05 09 08 cancer de pancreas www.gftaognosticaespiritual.org
La lección del ermitaño ciego
1. Capítulo primero
Afu era, brillaba el sol. Vívido, iluminaba los árboles, pro-
yec t and o n egra s s ombras d et rá s d e la s d est acada s roca s y, d e
rechazo, mandando miríadas de puntos resplandecientes desde
el azul del lago. Aquí, en el frío reparo de la cueva de la vieja
ermita, la lu z se filtraba a través de las ramas colgantes y
llegaba verdosa, suave, a los ojos cansados de una exposici ón
al sol relumbroso.
El joven, respetuosamente, acataba al eremita flaco, sentado
ergu i d o s ob re u n a p i ed ra ga s ta d a p or los a ñ os . «H e v en i d o
a Ti pa ra s er inst ru id o, oh Ven erab le», le d i j o el s ant o var ón
con voz sumisa.
«Sién tate», ord enab a el más an cian o d e los d os. El joven
m on j e, d e v es t i d u ra s c olor ro j o -la d ri ll o, s e i n c li n ó d e n u evo
y se sentaba con las piernas cruzadas sobre el su elo apiso -
nado, cerca del maestro.
E l vi ej o eremit a gua rdaba si len ci o , c om o sí c ont emp la s e una
i n fin id ad d e c os a s p a s ad a s , pero c on la s c u en c a s d e los oj os
vacías.
Muchos, pero muchos años atrás, siendo él un joven lama,
h a bí a c a íd o en m an os d e un os ofi c i a les d e la s t rop a s c hi n as ,
e n Lh a s a , y p r i v a d o d e s u s oj o s , p o r n o r e v e l a r s e c r e t o s d e
Estado, que él desconocía. Torturad o, lisiado y cegado de
a m b os oj os , h a b ía c a m in ad o d e a q u í p a ra a llá , c on a m a rgura
y d e c e p c i ó n , h u ye n d o d e l a c i u d a d . Vi a j a n d o p o r l a n o c h e ,
andu vo ha sta lej os d e ella , cas i en loqu ecid o p or el d olor y el
h or r o r; e vi t a n d o la c o m p a ñ í a d e l os h om b r e s . P en s a b a , p en -
saba; no le abandonaban sus pensamientos.
S u b i e n d o s i e m p r e a m a yo r a l t u ra , vi v i e n d o d e l c é s p ed o d e
l a s h i e r b a s q u e h a l l a b a p o r s u c a m i n o; g u i a d o h a c i a d o n d e
h a l la r d e q u é b eb e r p o r e l rum o r d e lo s a rr o yo s d e la m on t a -
ñ a , c on s ervó u n ec o d e u n a c h i sp a d e vi d a . P oc o a p oc o, s u s
peores lesiones fueron sanando; las cuencas de sus ojos de -
jaron de supurar. Pero siempre buscaba subir más arriba, le-
9
2. j o s d e u n a h u m a n i d a d q u e t o rt u ra b a a l o s h o m b r e s f e r o z m e n -
te y sin motivo.
El aire se fue haciendo cada vez más ligero. Desaparecieron
l o s á r b o l e s , c o n c u ya c o r t e z a p o d í a s u s t e n t a r s e . N o p o d í a
e x t e n d e r l a m a n o y a r r a n c a r p l a n t a o ye r b a a l g u n a .
E n t o n c e s , l e e r a p r e c i s o a r ra s t ra r s e s o b r e l a s m a n o s y l a s
r o d i l l a s , va g a n d o d e u n a p a r t e a o t r a , e s f o r z á n d o s e ,
e s p e r a n d o h a c e r l o b a s t a n t e p a ra p o d e r a l e j a r l o s t o r m en t o s
del hambre.
E l a i r e s e h i z o m á s f rí o , l o s d i en t e s d e l v i e n t o m á s p e n e t ra n -
t e s ; p e r o a ú n s e a fa n a b a m á s h a c i a a r r i b a , s i e m p r e m á s a rr i -
b a , c o m o c on d u c i d o p o r u n i m p u l s o i n t e r i o r . Un a s s e m a n a s
a n t e s , a l c o m i e n z o d e s u v i a j e , h a b í a e n c on t ra d o u n a f u er t e
rama, que empleaba como bastón para buscar su camino. De
pronto, su bastón de ciego se encontró enfrente a una pared
y no pudo hallar camino que le condu jese más adelante.
E l j o v e n m o n j e m i r ó f i j a m e n t e a l a n c i a n o. N o s e o b s e r v a b a
e n é l s i g n o a l g u n o d e m o v i m i e n t o. « As í d e b í a s e r », p e n s ó e l
j o v e n , y s e c o n s o l ó p e n s a n d o q u e l o s « V e n e r a b l e s An c i a n o s »
vivían en el mundo del pasado y jamás alteraban su modo de
ser por nadie. Echó una ojeada curiosa a su alrede dor, en la
cueva desnuda. Y lo era completamente. A uno de los lados,
s e o b s e r v a b a u n a m a ri l l e n t o m o n t ón d e p a j a — l a c a m a d e l
e r e m i t a — . Al l a d o d e é s t a , u n t a z ó n . D e u n s a l i e n t e d e l a
roca, colgaba una mugrienta túnica color de aza frán, triste y
c o m o c o n s c i en t e d e e s t a r d e s c o l o r i d a p o r e l s o l . Y n a d a m á s .
Nada.
Aq u e l v i e j o r e f l e x i o n a b a s u p a s a d o c u a n d o fu e t o r t u r a d o ,
mutilado y cegado. Cuando él era un joven, como aquél que
t e n í a s en t a d o d e l a n t e s u yo .
E n u n a r r a n q u e d e f r u s t ra c i ó n , c on s u p a l o g o l p e ó l a e x t ra ñ a
b a r r e r a q u e t en í a e n f r e n t e . Va n a m e n t e , s e e s f o r z ó p o r v e r a
t r a v é s d e l o s c u e n c o s va c í o s d e s u s o j o s . F i n a l m e n t e , r e n d i -
d o p o r l a i n t e n s i d a d d e s u s e m o c i o n e s , c a yó d e s v a n e c i d o a l
pie de aquella b arrera misteriosa. El aire enrarecido se cola -
b a a t r a v é s d e s u s v e s t i d u ra s , r ob a n d o l e n t a m e n t e a l
debilitado cuerpo el calor y la vida.
La r g o s m o m e n t o s p a s a r o n . F i n a l m e n t e , l o s p a s o s d e u n o s
10
3. pies calzados resonaron sobre el su elo pedregos o. S e escuc h a-
ron p a la b ra s mu rm u rad a s en u n a len gu a i nc om p ren s i b le y el
d éb i l c u erp o d e a qu el la m a fu e le va n t a d o y c on d uc id o lej os .
S e es c u c h ó u n «i c la n g !» m et á li c o y u n b u it re q u e es t a b a a llí
al acecho, considerándose defraudado de su comida, se remon tó
pesadamente.
E l vi ej o ana c oreta emp ezó a rec ord a r. Tod o aqu ello p as ó mu -
ch o tiemp o atrás. Ah ora tenía qu e in struir al joven monje
q u e t e n í a en f r e n t e y q u e e r a c o m o é l f u e — ¿C u á n t o s a ñ o s
ha cía ? ¿S es enta ? ¿S et ent a ? ¿Ta l vez má s ? — . No im p ortaba,
t od o h ab ía qu ed ad o a t rá s, p erd i d o en la s n i eb la s d el p a s ad o.
¿Qu é s i gni fic an los añ os d e la vida d e un h omb re, cuand o él
conoce los que tiene el mundo?
P a rec ía c om o si el ti emp o s e hubi es e d et enid o. Hast a el vi en t o
d ébi l, qu e s usu rraba a tra vés d e la s h ojas , hab ía c es ad o su
murmullo. En el aire, flotaba una expectación temerosa, mi en -
t ra s el j oven m on j e a gua rd aba qu e el vi ej o eremita emp eza se
s u d i s c u r s o . P o r f i n , c u a n d o l a t e n s i ó n s e i b a h a c i en d o i n a -
guantable para el joven, el Venerable inició sus palabras.
«Tú has sido enviad o a mí — dijo —, porque se te ha destina do
una gran t rabaj o en est a Vid a y yo t en go qu e inst ru irt e d e todo
cuanto son mis conocimientos, de forma que t endrás que
entera rte hasta cierto punto de tu propio destino». E l viej o se
e n c a ra b a en d i r ec c i ón d e l j ov e n , q u e s e m o ví a c on fu s o. E ra
di fí ci l, p en saba, t rat ar c on ciegos ; «m i ran » s i n ver; p ero un o
tiene la s ensación de que lo ven todo. No se sabe cóm o tratar
con ellos.
La v oz s ec a y d es a c os t u m b rad a a exp res a rs e d e l vi ej o c on t i -
n u ó: «C u a n d o yo era j ov en m e en c on t ré c on va ri a s exp e ri e n -
c i a s , e xp eri en c i a s d o lo r os a s . Ab a n d on é n u es t ra gr a n c i u d a d
d e Lh a s a y va gu é, c i ego, a t ra vés d e la s s o led a d es . Deb i li t a -
do, enfermo e inconsciente, fui arrebatado no sé adónde y
a l lí fu i i n s t ru i d o en p r ep a ra c i ón d e es t e d í a d e h o y. C u a nd o
mi conocimiento haya pasado a ti, el trabajo de mi vida
habrá terminado y p odré ir en paz a los Campos C elestiales . »
Di c i en d o es t a s pa la b ra s , un res p la n d or b ea t í fi c o i lu mi n ó la s
m e j i l l a s c a í d a s y a p e r g a m i n a d a s d e a q u e l a n c i a n o, q u e d i o
11
4. i n c on s c i en t e m en t e m á s v e l oc i d a d a s u M o li n o d e P l e ga ri a s .
En el exterior, las sombras, lentas, se arrastraban por el suelo.
El viento s e había hecho más fuert e y empujaba el polvo s eco
d e c o l o r d e h u e s o , f o r m a n d o p e q u eñ o s t o r b e l l i n o s a r a s d e l
s u e l o. A i n t e r va l o s , u n p á j a ro l a n za b a u n a l la m a d a u rg en t e.
De un modo casi imperceptible, la luz del día se apagaba y
l a s s o m b r a s s e i b a n a l a r g a n d o . D e n t r o d e l a c a v e r n a , a h or a
franc am en t e a oscu ra s, el j oven m onj e s e ap ret aba fu ert em en t e
el c u erp o, es p era n d o d e es t a for m a r ep ri m i r los r on q u id os d e
s u h a mb re c rec i en t e. Ha m b re . «E s t u d i o y h a m b re », p en s a b a
«siempre van juntos.» Hambre y estudio. Una pasajera
s o n r i s a c r u z ó p o r e l r o s t r o d e l e r m i t a ñ o . « ¡Ah ! — e x c l a m ó - -
la i n form a c i ón era exa c t a . E l j oven s e s i en t e h a m b ri en t o. Su
vi en t re s em ej a p or el ru id o un ti mba l hu ec o. E l qu e m e in for -
mó me dio este deta lle. Y tam bién el rem edio. » Lenta, penosa -
mente, c on los crujidos propios de la edad, se puso en pie sin
t i tu b eo a va n za d o h a ci a un a pa rt e oc u lt a d e la c u eva . A s u re -
gres o en t re gó a l j ov en m on j e u n p equ eñ o pa qu et e. «D e p a rt e
d e t u Hon ora b le Gu í a », exp li c ó; «É l m e h a d i ch o qu e q u ier e
h a c e r m á s d u l c e s t u s e s t u d i o s . » T o r t a s d u l c e s d e l a In d i a .
Y una poca de leche de cabra, para cambiar el agua como
ú ni c a b eb id a . «¡N o, n o !», ex c l a m ó el vi ej o e rm i t a ñ o, c u an d o
f u e i n vi t a d o a c om p a rt i r a q u e l a li m en t o. «M e d o y c u en t a d e
las nec esidades de la juventud; sobre todo de los que habitan,
lej os d e l m u n d o, má s a llá d e la s m on t añ a s . C om e y d i s fru t a .
Yo, insignificante persona, intento seguir e n mi humilde senda
al gracioso señor Buda y vivir d e la metafórica semilla de
mostaza. Pero tú, come y duerme; porque me doy cuenta
d e qu e la n och e se n os ha ven id o encima.» Diciend o estas
palabras el anciano había vuelto al interior oculto de la
cueva.
El joven se dirigió a la entrada de la cu eva, qu e ahora era
un óva lo gri s c ont ra la os curidad d el in t eri or. Los a lt os p icos
d e la m on t añ a pa rec í a n rec ort es n egros c on t ra el roj i zo es p a -
cio que les rod eaba. De pronto se produjo un creciente res -
p la n d o r p l a t ea d o d e lu z p o r e l p a s a j e d e u n a s o s c u ra s n u b es
s o l i t a r i a s , c o m o s i l a m a n o d e u n d i o s a p a rt a s e l a s c o r t i n a s
12
5. qu e ocu ltab an a la qu e los h om bres lla man «la R eina d el Ci e -
lo». Pero el joven mon je n o se entretu vo; su cen a era fru -
galísima y no la habría re sistido ningún joven occidental.
En s eguida regres ó a la cu eva y, exc a vand o una d ep resi ón en
la arena d el su elo d ond e rep os a r su cad era, c a yó en un su eñ o
profundo.
L o s p r i m e r o s a l b o r e s d e l a lu z l e h a l l a r o n a g i t á n d o s e i n c ó -
m od a m en t e. S e le va n t ó d e u n s olo i m p u ls o y, p u es t o d e pi e,
m i r ó c om o a v e r g on za d o a s u a l r ed ed or . E n es t e m om en t o e l
vi ej o a n a c oret a . en t ra ba c a min a nd o in c i ert a m en t e d ent ro d el
vestíbulo de la cueva. «¡Oh, ven erab le — exc lamaba el j oven
m o n j e n e r v i o s a m en t e — , h e d o r m i d o m á s d e l a c u en t a y n o
m e h e a c o r d a d o d e l o s o f i c i o s n o c t u rn o s !» E n t on c e s s e d i o
completa cuenta de dónde se hallaba.
«No temas, joven amigo — dijo sonriendo el ermitaño —.
Aquí no hay oficios. El hombre, una vez evolucionado, tendrá su
oficio dentro de su propia alma, por to das partes y siempre, s i n
q u e t en ga q u e s e r r ed u c i d o a r e b a ñ o y c on gr e ga d o c om o los
ya k s , q u e n o t i en en un a m ent e. P er o h a zt e t u t s a mp a (*) y
c o m e ; p o rq u e h o y t e n g o q u e c o n t a r t e m u c h a s c o s a s , y t ú
tienes que ac ordart e de t odas ellas. » Diciendo estas palabr as, el
santo varón, se encaminó hacia el naciente día.
Un a h ora má s ta rd e, el j oven es t a b a s ent ad o en fren t e d el a n -
c i a n o es c u c h a n d o la r e l a c i ón d e és t e , t a n a p a s i on a n t e c om o
ext raña. Una historia que abarcaba todas las religi ones, todas
las historias sobrenaturales y leyendas del mundo entero. Una
historia que había sido reprimida por todos los sacerdotes
sedientos de poder y los «científicos» desde los primeros
tiempos tribales.
Ra yos d e s ol s e fi lt rab an a t ra vés d el follaj e d e la b oc a d e la
c u e v a y d a b a n b r i l l o a l a s f i b r a s m e t á li c a s d e l a s r o c a s . E l
ai re, li geram ent e c a li ent e, y una li gera n eb lina flot aba s obre el
la go. Un os cu ant os p aja ri llos cha rlab an ru id os am en t e y s e
p r e p a ra b a n p a r a s u t a r e a i n a c a b a b l e d e b u s c a r c o m i d a s u f i -
ciente en una región de vegetación escasa. En las alturas, un
(*) Agua hervida con harina tostada.
13
6. b ui t re s oli t a ri o s e a lza b a , s os t en i d o p or un a c orri en t e a s c en -
d en t e d e a i re, s u b i en d o y b a j a n d o c on la s a la s ext en d i da s , in -
m óvi l es , m i en t ra s c on s u s oj os p ers p i c a c es b u s ca b a s ob r e e l
s u elo d es n u d o a lgú n cu erp o m u ert o o m u ri én d os e. C on ven c id o
d e q u e n o ha bí a n ad a p a ra su p rovec h o, s e d es p la zó a ot ros
c i elos c on u n gra zn i d o m a lh u m orá d o y h u yó en b u s c a d e
m ej or es ven t u ra s .
E l vi ej o erm i t a ñ o es t a b a s en t a d o, erec t o e i n m óvi l, c on s u
fi gu ra d es c a rn ad a es c a s a m en te c u b i ert a p or los r es t os d e s u
ves t i d u ra d orad a . «Dora d a », ya n o lo era , s i n o d es c ol ori d a por
el s o l y c on v ert i d a en u n os h a rap os t erros os c on u n a s t i ra s
a m a ri lla s , d ond e los p li egu es h a bí an h ec h o d i s mi nu i r en part e
la d ec olora c i ón p or la lu z sola r. La p i el era a p erga m i n ad a ,
s ob re s u s p óm u los a gu d os , y c on es e c o lo r d e c e ra , b la n -
q u ec in o, frec u en t e en t re l os q u e es t á n p ri vad os d e la vi s t a .
Ib a d es c a lzo y los ob j et os d e s u p ropi ed a d s e li m i t ab an a un a s
p oc a s c os a s : un c u en c o, u n M oli n i llo d e P le ga ri a s , y
ú ni c a m ent e u n a rop a d e rec a m b i o, t an d es t eñ id a y m a n c ha d a
c om o la q u e l le va b a pu es t a . Na d a m á s , a b s olu ta m en t e na d a
m á s en el m u nd o en t ero.
S en t a d o en fren t e a l er em i t a , el j ov en m on j e m ed i t a b a . C ua n t o
m a yo r es la es p i ri t u a lid ad d e u n h om b re, m en os s on s u s
b i en es t erren a les . Los gra n d es a ba d es , c on su s há bi t os d e oro,
s u s ri q u eza s y a b u nd an ci a de m a n j a res , s i em p re es t a b a n en
lu c h a p a ra a lc an za r p od er p olí t i c o y vi ví a n pa ra el m om e n t o
p res en t e, m i en t ra s re ve ren c i a b a n d e la b i os a fu era la s E s c ri -
t u ra s .
«J ov en a m i go », em p ez ó la vo z a n c ia na . «M i s d í a s c a si t ocan a
s u a c ab a m i ent o. Ten g o q u e t ra n s m it i rt e m i s c on oc i m i entos ;
d es p u és d e lo c ua l, m i es p í ri tu s erá li b re p a ra i rs e a los C am -
p os C el es t i a les . Tú , a t u vez, t ra n s m it i rá s es t os c on oc i m i ent os
a los d em á s . E s c u c h a, p u es , y a lm a c en a t od o c u an t o t e d i ré en
t u m em ori a s in fa llo a lgu n o. »
« ¡Ap ren d e es t o, es t u d ia a qu el lo !», p en s ó el j ov en m on j e. «La
vi d a ah ora n o es m á s q u e un ru d o t rab aj o i n c es an t e. Ad i ós
c om et a s , za n c os y. . . »
P er o e l erm i t a ñ o c on ti nu ó: «Y a s a b es c óm o m e t ra ta ron los
14
7. c h in os , y c óm o fu i va ga n d o p or la s s o led a d es y ll e gu é fi n a l -
m en t e h a s t a d ond e m e oc u rri ó u n gra n p rod i gi o. Un m i la g ro,
p orq u e u n in s t in t o s ec ret o m e c on d uj o h a s t a la s m i s m a s puer -
t a s d el S a n t ua ri o d e la S a b i d u ría . Te lo q u i ero c on t a r. M i
s a b id u rí a s erá t u ya , ta l c om o a m í m e fu e m os t ra d a, ya q u e, a
p es a r d e es t a r p ri va d o d e la vi s t a , lo vi t od o».
E l j oven m on j e a s i n t i ó c on la c ab eza , ol vi d á nd os e d e q u e el
a n ci an o n o le p od í a ver; en t on c es , d á nd os e c u en t a, le d i j o:
«E s t o y es c u c ha nd o, Ven era b l e M a es t ro, y es t o y c a p a ci t ad o
p or m i form a c i ón a rec ord a rlo t od o ». M i en t ra s d ec ía es ta s
p a la b ra s , él h i zo u n a rever en c i a y s e vo lvi ó a s en t a r, a gua r -
d a nd o un rat o.
E l a n c i an o s on ri ó y c on t i nu ó s u re la t o: «Lo p ri m er o q u e re -
c u erd o es q u e es t a b a ac os t a do m u y c óm od a m en t e en u n lec h o
b la n d o. Na tu ra lm en t e, yo en t on c es era j o v en , p or e l es t i lo d e
lo q u e eres t ú , y c reí a h a b er s i d o t ran s p ort ad o a los C a m p os
C el es t i a les . P ero n o p od í a ver y m e p a rec í a q u e s i el s i t i o
d on d e m e h a lla b a era e l ot ro la d o d e la vi d a h a b ría rec ob ra d o
m i vi s t a . De m a n era qu e es t a b a a llí a c os t ad o y es p era n d o. Al
c a b o d e u n la rgo ra t o, u n os p a s os m u y s i l en c i os os s e a c e r -
c a ron y s e d et u vi eron a m i la d o. Yo, es t a b a i n m óvi l, n o s a -
b i en d o q u é es p era r. " ¡Ah !", e xc la m ó u n a voz q u e m e p a rec i ó
s er en c i ert o m od o d i s t in t a d e la s n u es t ra s . "¡Ah !, v eo q u e
h a b éi s rec ob rad o la c on ci en c ia . ¿Os en c on t rá i s bi en ?".
»Va ya u n a p regu nt a n ec ia , p en s é en t re m í . ¿C óm o p u ed o
en c on t ra rm e b i en , s i m e es t o y m u ri en d o d e h a mb re? ¿E ra
c i er t o? E n rea li d a d ya n o s en t ía ha m b re a lgu n a. M e en c on -
t ra b a b i en , mu y b i en . C on p rec a u c i ón, m oví m i s d ed os , s en tí
m i s b ra zos s i n ra st ro a lgu n o d e a gu j et a s . M e h ab ía rec ob ra d o
y m e n ot a b a n orm a l; s ólo q u e n o t en í a oj os . "S í , s i , m e s i en t o
b i en , gra c i a s p or la p regu nt a ", le c on t es t é. La Vo z d ij o
en t on c es : "Hu b i éra m os q u eri d o res t a u ra r vu es t ra vi s t a ; pero
os h a bí a n qu i ta d o los oj os y n o n os fu e p os i b le. R ep os a d un
ra t o, y lu e go h a b la rem os c on Vos d et a lla d a m en t e".
»R ep os é; n o t en í a ot ra s o lu c i ón . No t a rd é en d o rm i rm e d e
nuevo. Lo que dormí, no lo supe; pero un dulce sonido d e ca m pa na s ,
c a s ua lm en t e, m e d es v el ó; t a ñid o m á s d u lc e y
15
8. apacible que los más delicados gongs, y mejor que las antiguas
c ampan as d e p lat a, má s s on oro qu e la s t romp eta s d el t emp lo.
M e i n c o rp or é y m i r é a m i a lr e d ed o r, c om o s i p u d i e s e f o rz a r
la visión de mis órbitas sin ojos. Un brazo amistoso se deslizó
alredor de mi espalda, y una voz me dijo: "Levántate y
sígueme. Yo te conduciré".»
E l j o v en r e l i gi o s o p e r m a n ec í a s en t a d o y e x p eri m en t a b a u n a
fascinación, extrañándose que no le hubiesen sobrevenido nun c a
a ven t u ra s s em ej a n t es ; i gn oran d o q u e, en su d í a, le lle g a r í a
e l tu r n o . «T e l o r u e g o , c o n t i n ú a , V e n e r a b l e M a e s t ro »,
exclamó. El viejo maestro sonrió complacido por el interés
que mostraba el joven.
«M e c ondujo hasta una habitación espaciosa, a l parecer, llena
d e g en t e; yo e s c u c h a b a e l ru m o r d e s u r es p i ra c i ón y e l ro c e
d e s u s v e s t i d u ra s . M i gu í a m e d i j o " S e n t a o s " , y u n e x t ra ñ o
i n gen i o fu e em p u j ad o ha s t a m i p ers on a . E sp era n d o s en t a rm e
en el suelo, c omo todas las p ers onas educadas, estuve a punto
de caerme al choque con aquel artefacto.»
E l a n c i a n o a n a c o r et a h i z o u n a b r e v e p a u s a y u n a s ec a ri s i t a
escapó de su boca al relatar aquella esc ena pasada. «Me s enté
c o n t o d o c u i d a d o — c on t i n u ó — y a q u e l o b j e t o m e p a r e c i ó
blando, si bien sólido. Me sentía sostenido sobre cuatro patas y
p or l a p a rt e d e a t rá s h a b í a u n a c o s a q u e m e i m p ed í a e c h a r
atrás mi espalda. De momento, pensé que me creían demasiado
d éb i l p a ra s en t a rm e s i n a l gu na p r ot ec c i ón ; d es p u és c a p t é s e -
ñales de divertida y reprimida sorpresa entre los pres entes, ya
que, por lo visto, aquélla era la manera de sentarse de toda
a q u ella gen t e, y, f ra n c a m en te, q u ed é c olga d o t ri s t em en t e d e
aquella plataforma almohadillada.»
E l j o v e n m on j e i n t e n t ó i m a g i n a r s e l o q u e p o d í a s e r u n a p l a -
ta forma pa ra s en ta rs e. ¿P or qu é exis tían s em ejan t es obj et os ?
¿P o r q u é s e t i en en qu e i n ven ta r c os a s i nú ti les ? N o, d ec i d i ó; e l
su elo era su ficiente p ara él; más segu ro, sin riesgos d e
c a e rs e . Y, ¿q u i én es t a n d éb il q u e n ec es i t a t en e r s u e s p a ld a
a gu a n t a d a ? P e r o e l a n c i a n o es t a b a ot ra v e z h a b la n d o — s u s
pulmones era resistentes — al joven monje.
«"Os extrañáis de nosotros — la voz continuó —, os maravi-
16
9. liáis de quiénes som os, d e por qué os s entís tan bien. Siénta te
con toda com odi dad, porque ten emos que c ontarte muchas
cosas".
»"Mu y Ilustre S eñor", dije d isculpándome. "Estoy ciego, he
sido privado de mi vista y decís que tenéis mucho que con tarme
y que m ostra rm e. ¿C ómo puede ser, esto?" "Tranquilí zate —
dijo la Voz —, porque todo será c laro para ti, con tiempo y
paciencia.» La parte post eri or d e mis pi ernas empe zaba a
dolerm e, colgadas en aquella ext raña postura, de modo que las
encogí, intentando permanecer en la postura del lot o sobre la
pequeña plataforma d e madera aguantada s obre cuatro patas y
con aquel estorbo en la espalda. Así, m e sentía más a mis
anchas, si bien, no vi endo, podía perder el equilibrio sin
querer.
»"S om os los Jardineros de la Ti erra ", prosiguió la Voz. "Vi a -
jamos por los univers os, situando seres humanos y animales por
los mundos distintos. Vosotros, los hijos de la Tierra, po seéis
leyendas sobre nosot ros, llamándonos dioses celestiales y
hablando de nuestros carros de fuego. Ahora vamos a darte u na
información s obre el ori gen de la Vida en la Tierra, d e ma n era
que puedas transmitir tus conocimientos a otro que vend rá
después a l mundo y esc ribirá sobre estas cosas, por que ya es
hora de que la gente conozca la Verdad de sus Dios es, antes de
iniciar el s egundo perí odo."
»"Aquí hay cierta confusión", exc lamé c on desánimo. "No s oy
más que un pobre monj e que subió a estas alturas sin saber
cómo. "
»"Nos otros, con nuestro saber, te guiamos — murmuró la Voz
—, te hemos escogido por tu mem oria extraordinaria, que aún
reforzaremos. Conocemos tod o lo que s e refi ere a t i. Por eso te
hemos c onducido hasta nosotros."»
Fu era de la cueva, a la lu z, ahora brillante, del día, la nota del
canto de un pájaro se elevó aguda y p enetrante c on sú bita
alarma. Un chillido de una ave agresora y el pájaro se escapó
de aquellos parajes precipitadamente. E l vi ejo ermi taño levan tó
su cabeza un momento, diciendo: «No es nada; probablem ente
un pájaro volando en la altura ha lanzado un
17
10. ataque». E l joven monj e encontró d esagradable el vers e dis -
traído de la narración de la vieja edad, un a edad que — caso
ext raño — no encontraba difícil de visuali zar. A la ori lla del
lago los sauc es cabeceaban con indolencia sólo inquietados por
las brisas errantes que rem ovían sus hojas y las hacían
protesta r contra la invasión de su rep oso. Actualm ente, los
primeros ra yos d e s ol habían abandonado la entrada de la cueva
y en ella reinaba el frí o, con la luz teñida de color ver doso. El
viej o eremita s e estrem eció li geram ente, arregló sus
abigarradas vestiduras y c ontinuó:
«Estaba asustado, muy asustado. ¿Q u é sabía yo de aquellos
Jardineros de la Ti erra? Yo, no era jardinero. No sabía nada de
plantas, y de universos, mucho menos. Necesitaba no marcharme de allí.
Mientras estaba pensando esa s cosas, puse mis pies s obre el
borde de mi plataforma -asiento y me p use de pie. Ma nos
cariñosas, pero fi rm es m e volvi eron a s en tar en aquella rara
forma, con mis pies colgando y mi espalda apoyada s obre a lgo
que estaba detrás mío. "La planta, no debe dictar órdenes al
jardinero", murmuró una voz. "Te han conducido aquí, y aquí
tienes que aprender."
»A mi alreded or, mientras m e volvía a sentar, aturdido, pero
también irritado, com enzó una gran discusión en una lengua
para mí desconocida. Voces. Voc es. Algunas agudas y d elga -
das, como sa li endo de unos gaznates de enanos. Otr as, p ro-
fundas, resonantes, sonoras, como toros o yaks en los perí odos
de c elo, mu giendo a través del paisaje. Fues en quien es fues en,
pensé, n o auguran nada bueno para mí, pers ona díscola, cau tivo
involuntario. Estuve escuchando con temor e incertidum bre
todo el rato que duró la discusión para mí incomprensible.
Aquellos pitidos y estruendos como d e una trompeta res onando
en un desfilad ero. ¿Qué gente era ésa ?, pensaba yo, ¿pued en los
gaznates humanos pres entar es a multitud de to nos, supertonos y
semiton os? ¿Dónde m e encontraba? Ta l vez m e hallaba yo en
peores manos que cuando era prisionero d e los chinos. ¡O h,
quién tuviera oj os ! Oj os para ver lo que ahora me era veda do.
¿S e habría desvanecido acaso el miste rio a la lu z de la mira da?
Pero no, c omo c ompr endí luego, el
18
11. misteri o s e habría hecho má s profundo. Permanecí s enta do,
llen o de aprensión y mu y a sustado. Las torturas que había
exp erim entado en manos d e los chinos me habían acobarda do,
me hacían temer que no podría soportar más, de ninguna
manera. Mejor hubiera sido que los Nu eve Dragones hubie sen
llegado y me consumiesen de una vez que lo que me tocaría s oportar por
obra de lo Desc onocido. Así es que per manecí sentado, ya que
no había nada que hacer.
»Altas voc es m e hicieron tem er por mi suert e. De haber t enido
ojos para ver, hubiera reali za do un desesperado esfu erzo para
huir; pero aquel que s e encuentra sin ellos está c oncreta mente
sin esperan zas, a la m erc ed de todo. La piedra lan zada, la
puerta cerrada, las amenaza s creci entes que s e m e pr es entaban,
amenazadoras, opresi vas y s iempre tem erosas. El estré pito
exp erim entó un cresc endo. Los gritos chillaban en los más alt os
registros, com o un estruendo de toros en lucha. Temía una
violencia sobre mi pers ona, golpes que llegas en hasta mi
pers on a a través d e mis tinieblas et ernas. Agarré fu ert em ente el
borde d e mi asiento, y lo s olté en s eguida, pen sando que un
golpe p odría dejarm e sin sentidos, mientras que si no
encontraba resist encia el choque sería más leve.
»"No temas", m e dijo la Voz, ahor a para mí familiar. "Se tra ta
únicamente de una reunión del Consejo. Ningún daño pue de
seguirse para ti. Precisament e estamos discutiendo la m ejor
manera de instruirte. "
»"Alt o S eñor", repliqué a lgo confuso. "Est oy sorprendido, en
verdad, escuchando cómo los Grandes lan zan sus voc es a se -
mejanza d e los más humildes pastores de yaks en la mon taña."
Un divertido rum or de ris as celebró mi com entario. Mi
auditorio, según parecía, no estaba disgustado por mi tal vez
algo loca franqueza.
»"R ecuerda eso si empre ", rep licó el Jardinero. "No importa lo
que se a lza la voz; siempre h ay una razón, una discrepancia.
Siempre una opinión que se s epara de lo que afirman los de más.
Cada cual tiene que discutir, argumentar y, forzosamen te,
sost ener la propia opinión, si no s e quiere s er un mero esc la vo,
un autómata, siempre a punto de aceptar los dictados de
19
12. ot ro. E s p rec i s o d i sc ut i r, ra zon a r. La li b re d i s c u s i ón s i emp re
s e i n t erp ret a p or el ob s er va d or i n c om p ren s i vo c om o el p re -
lu d i o d e u n a vi olen c i a fí s i c a. " T oc ó m i s h om b ros p a ra t ra n -
q ui li za rm e y c on t i nu ó: " T en e m os a q u í p ers on a s n o s ola m e n t e
d e d i s ti nt a s ra za s , s in o d e va ri os m u nd os . Al gu n os , s on d e
n u es t ra ga la xi a . Ot ros p roc ed en d e ga la xi a s d e m á s a l lá . Al -
gu n os d e el l os , a t i t e p a rec erí a n p eq u eñ os en a n os , a l p as o
q u e ot ros s on verd a d eros gi g a n t es , s ei s vec es m á s a lt os q u e
los q u e es t á n d ot a d os d e men ore s es t a t u ra s ". E s c uc h é su s
p a s os c u and o s e a l ej a b a p a ra reu n i rs e c on e l gru p o d e los
d em á s .
»"Ot ra s ga la xi a s " ¿Qu é s i gn i fi c a ba t od o a qu ello ? Gi ga n t es ,
b u en o, i gu a l qu e l os q u e h a b ía oí d o m en c i on a r en los c u en t os
m a ra vi llos os . E n a n os , p a rec i dos a los q u e s e v eí a n a vec es en
la s c om ed i a s . M oví m i ca b eza ; t od o aq u ello es t a b a m á s allá
d e m i c om p ren s i ón . La V oz m e h a b ía di ch o q u e n o su fri rí a
n in gú n m a l, qu e s e t ra t a ba ú ni c a m en t e d e u n a di s cu s i ón. Pe ro
n o s i em p re l os m e rc a d eres d e la In d i a q u e p a sa n p or la c i u da d
d e Lh a s a a rm an es os b a ru ll os , t rom p et eos y v oc es . De c i dí
p erm a n ec er s en t a d o y a gu a rd a r en q u é p a rab a t od o aq u ell o.
¡D es p u és d e t od o, n o p odí a h ac er ot ra c os a !»
Den t ro d e la f rí a c a vern a d el erm i t a ñ o el j ov en m on j e p erm a -
n ec í a a b s ort o, em b eb i d o es c u c h an d o la h i s t ori a d e los e xt ra -
ñ os s eres . P e ro n o lo es t a b a t an t o q u e n o s e p erc i b i es e el
ru m or d e s u s i nt es t in os . C om id a , c om i da u rgen t e, ah ora u rgí a
p or c om p let o. E l vi e j o e rm i t a ñ o c es ó d e p ron t o su rela t o y
m u rm u ró: «S í , p rec i s a un d es a yu n o. P rep a ra t u a li m en t o. Vol -
ver é lu e go ». Di c i en d o es t a s p a lab ra s , s e pu s o en p i e y s e
en c a m in ó len t a m en t e a s u ret iro.
E l j ov en m on j e s e a p res u ró a s a li r a l a i r e li b re. P or u n os i n s -
t a nt es es t u vo c on t em p la nd o el p a i s aj e; s egu i d am en t e s e d iri -
gi ó h a s t a la ori lla d el la g o, d on d e la a ren a fin a , d e c olor
t erros o, b ri lla b a c om o in vi tan d o. De s u s ves t i du ra s s ac ó el
c u en c o d e m ad era y l o la vó d en t ro d el a gu a . Ll en á n d olo y
m en eá n d olo, es t u vo la v a d o. Tom a n d o u n p equ eñ o s a c o llen o
d e c eb a d a , qu e l le va b a en e l i n t eri or d e s u s h á b i t os , ec h ó u n
p eq u eñ o p uñ ad o en e l c u en c o y lu eg o ll en ó d e a gu a d el la go
la c a vi d ad d e s u ma n o. Den t ro d el c u en c o fu e a m a sa nd o la
20
13. p a s ta form a d a , y c on d os d edos d e la m a n o d erec h a , a m od o
de cuchara, se sirvió aquel m anjar con toda lentitud y ningún
entusiasmo.
Una vez hubo acabado de comer, lavó el cuenco en el agua
del lago y luego tomó un puñado de aquella arena fina. En -
tonces frotó enérgicamente aquella vasija por d entro y por
f u e r a y, t o d a v í a h ú m e d a , l a m e t i ó e n e l s e n o d e s u h á b i t o .
Luego s e arrodilló y ext endió el bord e de su túnica y rec ogi ó
arena hasta que no cupo más. Poniéndose de pie, regresó a
l a c u e va . Un a v e z e s t u v o en e l l a e c h ó l a a r en a a l s u e l o e i n -
medi atamen te salió en busca d e alguna rama caíd a qu e tu -
vi es e a lgu n os p eq u eñ os b rot e s . Vol vi en d o a la c u eva , b a rr i ó
la arena compacta antes de ec har encima una capa de la arena
acabada de traer. Con una capa no hubo bastante; hasta
d es p u é s d e ec h a r s i et e d e e l l a s n o es t u v o s a t i s f ec h o y p u d o
s en t a r s e, c on u n a c la ra c on c i e n c i a , s ob r e s u s á b a n a d e la n a
de yak.
No poseía ninguna vajilla a la moda de ningún país. Su hábito
c o l or a d o e ra t od o s u a t a ví o. R a í d o y d es ga s t a d o en a l gu n o s
p e d a z o s c a s i h a s t a l a t r a n s p a r e n c i a , n o p r ot e g í a c o n t r a l o s
vientos fríos. No poseía sandalias ni ropa interior algun a.
Nada más que esa túnica solitaria, que se quitaba por la
n oc h e, cu and o s e en vol ví a d en t ro d e la sá ba n a. C om o u t en si -
l i o, ú n i c a m en t e c on t a b a c on a q u e l c u en c o , e l p eq u eñ o s a c o
de cebada y una vieja y estropeada Caja Mágica, desde mucho
t i em p o s u s ti tu id a p or ot ra , en la q u e c on s erva b a u n s enc i llo
talismán. No poseía Molino de Plegarías alguno. Esto era para
otros más ricos. Llevaba afeitado el cráneo y señalado con las
M a rc a s d e la Vi ri li d a d , q u ema d u ra s q u e a t es t i gu ab an qu e h a -
b í a s op o rt a d o la s c a n d e la s d e i n c i en s o a rd i en d o s ob r e s u c a -
beza para dar testimonio de su capacidad de meditación al
sentirs e inmune del dolor y el olor de carne quemada. Ahora,
habiendo sido elegido para una misión especial, había viajado
lejos, hasta la cueva del ermitaño. Pero ah ora el día había
caminado, con las sombras cada vez más a largadas y el enfri a -
miento progresivo del aire. Se sentó y aguardó que apareciese
el eremita.
21
14. Al c a b o d e un a b rev e es p e ra s e es c u c h a ron los pa s os a rra s -
t ra d os , los go lp es d e l la r go b a s t ón y la res p i ra c i ón fa t i ga d a
d el vi ej o. E l j ov en m on j e lo m i ró c on ren ova d a rev er en c i a ;
¡c u á n t a s exp e ri en c i a s t en í a ! ¡C u á n t os s u fri m i en t os ! ¡Q u é
s a b i o le p a rec í a ! E l vi ej o c o m p a rec i ó y s e s en t ó. E n aq uel
m i s m o i n st a n t e, un a b oc an ad a d e a i re y u n a i n m en s a y p e lu d a
c ri a tu ra , sa lt ó d en t ro d e la en t ra d a d e la cu eva . E l j oven
m on j e, s e p u s o d e p i e d e u n s a lt o y s e p rep a ró a b u s c a r la
m u ert e p ro t egi en d o a l vi ej o e rm i t a ñ o. Aga rra n d o d os pu ñ ad os
d e t i erra d e l s u e lo a r en os o, s e p rep a ra b a a la n za rlos a los oj os
d el i n t ru s o, cu a nd o le d et uvo y l e t ra n qu i li zó la voz d el
rec i én ven i d o.
« ¡S a lu d , s a lu d, S a nt o erm i t a ño !», gri t ó c om o s i es t u vi es e d iri -
gi én d os e a u n a p ers on a d i s t ant e u n a m i lla . «P i d o vu es t ra b e n -
d i ci ón , vu es t ra b en d ic i ón p or es t a n oc h e, qu e a c a mp a m os a la
ori l la d el la g o. Aq u í — b ra m ó — h e t ra í d o p a ra vos t é y c e -
b a da . ¡Vu es t ra b en d ic i ón , erm i t añ o, vu es t ra b end i ci ón !» Po -
n i én d os e en m ovi m i en t o d e un b ri nc o, n o si n ren ova r la s a la r -
m a s d el j ov en m on j e, s e p re c i pi t ó d ela n t e d el erm i t a ñ o y s e
p ros t ern ó s ob re la a r en a a cab a da d e a rreg la r. «T é, c eb a d a ,
a q uí , ac ep t ad la . » S a li en d o f u era , t ra j o d os s a c os qu e pu s o
a n t e el erm i t a ñ o.
«M e rc a d er, m erc a d er — res p o n di ó h um i ld em en t e el er em i t a —
, es t á i s a la rm a n d o a un a n ci a n o en ferm o c on vu es t ra vi o -
len c i a . La p a z s ea c on v os . P u ed en la s B en d i ci on es d e Ga u t a -
m a rei n a r s ob re vos y h a b it ar d en t ro d e vos . P u ed a vu es tro
vi a j e s er rá p i d o y vu es t ro n eg oc i o p rós p ero. »
«Y, ¿q u i én s oi s vos , j ov en ga lli t o ? », voc e ó el m erc a d er.
« ¡Ah !», exc la m ó e l b u en h om b re, «m i s exc u s a s , j oven r e ve -
ren d o p a d re, p or c u lpa d e la os c u ri da d d e es t a c u eva n o h e
vi s t o d e m om en t o q u e s oi s u no d e los d e l h á bi t o. »
«¿Y q u é n u eva s n os t ra éi s , m erc a d er? », p re gu n t ó el e rm i t añ o
c on s u voz s ec a y c a s c a d a.
«¿Nu e va s ? », res p on d i ó el m er c a d er. «E l p res t a m i s t a i nd i o fu e
a p a lea d o y rob a d o; cu an d o fu e a los p roc u rad ores , vol vi ó a
s er lo, p or h a b ers e d es c a ra d o c on ellos . E l p rec i o d e los ya k s
h a b a ja d o; el d e la m a n t eq ui lla h a s ub id o. Los r e ver en d os d e
22
15. l a F r on t e ra h a n s u b i d o s u s t a r i f a s . E l gr a n La m a h a vi a j a d o
h a s t a e l P a l a c i o d e l a s J o y a s . ¡O h !, s a n t o e r e m i t a , n o h a y
noticias. Esta noche acampamos al lado del lago, y mañana se -
g u i m os n u es t r o vi a j e h a s t a Ka li m p on g. E l t i e m p o e s b u en o .
B u d a n os h a p rot e gi d o y l o s d i a b l os n o s h a n d ej a d o en p a z .
Y vos, ¿necesitáis acaso que os traigan agua, o arena seca para
el s u el o d e vu es t ra c u eva , o b i en es e j ov en p a d re ya p r oc u ra
por vuestras necesidades?»
Mientras las sombras viajaban hacia las tinieblas de la no -
c h e, e l e rm i t a ñ o y e l c om e rc i a n t e h a b la b a n y c a m b i a b a n n o -
t i c i a s d e Lh a s a , d e l T í b e t , d e l a In d i a y m á s l e j o s , a l l á d e
l o s Hi m a la ya s . Al fi n a l, e l c om e rc i a n t e s e p u s o en p i e y ob -
servó c on tem or la oscuridad creci ente. «¡Adi ós !, joven santo
padre. No pu ed o ir solo en la oscu ridad , los d emon ios me
a sa lta rían. ¿P od éis ac ompaña rm e h as ta el ca mpam ent o?», im -
ploró.
«E s t o y a l a s ó r d e n e s d e l V e n e r a b l e E r m i t a ñ o », c on t e s t ó e l
j o v e n m o n j e . « Ir é , s i e l m e l o p e r m i t e . M i s h á b i t o s m e p ro -
tegerán de los peligros de la n oche.» El viejo eremita, risueño,
le dio el permiso. El delgado monje joven guió el camino
fu era d e la cu eva. E l en orm e gi gan t e, el m ercad er, ap estand o
a lana de yak y peor, iba tras el joven lama. A la entrada
m is ma es tu vo a pun t o d e da r c ont ra una rama l len a d e h ojas .
S e es cuch ó un gra zn id o y un páj a ro a su stad o s e escap ó d e la
ra m a . E l m erc a d er p rofi ri ó u n c h i lli d o d e t erro r y s e d es p l o -
mó, como desvanecido, a los pies del joven monje.
« ¡U f !, s a n t o p a d r e », s u s p i r ó e l m e r c a d e r . «P e n s a b a q u e l o s
diablos me habían hecho prisionero. Pensé, aunque no d el
todo convencido, que debía devolver los dineros que tom é en
préstamo del usurero indio. Vos m e habéis sa lvado, habéis do -
m i n a d o a l os d i a b lo s . Ac o m p a ñ a d m e h a s t a e l c a m p a m en t o y
os rega la ré m ed i o la d ri llo d e t é y u n s a c o llen o d e t s a mp a .»
La oferta era demasiado buena para dejarla escapar; así es que
el joven monje puso un especial cuidado, recitando las Ple -
ga ri a s d e los M u ert os , la E xh ort a c i ón a los E s p í rit u s In q u ie -
t o s y e l C á n t i c o a l o s Gu a r d i a n e s d e l C a m i n o . E l r u i d o r e -
sultante — puesto que el joven monje no era nada músico —
23
16. rec h a zó a t od a s la s c ri at u ra s q u e ron d ab an p or la n oc h e, por
donde pueden pasearse los diablos.
Llegaron, por fin, hasta las hogueras del campamento, don de
los c om p a ñ eros d e l m erc a d er es t a b a n c an t an d o y t a ñ en d o
i n s t ru m en t os m u s i ca les , m i en t ra s la s m u j eres t os t a b a n la dri -
l l o s d e t é y e c h a b a n l o s m i s m o s e n u n c a ld e r o d e a g u a b u r -
bujeando. Un saco entero de cebada bien molida se tiró al
caldero y una vieja, con su mano parecida a una garra, extrajo
d e u n s a c o u n p u ñ a d o l l en o d e m a n t ec a d e ya k . Lu e g o e c h ó
otro y otro en el caldero, hasta que una capa de grasa se
extendía y burbujeaba en la superficie.
E l res p la n d or d e la s h ogu era s i n vit ab a , y a q u ella a le grí a era
contagiosa. El joven mon je se arropó decorosamente y con
t o d a c a l m a s e s e n t ó e n e l s u e l o . U n a v i e j a a r r u g a d a , c u ya
b a rbi lla s e t oc a b a c on la na ri z, le o fr ec i ó h os p i ta la ri a m en t e
algo que tenía en la mano; pero el monje, decorosamente,
presentó el cuenco y un generoso tributo de té y tsampa le
f u e d ep os i t a d o. E n a q u e l a i re l i g er o d e la m on t a ñ a , e l a g u a
h e r v í a a m e n o s d e c i e n g r a d o s c e n t í g ra d o s — o d o s c i en t o s
d o c e F a r e n h e i t h — ; p e r o e r a s o p o r t a b l e p a r a l o s l a b i o s . La
reunión transcurrió agradablemente y pronto se formó u na
procesión hasta las aguas del lago, para que el cuenco pudiese
lavarse y frotarse con la fin a arena d e la orilla. Esa arena
e r a d e la s m á s fi n a s d e la m o n t a ñ a y m u c h a s v ec e s c on t en í a
alguna partícula de oro.
La r eu n i ón era a le gr e. La s n a rra c i on es d e l os m erc a d eres , la
música y los cantos amenizaron la velada y la existencia, más
b i en a bu rri da , d el j oven m on j e. P ero, m i en t ra s t an t o, la lu na
a s c en d ía c ad a vez m á s , i lu m i n a nd o a qu el d es o la d o p a i s a j e y
dibujando sombras de una firme realidad. Cesaron las chis -
pas de las hogueras, y se apagaron las llamas. El monje se
p u s o d e p i e d e m a la ga n a y c on la s gra c i a s y la s rev er en c ia s
d ebid as a c ept ó los d on es d el m ercad er, qu e es taba seguro d e
que aquel joven le había salvado de la perdición.
P or fin, ca rgad o d e p equ eñ os paqu et es, ca min ó a lred ed or d el
lago, encaminándose al bosq uecillo de sauces donde se ha -
llaba la boca, tenebrosa y amenazadora, de la cueva. Un mo-
24
17. m en t o, s e d et u vo e l j ov en y m i ró h a c i a la s es t rel la s . Arri b a ,
mu y arriba, como próxima a la Morada d e los Dioses , u na
chispa brillante navegaba silenciosamente por los cielos. ¿El
Carro de los Dioses, acaso? El joven monje se lo preguntó
brevemente a sí mismo, y luego entró a la cueva.
18. Capítulo segundo
El bramido de los yaks y los gritos a gitados de los hombres y
la s m u j eres d es p ert a ron a l j oven m on j e. S oñ oli en t o, s e pus o
en pi e, arregland o su s vestidura s a su a lred ed or y enca minán -
d os e a la b oc a d e la c u eva , p a ra n o p erd er n i u n s olo d et a ll e
d el es p ec t á c u lo. E n la ori lla , u n os es t ab an ord eñ an d o, ot ros
intentando enjaezar los yaks que permanecían dentro del agua y
no se dejaban persuadir a abandonarla. Finalm ente, perdien d o
la paciencia, un joven mercader se lanzó al agua, trope zand o
con una raíz sumergida. Con los brazos extendidos dio de
c a ra c on t ra la s u p er fi c i e r ec i b i en d o u n fu ert e g o lp e. Gru es a s
g o t a s d e a gu a s e l e va n t a r on , y l o s ya k s , a s u s t a d o s , h u ye r o n a
l a o ri l la . E l j o v en m e rc a d e r, c u b i e rt o d e u n l od o c ena gos o, y
en suci ad o c ómi cam ent e, sa li ó d el ba rro ent re las carcajadas de sus
compañeros.
R á pi da m en t e, la s t i en d a s fu eron en ro l la d a s , y los u t en s i li os
d e c oc i n a , d es pu és d e h a b er s i d o frot a d os c on a ren a , fu er on
envu eltos y la caravana de aquellos mercaderes se marchó
l e n t a m e n t e , e n t r e e l m o n ó t o n o c ru j i d o d e l o s a r n e s e s y l o s
g r i t o s d e la s p e rs on a s q u e i n t en t a b a n va n a m en t e d a r p ri s a a
la s robu st as b estia s d e c arga. Tri st em ent e los c on t emp laba el
j o v en m on j e , p r ot e gi én d o s e c on l a s m a n os d e l s o l n a c i ent e.
T r i s t e m en t e e s t u vo e n p i e t od o e l r a t o , h a s t a q u e l os ru i d os se
perdieron en la lontananza.
« ¡Oh ! — p en s a b a — , ¿p or q u é n o h e s id o c om erc i an t e y vi a ja r
ha sta ti erra s lejan as ?» ¿P or qu é t enía qu e p as ars e la vida
e s t u d i a n d o c os a s q u e p a r e c í a q u e n a d i e m á s d eb í a e s t u d i a r ?
Le h u b i e ra gu s t a d o s e r u n m er c a d e r, o u n b a rq u e ro d e l a R i -
vera Feli z. Nec esitaba m overse d e un a p ob lac i ón a ot ra y ver
cosas. P oco podía pensar que vería «sitios y c osas », hasta que
su cuerpo le pidies e repos o y su espíritu suspirase por la paz.
Ig n o r a b a q u e s u d e s t i n o s e r í a v a g a r p o r l a s u p e r f i c i e d e l a
T i e r ra y s u f ri r i n c r eí b l e s t o rm en t o s . E n a q u e l l o s m om en t o s ,
necesitaba únicamente ser un mercader o un barquero — cual-
26
19. q u i er c os a , m en o s l o q u e e r a — . Le n t a m en t e, c a b i zb a j o,
c o gi ó u n a ra m a d e l s u e l o y r e g r e s ó a la c u e va , a b a rr e r e l
s u e l o y e xt en d e r a r en a n u e va .
E l vi ej o e r e m i t a , l en t a m en t e, s e p r es en t ó. In c lu s o p a ra l a
i n e x p ert a m i r a d a d e l j o v en , d e c a í a a oj os vi s t a s . J a d e a n d o, s e
s en t ó y d i j o c on u n a v o z r onc a : «S e a c e rc a m i t i em p o; m a s
n o p u ed o m a rc h a r m e s i n t ra n s m i t i rt e a n t es m i s a b i d u rí a . Aq u í
h a y u n a s e s p ec i a l e s g ot a s d e ye r b a s q u e m e p r op orc i on ó m i
f a m os o Gu í a p a ra t a l es c a s os ; a u n en e l c a s o d e q u e m e d e s -
m a ya s e, i n t r od u c e s ei s g ot a s e n m i b oc a y a l i n s t a n t e v o lve r é
a vi vi r. T e n g o p r oh i b i d o a b a n d on a r m i c u e rp o h a s t a q u e n o
h a ya c u m p li d o m i m i s i ón ». B u s c ó en t r e s u s v es t i d u ra s y e n -
t r e gó a l j o v en u n p eq u eñ o f ra s c o d e p i ed ra q u e e l m on j e t om ó
c on e s p ec i a l c u i d a d o. «Ah o r a , c on t i n u a r e m os », d i j o e l
a n c i a n o. «P od r em o s c om e r c u a n d o yo m e s i en t a c a n s a d o y
t a m b i én r ep o s a r. Ah o ra es c u c h a b i en y p on e s p ec i a l c u i d ad o
e n r ec ord a r. N o d ej es e s c a p a r t u a t en c i ón p o rq u e es t a s c o s a s
s on m u c h o m á s i m p ort a n t es q u e m i vi d a y t u vi d a . E s u n
s a b e r q u e t i en e q u e s e r p r es e rv a d o y t ra n s m i t i d o c u a n d o l l eg a
l a p l en i t u d d e l os t i em p os . »
D e s p u és d e u n b r e v e r ep o s o, p a r ec i ó r ec ob ra r fu e r za s y a lg o
d e c o l o r s u b i ó a s u s m ej i l la s . S i n t i én d o s e m á s r e s t a b l ec i d o ,
c on t i n u ó : «H a b rá s r ec o rd a d o q u e yo t e h e e xp li c a d o t od o l o
s u c ed i d o h a s t a c i e rt o m o m en t o . Va m o s , p u es , a c on t i n u a r. La
d i s c u s i ón s e p r o lon g ó y e r a , e n m i op i n i ón , m u y a c a lo r a d a ;
p e ro l l e g ó u n i n s t a n t e en q u e s e t e r m i n ó a q u e l d eb a t e . S e
p rod u j o e l ru i d o d e va ri o s p i e s q u e s e a rra s t ra b a n ; d es p u és
p a s o s , p a s o s li g e ro s c om o d e a l gú n p á j a r o s a l t a n d o s ob r e l a
ye r b a , ot r os l en t os c om o el c a m i n a r d e u n ya k c a r ga d o
p es a d a m en t e. S on i d o d e p a s o s q u e m e i n t ri ga r on p r o fu nd a -
m en t e p o rq u e a l gu n o s d e e l l o s m e p a r e c í a n n o p r oc ed e r d e
s e r e s h u m a n o s p a r ec i d os a lo s q u e yo h a b í a c on oc i d o. Pe r o
m i s m ed i t a c i on e s s ob r e la s d i f e r en t e s m a n e ra s d e c a m i n a r s e
a c a b a r on s ú b i t a m en t e. Ot ra m a n o a ga r ró m i b ra z o y u n a v o z
o rd en ó : " V en c on n os ot r os " . O t ra m a n o c ogi ó m i ot ra y fu i
c on d u c i d o a u n p a s i l l o q u e m i s p i e s d es n u d os s i n t i er on c om o
s i fu e s e p a vi m en t a d o d e m e t a l . La c e gu er a d es a r ro l l a l os d e -
27
20. más sentidos; noté que caminábamos a lo largo de una espe cie
d e t u b o m et á li c o, s i b i en m e fu e i m p o s i b l e i m a gi n a r d e q u é
s e t r a t a b a c on c r et a m en t e ».
E l a n c i a n o s e d et u v o c om o p a ra i m a gi n a r a q u e l la i n o l vi d a b le
e x p e ri en c i a ; lu e g o c on t i n u ó : «P r o n t o l l e g a m os a u n a á re a
m á s e s p a c i os a , a j u z ga r p o r lo s e c os q u e s en t í a . Al l í e s c u ch a -
b a u n s on i d o m e t á li c o, d e s l i zá n d os e a n t e d e m í , y u n o d e lo s
q u e m e a c o m p a ñ a b a n h a b l ó re s p et u o s a m en t e a u n p er s on a j e
q u e e vi d en t em en t e e ra u n s u p eri o r. Lo q u e d i j o n o p od í a
c om p r en d er l o, p u e s t o q u e s e t r a t a b a d e u n l en gu a j e c om p u es -
t o d e c h i l l i d o s y c h i r ri d o s . E n r es p u e s t a vi n o l o q u e s i n d u d a
e r a u n a o rd en y m e s en t í e m p u j a d o h a c i a a d e la n t e, m i en t r a s
u n a m a t e ri a m et á li c a s e c e r ra b a c on u n ru i d o a t en u a d o d et r á s
d e m i p er s on a . P e rm a n ec í a yo a l lí s i n t i en d o q u e a lgu i en m e
e s t a b a m i ra n d o c on fu e r za . S e s i n t i ó u n ru m o r y u n c ru j i d o
s e m ej a n t e s a l o s q u e s e p r od u j e ron c u a n d o, a n t es , m e s en t é,
a s í m e l o p a r ec i ó. S e gu i d a m en t e, u n a m a n o d e l ga d a y h u e s u -
d a , t om ó m i m a n o d e r ec h a y m e gu i ó h a c i a a d e la n t e ».
E l e rm i t a ñ o h i z o u n a b r e v e p a u s a , s on ri en d o. «¿P u ed e s i m a -
g i n a r m i s s en s a c i on es ? Y o e r a u n m i la g ro v i vi en t e; n o s a b í a
l o q u e t en í a d e la n t e y t en í a q u e ob ed e c er s i n d i l a c i ón a lo s
q u e m e c on d u c í a n . M i a c om p a ñ a n t e, a l f i n a l , h a b l ó en m i
p rop i o l en gu a j e. "S i én t a t e ", m e o rd en ó , m i en t ra s m e e m p u -
j a b a p a ra q u e m e s en t a s e. Ab rí la b oc a a s u s t a d o; a l os do s
l a d os h a b í a c om o u n o s b ra z os , p r ob a b l em en t e p a ra n o c a e r s e
s i u n o s e d o rm í a p or c u lp a d e a q u e l l a b la n d u ra e xt ra ñ a . La
p e rs on a q u e yo t en í a en f r en t e, m e p a r ec i ó q u e s e d i v e rt í a m u -
c h o c on m i s r ea c c i on e s ; d i rí a q u e s e t ra t a b a d e u n a ri s a m a l
r e p ri m i d a . M u c h os , p a r ec e q u e s e d i vi ert en vi en d o c om o s e
t om a n la s c os a s a q u e l l os q u e n o p u ed en v e r.
»" M e p a r ec e q u e o s s en t í s e xt r a ñ o y a s u s t a d o ", d i j o la v o z d e
a q u e l la p e rs on a q u e yo t en í a e n fr en t e . ¡P o r fi n , l l e ga b a u n
r e c on oc i m i en t o ! " N o t e a la rm e s " — c on t i n u ó la vo z — , p or
q u e n o r e c i b i rá s d a ñ o a l gu n o. La s p ru eb a s q u e d e t i t en e m o s ,
m u e s t r a n q u e t en é i s u n a g ra n m em o ri a ei d ét i c a , d e m a n e ra
q u e va m o s a c om u n i c a r os i nf o r m a c i ón — q u e j a m á s o l vi d a -
r é i s — y q u e m á s t a rd e t ra n s m i t i r éi s a ot r o q u e p a s a rá p or
28
21. v u es t r o c a m i n o . " T o d o e s o m e p a r e c í a m i s t e ri os o y m u y
a la r m a n t e, p es e a la s s e gu ri d a d es q u e s e m e d a b a n . N o d i j e
n a d a , p er o p er m a n ec í s i n m o v e rm e, a gu a rd a n d o n u e va s
e x p li c a c i o n es , q u e n o t a rd a r on en l l e ga r.
»" Ah o r a va s a v e r — c on t i n u ó l a v o z — , a t od o e l p a s a d o, e l
n a c i m i en t o d e n u es t r o m u n d o, e l o ri g en d e l os d i os e s y, p o r
q u é ra z ón c a r r os d e fu e g o c ru za n e l f i rm a m en t o y n o s
i n fu n d en t e m or . " R es p et a d o S e ñ or — yo e x c l a m é — , u s á i s l a
p a la b ra " v e r"; p e ro m i s oj o s h a n s i d o va c i a d os y e s t o y c i eg o
d e l t od o. E n t on c e s e s c u c h é u n a r ep ri m i d a e xc la m a c i ón d e
e n oj o y la r ép li c a m á s b i en á s p e ra : "C on oc e m os t od o c u a nt o
s e r e fi e r e a t i , m á s q u e t ú m i s m o s a b e s . Tu s oj os h a n s i do
s u p ri m i d os ; p er o e l n e rv i o ó p t i c o a ú n p e rm a n e c e. C o n
n u es t ra c i en c i a c o n ec t a r em os c on e l n er vi o ó p t i c o y t ú v e rá s
l o q u e t e s ea p r e c i s o v e r ".
»" ¿S i gn i fi c a es t o, q u e v o l ve r é a v e r p o r e l r e s t o d e m i
v i d a ? ", p r e gu n t é.
»" N o , n o p od rá s e r ", m e c on t e s t a r on . "E m p l ea m os t u
p e rs on a p a r a u n fi n d et e rm i n a d o. C on c ed ert e e l d on d e l a
v i s t a p e r m a n en t e m en t e, s i gn i fi c a rí a d ej a rt e m o v er s ob r e e s t e
m u n d o c on u n s a b e r m u y a d el a n t a d o p a ra n u e s t r o s t i em p os ;
y e s t o n o es lí c i t o. Ah ora , b a s t a d e c on v e rs a c i ón ; vo y a
a d v e rt i r a m i s a yu d a n t e . "
» In m e d i a t a m en t e s e p r od u j o u n r e s p et u o s o s on i d o c om o d e
l l a m a r a u n a p u e rt a , s e gu i d o p or u n d e s li za rs e d e u n ob j et o
m et á li c o. S e en t a b ló u n a c on v er s a c i ón ; e vi d en t e m en t e, do s
p e rs on a j es h a b í a n en t ra d o. No t é q u e m i s i l la s e m o ví a e i n -
t en t é en c a ra m a r m e; p er o, c on h or r o r, m e s en t í i n m o vi li za d o .
N o p od í a m o v e r n i u n s o l o de d o. C on p l en a c on c i en c i a p o r
m i p a rt e, m e n o t a b a m o vi d o d e u n a p a rt e a la ot ra , s obr e
e s t a e xt ra ñ a s i l la . S e gu í a m o s c o r r ed o r e s , c u yo s ec o s m e
p rop o rc i o n a b a n ra ra s s en s a c i on e s . D e s p u és de una
p ron u n c i a d a c u r va , c u ri o s os o l o r e s a s a lt a r on la s en c o gi d a s
v e n t a n a s d e m i s n a ri c es . No s d et u vi m os a u n a v o z d e m a n d o ,
s ó l o m u r m u ra d a , y u n a s m a n os m e c o gi e r on p o r la s p i e rn a s y
p or l o s s ob a c os . C on fa c i li d a d , fu i t ra s l a d a d o, a r ri b a , a l
l a d o, h a c i a a b a j o. E s t a b a yo a la rm a d o; m á s e xa c t a m en t e ,
a t e r ro ri za d o. E l t e rr o r
29
22. s u b i ó d e p u n t o c u a n d o u n a ve n d a g ru es a fu e c o l oc a d a a l re -
d ed or d e m i b ra z o d er e c h o e x a c t a m en t e s ob r e e l c od o. La
p r es i ón fu e en a u m en t o h a s t a q u e n ot é c om o s i s e h i n c h a s e
m i a n t eb ra z o. Lu e g o vi n o u n p i n c h a z o en m i t ob i ll o
i zq u i e rd o y u n a ra ra s en s a c i ón c om o s i a l g o s e h u b i es e
i n fi lt ra d o d en t r o d e m í . Ot r o a p a ra t o, a u n a v o z d e m a n d o,
f u e a p li c a d o a m i s s i en es y e n t on c es s en t í c om o d o s d i s c os
d e h i e l o en a q u e l l a p a rt e d e m i c u e rp o . R ei n a b a u n ru i do
c om o e l zu m b i d o d e a b ej a s e n l a l ej a n í a , y s en t í a q u e m i
c on c i en c i a m e a b a n d o n a b a .
»C e n t e l la s b ri l la n t es d e lu z, p a rp a d ea r on a n t e m i vi s i ón .
F r a n j a s d e c o l o r es v e rd e s , ro j a s , m o ra d a s y d e t od o s l os
c o l o r e s . E n t on c e s e xc la m é : «N o v e o n a d a , d eb o d e es t a r en
e l P a í s d e lo s Di a b l o s y d eb en d e e s t a r p r ep a ra n d o
t o rm en t os p a ra m i p e rs on a . " Un a gu d o y d o l o r os o p i n c h a zo
— c o m o d e u n a lfi l e r — a u m en t a b a m i t e r ro r. ¡N o p od í a
m á s ! U n a v o z m e h a b l ó en m i l e n gu a : "N o t e a s u s t es , n o
q u er e m os h a c e rt e d a ñ o; e s t a m o s a r r e g la n d o la s c os a s p a r a
q u e p u ed a s v e r. ¿Qu é c o l o r v e s a h o ra ?" D e e s t e m od o , m e
o l v i d é d e m i s t em o r es y f u i ex p li c a n d o c u a n d o yo v e í a r oj o ,
v e rd e y o t r o s c o l or e s . Lu e go l a n c é u n g ri t o d e s o rp r e s a .
P od í a v e r; p er o c u a n t o v e í a er a p a ra m í t a n ra r o, q u e a p en a s
p od í a c om p r en d e r n a d a .
» ¿Q u i én p u ed e d e s c ri b i r l o i n d es c ri p t i b l e ? ¿C óm o s e p u ed e
e x p li c a r u n a e s c en a a ot r o, c u a n d o n o e x i s t en , en l a l en gu a ,
p a la b ra s a p r op i a d a s , n i c onc ep t os q u e p u ed a n a p li c a r s e ?
¿S ó l o p u ed o d ec i r q u e v eí a ? Aq u í , en e l T í b et , es t a m os b i e n
p ro vi s t os d e p a la b ra s y f ra s es a p r op i a d a s p a ra l o s d i o s es y
l o s d em on i os ; p e r o c u a n d o s e t ra t a d e la s ob ra s d e l os
d i os e s y d e l o s d e m on i o s , n o s é n i l o q u e s e v e , n i l o q u e s e
d eb e h a c e r, n i d es c ri b i r . S ó l o p od í a d ec i r q u e yo v e í a . P ero
m i vi s i ón n o s e h a l la b a s i t u a d a en m i c u e rp o y a s í p od í a
v e r m e a m í m i s m o. E ra u n a e x p e ri en c i a en er va n t e; q u e n o
t en í a ga n a s d e v o l v e r a e xp er i m en t a r. P e r o d éj a m e e xp li c a r
p or o rd en , d e s d e e l c om i en z o.
»U n a d e l a s v oc e s , m e p r e gu n t ó s i v eí a e l c o l o r ro j o , c u á n do
e l v e r d e y c u á n d o l os d em á s c o l o r es , y e n t on c e s d i o
c om i en z o a la i m p r es i on a n t e e xp er i en c i a , c on e s t a
m a ra vi l l os a lu z b la n -
30
23. c a y m e en c on t r é c on q u e e s t a b a c on t em p la n d o — es la p a -
l a b ra m á s a p r op i a d a u n a es c e n a c om p l et a m en t e d i s t i n t a d e
t od o c u a n t o a n t e s h a b í a vi s t o. E s t a b a r e c o s t a d o, m ed i o t en -
d i d o, m ed i o s en t a d o, a p o ya d o s ob r e l o q u e p a r ec í a u n a p la -
t a f or m a m et á li c a . P a r ec í a q u e é s t a s e a gu a n t a b a s ob r e un
p i la r s o l i t a ri o, y t en í a m i ed o d e q u e t od a l a e s t ru c t u ra s e
v i n i es e a b a j o d e u n m om en t o a ot r o, y yo j u n t o c on e l la . La
a t m ó s f e ra d e l c on j u n t o e ra d e u n a li m p i e z a j a m á s vi s t a . La s
p a r ed es , fa b ri c a d a s d e u n m a t e ri a l r e s p la n d ec i en t e, n o
p r es en t a b a n n i u n a m a n c h a ; e r a n d e u n t i n t e v erd o s o , m u y
a g ra d a b l e y s u a v e a la vi s t a . S o b r e e s a e xt ra ñ a h a b i t a c i ón ,
q u e e ra c o m o u n s a l ón i n m en s o, s e gú n m i c on c ep t o d e la s
p rop o rc i on es , s e v eí a n p i e z a s d e m a q u i n a ri a q u e n o p u ed o
e x p li c a r, ya q u e n o e xi s t en p a la b ra s p a ra d es c ri b i rt e s u
rareza.
»P e r o l a s p er s on a s q u e s e h a l la b a n en e s t a h a b i t a c i ón m e
p rod u j e r on e xt ra ñ e z a y m i ed o , h a s t a e l p u n t o d e q u e es t u v e
a p i q u e d e p r of e ri r gri t o s d e a la rm a y l l e g u é a p en s a r q u e s e
t ra t a b a d e a l gú n t ru c o d e óp t i c a . Ha b í a u n h o m b r e a l la d o d e
u n a m á q u i n a . S u t a l la s e rí a e l d ob l e d e u n h om b r e d e lo s
l l a m a d o s b u en o s m o z os . M e d i rí a c e rc a d e u n o s c u a t ro
m et r os d e a lt u ra y s u c a b e za p r es en t a b a u n a f o rm a c ón i c a ,
t e rm i n a n d o en p u n t a c om o e l c a b o m á s a gu d o d e u n h u e vo .
N o s e l e v eí a c a b e l l o y e ra en or m e. P a r ec í a i r v e s t i d o d e u n
p a ñ o v e rd os o q u e l e l l e ga b a d e l c u e l l o a l os t ob i l l os y, c os a
e x t ra ord i n a ri a , l e c u b rí a l os b ra z os h a s t a la s m u ñ ec a s . M e
h or r o ri z ó e l v e r q u e l l e v a b a u n a p i e l q u e l e c u b rí a la s
m a n o s . P en s é q u é s i g n i fi c a c i ó n r e li gi os a p od í a t en e r e s o, o
b i en q u e m e c on s i d era b a n i m p u ro y t en í a n a l go q u e
o c u lt a rm e.
»M i s m i ra d a s s e a l ej a r on d e e s t e gi ga n t e; h a b í a d o s m á s
q u e, p o r s u s i lu et a , j u z gu é qu e d eb í a n d e s e r m u j e r es . Un a
d e e l la s t en í a e l c a b e l l o n eg r o y e n s o rt i j a d o, m i en t ra s l a
o t ra l o t en í a b la n c o y la c i o . P e r o d eb i d o a m i fa lt a d e
e x p e ri en c i a en l o r e f e r en t e a l s e x o f e m en i n o, d ej em o s e s o s
d et a l l e s a p a rt e, q u e n o i n t er e s a n .
» La s d os m u j er e s m i ra b a n h a c i a m i p e rs on a y, en t on c e s , u n a
d e e l la s s eñ a l ó c on la m a n o e n u n a d i r e c c i ón q u e yo n o
h a b í a ob s er va d o. Al l í vi a u n s e r e xt ra o rd i n a ri o, u n en a n o ,
u n gn o -
31
24. m o, u n a fi gu ra d i m i n u t a , c uyo c u erp o e ra c om p a ra b l e a l d e
u n n i ñ o d e u n os c i n c o a ñ os , s e gú n p en s é. P e ro , l o q u e e s s u
c a b e za , e r a d es c o m u n a l ; u n c rá n e o c om o u n a i n m en s a
b ó v ed a , s i n n a d a d e p e l o, n i r a s t r o s en t od o c u a n t o s e v e í a
s ob r e e l p e rs on a j e. La s m ej i l l a s e ra n p eq u eñ a s , m u y
p eq u eñ a s , y l o s l a b i o s n o e r a n t a l e s c o m o l o s t en em o s
n os ot r os , s i n o q u e p a r ec í a n m á s b i en u n ori fi c i o t ri a n gu la r.
La n a ri z e ra c h i c a , n o t a n t o u n a p rot u b e ra n c i a c o m o u n
p e l li zc o. E ra , c la ra m en t e, l a p e rs on a m á s i m p ort a n t e d e
t od a s , ya q u e l os d e m á s le c on t em p la b a n c on r e v e r en t e
a c t i t u d , d i ri gi én d o s e a s u p er s on a .
»P e r o e n t on c e s , a q u e l la m u j er m o vi ó s u m a n o d e n u e v o, y l a
v o z d e u n a p e rs on a a q u i en yo n o h a b í a a n t e s p r es t a d o a t en -
c i ón , m e h a b l ó en m i p rop i a l en gu a d i c i en d o : "M i ra d e la n t e
d e t u s oj o s ; ¿v e s a l g o ? " C on e s a s p a la b ra s m i i n t e r l oc u t or s e
p r es en t ó a n t e m i c a m p o vi s u a l. P a r e c í a s e r e l m á s n o r m a l, a
m i s oj o s . S e m ej a b a — q u i e ro d e c i r v es t i d o c om o s e p r e s e n -
t a b a — t a l v e z u n m a rc h a n t e i n d i o , d e m a n e ra q u e p u ed es
i m a gi n a rt e l o q u e e ra n o rm a l . Av a n z ó h a c i a m í y s eñ a l ó h a c i a
u n a s u s t a n c i a b ri l l a n t e. M i r é e n s u d i r ec c i ón (a s í lo s u p on g o;
p e ro m i m i ra d a , es t a b a fu e ra d e m i c u e rp o). Y o n o t en í a oj o s
¿d ó n d e, en r ea li d a d , p u s o e l o b j et o q u e é l v eí a p o r m i
c u en t a ? Y, c u a n d o yo m i r é, s o b r e la p eq u eñ a p la t a f or m a q u e
e s t a b a u n i d a a l e xt ra ñ o b a n c o d e m et a l d on d e m e h a l la b a yo
r e c os t a d o, vi la f o rm a d e u n a c a j a . E s t a b a yo r e f l e xi on a n d o
c óm o p od í a yo v e r a q u e l ob j e t o, s i e ra a q u e l g ra c i a s a l c u a l
yo e s t a b a vi en d o, c u a n d o s e m e o c u r ri ó q u e e l ob j et o d e
e n fr en t e , a q u e l la c os a b ri l la n t e, e ra u n a e s p ec i e d e r e f l ec t o r;
e n t on c es , e l s e r m á s n o r m a l m o vi ó e l r e f l ec t o r li g e ra m en t e,
a lt e r ó s u á n gu l o d e i n c i d en c i a y e n t on c es g ri t é c on h or r o r y
c on s t e rn a c i ón , a l v e rm e a m í m i s m o, ya c i en d o s ob r e l a
p la t a f or m a . M e h a b í a vi s t o a n t es d e q u e m e a rr a n c a s en l o s
o j os . D e v e z e n c u a n d o h a b í a l l e g a d o a l b o rd e d e l a gu a p a ra
b eb e r y h a b í a c on t e m p la d o m i i m a g en r ef l e j a d a en l a
t ra n q u i la c o rri en t e; a s í e s q u e p od í a r ec on o c er m e a m í
m i s m o. P e r o a h o ra , en e s t a s u p er fi c i e s ob r e l a c u a l s e
r e f l e j a b a , vi u n r o s t r o en j u t o q u e p a r ec í a e s t a r a l b ord e d e l a
m u e rt e. Ll e v a b a u n a v en d a a lr e -
32
25. d ed or d e u n b ra z o y o t ra a l re d ed or d e u n t ob i l l o. E xt ra ñ o s
t u b os s a lí a n d e e s a s v en d a s h a c i a n o s a b í a d ón d e . P e ro u n
t u b o s a lí a d e u n o d e l os a gu j e r os d e m i n a ri z y e s t a b a c o -
n ec t a d o c on u n a b ot e l la t ra n s p a r en t e, li ga d a a u n a va ri l la d e
m et a l, q u e s e en c on t ra b a a m i la d o.
»P e r o , ¡l a c a b e za !, ¡l a c a b e za ! S ó l o c on r ec o rd a r l o vu e l v e m i
a gi t a c i ón . D e m i c a b e z a , e xa c t a m en t e d e m i f r en t e, s u r gí a n
u n a g ra n c a n t i d a d d e p i e z a s m et á li c a s q u e p a r e c í a n e m e rg e r
d e l i n t eri o r. La s c u erd a s m et á li c a s i b a n a p a ra r , c a s i t od a s , a
l a c a j a q u e yo h a b í a vi s t o ya s ob r e l a p eq u eñ a p la t a f o rm a qu e
e s t a b a a m i la d o. P en s é q u e s e t ra t a b a d e u n a e xt en s i ón d e m i
n e rvi o óp t i c o q u e c on d u c í a a la c á m a ra os c u ra ; p er o s u
m i ra d a m e c a u s a b a u n h o rro r c r ec i en t e y q u i s e a r ra n c a r,
t od os a q u e l l os ob j et os , d e m i p e rs on a ; p er o m e d i c u en t a d e
q u e n o p od í a m o v e r n i u n s o l o d ed o. S ó l o m e e ra p os i b l e
e s t a r a l lí a c os t a d o c on t e m p la n d o la s c o s a s e xt ra ñ a s q u e m e
o c u r rí a n .
»E l h om b r e d e a p a ri en c i a n o r m a l a la r g ó s u m a n o h a c i a l a
c á m a ra o s c u ra y s i m e h u b i es e s i d o p e rm i t i d o m ov e rm e
h a b rí a r ea c c i on a d o vi va m en t e. P en s é q u e i n t r od u c í a lo s
d ed os en m i s oj o s — ¡l a i lu s i ón er a t a n c o m p l et a ! — . P e ro ,
e n v e z d e e l l o, m o vi ó d e s i t i o l i g e ra m en t e la c a j a y e n t on c es
t u v e ot ra s p e rs p ec t i va s . P od í a v er d e l la d o d e a t r á s d e la
p la t a f or m a d on d e m e h a l la b a t en d i d o. P u d e v e r ot r a s
p e rs on a s . S u a s p ec t o e ra d e l t od o n o rm a l : u n o e ra b la n c o , e l
o t ro a m a ri l l o , c om o u n m o n go l . E s t a b a n m i rá n d om e s i n
p es t a ñ e a r, s i n d a r s e c u en t a d e m i p e r s on a . P a r e c í a n m á s bi en
f a s t i d i a d os p o r t od o a q u e l l o, y m e a c u e rd o h a b e r p en s a d o q u e
d e h a b er e s t a d o en m i lu ga r n o s e h a b rí a n s en t i d o fa t i ga do s .
La v o z v o l v i ó a e s c u c h a rs e, d i c i en d o : "B i en ; p o r u n a b r ev e
t i em p o, é s t a e s t u vi s t a . E s os t u b os t e a li m en t a n d e
i m á g en e s ; ot r os t u b os h a y q ue t e a li g e ra n y a t i en d en a o t ra s
f u n c i on e s . P o r a h o ra , n o p u e d es m o v ert e , p o rq u e t em e m o s
m u c h o q u e, s i p u d i e s es , e n t u n e r vi os i s m o, t e h a rí a s d a ñ o a
t u p e rs on a . E s p a r a t u p r op i a p rot e c c i ón , q u e t e h a l la s
i n m o vi li za d o. P e r o n o t en ga s m i ed o, n a d a d e m a l o t i en e q u e
p a s a rt e. C u a n d o h a ya m os a c a b a d o n u e s t ra t a r ea , p od r á s
v o l v e r a ot ra p a rt e d e l Tí b et c on t u s a lu d r es t a b l ec i d a , y t e
s en t i rá s n o r m a l e x -
33
26. cepto por lo que se refiere a tu vista; porque seguirás pri -
vad o d e tu s oj os. Ten p or entendid o qu e n o p od rás ma rch art e
llevando esta cámara oscura". Entonces, sonrió ligeramente en
m i d i r e c c i ó n y s e r e t i r ó h a c i a a t rá s , f u e r a d e l c a m p o d e m i
visión.
» La g e n t e s e m o ví a p o r a l lí , e x a m i n a n d o va ri os ob j et os . S e
veían una cantidad de objetos redondos parecidos a pe queñ as
ventanas, cubiertas con cristales finísimos. Pero d etrás d e los
c r i s t a l e s p a r e c í a n o h a b e r n a d a i m p o rt a n t e , e x c e p t o u n a p e -
queña aguja que se movía y s eñalaba ciertas extrañas marc as.
T o d o e l l o, p a ra m í , n o t en í a s en t i d o a l gu n o. R ec o r rí e l c on -
j u n t o c on l a m i ra d a ; p e r o e s t a b a t o d o fu e r a d e m i c o m p r en -
sión y dejé de prestar mi atención a todo aquello, que se
encontraba más bien lejos de mi alcance.
»Pasó un tiempo, y yo me encontraba acostado, ni descansado n i
c a n s a d o, p e r o c o m o en é x t a s i s , m á s b i en s i n s en t i m i en t o
alguno. Ci ertam ente, no sufrí a ni sentía inquietud alguna. Me
p a rec í a exp eri m en t a r u n c a mb i o s u ti l en la c om p os i c i ón qu í -
mica de mi cu erp o, y entonces en el b ord e visual d e la cá -
m a ra os c u ra vi q u e u n i n d i vi d u o i b a d a n d o la vu e lt a a u n o s
gri fos qu e sa lí an d e una s eri e d e tub os d e vid ri o fij os en una
armazón d e metal. A medida qu e el in dividu o en cu estión
daba vueltas a esas llaves, d etrás de las ventanilla s de c ristal s e
m a rcaban di ferent es pun t os. E l p ers onaj e má s p equ eñ o, el
m i s m o q u e yo h a b í a t o m a d o p o r u n e n a n o, p e r o q u e , p o r l o
v i s t o, e r a u n o d e l o s j e f e s , d i j o a l gu n a s p a la b ra s . E n t on ce s ,
d en t r o d e m i c a m p o v i s u a l en t ró u n p e r s on a j e q u e m e h a b l ó
e n m i p r op i a l en gu a , y m e d i j o q u e en a q u e l m o m en t o i b a a
ponerme dentro de un estado de sueñ o , a fin de qu e yo me
r e s t a u ra s e , y en t on c e s , u n a ve z yo m e h u b i es e a li m en t a d o y
c on c i li a d o e l s u eñ o, s e m e e xp li c a rí a l o q u e d eb í a s e rm e ex -
plicado.
»Ap enas acabó su discurso, recobré mi conciencia, como
s e m e h a b í a i n t er ru m p i d o. M á s t a rd e, c om p r en d í q u e l a s c o -
sas, en efecto, marchaban así; tenían un instrumental ins -
tan tán eo e in ofen si vo, qu e me su mía en la in c onsc i enci a sólo
mediante la presión de un dedo.
34
27. » Cuánto dormí, no tengo la m enor idea, ni medios para saberlo;
pudo ser tanto una hora, como u n día entero. Mi des pertar fue
tan instantáneo com o había sido el dormirme ante riorm ente; p or
un instante, estuve inconsciente, mas, al mo mento, m e s entía
despiert o del todo. Mu y a p esar mío, mi nuevo s entido de la
vista no funcionaba. Era ciego como an tes. Raros sonidos me
asaltaban — el "cling" d el m etal contra el meta l, el vibrar del
vidrio —. Lu ego, unos pasos rápidos alejándose. Me llegó a los
oídos el ruido de un desli zars e m e tálico y tod o permaneció en
la quietud por unos mom en tos. Yo estaba all í, acostado,
maravillándom e de los ext raños acontecimientos que habían
traído un trastorno s em ejante en mi vida. Dentro del mis mo
instante en que el temor y la ansiedad brotaban intensamente en
mí, llegó a lgo que retuvo mi atención.
»Unos pas os como d e pie s ca lzados c on chinelas, breves y d es -
tacados, me llegaron a los oídos. Eran dos pers onas, acom -
pañadas por un ruido lejano d e voc es. E l ruido fue creci endo y
se dirigió a mi habitación. De nuevo, aquel des liza rs e de un
cuerpo m etá lico, y los dos seres fem eninos — porque así
determiné que eran — se ac ercaron hablando en sus agudos
chillidos nervi osos. Hablaban las dos a la vez, o así me lo
parecía. S e detuvi eron, cada una a uno de mis ambos lados y,
horror de h orrores, m e d es nudaron de mi capa — única
cobertura de mi cuerpo —. Na da pude hacer por remediarlo. No
tenía fuerzas ni podía moverme. Me encontraba en poder de
aquellas mujeres d escon ocidas. Yo, un monje, que nada sabía
de las mujeres — que no tengo inconveniente a lguno en
confesarlo —; s entía horror a las mujeres. »
El vi ejo ermitaño s e calló. El joven monje lo cont empla ba,
pensando con horror en la terrible afrenta que repres entaba
aquel suces o. En la frente d el ermitaño, un tenue hilo de sud or
humedecía la piel broncead a, como si revivi es e aquellos
instantes horribles. Con manos temblorosas agarró su cuenco,
llen o de agua. Bebió unos poc os s orbos y lo d epositó c on todo
cuidado detrás de su pers ona.
«Mas a lgo peor suc edió lu ego — prosiguió con voz vaci lan -
35
28. te —. Aquellas mujeres jóvenes acostaron sobre uno de mis
flancos mi cuerpo y, p or fuerza, introdujeron un tubo dentro de
una parte inmencionable de mi cuerpo. Me entró aquel lí quido y
cuidé reventar. La m odestia me exim e d e explicar cuá nto
ocurrió por obra de aquellas mujeres. P ero aquello era sólo un
comien zo: m e lavaron mi cuerpo d esnudo de arriba abajo y
mostraron la más vergon zos a familiaridad con las par tes
privadas de mis órganos mas culinos. Me ruboricé d e pies a
cabeza y t odo yo m e s entí cubierto de la ma yor c onfusión.
Agudas va rillas d e m eta l fu eron introducidas en mi cu erpo y el
tubo, que se hallaba en los a gujeros de mi nari z, fu e quitado y
otro m e fu e colocado forzadam ente. Entonces, s e m e c olocó una
sábana que m e cubría de los pies a la cab eza. P ero aún no
habían terminado; entonces padecí un doloros o afeitado de mi
cráneo y va rias cosas in explic ables suc edieron hasta que se me
aplicó una sustancia muy pegajosa e irritante s obre la parte
afeitada. Durante todo el tiempo, las dos jó venes estuvi eron
charlando y brom eando com o si los di ablos les hubiesen
sorbido los s es os.
»Después de un largo rato, se escuchó de nuevo el desli zars e de
la puerta metálica y unos pasos más pesados s e acercaron,
mientras la charla de aquellas mujeres s e interrumpía. La Voz
que hablaba en mi lengua, me dijo amablem ente: "¿C ó mo se
encuentra?"
»" ¡Terriblem ente ma l!", repliq ué vivam ente. "Vuestras muje res
me d ejaron en cueros y ab usaron de mi cu erpo en for ma
increíble. " Mí respuesta, pareció divertirles enorm em en te.
Dicho con todo mi candor, s e perecieron d e risa vi endo que no
hice nada para disimular mis reacciones.
»"Nos era indispensable lava rte — dijo —, debes t ener tu
cuerpo limpio de esc orias y tenernos también que hacer lo pro-
pio con los aparatos que te a plicamos. Por eso, varios tubos y
conexi ones eléct ricas tienen que ser reempla zados por ot ros
est eri lizados. La incisión en t u cráneo ti ene que s er inspeccio -
nada y puesta en condiciones de nuevo. S ólo tien en que que -
darte unas pocas cicatrices ligeras cuando te marches d e aquí."
El vi ejo eremita bajó su cabeza hacia el joven monje. «Mira
36
29. — le dijo — aquí, sobre mi cabeza, hay cinco señales.» El
joven monje se puso de pie y contempló con profundo inte -
rés el cráneo del ermitaño. La s señales estaban allí; cada una
t e n d r í a d o s d ed o s d e a n c h u ra y m o s t r a b a u n a d e p r e s i ó n d e
c olor b lanqu ecin o. ¡Qu é t em eros o — p ens ó el j oven m onj e —
s ería una exp erim en t o s em ejant e, adm inis trad o p or muj eres !
In v olu n t a ri a m en t e s e s en t ó, com o s i t em i es e a l a t a qu e d e u n
enemigo desconocido.
E l er em i t a c on t inu ó: «N o m e s en t í c a l m ad o p or la s p a la b ra s
d el rec i én venid o, s in o qu e pregunt é: "¿P ero fui man ipu lad o
p or mujeres? ¿No h ay h ombres, si un tratamiento d e esta
naturaleza era imperativo?".
»E l q u e m e t en í a c a ut i vo — ya q u e a s í l o c on s i d era b a — s e
r i ó d e n u e v o y r e p l i c ó : " Q u e r i d o a m i g o , n o s e a s t on t a m e n t e
p úd i c o. Tu c u erp o d es nu d o — t a l c om o s e h a lla — n o si g -
n i fi ca n ad a pa ra el la s . Aq u í va m os t od os d es n u d os la m a yor
pa rt e d el ti emp o, en nu es tras h ora s d e gu ardia. Nu est ro cu er -
p o es el Tem p lo d el S up er -yo y es en a bs olut o pu ro. Los q u e
sien ten escrúpu los es qu e tien en p en samien tos qu e les in -
qui etan. P or lo qu e s e refi ere a las muj eres qu e cuidan d e ti,
son enfermeras y están instruidas en este trabajo.
»"P ero, no puedo m overm e, ¿p or qué? — pregunté —. Y ¿p or
q u é ra z ón n o s e m e p er m i t e ve r ? ¡E s t o e s u n a t o rt u ra !" »"No
te puedes m over" — m e dijo —, porque puedes tirar d e lo s
el ec t rod os y c a u s a rt e d añ o. O p u ed es c au s a rlo a l eq u i p o qu e
es tá a tu a lred ed or. No p ermit im os qu e t e ac ostu mb res a ver,
porque cuando te marches serás ciego, y cuanto más hagas
servir el sentido de la vista, olvidarás más el sentido del tacto,
que los ciegos d esarrollan. Sería para ti un tormento si te
permitimos la vista hasta que te marches, porque entonces
t e s en t i rí a s d e s a m p a ra d o . Tú e s t á s a q u í n o p or p l a c e r , s i n o
pa ra ver y es cucha r y s er el d ep osita ri o d e un c on oci mi ent o,
ya q u e o t r o t i e n e q u e v e n i r y a d q u i ri r d e t i e s t a s a b i d u r í a .
Norma lm en t e, es t e sab er ti en e qu e s er esc rit o; p ero t em em os
d es en c a d en a r ot ra fu ri a d e «Li b ros S a gra d os », o s em ej a n t es
fórmu las . S ob re el sab er qu e tú ah ora ab s orb erá s y má s t a rde
transmitirás, se escribirá acerca de él. Mientras tanto, no oh
37
30. vides que estás aquí, no para tus propósitos, sino para los
nuestros."»
En la cueva, reinaba el silencio; el viejo eremita hizo una
pausa, antes de continuar. «Déjame descansar por ahora. Ne -
cesito reposarme un rato. Tú puedes traer agua y limpiar la
cueva. Hay que moler la cebada.»
«¿Tengo que limpiar el interior de vuestra cueva, Venerable
padre?» preguntó el joven monje.
«No; lo haré yo mismo, cuando haya descansado; pero tráe me
arena para mí, y déjala en este sitio.» Diciendo esto, buscó sin prisas en
un pequeño rincón de las paredes de pie dra. «Después de haber
comido tsampa y sólo tsampa por más de ochenta años — dijo
con cierta a nimación —, siento ga nas de probar otros manjares,
precisamente ahora que estoy a punto de no necesitar nada.»
Movió su anciana cabeza blanca y añadió: «Probablemente, el
choque de un alimento diferente me matará.» Después de esto,
el anciano entró en su habitación privada, que el joven monje
desconocía.
El joven monje trajo una gruesa rama, desgajada en la en trada
de la cueva, y empezó a rascar el suelo. A fuerza de ir
rascando, barrió todo lo que había en el suelo y lo distribuyó
de manera que no obstruyese la entrada. Cargado con el ma -
terial que trajo del lago en el regazo de su capa, extendió la
arena por el suelo y la fue apisonando. Con seis idas y ve nidas
suplementarias trajo la arena suficiente para el anciano
anacoreta.
En el extremo interior d e la cueva se veía una roca cuya par te
superior era lisa, con una depresión formada por el agua,
muchos años atrás. Dentro de esta depresión puso dos puña dos
de cebada. La piedra, pesada y redonda, que se hallaba cerca era
sin duda el instrumento adecuado al propósito. Levantándola con algún
esfuerzo, el joven monje se sorpren dió pensando que un
anciano como era el ermitaño, ciego y debilitado por los
ayunos, pudiese manejarla. Pero la ceba da — completamente
tostada -- debía ser molida. Pegando con la p iedra con un ruido
resonante, le imprimió una semi -rotación y volvió a elevarla
para un nuevo golpe. Monótona-
38
31. mente, continuó machacando la cebada, imprimiendo media
vuelta a la piedra, para moler los granos más finos, recogiendo
la harina que se iba formando y reponiendo el grano molido.
¡Turn ! ¡Tum ! ¡Tum ! Por fin, con los brazos y la espalda do -
loridos, quedó satisfecho con el montón de lo molido. Luego,
después de haber frotado la roca y la piedra con arena, para
limpiar cualquier residuo de grano que hubiese resultado ad -
herido, puso cuidadosamente la harina en la vieja caja que
estaba allí a este propósito y se encaminó, cansado, a la en trada
de la cueva.
La tarde, ya avanzada, aún resplandecía y se calentaba al sol.
El joven monje se recostó sob re una piedra y revolvió pere -
zosamente su tsampa con la punta de un dedo para mezclarla.
En una rama, un pajarilla, encaramado en ella, con la cabeza
inclinada, observaba esas operaciones con elocuente confianza.
Por el lado de las aguas, un pez de buen t amaño saltó, con el
intento coronado por el éxito de zamparse un insecto que
volaba muy bajo. Muy cerca, un roedor se aplicaba a sus tareas,
en la base de un árbol, plenamente olvidado de la pre sencia del
joven monje. Una nube oscureció el calor de los ra yos de sol, y
al joven le entró un temblor súbito. Ponién dose de pie de un
salto, lavó su cuenco y lo frotó con arena. El pájaro se escapó
volando con un chillido de alarma y el roedor se escapó
alrededor del tronco del árbol y se puso en guardia con los ojos
bien abiertos y brillantes. Metiendo el cuenco en el seno de su
túnica, el joven monje se apresuró a volver hacia la cueva.
En la cueva se hallaba sentado el viejo eremita; mas no ergui -
do, sino apoyado contra una pared. «Me gustaría sentir el calor
del fuego sobre mi persona — dijo —, porque no he podido
encenderlo para mí en todos los sesenta o más años pa sados.
¿Querrías encender una hoguera para mí, y así los dos
podríamos sentarnos a la boca de la cueva?»
«Con mucho gusto», respondió el joven mo nje. «¿Tenéis pe-
dernal o yesca?»
«No, no poseo más que mi cuenco, mi caja de cebada y mi par
de vestiduras. No tengo ni tan siquiera una sábana.» Así
39
32. e s q u e e l j o v e n m o n j e p u s o s u p r op i a s á b a n a h a r a p i e n t a a l -
red ed or d e los h om b ros d e l a n c ia n o y s a li ó fu era d e a q u el la
caverna.
N o m u y l e j os , la c a í d a d e u na r oc a h a b í a s e m b ra d o e l s u el o
d e p equ eñ os p ed a zos d e la m is ma . Allí, el j oven m on j e pudo
h a lla r d os p ed a zos d e p ed ern a l q u e s e a d a pt ab a n mu y b i en a
la s p a lm as d e su s man os . A m od o d e exp eri m ent o, golp eó un
g u i j a rr o c on t ra e l ot r o c on u n m o vi m i en t o d e f r ot e; c on es o
ob t u vo un a p eq u eña c orri en t e d e c hi s pi ta s a l p ri m er i n t ento.
Puso las d os pied ras en el seno d e su vestidura y lu ego se
d i ri g i ó a u n á rb o l m u e r t o , c u yo t r o n c o s i n d u d a h a b í a s i d o
a lcan za d o p or un ra yo d esd e ha cía la rgo ti emp o. En el hu ec o
d e s u i nt eri or, b u sc ó y h a lló u n pu ña d o d e p ed a zos s ec os d e
m ad era , d e c olor d e hu es o, p od rid os y p olvori ent os. C on cui -
d a d o los fu e p on i en d o en t re s u s ves t i d u ra s ; d es p u és rec og i ó
ramas secas y quebradiz as que se hallaban dispersas alrededor
d e l á r b o l . C a r g a d o h a s t a e l l í m i t e d e s u s fu e r z a s s e d i ri gi ó
a la cueva y satisfecho descargó todos esos objetos en la parte
e x t e r i o r d e l a e n t r a d a , e n u n s i t i o b i en a b r i g a d o d e l v i e n t o
d om i n a n t e, d e f o rm a q u e d es p u és la c u e va n o p u d i es e v e rs e
i n va d i d a p o r e l h u m o.
En el s u elo a ren os o, c on la ram a qu e le s ervía d e esc ob a, t ra -
zó una li gera d ep resi ón y c on el p a r d e p ed ern a les a su lado,
c o n s t r u yó u n m on t on c i t o d e t r o n c o s r e d u c i d o s a p ed a z o s y
los cu brió con mad era p od r ida q u e, a fu erza d e en rollarla
con sus dedos, quedó con vertida en un polvo c omo d e harina.
E n t o n c e s , c on e x p r e s i ón a p l i c a d a , c o g i ó l o s p e d a z o s d e p e -
d erna l, un o en cad a m an o, y l os hi zo ch oca r el un o c ont ra el
ot ro, p roc u ra n d o q u e la es c a s a c orri en t e d e c h i s pa s , pu di es e
caer s obre aquel polvillo de madera. Repitió muchas vec es la
op era c i ón , h a st a qu e c on s i gu ió q u e a p a rec i es e u n a p a rt í cu la
d e lla m a . In c li n á n d os e en t on ces , h a s t a t oc a r c on el p ec h o a l
s u e l o, c on t od o c u i d a d o , fu e s op la n d o a q u e l la p r e c i o s a c en -
tella. P oco a poco, cada vez s e fu e haciendo más bri llante. La
p equ eña chi spit a c reci ó má s y m ás , ha sta qu e el j oven m onje
pud o apa rta r una man o y c oloc ar a lgun os b rot es s ec os a lrede -
d o r , j u n t o c on a l g o q u e h a c í a d e p u e n t e d e l a p e q u e ñ a m a n -
40
33. cha de fuego. Fue soplando continuamente, y, finalmente, tuvo
la satisfacción de ver una verdadera llama d e fuego exten -
diéndose a lo largo de las ramas.
Ninguna madre cuida tanto a su recién nacido como aquel
j o v en s e d ed i c a b a c on t od a s u a t en c i ón a la l l a m a n a c i en t e .
Ella, gradualmente, crecía cada vez más brillante. Luego, final -
m ent e, t riunfand o, añadi ó t ronc os cada vez má s gru es os a la
h o g u e r a , q u e e m p e z a b a ya a b r i l l a r f r a n c a m e n t e . E l j o v e n
m on j e, en t on c es , en t ró en l a c u e va y fu e h a s t a d on d e s e h a -
llaba el viejo ermitaño. «Venerable padre — dijo el joven mon je
—, el fuego ya está a punto; ¿puedo acompañaros?» Luego,
puso un palo robusto en la mano del anacoreta, y, ayudándole
con toda lentitud a ponerse en pie, le acompañó delicada -
m en t e h a s t a la vera d e l fu e go , d el la d o p or d on d e n o p a s aba
el humo. «Me voy a buscar más leña para la noche», dijo
el j ov en m on j e. «P ero a n t es vo y a p on e r l os p ed e rn a les y la
ye s c a d en t r o d e la c u e va , p a ra q u e s e c on s e r v en s ec os . » Di -
ci end o esa s pa lab ras , rea just ó la s ábana s ob re la e sp a lda del
a n c i a n o; l e p u s o a gu a a s u la d o y d ep os i t ó e l p ed ern a l y l a
yesca al lado de la caja de la cebada.
D e j a n d o l a c u e va , e l j ov en m o n j e c u i d ó d e a ñ a d i r m á s l eñ a
a l fu eg o y s e a s egu r ó d e q u e el a n c i an o n o c orrí a n in gú n pe -
li gro d e s er a lc a n za d o p or l a s lla m a s ; d es p u és , s e m a rch ó y
s e d i ri gi ó h ac i a d ond e s e h a lla b a el c a mp a m en t o d ond e es t u -
vi eron ha cía p oc o aqu ellos merc ad eres. P od ían hab er d ej ado
a lgo d e leña, p ens ó. P ero, n o habí an d ej ad o leña a lguna . Me -
jor aún, se habían olvidado de un recipiente d e metal. Evi-
d ent em ent e, s e les había c aído s in qu e ellos s e di es en cu enta
a l ca rga r los yak s, o ta l vez al m a rcha rs e. P odí a s er tamb i én
q u e ot r o ya k h u b i es e d a d o c o n u n a p a t a a l u t en s i li o, y é s t e
hubiese ido a rodar detrás de una piedra. Ahora, para el
j oven m on j e, es t o e ra u n t es o ro. Un gru es o c la v o s e h a l la b a
a l la d o d e l r ec i p i en t e , p o r a lg ú n m ot i v o q u e s e e s c a p a b a a l
monje; pero que iba a prestar algún servicio, estaba seguro.
Buscando con toda la diligencia por aquellos parajes alrededor
del bosqu ecill o d e árboles, no tardó en reunir una pila de
madera muy satisfactoria. Yendo y viniendo de la cueva, al-
41
34. m a c en ó en e lla t od a a q u ella l eñ a d en t ro d e la c a ve rn a . Na d a
dijo al viejo ermitaño de aquellos hallazgos. Quería darle una
agradable sorpresa y t e ner el placer d e cont emplar la satisfac -
ci ón d el anc ian o a l p od er b eber t é c a li ent e. Ya t enían t é, por -
que el mercader les trajo alguno; pero carecían de medios para
calentar el agua, hasta entonces.
La última carga de leña, había sido ya depositada y, sin hacer
nada, se hub iera p erdid o aqu ella jornada. El joven monje
v a ga b a d e u n la d o a ot r o, b u s c a n d o p r oc u ra r s e u n a ra m a d e
d i m en s i on es c on ven i ent es . E n u n s ot o a ori lla s d el la go, v i o
d e p ron to un mon tón d e harap os. Qu ién los había llevad o
h a s ta a llí , lo i g n ora b a . M a s , la ext ra ñ e za d i o p a s o a l d es eo.
Avanzó para levantar del suelo aquellos harapos y, de pronto,
p egó un b rinc o, a l escucha r qu e un llant o s a lía d e aqu el mon -
t ó n d e t r a p o s . In c l i n á n d o s e , s e d i o c u e n t a d e q u e a q u e l l o s
«harapos» eran un cuerpo huma no; un hombre flaco lo in -
c r eí b l e. Al r ed ed o r d e s u c u el l o , l l e va b a u n a t a n ga ( * ). Un a
tabla de madera, cuya longitud sería en t otal d e cerca de más de
metro y medio. Dicha tabla, abierta por enmedio a lo largo,
t en í a c om o un a c ha rn ela y, p o r el ot ro, u n c a n da d o c erra d o. E l
c en t r o d e l m a d e r o e s t a b a f o rm a d o d e m a n era q u e s e a j u s taba
a lred ed or d el cu ello d e la víc tim a. Aqu el h omb re era un
esqueleto viviente.
El joven monje, arrodillándose, dejó en el su elo las ramas
del bosquecillo que llevaba encima; luego, poniéndose en pie,
corri ó al agua y llenó su cuenco. Con toda prisa, volvió has ta
aquel hombre caído e introdujo el agua por su boca ligeramen t e
ent reabi ert a. Aqu el h omb re se es t rem eci ó y ab ri ó los oj os .
«Q u i s e b e b e r — m u s i t ó — , y m e c a í a l a gu a . Gr a c i a s a e s a
t a b la flot é, c a s i a pu nt o d e h u nd i rm e. E s t u ve d ía s en el a g u a
y, a h ora mi sm o, h e p odid o rem onta r la ori lla ». Y s e ca lló, ex -
h a u s t o. E l j ov en m on j e l e t ra j o m á s a gu a , y lu e g o a gu a m e z -
c l a d a c o n h a r i n a . « ¿P u e d e s q u i t a r m e e s t o d e e n c i m a ? », p re -
gunt ó el h omb re. «P ega nd o con d os pi ed ra s es ta c erradu ra , la
podrás abrir.»
(*) Instrumento chino de suplicio. (N. del T.)
42
35. E l m on j e s e p u s o en p i e y fu e a la ori l la d el la g o, b u s c and o
la s p i ed ra s id ón ea s . Cu an d o es t u vo d e vu e lt a p u s o la m ayor
de las dos piedras bajo uno de los extremos de la tabla, y
pegó fuerte con la otra piedra. «Int enta por el otro lado — dij o
a q u e l h o m b r e — , y p e g a s o b r e e l p i t ó n q u e a t r a vi e s a d e
parte a parte. Húndelo con todas tus fuerzas.» Con todo
cuidado, el monje puso en su debida po sición el mad ero y
p e g ó c on t od a s u a l m a . Ap r et a n d o lu eg o, d e s p u é s u n fu e rt e
crujido, la cerradura ca yó por su lado. Entonces pudo abrir el
i n s t ru m en t o d e t o rt u ra y d ej a r l i b r e e l c u e l l o d e a q u e l h om bre
que, en su esfuerzo, se había ensangrentado.
«Irá a pa ra r a l fu ego — d ij o el j oven m onj e —, s erí a una lá s -
tima que se perdiese.»
36. Cap ítu lo t erc ero
Du rant e un la rgo rat o, el j oven m onj e estu vo s ent ad o en el
s u elo, acunand o la cab eza d el en ferm o e int entand o a li m en -
ta rlo c on p equ eña s cant idad es d e ts ampa . Fin a lm ent e, s e d e -
tu vo y di j o ent re sí : «Ten d ré qu e lleva ron a la cu eva d el er -
m itañ o». Dic i end o est o, levant ó el cu erp o d e aqu el h omb re y
p rocu ró c olocá rs elo s ob re un hom bro, c on la ca ra haci a aba j o y
p legad o c om o una sábana a rrolla da. C on pa s o vaci lant e p or la
c arga, di ri gi ó sus pa s os ha sta el b osqu ec i llo, y d e a llí a la
cu eva. P or fin , d espu és d e lo qu e pa rec ía un viaj e int erm i -
nab le, llegó a la vera d el fu ego. Allí d ep osit ó d eli cada m ent e
aqu el h omb re s ob re el su elo. «Ven erab le — di j o a l ermita ño --
, enc on t ré a est e h omb re en un s ot o c erca d el la go. Lle vaba
una can ga a lred ed or d el cu ello y es t á mu y gra ve. Le q ui t é la
c an ga y lo b e t raíd o aquí. »
C on una ram a, el j oven m onj e rea vi vó el fu ego d e m an era qu e
s e elevó u n enj amb re d e chi spa s y el a i re s e llen ó d e un
a grad ab le olor a m ad era quem ada . Det eni énd os e s ólo pa ra
ap areja r má s leña , s e volvi ó d e esp a lda s a l vi ej o eremita .
«¿Un a can ga ?», dij o és t e. «S i gni fi ca qu e s e t rata d e un p res i -
dia ri o; p ero, ¿q u é hac e un p res idia ri o aquí ? No i mp orta lo qu e
ha ya h ech o; si est á en ferm o, d eb em os h ac er cuant o p oda m os
p or él. Ta l vez pu ed e h ab la r.. .»
«S í , Ven erab le», m u rmu ró aqu el h omb re c on una voz d é bi l.
«He i d o d ema siad o a llá pa ra p od er s er au xi liad o fí sic a m ent e.
Nec esi t o un au xi li o esp i ritua l, pa ra m ori r en pa z. ¿Pu ed o
hab la ros ?»
«C on t oda c ert eza », rep lic ó el vi ej o ermit añ o. «Hab la, qu e t e
es cuch am os. »
E l en ferm o hu m ed eci ó sus labi os c on a gu a qu e le p rop orci on ó
el j oven m onj e, ac la ró su ga rgant a, y d ij o: «Fu i un a fortunad o
p la t ero d e la ciudad d e Lh a sa . Los n egoci os m e ma rchaban
m u y bi en ; s i emp re, d e los c on vent os, m e llega ban enca rgos .
En t onc es, ¡oh , b endi ci ón d e las b endi ci on es !, llega ron m erc a -
44