93% dos brasileiros pretendem presentear neste Natal, apesar do gasto médio por presente deve cair 20% devido à inflação. Os consumidores devem gastar em média R$107 por presente e as roupas devem ser os presentes mais comprados.
23% dos consumidores virtuais compraram comida delivery no último ano
93% dos brasileiros pretendem presentear neste Natal, mas gasto médio por presente deve cair 20%
1. 93% dos brasileiros pretendem presentear
neste Natal, mas gasto médio por presente
deve cair 20%, aponta SPC Brasil
Consumidores atribuem diminuição de gastos à alta da inflação. Neste ano,
brasileiro vai desembolsar, em média, R$107 por presente
Aproximadamente 137 milhões de brasileiros devem ir às compras neste
Natal, segundo uma pesquisa realizada em todas as capitais pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL). Na comparação com o ano passado, o total de
consumidores que pretendem presentear alguém passou de 87,0%
para 93,3%. Apenas, 1,1% dos consumidores ouvidos não têm a intenção de
comprar presentes e 5,6% ainda estão indecisos. Apesar do número elevado,
constatado em ambos os gêneros e em todas as faixas etárias e classes sociais,
o agravamento da crise econômica, com pressão inflacionária e escalada dos
índices de desemprego, mexeu com a disposição do brasileiro para ir às
compras no Natal deste ano. Se descontada a inflação acumulada no período, o
gasto médio por presente deve sofrer uma redução real de 20,21%.
De acordo com o levantamento, os consumidores devem gastar, em média,
R$ 106,94 por presente neste ano, quantia inferior aos R$ 125,22
verificados no mesmo período de 2014. Os consumidores da classe C devem
gastar um valor ainda menor: R$ 97,85 em média por presente. O número de
indecisos também é alto: 46,6% dos entrevistados não tem ideia do valor que
devem desembolsar para pagar os presentes natalinos. No ano passado, o
percentual de consumidores que não sabiam o quanto iriam gastar era de
apenas 8,7%.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, mesmo diante de um
cenário adverso para o comércio varejista, os dados demonstram que o Natal
exerce uma forte influência no estímulo ao consumo e carrega um significado
cultural importante para as relações sociais e emocionais dos brasileiros, visto
que a maioria absoluta dos consumidores deve presentar pelo menos uma
pessoa no período. “Por outro lado, os números também indicam que os
entrevistados estão receosos com as despesas de Natal, em virtude da queda
da confiança do consumidor, consequência direta do aumento do desemprego,
da alta da inflação e da atividade econômica mais fraca. O consumidor quer
2. presentear e não vai deixar de fazê-lo, mas sabe que o momento é de cautela e
que por isso, os gastos devem ser mais bem pensados”, afirma a economista.
O estudo do SPC Brasil constata ainda que, em média, cada consumidor
deverá comprar quatro presentes neste fim de ano – mesma quantidade
observada no Natal de 2014.
Inflação é a principal vilã do Natal
Sete em cada dez (74,3%) consumidores relataram ao SPC Brasil a
percepção de que os presentes de Natal estão mais caros neste ano do
que em igual período do ano passado. As principais razões apontadas são a
pressão inflacionária (46,8%), o cenário econômico menos favorável para o
consumo (38,1%) e o aumento do dólar (8,7%). No ano passado, apenas 14%
citavam o cenário econômico ruim como justificativa para o aumento dos
preços dos presentes. “Os dados comprovam que os efeitos da crise já são
sentidos pelo bolso do brasileiro”, afirma a economista Marcela Kawauti.
Se em 2014 o percentual de consumidores que queriam diminuir os
gastos com os presentes era de 29,1%, eles passam a corresponder a
41,2% dos entrevistados em 2015. Outros 26,7% pretendem gastar a
mesma quantia que no ano passado e apenas 14,4% dos consumidores ouvidos
estão dispostos a desembolsar mais neste ano do que no Natal de 2014.
O aumento dos preços é a principal razão mencionada por 26,8% dos
entrevistados que acreditam que vão desembolsar valores maiores
neste ano – em 2014, apenas 8,0% citavam a inflação como a principal vilã
dos presentes. Outros motivos alegados pelos entrevistados são o fato de
terem economizado ao longo do ano para gastar mais no período natalino
(21,9%), o recebimento do 13º salário (16,2%) e o fato de ter mais pessoas
para presentear (9,8%). Outras explicações mais positivas, como a melhoria de
salário e a estabilidade no emprego são razões apontadas por apenas 9,2% e
2,7% dos entrevistados, respectivamente.
Dentre os consumidores que planejam gastar menos, a inflação também é a
principal culpada na visão dos consumidores . Mais de um quarto (25,9%) dos
brasileiros citam o aumento dos preços como impeditivo para desembolsarem
mais com os presentes – no ano passado apenas 1,8% citaram essa
3. alternativa. Outras opções ditas pelos entrevistados são o endividamento
(14,7%), o desemprego (12,8%), a necessidade de economizar (12,2%) e a
situação financeira ruim (10,2%).
Maioria dos consumidores pretende pagar em dinheiro
Com juros elevados e crédito mais restrito, o dinheiro vivo será a forma de
pagamento mais utilizada neste Natal (42,3%) – principalmente entre os
entrevistados da classe C (47,1%), seguido pelo cartão de crédito parcelado
(27,7%), cartão de crédito à vista (13,6%) e cartão de débito (12,1%).
Para quem vai parcelar, a média é de cinco prestações. Isso significa que quem
comprar os presentes neste mês novembro ou dezembro, estará com a renda
comprometida com prestações a pagar pelo menos até a próxima Páscoa ou Dia
das Mães, em abril e maio de 2016, respectivamente. “O impacto das compras
de fim de ano no orçamento dos consumidores brasileiros não deve ser
subestimado. Dividir as compras em parcelas a perder de vista pode atrapalhar
o planejamento para o começo de um novo ano livre das dívidas”, orienta José
Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz.
Filhos serão os mais presenteados e roupas os principais presentes
De maneira geral, a pesquisa identificou que os filhos aparecem em
primeiro lugar na relação dos mais presenteados (46,7%), seguidos
pelos cônjuges (42,6%), pelas mães (35,0%) e pelos sobrinhos (19,4%). Os
filhos (20,1%), os maridos e esposas (19,4%) e o próprio entrevistado (13,2%)
devem receber o presente mais caro, na avaliação dos consumidores ouvidos
pelo levantamento.
As roupas (67,2%) devem ser os presentes mais comprados neste
Natal, seguidas pelos calçados (37,0%), pelos brinquedos (31,7%) e também
pelos perfumes e cosméticos (27,7%). Acessórios, como cintos, bolsas e
bijuterias (19,8%), livros (18,8%), celulares (13,9%) e videogames (9,0%)
completam o ranking dos produtos mais procurados.
No momento de escolher o item a ser comprado, o perfil do presenteado
(45,9%) é o principal fator levado em consideração, seguido pela própria
4. escolha de quem será presenteado (21,0%) e pelo preço do presente (11,2%).
A maior parte dos consumidores vai presentear porque tem o costume (47,8%)
ou porque considera a troca de presentes um gesto importante (42,7%).
Apenas 3,3% o fazem por obrigação social.
Shopping é o lugar favorito, mas três em cada dez vão comprar online
Para seis em cada dez (64,6%) consumidores, o preço é o fator de maior peso
no momento de escolher o local onde os presentes serão comprados. A
diversidade de produtos (39,6%) e a localização da loja (38,0%) também
influenciam na decisão sobre o estabelecimento. E um alerta aos comerciantes:
a maioria (82,5%) dos consumidores revela disposição para pesquisar melhores
condições de pagamento e valores mais em conta. A economista Marcela
Kawauti acrescenta que essa é uma dica valiosa para todo o comércio varejista.
“É fundamental oferecer condições atraentes neste Natal, no que diz respeito às
ofertas. Com tantos consumidores inseguros para gastar, as lojas que
apresentarem preços e condições de pagamentos diferenciados vão sair na
frente para ganhar atenção dos brasileiros. Além disso, as vantagens precisam
ser realistas, uma vez que a maioria dos consumidores garante que fará
pesquisas antes de comprar”, afirma.
Assim como no ano passado, os shopping centers (50,4%) se destacam
como o principal centro de compra para este Natal. Em segundo lugar
estão as lojas de rua (30,8%), seguidas de perto pelas lojas virtuais (30,3%).
Na comparação entre gêneros, os homens devem concentrar suas compras
principalmente nos shoppings (55,3%) e na internet (35,5%), ao passo que as
mulheres devem frequentar mais as lojas de rua (36,2%). Considerando os
30% de entrevistados que irão comprar presentes em lojas virtuais,
quase a metade (46,3%) dos presentes destas pessoas serão adquiridos
exclusivamente na internet. As versões online de lojas tradicionais são as
preferidas para compras via internet (74,6%), acompanhadas das lojas virtuais
especializadas em roupas, calçadas e acessórios (25,2%) e dos sites de leilões,
(24,9%). Os sites de compras coletivas (10,0%) e os sites internacionais
(5,1%) completam a lista.
Para a economista-chefe do SPC Brasil a significativa presença das vendas
online deve-se muito à praticidade e à possibilidade de fazer comparações de
5. preços, fatores que juntos acabam atraindo o interesse das pessoas. “Mas é
preciso ter cuidado para realizar compras online. O ideal é fazer os pedidos com
certa antecedência para que os presentes cheguem a tempo das festas. O
atraso na entrega de encomendas é um problema que os consumidores
costumam enfrentar nesta época do ano, mas que podem ser evitados se
houver planejamento”, alerta Marcela Kawauti.
Metodologia
O SPC Brasil entrevistou 601 consumidores de ambos os sexos e de todas as
idades e classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de no
máximo 3,7 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. Isso
significa que em 100 levantamentos com a mesma metodologia, os resultados
estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões.
O objetivo da pesquisa foi avaliar a intenção de compras no Natal de 2015,
mapeando as preferencias e percepções dos consumidores em relação aos
produtos, preços, forma de pagamentos e locais de compra.