Pretendo tecer ao curso do presente artigo, ancoradas as referencias bibliográficas especificas, considerações relativas ao conjunto de direitos a que fazem jus as crianças evidenciando em especial as praticas educativas. Objetivando uma analise que busca compreender quais os processos que estão relacionados as atividades lúdicas que a criança desenvolve em suas relações sociais, na idade escolar com seus familiares. Conhecer as atividades direcionadas ao brincar que podem fazer parte do desenvolvimento psicossocial deste indivíduo. O método consiste em identificar, por meio da análise de dados obtidos através de referidas bibliografias e informações educativas.
Tecendo caminhos na relação entre as atividades Lúdicas e as praticas educativas
1. Revista Ciências da Educação
1
Maceió, ano I, vol. 02, n. 01, Abr./Jun. 2014
Tecendo caminhos na relação entre as atividades Lúdicas e as
praticas educativas.
Vivian Greece da Silva Melo1
vgrecce@hotmail.com
RESUMO
Pretendo tecer ao curso do presente artigo, ancoradas as referencias bibliográficas
especificas, considerações relativas ao conjunto de direitos a que fazem jus as
crianças evidenciando em especial as praticas educativas. Objetivando uma analise
que busca compreender quais os processos que estão relacionados as atividades
lúdicas que a criança desenvolve em suas relações sociais, na idade escolar com
seus familiares. Conhecer as atividades direcionadas ao brincar que podem fazer
parte do desenvolvimento psicossocial deste indivíduo. O método consiste em
identificar, por meio da análise de dados obtidos através de referidas bibliografias e
informações educativas.
Palavras-chaves: Criança; Brincar; Educação;
1
Mestranda em Ciências da Educação: Formação educacional, interdisciplinaridade e subjetividade pela
Universidad Autónoma Del Sur - UNASUR, Especialista em Educação Especial- Universidade Federal de Alagoas -
UFAL, Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes - Universidade de São Paulo - USP.
Atualmente é Professora de introdução à Psicologia, Psicologia Social do Curso de Serviço Social da Faculdade
Raimundo Marinho Maceió-AL e do Instituto de Ensino Superior Santa Cecilia- Arapiraca -AL.
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O LÚDICO E AS PRÁTICAS EDUCATIVAS
Segundo Vygotsky (1998) o brincar cria uma zona de desenvolvimento
proximal na criança, seja pela criação, pela imitação ou ainda pela definição de
regras específicas.
Ressalta ainda que no brinquedo a criança comporta-se de maneira mais
avançada do que é normalmente é. Com o brinquedo a criança ultrapassa limites
que lhe são preestabelecidos, interpreta situações e incorpora e altera significados,
apropriando-se assim em larga escala a sua cultura.
A ação no domínio da fantasia, numa situação imaginária, a criação de
intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e motivações volitivas -
tudo aparece no brinquedo, que se constitui, assim, no mais alto nível do
desenvolvimento infantil. A criança desenvolve-se, essencialmente, através da
atividade do brinquedo (WGOSTKY, 1988, p.117).
A brincadeira é uma atividade que a criança desenvolve em suas relações
sociais, na idade escolar com seus familiares, com outras crianças da mesma idade
sem objetivos educacionais ou de aprendizagem. Atividade essa que a criança faz
para recrear-se ou por diversão, com seus pais, professores, amiguinhos, com o
espaço e com a cultura na qual está inserida. Neste contexto a brincadeira da
criança encontra papel fundamental na educação infantil, pois as crianças se
desenvolvem e conhecem o mundo a partir das interações estabelecidas com a
história e cultura de outras crianças, de seus pais, de seus professores e das
pessoas envolvidas na instituição escolar. (Brougére apud Wajskop, 2001, p.31):
A brincadeira tem sido comumente apontada como espaço privilegiado do
desenvolvimento da criança. Deste modo, considera-se que ela deve ocupar lugar
de destaque na educação infantil. Porém, na realidade o que muitas vezes acontece
e que acaba cedendo espaço para outras atividades pelo educador.
Winnicott (2008) enfatiza a importância de brincar e de criar para a criança,
principalmente nos primeiros anos de vida na construção da identidade pessoal.
Para ele a escola tem por obrigação ajudar a criança completar a transição do modo
mais agradável possível, respeitando o direito de devanear, imaginar, brincar. O
lúdico é uma linguagem natural da criança, por isso torna-se importante sua
presença na escola desde a educação infantil. Através da brincadeira as crianças
recriam, repensam, imitam, experimentam os acontecimentos que lhes deram
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origem. Favorecendo a autoestima, auxiliando no processo de interação com si
mesmo e com o outro, desenvolvem a imaginação, a criatividade, a capacidade
motora e o raciocínio.
Segundo Chateau, não é possível que se pense em infância sem pensar em
brincadeiras e o prazer que as acompanham. Uma criança que em sua infância é
privada do brincar futuramente poderá se tornar um adulto com dificuldades para
pensar (CHATEAU, 1987).
Em sentido geral a educação, é observada como uma forma de aprendizagem
em que conhecimentos, habilidades e hábitos de um grupo de pessoas são
transmitidos de uma geração a outra. Os métodos variam bastantes, e vão desde o
ensino, a investigação e o autodidatismo. De maneira geral ela ocorre por meio de
experiências que exercem um efeito formativo sobre a forma de pensar, agir e sentir
do ser humano.
A educação sempre teve um papel importante na história da humanidade. Os
antigos gregos, por exemplo, entendiam-na não apenas como a transmissão de
informações e de conhecimento, mas como um meio de se atingir o
desenvolvimento global do ser humano.
Para, Oliver Reboul, em O que é educar (www.edue.fe.ul,pt), a educação é
uma ação consciente, por meio da qual o ser humano é capaz de desenvolver suas
aptidões físicas e intelectuais, assim como sentimentos sociais estéticos e morais,
com o objetivo de cumprir, tanto quanto possível, a sua missão como homem. O
autor descreve também a existência de uma educação espontânea, que se dá de
forma inconsciente deste processo. Desta forma, qualquer pessoa, independente de
formação acadêmica, educa o outro individuo por meio de suas palavras e ações.
FAMÍLIA
No mundo inteiro considera-se que tanto os pais como a escola e o Estado
são responsáveis pela educação. No Brasil, a lei federal n° 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e as bases da educação, diz em
seu artigo 1°: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais".
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A família é a unidade básica da sociedade, e representa um grupo social
primário, formado por certo grau de parentesco ou não, que vive na mesma casa
(lar) Tradicionalmente, é representada pelo pai, pela mãe e por um ou mais filhos.
Ela influencia e é influenciada por outras instituições.
Considerando como o agente principal da educação, a família é uma
instituição importante para a formação dos filhos e futuros cidadãos. Cabe a ela a
satisfação das necessidades físicas, emocionais psicológicas e sociais de seus
filhos. Sua importância é muito grande no desenvolvimento de qualquer pessoa. O
papel que assumimos neste grupo social geralmente dá origem ao que nos
tornamos na fase adulta. (Revista: Psicologia, 2014, p. 15).
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
A alfabetização recebeu diferentes conhecimentos no decorrer do tempo
referente à sua prática e ao seu conceito e, por exemplo, na Antiguidade, só uma
pequena parcela privilegiada da população egípcia tinha acesso ao aprendizado da
escrita e da leitura dos hieróglifos, se tornando escriba. Atualmente, a sociedade é
grafocêntrica, ou seja, valoriza a cultura letrada, sendo toda vida cotidiana baseada
na leitura e na escrita, na compreensão dos sentidos, apesar de continuar fazendo
uso da mesma como arma ideológica e de ascensão social. A partir da década
de1980, o ensino da leitura e da escrita centrado no desenvolvimento das referidas
habilidades, desenvolvido com o apoio de material pedagógico que priorizava a
memorização de sílabas e/ou palavras e/ou frases soltas, passou a ser amplamente
criticado. Nesse período, pesquisadores de diferentes campos - Psicologia, História,
Sociologia, Pedagogia, etc. - tomaram como temática e objeto de estudo a leitura e
seu ensino, buscando redefini-Ios. (santos, p15) Nesse sentido Britto ratifica que:
A escrita surgiu como poder. Surgiu para garantir à propriedade, a posse, a
diferença, o controle de mercado, o estabelecimento de normas e
procedimentos. É tardia, na história da cultura escrita, a utilização deste
instrumento escrita como veículo de comunicação. É certo que, na
atualidade, ela se presta a uma infinidade de funções, entre as quais está a
comunicação (seja através de impressos, de manuscritos ou de falas
produzidas em função do escrito e que se transportam por técnicas de
reprodução que dispensam o suporte material).
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