ItaúUnibanco, América Economía Internacional abril 2013
Especial ministros de finanças, América Economía Brasil fevereiro 2013
1. ESPECIAL
MINISTROS DE FINANÇAS
Peru no topo da lista
As projeções otimistas colocam o país pela segunda vez como o número um
do ranking de ministros de Finanças da AméricaEconomia
David Cornejo, de Santiago, e AméricaEconomía Intelligence
E
m 18 de dezembro passado, os nistros de Finanças da AméricaEcono- nomia e promoção de políticas e refor-
ministros das Finanças da Amé- mia, os secretários de Estado começam mas que fomentem o desenvolvimento.
rica Latina tiveram sua primei- a reunir critérios. Foi avaliado o desem- Além disso, os pesquisados avaliam os
ra cúpula sob a égide da Celac, a penho de 2012 – e, desta vez, um con- secretários de Estado segundo seu perfil
Comunidade de Estados Latino-america- junto dos mais renomados economis- profissional e os resultados macroeconô-
nos e Caribenhos. Foi no Hotel Miramar, tas da América Latina e as respostas de micos que conseguiram para seu país du-
em Viña del Mar, junto à ensolarada praia nossos leitores estabeleceram que o pe- rante o último ano.
chilena e sob o olhar atento da diretora do ruano Luis Miguel Castilla é o ministro Com um 2013 que começa atento ao
FMI (Fundo Monetário Internacional), a de maior destaque do ano, após meses desenvolvimento financeiro dos Esta-
todo-poderosa Christine Lagarde. de clara solidez financeira e econômica dos Unidos e da Europa, esperemos que
Na reunião, concordou-se com a neces- em seu país. O ranking é elaborado pela a intenção de trabalho conjunto expressa
sidade de uma estratégia financeira regio- AméricaEconomía Intelligence a partir em Viña del Mar não fique só nas pala-
nal, a ser apresentada em junho deste ano das seguintes variáveis: força institucio- vras levadas pelo vento do Pacífico. Leia
em outra reunião da Celac. A proposta nal do ministério, estabilização da eco- a seguir sobre os destaques do ranking.
inova com medidas para enfrentar a mu-
dança climática e os desastres naturais.
Após seis edições do ranking de mi- Os ministros da Fazenda com melhor avaliação
Posição Nome País
1º Luis Miguel Castilla Peru
2º Felipe Larraín Chile
3º Juan Carlos Echeverry* Colômbia
4º José Antonio Meade** México
5º Fernando Lorenzo Uruguai
6º Guido Mantega Brasil
7º Frank De Lima Panamá
8º Luis Arce Catacora Bolívia
9º Manuel Adolfo Ferreira Brusquetti Paraguai
10º Edgar Ayales Costa Rica
11º Simon Lizardo Mézquita República Dominicana
Fonte: AméricaEconomía Intelligence
12º Ivan Acosta Nicarágua
13º Carlos Cáceres El Salvador
14º Patricio Rivera Yánez Equador
15º Wilfredo Cerrato Honduras
16º Sergio de la Torre Guatemala
17º Jorge A. Giordani C. Venezuela
18º Hernán Lorenzino Argentina
*No cargo até agosto de 2012, quando foi substituído por Mauricio Cárdenas
**Desde dezembro passado é secretário de Relações Exteriores
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2. 1 º
Peru
Na primeira versão do ranking de ministros de Fi-
nanças em 2007, sob o governo de Alan García, o pe-
ruano Luis Carranza foi eleito o maior destaque do ano.
Agora, um representante do Peru novamente encabe-
ça a lista, desta vez sob o mandato de Ollanta Humala.
Trata-se do ministro de Economia e Finanças Luis Mi-
guel Castilla, que sobe duas posições, em um ano em
que as pesquisas de seu país o classificam como a ter-
ceira pessoa mais poderosa do Peru, após o presidente
e a primeira-dama.
Castilla atuou como vice-ministro da Fazenda du-
Fotos: Shutterstock; Divulgação
rante o governo de Alan García. Por isso, conhece com
profundidade o desenvolvimento de seu país no últi-
mo mandato e tem informação sobre para onde avan-
çar. “A diferença pontual com o governo anterior é que
hoje temos uma clara ênfase em melhorar a eficácia das
instalações públicas e em reduzir as assimetrias entre
setores urbanos e rurais”, comenta o ministro à Amé-
ricaEconomia.
2 º
Chile
No segundo lugar está o ministro da Fazenda chileno,
Felipe Larraín. Este ano, ele se destacou por manter a dis-
ciplina fiscal e por colocar em prática reformas importan-
tes – como a do Sernac, um órgão fiscalizador de servi-
ços financeiros ao consumidor –, bem como por adotar
melhorias no sistema de arrecadação tributária. Refor-
mas que, no entanto, recebem críticas pelo curto alcance
em relação às fortes demandas sociais.
“Este ano [2012] foi mais complicado que o anterior,
mas o Chile conseguiu manter um crescimento vigo-
roso. Menor que o do ano anterior, mas em um cenário
muito mais adverso; isso mostra que fazemos as coisas
com responsabilidade e seriedade”, comentou Larraín
em entrevista à AméricaEconomia durante o encontro
de Viña del Mar.
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3. ESPECIAL
MINISTROS DE FINANÇAS
3 Colômbia º
Em agosto passado, Juan Carlos Echeverry, que liderou
o ranking de 2011, renunciou a seu cargo como ministro da
Fazenda e Crédito Público da Colômbia para se candidatar
a um cargo no FMI. Saiu com honras, após uma reforma
tributária que permitiu aumentar a arrecadação do gover-
no. Para o acadêmico da escola chilena de negócios Esa-
de, Robert Tornabell, o papel de um ministro da Fazenda é
sempre difícil, pois normalmente tem mais demandas de fi-
nanciamento do que seu orçamento consegue cobrir. “O ex-
-ministro Echeverry tinha 79 projetos aprovados pelo Con-
gresso e metade não contava com linhas de financiamento.
Mas ele soube aplicar critérios de prudência, selecionando
Fotos: Shutterstock
os que eram prioritários”, explica o acadêmico.
4 México º
Desde dezembro passado, José Antonio Meade é o novo
secretário de Relações Exteriores do México. Até então, ele
era o secretário da Fazenda de Crédito Público do ex-presi-
dente Felipe Calderón. Seu desempenho rendeu-lhe o quarto
lugar no ranking. Apesar de não ter havido grandes mudan-
ças em 2012, conseguiu aumentar o número de contribuin-
tes, ainda que com um endividamento maior que o de gover-
nos anteriores e uma eficiência menor nos gastos públicos.
Apesar de tudo, as finanças mantêm-se estáveis no vizinho
dos Estados Unidos, sem contágio evidente da crise, embora
com um presidente novo que só ao longo deste ano mostrará
suas cartas. De todo modo, José Antonio Meade subiu duas
posições em comparação ao ranking de 2011.
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4. 5 Uruguai º
No quinto lugar está o uruguaio Fernando Lorenzo, que
desceu três posições desde a segunda colocação que obteve
em 2011. Com um trabalho próximo ao Banco Central, Lo-
renzo foi fiel ao presidente José “Pepe” Mujica, e realizou
uma gestão macroeconômica heterodoxa. A má notícia é
que no último ano isso se traduziu em maior inflação, menor
crescimento e um forte aumento do déficit da conta corrente
da balança de pagamentos, que continua em trajetória de alta.
A aposta uruguaia é arriscada e o governo de Mujica con-
tinua firme, ainda que com uma oposição cada vez mais du-
ra no país. De fato, o ministro da Economia recebeu em 2012
uma interpelação do Senado pelo caso da quebra da compa-
nhia aérea Pluna. Ele é acusado de ter omitido informações
do Banco Central no momento de leiloar os aviões da em-
presa uruguaia, a favor de um ofertante.
6 Brasil º
Apesar do impulso brasileiro dos últimos tempos,
Guido Mantega não conseguiu se superar e baixa uma
posição, ficando no sexto lugar. Contudo, os entrevis-
tados comentam que os principais erros não são deci-
são sua, mas sim atribuíveis ao governo em seu con-
junto. Nesse sentido, as pressões do Palácio do Planalto
junto ao Banco Central não são vistas com bons olhos.
De todo modo, o consumo interno continua a dar sus-
tentação ao país, e isso implica em riscos.
Mantega, que está no cargo desde 2006 (época do ex-
-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), obteve o primei-
ro lugar deste ranking de ministros em 2009. Ainda é
porta-voz e ferrenho defensor das ideias econômicas
de Lula no mandato de Dilma Rousseff.
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