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Hipertexto Digital Instrucional: Características e Desafios
1. O Hipertexto Digital
Instrucional.
Características e desafios
Prof. Gonzalo Abio (UFAL)
gonzalo.abio@gmail.com
Sessão Coordenada: Algumas reflexões sobre a estrutura e construção
de sentido em gêneros digitais
GELNE 2008
Maceió, setembro de 2008
2. TÓPICOS
- Letramento digital – Conceito em construção
- Leitura na tela do computador – Uma leitura
diferente? E a leitura para estudo?
- O hipertexto digital instrucional
- Leiturabilidade e legibilidade
- Layout e organização gráfica
- Organização textual
- Análise de alguns hipertextos digitais
instrucionais.
- Livro virtual
- Curso virtual
- Blog de curso
- Comentários finais
3. Letramento digital – Conceito em construção
Novas formas de letramento (“new
literacies”) que exigem habilidades para ler e
escrever tanto em formato papel quanto no
digital.
Amplia-se a definição de letramento para
incluir “as aptidões, estratégias e habilidades
necessárias para poder usar com sucesso e
se adaptar às rápidas mudanças nos contextos e tecnologias
da informação e da comunicação que continuamente emergem
em nosso mundo e influenciam todas as áreas das nossas
vidas pessoais e profissionais. Esses novos letramentos nos
permitem usar a Internet e as outras TICs para identificar
perguntas importantes, encontrar informações, avaliar
criticamente a utilidade dessas informações e poder resumi-las
para responder essas perguntas e depois, comunicar as
respostas aos outros” (LEU et al., 2004, p. 1572).
4. Letramento digital – Conceito em construção (Cont.)
O letramento é um processo de aprendizagem social e
histórica da leitura e escrita em contextos informacionais e
para usos utilitários, por isso é um conjunto de práticas [...]
Distribui-se em graus de domínio que vão de um patamar
mínimo ao máximo (MARCUSCHI, 2001, p. 21).
Aquisição de letramento eletrônico = Aquisição de segundas
línguas (SELFE, 1989)
Não é possível proporcionar uma definição mais exata de
letramento, pois ele muda regularmente. Na medida em que
aparecem novas tecnologias da informação e da comunicação,
também aparecem novos letramentos (LEU et al., 2004, p.
1572). Para Soares (2002), o momento atual oferece uma
oportunidade extremamente favorável para refinar e tornar
mais clara a definição de letramento (p. 146).
5. Leitura na tela do computador
Novos suportes – Novas leituras e novos
letramentos?
Sim, mas as mudanças são graduais
6. Leitura na tela do computador
Eu olhei e não sabia o que
fazer. Sabe quando você tem
uma barreira na frente? É tanta
opção! e é estranho, de
repente, você não conseguir
ler, é se sentir um analfabeto
mesmo. Sabe, eu não
conseguia ler, tanto é que tinha
o texto aqui (aponta para a
tela) e eu li e não entendi.
“caso Tereza" (BUZATO, 2001).
Foto tomada por Gonzalo Abio, Maceió-AL, 2007.
7. E como lemos na tela?
Estratégias de leitura na tela do computador
(MCALEESE, 1993, p. 30 apud BURGOS, 2007):
-Pesquisar (searching). Leitura para buscar uma visão
geral do conteúdo.
- Procurar (scanning). Busca de uma determinada
informação, já previamente escolhida.
- Conduzir (browsing): O utilizador imagina um
objetivo e direciona a leitura seguindo etapas pré-
estabelecidas. Muito utilizado em conteúdos de
aprendizagem que utilizam índices ou glossários.
- Explorar (exploring): Identificação de todo o conteúdo
do sítio virtual apenas explorando o conteúdo
eletrônico, sem ter nenhuma temática prévia de leitura.
- Vaguear (wandering): o leitor percorre de forma
aleatória e superficial o ambiente hipertextual eletrônico,
sem nenhum objetivo exclusivo de leitura.
8. E como lemos na tela? (Cont).
Foto tomada por Gonzalo Abio, Maceió-AL, 2006.
A(s) estratégia(s) utilizada(s) pelo leitor serão determinadas
pelo objetivo da leitura, pela familiaridade com o suporte sítio
virtual e internet; pelo nível de compreensão estabelecido
entre a estrutura hierárquica e semântica dos hiperlinks, e
por seu repertório pessoal (BURGOS, 2007).
10. Hipertexto digital instrucional
Dez princípios gerais para a criação de interfaces de ensino a
distância (MOORE e KIRNSLEY, 2007, p. 134-5).
1- Boa estrutura: a organização do curso e seus componentes
precisam ser bem definidos e compreensíveis para o aluno;
deve existir coerência interna entre as diferentes partes do
curso; os alunos devem sempre saber aquilo que precisam
aprender o que se espera que realizem e quando tiverem
cumprido a meta;
2- Objetivos claros: somente quando um curso tem objetivos
de aprendizado - afirmativos sem ambigüidade daquilo que o
aluno deve mostrar como prova de haver aprendido -, os
profissionais que criam a instrução podem identificar as
experiências de aprendizado mais adequadas, fazer boas
seleções de tecnologia e mídia e criar instrumentos
apropriados de avaliação;
3- Unidades pequenas: o conteúdo do curso deve ser
desmembrado e apresentado em unidades pequenas, cada
uma das quais pode corresponder a um único objetivo de
aprendizado
11. Dez princípios gerais (cont).
4- Participação planejada: um erro fundamental cometido por
educadores inexperientes que se envolvem em educação a
distância é supor que os alunos participarão. A participação e a
interação têm de ser estruturadas. Perguntas e tarefas
precisam ser preparadas para assegurar que cada aluno
interaja com o instrutor, com outros alunos e com a própria
disciplina. Não é suficiente indagar “Alguma pergunta?”
5- Integralidade: Os materiais do curso constituem mais do
que um livro didático ou web site informativo e devem conter
comentários sobre o conteúdo, atividades e ilustrações
similares à que são oferecidas, muitas vezes de modo
extemporâneo, em um ambiente tradicional de sala de aula.
6- Repetição: Ao contrário de outras aplicações da mídia, no
ensino é aceitável que o texto, o áudio, o vídeo ou o sistema
baseado na informática, às vezes repitam idéias e informações
importantes (por exemplo, resumos de finalização on-line) para
oferecer reforço e compensar distrações e limitações de
memória.
12. Dez princípios gerais (cont).
7- Síntese: As idéias importantes expressas nos materiais ou
fornecidas pelos alunos devem ser interligadas (especialmente
nos resumos). As pessoas não aprendem tão bem quando
recebem os ensinamentos como quando fazem suas próprias
descobertas e então são auxiliadas a fazer uma síntese ou a
organizar aquilo que aprenderam.
8- Simulação e variedade: Por meio da atualização de
formatos, conteúdo ou convidados, os materiais do curso
precisam captar e manter a atenção dos alunos. As
informações devem ser apresentadas em alguns formatos
distintos e por mídias diferentes.
9- Modularidade: Tarefas, exemplos e problemas devem ser,
sempre que possível modulares, a fim de permitir que os
alunos adaptem o conteúdo a seus próprios interesses ou
situações.
10- Feedback e avaliação: os alunos devem receber feedback
constante de suas tarefas e do progresso geral no curso.
13. Eventos de Instrução de Gagné (GAGNÉ, 1965 apud WAAAL e
TELLES, 2004, LEFFA, 2008, p. 32-3).
PREPARAÇÃO
1- Garanta atenção
2- Informe os objetivos
3- Acione o conhecimento prévio
DESEMPENHO
4- Apresente o conteúdo (mostre os pontos mais importantes, use
técnicas variadas para manter a atenção, use fotos, gráficos, textos,
simulações etc.).
5- ~Facilite a aprendizagem (ajude os alunos a seguir no processo de
aprendizagem, orientando, esclarecendo, dando exemplos, material
complementar, etc.).
6- Solicite desempenho (criando situações e oferecendo condições
para a aplicação do novo conhecimento).
7- Forneça feedback
TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO
8- Avalie o desempenho.
9- Ajude na retenção e transferência.
14. Guias de estilo para a criação de
interfaces hipermídia (BURGOS, 2008, baseada em
Lynch e Horton (2002, p. 187) e Nielsen (1999, p. 37)).
1- Use bem os espaços em branco.
2- Elimine palavras. Escreva o texto da forma mais sucinta
possível;
3- Mantenha os parágrafos curtos;
4- Mantenha as sentenças curtas.
5- Use fragmentos. Por exemplo, nas perguntas formuladas
freqüentemente, não repita palavras da pergunta na resposta.
6- Utilize as palavras dos usuários.
7- Use listas com realce para separar o texto
8- Use listas numeradas para os passos em procedimento.
(Cont.)
15. Guias de estilo para a criação de interfaces
hipermídia (BURGOS, 2008, baseada em Lynch e Horton
(2002, p. 187) e Nielsen (1999, p. 37)). (Cont.)
9- Use tabelas. A tabela é um meio visual de representar uma
série de sentenças;
10- Forneça exemplos. Os usuários possuem uma forte
atração para os exemplos e, na maioria das vezes, vão direto
aos exemplos em vez de ler o texto;
11- Atenda às expectativas dos usuários quanto ao modo
como a informação é mostrada. Por exemplo, se você estiver
informando um endereço, escreva-o em linhas separadas
como se faz comumente em uma descrição de dados pessoais;
12- Use ícones ou pequenas ilustrações para ressaltar as
palavras;
13- Inclua imagens e elementos gráficos para ilustrar ou
ampliar as informações.
16. Leiturabilidade e legibilidade
LEITURABILIDADE (readability)
Facilidade com que o texto é compreendido
por seus leitores.
O grau que determinado grupo de pessoas
considera determinada leitura estimulante e
compreensível
LEGIBILIDADE (legibility)
A eficiência e velocidade com a qual um grupo
de caracteres em um texto pode ser
reconhecido (MCLAUGHLIN, 1968).
19. Hipertextos digitais instrucionais – Livro virtual
(ANDERSON, 2008)
Material com texto claro e layout
adequado. Que faltaria para
melhorar a compreensão e
facilitar o estudo?
20. Hipertextos digitais instrucionais – Apostila virtual (ABIO,
2007)
Quando você precisa
estudar um texto, prefere
fazer a leitura na tela do
computador ou em papel?
23. Hipertextos digitais instrucionais – Apostila virtual (ABIO,
2007)
Fragmento de lista de comprovação de conhecimentos e habilidades no
final de uma etapa
24. Fragmento de questionário interativo (com feedback automático) para
comprovação de conhecimentos e avaliação formativa no final de um módulo
27. Hipertextos digitais instrucionais – Blog com curso para
formação de professores de espanhol (ABIO, 2008)
Ícones, textos com diversas cores e imagens no hipertexto instrucional visando
orientar o processo de aquisição de algumas das competências necessárias
29. Comentários finais
- É imprescindível que na preparação das tarefas
pedagógicas e hipertextos digitais instrucionais,
sejam tomados os cuidados necessários para
evitar a sobrecarga de informação, assim como
facilitar a funcionalidade e usabilidade do sistema
e a legibilidade e leiturabilidade dos textos.
- O uso de uma linguagem coloquial e direta,
esquemas de cores no texto (não muitos!), frases
como “Dica”, “Ajuda”, “Atividade”, “Cuidado”, etc.
e/ou ícones correspondentes, junto com um
layout e fontes adequadas, facilitam a
compreensão da informação apresentada, assim
como do percurso de aprendizagem e trabalho
proposto.
30. Comentários finais (Cont.)
- A preparação de cursos e materiais instrucionais que
atendam a todas essas características necessárias é
um processo demorado e complexo. Devem ser
previstas, como mínimo, seis horas de trabalho de
preparação por cada hora de aula do aluno.
- A preparação desses materiais e cursos não deve ser
um trabalho individual. O professor deve estar aberto
a discussões com outros professores e preparado
para realizar um trabalho em equipe.
- Testes pilotos prévios podem e devem ser feitos com
as primeiras versões dos materiais preparados e
layout geral do curso, assim como uma constante
discussão e reflexão sobre as possibilidades de
melhoria dos materiais e programas de cursos já
montados (avaliação antes, durante e depois do
31. Comentários finais (Cont.)
- Independentemente do nível de letramento digital
dos alunos e as plataformas usadas, os materiais
criados devem prever as ajudas necessárias para as
dúvidas que possam aparecer (implementação de
FAQ, organização de um sistema para proporcionar a
resposta da forma mais rápida possível para os
pedidos de ajuda, etc.).
- Os treinamentos rápidos para formação dos
professores que atuam ou atuarão na EaD
normalmente se concentram em mostrar, apenas, as
diversas ferramentas e possibilidades dos AVAs que
serão utilizados. Nas atividades formativas desse
tipo, uma vez concluída a etapa inicial, deveriam ser
incluídos esforços visando o conhecimento de
elementos básicos de design instrucional por parte
dos professores, e orientando-os no processo de
preparação de seus cursos.
32. Referências
ABIO, Gonzalo. Navegar fazendo ou algumas experiências com blogs e tarefas
numa abordagem por competências para a formação digital de professores de
espanhol. 2o Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação, Recife: UFPE,
2008.
ABIO, Gonzalo. Educação e Novas Tecnologias da Informação e da
Comunicação. [curso Virtual e material impresso para módulo de curso a
distância], Maceió: CEDU-UFAL/UAB, 2007.
ANDERSON, Terry. The Theory and Practice of Online Learning. Atabasca: UBC
Press, 2008. Disponível em: http://cde.athabascau.ca/online_book/index.html
BURGOS, Taciana de Lima. A interface hipermídia de ensino a distância como
espaço de letramento digital. In: Encontro Nacional de Letramento, 2008, João
Pessoa. Encontro Nacional de Letramento-Letramento em pauta. João Pessoa:
Idéia Editora, 2008.
BURGOS, Taciana de Lima. Internet, hipertexto e aprendizagem: a leitura e
navegação no sítio virtual. Hipertextus - Revista Digital, v. 1, p. 03, 2007.
BUZATO, Marcelo. O letramento eletrônico e o uso do computador no ensino de
língua estrangeira: o caso Tereza. 11º Intercâmbio de Pesquisa em Lingüística
Aplicada, São Paulo, em 05/05/2001.
33. FILATRO, Andréa. Design instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2008.
LEFFA, Vilson J. Como produzir materiais para o ensino de línguas. In: LEFFA,
Vilson J. (Org.). Produção de materiais de ensino: prática e prática. 2. ed. Pelotas:
EDUCAT, 2008, p. 15-41.
LEU Jr., Donald J.; et al. Toward a Theory of New Literacies Emerging From the
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RUDDELL & N.J. UNRAU (Eds.). Theoretical Models and Processes of Reading,
Newark, DE: International Reading Association, 2004, p. 1570-1613.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
São Paulo: Cortez, 2001.
MCALEESE, R. Navigation and browsing in hypertext. In: MCALLESE, R.
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MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a Distância: uma visão integrada.
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MORGAD, Lina. Estilos de navegação no hipertexto: aspectos da construção do
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34. RODRÍGUEZ, Isabel. Teoria x EAD x Tempos Velozes. Revista Brasileira de
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RAMOS, Wilsa Maria. A compreensão leitora e a ação docente na produção do
texto para o ensino a distância Linguagem & Ensino, Vol. 9, No. 1, 2006, p.
215-242.
WAAAL Paula de; TELLES, Marcos. As idéias de Robert Gagné. Dynamic Lab
Gazette, 12-04-2004.
35. MUITO OBRIGADO
Esta apresentação esta disponível em:
http://www.cedu.ufal.br/professor/ga