A encefalopatia hepática ocorre quando o fígado falha em eliminar substâncias tóxicas do sangue, levando a deterioração da função cerebral. Ela pode ser aguda, relacionada a bypass portossistêmico ou associada a cirrose e hipertensão portal, exibindo sintomas de confusão até coma. O tratamento envolve estabilizar o paciente, reduzir a produção de amônia e tratar qualquer fator causador.
2. DEFINIÇÃO:
A encefalopatia hepática consiste em uma
consequência da incapacidade hepática de
eliminar as substâncias tóxicas presentes na
corrente sanguínea, levando à deterioração da
função cerebral.
3. TIPOS
Atualmente, a encefalopatia hepática é dividida em três
tipos:
Tipo A: encefalopatia relacionada à falência hepática
aguda.
Tipo B: encefalopatia ligada ao “Bypass” portosistêmico.
Tipo C: encefalopatia associada com cirrose e
hipertensão portal. Subdivide-se em outros tipos, que
compreendem a encefalopatia esporádica, a
encefalopatia persistente e a encefalopatia mínima. Esta
última diz respeito às manifestações pré-clínicas, quadro
anteriormente chamado de sub-clínico.
4. CAUSAS
Ainda não foi esclarecido o que causa a
encefalopatia hepática. Contudo, a teoria baseiase na comprovação de que a concentração de
amônia sanguínea encontra-se elevada nos
indivíduos cirróticos, principalmente naqueles
com encefalopatia. Como a amônia não sofre
a transformação hepática para ureia, a primeira
afeta os neurotransmissores e,
consequentemente, o funcionamento cerebral.
6. CAUSAS
Diversas outras teorias ajudam a explicar a
encefalopatia hepática, pois a concentração de
amônia no sangue, apesar de aumentada na
encefalopatia, não está diretamente relacionada
ao grau da doença. Excesso de mercaptanos,
manganês e de ácidos graxos de cadeia curta,
desequilíbrio entre aminoácidos aromáticos e não
aromáticos, são outras explicações para a
doença.
7. SINAIS E SINTOMAS
A grande maioria dos cirróticos portadores de
encefalopatia hepática não apresenta nenhuma
queixa. Há apenas uma discreta lentificação e redução
da atenção, que podem ser detectados com exames
específicos. Esse é considerado o estágio
subclínico da doença e pode afetar de 1/3 a 2/3 dos
cirróticos. A importância desse estágio é controversa,
mas há evidências de que nessa fase há um risco
aumentado de acidentes, especialmente
automobilísticos.
8. SINAIS E SINTOMAS
Com a progressão da doença, há graus progressivos
de encefalopatia, que pode cursar com alterações no
comportamento (palavras inapropriadas, agitação,
agressividade, comportamento bizarro), mudança no
ciclo sono-vigília (sono de dia, insônia à noite), fala
arrastada, sonolência e, por fim, coma. Geralmente há
alguns sinais durante esse processo, como tremores e
um hálito adocicado característico.
9. Estágios da Encefalopatia Hepática
Critérios de West Haven
Ao passo que esta desordem evolui, os distúrbios neuropsíquicos
acentuam-se, podem ser classificado de acordo com o quadro:
Grau I: déficit de atenção e concentração, irritabilidade,
depressão, tremores, falta de coordenação e apraxia.
Grau II: sonolência, lentificação do raciocínio e da fala e
distúrbios do sono.
Grau III: amnésia, confusão mental, desorientação, reflexos
hipoativos, clônus, nistagmo e rigidez muscular.
Grau IV: estupor, pupilas dilatadas, postura de descerebração,
ausência de respostas a estímulos e coma. Por fim, o paciente
pode evoluir para o óbito.
11. DIAGNÓSTICO
Não há um exame específico para
diagnosticar a encefalopatia
hepática. Mesmo a dosagem de amônia
(preferencialmente no sangue arterial) não é
eficaz, porque o seu aumento não está
necessariamente ligado ao grau de
encefalopatia e ela já está aumentada na
maioria dos cirróticos. Assim, o diagnóstico é
feito clinicamente (alterações neurológicas
compatíveis na presença de doença hepática)
e com a exclusão de outras doenças.
12. DIAGNÓSTICO
O quadro apresentado pelo paciente levanta a
suspeita do diagnóstico. O eletroencefalograma (EEG)
pode auxiliar na evidenciação precoce da
encefalopatia.
13. TRATAMENTO
A encefalopatia hepática pode se tornar uma
emergência médica. A internação é necessária.
O primeiro passo é identificar e tratar qualquer
fator que possa ter causado a encefalopatia hepática.
É preciso parar o sangramento gastrointestinal. Os
intestinos devem estar sem sangue. Infecções,
insuficiência renal e anormalidades dos eletrólitos
(principalmente potássio) precisam ser tratadas.
Poderá ser necessária a ajuda de aparelhos para
respiração e circulação sanguínea, principalmente se o
paciente estiver em coma. Pode ocorrer edema
cerebral, trazendo risco de morte.
14. TRATAMENTO
Pacientes com casos graves e repetidos de
encefalopatia podem ter que reduzir a
ingestão de proteínas para baixar a produção
de amônia. No entanto, é importante
consultar um nutricionista pois quantidades
muito baixas de proteína na dieta podem
causar desnutrição. Pacientes em estado
crítico podem precisar de alimentação
especialmente formulada para uso por via
intravenosa ou por sondas.
15. TRATAMENTO
Lactulose pode ser prescrita para evitar que as
bactérias intestinais produzam amônia e para
agir como laxante para retirar sangue dos
intestinos. A neomicina também pode ser
usada para reduzir a produção de amônia
pelas bactérias intestinais. A rifaximina, um
novo antibiótico, também é eficiente no
combate à encefalopatia hepática.
18. TRATAMENTO
Sedativos, tranquilizantes e outros
medicamentos que são processados pelo
fígado devem ser evitados se possível.
Medicamentos que contenham amônia
(inclusive certos antiácidos) também devem
ser evitados. Outros medicamentos e
tratamentos podem ser recomendados. Eles
podem apresentar resultados variados.
19. Expectativas
A encefalopatia hepática grave pode ser
tratada. As formas crônicas da doença
tendem a piorar ou continuar reaparecendo.
Ambas as formas podem resultar em coma
irreversível e morte. Cerca de 80% (8 em
cada 10 doentes) morrerão se entrarem em
coma. A recuperação e o risco de que a
doença volte variam de paciente para
paciente.
20. Prevenção
O tratamento de doenças hepáticas pode
evitar alguns casos de encefalopatia
hepática. Evitar o consumo de álcool em
excesso e o uso de drogas injetáveis pode
evitar muitas doenças hepáticas.
Se houver algum sintoma do sistema
nervoso em uma pessoa com doença
hepática conhecida ou suspeita, ligue para o
médico imediatamente.