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INFORME DO DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - DEVS 
INSETICIDAS DOMÉSTICOS - CUIDADOS EM SEU USO 
O verão chegou e com todo esse calor chegam também insetos como mosquitos, baratas, formigas e moscas e para controlá-los as pessoas recorrem aos inseticidas domésticos e os usam muitas vezes de forma abusiva. A alta prevalência de uso de inseticidas deve estar correlacionada com fatores como o clima, o relevo, o solo e condições de saneamento básico da cidade e, de certa forma, ao desconhecimento das propriedades tóxicas desses produtos. 
A implementação de ações de saneamento básico influencia diretamente na redução da proliferação dos insetos e, consequentemente, na redução do uso de inseticidas. Esta é a forma mais barata e eficaz de controle das pragas domésticas e/ou vetores para os órgãos públicos. O uso de inseticidas domésticos tornou-se tão comum nos domicílios urbanos que a proteção mecânica, como por exemplo, mosquiteiros e telas em aberturas, ficou esquecida. O consumidor, que na maioria das vezes, desconhece as propriedades tóxicas dos componentes dessas formulações (princípios ativos e adjuvantes como, solventes, propelentes e sinergistas), é atraído pela mídia, que oferece esses produtos como se fossem inócuos. A comercialização de inseticidas sem cheiro ou com odores agradáveis como limoleno, eucaliptol e óleo de citronela faz com que o consumidor exponha-se a esses produtos de forma mais frequente, pois ele tende a permanecer no local, após a aplicação do inseticida. Além disto, o surgimento de cepas resistentes aos inseticidas faz com que o consumidor insista no uso, aumentando o risco de intoxicação. A resistência a pesticidas tem sido documentada em mais de 100 espécies de mosquitos e em muitas espécies de outros artrópodes importantes na área da saúde, tais como, moscas, piolhos, percevejos, pulgas, baratas e carrapatos. Ao serem consideradas as formas de apresentação dos inseticidas presentes nos domicílios, destacaram-se os aerossóis, talvez pela praticidade e facilidade de aplicação. Os inseticidas líquidos são facilmente absorvidos pela pele e, tratando-se de substâncias geralmente voláteis, podem também ser absorvidas
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pela via respiratória. Seus resíduos permanecem no ambiente, contaminando paredes, chão, teto, tapetes, utensílios, brinquedos, etc. Crianças que engatinham e/ou levam as mãos ou objetos à boca estão em frequente contato com estes resíduos. Os produtos com os princípios ativos piretroides e organofosforados são os mais usados. Uma intoxicação por piretroides pode ocasionar problemas respiratórios como chiado persistente e asma, dor de cabeça, imunossupressão, formigamento, irritações na pele, excitação do sistema nervoso, convulsões e até a morte, dependendo da intensidade da exposição. Os organofosforados são compostos absorvidos com facilidade por todas as vias: dérmica, gastrointestinal e respiratória. A absorção cutânea é a principal via de penetração deste inseticida em indivíduos que os aplicam na forma de pulverização. Os organofosforados interferem no sistema de transmissão neural, por meio da inibição da acetilcolinesterase produzindo efeitos, como aumento da secreção brônquica, vômitos, dificuldade de acomodação visual, cefaleia, tonturas, depressão, ansiedade e outros. 
No Paraná de acordo com o SINANET no ano de 2012 ocorreram 169 casos de intoxicação com inseticidas domésticos. 
Cuidados ao manusear os inseticidas domésticos: 
- Verificar se o produto adquirido tem registro na ANVISA. Todas as empresas fabricantes de inseticidas domésticos são obrigadas a registrar seus produtos na ANVISA e assim apresentarem uma série de estudos de eficiência no controle dos insetos e na segurança do seu uso. 
- Antes de usar o produto ler com atenção o rótulo da embalagem. Verificar como o produto deve ser aplicado e os cuidados a serem tomados. Muitos produtos não devem ser deixados expostos ao ambiente na presença de crianças e animais, por isso atenção às instruções de uso. 
- Quando da utilização do produto, use sempre roupas com mangas compridas, máscaras, bonés, luvas, óculos e calça fechados. Certifique se os produtos utilizados são apropriados para o uso doméstico e não profissional. Nunca fique em áreas com janelas e portas fechadas o local deve ser bem arejado.
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- Caso haja suspeita de intoxicações, deve-se procurar imediatamente um posto de saúde ou Centro de Intoxicações, levar a embalagem do produto para que o médico possa medicar corretamente o acidentado. 
- Os produtos devem ser armazenados em locais separados de alimentos, de preferência fechados e isolados de crianças e animais. 
- As embalagens vazias devem ser descartadas em locais apropriados e não devem ser furadas ou reutilizadas. 
Referências: 
1. Câmara Neto HF, Augusto LGS. Condições sanitárias do ambiente urbano e o uso de inseticidas domésticos: implicações para a saúde [Dissertação]. Recife: 
Departamento de Saúde Coletiva/ Fundação Oswaldo Cruz; 2000. 
2. Diela C. , Facchinia L.A. e Mór Dall’Agnol M; Inseticidas domésticos: padrão de uso segundo a renda per capita. Rev Saúde Pública 2003; Ed. 37(1): p 83-90. 
3. Lombardi M, Minuissi J, Midio A. Aspectos toxicológicos de inseticidas de uso doméstico. Rev. Bras Saúde Ocup 1983; 11:36-48. 
4. SINANET 4.0/PATCH 4.2. Intoxicações Exógenas DBF, Base de Dados Dezembro 2012.<acesso 08/01/2013>

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  • 1. Superintendência de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância Sanitária – DEVS Rua Piquiri, 170 – Rebouças – 80.230-140 – Curitiba – Paraná – Brasil – Fone: (41) 3330-4400 www.saude.pr.gov.br INFORME DO DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - DEVS INSETICIDAS DOMÉSTICOS - CUIDADOS EM SEU USO O verão chegou e com todo esse calor chegam também insetos como mosquitos, baratas, formigas e moscas e para controlá-los as pessoas recorrem aos inseticidas domésticos e os usam muitas vezes de forma abusiva. A alta prevalência de uso de inseticidas deve estar correlacionada com fatores como o clima, o relevo, o solo e condições de saneamento básico da cidade e, de certa forma, ao desconhecimento das propriedades tóxicas desses produtos. A implementação de ações de saneamento básico influencia diretamente na redução da proliferação dos insetos e, consequentemente, na redução do uso de inseticidas. Esta é a forma mais barata e eficaz de controle das pragas domésticas e/ou vetores para os órgãos públicos. O uso de inseticidas domésticos tornou-se tão comum nos domicílios urbanos que a proteção mecânica, como por exemplo, mosquiteiros e telas em aberturas, ficou esquecida. O consumidor, que na maioria das vezes, desconhece as propriedades tóxicas dos componentes dessas formulações (princípios ativos e adjuvantes como, solventes, propelentes e sinergistas), é atraído pela mídia, que oferece esses produtos como se fossem inócuos. A comercialização de inseticidas sem cheiro ou com odores agradáveis como limoleno, eucaliptol e óleo de citronela faz com que o consumidor exponha-se a esses produtos de forma mais frequente, pois ele tende a permanecer no local, após a aplicação do inseticida. Além disto, o surgimento de cepas resistentes aos inseticidas faz com que o consumidor insista no uso, aumentando o risco de intoxicação. A resistência a pesticidas tem sido documentada em mais de 100 espécies de mosquitos e em muitas espécies de outros artrópodes importantes na área da saúde, tais como, moscas, piolhos, percevejos, pulgas, baratas e carrapatos. Ao serem consideradas as formas de apresentação dos inseticidas presentes nos domicílios, destacaram-se os aerossóis, talvez pela praticidade e facilidade de aplicação. Os inseticidas líquidos são facilmente absorvidos pela pele e, tratando-se de substâncias geralmente voláteis, podem também ser absorvidas
  • 2. Superintendência de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância Sanitária – DEVS Rua Piquiri, 170 – Rebouças – 80.230-140 – Curitiba – Paraná – Brasil – Fone: (41) 3330-4400 www.saude.pr.gov.br pela via respiratória. Seus resíduos permanecem no ambiente, contaminando paredes, chão, teto, tapetes, utensílios, brinquedos, etc. Crianças que engatinham e/ou levam as mãos ou objetos à boca estão em frequente contato com estes resíduos. Os produtos com os princípios ativos piretroides e organofosforados são os mais usados. Uma intoxicação por piretroides pode ocasionar problemas respiratórios como chiado persistente e asma, dor de cabeça, imunossupressão, formigamento, irritações na pele, excitação do sistema nervoso, convulsões e até a morte, dependendo da intensidade da exposição. Os organofosforados são compostos absorvidos com facilidade por todas as vias: dérmica, gastrointestinal e respiratória. A absorção cutânea é a principal via de penetração deste inseticida em indivíduos que os aplicam na forma de pulverização. Os organofosforados interferem no sistema de transmissão neural, por meio da inibição da acetilcolinesterase produzindo efeitos, como aumento da secreção brônquica, vômitos, dificuldade de acomodação visual, cefaleia, tonturas, depressão, ansiedade e outros. No Paraná de acordo com o SINANET no ano de 2012 ocorreram 169 casos de intoxicação com inseticidas domésticos. Cuidados ao manusear os inseticidas domésticos: - Verificar se o produto adquirido tem registro na ANVISA. Todas as empresas fabricantes de inseticidas domésticos são obrigadas a registrar seus produtos na ANVISA e assim apresentarem uma série de estudos de eficiência no controle dos insetos e na segurança do seu uso. - Antes de usar o produto ler com atenção o rótulo da embalagem. Verificar como o produto deve ser aplicado e os cuidados a serem tomados. Muitos produtos não devem ser deixados expostos ao ambiente na presença de crianças e animais, por isso atenção às instruções de uso. - Quando da utilização do produto, use sempre roupas com mangas compridas, máscaras, bonés, luvas, óculos e calça fechados. Certifique se os produtos utilizados são apropriados para o uso doméstico e não profissional. Nunca fique em áreas com janelas e portas fechadas o local deve ser bem arejado.
  • 3. Superintendência de Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância Sanitária – DEVS Rua Piquiri, 170 – Rebouças – 80.230-140 – Curitiba – Paraná – Brasil – Fone: (41) 3330-4400 www.saude.pr.gov.br - Caso haja suspeita de intoxicações, deve-se procurar imediatamente um posto de saúde ou Centro de Intoxicações, levar a embalagem do produto para que o médico possa medicar corretamente o acidentado. - Os produtos devem ser armazenados em locais separados de alimentos, de preferência fechados e isolados de crianças e animais. - As embalagens vazias devem ser descartadas em locais apropriados e não devem ser furadas ou reutilizadas. Referências: 1. Câmara Neto HF, Augusto LGS. Condições sanitárias do ambiente urbano e o uso de inseticidas domésticos: implicações para a saúde [Dissertação]. Recife: Departamento de Saúde Coletiva/ Fundação Oswaldo Cruz; 2000. 2. Diela C. , Facchinia L.A. e Mór Dall’Agnol M; Inseticidas domésticos: padrão de uso segundo a renda per capita. Rev Saúde Pública 2003; Ed. 37(1): p 83-90. 3. Lombardi M, Minuissi J, Midio A. Aspectos toxicológicos de inseticidas de uso doméstico. Rev. Bras Saúde Ocup 1983; 11:36-48. 4. SINANET 4.0/PATCH 4.2. Intoxicações Exógenas DBF, Base de Dados Dezembro 2012.<acesso 08/01/2013>