Primeira publicação NEGRO UNIVERSO - a essência dos afrodescendentes, hoje e sempre - especial para o projeto AfroEscola Itinerante apoiado pelo PROAC Proteção e Promoção das Culturas Negras. Registros / relatos das atividades ocorridas entre fevereiro e abril de 2015. Edição: Carlos Rogerio. Mais informações sobre nossas iniciativas em www.oficinativa.org.
2. Revista
NEGRO
UNIVERSO
AfroEscola Itinerante
número especial 1, abril 2015
Editor: Carlos Rogerio
AfroEscola
Laboratório Urbano
Avenida Atlântica, 904
Valparaíso, Santo André, SP
CEP 09060 001
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Projeto realizado com apoio do
Governo do Estado de São Paulo,
Secretaria de Estado da Cultura –
Programa de Ação Cultural –
Proteção e Promoção
das Culturas Negras
Mesmo quando não estamos publicando – em
formatos impressos ou virtuais – com a
periodicidade que gostaríamos,
seguimos com as ações na prática.
Aliás, é justamente a grande quantidade de
vivências que não nos permite uma maior
presença com nossos fanzines / revistas,
áudios e vídeos.
A vida tem estado bem intensa...
Mas logicamente queremos e precisamos
continuar registrando e compartilhando tudo o que
vamos investigando e descobrindo.
E agora que a AfroEscola tem recebido alguns
reconhecimentos, ainda mais.
É hora de mostrá-la a outros públicos e ocupar os
espaços historicamente privilegiados.
E aqui vamos nós!!!
Conteúdo
Em itinerância.....................................................3
AfroEscola Radiofônica.....................................4
AfroNarrativas.....................................................4
10 anos rodando.................................................5
Enfim, a afrodécada............................................6
Enlaces, Afro e Solidários..................................7
AfroCineDebateS................................................7
AfroRegistros................................................8 e 9
3. 3
Em itinerância...Começamos em muito alto astral esse novo
período intitulado AfroEscola Itinerante.
Primeiro porque poderemos seguir
desenvolvendo ideias e ações que já
realizamos há cerca de 2 anos em nosso
Laboratório Urbano, localizado aqui na cidade
de Santo André, com base nos estudos,
reflexões, articulações e práticas sociais contra
os ainda vigentes preconceitos, discriminações
e racismos. E depois, porque vamos circular
bastante pelo ABC paulista – e também por
outras regiões – e isso sempre nos dá um
friozinho bom na barriga e nos enche
de brilho os olhos...
E para nós, boas itinerâncias só fazem sentido
se compartilhadas com potentes companheiros
e companheiras e quando aguçam a
curiosidade para grandes investigações e
descobertas. Nesses pontos, não temos
qualquer dúvida que estaremos rodeados por
criativos e sensíveis exemplares humanos e
que cada experiência será única, profunda e
inesquecível.
Assim, damos início a nossa caminhada
artística, cultural e pedagógica, que vai durar
de fevereiro a setembro com o apoio do
PROAC Proteção e Promoção das Culturas
Negras. Atividades programadas em nosso
espaço sociocultural, em nosso município e
nos vizinhos (São Bernardo do Campo, São
Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão
Pires e Rio Grande da Serra), além de algumas
extensões que vão surgindo a partir de
oportunidades, encontros e parceiras
“inevitáveis”: Festival Nacional de
Contadores de Histórias em Ponta Grossa,
Paraná, Festival Hablalapalabra na Patagônia
Argentina, edições do Revelando São Paulo
pelo interior, entre outras tantas.
A AfroEscola, que já projeta sua “abertura
oficial” para o ano de 2018 – ou seja, início dos
trabalhos efetivamente com as crianças –
intensifica nessa etapa sua crença na
autoeducação, na autocapacitação, na
autoformação: todas as vivências elencadas na
proposta servem como indicações da rotina
que desejamos implementar e assumir quando
do contato direto com os estudantes do ensino
infantil.
No mais, nos colocamos dispostos e
disponíveis para as mais inusitadas trocas pois,
sinceramente, dessa forma idealizamos o
mundo para os próximos anos:
pleno de solidariedade
criativa e inovações que
estimulem curiosidades e
diversidades.
10ª Feijoada das Marias
Fazenda Roseira, Campinas
Ilú na Estrada, março de 2015
Maria Dias
(Comida de Quintal)
no Rodas de
Culturas Populares
+ Sarau Sambado
São Bernardo do Campo
abril 2015
4. AfroEscola
Radiofônica
Em março passado
conseguimos concretizar
o antigo desejo de
retomar nossa atuação
de comunicação
comunitária. Assim,
voltamos aos 87,5 FM da
Pérola da Serra, emissora
localizada na cidade de
Ribeirão Pires, com 13
anos de atuação social.
Anteriormente estivemos
próximos, nos anos de
2004 a 2006, quando
mensalmente falávamos
sobre as programações
que realizávamos. A
AfroEscola nem existia...
Agora estamos todas as
semanas no ar, às sextas
das 12 às 13 horas, e
também
estimulando
outros meios
alternativos
informativos
da região.
4
AfroNarrativas
“Sem Histórias não há vida”...
Esse é um dos inúmeros escritos que surgiram durante
nossas já incontáveis vivências para compartilhar e
fortalecer as oralidades, e que guardamos em nossos
arquivos físicos e afetivos pois tem grande significado.
Desde que iniciamos essa empreitada humana de busca por
uma essência filosófica que nos preencha de dignidades e
de sensibilidades, as mais notáveis descobertas vem em
forma de relatos, redigidos ou pronunciados, fazendo elos
ainda não totalmente compreendidos entre passado,
presente e futuro. Assim, adotamos a lentidão, a paciência
como aliada estética nesse processo de evolução.
Dentro do projeto AfroEscola Itinerante, acreditamos que
a narrativa, em suas mais diversas possibilidades, é o fio
condutor que estimula as ações e, sem dúvida, que
estabelece uma unidade plural. Por isso, dedicamos um
módulo especial para ampliar nossas percepções e
conversar com outros interessados no tema. Ocorreu no
mês de abril no Centro Cultural Vladimir Herzog em
Diadema, numa série de 4 encontros, e antecedeu o
HADITHI NJOO, festival que criamos em 2012 para
vivenciar contemporaneamente as ancestralidades afro.
“A oralidade é uma atitude diante da realidade
e não a ausência de uma habilidade”
Além da materialidade necessária nesse assunto,
mantemos um canal virtual para outras experimentações -
www.festivalhadithinjoo.blogspot.com.br.
Pela internet pode ser acessada em
www.radioperoladaserrafm.com.br
5. 5
A brincadeira era bem simples: convocar gente
que gostava de tocar, dançar, comer, cantar,
contar histórias para passar uma noite juntos,
aprendendo e ensinando sobre o Folclore
brasileiro. Quase sempre o fogo estava
presente, em forma de fogueira improvisada,
que aquecia as relações interpessoais e
dizimava apartheids assimilados. Época
bacana pois o trauma teórico imposto pela
escola se desfazia na prática calorosa com
inúmeros grupos e indivíduos de carne e osso
– e muito suor! – que nos traziam, de todas as
regiões do país, maravilhas de cores, sons e
sabores diversos. Final dos 90, começo dos
anos 2000 – novo século, novo milênio, novos
vislumbres...
Então nos animamos e começamos também a
construir instrumentos, a costurar roupas, a
compor músicas, a arriscar receitas, a escrever
nossas próprias histórias, inspiradas nas agora
muitas Culturas Populares desvendadas, que
davam sentido a costumes familiares e sociais
antes até renegados.
Nas muitas andanças, conhecemos e nos
encantamos por Paranapiacaba, sua gente e
suas experiências. Era o diferente bem ao
lado. Logo estávamos realizando coisas juntos
também. E foram tantas...
E aí surgiu o Rodas de Culturas Populares
em fevereiro de 2015, durante o Carnaval.
Para celebrar essa década “de tantos batuques
e de tantas umbigadas”, faremos 3 edições
especiais, aproveitando o momento para
fortalecer amizades e afinidades:
- dia 28 de março, no Centro Cultural Dona
Leonor, Mauá, juntamente com o 2º Encontro
Afro Popular;
- dia 25 de abril, no Estúdio Fanfarras /
Academia Nova Geração de Angola, São
Bernardo do Campo, juntamente com o Sarau
Sambado;
- dia 21 de junho, no
Largo dos Padeiros,
Paranapiacaba, como parte
da Festa Junina
comunitária.
10 anos
rodando...
6. 6
Assembleia Geral da ONU (Organização das
Nações Unidas), por meio de sua Resolução nº
68/237, de 23 de dezembro de 2013,
proclamou a Década Internacional de
Afrodescendentes, com início em 1º de
janeiro de 2015 e fim em 31 de dezembro de
2024, e com o tema: “Afrodescendentes:
reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.
O principal objetivo da Década Internacional
consiste em promover o respeito, a proteção e
a realização de todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais de afrodescendentes,
como reconhecidos na Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
A Década será uma oportunidade para se
reconhecer a contribuição significativa feita
pelos afrodescendentes às nossas sociedades,
bem como propor medidas concretas para
promover sua inclusão total e combater todas
as formas de racismo, discriminação racial,
xenofobia e qualquer tipo de intolerância
relacionada.
A Década terá como foco os seguintes
objetivos:
- Fortalecer a cooperação e as ações
nacionais, regionais e internacionais relativas
ao pleno gozo dos direitos econômicos, sociais,
culturais. civis e políticos pelos
afrodescendentes, bem como sua participação
plena e igualitária em todos os aspectos da
sociedade;
- Promover um maior conhecimento e um
maior respeito aos diversos patrimônios,
culturas e contribuições de afrodescendentes
para o desenvolvimento das sociedades;
- Adotar e fortalecer marcos legais nos âmbitos
nacional, regional e internacional, de acordo
com a Declaração e Plano de Ação de Durban,
e com a Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, bem como garantir a sua
implementação total e efetiva.
A Década Internacional permitirá que as
Nações Unidas, Estados-membros, sociedade
civil e outros atores relevantes se juntem aos
afrodescendentes e tomem medidas efetivas
para a implementação do programa de
atividades, com o espírito de reconhecimento,
justiça e desenvolvimento.
Enfim,
a afrodécada
E como podemos dialogar e fazer valer essas propostas?
- Divulgando ao maior número de pessoas essas informações;
- Juntando grupos / comunidades e realizando debates e outras atividades com base nos princípios da
Década Internacional;
- Elaborando e encaminhando demandas aos órgãos administrativos de
decisões locais e / ou regionais, para que possam ser apreciadas, avaliadas e
apresentadas como políticas públicas.
7. AfroCineDebateS
Já são 8 anos de atuação do
CineClube Itinerante
CIDADÃOS ARTISTAS pela
região do ABC paulista,
utilizando recursos
audiovisuais, clássicos e
alternativos, para fomentar
discussões e estudos sobre
temáticas sociais diversas.
No início, seguíamos o
modelo das pequenas salas
mas logo percebemos que a
ação tinha de ser mais direta
e efetiva. Então fomos às
ruas, praças, terminais...
A programação pensada para
o projeto AfroEscola
Itinerante tem como base o
acervo que está sendo
montado / adquirido pela
AfroEscola. Produções
independentes em sua
maioria, realizadas pelos
próprios agentes culturais,
também muitas vezes
financiadas por recursos
públicos (editais).
- 7 - 7
ENLACES
Afro e
Solidários
“Quando compreendi que viajando podia aprender
muito mais que sentado numa cadeira,
dentro de uma sala de aula,
minha vida simplesmente mudou.
E para melhor”...
De verdade não sabemos o autor dessa frase /
pensamento, mas ela se encaixa perfeitamente ao
sentimento que temos nos últimos anos. E que vai
crescendo e crescendo a cada nova circulação, a cada
novo encontro com algo / alguém que anteriormente
poderia nos causar temor. Dessa certeza, nasceu o
Enlaces Solidários, um programa de intercâmbios
interculturais independente, no ano de 2006.
Ele se caracteriza por uma construção coletiva,
horizontalizada, na qual as partes envolvidas expõem seus
recursos e seus desejos. O resultado final tem de ser a
satisfação de todos e a ampliação das redes.
Para o AfroEscola Itinerante reservamos algumas novas e
instigantes possibilidades:
- estaremos abrindo
finalmente nosso espaço
sociocultural para receber
pessoas que desenvolvam
trabalhos relacionados ao
tema afro; serão 2
convocatórias durante os
meses de execução do
projeto para ideias
externas;
- teremos também apoio
para os parceiros da
AfroEscola investigarem
seus temas específicos e /
ou participarem de
atividades para as quais
tenham sido convidados.
Mariana Aguiar,
primeira participante
do AfroENLACES
8. 8
AfroRegistros
AfroEscola Radiofônica,
Rádio Pérola da Serra, Ribeirão Pires
Carlos Rogerio e Fabi Menassi
AfroEscola de Rua
Estação CPTM Santo André
AfroENLACES SOLIDÁRIOS
10ª Feijoada Marias do Jongo, Campinas
Rodas de Culturas Populares
CC Dona Leonor, Mauá
AfroENLACES SOLIDÁRIOS
Mariana Aguiar
na Rádio Pérola da Serra
9. AfroRegistros
9
AfroENLACES SOLIDÁRIOS
Mariana Aguiar
Biblioteca CEU 3 Pontes, São Paulo
Rodas de Culturas Populares
Sarau Sambado,
São Bernardo do Campo
AfroCineDebate
Estação Jovem, São Caetano do Sul
AfroNarrativas
CC Vladimir Herzog, Diadema
AfroENLACES SOLIDÁRIOS
Mariana Aguiar
Sarau na Quebrada, Santo André
10. Se você tiver interesse em participar como colaborador da Revista
NEGRO UNIVERSO, faça contato. Você pode também sugerir temas,
fazer entrevistas, reportagens, divulgar seu trabalho e tudo mais o que
puder imaginar relacionado ao universo negro.
ACÃO / AXÉ!!!
Além do caráter informativo, histórico e cultural que
desejamos imprimir nas páginas da singela revista
NEGRO UNIVERSO, também queremos que ela se
torne uma mídia popular, integrativa e interativa. Para
tanto, estaremos propondo várias ações paralelas.
Então, fiquem atentos!!!
Concurso visual
“AfroCorpoBrasileiro”
Estaremos recebendo em tempo indeterminado fotos
e desenhos para compor nossas próximas edições.
As imagens podem vir acompanhadas de pequenos
poemas, frases ou textos. Com o material recebido
organizaremos também algumas
exposições itinerantes.
Não deixem de participar!!!
fragmento de um mural da
Casa da Lagartixa Preta Malagueña Salerosa,
Santo André
produção:
apoio: