4. Thomas Robert Malthus escreveu seu “Primeiro Ensaio
sobre População” em 1798.
5. Amélia Damiani contextualiza historicamente o
período em que Malthus vivia.
Os países do mediterrâneo se estabeleceram entre os
séculos XIV e XV.
Grandes massas humanas tiveram suas terras
subtraídas e lançadas ao mercado na qualidade de
trabalhadores livres.
6. E é neste período que Malthus escrevia, séc XVIII/XIX,
na Inglaterra, durante o desenvolvimento industrial
Em que o trabalho masculino era substituído, em
partes, pelo trabalho da criança e da mulher
E a qual, a mecanização causava desempregos e
consequentemente miséria e aumento da mortalidade
“infantil”.
7. Malthus primeiramente polemiza com os solicialistas
utópicos – Condorcet; Godwin e Wallace – que
propunham uma sociedade igualitária como
alternativa desta situação da miséria.
Godwin:
“no futuro não haverá mais um punhado de ricos e
uma multidão de pobres; não haverá mais guerras
assim como doenças; o homem não se angustiará nem
mais viverá melancolicamente; não haverá
necessidade, nem da administração da justiça, nem de
governo”
8. Malthus não acreditava que a sociedade dividida em
classes que seria o problema da miséria humana e sim
a proporção natural de disponibilidade de alimento e a
multiplicação humana.
Que se os meios de subsistência fossem tão
abundantes haveria evidentemente um crescimento da
espécie humana muito maior do que qualquer outro
até então conhecido.
9.
10. Assim, cria-se a lei natural:
“A população cresce num ritmo geométrico e a
produção de subsistência num ritmo aritmético”.
O crescimento natural da população, que é
determinado pela paixão entre os sexos, excede a
capacidade da terra para produzir alimentos para o
homem.
11. Utiliza exemplo dos EUA que duplicou sua população
em 25 anos.
E torna como regra: A população quando não
controlada, duplica a cada 25 anos.
Meios de subsistência aumentam numa progressão
aritmética.
12. a) A população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Seu
crescimento obedeceria a uma progressão geométrica
(2, 4, 8, 16, 32, 64...) ininterruptamente.
b) Já a produção de alimentos cresceria em progressão
aritimética (2, 4, 6, 8, 10...) e sua produção seria
limitada em função dos limites territoriais dos
continentes.
15. Acrescenta que a miséria e o vício são obstáculos
positivos ao crescimento da população.
Ele(a) mata, reduz o nº de matrimônios, pois fica mais
difícil sustentar filhos
Obstáculo preventivo ou “Obrigação moral”
16. Por outro lado, ela incita os cultivadores a aumentarem
o emprego da mão-de-obra disponível, a abrir novas
terras ao cultivo, a re-harmonizar a relação
população/recursos.
Ao se ampliarem os meios de subsistência a população
volta a crescer, e assim, os pobres vivem um perpétuo
movimento oscilatório.
17. Malthus discorda até da assistência do Estado aos
pobres, pois motiva o casamento e a procriação dos
indigentes.
Era contra as leis do auxílio Paroquial que davam
alimento para os mais pobres, principalmente para
mulher e crianças necessitadas.
“A luta pela sobrevivência, nessas condições, faria
triunfar o egoísmo”
18. - Casais jovens não podem ter filhos;
- Controle de natalidade para famílias de países pobres;
- Aumento do preço dos alimentos;
- Redução de salários.
Política contra o grande crescimento:
19. David Ricardo (1772-1823):
Valor do mercado alto
Trabalhador recebe salário adequado
Aumento do tamanho da família
Aumento do nº de trabalhadores
Redução de salários
Unidade familiar diminui
Menos trabalhadores
Aumento do salário
20. Solução:
Controle natural (Guerras, doenças, epidemias)
Sujeição Moral (Retardar casamento, castidade antes
de casamento, somente ter filhos quem pudesse se
sustentar [ter terras])
Obs.: Malthus além de economista era também pastor
da Igreja Anglicana, que era contrária aos métodos
anticoncepcionais.
21. Damiani deixa algumas questões:
O desenvolvimento industrial impediu o desenvolvimento da
produção agrícola?
Hoje se produz mais pelo desenvolvimento das técnicas agrícolas.
Malthus subestima as relações sociais e econômicas como fonte
explicativa da pobreza. Não a considera como fator determinante
e sim a relação homem/subsistência.
No mesmo período havia grande produção de milho, mas o
trabalhador desempregado não conseguia ter acesso.
O homem malthusiano, sujeito à paixão entre os sexos, assim
esta paixão se reduz a função de procriação, regulada pela
miséria e os vícios, ou pelo matrimônio e o celibato.
22.
23. Malthus Vive – Neomalthusianismo
Séc XX
Ele orientou a construção da demografia ao conferir
importância socioeconômica aos problemas
populacionais
A qual constitui técnicas quantitativas para pesquisar
os movimento da população
nas análises de natalidade, de mortalidade, quanto à
constituição do crescimento vegetativo.
24. Neomalthusianismo se identifica com o
malthusianismo, e se estabelece após a Segunda
Guerra Mundial.
É voltado à leitura do crescimento populacional nos
países subdesenvolvidos e seu reflexo mundial a fim de
evitar outros conflitos de proporções mundiais
25. Se diferem um pouco das teorias de Malthus, porém
seguem o mesmo sentido da população mais pobre
como população problema.
Relacionando o crescimento natural com as
possibilidades de abastecimento e recursos vitais de
um território
Influenciado por esta população pobre
População x Natureza
26. Damiani acredita que o malthusianismo e o
neomalthusianismo têm uma fundamentação real,
possuem certo sentido, porém são análises
especulativas que representam interesses definidos.
Versões malthusianas e neomalthusianas sobre o
progresso diferenciado das raças, as concepções sobre
genética humana e o aperfeiçoamento das raças
(eugenia) podem justificar o racismo.
Através de uma demografia “qualitativa” pode-se
justificar agressões e a colonização como processo
civilizatório.
27. E estas teorias são utilizadas como arcabouço teórico
para políticas públicas
políticas de controle de natalidade - “Planejamento
Familiar” em países subdesenvolvidos
Políticas desenvolvidas pela ONU e BM com a
esterilização em massa (Índia, Colômbia, ...),
distribuição de contraceptivos, dius, e o modelo de
família veiculado pelos meios de comunicação.
Ainda hoje, o FMI possui como exigência o controle de
natalidade para empréstimos.
28. David Harvey, diante da aceitação de uma teoria de
superpopulação e escassez de recursos, que insiste em
manter intacto o modo de produção capitalista,
esclarece que:
“o argumento da superpopulação é facilmente
usado como parte de uma apologia elaborada,
através da qual a repressão de classe, étnica ou
(neo)colonial pode ser justificada”.
29. atraso econômico dos países subdesenvolvidos
justificado pela população numerosa
Levando ao esgotamento dos “recursos naturais”,
catástrofes naturais e humanas
Quanto maior o número de habitantes de um país,
menor a renda per capita e a disponibilidade de capital
a ser investido em setores agrícolas e industriais.
30. Países subdesenvolvidos (taxas de natalidade
elevadas), acabavam tendo grandes gastos com a
população jovem e adulta, inviabilizando a canalização
de gastos em outros setores.
Se esse crescimento não for impedido os recursos
naturais da Terra se esgotarão em pouco tempo.
31. Emissão de CO² na atmosfera
1° Lugar - Estados Unidos - 5,762,050 t
2° Lugar - China - 3,473,600 t
3° Lugar - Rússia - 1,540,360 t
4° Lugar - Japão - 1,224,740 t
5° Lugar - Índia - 1,007,9 t
6° Lugar - Alemanha - 837,425 t
7° Lugar - Reino Unido - 558,225 t
8º Canadá - 517,157,000 t
9º Coréia do Sul - 446,190,000 t
10º Itália - 433,018,000 t
32. Solução:
Planejamento familiar (ONU, FMI, Banco Mundial,
UNICEF);
Controle de natalidade (pílula, vasectomia,
laqueadura, DIUs);
Medidas drásticas (China);
Esterilização em massa de populações pobres (Índia e
Colômbia, PI e MA no Brasil);
E propagandas no cinema, publicidade e televisão
(modelo familiar bem-sucedido – máx 2 filhos).
33. Erro:
Tira a responsabilidade dos países ricos pelo atraso e
miséria dos países desenvolvidos
34.
35. Para Marx, a superpopulação não é o resultado da desproporção entre o
crescimento da população e dos meios de subsistência.
Superpopulação é o resultado da acumulação capitalista que expropria
trabalhadores e camponeses de seus trabalhos. Essa superpopulação
relativa toma diferentes nomes:
Superpopulação flutuante
Operários que perdem seus trabalhos pela industrialização, mas
conseguem obter novos empregos na mesma linha produtiva
Superpopulação latente
Camponeses que perdem seu trabalho nas agricultura e passam a
trabalhar sazonalmente
Superpopulação estagnada
Operários ou camponeses que não conseguem trabalho na mesma
linha produtiva e passam a viver de trabalhos domésticos ou trabalhos
ocasionais (menor salário)
36. O pobre não é somente aquele privado de recursos,
mas aquele incapaz de se apropriar dos meios de
subsistência, por meio do trabalho.
Assim, o trabalhador decorre do fato de ele depender
sempre da necessidade que o capitalista tem de seu
trabalho.
37. Esta superpopulação é a condição para acumulação do
capital e desenvolvimento do capitalismo:
1. Serve para regular os salários;
2. É material humano disponível a ser aproveitado.
38. O crescimento populacional só é um empecilho se não
há investimentos sociais (principalmente educação e
saúde)
Comprovaram que o crescimento populacional deve vir
acompanhado de investimentos sociais e não apenas
de programas de controle da natalidade
39.
40. Nega o princípio malthusiano, segundo o qual a
superpopulação é a causa da pobreza.
É a pobreza que gera a superpopulação.
Se não houvesse pobreza as pessoas teriam acesso a
educação, saúde, higiene, etc., o que regularia,
naturalmente, o crescimento populacional.
41. E explica a origem da pobreza:
Má divisão de renda na sociedade, pela exploração que
os países desenvolvidos submetem/submeteram os
países subdesenvolvidos.
Assim, a má distribuição de renda geraria a pobreza, e
esta, por sua vez, geraria a superpopulação.
Exploração Histórica (processo de colonização por
exploração) e econômicas (dependência financeira e
tecnológica).
42.
43. Escravidão ajudou a enriquecer a Suiça
Bancos do país financiaram, segundo pesquisas, o
tráfico de pelo menos 175 mil escravos africanos
Fonte:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,escravi
dao-ajudou-a-enriquecer-a-suica,1567229
44. Solução:
Amplas reformas socioeconômicas que permitiriam
melhores condições de vida, de educação.
Países pobres superam-se da relação de dependência
dos desenvolvidos.
Elevação da economia levaria a uma redução da
população
Políticas Públicas de distribuição de renda.
45. Porquê não muda?
Esta superpopulação constitui não só um resultado,
mas uma condição da acumulação do capital
De duas maneiras:
Serve para regular os salários;
É material humano disponível, a ser aproveitado,
independente dos limites do aumento real da população