Este documento discute como os projetos podem ser fontes de aprendizagem e conhecimento. Ele explica que (1) os projetos têm quatro funções principais, incluindo gerar conhecimento, mas que (2) o foco na ação faz com que o conhecimento seja um subproduto que se evapora rapidamente, e (3) é necessário refletir sistematicamente sobre os projetos para que realmente gerem conhecimento.
2. O Conceito de
Impactos
Projeto
Projeto é um conjunto de Objetivos
hipóteses e premissas
que relacionam
(0) recursos com Resultados
(1) ações,
(2) resultados,
(3) Objetivos, e
(4) impactos econômicos e sociais. Ações
Os projetos são instrumentos de
inovação
Recursos
3. A Funções dos Projetos
• Os projetos tem quatro grandes funções:
1. Organizar ideias
2. Negociar recursos Ciclo de gestão
3. Orientar e avaliar a ação
4. Gerar conhecimento Aprendizagem
Vamos tratar aos projetos e os desafios para
que realmente sejam fontes de conhecimento.
4. O Foco da Atenção nos
Projetos e a evaporação dos
Nos projetos, o foco Conhecimentos
da atenção está em
garantir o sucesso.
Espontaneamente, a Foco de Atenção
Ações Ações Ações
aprendizagem é um
subproduto. R0 R1 R2 R3
Por momentos
aprendemos,
especialmente Processo de Aprendizagem
Antes /// Durante /// Depois
resolvendo
Cenário Reflexões e Avaliações Sistematização
problemas, mas
rapidamente
regressamos à ação.
5. Hipóteses
• Hipóteses são afirmações explícitas, conscientes sobre
fatos ou sobre relações de causalidade.
• As hipóteses podem ser verdadeiras ou falsas:
– Com uma melhor infraestrutura de caminhos o custo do
transporte diminui.
– As epidemias de cólera de Londres eram causadas pelo
mal cheiro das áreas sujas da ribeira do Thames.
• Numa pesquisa o conhecimento avança principalmente
negando hipóteses. A confirmação de hipóteses
aumenta a confiança no conhecimento existente.
6. Premissas Tácitas
• Premissas tácitas são crenças tradicionais ou modernas
que, inconscientemente, são utilizadas para interpretar
fenómenos ou prever evoluções futuras da realidade.
• As premissas tácitas são utilizadas para pensar mas são
invisíveis para quem as utiliza.
– Si a cidade A cresceu com as políticas P1, P2 e P3, e si a
cidade B, é parecida à cidade A, então B também deverá
crescer com essas mesmas políticas.
• O problema com as premissas tácitas é que não as
conhecemos, ou não as conhecemos bem.
• Frequentemente, nós somos inconscientes do uso das
premissas tácitas.
7. As metáforas consistem A Mágica das
em entender um
fenómeno como si fosse Metáforas
outro, em ver uma coisa
como si fosse outra coisa
que é nossa conhecida:
“As forças sociais se
neutralizam”
“O cérebro é uma Si não
máquina” entendemos algo,
“O conhecimento se magicamente o
difunde” “entendemos” por
“Somos cegos explorando meio de uma
um elefante
metáfora.
8. O Papel das Metáforas
• Utilizamos metáforas para entender e explicar o
que não entendemos, ou não entendemos bem.
• As metáforas são ferramentas cognitivas que
utilizamos para pensar e atuar em condições de
insuficiência de conhecimento, quer dizer, para
pensar e atuar em condições de ignorância.
• As metáforas são poderosos recursos de discurso.
• As metáforas geram sensação de entendimento.
• As metáforas geram premissas tácitas.
9. Teoria detrás da Ação
Quando atuamos
sempre temos
uma teoria detrás
da ação,
estejamos
conscientes ou
inconscientes do
seu uso.
Donald Schön,
Chris Argyris e
Peter Senge a
chamam:
Teoria em uso Senge, P. (1990). The Fifth Discipline
11. O Positivo e Negativo das
Teorias em Uso
• As Teorias em Uso nos ajudam criar uma interpretação
dos fenómenos sobre os quais atuamos, e assim
ganhamos confiança no que estamos fazendo.
• As Teorias em Uso estão cheias de Premissas Tácitas.
• O problema é que não somos plenamente conscientes
das Teorias em Uso que utilizamos.
• Quando algo fracassa e não achamos uma explicação,
nos sentimos mal e confundidos.
• Quanto mais conhecemos as nossas Teorias em Uso
melhor podemos assimilar as surpresas.
12. O Conhecimento Tácito e
o Conhecimento Explícito
• Os conhecimentos tácitos são aqueles
conhecimentos dos quais não somos conscientes
deles e que, si temos consciência, não sabemos
explicar.
• Conhecimentos explícitos são conhecimentos que
podem ser explicados em símbolos: livros,
artigos, crenças escritas, etc.
• Toda atividade prática requer uma combinação
de conhecimentos explícitos e tácitos.
13. Por um milhão de
anos, antes da
invenção da
linguagem,
os nossos
conhecimentos eram
exclusivamente
tácitos
14. Os Mistérios do
Conhecimento Tácito
• O conhecimento tácito se expressa na ação, ou se encontra
inserido em expressões artísticas.
• Grande parte dos conhecimentos que adquirimos pela
prática, como executando projetos, são tácitos.
• Os conhecimentos tácitos podem ser invisíveis até para o
seu dono: a pessoa sabe, mas não sabe que sabe.
• Compartilhar os conhecimentos tácitos é difícil e toma
tempo.
• Trabalhando juntos é possível compartilhar conhecimentos
tácitos.
• Captando imagens de uma atividade também possibilita
compartilhar conhecimentos tácitos.
15. Fazendo Visível ao
Invisível
• Muitas premissas tácitas são consideradas obvias sem
necessidade de confirmação experimental.
• Podemos manter intocáveis as nossas crenças por
décadas, gerações, séculos e milênios.
• Os fracassos ajudam a visibilizar às premissas tácitas,
mas uma revisão crítica é necessária .
• Aceitar o fracasso das nossas crenças e realizar uma
avaliação crítica delas requer coragem intelectual e
física.
• Quando se vislumbram outras formas de entender,
temos mais valor para criticar as nossas crenças.
16. Áreas de Aprendizagem
Nível de aprendizagem
Não estamos treinados para
O foco das
conversar sobre fracassos
sistematizações
actuais: 90% a
100% Sucesso
100% 70% Fracasso 70% Sucesso 100%
Fracasso 30% Sucesso 30% Fracasso Sucesso
Qualidade dos Resultados
Fonte: Exposição de Steve Denning no Banco Mundial, 2003
17. Ciclo da Aprendizagem
O Ciclo da Projeção de
aprendizagem de Conceitos e
Hipóteses
quatro passos foi Momentos
imaginado John Conceituais
Dewey, Jean
Transformação Realização de
Piaget, David Kolb, Experiências
de Conceitos e
e Chis Argyris, Teorias
e Observação
entre outros
teóricos da Momentos
aprendizagem Operacionais
baseada na Reflexão
experiência.
19. Como desenvolvemos
hábitos de pensamento
que delimitam os nossos
conhecimentos
• Atividades: Os métodos, as estratégias e os enfoques conceituais
ficam fora do campo de aprendizagem sistemática. Depois de um
tempo, o cérebro opera as atividades em forma mecânica ou quase
mecânica. (After Action Review)
• Métodos e processos: O contexto e os enfoques conceituais ficam
fora do campo de aprendizagem sistemática. A mecanização
também está presente. (reengenharia)
• Estratégias: O contexto é assimilado, mas os enfoques e as
metáforas que delimitam as nossas percepções e guiam o nosso
pensamento ficam congelados. (planejamento estratégico)
• Enfoques conceituais: Finalmente podemos navegar os contextos e
as teorias, mas ainda estaremos dentro dos marcos dos paradigmas
do nosso tempo.
20. Não ha nada mais prático do que
uma boa teoria (Kurt Lewin)
• Os enfoques conceituais definem como interpretamos
o contexto e a nossa prática.
– Os APL são uma forma de olhar/entender o espaço
– Governança de Bens privados, públicos, clube e comuns
• Em alguns casos os enfoques conceituais filtram o que
percebemos e o que não percebemos.
• Os enfoques conceituais podem fracassar por décadas
antes de ser superados.
• Com enfoques conceituais limitados, trabalhos bem
feitos não produzem os impactos esperados.
21. Fragmentação Empirista
do Ciclo de Aprendizagem
Projeção de
conceitos e
hipóteses
Ajustes
Metodológicos e
Formação de
Estratégicos Realização de
conceitos e
Experiências e
teorias
Observação
Reflexão sobre,
atividades ou
Metodologias
22. Fragmentação da Aprendizagem,
Congelamento Intelectual
A vitória dos Memes
Projeção de
conceitos e
hipóteses
Formação de
Realização de
conceitos e
Experiências
teorias Colheita de Concretas
Casos e Idéias
Confirmatórias
Reflexão:
atividades ou
Metodologias