?”, indaga o profissional, que
          drinhos, não há nenhum equiva-                                                  acredita que a função de desenhar
          lente, não há outro autor que fez                                               - que teoricamente não se encaixa
          reportagens longas da mesma                                                     ao perfil do jornalista - possa contri-
          maneira. Particularmente, acredi-                                               buir com uma visão negativa do Jq.
          to que em sua obra haja muitos                                                     Já para Augusto Paim, um dos
          elementos autobiográficos, mas                                                  principais difusores da modalidade
          eles funcionam justamente como                                                  no país, é a capacidade técnica que
          uma alavanca para a credibilida-                                                constitui o maior empecilho para a
8         de”, afirma.
             Na opinião de Audaci Junior, é
                                                                                          expansão do Jq. “é preciso conhe-
                                                                                          cer e dominar a linguagem tanto do
          a constante atividade jornalística                                              jornalismo quanto dos quadrinhos.
          de Sacco que o faz ser reconheci-                                               Muitos trabalhos pecam por não
          do dentro de sua área de atuação.                                               terem comprometimento ou com
          “Ele não foi o primeiro a levantar                                              um ou com outro, é preciso saber
          a bandeira do Jq, mas é o mais                                                  mesclar as duas áreas”, acredita.         fotoS: AndrESSA moUrA
          ativo no gênero. é dele também
          a conquista dos maiores avanços                                                 Futuro
          técnicos neste campo, por isso                                                     Com o ritmo de vida cada vez
          que, para se entender o Jornalis-        prof. dr. Waldomiro vergueiro, coor-   mais agitado mesmo fora de gran-
          mo em quadrinhos, é essencial            denador do observatório de histórias   des metrópoles e o acesso fácil e
          falar sobre Joe Sacco”, conclui.         em Quadrinhos da uSp                   rápido a qualquer tipo de informa-
                                                                                          ção adquirido pelas novas tecnolo-



    Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
gias, o Jq é apontado não como um     de comunicação, o Jornalismo em
substituto, mas como uma soma         quadrinhos se tornará, de uma for-              fique ligado!
ao modelo vigente de informação,      ma ou de outra, uma técnica utilizada
como assegura vergueiro. “Esse        a fim de atrair público leitor”, explica.   quer conhecer um pouco mais
contexto ajuda a popularidade do          Audaci, no entanto, não é tão           sobre Jq, sob o olhar de nossos
jornalismo em quadrinhos. No jornal   otimista, principalmente quando             entrevistados? Então, acesse:
tradicional, a própria diagramação    se trata de Jq em território na-
do jornal já é diferente do mode-     cional. “Não tenho muitas espe-             Audaci Junior
lo de vinte anos atrás exatamente     ranças em relação ao futuro dos             www.hqemhq.com
para atender a esse novo tipo de      quadrinhos. Já houve momentos               Augusto Paim
leitor, que está a todo o momento                                                 www.augustopaim.com.br
                                      piores, mas, mesmo assim, o qua-            Juscelino Neco
tendo o contato da realidade por
                                      dro está longe de ser considerado           www.massacredepelucia.word-
meio de mensagens que ele rece-
                                      satisfatório, especificamente no            press.com
be no celular, no twitter. o Jorna-
lismo em quadrinhos será apenas       Brasil. Ainda assim, devemos tra-           Leandro Dóro
                                      var a luta da divulgação como o             www.contosemquadrinhos.blogs-
mais um passo”, prevê o docente.                                                  pot.com
    Dóro acredita que, em um futuro   mestre mineiro Flávio Colin, que
                                                                                  www.jornalismoemquadrinhos.
próximo, o Jq será utilizado como     morreu há 10 anos sem concreti-
                                                                                  blogspot.com
diferencial de mercado. “Através da   zar seu sonho de profissionalizar           leandromalosidoro.blogspot.com
imensa concorrência entre os meios    o quadrinista brasileiro”, protesta.

                  confira uM trecho de Juventude - teMPo de crescer, Por auGusto PaiM




                                                                                                                    divUlGAção
interdisciplinar


                    Sentidos em todos os sentidos
                                                           Por Profª Ms. KÁtia Pellicci Cembrone




             A
                                s apresentações do Projeto “Sen-                               Profissional em Propaganda. As agências elaboraram
                                tidos”, interdisciplinar desenvolvido                          estratégias de comunicação para promoção do produto
                                no 2º/3º semestre do Curso de Pu-                              cultural (exploração do 4º P do Marketing) pensando
                                blicidade e Propaganda, surpreen-                              em seus públicos específicos. Também conheceram a
                                deram os participantes do EnCom                                legislação que regulamenta a propaganda para ade-
                                2011. Em quatro dias de apresen-                               quação das estratégias criadas.
                                tações nos auditórios dos Campi                                   A partir do planejamento, passaram a desenvolver,
          São Miguel e Anália Franco, pudemos assistir a belíssi-                              então, um trabalho de composição textual - textos ver-
          mos espetáculos elaborados com competência e criati-                                 bais e extra-verbais em diálogo na produção de mate-
          vidade pelas agências experimentais.                                                 rial gráfico e audiovisual para a divulgação do espe-
              O projeto aborda os conteúdos trabalhados em dife-                               táculo, sob a orientação dos professores de Redação
          rentes disciplinas do curso de forma integrada, favore-                              Publicitária I, Design e Criatividade e Psicologia do
          cendo a habilidade de articulação entre os saberes na                                Consumidor. Criaram também uma peça especial para
          atuação profissional. Em 2011, foi proposta às agências                              o lançamento e perceberam a importância do diálogo
          a leitura de contos consagrados da literatura universal                              entre o planejamento, a mídia e a criação publicitária.
          e, baseada nestes contos, a montagem de espetáculos                                  Finalmente, as agências divulgaram seus espetáculos.
          cujas performances durassem no máximo 10 minutos.                                       As encenações aconteceram na Semana do En-
10            A primeira etapa deste trabalho ficou, portanto, por
          conta das disciplinas Linguagens em Comunicação e
                                                                                               Com, com grande público presente – o que demonstrou
                                                                                               a eficiência das estratégias de propaganda e marketing
          Redação Publicitária I, que orientaram a leitura do texto                            adotadas. Em suas performances, as agências atin-
          literário proposto para o trabalho da agência e a adap-                              giram o principal objetivo do trabalho: mexer com as
          tação do conto para o espetáculo a partir da interpreta-                             sensações do público, fazendo-o rir, chorar, enfim, se
          ção do texto literário lido. Também nesta etapa, os alu-                             emocionar. Cores, formas, gestos, sons, aromas, pa-
          nos estudaram a estrutura da sinopse para divulgação                                 lavras... uma soma de códigos selecionados e organi-
          do espetáculo em revistas e cadernos de cultura.                                     zados para criar efeitos de sentido, como diria Arnaldo
              A segunda fase do projeto consistiu no Planejamen-                               Antunes, “sentidos em todos os sentidos”¹.
          to de Marketing, envolvendo as disciplinas Introdução                                   Confira, a seguir, artigos sobre alguns desses exce-
          ao Marketing, Psicologia do Consumidor e Legislação                                  lentes trabalhos produzidos.

          ¹ Referência ao título do texto sobre a simultaneidade dos sentidos no rock dos anos 80, publicado no livro “40 Escritos”, de Arnaldo Antunes. Disponível em http://www.
          arnaldoantunes.com.br/sec_livros_view.php?id=7&texto=27




     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
Pero não vaz
   Por Gustavo Rufino de Sousa, Sandro Ricardo Alves Junior, José Vital da Silva Filho,
                     Diego da Silva Betioli, Houari Vieira de Morais,




C
                 Bruno Gustavo Batista e Olimpio Alves de Sousa Junior

               hegou o grande       As agências estavam reunidas, cada     ortográficas vigentes em sua
               dia. O dia em que    uma com seu “briefing” em mãos         época, talvez hoje não precisás-
               receberíamos    o    esperando a autorização para ter       semos ter lido o conto tantas e
               conto que deter-     acesso às informações do envelope.     tantas vezes. Talvez também
               minaria o rumo          É fato que a primeira reação que    não conseguíssemos atingir o mes-
               da nossa apre-       tivemos ao ler o conto de José Sa-     mo resultado. Saramago pensou
               sentação no pro-     ramago intitulado “O conto da ilha     em tudo!
jeto sentidos. A apreensão e a      desconhecida”, foi de que tínhamos        Por isso agradecemos, sem
curiosidade eram nítidas por par-   recebido um conto sem formatação,      usar travessões, a esse grande
te das agências (o que aumentou     ou mesmo digitado errado, pois não     escritor português. Um homem que
ainda mais quando foi entregue a    havia travessões ou qualquer tipo      pôs tudo em estado de desordem.
cada grupo um envelope lacrado).    de sinalização indicando o início e    E revolucionou!
                                                     fim dos diálogos.
                                                     Eram três páginas     Construindo o projeto
                                                     separadas     ape-       Num primeiro momento, após lei-
                                                     nas por vírgulas e    tura e análise da obra de Sarama-
                                                     pontos. “Talvez o     go, concluímos que o sentido princi-
                                                     ENTER do tecla-       pal do conto é que todos nós somos
                                                     do da professora      uma ilha desconhecida. Desconhe-
                                                     esteja     quebra-    cida dos outros e de nós mesmos
                                                     do” – sugeriu um      e, na história, a busca por essa ilha
                                                     dos    integrantes.   representa o autoconhecimento.
                                                        Como não está-
                                                     vamos habituados      Sinopse
                                                     a essa maneira de        Baseado no conto “A Ilha
                                                     escrever, própria     desconhecida” de José Saramago,
                                                     de Saramago, fi-      o espetáculo narra a saga de Pero




                                                                                                                   CARTAZ: Agência Sete Publicidade e propaganda
                                                     camos decepcio-       Vaz de Caminha (Diego Betioli)
                                                     nados. Mas ago-       que, cansado de ser coadjuvante
                                                     ra, após termos       das grandes façanhas de seus
                                                     recebido o prêmio     amigos Pedro Álvares Cabral
                                                     de “Melhor Proje-     (Olimpio Junior) e Vasco da
                                                     to Sentidos” per-     Gama (Gustavo Rufino), decide
                                                     cebemos que foi       escrever sua própria história.
                                                     exatamente      por   Um rei tirano (Bruno Batista), um
                                                     causa disso que       pescador curioso (Houari Morais)
                                                     vencemos.             e muito mais nessa trama que fala
                                                        Se Saramago        sobre a busca por seus sonhos e
                                                     não tivesse sub-      como, apesar de tentarem lhe provar
                                                     vertido as normas     o contrário, eles são possíveis.
UMA COMPOSIÇÃO
                                          CIRCULAR DA VIDA
                                 Por Larissa Facco Carneiro, Victor Ambrosano da Silva,
                                      Leandro Reis Bottura e Júlio Maezato Júnior




         B
                         aseado na obra de
                         Ricardo Ramos, a
                         agência       Atalanta
                         Publicidade & Pro-
                         paganda trouxe ao
                         Projeto Sentidos o
                         espetáculo Circuito
          Fechado, uma possível interpre-
          tação do conto que, abstrato e
          cheio de detalhes, inspirou seus
          criadores a unir música, literatu-
          ra e dança, trazendo ao palco,
          com muita emoção, movimen-
          tos de uma vida que, em muitos
          momentos, pode parecer a sua.
             O mais curioso é o fato de que
          a dança pode ser um meio de li-
          bertar o ser humano das amarras
          e bloqueios que dificultam a inte-
          ração no meio em que vivemos.
             Planos, saudade, sentimentos
          guardados, narcisismo, desilusões,
12        medo, traumas e preconceitos.
             A apresentação do grupo aconte-
          ceu no dia 16/05/2011 às 20h, no Au-
          ditório FHC, Campus Anália Franco
          da Universidade Cruzeiro do Sul.
             Foi uma oportunidade de
          apreciar a arte e refletir sobre cada                                                                            CARTAZ: Agência Atalanta pp
          momento intensamente vivido.
             Esta foi a primeira apresentação
          da dupla de dançarinos Larissa
          Facco, bailarina há 10 anos, que conduziu a dança com toda sua experiência e talento, e Leandro Bottura, leigo
          em relação à dança, porém aplicado e corajoso, a surpresa do evento.
             Os dois descobriram no balé a harmonia e o ritmo necessários para representar o tema. Assim desenvolveram
          uma composição performática belíssima e inteligente que valeu a pena conferir!



     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
Os Dentes de Berenice
             Por Alexander José Eduardo Martins, Juliana de Oliveira Magalhães,
            Bianca Maione Gomes, Ana Maria Rodrigues Lelis, Fabiano Becker Arce,




M
                    Stéphanie Jeniffer Nascimento e Flávia Cotrim Almeida

                         uito calo-
                         rosos    fo-
                         ram      os
                         aplausos
                         e cumpri-
                         mentos do
                         público ao
término da apresentação do espe-
táculo “Os Dentes de Berenice”,
que aconteceu no auditório FHC,
Campus Anália Franco da Univer-
sidade Cruzeiro do Sul. Ficamos
muito felizes por finalizar mais um
projeto interdisciplinar com tanto
sucesso e ainda por cima, ganhar-
mos da Universidade o prêmio da
categoria melhor projeto. E isso foi
resultado de uma combinação que
somente as boas agências conhe-
cem: planejamento e trabalho duro.
   Foram dias de leituras, esboços
e ensaios exaustivos para adaptar,
da melhor forma possível, sem per-
der nenhum detalhe relevante, a
magnífica obra de Edgar Alan Poe.
Tudo começou com o desenho do
projeto. Como em todos os nossos
trabalhos, fizemos um cronograma
e iniciamos a criação. Entre uma
orientação e outra, encontrávamos
janelas de tempo para resolver os
pontos críticos do trabalho. O plano
de Marketing foi um verdadeiro desafio, já que foi a primeira vez que colocamos em prática nosso (ainda vago     CARTAZ: Agência D status
na época), aprendizado em planejamento. Depois veio a criação das peças gráficas, e por último desenvolvemos
nosso marketing de guerrilha que consistia na personagem Egeu e na equipe de produção mascarada entrar de
sala em sala encenando um trecho da obra e convidando os alunos e professores a assistirem à apresentação.
   No grande dia, todos estavam nervosos, os vídeos apresentaram problemas, ensaiamos umas 15 vezes a
menos de uma hora do evento, a produção estava correndo com os preparativos do cenário, mas, no final, tudo
saiu perfeito como o planejado e o resultado dessa experiência até hoje nos traz reconhecimento e nos motiva a
inovar em todos os nossos feitos.
CEM ANOS DE PERDÃO
                    Por Eduardo Elisio Vieira Vianna, Fernando da Paz Germano, Josiane Moraes,
                    Victor Moreno, Luiz Henrique de Amorim Santos, Edmundo Andrade Gregório,
                               Eliel Almeida dos Santos e Marcos Tadeu Bonnasorte




         O
                               conto proposto à Agência Pimp’olho
                               no projeto sentidos foi Cem Anos de
                               Perdão, escrito por Clarice Lispec-
                               tor. A narrativa em prosa foi adap-
                               tada para poesia rimada, e esses
                               versos foram contados e cantados
                               no palco em forma de Cordel. As
          personagens declamaram-nos ao som de instrumen-
          tos tocados ao vivo, proporcionando a emoção de cada
          momento da história: desejo, angústia, êxtase ...
              A riqueza do texto de Clarice proporcionou ao
          grupo diferentes leituras, até que se chegasse a um
          consenso a respeito dos aspectos implícitos no texto,
          como o significado do proibido e da inocência. Mesmo
          em dúvida a respeito de como encaminhar o enredo, o
          tema sempre esteve em evidência: o roubo. O desafio
          foi transmiti-lo sem causar um impacto negativo ou
          perder sua essência. Então, optamos pela poesia
          do cordel como base. Assim, desenvolvemos todo o
          roteiro: poesia com rimas sutis e música instrumental,
          utilizando flauta, violão, teclado, gaita e baixo.
              Contamos com a ajuda do jornalista, arquiteto e his-
          toriador Gilberto Maringoni, que fez a ilustração para o
          cartaz. A imagem atendeu a todas as expectativas do
          grupo, representando perfeitamente a cara do projeto.
              Uma das estratégias de marketing propostas para a
          divulgação da peça foi encenar, ao vivo, a declamação           narrador distribuíram rosas ao público, objeto primeiro
                                                                          do desejo da personagem principal, que as roubava e
14        de um pequeno trecho do texto nas proximidades do
          teatro, a fim de atrair a atenção do público que transita-
                                                                          não se arrependia, afinal, “ladrão de rosas e pitangas
                                                                          tem 100 anos de perdão”.
          va pela calçada, fazendo também a distribuição de ro-              Não somente trabalhosas, mas principalmente
          sas. Essa ação trouxe um pouco da característica forte          prazerosas, foram todas as etapas de elaboração e
          do cordel, por ser feito nas ruas e de forma simples,           desenvolvimento do projeto Sentidos, que foi pos-
          familiarizando o público com o espetáculo.                      sível graças a colaboração e empenho de todos da
              A apresentação aconteceu em 19 de maio de 2011
                                                                          Agência Pimp’olho e dos professores do curso de
          no auditório D do Campus São Miguel Paulista. A per-                                                                      CARTAZ: Agência Pimp’olho
          sonagem principal foi mantida e um narrador permane-            Publicidade e Propaganda.
          ceu o tempo todo no palco, para ligar as cenas. Tan-               Como resultado, a Agência Pimp’olho reapresentou
          to as personagens quanto os músicos presentes no                o espetáculo em 23 de maio de 2011 no Auditório FHC,
          palco vestiram-se a caráter para sugerir outra época,           Campus Anália Franco, e esteve entre os trabalhos
          enfatizando o romantismo da história. Utilizamos todo           premiados, o que serve hoje como combustível para
          o espaço do palco, inclusive o telão com projeção de            os demais projetos, deixando o conceito de que o es-
          cenários em xilogravuras (arte de impressão ligada ao           forço, a dedicação e a união dos integrantes da agên-
          cordel). Ao final da apresentação, a personagem e o             cia são pontos que não podem jamais ficar para trás.



     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
Desenredo
           Por Mayara Silva de Freitas,
              Alvaro Rugna Costa,
             Camila da Silva Reis e
          Ana Carolina nogueira Arini




M
                           ais do que uma narrativa, um
                           enredo. Um “ Des-enredo “. A
                           superação do amor, do suposto
                           arrependimento, da vida, da
                           morte. A verdade, a pureza,
                           a beleza, as tempestades. Jó
                           Joaquim e seu amor por Víliria.
Lutar por seu amor e defendê-lo de toda e qualquer
desconfiança. Era isso que fazia. E não só isso.
   O conto adaptado narra a história de Víliria, uma
mulher infiel ao seu esposo, que se envolve com o
personagem principal: Jó Joaquim, e além dele, sés Vil
e Líriou, marido que a flagra com um terceiro amante.
O marido, num ato de loucura, mata um dos amantes
e, logo em seguida, comete suicídio.
   A agência optou por uma apresentação em forma
de teatro mudo, utilizando os sentimentos dos per-
sonagens, como o ódio, por exemplo, representado
por pessoas de preto, que simulam uma dança para
aguçar os sentidos. A apresentação contou com a im-
portante expressão corporal das personagens envol-
vidas na história, tendo como música-tema “Bola Di-
vidida“, interpretada por Zeca Baleiro, cuja narrativa          A Agência Reklame agradece a todos os que
dialoga com a encenação do conto, propiciando um             contribuíram para que este trabalho tivesse seu
trabalho intertextual.                                       melhor desempenho, em específico ao grupo Backstage   CARTAZ: Agência reklame

   A apresentação não deixou de trazer à presença do         do 3º semestre de Rádio e TV, que colaboraram
público um pequeno, mas tão importante detalhe: o Lí-        como personagens e figurantes, aos pais de alunos
rio, flor entregue à Víliria por Jó Joaquim, ícone da pu-    que aturaram e deram de comer aos integrantes
reza e do pecado, símbolo das prostitutas medievais.         em suas residências, e ainda (e em especial), ao
O nome Víliria nasce da oposição entre as palavras           grupo de profissionais da Universidade Cruzeiro do
Vil e Lírio, que representam maldade e pureza, nessa         Sul, que apoiou e acompanhou o desenvolvimento
mulher multifacetada.                                        deste trabalho.
A menina e o pássaro encantado
                   Por Leonardo Bianchi da Rocha, Vinicius Biondo Novais, Sheila Rodrigues da Silva,




         A
                               Edilaine Guimarães dos Santos e Cícera Maria da Silva

                           menina e o pás-          quer outra história infantil. Mas o    se encaixar perfeitamente no con-
                           saro encantado é         adulto, por ter uma experiência de     texto, é a questão do divórcio dos
                           uma história para        vida maior, por já ter vivido as di-   pais, e, com isso, as consequên-
                           a qual podemos           versas experiências humanas, lê e      cias e mudanças na vida dos filhos.
                           encontrar      duas      encontra em um conto infantil, um          A troca das personagens pássa-
                           formas de inter-         caminho de uma experiência hu-         ro e menina pelo pai e a filha evi-
                           pretação,     como       mana, que tanto o adulto quanto a      dencia a semelhança da história
          diz Rubem Alves: para o adulto            criança podem sofrer em qualquer       fictícia a um conto da vida real. O
          que for ler essa história ou para         época de suas vidas, como a dor        pássaro conta suas histórias, fala
          uma criança. O autor explica que          da separação, e como aprender a        dos lugares por onde ele havia
          o conto gira em torno do amor, se-        superar isso com o tempo. A adap-      passado. Adaptamos essa perso-
          paração e saudade. A criança que          tação que a agência KAZ fez bus-       nagem à figura do pai que, após
          ouve a história encontra seus en-         cou trazer um traço mais puxado        a separação, tem os momentos
          cantos textuais e se identifica com       para o real, o cotidiano, e o atual.   certos para visitar a filha. Esse
          o conto, como acontece com qual-          Uma questão, que acreditamos           ponto fica bem explicado na his-
                                                                                           tória quando a plumagem do pás-
                                                                                           saro muda de acordo com as suas
                                                                                           viagens, retratando os lugares por
                                                                                           onde ele havia passado - um quente
                                                                                           e outro frio. O pai vem retratar esse
                                                                                           pássaro sem as plumagens mas
                                                                                           com um figurino diferente, um como
                                                                                           andarilho nordestino, e o outro
                                                                                           como um gaucho viajante, trazendo
                                                                                           momentos cômicos à peça, em
                                                                                           meio ao drama que rodeia a his-
                                                                                           tória de uma família separada. As-
                                                                                           sim, com a narrativa, num certo
                                                                                           momento,        a      menina     en-
16                                                                                         tende       que      a     separação
                                                                                           é necessária, e que com essa
                                                                                           decisão ela poderá criar pilares
                                                                                           certos para dar continuidade a
                                                                                           sua vida adulta, sem cometer os
                                                                                           mesmos erros que os pais,
                                                                                           aprendendo a lidar com a
                                                                                           separação e solidão, de forma
                                                                                                                                   CARTAZ: Agência kaz


                                                                                           calma e objetiva, buscando olhar
                                                                                           por outro ângulo o problema.
                                                                                               A apresentação da agência KAZ
                                                                                           foi um sucesso, emocionando o
                                                                                           público.




     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
Premiação do Projeto Sentidos
     2º/3º semestres do curso de Publicidade e propaganda 2011
              Campus Anália Franco                                        Campus São Miguel




     Bárbara – Agência Nous                                          Será a Benedita? – Agência Hara
     Marcos Vinicius Z. Pereira                                      Janini Cristini Stefano
     Wagner Tadeu Toneli                                             Amanda Alexandre de Oliveira
     Thamires Bento Negro                                            Caio Matheus
                                                                     Larissa Garcia Mendes
     Jennifer Kiss Andrighetti e Silva
                                                                     Rafaella Fuccia Clares
     Eduardo Simão Dezani
     Guilherme Feitosa Gimenes                                       Os obedientes – Agência Dialog
     Jackeline Sousa Sabino                                          Milena Gouvêa Anginoli
                                                                     Thais Stephanie Martinez
     Há Limite? – Agência Lizard                                     Caio Fernandes Massani Madeira
     Ingrid Oliveira Rebelles                                        Luan Ribeiro Sanches
     Luan de Sousa Ciconelli                                         Giancarlo Rodrigues Pires Sposito
     Carolina Pucci de Oliveira                                      Bruna Paliologo Betto
     Victor Sanches de Souza                                         Tiago Scocca Donação
     Ricardo Correia Martins
     Renata Aparecida Lopes de Sousa                                 A maior flor do mundo – Agência Voice
     Amanda Cristina Bueno Miranda                                   Érika Ferreira Leandro
                                                                     Patrícia Fernanda Codesseira
     O Espelho – Agência Optima                                      Luan Antonio Rodrigues dos Santos
     Valmir de Lima Fiorentino                                       Luna Clara da Silva
     Mariana dos Santos Côdo                                         Mauricio de Freitas
     Felipe Henrique Feitosa da Silva
     Willian Maffezoli                                               Venha ver o por do sol – Agência O Foco
     Thais Lima da Costa                                             Yara Rafaela Silva
     Marcella Principe                                               Ana Paula Amaro dos Santos
     Dayane Chagas dos Santos                                        Jéssica Costa da Silva
     Mariana Moraes de Oliveira                                      Priscila Lúcia Antoniate
     Jose Rildo de Santana Junior                                    Leonardo Alcantara de Assis



Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
Os três nomes de Godofredo                O relógio de ouro – Agência
          – Agência Ello                            Fly                                   Menções Honrosas
          Amanda Cordeiro Pereira da Silva          Joice Marcelle Bailon Silva
          Cíntia Souza Ribeiro                      Claudia Franciele Alves de Andrade
          Fernanda de Faria Santos                  Bianca Maria da Silva                    Criatividade em
          Giovanna Erbert Nazareno                  Daniele Martins de Sousa Braga          Soluções Cênicas
          Suellen Dias Sousa                        Ednaldo Lopes de Oliveira Junior
          Erika Souza Pereira                                                                       Bárbara
          Tacila Saldanha Lira                      A menina e o pássaro                        Agência Nous
                                                    encantado – Agência Kaz                       Há Limite?
          Enterro Prematuro – Agên-                 Leonardo Bianchi da Rocha                  Agência Lizard
                                                                                                  O Espelho
          cia Flash                                 Vinicius Biondo Novais
                                                                                               Agência Optima
          Manoela Leal Vomero                       Sheila Rodrigues da Silva
                                                                                               Será a Benedita?
          Renan Paranhos Colferai                   Edilaine Guimarães dos Santos
                                                                                                Agência Hara
          André Augusto Zanon                       Cícera Maria da Silva
                                                                                                Os obedientes
          Sarah Fratelli                                                                       Agência Dialog
          Marcel Ferreira Gonçalves                 Circuito Fechado – Agência              A maior flor do mundo
          Juliana Carlin Silva                      Atalanta PP                                 Agência Voice
                                                    Larissa Facco Carneiro                  Venha ver o por do sol
          Felicidade Clandestina –                  Victor Ambrosano da Silva                  Agência O Foco
          Agência Coffee                            Leandro Reis Bottura                 Os três nomes de Godofredo
          Eduardo Augusto Tobita                    Júlio Maezato Júnior                         Agência Ello
          Claudio Bergamini Mendes Junior                                                      O relógio de ouro
          Thais Azevedo dos Santos                  Pero não Vaz – Agência Sete                  Agência Fly
          Tamara Freire de Figueiredo               Publicidade e Propaganda
          Jefferson da Silva Castanha               Gustavo Rufino de Sousa               Criatividade em Ações
          Ana Carla Martins de Moura                Sandro Ricardo Alves Junior                de Marketing
          Mariana Aparecida Pontes Silva            José Vital da Silva Filho
                                                                                             Enterro Prematuro
                                                    Diego da Silva Betioli
          Desenredo – Agência Reklame                                                          Agência Flash
                                                    Houari Vieira de Morais
18        Mayara Silva de Freitas
          Alvaro Rugna Costa
                                                    Bruno Gustavo Batista
                                                                                            A maior flor do mundo
                                                                                               Agência Voice
                                                    Olimpio Alves de Sousa Junior           Venha ver o por do sol
          Camila da Silva Reis
          Ana Carolina Nogueira Arini                                                         Agência O Foco
                                                    Cem anos de Perdão –
                                                    Agência Pimp’olho
          Os dentes de Berenice –
                                                    Eduardo Elisio Vieira Vianna         Melhor Roteiro Adaptado
          Agência D Status
          Alexander José Eduardo Martins            Fernando da Paz Germano
                                                    Josiane Moraes                         Felicidade Clandestina
          Juliana de Oliveira Magalhães
                                                                                              Agência Coffee
          Bianca Maione Gomes                       Victor Moreno
          Ana Maria Rodrigues Lelis                 Luiz Henrique de Amorim Santos
          Fabiano Becker Arce                       Edmundo Andrade Gregório
          Stéphanie Jeniffer Nascimento             Eliel Almeida dos Santos
          Flávia Cotrim Almeida                     Marcos Tadeu Bonnasorte



     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
reconhecimento
                    EM 2011 DEU DOBRADINHA
                   DA CRUZEIRO DO SUL NA APP




A
                 s agências expe-      músico Renato Russo, da banda             A coordenação do curso muito
                 rimentais    “Sens    Legião Urbana. O filme é inédito       se orgulha pela conquista. “Este é
                 Comunicação” e        e os alunos vencedores acompa-         um grande presente para todos nós
                 “Moz     Publicida-   nharam in loco, a convite da produ-    da Instituição. A dimensão desse
                 de”, criadas pelos    ção, algumas gravações da trama.       prêmio é enorme para todos nós.
                 alunos da Cruzei-        Já o 2º lugar ficou com a Agên-     Isso significa que os Trabalhos de
                 ro do Sul, conquis-   cia Moz Publicidade (campus São        Conclusão de Curso dos alunos de
taram respectivamente o 1º e o 2º      Miguel), que desenvolveu um pro-       Publicidade e Propaganda da Cru-
lugar no Concurso de Campanhas         jeto para o cliente Pizza Hut, com o   zeiro do Sul são os melhores do
Universitárias da Associação dos       objetivo de divulgar os serviços de    Estado de São Paulo, reconheci-
Profissionais de Propaganda - APP.     Dine-In, Pizza Express e Delivery      dos pela APP Brasil”, afirma o Prof.
   O projeto “Somos tão Jovens”,       da empresa.                            Ms. Carlos Monteiro, coordenador
assinado pela Sens Comunica-              As agências também recebe-          dos cursos de Comunicação Social.
ção (campus Anália Franco) re-         ram as menções honrosas de me-            Para a Prof.Ms. Kátia Pellicci
cebeu a Garra do Galo, com a           lhor Redação Publicitária - Slogan     Cembrone, coordenadora Adjunta
campanha desenvolvida para o           (Projeto Somos tão Jovens), e de       do Curso de Publicidade e Propa-
lançamento do filme de mesmo           melhor apresentação (aluna Pa-         ganda “Este é o merecido reconhe-
nome, que retrata a trajetória do      mela Lima, Projeto Pizza Hut).
                                                                              cimento de um trabalho sério, de
                                                                              uma equipe que alicerça sua prá-
                                                                              tica em conhecimentos sólidos,
                                                                              orientando e exigindo dos alunos
                                                                              sua excelência. Leitura, pesqui-
                                                                              sa, análise de dados, aquisição
                                                                                                                     fotos: divulgação APP
                                                                              de repertório levam à criação
                                                                              de belas e eficientes campa-
                                                                              nhas publicitárias”. A professora
                                                                              afirma ainda que a equipe con-
                                                                              tinuará trabalhando para formar
                                                                              profissionais de que nossa socie-
Alunos e professores premiados no concurso da APP
                                                                              dade se orgulhe.
televisão

                                                          tvLuSão


          A
                                                            Por flÁvio ataide
                           cordei cedo, fiz a barba, escolhi uma          ou apenas para serem gravados pela própria.
                           roupa que não transmitisse um ar                   De dentro do carro, observo. No início era até
                           tão formal, porém que não fosse tão            engraçada toda essa curiosidade, e a sensação de
                           informal ao ponto de transparecer              “importância” por ser observado e notado apenas por
                           imaturidade. No caminho em direção             estar sentado num banco de um carro. Com o passar do
                           ao primeiro dia de trabalho em                 tempo, torna-se algo comum e sem a menor importância.
                           uma emissora de TV e a primeira                    Depois do trajeto, chego a uma casa bastante
          oportunidade de integrar um mundo profissional, até             humilde na periferia da cidade de Caieiras. Casa de
          então, totalmente desconhecido, a ansiedade era                 apenas 2 cômodos, chão batido, sem revestimento e
          enorme. o que esperar? o que fazer? Como falar?                 moradores que fazem questão de, mesmo com toda
             Cheguei cerca de 20 minutos atrasado. Sentei e               a humildade, oferecerem uma xícara de café pros
          percebi que os “chefes” também estavam atrasados.               “homens da televisão”.
          Alívio. Ao chegar, a primeira coisa que ouvi de um                  Após a entrevista com os moradores, hora de
          deles é que não poderia me dar atenção, pois era dia            levá-los à emissora para entregar o relatório e para
          corrido, dia de gravação.                                       que passem por uma segunda entrevista. Desta vez,
             Nos bastidores, era tamanha correria que não sabia           bastante criteriosa, para avaliar se as pessoas têm
          quem era funcionário e quem era convidado. Depois               possibilidade de gravar e falar bem quando estiverem
          de pouco tempo, percebi que os convidados eram as               envoltas a toda parafernália do estúdio.
          pessoas mais simples, que se empolgavam ao sentar                   Ao chegar à portaria da emissora com a humilde
          nas cadeiras dos maquiadores, ao trocar de figurino e           senhora, a mesma começa a se emocionar, chora
          também ao chegar ao enorme restaurante da emissora.             instantaneamente só pelo fato de ver o logo no alto do
             Hora da gravação. Todos entram no estúdio,                   prédio. Minha reação imediata é perguntar o motivo
          observam o cenário, luzes e os olhos brilham. Estavam           das lágrimas, a resposta que tenho é direta e como se
          há poucos minutos de serem “famosos”, de se sentirem            fosse proferida da boca inocente e dos olhos marejados
          “importantes”, de ouvirem aplausos que ecoavam em               de uma criança: “o meu sonho era estar no SBt!”
          menção à apresentadora do programa e não a eles.                    Na emissora ela estava, porém o cachê de R$ 80,00
             Durante a gravação, uma platéia que interagia, que           não foi recebido. Após a entrevista avaliativa, tive a
          gritava adjetivos aos convidados que adentravam ao              resposta de que aquelas pessoas humildes não iriam
          palco, adjetivos pejorativos.                                   corresponder às expectativas do tema do programa -
             Gravação termina. momento de receber o cachê,                expor a falta de relações sexuais do casal– o motivo que
          dos convidados conversarem sobre o que foi exposto              me foi dado é de que aquelas pessoas não falavam bem.
          e quais as melhores partes do “circo” que havia sido                o “não” foi dado a mim, cabia então a mim,
          armado. os olhos de todos ainda brilhavam, mais                 dar a resposta para aquelas pessoas humildes e
          ainda, ao receber o cachê pela participação.                    principalmente para a senhora que sempre sonhou
20           Muitos deles querem trocar telefone com o produtor,
          manter o vínculo com aquelas pessoas da televisão.
                                                                          em conhecer e participar de um programa de TV
                                                                          da emissora, que ela não servia e não era boa o
          muito natural, afinal não se abre uma história de vida          suficiente para tal façanha.
          para qualquer um, geralmente as pessoas costumam                    Pensei, repensei e disse-lhe que ainda não tinha
          fazer isso com amigos. Aí, da parte deles, surge a              posição sobre a confirmação da gravação com ela.
          pergunta: “E agora, nunca mais vamos nos ver?”                      Não consegui lidar com o fato de ver os mesmos
             Um amigo nunca diria que não. Então o                        olhos marejados e esperançosos tornarem-se olhos
          telefone é dado, mas com a resposta da pergunta                 tristes e decepcionados. Não acabei com a ilusão
          ecoando como: “Sim! Nunca mais vamos nos ver!”.                 da maravilha que é estar “dentro da TV”. A senhora
             Com o passar dos dias, uma das situações                     foi embora, aguardando a posição.
          mais corriqueiras é ouvir gritos nas ruas, quando                   Talvez até hoje esteja lá sentada com sua melhor
          o carro da emissora passeia pelos lugares mais                  roupa, na frente de sua casa, aguardando o dia em
          periféricos da cidade. Todos olham, tentam                      que os homens da televisão retornem e a levem para
          verificar se algum “famoso” está dentro do veículo              viver a pedante ilusão de estar dentro da televisão, ou
          e também pedem para serem levados à emissora                    como ela mesma diz: “Viver seu sonho!”



     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
tecnologia

         teLeviSão: do preto e BranCo
              para a 3ª dimenSão
                                  Por saMara Ketry E bruna Messias




A
                ssis Chateaubriand foi o empreendedor     modelos de televisores de Plasma, lCd e lEd dos
                responsável por trazer a televisão para   vários fabricantes.Existem quatro tipos de técnicas que
                o Brasil, que passou a ser transmitida    compõem a imagem 3d: Anaglifico, true 3d, Alternate-
                no dia 18 de setembro do ano de 1950      frame sequencing, Autostereoscopia
                com a TV Tupi. Naquele período, o             Com essas técnicas de desenvolvimento da
                aparelho de televisão custava muito       tecnologia 3D, cada aparelho precisa ter o seu próprio
                caro para quem quisesse adquiri-lo, por   acessório para que a transmissão funcione conforme
ser importado dos Estados Unidos. Como tudo ainda         o emissor espera passar para o receptor, como por
era novidade, não existia gravação em vídeo; portanto,    exemplo, os fabricantes Sony, Panasonic entre outros,
os programas eram ao vivo, com grande possibilidade       optaram pelos óculos ativos que possuem camadas
de erros que acabavam indo ao ar.                         LCD em suas lentes, que abrem e fecham em sincronia
   A televisão era formada por profissionais              com a TV para criar o efeito tridimensional. Já os óculos
radialistas que aprendiam com os seus próprios            polarizados são usados nas salas de cinema 3D, e não
erros, desenvolvendo um novo jeito de transmitir as       servem para televisão.
imagens, com novas idéias e trabalhos, como por               E mais, cada fabricante trabalha com sua tecnologia
exemplo, nos anos 1950 e 1960 a imagem era na cor         3D. Desta forma os óculos funcionam somente com
preto e branco, o equipamento era quadrado, pesado        a televisão da mesma marca, assim dificultando ao
e com botões grandes.                                     consumidor a variedade dentro dessa tecnologia.
   Já em 1972, chega ao Brasil a televisão a cores com        o desenvolvimento de tv 3d sem o uso de óculos
modelos mais modernos, leves e design diferenciado        ainda está em discussão. Isso porque essa técnica
levando ao telespectador uma qualidade de imagem          fará com que o telespectador fique em uma distância
surpreendente à época.                                    do televisor e imóvel, caso contrário o efeito pode não
   Com o passar do tempo, a tecnologia foi avançando      funcionar.
e sempre com o objetivo de levar ao telespectador mais        Mesmo que o telespectador compre um aparelho
entretenimento e informação. o avanço da tecnologia       3D, nem todos os programas serão exibidos de modo
foi tanta que chegou no mercado brasileiro a televisão    tridimensional. Para que isso aconteça, a emissora
com transmissão 3D.                                       precisa captar as imagens com essa tecnologia para
   Um aparelho de televisão 3D possibilita ao             que o equipamento funcione.
telespectador assistir uma imagem em três dimensões,          No Brasil, a estreia dessa transmissão já ocorre tanto
através de óculos com lentes especiais, aplicando         em canal por assinatura como aberto. A operadora Net
técnicas específicas,ou seja, ver uma imagem em           fez uma parceria com a tv Globo para fazer a primeira
três dimensões significa o seguinte: hoje a imagem        transmissão ao vivo em 15 de Fevereiro de 2010, e
é produzida com duas dimensões, o chamado 2D,             a pauta foi o desfile das escolas de samba do rio de
cada d significa 1 dimensão que é a largura e a altura    Janeiro.
do objeto, com 3D temos três dimensões, a altura,a            A Rede TV não mediu esforços para fazer história,
largura e o tamanho,e o resultado do tamanho se dá        tornando-se a primeira emissora em canal aberto a
com o auxílio dos óculos específicos, junto com ele a     transmitir conteúdo com a tecnologia 3D para os seus
profundidade da cena, ou seja, com a utilização dos       telespectadores em 23 de fevereiro de 2010, com a
óculos com lentes azul + vermelho, vermelho + verde,      exibição do programa “Pânico na TV”, considerado a
um em cada olho, acaba alterando o ângulo de cada         maior audiência e faturamento da emissora. Contudo,
um deles, dando uma impressão de que os objetos           essa nova tecnologia aos poucos se torna cada vez
saltam da tela, e o telespectador sente-se como se        mais aceita e desejada pelos consumidores que a
estivesse na cena exibida.                                cada dia procuram a melhor maneira de se entreter
   A tecnologia 3D encontra-se agrupada nos novos         com a melhor imagem disponível no mercado.
O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS
                               Por MARIANA FERREIRA DA SILVA E TIAGO DO NASCIMENTO SANTOS




         O
                             3D ainda impressiona os olhos dos            gerando assim o 3D. Infelizmente, essa tecnologia
                             mais experientes, quando o quesito é         ainda não está disponível para cinemas. Apenas alguns
                             cinema. Cada vez mais abusando de            videogames (Nintendo 3DS) e aparelhos de televisão
                             efeitos especiais de última geração,         (LED e Plasma) possuem esse sistema.
                             os filmes hollywoodianos abriram as              Mas, onde o Brasil entra nessa história toda? Bem,
                             janelas de seu fantástico mundo para         o Brasil acaba de lançar seu primeiro, exatamente,
                             a nossa realidade, ou pelo menos             primeiro longametragem em 3D. O filme “Brasil
          fizeram nos sentir mais próximos dele. E proximidade é          Animado”, 2010, de Mariana Caltabiano, mistura
          a palavra certa quando estamos falando da tecnologia            imagens reais do país com personagens animados,
          de projeção de imagens em duas dimensões que dão                mas não promete lotar as salas de exibição.
          a ilusão de terem três.                                             Felizmente, a situação do Brasil quanto à sua
              Engana-se aquele que acredita que essa tecnologia           qualidade de produção não pode ser questionada frente
          é recente, ou mesmo de origem moderna. Esse tipo                ao grande trabalho de Carlos Saldanha. O carioca foi
          de sistema existe desde o século XIX, quando o                  co-diretor de “A Era do Gelo”, e diretor de “A Era do Gelo
          primeiro filme em 3D, “The Power of Love”, 1922 (O              2” e “A Era do Gelo 3”. Agora, Saldanha apresentou
          Poder do Amor) entrou em cartaz. Entretanto, essa               sua produção “Rio” (2011), em 3D. Mesmo sendo uma
          é uma tecnologia em constante ascensão, ou seja,                produção da 20th Century Fox, os brasileiros sentem-
          velha,mas atual.                                                se orgulhosos por saberem que um compatriota está
              Enquanto, em meados do século passado, quando o             tão diretamente ligado a um filme que já arrecadou
          3D se popularizava com grandes sucessos de bilheteria           mais de U$ 300 milhões em todo o mundo.
          como “A Casa de Cera” e “Dá-me um Beijo”, as pessoas                O Brasil ainda está engatinhando no mercado de
          precisavam daqueles óculos azuis e vermelhos (3D                produções em 3D, mas, mesmo assim, esperamos ver
          anáglifo, imagem ou um vídeo formatado de maneira               em breve grandes produções nacionais explodindo tela
          especial para fornecer um efeito tridimensional                 afora pelas salas de todo país.
          estereoscópica), que enjoavam e doíam os olhos,                     Hoje, sentar-se em frente a uma tela de cinema e
          hoje já existem tecnologias que dispensam todo e                esperar que o filme salte do telão em nossa direção
          qualquer tipo de óculos para assistir imagens em 3D.            é quase tão comum quanto abrir os olhos ao acordar.
              O 3D mais popular hoje em dia é o tipo chamado              Os filmes em 3D estão espalhados por todo o
          polarizado (ou passivo). O princípio de formação                planeta, encantado milhões de pessoas, mas sem a
          de imagem é exatamente o mesmo do tipo anáglifo.                fuga de pouco mais de trinta pessoas que assistiram
          A diferença é que não há a necessidade de lentes                “A Chegada do Trem na Estação” no final do século
          coloridas para bloquear determinados tons coloridos,            XIX. O 3D revolucional a ida ao cinema, tornando o

22        assim a fidelidade de cores é muito maior. O 3D
          polarizado gera duas imagens projetadas que são
          emitidas em ângulos distintos. Nos óculos, as lentes
                                                                          filme mais interativo para o público. E que público!
                                                                              De acordo com o Ministério da Cultura, cerca de
                                                                          25 milhões de brasileiros vão ao cinema pelo menos
          têm tons âmbar pouco diferentes uma do outra e são              uma vez ao mês. E isso ainda é pouco, pois só diz
          compensadas com uma camada escura, que o deixa                  respeito à 14% da nossa população. Entretanto, a
          parecido com um óculos de sol.                                  gama de produção nacional é pequena se comparada
              Existe ainda, o 3D chamado Barreira Paralaxe, que           a países como Estados Unidos e Inglaterra. Quanto
          nada mais é do que o sistema de projeção de imagens             à produção de filmes 3D brasileiros... Bem, antes do
          em 3D que dispensa o uso de óculos. O funcionamento             último 21 de janeiro, o Brasil jamais havia filmado um
          dela é similar ao dos óculos polarizados. A diferença é         longa-metregem em 3D. O filme “Brasil Animado” é o
          que todo o processo é feito em uma barreira colocada            primeiro filme 3D brasileiro e não promete levar milhões
          sobre a tela. As duas imagens produzidas são                    às salas de exibição para assisti-lo.
          entrelaçadas simultaneamente. Graças à barreira de                  Torcemos pelo mercado nacional de produções
          paralaxe, que nada mais é que uma espécie de filtro,            em filmes 3D a partir de agora, esperado ver muitas
          as imagens são divididas em ângulos diferentes, sendo           mais produções nesse estilo de filmagem, com grande
          percebidas de maneira distinta por cada um dos olhos,           enredos e com a qualidade dos grandes de Hollywood.



     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
YoutuBe, um paSSaporte
                     para a teLeviSão
                Por rodolPho santana da costa E vinicius de arauJo labonia reis




C
                 om a Internet podemos fazer várias           que é uma variante de weblogs cujo conteúdo principal
                 coisas como, por exemplo, nos                consiste em vídeos. Com estrutura geralmente similar
                 comunicar com uma pessoa do outro            à de weblogs e fotologs, possui atualização frequente
                 lado do mundo, trocar arquivos entre         e constitui-se como um site pessoal, mantido por uma
                 outras coisas. Antigamente, para poder       ou mais pessoas. os vídeos são exibidos diretamente
                 assistir a um vídeo era necessário fazer     em uma página, sem a necessidade de se fazer
                 o download do arquivo de vídeo e assistir    download do arquivo. Alguns vlogs norte americanos
a partir de um software de vídeo, como por exemplo, o         famosos mundialmente foram de ray William Johsson,
Windows media Player. Porém, existia a possibilidade          Brooke Brodack, Lucas Cruikshank, Shane Dawne e o
de ver alguns vídeos online por meio do programa              brasileiro-americano Joe Penna.
chamado Flash, um software primariamente de gráfico              Brooke Brodack, de acordo com a revista New
vetorial - apesar de suportar imagens bitmap e vídeos         yorker, foi considerada a primeira estrela youtube. Seus
- utilizado geralmente para a criação de animações            vídeos fizeram tanto sucesso que ela chegou a assinar
interativas que funcionam embutidas num navegador             um contrato com a NBC para fazer alguns vídeos no
web. o uso do Flash também serve para desenvolver             programa “it’s you Show tv’’.
jogos e fazer websites.                                          outro que fez sucesso é o jovem ator lucas
   No ano 2000, já era possível ver algumas dessas            Cruickshank, criando um personagem fictício chamado
animações na televisão, como por exemplo, as do site          fred, de 6 anos, que fica contando sobre sua vida.
“charges.com.br”, criado por Maurício Ricardo, que            o sucesso foi tanto que ele fez ponta em seriados
ficou conhecido na internet por suas animações de             americanos infantis como “iCarly” e “hannah montana”
humor, sobre política, futebol e o cotidiano do brasileiro,   e recentemente produziu seu filme “fred: the movie”,
chegando a fazer animações para o “Domingão do                especialmente para ser exibido no canal infantil
faustão” e o reality show “Big Brother Brasil”, ambos         Nickelodeon. A exibição atraiu a audiência de 7,6
da emissora rede Globo de televisão.                          milhões de tespectadores.
   foi quando, em 2005, Chad hurley, Steve Chen e                o brasileiro Joe Penna, conhecido pela internet
Jawed karim fundaram o youtube, um site que permite           como “mysteryGuitarmen”, nasceu em São Paulo,
que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos             mas se mudou para o Estados Unidos há uns 11
em formato digital, ou seja, permite assistir vídeos em       anos. E virou uma celebridade no youtube, largando a
sua própria página.                                           faculdade de medicina para se dedicar a seus vídeos.
   A ideia de criar o youtube surgiu por conta deste          Joe Penna virou o garoto propaganda da operadora
modo de compartilhar arquivos de vídeo. “Estávamos            de celular Vivo, fora as várias palestras e aparições
em um jantar em janeiro de 2005, onde fizemos                 mundiais na televisão, até mesmo aqui no Brasil, Joe
arquivos digitais. No dia seguinte, não conseguíamos          teve um quadro no Fantástico.
enviá-los por e-mail e demoramos muito para colocá-              Já no Brasil, esse sucesso de vlog e vídeos de
los na Internet. Pensamos que deveria haver uma forma         humor começaram a virar febre quando o colorista PC
mais fácil de fazer isso”, afirmou hurley, em entrevista      Siqueira, resolveu fazer vídeos caseiros falando de
à revista norte-americana “Fortune”.                          sua vida e outras coisas de que gostava. Atualmente
   Com isso, vários usuários do site começaram a              ele tem um blog um programa na MTV. Ronald Rios
mostrar seus talentos. os usuários norte-americanos           é outra celebridade do youtube que agora tem um
foram os que começaram a fazer vídeos de humor, que           programa na rádio Jovem Pan e um na MTV.
consistia apenas fazer um curta e outro meio que era             o youtube, a cada dia que passa, está virando
ficar de frente da câmera falando sobre o que vinha           uma plataforma que funciona como vitrine de novas
na cabeça, esses vídeos ficaram conhecido como vlog,          promessas para o mundo televisivo.
pesquisa

              Como andam aS produÇõeS
          CuLturaiS na tv aBerta BraSiLeira?
          nUm PAÍS Com CErCA dE 30% dE AnAlfABEtoS fUnCionAiS E Com 1/3 doS JovEnS
            Com idAdE EntrE 18 E 24 AnoS qUE não frEqUEntAm ESColAS do EnSino
           médio, A tElEviSão ConSEGUE imPor Ao UnivErSo dAS fAmÍliAS tUdo AqUilo
                                  qUE SE ProJEtA no vÍdEo.




         O
                                                           Por viviane Mendes

                               s impactos sociais da televisão no        consideração o artigo 221 da Constituição Federal
                               Brasil e no mundo têm despertado          Brasileira.
                               o interesse e chamado cada vez               Lembremos o artigo 221. A produção e a programação
                               mais a atenção de estudantes e            das emissoras de rádio e televisão atenderão aos
                               pesquisadores, certamente devido          seguintes princípios:
                               a seu forte poder de influência em           i – preferência a finalidades educativas, artísticas,
                               muitos aspectos da vida cotidiana.        culturais e informativas;
          Em menos de quatro anos, o vídeo transformou a face               II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo
          do país, modificou seus hábitos, seus costumes, suas           a produção independente que objetivo sua divulgação;
          crenças, impôs alterações na cultura, estabeleceu                 III – regionalização cultural, artítica e jornalística,
          parâmetros de comportamento, afetou a economia,                conforme percentuais estabelecidos por lei;
          isso tudo através da publicidade que se tornou uma                IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa
          atuante ferramenta de bens de serviços e consumo               e da família.
          através da televisão.                                             Infelizmente, em nosso dia a dia, não nos damos
             Há mais de seis décadas, a televisão se transformou         conta que a TV aberta brasileira é falha quando se
          em uma das principais fontes de informação e                   trata desses princípios. Saímos cedo pra trabalhar,
          notícia, para as mais várias classes sociais. Para             voltamos tarde, as nossas crianças passam boa parte
          muitos, ela tem sido sua única fonte de informação e           do tempo na frente da televisão, não nos preocupamos
          entretenimento.é fato que vivemos em um país com               com os conteúdos apresentados e menos ainda com
          um alto índice de analfabetismo, com uma grande                os números, que mesmo indiretamente são expostos
24        diferença de classes sociais e constantemente em
          busca de educar para a cidadania. Daí a importância
                                                                         diariamente em nossas casas. Desta forma, faz-se
                                                                         necessário um olhar cada vez mais crítico em relação
          dos meios de comunicação; rádio, televisão, revista,           aos meios de comunicação.
          jornais, internet, entre outros, contribuírem com ações           A televisão, há tempos, faz parte do cotidiano, da
          que visem promover a educação de cidadãos comuns.              nossa família e, devido a seu forte poder de influência,
             Um artigo que desenvolvi durante minha primeira             deveria contribuir com conteúdos voltados a ações de
          graduação, de jornalismo, aqui na Universidade                 educação e cidadania. Vale lembrar que a educação
          Cruzeiro do Sul, intitulado “Educação e cidadania na           questionada, não se refere ao aprender ler e escrever,
          mídia: um estudo da grade de programação da TV                 mas sim no que diz respeito a formar cidadãos dignos
          aberta brasileira”, que visou analisar a programação           de conviver pacificamente uns com os outros dentro de
          das principais emissorastv Globo, SBt, tv record,              um contexto de cidadania.
          rede tv, tv Gazeta e tv Cultura, entre setembro de                o estudo da grade de programação da tv aberta
          2007 a setembro de 2008, registrou números nem tanto           brasileira a qual me referi registrou um total aproximado
          surpreendentes, porém preocupantes se levarmos em              de 664 programas distribuído da seguinte forma:



     Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
Porcentagem por Emissora                          ToTAL DAS ProDuÇÕeS
                                                                      Por CATeGoriAS
                                Globo                       1º   entretenimento – 408 programas / Equivale a 62%.
               Cultura                                      2º   informação – 127 programas / Equivale a 19%.
                23%             18%
                                                            3º   outros – 56 programas / Equivale a 8%.
                                                            4º   Publicidade – 37 programas / Equivale a 6%.
  Gazeta                                                    5º   educação – 36 programas / Equivale a 5%.
                                                 SBT
   7%
                                                 15%
                                                            enquanto ficamos parados, os meios de comunicação
    RedeTV                                                  foram crescendo e se articulando, garantindo sua
                                        Record              presença cada vez mais dentro da nossa sociedade.
     12%                 Band
                                         10%                    diante dos conflitos apresentados na tv aberta
                         15%
                                                            brasileira, é possível dizermos que a TV aberta brasileira
                                                            está carente de uma identidade? Para o jornalista José
     DiSTriBuiÇÃo DAS                                       Carlos Aronchi, “A TV aberta brasileira está buscando
 CATeGoriAS Por emiSSorAS                                   uma identidade, porque está em meio a um vendaval,
                                                            uma transformação, que é a migração do sinal analógico
 TV GLoBo –123 programas, sendo que: Entretenimento         para o digital, a TV está em um momento de transição
 (85), informação (16), Educação (11), Publicidade (1) e    e muitas outras exigências estão em pauta”, afirma.
 outros (10).
                                                            Sendo assim, podemos concluir que tanto a migração
 SBT –100 programas, sendo que: Entretenimento (91),
                                                            do sinal, quanto a nova classificação indicativa da faixa
 informação (7), Educação (0), Publicidade (2) e outros
 (2).                                                       etária da programação, as alterações nas políticas
 TV reCorD – 69 programas, sendo que: 47                    públicas, tudo isso faz com que a televisão tenha que
 Entretenimento, 13 informação, 0 educação, 1 publicidade   se adequar a essa nova era.
 e 8 outros.                                                    Por outro lado, não podemos deixar de ressaltar
 TV BAnDeirAnTeS – 98 programas, sendo que: 63              que a TV aberta comercial tem como objetivo o lucro
 Entretenimento, 16 informação, 0 educação, 2 publicidade   do empresário/empresa. Apesar de a televisão ser
 e 17 outros.                                               um serviço público, hoje ela não atende devidamente
 reDe TV – 77 programas, sendo que: 33 Entretenimento,      há esses interesses públicos, e sim atende mais ao
 17 informação, 0 educação, 15 publicidade e 12 outros.     interesse do empresário/empresa. Segundo Aronchi, “a
 TV GAzeTA – 44 programas, sendo que: 10
                                                            televisão comercial aberta visa o lucro do empresário,
 Entretenimento, 15 informação, 1 educação, 15
                                                            desta forma ela procura audiência, então quando ela
 publicidade e 3 outros.
 TV CuLTurA - 151 programas, sendo que: 79                  cria um programa, ela cria pensando em uma falha de
 Entretenimento, 43 informação, 24 educação, 1              audiência de sua grade, ou então na falha de audiência
 publicidade e 4 outros.                                    de um concorrente que merece um investimento em
                                                            um determinado horário pra poder competir com um
   São vários os estudos e pesquisas que mostram            produto de melhor qualidade”.
que o tempo que se gasta diante da TV é maior que o             Convido a todos os profissionais, estudantes
tempo gasto dentro de uma sala de aula e também em          de graduação, pesquisadores e comunicólogos a
relação ao tempo que os pais passam com seus filhos.        refletir sobre este meio de comunicação altamente
A televisão está substituindo as funções de cada um         influente que é a televisão. façam isso de forma a não
desses membros, ela tem sido ponto de referência na         esquecer de que estamos falando de uma televisão
organização da vida familiar, pois, a todo instante e a     comercial aberta que depende de patrocinador, e,
qualquer hora do dia, ela está disponível, oferecendo       consequentemente, busca audiência. Sendo assim,
companhia a quem quer que seja, adulto, criança,            produzir conteúdo de qualidade, buscando uma
idoso, homem, mulher, sem distinção de cor ou raça.         audiência ampla e qualificada, é o grande desafio de
é necessário enfrentarmos a discussão, perceber que         quem faz televisão.
Palavra do Pró-Reitor de Graduação sobre comunicação
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Palavra do Pró-Reitor de Graduação sobre comunicação

  • 1.
  • 2.
  • 3. palavra do pró- reitor de graduação Desde os primeiros empreendimentos que marcaram sua trajetória ao longo dos 40 anos de atuação, consolidando-se entre as melhores instituições educacionais privadas do país, a Universidade Cruzeiro do Sul renova e amplia uma das características que assinala sua identidade: a interlocução com as comunidades, interna e externa. No desenvolvimento desse diálogo, conta com a atuação dos cursos da área da Comunicação – Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio, TV e Internet e Relações Públicas, congregando equipes docentes e discentes, com produção teórico-prática relevante, com o intuito de difundir o pensamento e a ação da Universidade Cruzeiro do Sul à sociedade em geral. Destaque-se que, nos caminhos trilhados pelos cursos da área da Comunicação, oferecidos pela Cruzeiro do Sul desde 1994, muitos foram os trabalhos que consolidaram a expressão dessa instituição, Prof Dr. particularmente, no campo da extensão universitária: centenas de Luiz Henrique Amaral projetos de conclusão dos cursos colocando em interlocução alunos, Pró-Reitor de graduação professores e organizações de nossas comunidades, dezenas de prêmios concedidos por renomadas entidades e associações de classe, ressaltando a qualidade de trabalhos acadêmicos que mantiveram o olhar e a ação voltada para especificidades dos mercados e seus atores, trabalhos que, ao longo dos últimos anos, qualificaram a formação dos futuros profissionais das respectivas áreas, bem como expressaram ideias e trabalhos das gerações de profissionais e futuros profissionais que se encarregam de ressignificar o diálogo nesse novo tempo em que o próprio conceito de comunicação alcança outras dimensões, em especial, a dimensão humana, para além da técnica. Assim como se pode ressignificar o diálogo, tendo em vista seu maior alcance e efetividade, tanto no meio acadêmico quanto nas demais dimensões de nossa sociedade, pode-se também renovar os meios para a veiculação das informações que retratam a ação universitária, a exemplo da Revista Código, produto dos cursos da área da Comunicação, cuja edição inicial temos o prazer de apresentar. Assim, com o lançamento do número 1 da Código, anunciamos a implementação de novos meios de comunicação que, por intermédio dos cursos acima relacionados, a Universidade coloca à disposição da comunidade acadêmica, integrando, além da revista, a Rádio e TV Código na web. Nesse grato momento de ampliação das oportunidades de interlocução entre a Univesidade Cruzeiro do Sul e a sociedade, relembramos e homenageamos a figura querida e saudosa do Prof. Gilberto Padovese, um dos fundadores do Grupo Educacional Cruzeiro do Sul e defensor do diálogo educativo inclusivo que marca a trajetória da Cruzeiro do Sul em seus 40 anos de existência. Temos a certeza de que esse veículo congregará, mais uma vez, alunos, professores das diversas áreas do conhecimento e as comunidades da Universidade Cruzeiro do Sul, reafirmando o espírito universitário e o ideal de educação superior que nos deixou como seu maior legado.
  • 4. coordenador dos cursos de comunicação social reitora Profª. Drª. Sueli Cristina Marquesi Pró-reitor de Graduação Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte Pró-reitora de extensão e Assuntos Comunitários Prof. mS. CArLoS monTeiro Profª. Drª. Janice Valia de Los Santos Coordenador dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Rádio, TV e Internet e Relações Públicas Coordenador dos Cursos de Comunicação Social o Brasil passa por um momento histórico, muito privilegiado em Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro relação às nações desenvolvidas. Ações políticas e uma sociedade mais esclarecida e consciente de sua atuação no cenário geral do país Coordernadores Adjuntos proporcionaram a fase de otimismo econômico e social que vivemos Jornalismo hoje. Em 512 anos como nação organizada, esse momento atesta Profª. Drª. Flávia Serralvo Publicidade e Propaganda nossa certeza de que a comunicação é um instrumento primordial Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone para o avanço de uma sociedade. Dos 192 milhões de habitantes rádio, TV e internet presentes em 5561 municípios brasileiros, os meios de comunicação Prof. Ms. Bruno Tavares estão ali presentes pela web, TV (aberta e fechada), rádio, mídia relações Públicas impressa, muitas rádios de poste e alto falantes móveis e fixos. Profª. Drª. Angela Fernandes Considerando este cenário, o leitor faz uma reflexão rápida e conclui que o acesso é fácil, mas grande parte do conteúdo ainda é de qualidade frágil e questionável. Pura verdade. Nosso país retomou a democracia apenas em 1985, depois de 20 anos de desenvolvimento econômico fictício e a intelectualidade amordaçada. felizmente, maio de 2012 | Ano 1 | número 1 Tiragem: 1.000 exemplares retomamos o desenvolvimento com liberdade. Aqui, em nossos cursos e em nossa universidade, temos absoluta certeza de que editor de Conteúdo Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro investir em capacitação e qualidade na formação de profissionais de MTb 26.935/SP comunicação é lucro líquido para o país e para nossos alunos. Já Jornalista responsável somos a sexta economia mundial, com previsão do Bando Mundial Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo de alcançarmos a quinta posição em 2020. Nossa geração está no MTb 65.521/SP momento certo e na hora certa. E, como profissionais de comunicação, editora de reportagens Profª. Ms. Regina Tavares somos atores com grande janela de oportunidades no Brasil. Nossa idealização revista é um elemento que reflete o trabalho competente de nossa Prof. Ms. Bruno Tavares equipe de professores, pró-reitores, reitoria, corpo de profissionais Diagramação administrativos e nossos alunos. Juntos, buscamos constantemente Eduardo vianna a excelência da formação profissional consciente de que estamos Capa Eduardo vianna trabalhando em nossa universidade, pelo avanço do país e da Profª. Ms. Rita Jimenez sociedade, como fizeram nossos irmãos brasileiros que lutaram revisão para nos proporcionar esta liberdade de expressão e perspectivas Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo profissionais. Juntos, Jornalistas, radialistas, relações Públicas e Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone Publicitários, temos nas mãos a oportunidade de contribuir com o impressão rettec Artes Gráficas e Editora crescimento do Brasil, para nós e para as gerações vindouras. Esta (11) 2063-7000 é a proposta da Revista Código e da Universidade Cruzeiro do Sul. Vamos em frente! Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 5. sumário 6 - Jornalismo em quadrinhos 30 - EU, MÍDIA?! 40 - De malas prontas 54 - Realidade revista 64 - Dance conforme a música: os novos caminhos da indústria fonográfica 68 - Detóx digital 70 - Time de comédia 76 - Telenovelas: uma paixão nacional 10 - Sentidos em todos os sentidos 19 - EM 2011 DEU DOBRADINHA DA CRUZEIRO DO SUL NA APP 44 - Agência Experimental do Curso de Publicidade trabalha em parceria com o filme Somos tão Jovens 79 - Oh, my god! 20 - Tvlusão 47 - Cores de Burton 21 - Televisão: do Preto e Branco para a 3ª 48 - A evolução da Sétima Arte Dimensão 49 - Cinema Brasileiro e sua evolução 22 - O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS 58 - OS CASSETAS DO PLANETA 23 - Youtube, um passaporte para a 59 - A Tecnologia 3d na televisão televisão brasileira 24 - Como andam as produções culturais na 66 - Qual é a marca do FM? TV aberta brasileira? 67 - TV NO METRÔ DE SÃO PAULO 34 - O microfone de Silvio Santos 74 - A Indústria do Social 46 - Cinema de Vanguarda 75 - A Sonorização 26 - Relações Públicas nas organizações contemporâneas 36 - O Olhar e a voz da comunidade 38 - O desafio corre nas veias 50 - Formação para o mercado e a pesquisa: o papel do TC em RRPP 60 - planejamento e criatividade em relações públicas
  • 6. reportagem 6 JORNALISMO EM QUADRINHOS ENTENDA O QUE É JORNALISMO EM QUADRINHOS (JQ) E DE QUE FORMA ELE TRANSFORMOU E IRÁ TRANSFORMAR, AINDA MAIS, A REALIDADE DA IMPRENSA. foto: AdriAno AlvES Por adriano alves, andressa Moura, caroline féria, feliPe leandro, luMa carla, Mariana barbosa, renata Pereira E rÔMulo queiroz Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 7. E m um contexto so- uma forma diferente de linguagem ção para o espaço jornalístico, que cial onde os heróis de informação. “Jornalismo é jorna- pelo fato de estar utilizando junta- modernos não pos- lismo, e Jornalismo em quadrinhos mente texto e imagem, fez com que suem superpoderes é simplesmente transpor as práticas a narrativa se tornasse mais ágil e para salvar o mundo tradicionais de jornalismo para uma de mais rápido entendimento”, es- de terríveis vilões, nova mídia. A prova máxima disso clarece. cidadãos sobrevi- é que se tem vários gêneros dentro o reconhecimento do Jornalis- vem à rotina imposta pelo mundo dele: artigo, resenha, notícia, repor- mo em quadrinhos como gênero globalizado e os imprevistos coti- tagem e outros”, afirma neco. veio anos mais tarde. Em 1992, o dianos. Daí nasce uma vertente do sueco Art Spiegelman recebeu um jornalismo capaz de cumprir com o iníCio Prêmio Pulitzer (principal premia- objetivo essencial da profissão, o Este estilo jornalístico surgiu ção jornalística do mundo) por sua de informar, juntamente com a prá- em meados da década de 1980, obra Maus, em que retrata a histó- tica de reproduzir visualmente as quando o fotógrafo francês Didier ria de seu próprio pai, que sobrevi- vitórias e os desafios desses perso- Lefèvre acompanhou ações hu- veu aos horrores do holocausto. Já nagens. manitárias no Afeganistão e não em 1996, o maltês Joe Sacco, prin- o Jornalismo em quadrinhos, ou conseguiu exprimir em fotos o que cipal nome do Jq até os dias atu- também chamado de Jornalismo tinha para contar, optando, assim, ais, criou o termo “Jornalismo em Gráfico, é uma modalidade jornalís- por narrar os acontecimentos por quadrinhos” para definir sua obra, tica que utiliza os quadrinhos como meio de quadrinhos que consiste, em grande parte, na forma de linguagem. é importante Segundo o Prof. Dr. Waldomiro cobertura de guerras. ressaltar que outros elementos vi- vergueiro, coordenador do obser- suais como charges, cartoons, tiri- vatório de histórias em quadrinhos oBStáCuLoS nhas ou infográficos não estão in- da Universidade de São Paulo Como um dos principais desa- seridos em seu conceito. (USP), o nascimento do Jq vem fios do Jq, o jornalista leandro Na opinião do Doutorando em Ci- em um momento cultural no qual a Dóro salienta a pouca difusão que ências da Comunicação Juscelino sociedade já havia reconhecido os o estilo tem perante a grande mídia. neco, o Jornalismo em quadrinhos quadrinhos como sendo algo capaz “nos últimos anos, o Jq até vem não deve ser considerado um gê- de tratar de assuntos de profundida- ganhando um espaço maior e um nero à parte do jornalismo, apenas de. “o que ocorreu foi uma adequa- número considerável de adeptos, augusto paim Graduado em jornalismo pela Universidade federal de Para Paim, fazer Jornalismo em quadrinhos trata-se Santa Maria (UFSM) em 2007, atualmente Augusto Paim mais de preferências pessoais do que de modificar os cursa o Mestrado em Teoria da Literatura pela PUC-RS e padrões vigentes na profissão. “não creio que seja pos- atua como jornalista cultural e assessor de imprensa. sível revolucionar o jornalismo. trabalho com Jq por- Fundador de um grupo nacional de discussão on- que gosto e me realizo profissionalmente. Acredito, sim, line sobre Jq, em 2009 ele traduziu a obra Johnny que essa possa ser uma ferramenta de linguagem que Cash – uma biografia, do quadrinista alemão rei- acrescente ao jornalismo, tornando-o mais hipertextual nhard Kleist. No ano seguinte foi curador e organiza- e interessante, principalmente em mídias online”, afirma. dor do i Encontro nacional de Jornalismo em qua- o quadrinista acredita ainda que o domínio de téc- drinhos, realizado no rio Grande do Sul. neste ano, nicas de desenho e capacidade de orientação aos publicou no site holandês Cartoon Movement, espe- cartunistas seja fundamental para bons resultados cializado em reportagens em quadrinhos de todo o dentro do Jq. “o profissional que faz Jq tem que es- mundo, a primeira parte da obra Inside the Favelas, tar acostumado com os conceitos e a linguagem que realizado juntamente com o desenhista MauMau, e serão utilizados para guiar o trabalho dos desenhis- que retrata a rotina do Complexo de Favelas do Ale- tas; eles não são jornalistas, não estão acostumados mão após as ações de ocupação da Polícia Militar. a trabalhar com o conceito de reportagem”, alerta.
  • 8. mas conheço profissionais atuan- joe Sacco tes no mercado que desconhecem completamente este estilo. Acredi- quando o assunto é Jornalis- to que isso se deve, em parte, ao mo em quadrinhos, o nome de fato do pouco destaque dado ao Joe Sacco é unanimidade entre Jq pelas instituições de ensino e os estudiosos do segmento em à relutância dos veículos, princi- todo o mundo. Nascido em Mal- palmente nos de pequeno porte, ta e formado em jornalismo pela em separar recursos para utilizá-lo Universidade de oregon, nos Es- em suas edições impressas e onli- tados Unidos, é considerado pre- ne.” Dóro ainda salienta o fato de cursor do estilo desde o sucesso que apenas mídias especializadas de sua obra Palestina, de 1996, garantem espaço contínuo à área. que retrata os horrores da guerra outro ponto polêmico deve-se na região. Sacco ainda desenhou ao fato de muitos leitores ainda suas passagens por outras zonas não possuírem segurança em rela- de batalha, como Sarajejo, Gora- ção à credibilidade do Jq, fato que zde, iraque e faixa de Gaza, que é contestado pelo repórter Audaci lhe garantiram vários prêmios. Junior. “não concordo com isso. o Para Juscelino Neco, a importân- New Journalism não se utiliza de cia de Sacco para o Jornalismo “jQ é simplesmente transpor as prá- elementos literários para compor em quadrinhos deve-se ao fato ticas tradicionais para uma nova mí- seus textos? não há uma série de de seu estilo ainda ser único na dia”, afirma Neco elementos virtuais que auxiliam no área. “Até hoje não existe um mo- jornalismo deflagrado na internet? delo de grande reportagem igual E a própria fotografia no jornalis- ao que ele fez. quando você mo? Por que seria diferente com pensa em reportagem em qua- o Jq?”, indaga o profissional, que drinhos, não há nenhum equiva- acredita que a função de desenhar lente, não há outro autor que fez - que teoricamente não se encaixa reportagens longas da mesma ao perfil do jornalista - possa contri- maneira. Particularmente, acredi- buir com uma visão negativa do Jq. to que em sua obra haja muitos Já para Augusto Paim, um dos elementos autobiográficos, mas principais difusores da modalidade eles funcionam justamente como no país, é a capacidade técnica que uma alavanca para a credibilida- constitui o maior empecilho para a 8 de”, afirma. Na opinião de Audaci Junior, é expansão do Jq. “é preciso conhe- cer e dominar a linguagem tanto do a constante atividade jornalística jornalismo quanto dos quadrinhos. de Sacco que o faz ser reconheci- Muitos trabalhos pecam por não do dentro de sua área de atuação. terem comprometimento ou com “Ele não foi o primeiro a levantar um ou com outro, é preciso saber a bandeira do Jq, mas é o mais mesclar as duas áreas”, acredita. fotoS: AndrESSA moUrA ativo no gênero. é dele também a conquista dos maiores avanços Futuro técnicos neste campo, por isso Com o ritmo de vida cada vez que, para se entender o Jornalis- prof. dr. Waldomiro vergueiro, coor- mais agitado mesmo fora de gran- mo em quadrinhos, é essencial denador do observatório de histórias des metrópoles e o acesso fácil e falar sobre Joe Sacco”, conclui. em Quadrinhos da uSp rápido a qualquer tipo de informa- ção adquirido pelas novas tecnolo- Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 9. gias, o Jq é apontado não como um de comunicação, o Jornalismo em substituto, mas como uma soma quadrinhos se tornará, de uma for- fique ligado! ao modelo vigente de informação, ma ou de outra, uma técnica utilizada como assegura vergueiro. “Esse a fim de atrair público leitor”, explica. quer conhecer um pouco mais contexto ajuda a popularidade do Audaci, no entanto, não é tão sobre Jq, sob o olhar de nossos jornalismo em quadrinhos. No jornal otimista, principalmente quando entrevistados? Então, acesse: tradicional, a própria diagramação se trata de Jq em território na- do jornal já é diferente do mode- cional. “Não tenho muitas espe- Audaci Junior lo de vinte anos atrás exatamente ranças em relação ao futuro dos www.hqemhq.com para atender a esse novo tipo de quadrinhos. Já houve momentos Augusto Paim leitor, que está a todo o momento www.augustopaim.com.br piores, mas, mesmo assim, o qua- Juscelino Neco tendo o contato da realidade por dro está longe de ser considerado www.massacredepelucia.word- meio de mensagens que ele rece- satisfatório, especificamente no press.com be no celular, no twitter. o Jorna- lismo em quadrinhos será apenas Brasil. Ainda assim, devemos tra- Leandro Dóro var a luta da divulgação como o www.contosemquadrinhos.blogs- mais um passo”, prevê o docente. pot.com Dóro acredita que, em um futuro mestre mineiro Flávio Colin, que www.jornalismoemquadrinhos. próximo, o Jq será utilizado como morreu há 10 anos sem concreti- blogspot.com diferencial de mercado. “Através da zar seu sonho de profissionalizar leandromalosidoro.blogspot.com imensa concorrência entre os meios o quadrinista brasileiro”, protesta. confira uM trecho de Juventude - teMPo de crescer, Por auGusto PaiM divUlGAção
  • 10. interdisciplinar Sentidos em todos os sentidos Por Profª Ms. KÁtia Pellicci Cembrone A s apresentações do Projeto “Sen- Profissional em Propaganda. As agências elaboraram tidos”, interdisciplinar desenvolvido estratégias de comunicação para promoção do produto no 2º/3º semestre do Curso de Pu- cultural (exploração do 4º P do Marketing) pensando blicidade e Propaganda, surpreen- em seus públicos específicos. Também conheceram a deram os participantes do EnCom legislação que regulamenta a propaganda para ade- 2011. Em quatro dias de apresen- quação das estratégias criadas. tações nos auditórios dos Campi A partir do planejamento, passaram a desenvolver, São Miguel e Anália Franco, pudemos assistir a belíssi- então, um trabalho de composição textual - textos ver- mos espetáculos elaborados com competência e criati- bais e extra-verbais em diálogo na produção de mate- vidade pelas agências experimentais. rial gráfico e audiovisual para a divulgação do espe- O projeto aborda os conteúdos trabalhados em dife- táculo, sob a orientação dos professores de Redação rentes disciplinas do curso de forma integrada, favore- Publicitária I, Design e Criatividade e Psicologia do cendo a habilidade de articulação entre os saberes na Consumidor. Criaram também uma peça especial para atuação profissional. Em 2011, foi proposta às agências o lançamento e perceberam a importância do diálogo a leitura de contos consagrados da literatura universal entre o planejamento, a mídia e a criação publicitária. e, baseada nestes contos, a montagem de espetáculos Finalmente, as agências divulgaram seus espetáculos. cujas performances durassem no máximo 10 minutos. As encenações aconteceram na Semana do En- 10 A primeira etapa deste trabalho ficou, portanto, por conta das disciplinas Linguagens em Comunicação e Com, com grande público presente – o que demonstrou a eficiência das estratégias de propaganda e marketing Redação Publicitária I, que orientaram a leitura do texto adotadas. Em suas performances, as agências atin- literário proposto para o trabalho da agência e a adap- giram o principal objetivo do trabalho: mexer com as tação do conto para o espetáculo a partir da interpreta- sensações do público, fazendo-o rir, chorar, enfim, se ção do texto literário lido. Também nesta etapa, os alu- emocionar. Cores, formas, gestos, sons, aromas, pa- nos estudaram a estrutura da sinopse para divulgação lavras... uma soma de códigos selecionados e organi- do espetáculo em revistas e cadernos de cultura. zados para criar efeitos de sentido, como diria Arnaldo A segunda fase do projeto consistiu no Planejamen- Antunes, “sentidos em todos os sentidos”¹. to de Marketing, envolvendo as disciplinas Introdução Confira, a seguir, artigos sobre alguns desses exce- ao Marketing, Psicologia do Consumidor e Legislação lentes trabalhos produzidos. ¹ Referência ao título do texto sobre a simultaneidade dos sentidos no rock dos anos 80, publicado no livro “40 Escritos”, de Arnaldo Antunes. Disponível em http://www. arnaldoantunes.com.br/sec_livros_view.php?id=7&texto=27 Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 11. Pero não vaz Por Gustavo Rufino de Sousa, Sandro Ricardo Alves Junior, José Vital da Silva Filho, Diego da Silva Betioli, Houari Vieira de Morais, C Bruno Gustavo Batista e Olimpio Alves de Sousa Junior hegou o grande As agências estavam reunidas, cada ortográficas vigentes em sua dia. O dia em que uma com seu “briefing” em mãos época, talvez hoje não precisás- receberíamos o esperando a autorização para ter semos ter lido o conto tantas e conto que deter- acesso às informações do envelope. tantas vezes. Talvez também minaria o rumo É fato que a primeira reação que não conseguíssemos atingir o mes- da nossa apre- tivemos ao ler o conto de José Sa- mo resultado. Saramago pensou sentação no pro- ramago intitulado “O conto da ilha em tudo! jeto sentidos. A apreensão e a desconhecida”, foi de que tínhamos Por isso agradecemos, sem curiosidade eram nítidas por par- recebido um conto sem formatação, usar travessões, a esse grande te das agências (o que aumentou ou mesmo digitado errado, pois não escritor português. Um homem que ainda mais quando foi entregue a havia travessões ou qualquer tipo pôs tudo em estado de desordem. cada grupo um envelope lacrado). de sinalização indicando o início e E revolucionou! fim dos diálogos. Eram três páginas Construindo o projeto separadas ape- Num primeiro momento, após lei- nas por vírgulas e tura e análise da obra de Sarama- pontos. “Talvez o go, concluímos que o sentido princi- ENTER do tecla- pal do conto é que todos nós somos do da professora uma ilha desconhecida. Desconhe- esteja quebra- cida dos outros e de nós mesmos do” – sugeriu um e, na história, a busca por essa ilha dos integrantes. representa o autoconhecimento. Como não está- vamos habituados Sinopse a essa maneira de Baseado no conto “A Ilha escrever, própria desconhecida” de José Saramago, de Saramago, fi- o espetáculo narra a saga de Pero CARTAZ: Agência Sete Publicidade e propaganda camos decepcio- Vaz de Caminha (Diego Betioli) nados. Mas ago- que, cansado de ser coadjuvante ra, após termos das grandes façanhas de seus recebido o prêmio amigos Pedro Álvares Cabral de “Melhor Proje- (Olimpio Junior) e Vasco da to Sentidos” per- Gama (Gustavo Rufino), decide cebemos que foi escrever sua própria história. exatamente por Um rei tirano (Bruno Batista), um causa disso que pescador curioso (Houari Morais) vencemos. e muito mais nessa trama que fala Se Saramago sobre a busca por seus sonhos e não tivesse sub- como, apesar de tentarem lhe provar vertido as normas o contrário, eles são possíveis.
  • 12. UMA COMPOSIÇÃO CIRCULAR DA VIDA Por Larissa Facco Carneiro, Victor Ambrosano da Silva, Leandro Reis Bottura e Júlio Maezato Júnior B aseado na obra de Ricardo Ramos, a agência Atalanta Publicidade & Pro- paganda trouxe ao Projeto Sentidos o espetáculo Circuito Fechado, uma possível interpre- tação do conto que, abstrato e cheio de detalhes, inspirou seus criadores a unir música, literatu- ra e dança, trazendo ao palco, com muita emoção, movimen- tos de uma vida que, em muitos momentos, pode parecer a sua. O mais curioso é o fato de que a dança pode ser um meio de li- bertar o ser humano das amarras e bloqueios que dificultam a inte- ração no meio em que vivemos. Planos, saudade, sentimentos guardados, narcisismo, desilusões, 12 medo, traumas e preconceitos. A apresentação do grupo aconte- ceu no dia 16/05/2011 às 20h, no Au- ditório FHC, Campus Anália Franco da Universidade Cruzeiro do Sul. Foi uma oportunidade de apreciar a arte e refletir sobre cada CARTAZ: Agência Atalanta pp momento intensamente vivido. Esta foi a primeira apresentação da dupla de dançarinos Larissa Facco, bailarina há 10 anos, que conduziu a dança com toda sua experiência e talento, e Leandro Bottura, leigo em relação à dança, porém aplicado e corajoso, a surpresa do evento. Os dois descobriram no balé a harmonia e o ritmo necessários para representar o tema. Assim desenvolveram uma composição performática belíssima e inteligente que valeu a pena conferir! Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 13. Os Dentes de Berenice Por Alexander José Eduardo Martins, Juliana de Oliveira Magalhães, Bianca Maione Gomes, Ana Maria Rodrigues Lelis, Fabiano Becker Arce, M Stéphanie Jeniffer Nascimento e Flávia Cotrim Almeida uito calo- rosos fo- ram os aplausos e cumpri- mentos do público ao término da apresentação do espe- táculo “Os Dentes de Berenice”, que aconteceu no auditório FHC, Campus Anália Franco da Univer- sidade Cruzeiro do Sul. Ficamos muito felizes por finalizar mais um projeto interdisciplinar com tanto sucesso e ainda por cima, ganhar- mos da Universidade o prêmio da categoria melhor projeto. E isso foi resultado de uma combinação que somente as boas agências conhe- cem: planejamento e trabalho duro. Foram dias de leituras, esboços e ensaios exaustivos para adaptar, da melhor forma possível, sem per- der nenhum detalhe relevante, a magnífica obra de Edgar Alan Poe. Tudo começou com o desenho do projeto. Como em todos os nossos trabalhos, fizemos um cronograma e iniciamos a criação. Entre uma orientação e outra, encontrávamos janelas de tempo para resolver os pontos críticos do trabalho. O plano de Marketing foi um verdadeiro desafio, já que foi a primeira vez que colocamos em prática nosso (ainda vago CARTAZ: Agência D status na época), aprendizado em planejamento. Depois veio a criação das peças gráficas, e por último desenvolvemos nosso marketing de guerrilha que consistia na personagem Egeu e na equipe de produção mascarada entrar de sala em sala encenando um trecho da obra e convidando os alunos e professores a assistirem à apresentação. No grande dia, todos estavam nervosos, os vídeos apresentaram problemas, ensaiamos umas 15 vezes a menos de uma hora do evento, a produção estava correndo com os preparativos do cenário, mas, no final, tudo saiu perfeito como o planejado e o resultado dessa experiência até hoje nos traz reconhecimento e nos motiva a inovar em todos os nossos feitos.
  • 14. CEM ANOS DE PERDÃO Por Eduardo Elisio Vieira Vianna, Fernando da Paz Germano, Josiane Moraes, Victor Moreno, Luiz Henrique de Amorim Santos, Edmundo Andrade Gregório, Eliel Almeida dos Santos e Marcos Tadeu Bonnasorte O conto proposto à Agência Pimp’olho no projeto sentidos foi Cem Anos de Perdão, escrito por Clarice Lispec- tor. A narrativa em prosa foi adap- tada para poesia rimada, e esses versos foram contados e cantados no palco em forma de Cordel. As personagens declamaram-nos ao som de instrumen- tos tocados ao vivo, proporcionando a emoção de cada momento da história: desejo, angústia, êxtase ... A riqueza do texto de Clarice proporcionou ao grupo diferentes leituras, até que se chegasse a um consenso a respeito dos aspectos implícitos no texto, como o significado do proibido e da inocência. Mesmo em dúvida a respeito de como encaminhar o enredo, o tema sempre esteve em evidência: o roubo. O desafio foi transmiti-lo sem causar um impacto negativo ou perder sua essência. Então, optamos pela poesia do cordel como base. Assim, desenvolvemos todo o roteiro: poesia com rimas sutis e música instrumental, utilizando flauta, violão, teclado, gaita e baixo. Contamos com a ajuda do jornalista, arquiteto e his- toriador Gilberto Maringoni, que fez a ilustração para o cartaz. A imagem atendeu a todas as expectativas do grupo, representando perfeitamente a cara do projeto. Uma das estratégias de marketing propostas para a divulgação da peça foi encenar, ao vivo, a declamação narrador distribuíram rosas ao público, objeto primeiro do desejo da personagem principal, que as roubava e 14 de um pequeno trecho do texto nas proximidades do teatro, a fim de atrair a atenção do público que transita- não se arrependia, afinal, “ladrão de rosas e pitangas tem 100 anos de perdão”. va pela calçada, fazendo também a distribuição de ro- Não somente trabalhosas, mas principalmente sas. Essa ação trouxe um pouco da característica forte prazerosas, foram todas as etapas de elaboração e do cordel, por ser feito nas ruas e de forma simples, desenvolvimento do projeto Sentidos, que foi pos- familiarizando o público com o espetáculo. sível graças a colaboração e empenho de todos da A apresentação aconteceu em 19 de maio de 2011 Agência Pimp’olho e dos professores do curso de no auditório D do Campus São Miguel Paulista. A per- CARTAZ: Agência Pimp’olho sonagem principal foi mantida e um narrador permane- Publicidade e Propaganda. ceu o tempo todo no palco, para ligar as cenas. Tan- Como resultado, a Agência Pimp’olho reapresentou to as personagens quanto os músicos presentes no o espetáculo em 23 de maio de 2011 no Auditório FHC, palco vestiram-se a caráter para sugerir outra época, Campus Anália Franco, e esteve entre os trabalhos enfatizando o romantismo da história. Utilizamos todo premiados, o que serve hoje como combustível para o espaço do palco, inclusive o telão com projeção de os demais projetos, deixando o conceito de que o es- cenários em xilogravuras (arte de impressão ligada ao forço, a dedicação e a união dos integrantes da agên- cordel). Ao final da apresentação, a personagem e o cia são pontos que não podem jamais ficar para trás. Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 15. Desenredo Por Mayara Silva de Freitas, Alvaro Rugna Costa, Camila da Silva Reis e Ana Carolina nogueira Arini M ais do que uma narrativa, um enredo. Um “ Des-enredo “. A superação do amor, do suposto arrependimento, da vida, da morte. A verdade, a pureza, a beleza, as tempestades. Jó Joaquim e seu amor por Víliria. Lutar por seu amor e defendê-lo de toda e qualquer desconfiança. Era isso que fazia. E não só isso. O conto adaptado narra a história de Víliria, uma mulher infiel ao seu esposo, que se envolve com o personagem principal: Jó Joaquim, e além dele, sés Vil e Líriou, marido que a flagra com um terceiro amante. O marido, num ato de loucura, mata um dos amantes e, logo em seguida, comete suicídio. A agência optou por uma apresentação em forma de teatro mudo, utilizando os sentimentos dos per- sonagens, como o ódio, por exemplo, representado por pessoas de preto, que simulam uma dança para aguçar os sentidos. A apresentação contou com a im- portante expressão corporal das personagens envol- vidas na história, tendo como música-tema “Bola Di- vidida“, interpretada por Zeca Baleiro, cuja narrativa A Agência Reklame agradece a todos os que dialoga com a encenação do conto, propiciando um contribuíram para que este trabalho tivesse seu trabalho intertextual. melhor desempenho, em específico ao grupo Backstage CARTAZ: Agência reklame A apresentação não deixou de trazer à presença do do 3º semestre de Rádio e TV, que colaboraram público um pequeno, mas tão importante detalhe: o Lí- como personagens e figurantes, aos pais de alunos rio, flor entregue à Víliria por Jó Joaquim, ícone da pu- que aturaram e deram de comer aos integrantes reza e do pecado, símbolo das prostitutas medievais. em suas residências, e ainda (e em especial), ao O nome Víliria nasce da oposição entre as palavras grupo de profissionais da Universidade Cruzeiro do Vil e Lírio, que representam maldade e pureza, nessa Sul, que apoiou e acompanhou o desenvolvimento mulher multifacetada. deste trabalho.
  • 16. A menina e o pássaro encantado Por Leonardo Bianchi da Rocha, Vinicius Biondo Novais, Sheila Rodrigues da Silva, A Edilaine Guimarães dos Santos e Cícera Maria da Silva menina e o pás- quer outra história infantil. Mas o se encaixar perfeitamente no con- saro encantado é adulto, por ter uma experiência de texto, é a questão do divórcio dos uma história para vida maior, por já ter vivido as di- pais, e, com isso, as consequên- a qual podemos versas experiências humanas, lê e cias e mudanças na vida dos filhos. encontrar duas encontra em um conto infantil, um A troca das personagens pássa- formas de inter- caminho de uma experiência hu- ro e menina pelo pai e a filha evi- pretação, como mana, que tanto o adulto quanto a dencia a semelhança da história diz Rubem Alves: para o adulto criança podem sofrer em qualquer fictícia a um conto da vida real. O que for ler essa história ou para época de suas vidas, como a dor pássaro conta suas histórias, fala uma criança. O autor explica que da separação, e como aprender a dos lugares por onde ele havia o conto gira em torno do amor, se- superar isso com o tempo. A adap- passado. Adaptamos essa perso- paração e saudade. A criança que tação que a agência KAZ fez bus- nagem à figura do pai que, após ouve a história encontra seus en- cou trazer um traço mais puxado a separação, tem os momentos cantos textuais e se identifica com para o real, o cotidiano, e o atual. certos para visitar a filha. Esse o conto, como acontece com qual- Uma questão, que acreditamos ponto fica bem explicado na his- tória quando a plumagem do pás- saro muda de acordo com as suas viagens, retratando os lugares por onde ele havia passado - um quente e outro frio. O pai vem retratar esse pássaro sem as plumagens mas com um figurino diferente, um como andarilho nordestino, e o outro como um gaucho viajante, trazendo momentos cômicos à peça, em meio ao drama que rodeia a his- tória de uma família separada. As- sim, com a narrativa, num certo momento, a menina en- 16 tende que a separação é necessária, e que com essa decisão ela poderá criar pilares certos para dar continuidade a sua vida adulta, sem cometer os mesmos erros que os pais, aprendendo a lidar com a separação e solidão, de forma CARTAZ: Agência kaz calma e objetiva, buscando olhar por outro ângulo o problema. A apresentação da agência KAZ foi um sucesso, emocionando o público. Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 17. Premiação do Projeto Sentidos 2º/3º semestres do curso de Publicidade e propaganda 2011 Campus Anália Franco Campus São Miguel Bárbara – Agência Nous Será a Benedita? – Agência Hara Marcos Vinicius Z. Pereira Janini Cristini Stefano Wagner Tadeu Toneli Amanda Alexandre de Oliveira Thamires Bento Negro Caio Matheus Larissa Garcia Mendes Jennifer Kiss Andrighetti e Silva Rafaella Fuccia Clares Eduardo Simão Dezani Guilherme Feitosa Gimenes Os obedientes – Agência Dialog Jackeline Sousa Sabino Milena Gouvêa Anginoli Thais Stephanie Martinez Há Limite? – Agência Lizard Caio Fernandes Massani Madeira Ingrid Oliveira Rebelles Luan Ribeiro Sanches Luan de Sousa Ciconelli Giancarlo Rodrigues Pires Sposito Carolina Pucci de Oliveira Bruna Paliologo Betto Victor Sanches de Souza Tiago Scocca Donação Ricardo Correia Martins Renata Aparecida Lopes de Sousa A maior flor do mundo – Agência Voice Amanda Cristina Bueno Miranda Érika Ferreira Leandro Patrícia Fernanda Codesseira O Espelho – Agência Optima Luan Antonio Rodrigues dos Santos Valmir de Lima Fiorentino Luna Clara da Silva Mariana dos Santos Côdo Mauricio de Freitas Felipe Henrique Feitosa da Silva Willian Maffezoli Venha ver o por do sol – Agência O Foco Thais Lima da Costa Yara Rafaela Silva Marcella Principe Ana Paula Amaro dos Santos Dayane Chagas dos Santos Jéssica Costa da Silva Mariana Moraes de Oliveira Priscila Lúcia Antoniate Jose Rildo de Santana Junior Leonardo Alcantara de Assis Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 18. Os três nomes de Godofredo O relógio de ouro – Agência – Agência Ello Fly Menções Honrosas Amanda Cordeiro Pereira da Silva Joice Marcelle Bailon Silva Cíntia Souza Ribeiro Claudia Franciele Alves de Andrade Fernanda de Faria Santos Bianca Maria da Silva Criatividade em Giovanna Erbert Nazareno Daniele Martins de Sousa Braga Soluções Cênicas Suellen Dias Sousa Ednaldo Lopes de Oliveira Junior Erika Souza Pereira Bárbara Tacila Saldanha Lira A menina e o pássaro Agência Nous encantado – Agência Kaz Há Limite? Enterro Prematuro – Agên- Leonardo Bianchi da Rocha Agência Lizard O Espelho cia Flash Vinicius Biondo Novais Agência Optima Manoela Leal Vomero Sheila Rodrigues da Silva Será a Benedita? Renan Paranhos Colferai Edilaine Guimarães dos Santos Agência Hara André Augusto Zanon Cícera Maria da Silva Os obedientes Sarah Fratelli Agência Dialog Marcel Ferreira Gonçalves Circuito Fechado – Agência A maior flor do mundo Juliana Carlin Silva Atalanta PP Agência Voice Larissa Facco Carneiro Venha ver o por do sol Felicidade Clandestina – Victor Ambrosano da Silva Agência O Foco Agência Coffee Leandro Reis Bottura Os três nomes de Godofredo Eduardo Augusto Tobita Júlio Maezato Júnior Agência Ello Claudio Bergamini Mendes Junior O relógio de ouro Thais Azevedo dos Santos Pero não Vaz – Agência Sete Agência Fly Tamara Freire de Figueiredo Publicidade e Propaganda Jefferson da Silva Castanha Gustavo Rufino de Sousa Criatividade em Ações Ana Carla Martins de Moura Sandro Ricardo Alves Junior de Marketing Mariana Aparecida Pontes Silva José Vital da Silva Filho Enterro Prematuro Diego da Silva Betioli Desenredo – Agência Reklame Agência Flash Houari Vieira de Morais 18 Mayara Silva de Freitas Alvaro Rugna Costa Bruno Gustavo Batista A maior flor do mundo Agência Voice Olimpio Alves de Sousa Junior Venha ver o por do sol Camila da Silva Reis Ana Carolina Nogueira Arini Agência O Foco Cem anos de Perdão – Agência Pimp’olho Os dentes de Berenice – Eduardo Elisio Vieira Vianna Melhor Roteiro Adaptado Agência D Status Alexander José Eduardo Martins Fernando da Paz Germano Josiane Moraes Felicidade Clandestina Juliana de Oliveira Magalhães Agência Coffee Bianca Maione Gomes Victor Moreno Ana Maria Rodrigues Lelis Luiz Henrique de Amorim Santos Fabiano Becker Arce Edmundo Andrade Gregório Stéphanie Jeniffer Nascimento Eliel Almeida dos Santos Flávia Cotrim Almeida Marcos Tadeu Bonnasorte Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 19. reconhecimento EM 2011 DEU DOBRADINHA DA CRUZEIRO DO SUL NA APP A s agências expe- músico Renato Russo, da banda A coordenação do curso muito rimentais “Sens Legião Urbana. O filme é inédito se orgulha pela conquista. “Este é Comunicação” e e os alunos vencedores acompa- um grande presente para todos nós “Moz Publicida- nharam in loco, a convite da produ- da Instituição. A dimensão desse de”, criadas pelos ção, algumas gravações da trama. prêmio é enorme para todos nós. alunos da Cruzei- Já o 2º lugar ficou com a Agên- Isso significa que os Trabalhos de ro do Sul, conquis- cia Moz Publicidade (campus São Conclusão de Curso dos alunos de taram respectivamente o 1º e o 2º Miguel), que desenvolveu um pro- Publicidade e Propaganda da Cru- lugar no Concurso de Campanhas jeto para o cliente Pizza Hut, com o zeiro do Sul são os melhores do Universitárias da Associação dos objetivo de divulgar os serviços de Estado de São Paulo, reconheci- Profissionais de Propaganda - APP. Dine-In, Pizza Express e Delivery dos pela APP Brasil”, afirma o Prof. O projeto “Somos tão Jovens”, da empresa. Ms. Carlos Monteiro, coordenador assinado pela Sens Comunica- As agências também recebe- dos cursos de Comunicação Social. ção (campus Anália Franco) re- ram as menções honrosas de me- Para a Prof.Ms. Kátia Pellicci cebeu a Garra do Galo, com a lhor Redação Publicitária - Slogan Cembrone, coordenadora Adjunta campanha desenvolvida para o (Projeto Somos tão Jovens), e de do Curso de Publicidade e Propa- lançamento do filme de mesmo melhor apresentação (aluna Pa- ganda “Este é o merecido reconhe- nome, que retrata a trajetória do mela Lima, Projeto Pizza Hut). cimento de um trabalho sério, de uma equipe que alicerça sua prá- tica em conhecimentos sólidos, orientando e exigindo dos alunos sua excelência. Leitura, pesqui- sa, análise de dados, aquisição fotos: divulgação APP de repertório levam à criação de belas e eficientes campa- nhas publicitárias”. A professora afirma ainda que a equipe con- tinuará trabalhando para formar profissionais de que nossa socie- Alunos e professores premiados no concurso da APP dade se orgulhe.
  • 20. televisão tvLuSão A Por flÁvio ataide cordei cedo, fiz a barba, escolhi uma ou apenas para serem gravados pela própria. roupa que não transmitisse um ar De dentro do carro, observo. No início era até tão formal, porém que não fosse tão engraçada toda essa curiosidade, e a sensação de informal ao ponto de transparecer “importância” por ser observado e notado apenas por imaturidade. No caminho em direção estar sentado num banco de um carro. Com o passar do ao primeiro dia de trabalho em tempo, torna-se algo comum e sem a menor importância. uma emissora de TV e a primeira Depois do trajeto, chego a uma casa bastante oportunidade de integrar um mundo profissional, até humilde na periferia da cidade de Caieiras. Casa de então, totalmente desconhecido, a ansiedade era apenas 2 cômodos, chão batido, sem revestimento e enorme. o que esperar? o que fazer? Como falar? moradores que fazem questão de, mesmo com toda Cheguei cerca de 20 minutos atrasado. Sentei e a humildade, oferecerem uma xícara de café pros percebi que os “chefes” também estavam atrasados. “homens da televisão”. Alívio. Ao chegar, a primeira coisa que ouvi de um Após a entrevista com os moradores, hora de deles é que não poderia me dar atenção, pois era dia levá-los à emissora para entregar o relatório e para corrido, dia de gravação. que passem por uma segunda entrevista. Desta vez, Nos bastidores, era tamanha correria que não sabia bastante criteriosa, para avaliar se as pessoas têm quem era funcionário e quem era convidado. Depois possibilidade de gravar e falar bem quando estiverem de pouco tempo, percebi que os convidados eram as envoltas a toda parafernália do estúdio. pessoas mais simples, que se empolgavam ao sentar Ao chegar à portaria da emissora com a humilde nas cadeiras dos maquiadores, ao trocar de figurino e senhora, a mesma começa a se emocionar, chora também ao chegar ao enorme restaurante da emissora. instantaneamente só pelo fato de ver o logo no alto do Hora da gravação. Todos entram no estúdio, prédio. Minha reação imediata é perguntar o motivo observam o cenário, luzes e os olhos brilham. Estavam das lágrimas, a resposta que tenho é direta e como se há poucos minutos de serem “famosos”, de se sentirem fosse proferida da boca inocente e dos olhos marejados “importantes”, de ouvirem aplausos que ecoavam em de uma criança: “o meu sonho era estar no SBt!” menção à apresentadora do programa e não a eles. Na emissora ela estava, porém o cachê de R$ 80,00 Durante a gravação, uma platéia que interagia, que não foi recebido. Após a entrevista avaliativa, tive a gritava adjetivos aos convidados que adentravam ao resposta de que aquelas pessoas humildes não iriam palco, adjetivos pejorativos. corresponder às expectativas do tema do programa - Gravação termina. momento de receber o cachê, expor a falta de relações sexuais do casal– o motivo que dos convidados conversarem sobre o que foi exposto me foi dado é de que aquelas pessoas não falavam bem. e quais as melhores partes do “circo” que havia sido o “não” foi dado a mim, cabia então a mim, armado. os olhos de todos ainda brilhavam, mais dar a resposta para aquelas pessoas humildes e ainda, ao receber o cachê pela participação. principalmente para a senhora que sempre sonhou 20 Muitos deles querem trocar telefone com o produtor, manter o vínculo com aquelas pessoas da televisão. em conhecer e participar de um programa de TV da emissora, que ela não servia e não era boa o muito natural, afinal não se abre uma história de vida suficiente para tal façanha. para qualquer um, geralmente as pessoas costumam Pensei, repensei e disse-lhe que ainda não tinha fazer isso com amigos. Aí, da parte deles, surge a posição sobre a confirmação da gravação com ela. pergunta: “E agora, nunca mais vamos nos ver?” Não consegui lidar com o fato de ver os mesmos Um amigo nunca diria que não. Então o olhos marejados e esperançosos tornarem-se olhos telefone é dado, mas com a resposta da pergunta tristes e decepcionados. Não acabei com a ilusão ecoando como: “Sim! Nunca mais vamos nos ver!”. da maravilha que é estar “dentro da TV”. A senhora Com o passar dos dias, uma das situações foi embora, aguardando a posição. mais corriqueiras é ouvir gritos nas ruas, quando Talvez até hoje esteja lá sentada com sua melhor o carro da emissora passeia pelos lugares mais roupa, na frente de sua casa, aguardando o dia em periféricos da cidade. Todos olham, tentam que os homens da televisão retornem e a levem para verificar se algum “famoso” está dentro do veículo viver a pedante ilusão de estar dentro da televisão, ou e também pedem para serem levados à emissora como ela mesma diz: “Viver seu sonho!” Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 21. tecnologia teLeviSão: do preto e BranCo para a 3ª dimenSão Por saMara Ketry E bruna Messias A ssis Chateaubriand foi o empreendedor modelos de televisores de Plasma, lCd e lEd dos responsável por trazer a televisão para vários fabricantes.Existem quatro tipos de técnicas que o Brasil, que passou a ser transmitida compõem a imagem 3d: Anaglifico, true 3d, Alternate- no dia 18 de setembro do ano de 1950 frame sequencing, Autostereoscopia com a TV Tupi. Naquele período, o Com essas técnicas de desenvolvimento da aparelho de televisão custava muito tecnologia 3D, cada aparelho precisa ter o seu próprio caro para quem quisesse adquiri-lo, por acessório para que a transmissão funcione conforme ser importado dos Estados Unidos. Como tudo ainda o emissor espera passar para o receptor, como por era novidade, não existia gravação em vídeo; portanto, exemplo, os fabricantes Sony, Panasonic entre outros, os programas eram ao vivo, com grande possibilidade optaram pelos óculos ativos que possuem camadas de erros que acabavam indo ao ar. LCD em suas lentes, que abrem e fecham em sincronia A televisão era formada por profissionais com a TV para criar o efeito tridimensional. Já os óculos radialistas que aprendiam com os seus próprios polarizados são usados nas salas de cinema 3D, e não erros, desenvolvendo um novo jeito de transmitir as servem para televisão. imagens, com novas idéias e trabalhos, como por E mais, cada fabricante trabalha com sua tecnologia exemplo, nos anos 1950 e 1960 a imagem era na cor 3D. Desta forma os óculos funcionam somente com preto e branco, o equipamento era quadrado, pesado a televisão da mesma marca, assim dificultando ao e com botões grandes. consumidor a variedade dentro dessa tecnologia. Já em 1972, chega ao Brasil a televisão a cores com o desenvolvimento de tv 3d sem o uso de óculos modelos mais modernos, leves e design diferenciado ainda está em discussão. Isso porque essa técnica levando ao telespectador uma qualidade de imagem fará com que o telespectador fique em uma distância surpreendente à época. do televisor e imóvel, caso contrário o efeito pode não Com o passar do tempo, a tecnologia foi avançando funcionar. e sempre com o objetivo de levar ao telespectador mais Mesmo que o telespectador compre um aparelho entretenimento e informação. o avanço da tecnologia 3D, nem todos os programas serão exibidos de modo foi tanta que chegou no mercado brasileiro a televisão tridimensional. Para que isso aconteça, a emissora com transmissão 3D. precisa captar as imagens com essa tecnologia para Um aparelho de televisão 3D possibilita ao que o equipamento funcione. telespectador assistir uma imagem em três dimensões, No Brasil, a estreia dessa transmissão já ocorre tanto através de óculos com lentes especiais, aplicando em canal por assinatura como aberto. A operadora Net técnicas específicas,ou seja, ver uma imagem em fez uma parceria com a tv Globo para fazer a primeira três dimensões significa o seguinte: hoje a imagem transmissão ao vivo em 15 de Fevereiro de 2010, e é produzida com duas dimensões, o chamado 2D, a pauta foi o desfile das escolas de samba do rio de cada d significa 1 dimensão que é a largura e a altura Janeiro. do objeto, com 3D temos três dimensões, a altura,a A Rede TV não mediu esforços para fazer história, largura e o tamanho,e o resultado do tamanho se dá tornando-se a primeira emissora em canal aberto a com o auxílio dos óculos específicos, junto com ele a transmitir conteúdo com a tecnologia 3D para os seus profundidade da cena, ou seja, com a utilização dos telespectadores em 23 de fevereiro de 2010, com a óculos com lentes azul + vermelho, vermelho + verde, exibição do programa “Pânico na TV”, considerado a um em cada olho, acaba alterando o ângulo de cada maior audiência e faturamento da emissora. Contudo, um deles, dando uma impressão de que os objetos essa nova tecnologia aos poucos se torna cada vez saltam da tela, e o telespectador sente-se como se mais aceita e desejada pelos consumidores que a estivesse na cena exibida. cada dia procuram a melhor maneira de se entreter A tecnologia 3D encontra-se agrupada nos novos com a melhor imagem disponível no mercado.
  • 22. O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS Por MARIANA FERREIRA DA SILVA E TIAGO DO NASCIMENTO SANTOS O 3D ainda impressiona os olhos dos gerando assim o 3D. Infelizmente, essa tecnologia mais experientes, quando o quesito é ainda não está disponível para cinemas. Apenas alguns cinema. Cada vez mais abusando de videogames (Nintendo 3DS) e aparelhos de televisão efeitos especiais de última geração, (LED e Plasma) possuem esse sistema. os filmes hollywoodianos abriram as Mas, onde o Brasil entra nessa história toda? Bem, janelas de seu fantástico mundo para o Brasil acaba de lançar seu primeiro, exatamente, a nossa realidade, ou pelo menos primeiro longametragem em 3D. O filme “Brasil fizeram nos sentir mais próximos dele. E proximidade é Animado”, 2010, de Mariana Caltabiano, mistura a palavra certa quando estamos falando da tecnologia imagens reais do país com personagens animados, de projeção de imagens em duas dimensões que dão mas não promete lotar as salas de exibição. a ilusão de terem três. Felizmente, a situação do Brasil quanto à sua Engana-se aquele que acredita que essa tecnologia qualidade de produção não pode ser questionada frente é recente, ou mesmo de origem moderna. Esse tipo ao grande trabalho de Carlos Saldanha. O carioca foi de sistema existe desde o século XIX, quando o co-diretor de “A Era do Gelo”, e diretor de “A Era do Gelo primeiro filme em 3D, “The Power of Love”, 1922 (O 2” e “A Era do Gelo 3”. Agora, Saldanha apresentou Poder do Amor) entrou em cartaz. Entretanto, essa sua produção “Rio” (2011), em 3D. Mesmo sendo uma é uma tecnologia em constante ascensão, ou seja, produção da 20th Century Fox, os brasileiros sentem- velha,mas atual. se orgulhosos por saberem que um compatriota está Enquanto, em meados do século passado, quando o tão diretamente ligado a um filme que já arrecadou 3D se popularizava com grandes sucessos de bilheteria mais de U$ 300 milhões em todo o mundo. como “A Casa de Cera” e “Dá-me um Beijo”, as pessoas O Brasil ainda está engatinhando no mercado de precisavam daqueles óculos azuis e vermelhos (3D produções em 3D, mas, mesmo assim, esperamos ver anáglifo, imagem ou um vídeo formatado de maneira em breve grandes produções nacionais explodindo tela especial para fornecer um efeito tridimensional afora pelas salas de todo país. estereoscópica), que enjoavam e doíam os olhos, Hoje, sentar-se em frente a uma tela de cinema e hoje já existem tecnologias que dispensam todo e esperar que o filme salte do telão em nossa direção qualquer tipo de óculos para assistir imagens em 3D. é quase tão comum quanto abrir os olhos ao acordar. O 3D mais popular hoje em dia é o tipo chamado Os filmes em 3D estão espalhados por todo o polarizado (ou passivo). O princípio de formação planeta, encantado milhões de pessoas, mas sem a de imagem é exatamente o mesmo do tipo anáglifo. fuga de pouco mais de trinta pessoas que assistiram A diferença é que não há a necessidade de lentes “A Chegada do Trem na Estação” no final do século coloridas para bloquear determinados tons coloridos, XIX. O 3D revolucional a ida ao cinema, tornando o 22 assim a fidelidade de cores é muito maior. O 3D polarizado gera duas imagens projetadas que são emitidas em ângulos distintos. Nos óculos, as lentes filme mais interativo para o público. E que público! De acordo com o Ministério da Cultura, cerca de 25 milhões de brasileiros vão ao cinema pelo menos têm tons âmbar pouco diferentes uma do outra e são uma vez ao mês. E isso ainda é pouco, pois só diz compensadas com uma camada escura, que o deixa respeito à 14% da nossa população. Entretanto, a parecido com um óculos de sol. gama de produção nacional é pequena se comparada Existe ainda, o 3D chamado Barreira Paralaxe, que a países como Estados Unidos e Inglaterra. Quanto nada mais é do que o sistema de projeção de imagens à produção de filmes 3D brasileiros... Bem, antes do em 3D que dispensa o uso de óculos. O funcionamento último 21 de janeiro, o Brasil jamais havia filmado um dela é similar ao dos óculos polarizados. A diferença é longa-metregem em 3D. O filme “Brasil Animado” é o que todo o processo é feito em uma barreira colocada primeiro filme 3D brasileiro e não promete levar milhões sobre a tela. As duas imagens produzidas são às salas de exibição para assisti-lo. entrelaçadas simultaneamente. Graças à barreira de Torcemos pelo mercado nacional de produções paralaxe, que nada mais é que uma espécie de filtro, em filmes 3D a partir de agora, esperado ver muitas as imagens são divididas em ângulos diferentes, sendo mais produções nesse estilo de filmagem, com grande percebidas de maneira distinta por cada um dos olhos, enredos e com a qualidade dos grandes de Hollywood. Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 23. YoutuBe, um paSSaporte para a teLeviSão Por rodolPho santana da costa E vinicius de arauJo labonia reis C om a Internet podemos fazer várias que é uma variante de weblogs cujo conteúdo principal coisas como, por exemplo, nos consiste em vídeos. Com estrutura geralmente similar comunicar com uma pessoa do outro à de weblogs e fotologs, possui atualização frequente lado do mundo, trocar arquivos entre e constitui-se como um site pessoal, mantido por uma outras coisas. Antigamente, para poder ou mais pessoas. os vídeos são exibidos diretamente assistir a um vídeo era necessário fazer em uma página, sem a necessidade de se fazer o download do arquivo de vídeo e assistir download do arquivo. Alguns vlogs norte americanos a partir de um software de vídeo, como por exemplo, o famosos mundialmente foram de ray William Johsson, Windows media Player. Porém, existia a possibilidade Brooke Brodack, Lucas Cruikshank, Shane Dawne e o de ver alguns vídeos online por meio do programa brasileiro-americano Joe Penna. chamado Flash, um software primariamente de gráfico Brooke Brodack, de acordo com a revista New vetorial - apesar de suportar imagens bitmap e vídeos yorker, foi considerada a primeira estrela youtube. Seus - utilizado geralmente para a criação de animações vídeos fizeram tanto sucesso que ela chegou a assinar interativas que funcionam embutidas num navegador um contrato com a NBC para fazer alguns vídeos no web. o uso do Flash também serve para desenvolver programa “it’s you Show tv’’. jogos e fazer websites. outro que fez sucesso é o jovem ator lucas No ano 2000, já era possível ver algumas dessas Cruickshank, criando um personagem fictício chamado animações na televisão, como por exemplo, as do site fred, de 6 anos, que fica contando sobre sua vida. “charges.com.br”, criado por Maurício Ricardo, que o sucesso foi tanto que ele fez ponta em seriados ficou conhecido na internet por suas animações de americanos infantis como “iCarly” e “hannah montana” humor, sobre política, futebol e o cotidiano do brasileiro, e recentemente produziu seu filme “fred: the movie”, chegando a fazer animações para o “Domingão do especialmente para ser exibido no canal infantil faustão” e o reality show “Big Brother Brasil”, ambos Nickelodeon. A exibição atraiu a audiência de 7,6 da emissora rede Globo de televisão. milhões de tespectadores. foi quando, em 2005, Chad hurley, Steve Chen e o brasileiro Joe Penna, conhecido pela internet Jawed karim fundaram o youtube, um site que permite como “mysteryGuitarmen”, nasceu em São Paulo, que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos mas se mudou para o Estados Unidos há uns 11 em formato digital, ou seja, permite assistir vídeos em anos. E virou uma celebridade no youtube, largando a sua própria página. faculdade de medicina para se dedicar a seus vídeos. A ideia de criar o youtube surgiu por conta deste Joe Penna virou o garoto propaganda da operadora modo de compartilhar arquivos de vídeo. “Estávamos de celular Vivo, fora as várias palestras e aparições em um jantar em janeiro de 2005, onde fizemos mundiais na televisão, até mesmo aqui no Brasil, Joe arquivos digitais. No dia seguinte, não conseguíamos teve um quadro no Fantástico. enviá-los por e-mail e demoramos muito para colocá- Já no Brasil, esse sucesso de vlog e vídeos de los na Internet. Pensamos que deveria haver uma forma humor começaram a virar febre quando o colorista PC mais fácil de fazer isso”, afirmou hurley, em entrevista Siqueira, resolveu fazer vídeos caseiros falando de à revista norte-americana “Fortune”. sua vida e outras coisas de que gostava. Atualmente Com isso, vários usuários do site começaram a ele tem um blog um programa na MTV. Ronald Rios mostrar seus talentos. os usuários norte-americanos é outra celebridade do youtube que agora tem um foram os que começaram a fazer vídeos de humor, que programa na rádio Jovem Pan e um na MTV. consistia apenas fazer um curta e outro meio que era o youtube, a cada dia que passa, está virando ficar de frente da câmera falando sobre o que vinha uma plataforma que funciona como vitrine de novas na cabeça, esses vídeos ficaram conhecido como vlog, promessas para o mundo televisivo.
  • 24. pesquisa Como andam aS produÇõeS CuLturaiS na tv aBerta BraSiLeira? nUm PAÍS Com CErCA dE 30% dE AnAlfABEtoS fUnCionAiS E Com 1/3 doS JovEnS Com idAdE EntrE 18 E 24 AnoS qUE não frEqUEntAm ESColAS do EnSino médio, A tElEviSão ConSEGUE imPor Ao UnivErSo dAS fAmÍliAS tUdo AqUilo qUE SE ProJEtA no vÍdEo. O Por viviane Mendes s impactos sociais da televisão no consideração o artigo 221 da Constituição Federal Brasil e no mundo têm despertado Brasileira. o interesse e chamado cada vez Lembremos o artigo 221. A produção e a programação mais a atenção de estudantes e das emissoras de rádio e televisão atenderão aos pesquisadores, certamente devido seguintes princípios: a seu forte poder de influência em i – preferência a finalidades educativas, artísticas, muitos aspectos da vida cotidiana. culturais e informativas; Em menos de quatro anos, o vídeo transformou a face II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo do país, modificou seus hábitos, seus costumes, suas a produção independente que objetivo sua divulgação; crenças, impôs alterações na cultura, estabeleceu III – regionalização cultural, artítica e jornalística, parâmetros de comportamento, afetou a economia, conforme percentuais estabelecidos por lei; isso tudo através da publicidade que se tornou uma IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa atuante ferramenta de bens de serviços e consumo e da família. através da televisão. Infelizmente, em nosso dia a dia, não nos damos Há mais de seis décadas, a televisão se transformou conta que a TV aberta brasileira é falha quando se em uma das principais fontes de informação e trata desses princípios. Saímos cedo pra trabalhar, notícia, para as mais várias classes sociais. Para voltamos tarde, as nossas crianças passam boa parte muitos, ela tem sido sua única fonte de informação e do tempo na frente da televisão, não nos preocupamos entretenimento.é fato que vivemos em um país com com os conteúdos apresentados e menos ainda com um alto índice de analfabetismo, com uma grande os números, que mesmo indiretamente são expostos 24 diferença de classes sociais e constantemente em busca de educar para a cidadania. Daí a importância diariamente em nossas casas. Desta forma, faz-se necessário um olhar cada vez mais crítico em relação dos meios de comunicação; rádio, televisão, revista, aos meios de comunicação. jornais, internet, entre outros, contribuírem com ações A televisão, há tempos, faz parte do cotidiano, da que visem promover a educação de cidadãos comuns. nossa família e, devido a seu forte poder de influência, Um artigo que desenvolvi durante minha primeira deveria contribuir com conteúdos voltados a ações de graduação, de jornalismo, aqui na Universidade educação e cidadania. Vale lembrar que a educação Cruzeiro do Sul, intitulado “Educação e cidadania na questionada, não se refere ao aprender ler e escrever, mídia: um estudo da grade de programação da TV mas sim no que diz respeito a formar cidadãos dignos aberta brasileira”, que visou analisar a programação de conviver pacificamente uns com os outros dentro de das principais emissorastv Globo, SBt, tv record, um contexto de cidadania. rede tv, tv Gazeta e tv Cultura, entre setembro de o estudo da grade de programação da tv aberta 2007 a setembro de 2008, registrou números nem tanto brasileira a qual me referi registrou um total aproximado surpreendentes, porém preocupantes se levarmos em de 664 programas distribuído da seguinte forma: Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
  • 25. Porcentagem por Emissora ToTAL DAS ProDuÇÕeS Por CATeGoriAS Globo 1º entretenimento – 408 programas / Equivale a 62%. Cultura 2º informação – 127 programas / Equivale a 19%. 23% 18% 3º outros – 56 programas / Equivale a 8%. 4º Publicidade – 37 programas / Equivale a 6%. Gazeta 5º educação – 36 programas / Equivale a 5%. SBT 7% 15% enquanto ficamos parados, os meios de comunicação RedeTV foram crescendo e se articulando, garantindo sua Record presença cada vez mais dentro da nossa sociedade. 12% Band 10% diante dos conflitos apresentados na tv aberta 15% brasileira, é possível dizermos que a TV aberta brasileira está carente de uma identidade? Para o jornalista José DiSTriBuiÇÃo DAS Carlos Aronchi, “A TV aberta brasileira está buscando CATeGoriAS Por emiSSorAS uma identidade, porque está em meio a um vendaval, uma transformação, que é a migração do sinal analógico TV GLoBo –123 programas, sendo que: Entretenimento para o digital, a TV está em um momento de transição (85), informação (16), Educação (11), Publicidade (1) e e muitas outras exigências estão em pauta”, afirma. outros (10). Sendo assim, podemos concluir que tanto a migração SBT –100 programas, sendo que: Entretenimento (91), do sinal, quanto a nova classificação indicativa da faixa informação (7), Educação (0), Publicidade (2) e outros (2). etária da programação, as alterações nas políticas TV reCorD – 69 programas, sendo que: 47 públicas, tudo isso faz com que a televisão tenha que Entretenimento, 13 informação, 0 educação, 1 publicidade se adequar a essa nova era. e 8 outros. Por outro lado, não podemos deixar de ressaltar TV BAnDeirAnTeS – 98 programas, sendo que: 63 que a TV aberta comercial tem como objetivo o lucro Entretenimento, 16 informação, 0 educação, 2 publicidade do empresário/empresa. Apesar de a televisão ser e 17 outros. um serviço público, hoje ela não atende devidamente reDe TV – 77 programas, sendo que: 33 Entretenimento, há esses interesses públicos, e sim atende mais ao 17 informação, 0 educação, 15 publicidade e 12 outros. interesse do empresário/empresa. Segundo Aronchi, “a TV GAzeTA – 44 programas, sendo que: 10 televisão comercial aberta visa o lucro do empresário, Entretenimento, 15 informação, 1 educação, 15 desta forma ela procura audiência, então quando ela publicidade e 3 outros. TV CuLTurA - 151 programas, sendo que: 79 cria um programa, ela cria pensando em uma falha de Entretenimento, 43 informação, 24 educação, 1 audiência de sua grade, ou então na falha de audiência publicidade e 4 outros. de um concorrente que merece um investimento em um determinado horário pra poder competir com um São vários os estudos e pesquisas que mostram produto de melhor qualidade”. que o tempo que se gasta diante da TV é maior que o Convido a todos os profissionais, estudantes tempo gasto dentro de uma sala de aula e também em de graduação, pesquisadores e comunicólogos a relação ao tempo que os pais passam com seus filhos. refletir sobre este meio de comunicação altamente A televisão está substituindo as funções de cada um influente que é a televisão. façam isso de forma a não desses membros, ela tem sido ponto de referência na esquecer de que estamos falando de uma televisão organização da vida familiar, pois, a todo instante e a comercial aberta que depende de patrocinador, e, qualquer hora do dia, ela está disponível, oferecendo consequentemente, busca audiência. Sendo assim, companhia a quem quer que seja, adulto, criança, produzir conteúdo de qualidade, buscando uma idoso, homem, mulher, sem distinção de cor ou raça. audiência ampla e qualificada, é o grande desafio de é necessário enfrentarmos a discussão, perceber que quem faz televisão.