1. HOSPITAL DA CRIANÇA CONCEIÇÃO
RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA
SEMINÁRIOS DE PEDIATRIA
SARAH SELLA LANGER
2. CAUSAS MAIS FREQUENTES :
Abuso sexual
Anticoncepção
Dismenorréia
Distúbios menstruais
Doença Inflamatória Pélvica
Doenças Sexualmente transmissíveis
Hiperandrogenismo
Intersexo
Malformações ginecológicas
Patologias Mamárias
Puberdade atrasada
Puberdade normal
Puberdade precoce
Sangramento genital na infância
Síndrome pré Menstrual
Tumores ginecológicos
Vulvovaginites
3. CAUSAS MAIS FREQUENTES :
Até 2 anos de idade
Sinéquia de pequenos lábios
2-7 anos
Vulvovaginites
Sangramentos Vaginais
7-8 anos
Puberdade normal
Puberdade precoce
Puberdade atrasada
Sangramentos vaginais
12-14 anos
Dismenorréia
Síndrome Pré menstrual
Sangramentos vaginais
Mais de 14 anos
Anticoncepção
DSTs
DIP
4. SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS :
DEFINIÇÃO
Fusão total ou parcial dos pequenos lábios
EPIDEMIOLOGIA
0,6-3% das meninas pré-púberes
FISIOPATOLOGIA
Hipoestrogenismo – até a sexta semana raramente apresentam
coalescência pois ainda estão sob efeito do estrogênio materno
Inflamatória – após irritação surge processo de reepitelização
com posterior formação de membrana avascular
5. SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS :
FATORES PREDISPONENTES
Vulvovaginites recorrentes
ITU recorrente
Má higiene
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Assintomática
Disúria
Vulvovaginites de repetição
Retenção Urinária *
DIAGNÓSTICO
Coalescência Total – superfície plana do períneo ao clitóris
Coalescência Parcial - um a dois terços dos pequenos lábios
estão aderidos
7. SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS :
TRATAMENTO
Expectante
Vaselina
Pomada de vit A+D
Estrogênio conjugado creme vaginal
Betametasona creme 0,05%
Cirúrgico*
SEGUIMENTO
a cada 3-6 meses antes da puberdade
PROGNÓSTICO
23-40% recorrência
8. AMBIGUIDADE GENITAL :
DEFINIÇÃO
As anomalias de diferenciação sexual são condições congênitas
em que a definição do sexo cromossômico, gonadal ou anatômico é
atípico.
CLASSIFICAÇÃO
Anomalias ligadas ao cromossomo sexual
Anomalias do desenvolvimento gonadal testicular e ovariano
Anomalias de síntese e ação androgênica
DIAGNÓSTICO
Clara ambiguidade genital (extrofia cloacal);
Genitália com aparência feminina com aumento clitoriano, fusão
labial posterior ou massa inguinal ou labial;
Genitália com aparência masculina com criptorquidia bilateral,
micropênis, hipospádia perineal isolada ou hipospádia leve com
testículos não descidos;
9. AMBIGUIDADE GENITAL :
DIAGNÓSTICO
História familial de ADS (insensibilidade androgênica completa);
Discordância entre a aparência genital e o cariótipo pré-natal;
Genitália de aparente aspecto masculino
Gônadas não palpáveis
Tamanho peniano esticado abaixo de -2,5 desvios padrão em
relação à média para a idade
Gônadas < 8 mm de diâmetro
Presença de massa inguinal (que poderá corresponder a
trompas e útero rudimentares)
Hipospádia.
Genitália de aparente aspecto feminino
Diâmetro clitoriano superior a 6 mm
Gônada palpável em saliência labioescrotal
Fusão labial posterior
Massa inguinal que possa corresponder a testículo
12. VULVOVAGINITES :
DEFINIÇÃO
Inflamação dos tecidos vulvares e vaginais
FATORES DE RISCO
Proximidade entre vagina e ânus
Pequena abertura himenal obstruindo a saída de secreções
Pequenos lábios pouco desenvolvidos
Ausência de coxins adiposos vulvares e pêlos pubianos
Vagina atrófica não estrogenizada
Mucosa vulvar fina,sensível e facilmente irritável
pH 6,5-7,5
Deficiência de anticorpos, lisossoma, lactoferrina e zinco
Higiene abaixo do ideal
Uso de irritantes (xampu, sabonetes)
Uso de roupas íntimas apertadas e pouco absorventes
Traumatismos
13. VULVOVAGINITES :
SINTOMAS
Descarga vaginal
Vermelhidão
Dolorimento
Coceira
Disúria
Sangramento
ETIOLOGIA
Leucorréia Fisiológica secreção inodora, leitosa ou
transparente, não pruriginosa e não infecciosa. Composta por células
superficiais e exsudato vaginal
Vulvovaginite Inespecífica – alterações da flora saprófita habitual
causando inflamação, associada à higiene fecal e urinária inadequadas
Vulvovaginite Específica – germes específicos
Candida sp : prurido, ardência vulvar, secreção esbranquiçada e
hiperemia que pode se estender até a face interna da coxa
14. VULVOVAGINITES :
ETIOLOGIA
Shigella sp : secreção vaginal purulenta e/ou sanguinolenta
associada à diarréia
Enterobius vermicularis: prurido anal e vulvar a noite, eritema em
forma de 8 que envolve ânus e vagina
Streptococcus
pneumoniae,
Haemophilus
influenza,
Streptococcus B hemolítico do grupo
A: secreção purulenta.
Estreptococo grupo A pode causar sangramento vaginal
Gardnerella vaginalis: secreção amarelada com odor típico, pode
ou não indicar abuso sexual
Trichomonas vaginalis: secreção esverdeada e bolhosa
associada à ardência ou prurido genital, é altamente suspeita mas não
diagnóstica de abuso sexual
Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae: podem ser
assintomáticas, mas podem causar secreção abundante, disúria e
prurido. Diagnóstico de abuso sexual
15. VULVOVAGINITES :
ETIOLOGIA
Dermatoses não infecciosas :
Dermatite de contato alérgica: reação alérgica
Dermatite de contato irritativa: se a barreira da pele
estiver comprometida e entrar em contato com algum agente irritativo
Líquen escleroso: prurido intenso, ardência e fissuras.
Áreas esbranquiçadas até hemorragia subepitelial
DIAGNÓSTICO
Anamnese
Exame Físico
Exame direto de secreção vaginal
Gram
Bacteriológico
Exame qualitativo de urina
Urocultura
Parasitológico de fezes
16. VULVOVAGINITES :
TRATAMENTO
Leucorréia fisiológica – orientações
Vulvovaginite inespecífica – orientações
Permanganato de potássio 6%
Chá de camomila
Benzidamina
Vit A+ D
Dersani
Vulvovaginite específica
• Streptococcus pyogenes (Streptococo grupo A):
Amoxacilina 20-40 mg /kg/dia - 3 x dia por 7 dias;
Eritromicina 30mg/kg/dia – 4x dia por 10 dias;
• Haemophilus influenzae: Amoxicilina: 20 - 40 mg/kg/dia por 7
dias;
17. VULVOVAGINITES :
TRATAMENTO
Vulvovaginite específica
• Staphylococcus aureus: Cefalexina: 25 – 50 mg/kg/dia por 710 dias; Amoxicilina-clavulanato: 20 - 40 mg/Kg/d por 7-10 d; Cefuroxime
suspensão: 30 mg/kg/d por 10 dias;
• Shigella: Sulfametoxazol + trimetropim: 50 mg +10 mg/Kg/d por
7 dias;
• Chlamydia trachomatis: < 45 kg: Eritromicina 50 mg/kg/dia por
14 dias; 45 kg <8 anos: Azitromicina 1g dose única dose única); 45 kg >8
anos: Azitromicina 1g dose única ou Doxiciclina 100 mg 2 x dia por 10
dias;
• Neisseria gonorrheae: < 45 kg: Ceftriaxone 125 mg IM dose
única; > 45 Kg: Ceftriaxone 250 mg IM dose única;
• Trichomonas vaginalis: Metronidazol 15 mg/kg/dia por 7 dias;
• Enterobius vermicularis: > 2 anos: Mebendazol: 100 mg 2 x
dia por 3 dias. Repetir em 2 semanas. Tratar familiares
18. VULVOVAGINITES :
TRATAMENTO
Vulvovaginite específica
• Candida sp: Cremes tópicos de nistatina, miconazol,
terconazol ou clotrimazol Fluconazol oral;
• Streptococcus pneumoniae: Amoxicilina 20-40 mg/Kg/d – por
7 dias.
19. SANGRAMENTO VAGINAL :
SANGRAMENTO GENITAL FISIOLÓGICO
Causado pela queda de hormônios maternos na circulação fetal;
SANGRAMENTO GENITAL PATOLÓGICO
Vulvovaginites
Traumatismos
Parasitoses
Corpo estranho
Distúrbios dermatológicos
Hemangioma
Distúrbios Urológicos
Tumores benignos
Tumores malignos vaginais e vulvares
Menarca Prematura Isolada
20. TRAUMATISMOS :
DEFINIÇÃO
Trauma físico que atinge a genitália externa e pode determinar
lesões de graus variáveis podendo acometer a genitália interna e outros
órgãos pélvicos e intra-abdominais
EPIDEMIOLOGIA
Causas acidentais - impacto direto de objetos sobre a genitália e
o períneo. Pico aos 7 anos de idade
Causas sinusiogenéticas - lesões decorrentes do intercurso
sexual
Causas iatrogênicas – decorrentes de atos médicos
propedêuticos e terapêuticos
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Hematomas
Lacerações
Perfurações
22. TRAUMATISMOS :
TRATAMENTO
Lacerações
Oclusão e gelo
Hemostasia e sutura
Antibióticos e vacina anti tetânica
Eritema e equimoses
Acompanhamento clínico
Queimaduras
Curativos
Cicatrizantes
Analgésicos
23. PUBERDADE PRECOCE :
DEFINIÇÃO
Aparecimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8
anos na menina e antes dos 9 anos no menino
EPIDEMIOLOGIA
Incidência de 20:10000 em meninas e 5:10000 em meninos
CLASSIFICAÇÃO
Puberdade precoce verdadeira (completa, isossexual, central ou
dependente do GnRH): decorrente da ativação precoce do eixo
hipotálamo-hipófise-ovário, levando à produção de esteróides sexuais
pelos ovários e desenvolvimento puberal precoce, porém com padrão
semelhante ao da puberdade fisiológica.
Pseudopuberdade precoce (incompleta, periférica, iso ou
heterossexual ou independente do GnRH): estímulo por esteróides
sexuais, ovarianos ou das supra renais, não associado à produção de
gonadotrofinas hipofisárias.
25. PUBERDADE FISIOLÓGICA:
DEFINIÇÃO
Período de transição entre a infância e a vida adulta durante a
qual é adquirida a maturidade sexual.
SINAIS CLÍNICOS
Estirão de crescimento
Pubarca
Telarca
Menarca
FUNÇÃO DO PEDIATRA
Acompanhamento e orientações
26.
27. PUBERDADE TARDIA :
DEFINIÇÃO
Ausência do desenvolvimento dos caracteres sexuais em
meninas acima de 13,4 anos ou acima 2 desvios padrão do esperado
para a população.
CLASSIFICAÇÃO
Hipogonadismo hipogonadotrófico: deficiência hipotalâmicohipofisária, dosagens de FSH e LH baixas
Hipogonadismo hipergonadotrófico: disfunção gonadal, dosagens
de FSH e LH altas
Atraso constitucional do desenvolvimento puberal
DIAGNÓSTICO
Anamnese
Dosangens Hormonais
Rx idade óssea
USG
30. ALTERAÇÕES MAMÁRIAS:
GINECOMASTIA NEONATAL
- Altos níveis de estradiol e progesterona transferidos da mãe
para o RN, pela placenta
- Bilateral
- Pode acometer 90% dos RN
- Auto-limitada, regride até o 6 mês de vida
GINECOMASTIA PUBERAL
- Pico de incidência aos 14 anos;
- Bilateral, na maior parte dos casos
- Diminuição relação andrógenos/estrógenos
31. ALTERAÇÕES MAMÁRIAS:
FIBROADENOMA
- 75-94% dos nódulos na mama de uma adolescente
- Benigno, composto por epitélio e estroma
- Forma arredonda, elástico, móvel e bem delimitado
Tratamento
- até 3 cm: seguimento trimestral
- >3 cm: excisão cirúrgica
TUMOR PHYLLODES
- Raro mas pode aparecer em adolescentes
- Crescimento rápido, lobulado, e circulação em torno exuberante
Tratamento
- Excisão cirúrgica com margem de 1cm
PAPILOMA INTRADUCTAL E ECTASIA DUCTAL
- Tumor benigno e raro
- Retropapilar
32. ALTERAÇÕES MAMÁRIAS:
- Manifestação ; sangramento ou secreção serossanguinolenta
(papiloma)
- Manifestação: fluxo sanguíneo papilar ou secreção amarelada e
espessa (ectasia)
Tratamento
- Papiloma – ressecção
CISTOS MAMÁRIOS
- Regressão espontânea
ABSCESSOS MAMÁRIOS
- Associado a depilação e extração de pelos periareolares,
piercings ou trauma
- Mastite ou secreção purulenta associada
34. MASTALGIA:
DEFINIÇÃO
Dor nas mamas relacionada ou não ao período menstrual pode
ser cíclica ou acíclica.
CLASSIFICAÇÃO
Acíclica
Processos inflamatórios – mastites
Cistos mamários
Causas não mamárias
Cíclica
Síndrome Pré Menstrual
35. SÍNDROME PRÉ MENSTRUAL:
DEFINIÇÃO
Grupo de sintomas físicos e/ou emocionais que ocorrem na
segunda fase do ciclo menstrual, seguidos por períodos totalmente
assintomáticos
SINAIS E SINTOMAS
Distensão Abdominal
Fadiga
Cefaléia
Mastalgia
Irritabilidade
Humor depressivo
Labilidade Emocional
Aumento do Apetite
Dificuldade de concentração
37. ALTERAÇÕES MENSTRUAIS
AMENORRÉIA PRIMÁRIA
- Ausência de menstruação até os 16 anos
AMENORRÉIA SECUNDÁRIA
- Ausência de menstruação por mais de 3 ciclos menstruais ou
90 dias
OLIGOMENORRÉIA
- Ciclos menstruais com mais de 35 dias
POLIMENORRÉIA
- Ciclos menstruais com menos de 21 dias
MENORRAGIA
- Fluxo
(+80mL/ciclo)
menstrual
excessivo
com
intervalos
regulares
38. ALTERAÇÕES MENSTRUAIS
HIPERMENORRÉIA
- Fluxo menstrual com mais de 8 dias e intervalos regulares
METRORRAGIA
- Sangramento menstrual irregular, com intervalos frequentes e
quantidade variável
MENOMETRORRAGIA
- Sangramento
regulares
prolongado
ou
excessivo
com
intervalos
40. DISMENORRÉIA:
DEFINIÇÃO
A dismenorréia é uma síndrome caracterizada por um ou mais
sintomas que se manifestam no período pré ou intra-menstrual. Essa
cólica menstrual habitualmente inicia no abdômen inferior .
SINAIS E SINTOMAS
Dor abdominal
Náuseas
Vômitos
Palidez
Cefaléia
Vertigem
Desmaio
TRATAMENTO
ACO
AINES e analgésicos
42. SÍNDROME DOS OVÁRIOS
POLICÍSTICOS:
DEFINIÇÃO
A síndrome dos ovários policísticos consiste na principal causa
de hiperandrogenismo, anovulação crônica e ovários policísticos ao
ultrassom
DIAGNÓSTICO
43. SÍNDROME DOS OVÁRIOS
POLICÍSTICOS: SOP ??
QUANDO INVESTIGAR
Oligo/amenorréia que persiste por mais de 2 anos após a
menarca
Sangramento uterino disfuncional com hiperplasia endometrial
Acne e/ou hirsutismo graves
Acantose nigricans e adiposidade visceral; resistência insulínica
ou DM II
Antecedente de puberdade precoce ou adrenarca precoce
Histórico familiar de SOP, CIUR ou baixo peso ao nascer
DIAGNÓSTICO
Anamnese
Exame Físico
Medida de PA, altura e peso
Cálculo do IMC
Grau de Hirsutismo
Sinais de resistência insulínica