O artigo descreve o Jornalismo em Quadrinhos (JQ), uma modalidade jornalística que usa quadrinhos como forma de linguagem. O JQ surgiu na década de 1980 quando um fotógrafo francês optou por narrar em quadrinhos eventos humanitários no Afeganistão. Embora reconhecido como gênero nos anos 1990, o JQ ainda enfrenta desafios como pouca difusão na grande mídia. O texto também apresenta a opinião de especialistas sobre o JQ.
Palavra do Pró-Reitor de Graduação sobre comunicação
1.
2.
3. palavra do pró- reitor de graduação
Desde os primeiros empreendimentos que marcaram sua trajetória
ao longo dos 40 anos de atuação, consolidando-se entre as melhores
instituições educacionais privadas do país, a Universidade Cruzeiro do
Sul renova e amplia uma das características que assinala sua identidade:
a interlocução com as comunidades, interna e externa.
No desenvolvimento desse diálogo, conta com a atuação dos cursos
da área da Comunicação – Jornalismo, Publicidade e Propaganda,
Rádio, TV e Internet e Relações Públicas, congregando equipes
docentes e discentes, com produção teórico-prática relevante, com o
intuito de difundir o pensamento e a ação da Universidade Cruzeiro do
Sul à sociedade em geral.
Destaque-se que, nos caminhos trilhados pelos cursos da área da
Comunicação, oferecidos pela Cruzeiro do Sul desde 1994, muitos
foram os trabalhos que consolidaram a expressão dessa instituição,
Prof Dr. particularmente, no campo da extensão universitária: centenas de
Luiz Henrique Amaral projetos de conclusão dos cursos colocando em interlocução alunos,
Pró-Reitor de graduação professores e organizações de nossas comunidades, dezenas de
prêmios concedidos por renomadas entidades e associações de classe,
ressaltando a qualidade de trabalhos acadêmicos que mantiveram o
olhar e a ação voltada para especificidades dos mercados e seus atores, trabalhos que, ao longo dos últimos
anos, qualificaram a formação dos futuros profissionais das respectivas áreas, bem como expressaram
ideias e trabalhos das gerações de profissionais e futuros profissionais que se encarregam de ressignificar
o diálogo nesse novo tempo em que o próprio conceito de comunicação alcança outras dimensões, em
especial, a dimensão humana, para além da técnica.
Assim como se pode ressignificar o diálogo, tendo em vista seu maior alcance e efetividade,
tanto no meio acadêmico quanto nas demais dimensões de nossa sociedade, pode-se também
renovar os meios para a veiculação das informações que retratam a ação universitária, a exemplo da
Revista Código, produto dos cursos da área da Comunicação, cuja edição inicial temos o prazer de
apresentar. Assim, com o lançamento do número 1 da Código, anunciamos a implementação de novos
meios de comunicação que, por intermédio dos cursos acima relacionados, a Universidade coloca
à disposição da comunidade acadêmica, integrando, além da revista, a Rádio e TV Código na web.
Nesse grato momento de ampliação das oportunidades de interlocução entre a Univesidade Cruzeiro do
Sul e a sociedade, relembramos e homenageamos a figura querida e saudosa do Prof. Gilberto Padovese,
um dos fundadores do Grupo Educacional Cruzeiro do Sul e defensor do diálogo educativo inclusivo que
marca a trajetória da Cruzeiro do Sul em seus 40 anos de existência. Temos a certeza de que esse veículo
congregará, mais uma vez, alunos, professores das diversas áreas do conhecimento e as comunidades da
Universidade Cruzeiro do Sul, reafirmando o espírito universitário e o ideal de educação superior que nos
deixou como seu maior legado.
4. coordenador dos cursos
de comunicação social
reitora
Profª. Drª. Sueli Cristina Marquesi
Pró-reitor de Graduação
Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral
Pró-reitor de Pós-Graduação
e Pesquisa
Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte
Pró-reitora de extensão
e Assuntos Comunitários
Prof. mS. CArLoS monTeiro Profª. Drª. Janice Valia de Los Santos
Coordenador dos cursos de Jornalismo, Publicidade e
Propaganda, Rádio, TV e Internet e Relações Públicas Coordenador dos Cursos
de Comunicação Social
o Brasil passa por um momento histórico, muito privilegiado em Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro
relação às nações desenvolvidas. Ações políticas e uma sociedade
mais esclarecida e consciente de sua atuação no cenário geral do país Coordernadores Adjuntos
proporcionaram a fase de otimismo econômico e social que vivemos Jornalismo
hoje. Em 512 anos como nação organizada, esse momento atesta Profª. Drª. Flávia Serralvo
Publicidade e Propaganda
nossa certeza de que a comunicação é um instrumento primordial Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone
para o avanço de uma sociedade. Dos 192 milhões de habitantes rádio, TV e internet
presentes em 5561 municípios brasileiros, os meios de comunicação Prof. Ms. Bruno Tavares
estão ali presentes pela web, TV (aberta e fechada), rádio, mídia relações Públicas
impressa, muitas rádios de poste e alto falantes móveis e fixos. Profª. Drª. Angela Fernandes
Considerando este cenário, o leitor faz uma reflexão rápida e
conclui que o acesso é fácil, mas grande parte do conteúdo ainda é de
qualidade frágil e questionável. Pura verdade. Nosso país retomou a
democracia apenas em 1985, depois de 20 anos de desenvolvimento
econômico fictício e a intelectualidade amordaçada. felizmente, maio de 2012 | Ano 1 | número 1
Tiragem: 1.000 exemplares
retomamos o desenvolvimento com liberdade. Aqui, em nossos
cursos e em nossa universidade, temos absoluta certeza de que editor de Conteúdo
Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro
investir em capacitação e qualidade na formação de profissionais de MTb 26.935/SP
comunicação é lucro líquido para o país e para nossos alunos. Já Jornalista responsável
somos a sexta economia mundial, com previsão do Bando Mundial Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo
de alcançarmos a quinta posição em 2020. Nossa geração está no MTb 65.521/SP
momento certo e na hora certa. E, como profissionais de comunicação, editora de reportagens
Profª. Ms. Regina Tavares
somos atores com grande janela de oportunidades no Brasil. Nossa idealização
revista é um elemento que reflete o trabalho competente de nossa Prof. Ms. Bruno Tavares
equipe de professores, pró-reitores, reitoria, corpo de profissionais Diagramação
administrativos e nossos alunos. Juntos, buscamos constantemente Eduardo vianna
a excelência da formação profissional consciente de que estamos Capa
Eduardo vianna
trabalhando em nossa universidade, pelo avanço do país e da Profª. Ms. Rita Jimenez
sociedade, como fizeram nossos irmãos brasileiros que lutaram revisão
para nos proporcionar esta liberdade de expressão e perspectivas Profª. Drª. Flávia Silveira Serralvo
profissionais. Juntos, Jornalistas, radialistas, relações Públicas e Profª. Ms. Kátia Pellicci Cembrone
Publicitários, temos nas mãos a oportunidade de contribuir com o impressão
rettec Artes Gráficas e Editora
crescimento do Brasil, para nós e para as gerações vindouras. Esta (11) 2063-7000
é a proposta da Revista Código e da Universidade Cruzeiro do Sul.
Vamos em frente!
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
5. sumário
6 - Jornalismo em quadrinhos
30 - EU, MÍDIA?!
40 - De malas prontas
54 - Realidade revista
64 - Dance conforme a música: os novos caminhos da indústria fonográfica
68 - Detóx digital
70 - Time de comédia
76 - Telenovelas: uma paixão nacional
10 - Sentidos em todos os sentidos
19 - EM 2011 DEU DOBRADINHA DA CRUZEIRO DO SUL NA APP
44 - Agência Experimental do Curso de Publicidade trabalha em parceria com o filme
Somos tão Jovens
79 - Oh, my god!
20 - Tvlusão 47 - Cores de Burton
21 - Televisão: do Preto e Branco para a 3ª 48 - A evolução da Sétima Arte
Dimensão 49 - Cinema Brasileiro e sua evolução
22 - O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS 58 - OS CASSETAS DO PLANETA
23 - Youtube, um passaporte para a 59 - A Tecnologia 3d na televisão
televisão brasileira
24 - Como andam as produções culturais na 66 - Qual é a marca do FM?
TV aberta brasileira? 67 - TV NO METRÔ DE SÃO PAULO
34 - O microfone de Silvio Santos 74 - A Indústria do Social
46 - Cinema de Vanguarda 75 - A Sonorização
26 - Relações Públicas nas organizações
contemporâneas
36 - O Olhar e a voz da comunidade
38 - O desafio corre nas veias
50 - Formação para o mercado e a pesquisa: o papel do TC em RRPP
60 - planejamento e criatividade em relações públicas
6. reportagem
6
JORNALISMO EM QUADRINHOS
ENTENDA O QUE É JORNALISMO EM QUADRINHOS (JQ) E DE QUE
FORMA ELE TRANSFORMOU E IRÁ TRANSFORMAR, AINDA MAIS,
A REALIDADE DA IMPRENSA.
foto: AdriAno AlvES
Por adriano alves, andressa Moura, caroline féria, feliPe leandro, luMa carla, Mariana
barbosa, renata Pereira E rÔMulo queiroz
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
7. E
m um contexto so- uma forma diferente de linguagem ção para o espaço jornalístico, que
cial onde os heróis de informação. “Jornalismo é jorna- pelo fato de estar utilizando junta-
modernos não pos- lismo, e Jornalismo em quadrinhos mente texto e imagem, fez com que
suem superpoderes é simplesmente transpor as práticas a narrativa se tornasse mais ágil e
para salvar o mundo tradicionais de jornalismo para uma de mais rápido entendimento”, es-
de terríveis vilões, nova mídia. A prova máxima disso clarece.
cidadãos sobrevi- é que se tem vários gêneros dentro o reconhecimento do Jornalis-
vem à rotina imposta pelo mundo dele: artigo, resenha, notícia, repor- mo em quadrinhos como gênero
globalizado e os imprevistos coti- tagem e outros”, afirma neco. veio anos mais tarde. Em 1992, o
dianos. Daí nasce uma vertente do sueco Art Spiegelman recebeu um
jornalismo capaz de cumprir com o iníCio Prêmio Pulitzer (principal premia-
objetivo essencial da profissão, o Este estilo jornalístico surgiu ção jornalística do mundo) por sua
de informar, juntamente com a prá- em meados da década de 1980, obra Maus, em que retrata a histó-
tica de reproduzir visualmente as quando o fotógrafo francês Didier ria de seu próprio pai, que sobrevi-
vitórias e os desafios desses perso- Lefèvre acompanhou ações hu- veu aos horrores do holocausto. Já
nagens. manitárias no Afeganistão e não em 1996, o maltês Joe Sacco, prin-
o Jornalismo em quadrinhos, ou conseguiu exprimir em fotos o que cipal nome do Jq até os dias atu-
também chamado de Jornalismo tinha para contar, optando, assim, ais, criou o termo “Jornalismo em
Gráfico, é uma modalidade jornalís- por narrar os acontecimentos por quadrinhos” para definir sua obra,
tica que utiliza os quadrinhos como meio de quadrinhos que consiste, em grande parte, na
forma de linguagem. é importante Segundo o Prof. Dr. Waldomiro cobertura de guerras.
ressaltar que outros elementos vi- vergueiro, coordenador do obser-
suais como charges, cartoons, tiri- vatório de histórias em quadrinhos oBStáCuLoS
nhas ou infográficos não estão in- da Universidade de São Paulo Como um dos principais desa-
seridos em seu conceito. (USP), o nascimento do Jq vem fios do Jq, o jornalista leandro
Na opinião do Doutorando em Ci- em um momento cultural no qual a Dóro salienta a pouca difusão que
ências da Comunicação Juscelino sociedade já havia reconhecido os o estilo tem perante a grande mídia.
neco, o Jornalismo em quadrinhos quadrinhos como sendo algo capaz “nos últimos anos, o Jq até vem
não deve ser considerado um gê- de tratar de assuntos de profundida- ganhando um espaço maior e um
nero à parte do jornalismo, apenas de. “o que ocorreu foi uma adequa- número considerável de adeptos,
augusto paim
Graduado em jornalismo pela Universidade federal de Para Paim, fazer Jornalismo em quadrinhos trata-se
Santa Maria (UFSM) em 2007, atualmente Augusto Paim mais de preferências pessoais do que de modificar os
cursa o Mestrado em Teoria da Literatura pela PUC-RS e padrões vigentes na profissão. “não creio que seja pos-
atua como jornalista cultural e assessor de imprensa. sível revolucionar o jornalismo. trabalho com Jq por-
Fundador de um grupo nacional de discussão on- que gosto e me realizo profissionalmente. Acredito, sim,
line sobre Jq, em 2009 ele traduziu a obra Johnny que essa possa ser uma ferramenta de linguagem que
Cash – uma biografia, do quadrinista alemão rei- acrescente ao jornalismo, tornando-o mais hipertextual
nhard Kleist. No ano seguinte foi curador e organiza- e interessante, principalmente em mídias online”, afirma.
dor do i Encontro nacional de Jornalismo em qua- o quadrinista acredita ainda que o domínio de téc-
drinhos, realizado no rio Grande do Sul. neste ano, nicas de desenho e capacidade de orientação aos
publicou no site holandês Cartoon Movement, espe- cartunistas seja fundamental para bons resultados
cializado em reportagens em quadrinhos de todo o dentro do Jq. “o profissional que faz Jq tem que es-
mundo, a primeira parte da obra Inside the Favelas, tar acostumado com os conceitos e a linguagem que
realizado juntamente com o desenhista MauMau, e serão utilizados para guiar o trabalho dos desenhis-
que retrata a rotina do Complexo de Favelas do Ale- tas; eles não são jornalistas, não estão acostumados
mão após as ações de ocupação da Polícia Militar. a trabalhar com o conceito de reportagem”, alerta.
8. mas conheço profissionais atuan-
joe Sacco tes no mercado que desconhecem
completamente este estilo. Acredi-
quando o assunto é Jornalis- to que isso se deve, em parte, ao
mo em quadrinhos, o nome de fato do pouco destaque dado ao
Joe Sacco é unanimidade entre Jq pelas instituições de ensino e
os estudiosos do segmento em à relutância dos veículos, princi-
todo o mundo. Nascido em Mal- palmente nos de pequeno porte,
ta e formado em jornalismo pela em separar recursos para utilizá-lo
Universidade de oregon, nos Es- em suas edições impressas e onli-
tados Unidos, é considerado pre- ne.” Dóro ainda salienta o fato de
cursor do estilo desde o sucesso que apenas mídias especializadas
de sua obra Palestina, de 1996, garantem espaço contínuo à área.
que retrata os horrores da guerra outro ponto polêmico deve-se
na região. Sacco ainda desenhou ao fato de muitos leitores ainda
suas passagens por outras zonas não possuírem segurança em rela-
de batalha, como Sarajejo, Gora- ção à credibilidade do Jq, fato que
zde, iraque e faixa de Gaza, que é contestado pelo repórter Audaci
lhe garantiram vários prêmios. Junior. “não concordo com isso. o
Para Juscelino Neco, a importân- New Journalism não se utiliza de
cia de Sacco para o Jornalismo “jQ é simplesmente transpor as prá-
elementos literários para compor
em quadrinhos deve-se ao fato ticas tradicionais para uma nova mí-
seus textos? não há uma série de
de seu estilo ainda ser único na dia”, afirma Neco
elementos virtuais que auxiliam no
área. “Até hoje não existe um mo- jornalismo deflagrado na internet?
delo de grande reportagem igual E a própria fotografia no jornalis-
ao que ele fez. quando você mo? Por que seria diferente com
pensa em reportagem em qua- o Jq?”, indaga o profissional, que
drinhos, não há nenhum equiva- acredita que a função de desenhar
lente, não há outro autor que fez - que teoricamente não se encaixa
reportagens longas da mesma ao perfil do jornalista - possa contri-
maneira. Particularmente, acredi- buir com uma visão negativa do Jq.
to que em sua obra haja muitos Já para Augusto Paim, um dos
elementos autobiográficos, mas principais difusores da modalidade
eles funcionam justamente como no país, é a capacidade técnica que
uma alavanca para a credibilida- constitui o maior empecilho para a
8 de”, afirma.
Na opinião de Audaci Junior, é
expansão do Jq. “é preciso conhe-
cer e dominar a linguagem tanto do
a constante atividade jornalística jornalismo quanto dos quadrinhos.
de Sacco que o faz ser reconheci- Muitos trabalhos pecam por não
do dentro de sua área de atuação. terem comprometimento ou com
“Ele não foi o primeiro a levantar um ou com outro, é preciso saber
a bandeira do Jq, mas é o mais mesclar as duas áreas”, acredita. fotoS: AndrESSA moUrA
ativo no gênero. é dele também
a conquista dos maiores avanços Futuro
técnicos neste campo, por isso Com o ritmo de vida cada vez
que, para se entender o Jornalis- prof. dr. Waldomiro vergueiro, coor- mais agitado mesmo fora de gran-
mo em quadrinhos, é essencial denador do observatório de histórias des metrópoles e o acesso fácil e
falar sobre Joe Sacco”, conclui. em Quadrinhos da uSp rápido a qualquer tipo de informa-
ção adquirido pelas novas tecnolo-
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
9. gias, o Jq é apontado não como um de comunicação, o Jornalismo em
substituto, mas como uma soma quadrinhos se tornará, de uma for- fique ligado!
ao modelo vigente de informação, ma ou de outra, uma técnica utilizada
como assegura vergueiro. “Esse a fim de atrair público leitor”, explica. quer conhecer um pouco mais
contexto ajuda a popularidade do Audaci, no entanto, não é tão sobre Jq, sob o olhar de nossos
jornalismo em quadrinhos. No jornal otimista, principalmente quando entrevistados? Então, acesse:
tradicional, a própria diagramação se trata de Jq em território na-
do jornal já é diferente do mode- cional. “Não tenho muitas espe- Audaci Junior
lo de vinte anos atrás exatamente ranças em relação ao futuro dos www.hqemhq.com
para atender a esse novo tipo de quadrinhos. Já houve momentos Augusto Paim
leitor, que está a todo o momento www.augustopaim.com.br
piores, mas, mesmo assim, o qua- Juscelino Neco
tendo o contato da realidade por
dro está longe de ser considerado www.massacredepelucia.word-
meio de mensagens que ele rece-
satisfatório, especificamente no press.com
be no celular, no twitter. o Jorna-
lismo em quadrinhos será apenas Brasil. Ainda assim, devemos tra- Leandro Dóro
var a luta da divulgação como o www.contosemquadrinhos.blogs-
mais um passo”, prevê o docente. pot.com
Dóro acredita que, em um futuro mestre mineiro Flávio Colin, que
www.jornalismoemquadrinhos.
próximo, o Jq será utilizado como morreu há 10 anos sem concreti-
blogspot.com
diferencial de mercado. “Através da zar seu sonho de profissionalizar leandromalosidoro.blogspot.com
imensa concorrência entre os meios o quadrinista brasileiro”, protesta.
confira uM trecho de Juventude - teMPo de crescer, Por auGusto PaiM
divUlGAção
10. interdisciplinar
Sentidos em todos os sentidos
Por Profª Ms. KÁtia Pellicci Cembrone
A
s apresentações do Projeto “Sen- Profissional em Propaganda. As agências elaboraram
tidos”, interdisciplinar desenvolvido estratégias de comunicação para promoção do produto
no 2º/3º semestre do Curso de Pu- cultural (exploração do 4º P do Marketing) pensando
blicidade e Propaganda, surpreen- em seus públicos específicos. Também conheceram a
deram os participantes do EnCom legislação que regulamenta a propaganda para ade-
2011. Em quatro dias de apresen- quação das estratégias criadas.
tações nos auditórios dos Campi A partir do planejamento, passaram a desenvolver,
São Miguel e Anália Franco, pudemos assistir a belíssi- então, um trabalho de composição textual - textos ver-
mos espetáculos elaborados com competência e criati- bais e extra-verbais em diálogo na produção de mate-
vidade pelas agências experimentais. rial gráfico e audiovisual para a divulgação do espe-
O projeto aborda os conteúdos trabalhados em dife- táculo, sob a orientação dos professores de Redação
rentes disciplinas do curso de forma integrada, favore- Publicitária I, Design e Criatividade e Psicologia do
cendo a habilidade de articulação entre os saberes na Consumidor. Criaram também uma peça especial para
atuação profissional. Em 2011, foi proposta às agências o lançamento e perceberam a importância do diálogo
a leitura de contos consagrados da literatura universal entre o planejamento, a mídia e a criação publicitária.
e, baseada nestes contos, a montagem de espetáculos Finalmente, as agências divulgaram seus espetáculos.
cujas performances durassem no máximo 10 minutos. As encenações aconteceram na Semana do En-
10 A primeira etapa deste trabalho ficou, portanto, por
conta das disciplinas Linguagens em Comunicação e
Com, com grande público presente – o que demonstrou
a eficiência das estratégias de propaganda e marketing
Redação Publicitária I, que orientaram a leitura do texto adotadas. Em suas performances, as agências atin-
literário proposto para o trabalho da agência e a adap- giram o principal objetivo do trabalho: mexer com as
tação do conto para o espetáculo a partir da interpreta- sensações do público, fazendo-o rir, chorar, enfim, se
ção do texto literário lido. Também nesta etapa, os alu- emocionar. Cores, formas, gestos, sons, aromas, pa-
nos estudaram a estrutura da sinopse para divulgação lavras... uma soma de códigos selecionados e organi-
do espetáculo em revistas e cadernos de cultura. zados para criar efeitos de sentido, como diria Arnaldo
A segunda fase do projeto consistiu no Planejamen- Antunes, “sentidos em todos os sentidos”¹.
to de Marketing, envolvendo as disciplinas Introdução Confira, a seguir, artigos sobre alguns desses exce-
ao Marketing, Psicologia do Consumidor e Legislação lentes trabalhos produzidos.
¹ Referência ao título do texto sobre a simultaneidade dos sentidos no rock dos anos 80, publicado no livro “40 Escritos”, de Arnaldo Antunes. Disponível em http://www.
arnaldoantunes.com.br/sec_livros_view.php?id=7&texto=27
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
11. Pero não vaz
Por Gustavo Rufino de Sousa, Sandro Ricardo Alves Junior, José Vital da Silva Filho,
Diego da Silva Betioli, Houari Vieira de Morais,
C
Bruno Gustavo Batista e Olimpio Alves de Sousa Junior
hegou o grande As agências estavam reunidas, cada ortográficas vigentes em sua
dia. O dia em que uma com seu “briefing” em mãos época, talvez hoje não precisás-
receberíamos o esperando a autorização para ter semos ter lido o conto tantas e
conto que deter- acesso às informações do envelope. tantas vezes. Talvez também
minaria o rumo É fato que a primeira reação que não conseguíssemos atingir o mes-
da nossa apre- tivemos ao ler o conto de José Sa- mo resultado. Saramago pensou
sentação no pro- ramago intitulado “O conto da ilha em tudo!
jeto sentidos. A apreensão e a desconhecida”, foi de que tínhamos Por isso agradecemos, sem
curiosidade eram nítidas por par- recebido um conto sem formatação, usar travessões, a esse grande
te das agências (o que aumentou ou mesmo digitado errado, pois não escritor português. Um homem que
ainda mais quando foi entregue a havia travessões ou qualquer tipo pôs tudo em estado de desordem.
cada grupo um envelope lacrado). de sinalização indicando o início e E revolucionou!
fim dos diálogos.
Eram três páginas Construindo o projeto
separadas ape- Num primeiro momento, após lei-
nas por vírgulas e tura e análise da obra de Sarama-
pontos. “Talvez o go, concluímos que o sentido princi-
ENTER do tecla- pal do conto é que todos nós somos
do da professora uma ilha desconhecida. Desconhe-
esteja quebra- cida dos outros e de nós mesmos
do” – sugeriu um e, na história, a busca por essa ilha
dos integrantes. representa o autoconhecimento.
Como não está-
vamos habituados Sinopse
a essa maneira de Baseado no conto “A Ilha
escrever, própria desconhecida” de José Saramago,
de Saramago, fi- o espetáculo narra a saga de Pero
CARTAZ: Agência Sete Publicidade e propaganda
camos decepcio- Vaz de Caminha (Diego Betioli)
nados. Mas ago- que, cansado de ser coadjuvante
ra, após termos das grandes façanhas de seus
recebido o prêmio amigos Pedro Álvares Cabral
de “Melhor Proje- (Olimpio Junior) e Vasco da
to Sentidos” per- Gama (Gustavo Rufino), decide
cebemos que foi escrever sua própria história.
exatamente por Um rei tirano (Bruno Batista), um
causa disso que pescador curioso (Houari Morais)
vencemos. e muito mais nessa trama que fala
Se Saramago sobre a busca por seus sonhos e
não tivesse sub- como, apesar de tentarem lhe provar
vertido as normas o contrário, eles são possíveis.
12. UMA COMPOSIÇÃO
CIRCULAR DA VIDA
Por Larissa Facco Carneiro, Victor Ambrosano da Silva,
Leandro Reis Bottura e Júlio Maezato Júnior
B
aseado na obra de
Ricardo Ramos, a
agência Atalanta
Publicidade & Pro-
paganda trouxe ao
Projeto Sentidos o
espetáculo Circuito
Fechado, uma possível interpre-
tação do conto que, abstrato e
cheio de detalhes, inspirou seus
criadores a unir música, literatu-
ra e dança, trazendo ao palco,
com muita emoção, movimen-
tos de uma vida que, em muitos
momentos, pode parecer a sua.
O mais curioso é o fato de que
a dança pode ser um meio de li-
bertar o ser humano das amarras
e bloqueios que dificultam a inte-
ração no meio em que vivemos.
Planos, saudade, sentimentos
guardados, narcisismo, desilusões,
12 medo, traumas e preconceitos.
A apresentação do grupo aconte-
ceu no dia 16/05/2011 às 20h, no Au-
ditório FHC, Campus Anália Franco
da Universidade Cruzeiro do Sul.
Foi uma oportunidade de
apreciar a arte e refletir sobre cada CARTAZ: Agência Atalanta pp
momento intensamente vivido.
Esta foi a primeira apresentação
da dupla de dançarinos Larissa
Facco, bailarina há 10 anos, que conduziu a dança com toda sua experiência e talento, e Leandro Bottura, leigo
em relação à dança, porém aplicado e corajoso, a surpresa do evento.
Os dois descobriram no balé a harmonia e o ritmo necessários para representar o tema. Assim desenvolveram
uma composição performática belíssima e inteligente que valeu a pena conferir!
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
13. Os Dentes de Berenice
Por Alexander José Eduardo Martins, Juliana de Oliveira Magalhães,
Bianca Maione Gomes, Ana Maria Rodrigues Lelis, Fabiano Becker Arce,
M
Stéphanie Jeniffer Nascimento e Flávia Cotrim Almeida
uito calo-
rosos fo-
ram os
aplausos
e cumpri-
mentos do
público ao
término da apresentação do espe-
táculo “Os Dentes de Berenice”,
que aconteceu no auditório FHC,
Campus Anália Franco da Univer-
sidade Cruzeiro do Sul. Ficamos
muito felizes por finalizar mais um
projeto interdisciplinar com tanto
sucesso e ainda por cima, ganhar-
mos da Universidade o prêmio da
categoria melhor projeto. E isso foi
resultado de uma combinação que
somente as boas agências conhe-
cem: planejamento e trabalho duro.
Foram dias de leituras, esboços
e ensaios exaustivos para adaptar,
da melhor forma possível, sem per-
der nenhum detalhe relevante, a
magnífica obra de Edgar Alan Poe.
Tudo começou com o desenho do
projeto. Como em todos os nossos
trabalhos, fizemos um cronograma
e iniciamos a criação. Entre uma
orientação e outra, encontrávamos
janelas de tempo para resolver os
pontos críticos do trabalho. O plano
de Marketing foi um verdadeiro desafio, já que foi a primeira vez que colocamos em prática nosso (ainda vago CARTAZ: Agência D status
na época), aprendizado em planejamento. Depois veio a criação das peças gráficas, e por último desenvolvemos
nosso marketing de guerrilha que consistia na personagem Egeu e na equipe de produção mascarada entrar de
sala em sala encenando um trecho da obra e convidando os alunos e professores a assistirem à apresentação.
No grande dia, todos estavam nervosos, os vídeos apresentaram problemas, ensaiamos umas 15 vezes a
menos de uma hora do evento, a produção estava correndo com os preparativos do cenário, mas, no final, tudo
saiu perfeito como o planejado e o resultado dessa experiência até hoje nos traz reconhecimento e nos motiva a
inovar em todos os nossos feitos.
14. CEM ANOS DE PERDÃO
Por Eduardo Elisio Vieira Vianna, Fernando da Paz Germano, Josiane Moraes,
Victor Moreno, Luiz Henrique de Amorim Santos, Edmundo Andrade Gregório,
Eliel Almeida dos Santos e Marcos Tadeu Bonnasorte
O
conto proposto à Agência Pimp’olho
no projeto sentidos foi Cem Anos de
Perdão, escrito por Clarice Lispec-
tor. A narrativa em prosa foi adap-
tada para poesia rimada, e esses
versos foram contados e cantados
no palco em forma de Cordel. As
personagens declamaram-nos ao som de instrumen-
tos tocados ao vivo, proporcionando a emoção de cada
momento da história: desejo, angústia, êxtase ...
A riqueza do texto de Clarice proporcionou ao
grupo diferentes leituras, até que se chegasse a um
consenso a respeito dos aspectos implícitos no texto,
como o significado do proibido e da inocência. Mesmo
em dúvida a respeito de como encaminhar o enredo, o
tema sempre esteve em evidência: o roubo. O desafio
foi transmiti-lo sem causar um impacto negativo ou
perder sua essência. Então, optamos pela poesia
do cordel como base. Assim, desenvolvemos todo o
roteiro: poesia com rimas sutis e música instrumental,
utilizando flauta, violão, teclado, gaita e baixo.
Contamos com a ajuda do jornalista, arquiteto e his-
toriador Gilberto Maringoni, que fez a ilustração para o
cartaz. A imagem atendeu a todas as expectativas do
grupo, representando perfeitamente a cara do projeto.
Uma das estratégias de marketing propostas para a
divulgação da peça foi encenar, ao vivo, a declamação narrador distribuíram rosas ao público, objeto primeiro
do desejo da personagem principal, que as roubava e
14 de um pequeno trecho do texto nas proximidades do
teatro, a fim de atrair a atenção do público que transita-
não se arrependia, afinal, “ladrão de rosas e pitangas
tem 100 anos de perdão”.
va pela calçada, fazendo também a distribuição de ro- Não somente trabalhosas, mas principalmente
sas. Essa ação trouxe um pouco da característica forte prazerosas, foram todas as etapas de elaboração e
do cordel, por ser feito nas ruas e de forma simples, desenvolvimento do projeto Sentidos, que foi pos-
familiarizando o público com o espetáculo. sível graças a colaboração e empenho de todos da
A apresentação aconteceu em 19 de maio de 2011
Agência Pimp’olho e dos professores do curso de
no auditório D do Campus São Miguel Paulista. A per- CARTAZ: Agência Pimp’olho
sonagem principal foi mantida e um narrador permane- Publicidade e Propaganda.
ceu o tempo todo no palco, para ligar as cenas. Tan- Como resultado, a Agência Pimp’olho reapresentou
to as personagens quanto os músicos presentes no o espetáculo em 23 de maio de 2011 no Auditório FHC,
palco vestiram-se a caráter para sugerir outra época, Campus Anália Franco, e esteve entre os trabalhos
enfatizando o romantismo da história. Utilizamos todo premiados, o que serve hoje como combustível para
o espaço do palco, inclusive o telão com projeção de os demais projetos, deixando o conceito de que o es-
cenários em xilogravuras (arte de impressão ligada ao forço, a dedicação e a união dos integrantes da agên-
cordel). Ao final da apresentação, a personagem e o cia são pontos que não podem jamais ficar para trás.
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
15. Desenredo
Por Mayara Silva de Freitas,
Alvaro Rugna Costa,
Camila da Silva Reis e
Ana Carolina nogueira Arini
M
ais do que uma narrativa, um
enredo. Um “ Des-enredo “. A
superação do amor, do suposto
arrependimento, da vida, da
morte. A verdade, a pureza,
a beleza, as tempestades. Jó
Joaquim e seu amor por Víliria.
Lutar por seu amor e defendê-lo de toda e qualquer
desconfiança. Era isso que fazia. E não só isso.
O conto adaptado narra a história de Víliria, uma
mulher infiel ao seu esposo, que se envolve com o
personagem principal: Jó Joaquim, e além dele, sés Vil
e Líriou, marido que a flagra com um terceiro amante.
O marido, num ato de loucura, mata um dos amantes
e, logo em seguida, comete suicídio.
A agência optou por uma apresentação em forma
de teatro mudo, utilizando os sentimentos dos per-
sonagens, como o ódio, por exemplo, representado
por pessoas de preto, que simulam uma dança para
aguçar os sentidos. A apresentação contou com a im-
portante expressão corporal das personagens envol-
vidas na história, tendo como música-tema “Bola Di-
vidida“, interpretada por Zeca Baleiro, cuja narrativa A Agência Reklame agradece a todos os que
dialoga com a encenação do conto, propiciando um contribuíram para que este trabalho tivesse seu
trabalho intertextual. melhor desempenho, em específico ao grupo Backstage CARTAZ: Agência reklame
A apresentação não deixou de trazer à presença do do 3º semestre de Rádio e TV, que colaboraram
público um pequeno, mas tão importante detalhe: o Lí- como personagens e figurantes, aos pais de alunos
rio, flor entregue à Víliria por Jó Joaquim, ícone da pu- que aturaram e deram de comer aos integrantes
reza e do pecado, símbolo das prostitutas medievais. em suas residências, e ainda (e em especial), ao
O nome Víliria nasce da oposição entre as palavras grupo de profissionais da Universidade Cruzeiro do
Vil e Lírio, que representam maldade e pureza, nessa Sul, que apoiou e acompanhou o desenvolvimento
mulher multifacetada. deste trabalho.
16. A menina e o pássaro encantado
Por Leonardo Bianchi da Rocha, Vinicius Biondo Novais, Sheila Rodrigues da Silva,
A
Edilaine Guimarães dos Santos e Cícera Maria da Silva
menina e o pás- quer outra história infantil. Mas o se encaixar perfeitamente no con-
saro encantado é adulto, por ter uma experiência de texto, é a questão do divórcio dos
uma história para vida maior, por já ter vivido as di- pais, e, com isso, as consequên-
a qual podemos versas experiências humanas, lê e cias e mudanças na vida dos filhos.
encontrar duas encontra em um conto infantil, um A troca das personagens pássa-
formas de inter- caminho de uma experiência hu- ro e menina pelo pai e a filha evi-
pretação, como mana, que tanto o adulto quanto a dencia a semelhança da história
diz Rubem Alves: para o adulto criança podem sofrer em qualquer fictícia a um conto da vida real. O
que for ler essa história ou para época de suas vidas, como a dor pássaro conta suas histórias, fala
uma criança. O autor explica que da separação, e como aprender a dos lugares por onde ele havia
o conto gira em torno do amor, se- superar isso com o tempo. A adap- passado. Adaptamos essa perso-
paração e saudade. A criança que tação que a agência KAZ fez bus- nagem à figura do pai que, após
ouve a história encontra seus en- cou trazer um traço mais puxado a separação, tem os momentos
cantos textuais e se identifica com para o real, o cotidiano, e o atual. certos para visitar a filha. Esse
o conto, como acontece com qual- Uma questão, que acreditamos ponto fica bem explicado na his-
tória quando a plumagem do pás-
saro muda de acordo com as suas
viagens, retratando os lugares por
onde ele havia passado - um quente
e outro frio. O pai vem retratar esse
pássaro sem as plumagens mas
com um figurino diferente, um como
andarilho nordestino, e o outro
como um gaucho viajante, trazendo
momentos cômicos à peça, em
meio ao drama que rodeia a his-
tória de uma família separada. As-
sim, com a narrativa, num certo
momento, a menina en-
16 tende que a separação
é necessária, e que com essa
decisão ela poderá criar pilares
certos para dar continuidade a
sua vida adulta, sem cometer os
mesmos erros que os pais,
aprendendo a lidar com a
separação e solidão, de forma
CARTAZ: Agência kaz
calma e objetiva, buscando olhar
por outro ângulo o problema.
A apresentação da agência KAZ
foi um sucesso, emocionando o
público.
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17. Premiação do Projeto Sentidos
2º/3º semestres do curso de Publicidade e propaganda 2011
Campus Anália Franco Campus São Miguel
Bárbara – Agência Nous Será a Benedita? – Agência Hara
Marcos Vinicius Z. Pereira Janini Cristini Stefano
Wagner Tadeu Toneli Amanda Alexandre de Oliveira
Thamires Bento Negro Caio Matheus
Larissa Garcia Mendes
Jennifer Kiss Andrighetti e Silva
Rafaella Fuccia Clares
Eduardo Simão Dezani
Guilherme Feitosa Gimenes Os obedientes – Agência Dialog
Jackeline Sousa Sabino Milena Gouvêa Anginoli
Thais Stephanie Martinez
Há Limite? – Agência Lizard Caio Fernandes Massani Madeira
Ingrid Oliveira Rebelles Luan Ribeiro Sanches
Luan de Sousa Ciconelli Giancarlo Rodrigues Pires Sposito
Carolina Pucci de Oliveira Bruna Paliologo Betto
Victor Sanches de Souza Tiago Scocca Donação
Ricardo Correia Martins
Renata Aparecida Lopes de Sousa A maior flor do mundo – Agência Voice
Amanda Cristina Bueno Miranda Érika Ferreira Leandro
Patrícia Fernanda Codesseira
O Espelho – Agência Optima Luan Antonio Rodrigues dos Santos
Valmir de Lima Fiorentino Luna Clara da Silva
Mariana dos Santos Côdo Mauricio de Freitas
Felipe Henrique Feitosa da Silva
Willian Maffezoli Venha ver o por do sol – Agência O Foco
Thais Lima da Costa Yara Rafaela Silva
Marcella Principe Ana Paula Amaro dos Santos
Dayane Chagas dos Santos Jéssica Costa da Silva
Mariana Moraes de Oliveira Priscila Lúcia Antoniate
Jose Rildo de Santana Junior Leonardo Alcantara de Assis
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18. Os três nomes de Godofredo O relógio de ouro – Agência
– Agência Ello Fly Menções Honrosas
Amanda Cordeiro Pereira da Silva Joice Marcelle Bailon Silva
Cíntia Souza Ribeiro Claudia Franciele Alves de Andrade
Fernanda de Faria Santos Bianca Maria da Silva Criatividade em
Giovanna Erbert Nazareno Daniele Martins de Sousa Braga Soluções Cênicas
Suellen Dias Sousa Ednaldo Lopes de Oliveira Junior
Erika Souza Pereira Bárbara
Tacila Saldanha Lira A menina e o pássaro Agência Nous
encantado – Agência Kaz Há Limite?
Enterro Prematuro – Agên- Leonardo Bianchi da Rocha Agência Lizard
O Espelho
cia Flash Vinicius Biondo Novais
Agência Optima
Manoela Leal Vomero Sheila Rodrigues da Silva
Será a Benedita?
Renan Paranhos Colferai Edilaine Guimarães dos Santos
Agência Hara
André Augusto Zanon Cícera Maria da Silva
Os obedientes
Sarah Fratelli Agência Dialog
Marcel Ferreira Gonçalves Circuito Fechado – Agência A maior flor do mundo
Juliana Carlin Silva Atalanta PP Agência Voice
Larissa Facco Carneiro Venha ver o por do sol
Felicidade Clandestina – Victor Ambrosano da Silva Agência O Foco
Agência Coffee Leandro Reis Bottura Os três nomes de Godofredo
Eduardo Augusto Tobita Júlio Maezato Júnior Agência Ello
Claudio Bergamini Mendes Junior O relógio de ouro
Thais Azevedo dos Santos Pero não Vaz – Agência Sete Agência Fly
Tamara Freire de Figueiredo Publicidade e Propaganda
Jefferson da Silva Castanha Gustavo Rufino de Sousa Criatividade em Ações
Ana Carla Martins de Moura Sandro Ricardo Alves Junior de Marketing
Mariana Aparecida Pontes Silva José Vital da Silva Filho
Enterro Prematuro
Diego da Silva Betioli
Desenredo – Agência Reklame Agência Flash
Houari Vieira de Morais
18 Mayara Silva de Freitas
Alvaro Rugna Costa
Bruno Gustavo Batista
A maior flor do mundo
Agência Voice
Olimpio Alves de Sousa Junior Venha ver o por do sol
Camila da Silva Reis
Ana Carolina Nogueira Arini Agência O Foco
Cem anos de Perdão –
Agência Pimp’olho
Os dentes de Berenice –
Eduardo Elisio Vieira Vianna Melhor Roteiro Adaptado
Agência D Status
Alexander José Eduardo Martins Fernando da Paz Germano
Josiane Moraes Felicidade Clandestina
Juliana de Oliveira Magalhães
Agência Coffee
Bianca Maione Gomes Victor Moreno
Ana Maria Rodrigues Lelis Luiz Henrique de Amorim Santos
Fabiano Becker Arce Edmundo Andrade Gregório
Stéphanie Jeniffer Nascimento Eliel Almeida dos Santos
Flávia Cotrim Almeida Marcos Tadeu Bonnasorte
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19. reconhecimento
EM 2011 DEU DOBRADINHA
DA CRUZEIRO DO SUL NA APP
A
s agências expe- músico Renato Russo, da banda A coordenação do curso muito
rimentais “Sens Legião Urbana. O filme é inédito se orgulha pela conquista. “Este é
Comunicação” e e os alunos vencedores acompa- um grande presente para todos nós
“Moz Publicida- nharam in loco, a convite da produ- da Instituição. A dimensão desse
de”, criadas pelos ção, algumas gravações da trama. prêmio é enorme para todos nós.
alunos da Cruzei- Já o 2º lugar ficou com a Agên- Isso significa que os Trabalhos de
ro do Sul, conquis- cia Moz Publicidade (campus São Conclusão de Curso dos alunos de
taram respectivamente o 1º e o 2º Miguel), que desenvolveu um pro- Publicidade e Propaganda da Cru-
lugar no Concurso de Campanhas jeto para o cliente Pizza Hut, com o zeiro do Sul são os melhores do
Universitárias da Associação dos objetivo de divulgar os serviços de Estado de São Paulo, reconheci-
Profissionais de Propaganda - APP. Dine-In, Pizza Express e Delivery dos pela APP Brasil”, afirma o Prof.
O projeto “Somos tão Jovens”, da empresa. Ms. Carlos Monteiro, coordenador
assinado pela Sens Comunica- As agências também recebe- dos cursos de Comunicação Social.
ção (campus Anália Franco) re- ram as menções honrosas de me- Para a Prof.Ms. Kátia Pellicci
cebeu a Garra do Galo, com a lhor Redação Publicitária - Slogan Cembrone, coordenadora Adjunta
campanha desenvolvida para o (Projeto Somos tão Jovens), e de do Curso de Publicidade e Propa-
lançamento do filme de mesmo melhor apresentação (aluna Pa- ganda “Este é o merecido reconhe-
nome, que retrata a trajetória do mela Lima, Projeto Pizza Hut).
cimento de um trabalho sério, de
uma equipe que alicerça sua prá-
tica em conhecimentos sólidos,
orientando e exigindo dos alunos
sua excelência. Leitura, pesqui-
sa, análise de dados, aquisição
fotos: divulgação APP
de repertório levam à criação
de belas e eficientes campa-
nhas publicitárias”. A professora
afirma ainda que a equipe con-
tinuará trabalhando para formar
profissionais de que nossa socie-
Alunos e professores premiados no concurso da APP
dade se orgulhe.
20. televisão
tvLuSão
A
Por flÁvio ataide
cordei cedo, fiz a barba, escolhi uma ou apenas para serem gravados pela própria.
roupa que não transmitisse um ar De dentro do carro, observo. No início era até
tão formal, porém que não fosse tão engraçada toda essa curiosidade, e a sensação de
informal ao ponto de transparecer “importância” por ser observado e notado apenas por
imaturidade. No caminho em direção estar sentado num banco de um carro. Com o passar do
ao primeiro dia de trabalho em tempo, torna-se algo comum e sem a menor importância.
uma emissora de TV e a primeira Depois do trajeto, chego a uma casa bastante
oportunidade de integrar um mundo profissional, até humilde na periferia da cidade de Caieiras. Casa de
então, totalmente desconhecido, a ansiedade era apenas 2 cômodos, chão batido, sem revestimento e
enorme. o que esperar? o que fazer? Como falar? moradores que fazem questão de, mesmo com toda
Cheguei cerca de 20 minutos atrasado. Sentei e a humildade, oferecerem uma xícara de café pros
percebi que os “chefes” também estavam atrasados. “homens da televisão”.
Alívio. Ao chegar, a primeira coisa que ouvi de um Após a entrevista com os moradores, hora de
deles é que não poderia me dar atenção, pois era dia levá-los à emissora para entregar o relatório e para
corrido, dia de gravação. que passem por uma segunda entrevista. Desta vez,
Nos bastidores, era tamanha correria que não sabia bastante criteriosa, para avaliar se as pessoas têm
quem era funcionário e quem era convidado. Depois possibilidade de gravar e falar bem quando estiverem
de pouco tempo, percebi que os convidados eram as envoltas a toda parafernália do estúdio.
pessoas mais simples, que se empolgavam ao sentar Ao chegar à portaria da emissora com a humilde
nas cadeiras dos maquiadores, ao trocar de figurino e senhora, a mesma começa a se emocionar, chora
também ao chegar ao enorme restaurante da emissora. instantaneamente só pelo fato de ver o logo no alto do
Hora da gravação. Todos entram no estúdio, prédio. Minha reação imediata é perguntar o motivo
observam o cenário, luzes e os olhos brilham. Estavam das lágrimas, a resposta que tenho é direta e como se
há poucos minutos de serem “famosos”, de se sentirem fosse proferida da boca inocente e dos olhos marejados
“importantes”, de ouvirem aplausos que ecoavam em de uma criança: “o meu sonho era estar no SBt!”
menção à apresentadora do programa e não a eles. Na emissora ela estava, porém o cachê de R$ 80,00
Durante a gravação, uma platéia que interagia, que não foi recebido. Após a entrevista avaliativa, tive a
gritava adjetivos aos convidados que adentravam ao resposta de que aquelas pessoas humildes não iriam
palco, adjetivos pejorativos. corresponder às expectativas do tema do programa -
Gravação termina. momento de receber o cachê, expor a falta de relações sexuais do casal– o motivo que
dos convidados conversarem sobre o que foi exposto me foi dado é de que aquelas pessoas não falavam bem.
e quais as melhores partes do “circo” que havia sido o “não” foi dado a mim, cabia então a mim,
armado. os olhos de todos ainda brilhavam, mais dar a resposta para aquelas pessoas humildes e
ainda, ao receber o cachê pela participação. principalmente para a senhora que sempre sonhou
20 Muitos deles querem trocar telefone com o produtor,
manter o vínculo com aquelas pessoas da televisão.
em conhecer e participar de um programa de TV
da emissora, que ela não servia e não era boa o
muito natural, afinal não se abre uma história de vida suficiente para tal façanha.
para qualquer um, geralmente as pessoas costumam Pensei, repensei e disse-lhe que ainda não tinha
fazer isso com amigos. Aí, da parte deles, surge a posição sobre a confirmação da gravação com ela.
pergunta: “E agora, nunca mais vamos nos ver?” Não consegui lidar com o fato de ver os mesmos
Um amigo nunca diria que não. Então o olhos marejados e esperançosos tornarem-se olhos
telefone é dado, mas com a resposta da pergunta tristes e decepcionados. Não acabei com a ilusão
ecoando como: “Sim! Nunca mais vamos nos ver!”. da maravilha que é estar “dentro da TV”. A senhora
Com o passar dos dias, uma das situações foi embora, aguardando a posição.
mais corriqueiras é ouvir gritos nas ruas, quando Talvez até hoje esteja lá sentada com sua melhor
o carro da emissora passeia pelos lugares mais roupa, na frente de sua casa, aguardando o dia em
periféricos da cidade. Todos olham, tentam que os homens da televisão retornem e a levem para
verificar se algum “famoso” está dentro do veículo viver a pedante ilusão de estar dentro da televisão, ou
e também pedem para serem levados à emissora como ela mesma diz: “Viver seu sonho!”
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21. tecnologia
teLeviSão: do preto e BranCo
para a 3ª dimenSão
Por saMara Ketry E bruna Messias
A
ssis Chateaubriand foi o empreendedor modelos de televisores de Plasma, lCd e lEd dos
responsável por trazer a televisão para vários fabricantes.Existem quatro tipos de técnicas que
o Brasil, que passou a ser transmitida compõem a imagem 3d: Anaglifico, true 3d, Alternate-
no dia 18 de setembro do ano de 1950 frame sequencing, Autostereoscopia
com a TV Tupi. Naquele período, o Com essas técnicas de desenvolvimento da
aparelho de televisão custava muito tecnologia 3D, cada aparelho precisa ter o seu próprio
caro para quem quisesse adquiri-lo, por acessório para que a transmissão funcione conforme
ser importado dos Estados Unidos. Como tudo ainda o emissor espera passar para o receptor, como por
era novidade, não existia gravação em vídeo; portanto, exemplo, os fabricantes Sony, Panasonic entre outros,
os programas eram ao vivo, com grande possibilidade optaram pelos óculos ativos que possuem camadas
de erros que acabavam indo ao ar. LCD em suas lentes, que abrem e fecham em sincronia
A televisão era formada por profissionais com a TV para criar o efeito tridimensional. Já os óculos
radialistas que aprendiam com os seus próprios polarizados são usados nas salas de cinema 3D, e não
erros, desenvolvendo um novo jeito de transmitir as servem para televisão.
imagens, com novas idéias e trabalhos, como por E mais, cada fabricante trabalha com sua tecnologia
exemplo, nos anos 1950 e 1960 a imagem era na cor 3D. Desta forma os óculos funcionam somente com
preto e branco, o equipamento era quadrado, pesado a televisão da mesma marca, assim dificultando ao
e com botões grandes. consumidor a variedade dentro dessa tecnologia.
Já em 1972, chega ao Brasil a televisão a cores com o desenvolvimento de tv 3d sem o uso de óculos
modelos mais modernos, leves e design diferenciado ainda está em discussão. Isso porque essa técnica
levando ao telespectador uma qualidade de imagem fará com que o telespectador fique em uma distância
surpreendente à época. do televisor e imóvel, caso contrário o efeito pode não
Com o passar do tempo, a tecnologia foi avançando funcionar.
e sempre com o objetivo de levar ao telespectador mais Mesmo que o telespectador compre um aparelho
entretenimento e informação. o avanço da tecnologia 3D, nem todos os programas serão exibidos de modo
foi tanta que chegou no mercado brasileiro a televisão tridimensional. Para que isso aconteça, a emissora
com transmissão 3D. precisa captar as imagens com essa tecnologia para
Um aparelho de televisão 3D possibilita ao que o equipamento funcione.
telespectador assistir uma imagem em três dimensões, No Brasil, a estreia dessa transmissão já ocorre tanto
através de óculos com lentes especiais, aplicando em canal por assinatura como aberto. A operadora Net
técnicas específicas,ou seja, ver uma imagem em fez uma parceria com a tv Globo para fazer a primeira
três dimensões significa o seguinte: hoje a imagem transmissão ao vivo em 15 de Fevereiro de 2010, e
é produzida com duas dimensões, o chamado 2D, a pauta foi o desfile das escolas de samba do rio de
cada d significa 1 dimensão que é a largura e a altura Janeiro.
do objeto, com 3D temos três dimensões, a altura,a A Rede TV não mediu esforços para fazer história,
largura e o tamanho,e o resultado do tamanho se dá tornando-se a primeira emissora em canal aberto a
com o auxílio dos óculos específicos, junto com ele a transmitir conteúdo com a tecnologia 3D para os seus
profundidade da cena, ou seja, com a utilização dos telespectadores em 23 de fevereiro de 2010, com a
óculos com lentes azul + vermelho, vermelho + verde, exibição do programa “Pânico na TV”, considerado a
um em cada olho, acaba alterando o ângulo de cada maior audiência e faturamento da emissora. Contudo,
um deles, dando uma impressão de que os objetos essa nova tecnologia aos poucos se torna cada vez
saltam da tela, e o telespectador sente-se como se mais aceita e desejada pelos consumidores que a
estivesse na cena exibida. cada dia procuram a melhor maneira de se entreter
A tecnologia 3D encontra-se agrupada nos novos com a melhor imagem disponível no mercado.
22. O BRASIL 3D AINDA USA FRALDAS
Por MARIANA FERREIRA DA SILVA E TIAGO DO NASCIMENTO SANTOS
O
3D ainda impressiona os olhos dos gerando assim o 3D. Infelizmente, essa tecnologia
mais experientes, quando o quesito é ainda não está disponível para cinemas. Apenas alguns
cinema. Cada vez mais abusando de videogames (Nintendo 3DS) e aparelhos de televisão
efeitos especiais de última geração, (LED e Plasma) possuem esse sistema.
os filmes hollywoodianos abriram as Mas, onde o Brasil entra nessa história toda? Bem,
janelas de seu fantástico mundo para o Brasil acaba de lançar seu primeiro, exatamente,
a nossa realidade, ou pelo menos primeiro longametragem em 3D. O filme “Brasil
fizeram nos sentir mais próximos dele. E proximidade é Animado”, 2010, de Mariana Caltabiano, mistura
a palavra certa quando estamos falando da tecnologia imagens reais do país com personagens animados,
de projeção de imagens em duas dimensões que dão mas não promete lotar as salas de exibição.
a ilusão de terem três. Felizmente, a situação do Brasil quanto à sua
Engana-se aquele que acredita que essa tecnologia qualidade de produção não pode ser questionada frente
é recente, ou mesmo de origem moderna. Esse tipo ao grande trabalho de Carlos Saldanha. O carioca foi
de sistema existe desde o século XIX, quando o co-diretor de “A Era do Gelo”, e diretor de “A Era do Gelo
primeiro filme em 3D, “The Power of Love”, 1922 (O 2” e “A Era do Gelo 3”. Agora, Saldanha apresentou
Poder do Amor) entrou em cartaz. Entretanto, essa sua produção “Rio” (2011), em 3D. Mesmo sendo uma
é uma tecnologia em constante ascensão, ou seja, produção da 20th Century Fox, os brasileiros sentem-
velha,mas atual. se orgulhosos por saberem que um compatriota está
Enquanto, em meados do século passado, quando o tão diretamente ligado a um filme que já arrecadou
3D se popularizava com grandes sucessos de bilheteria mais de U$ 300 milhões em todo o mundo.
como “A Casa de Cera” e “Dá-me um Beijo”, as pessoas O Brasil ainda está engatinhando no mercado de
precisavam daqueles óculos azuis e vermelhos (3D produções em 3D, mas, mesmo assim, esperamos ver
anáglifo, imagem ou um vídeo formatado de maneira em breve grandes produções nacionais explodindo tela
especial para fornecer um efeito tridimensional afora pelas salas de todo país.
estereoscópica), que enjoavam e doíam os olhos, Hoje, sentar-se em frente a uma tela de cinema e
hoje já existem tecnologias que dispensam todo e esperar que o filme salte do telão em nossa direção
qualquer tipo de óculos para assistir imagens em 3D. é quase tão comum quanto abrir os olhos ao acordar.
O 3D mais popular hoje em dia é o tipo chamado Os filmes em 3D estão espalhados por todo o
polarizado (ou passivo). O princípio de formação planeta, encantado milhões de pessoas, mas sem a
de imagem é exatamente o mesmo do tipo anáglifo. fuga de pouco mais de trinta pessoas que assistiram
A diferença é que não há a necessidade de lentes “A Chegada do Trem na Estação” no final do século
coloridas para bloquear determinados tons coloridos, XIX. O 3D revolucional a ida ao cinema, tornando o
22 assim a fidelidade de cores é muito maior. O 3D
polarizado gera duas imagens projetadas que são
emitidas em ângulos distintos. Nos óculos, as lentes
filme mais interativo para o público. E que público!
De acordo com o Ministério da Cultura, cerca de
25 milhões de brasileiros vão ao cinema pelo menos
têm tons âmbar pouco diferentes uma do outra e são uma vez ao mês. E isso ainda é pouco, pois só diz
compensadas com uma camada escura, que o deixa respeito à 14% da nossa população. Entretanto, a
parecido com um óculos de sol. gama de produção nacional é pequena se comparada
Existe ainda, o 3D chamado Barreira Paralaxe, que a países como Estados Unidos e Inglaterra. Quanto
nada mais é do que o sistema de projeção de imagens à produção de filmes 3D brasileiros... Bem, antes do
em 3D que dispensa o uso de óculos. O funcionamento último 21 de janeiro, o Brasil jamais havia filmado um
dela é similar ao dos óculos polarizados. A diferença é longa-metregem em 3D. O filme “Brasil Animado” é o
que todo o processo é feito em uma barreira colocada primeiro filme 3D brasileiro e não promete levar milhões
sobre a tela. As duas imagens produzidas são às salas de exibição para assisti-lo.
entrelaçadas simultaneamente. Graças à barreira de Torcemos pelo mercado nacional de produções
paralaxe, que nada mais é que uma espécie de filtro, em filmes 3D a partir de agora, esperado ver muitas
as imagens são divididas em ângulos diferentes, sendo mais produções nesse estilo de filmagem, com grande
percebidas de maneira distinta por cada um dos olhos, enredos e com a qualidade dos grandes de Hollywood.
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
23. YoutuBe, um paSSaporte
para a teLeviSão
Por rodolPho santana da costa E vinicius de arauJo labonia reis
C
om a Internet podemos fazer várias que é uma variante de weblogs cujo conteúdo principal
coisas como, por exemplo, nos consiste em vídeos. Com estrutura geralmente similar
comunicar com uma pessoa do outro à de weblogs e fotologs, possui atualização frequente
lado do mundo, trocar arquivos entre e constitui-se como um site pessoal, mantido por uma
outras coisas. Antigamente, para poder ou mais pessoas. os vídeos são exibidos diretamente
assistir a um vídeo era necessário fazer em uma página, sem a necessidade de se fazer
o download do arquivo de vídeo e assistir download do arquivo. Alguns vlogs norte americanos
a partir de um software de vídeo, como por exemplo, o famosos mundialmente foram de ray William Johsson,
Windows media Player. Porém, existia a possibilidade Brooke Brodack, Lucas Cruikshank, Shane Dawne e o
de ver alguns vídeos online por meio do programa brasileiro-americano Joe Penna.
chamado Flash, um software primariamente de gráfico Brooke Brodack, de acordo com a revista New
vetorial - apesar de suportar imagens bitmap e vídeos yorker, foi considerada a primeira estrela youtube. Seus
- utilizado geralmente para a criação de animações vídeos fizeram tanto sucesso que ela chegou a assinar
interativas que funcionam embutidas num navegador um contrato com a NBC para fazer alguns vídeos no
web. o uso do Flash também serve para desenvolver programa “it’s you Show tv’’.
jogos e fazer websites. outro que fez sucesso é o jovem ator lucas
No ano 2000, já era possível ver algumas dessas Cruickshank, criando um personagem fictício chamado
animações na televisão, como por exemplo, as do site fred, de 6 anos, que fica contando sobre sua vida.
“charges.com.br”, criado por Maurício Ricardo, que o sucesso foi tanto que ele fez ponta em seriados
ficou conhecido na internet por suas animações de americanos infantis como “iCarly” e “hannah montana”
humor, sobre política, futebol e o cotidiano do brasileiro, e recentemente produziu seu filme “fred: the movie”,
chegando a fazer animações para o “Domingão do especialmente para ser exibido no canal infantil
faustão” e o reality show “Big Brother Brasil”, ambos Nickelodeon. A exibição atraiu a audiência de 7,6
da emissora rede Globo de televisão. milhões de tespectadores.
foi quando, em 2005, Chad hurley, Steve Chen e o brasileiro Joe Penna, conhecido pela internet
Jawed karim fundaram o youtube, um site que permite como “mysteryGuitarmen”, nasceu em São Paulo,
que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos mas se mudou para o Estados Unidos há uns 11
em formato digital, ou seja, permite assistir vídeos em anos. E virou uma celebridade no youtube, largando a
sua própria página. faculdade de medicina para se dedicar a seus vídeos.
A ideia de criar o youtube surgiu por conta deste Joe Penna virou o garoto propaganda da operadora
modo de compartilhar arquivos de vídeo. “Estávamos de celular Vivo, fora as várias palestras e aparições
em um jantar em janeiro de 2005, onde fizemos mundiais na televisão, até mesmo aqui no Brasil, Joe
arquivos digitais. No dia seguinte, não conseguíamos teve um quadro no Fantástico.
enviá-los por e-mail e demoramos muito para colocá- Já no Brasil, esse sucesso de vlog e vídeos de
los na Internet. Pensamos que deveria haver uma forma humor começaram a virar febre quando o colorista PC
mais fácil de fazer isso”, afirmou hurley, em entrevista Siqueira, resolveu fazer vídeos caseiros falando de
à revista norte-americana “Fortune”. sua vida e outras coisas de que gostava. Atualmente
Com isso, vários usuários do site começaram a ele tem um blog um programa na MTV. Ronald Rios
mostrar seus talentos. os usuários norte-americanos é outra celebridade do youtube que agora tem um
foram os que começaram a fazer vídeos de humor, que programa na rádio Jovem Pan e um na MTV.
consistia apenas fazer um curta e outro meio que era o youtube, a cada dia que passa, está virando
ficar de frente da câmera falando sobre o que vinha uma plataforma que funciona como vitrine de novas
na cabeça, esses vídeos ficaram conhecido como vlog, promessas para o mundo televisivo.
24. pesquisa
Como andam aS produÇõeS
CuLturaiS na tv aBerta BraSiLeira?
nUm PAÍS Com CErCA dE 30% dE AnAlfABEtoS fUnCionAiS E Com 1/3 doS JovEnS
Com idAdE EntrE 18 E 24 AnoS qUE não frEqUEntAm ESColAS do EnSino
médio, A tElEviSão ConSEGUE imPor Ao UnivErSo dAS fAmÍliAS tUdo AqUilo
qUE SE ProJEtA no vÍdEo.
O
Por viviane Mendes
s impactos sociais da televisão no consideração o artigo 221 da Constituição Federal
Brasil e no mundo têm despertado Brasileira.
o interesse e chamado cada vez Lembremos o artigo 221. A produção e a programação
mais a atenção de estudantes e das emissoras de rádio e televisão atenderão aos
pesquisadores, certamente devido seguintes princípios:
a seu forte poder de influência em i – preferência a finalidades educativas, artísticas,
muitos aspectos da vida cotidiana. culturais e informativas;
Em menos de quatro anos, o vídeo transformou a face II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo
do país, modificou seus hábitos, seus costumes, suas a produção independente que objetivo sua divulgação;
crenças, impôs alterações na cultura, estabeleceu III – regionalização cultural, artítica e jornalística,
parâmetros de comportamento, afetou a economia, conforme percentuais estabelecidos por lei;
isso tudo através da publicidade que se tornou uma IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa
atuante ferramenta de bens de serviços e consumo e da família.
através da televisão. Infelizmente, em nosso dia a dia, não nos damos
Há mais de seis décadas, a televisão se transformou conta que a TV aberta brasileira é falha quando se
em uma das principais fontes de informação e trata desses princípios. Saímos cedo pra trabalhar,
notícia, para as mais várias classes sociais. Para voltamos tarde, as nossas crianças passam boa parte
muitos, ela tem sido sua única fonte de informação e do tempo na frente da televisão, não nos preocupamos
entretenimento.é fato que vivemos em um país com com os conteúdos apresentados e menos ainda com
um alto índice de analfabetismo, com uma grande os números, que mesmo indiretamente são expostos
24 diferença de classes sociais e constantemente em
busca de educar para a cidadania. Daí a importância
diariamente em nossas casas. Desta forma, faz-se
necessário um olhar cada vez mais crítico em relação
dos meios de comunicação; rádio, televisão, revista, aos meios de comunicação.
jornais, internet, entre outros, contribuírem com ações A televisão, há tempos, faz parte do cotidiano, da
que visem promover a educação de cidadãos comuns. nossa família e, devido a seu forte poder de influência,
Um artigo que desenvolvi durante minha primeira deveria contribuir com conteúdos voltados a ações de
graduação, de jornalismo, aqui na Universidade educação e cidadania. Vale lembrar que a educação
Cruzeiro do Sul, intitulado “Educação e cidadania na questionada, não se refere ao aprender ler e escrever,
mídia: um estudo da grade de programação da TV mas sim no que diz respeito a formar cidadãos dignos
aberta brasileira”, que visou analisar a programação de conviver pacificamente uns com os outros dentro de
das principais emissorastv Globo, SBt, tv record, um contexto de cidadania.
rede tv, tv Gazeta e tv Cultura, entre setembro de o estudo da grade de programação da tv aberta
2007 a setembro de 2008, registrou números nem tanto brasileira a qual me referi registrou um total aproximado
surpreendentes, porém preocupantes se levarmos em de 664 programas distribuído da seguinte forma:
Revista Código # 1 | www.codigo.inf.br | 2012 | Universidade Cruzeiro do Sul
25. Porcentagem por Emissora ToTAL DAS ProDuÇÕeS
Por CATeGoriAS
Globo 1º entretenimento – 408 programas / Equivale a 62%.
Cultura 2º informação – 127 programas / Equivale a 19%.
23% 18%
3º outros – 56 programas / Equivale a 8%.
4º Publicidade – 37 programas / Equivale a 6%.
Gazeta 5º educação – 36 programas / Equivale a 5%.
SBT
7%
15%
enquanto ficamos parados, os meios de comunicação
RedeTV foram crescendo e se articulando, garantindo sua
Record presença cada vez mais dentro da nossa sociedade.
12% Band
10% diante dos conflitos apresentados na tv aberta
15%
brasileira, é possível dizermos que a TV aberta brasileira
está carente de uma identidade? Para o jornalista José
DiSTriBuiÇÃo DAS Carlos Aronchi, “A TV aberta brasileira está buscando
CATeGoriAS Por emiSSorAS uma identidade, porque está em meio a um vendaval,
uma transformação, que é a migração do sinal analógico
TV GLoBo –123 programas, sendo que: Entretenimento para o digital, a TV está em um momento de transição
(85), informação (16), Educação (11), Publicidade (1) e e muitas outras exigências estão em pauta”, afirma.
outros (10).
Sendo assim, podemos concluir que tanto a migração
SBT –100 programas, sendo que: Entretenimento (91),
do sinal, quanto a nova classificação indicativa da faixa
informação (7), Educação (0), Publicidade (2) e outros
(2). etária da programação, as alterações nas políticas
TV reCorD – 69 programas, sendo que: 47 públicas, tudo isso faz com que a televisão tenha que
Entretenimento, 13 informação, 0 educação, 1 publicidade se adequar a essa nova era.
e 8 outros. Por outro lado, não podemos deixar de ressaltar
TV BAnDeirAnTeS – 98 programas, sendo que: 63 que a TV aberta comercial tem como objetivo o lucro
Entretenimento, 16 informação, 0 educação, 2 publicidade do empresário/empresa. Apesar de a televisão ser
e 17 outros. um serviço público, hoje ela não atende devidamente
reDe TV – 77 programas, sendo que: 33 Entretenimento, há esses interesses públicos, e sim atende mais ao
17 informação, 0 educação, 15 publicidade e 12 outros. interesse do empresário/empresa. Segundo Aronchi, “a
TV GAzeTA – 44 programas, sendo que: 10
televisão comercial aberta visa o lucro do empresário,
Entretenimento, 15 informação, 1 educação, 15
desta forma ela procura audiência, então quando ela
publicidade e 3 outros.
TV CuLTurA - 151 programas, sendo que: 79 cria um programa, ela cria pensando em uma falha de
Entretenimento, 43 informação, 24 educação, 1 audiência de sua grade, ou então na falha de audiência
publicidade e 4 outros. de um concorrente que merece um investimento em
um determinado horário pra poder competir com um
São vários os estudos e pesquisas que mostram produto de melhor qualidade”.
que o tempo que se gasta diante da TV é maior que o Convido a todos os profissionais, estudantes
tempo gasto dentro de uma sala de aula e também em de graduação, pesquisadores e comunicólogos a
relação ao tempo que os pais passam com seus filhos. refletir sobre este meio de comunicação altamente
A televisão está substituindo as funções de cada um influente que é a televisão. façam isso de forma a não
desses membros, ela tem sido ponto de referência na esquecer de que estamos falando de uma televisão
organização da vida familiar, pois, a todo instante e a comercial aberta que depende de patrocinador, e,
qualquer hora do dia, ela está disponível, oferecendo consequentemente, busca audiência. Sendo assim,
companhia a quem quer que seja, adulto, criança, produzir conteúdo de qualidade, buscando uma
idoso, homem, mulher, sem distinção de cor ou raça. audiência ampla e qualificada, é o grande desafio de
é necessário enfrentarmos a discussão, perceber que quem faz televisão.