Este documento es una compilación de escritos de los santos Padres sobre la oración. Presenta extractos y enseñanzas sobre la oración de figuras como san Pablo, Jesús y sus discípulos. También incluye el prólogo del compilador, donde explica la importancia que Jesús y los apóstoles dieron a la oración y cómo los santos Padres transmitieron y profundizaron estas enseñanzas.
5. ichthys bolsillo
LA ORACIÓN
EN LOS SANTOS PADRES
PEDID, LLAMAD Y BUSCAD
PADRE LUIS G L I N K A
COMPILADOR
LUMEN
Grupo Editorial LUMEN
Buenos Aires - México
7. PRÓLOGO
S an P a b l o , dirigiéndose a los fieles de Te-
salónica, los exhorta a orar sin interrup
ción. " R e c e n i n c e s a n t e m e n t e " , les dice
(1 Ts 5, 1 7 ) . E l a p ó s t o l n o h a c e otra c o s a q u e
t r a n s m i t i r a los fieles v e n i d o s del p a g a n i s m o u n a
de las principales exigencias que J e s ú s h a b í a
p u e s t o p a r a sus discípulos. L o s que v e n í a n del
p a g a n i s m o a c o s t u m b r a b a n rezar c o n m u c h a s p a
labras, o c o n interminables repeticiones d e las
m i s m a s fórmulas.
Ya J e s ú s h a b í a d i c h o a sus discípulos q u e n o
rezaran c o m o los p a g a n o s (Mt 6, 7-8). L o s cristia
n o s d e b í a n rezar de acuerdo con la antigua tradi
ción q u e se e n r a i z a b a en el A n t i g u o T e s t a m e n t o y
q u e tenía su m o d e l o en los S a l m o s , c o m o y a lo
h a c í a n los fieles v e n i d o s del j u d a i s m o . P e r o les
advirtió que no hicieran como algunos judíos,
q u e r e z a b a n e n las p l a z a s o e n las c a l l e s p a r a
ser vistos por los demás. La oración de los dis
cípulos de Jesús se caracteriza por ser interior,
5
8. 6 LA O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES
y se hace con el deseo de ser vistos sólo por
D i o s ( M t 6, 5 - 6 ) .
J e s ú s fue c o n o c i d o c o m o h o m b r e de oración.
Los E v a n g e l i o s r e c u e r d a n que c o n frecuencia se
retiraba a orar, q u e a v e c e s se levantaba m u y t e m -
p r a n o p a r a h a c e r l o ( M c 1, 3 5 ) y q u e otras v e c e s
" p a s a b a t o d a la n o c h e en o r a c i ó n " (Lc 6, 1 2 ) . E n
ciertas circunstancias, lo hacía a c o m p a ñ a d o p o r
sus discípulos (Lc 9, 2 5 ) . En algunas o p o r t u n i d a -
des, los evangelistas transmiten las palabras q u e
el S e ñ o r p r o n u n c i a b a en su oración, c o m o la afec-
tuosa acción de gracias al Padre p o r q u e reveló s u
misterio a los p e q u e ñ o s (Mt 11, 25-26; L c 10, 2 1 -
2 2 ) , el d e s g a r r a d o r grito en la cruz ( M t 2 7 , 4 6 ; M c
15, 3 4 ) , t o m a d o de u n S a l m o (Sal 2 2 , 2 ) , o el cari-
ñ o s o " ¡ A b b á ! " c o n el que revelaba su especial in-
t i m i d a d c o n D i o s . E l ejemplo del S e ñ o r resultó
atrayente p a r a los discípulos, p o r q u e éstos, al
verlo rezar, se dirigieron a él pidiéndole: "¡Señor,
e n s é ñ a n o s a rezar!" (Lc 11, 1 ) .
J e s ú s e n s e ñ ó a sus discípulos q u é debían decir
en la oración y c ó m o debían orar. L o que se d e b e
decir e n la oración está resumido en la principal
e n s e ñ a n z a de J e s ú s en esta materia, que es el " P a -
d r e n u e s t r o " (Mt 6, 9-12; L c 11, 2-4). Entre las ins-
9. PRÓLOGO 7
trucciones sobre la forma en que h a y q u e rezar, se
e n c u e n t r a el triple imperativo c o n s e r v a d o en los
textos e v a n g é l i c o s que los críticos atribuyen a tina
de las m á s antiguas fuentes: "Pidan... busquen...
l l a m e n " (Mt 7, 7; L c 11, 9). S o n expresiones que se
dirigen a los q u e están en condición de carencia.
Si d e b e n p e d i r o buscar, es p o r q u e n o tienen o
p o r q u e h a n p e r d i d o lo que tenían. Si deben lla
mar, es p o r q u e están fuera y desean ser recibidos.
L o s tres imperativos van seguidos p o r otros
tantos v e r b o s q u e aseguran la respuesta que se
d a r á a los que o b e d e z c a n a estos m a n d a t o s : a los
q u e b u s q u e n , hallarán, y a los que llamen se les
abrirá. S e g ú n la forma de expresarse de los j u d í o s ,
q u e a t e n d i e n d o al m a n d a m i e n t o evitan, p o r lo ge
neral, p r o n u n c i a r el n o m b r e de D i o s , los v e r b o s
dichos en forma pasiva indican q u e quien realiza
rá la acción es el m i s m o Dios; al que pide, D i o s le
dará, y al q u e l l a m e , Dios m i s m o le abrirá.
Se s o b r e e n t i e n d e que el que b u s c a e n c o n t r a r á
a D i o s . E l texto c o n c l u y e h a c i e n d o u n a c o m p a r a
ción: los seres h u m a n o s , aun s i e n d o m a l o s , s a b e n
dar c o s a s b u e n a s a sus hijos. E l Padre celestial,
q u e es s ó l o b o n d a d , dará s i e m p r e lo q u e es b u e
n o p a r a aquellos q u e se lo piden. P o r eso los t e x -
10. 8 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
tos del N u e v o T e s t a m e n t o insisten en que el oran-
te será e s c u c h a d o , y q u e todo lo que p i d a le será
c o n c e d i d o , a u n las c o s a s m a s sorprendentes ( M c
11, 2 4 ) .
La s e g u r i d a d q u e debe tener el orante de q u e
será a t e n d i d o en la oración está m u y lejos de p a -
recerse a la " m a g i a " . N o es sólo decir p a l a b r a s
para que las c o s a s sucedan: el q u e reza d e b e c o -
m e n z a r p o r liberarse de todo m a l sentimiento. El
E v a n g e l i o p o n e u n ejemplo: " C u a n d o te p o n g a s
de pie para orar, p e r d o n a a los demás..." ( M c 11,
25). A d e m á s , la o r a c i ó n se debe h a c e r "en el n o m -
bre de J e s ú s " (Jn 14, 13; 15, 16). Estar "en el n o m -
bre" es c o m o estar m e t i d o s dentro del m i s m o
n o m b r e , es decir, c o m o f o r m a n d o u n a sola p e r s o -
n a c o n él. E n t o n c e s , si se tienen los m i s m o s senti-
m i e n t o s q u e tiene Jesucristo, y se reza en u n i ó n
con él, se tiene la s e g u r i d a d de participar de su
o m n i p o t e n c i a . P e r o , aun así, es necesario "pedir";
n o es c o m o p r o n u n c i a r u n a palabra m á g i c a , sino
p o n e r s e en h u m i l d e actitud de petición p a r a q u e
D i o s la c o n c e d a .
El A n t i g u o T e s t a m e n t o , c o m o la e n s e ñ a n z a
d e J e s ú s y d e l o s a p ó s t o l e s , c o n t r a d i c e la a c t i -
t u d d e aquellos fatalistas que aceptan pasiva-
11. PRÓLOGO 9
m e n t e lo que s u c e d e . U n o s p i e n s a n que t o d o su-
c e d e i n e x o r a b l e m e n t e de acuerdo c o n las leyes de
la naturaleza, y q u e es inútil que los seres h u m a -
n o s p r e t e n d a n c a m b i a r el orden de las cosas recu-
r r i e n d o a D i o s . O t r o s dicen q u e todo ya fue deter-
m i n a d o p o r D i o s ("estaba escrito"), y que El n o
va a cambiar sus planes.
A u n o s y a otros se les responde que D i o s quie-
re q u e le p i d a n y que, para ordenar las c o s a s ,
D i o s tiene en c u e n t a la súplica de los h u m a n o s .
N o se explica c ó m o entra a j u g a r la petición de u n
ser h u m a n o en el orden inflexible de las c a u s a s
naturales, ni en el s o b e r a n o plan de D i o s . P e r o la
Escritura e n s e ñ a q u e los h u m a n o s n o son objetos
p a s i v o s ni s o n "juguetes del destino"; D i o s h a
q u e r i d o o r d e n a r la historia en diálogo c o n sus hi-
j o s , y t o d o s p u e d e n participar c o m o suplicantes.
L o s santos P a d r e s c u m p l i e r o n con el misterio
de profundizar las e n s e ñ a n z a s del E v a n g e l i o y
transmitirlas a los fieles de todas las culturas,
aplicándolas a las n u e v a s circunstancias q u e se
iban p r o d u c i e n d o en la historia de la Iglesia. D e
esa m a n e r a , dejaron sorprendentes enseñanzas
sobre la oración. U n o s escribieron tratados sobre
la o r a c i ó n en general, o sobre alguna oración en
12. 10 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
particular, e s p e c i a l m e n t e sobre el "Padrenues-
tro"; otros escribieron oraciones o dejaron p o r e s -
crito las oraciones q u e ellos m i s m o s rezaban, p a -
ra q u e sirvieran de ejemplo a los fieles; a l g u n o s
c o m p u s i e r o n los textos litúrgicos que se u s a r o n
en a l g u n o s t i e m p o s o q u e todavía h o y se rezan y
se c a n t a n en las iglesias; finalmente otros, e n s u
tarea pastoral, dirigieron s e r m o n e s al p u e b l o p a -
ra instruirlo sobre q u é debía rezar y c ó m o d e b í a
hacerlo.
Las e n s e ñ a n z a s sobre la oración que se en-
c u e n t r a n en los escritos de los santos Padres
c o n s t i t u y e n u n m a t e r i a l inabarcable. D e t o d o e s -
te a b u n d a n t e material, el p a d r e Luis G l i n k a h a
extraído u n a c a n t i d a d de ejemplos que a los lec-
tores p o d r á n p a r e c e r m u c h o s , pero q u e en reali-
d a d s o n u n a p e q u e ñ a m u e s t r a de todo lo q u e se
p u e d e leer sobre este tema.
El p a d r e G l i n k a h a seleccionado estos e j e m -
plos, y a q u í los ofrece traducidos al castellano y
o r d e n a d o s c o m o p a r a q u e los cristianos de h o y
a p r e n d a n a rezar en la escuela de los santos P a -
dres. E s de d e s e a r q u e estos ejemplos susciten el
interés p o r la lectura de las obras de aquellos pri-
m e r o s testigos y m a e s t r o s de la fe.
13. PRÓLOGO 11
L o s fieles reciben en la actualidad la oferta de
m u c h o s m é t o d o s de oración. A l g u n o s se a p o y a n
sobre c o n c e p t o s religiosos m u y distantes de la fe
cristiana, p o r lo q u e son ciertamente desaconseja-
b l e s . L a obra del p a d r e G l i n k a sirve c o m o un v a -
lioso indicador, que ubica a los lectores en el c a -
m i n o de la auténtica tradición cristiana. C o m o se
suele decir, c u a n d o r e m o n t a m o s el c a m i n o , y v o l -
v e m o s hacia la fuente, ahí e n c o n t r a m o s el a g u a
más pura.
Monseñor Luis Heriberto Rivas
14.
15. PRESENTACIÓN
P E R M A N E C E R DELANTE DE D I O S
A c t u a l m e n t e existe u n a proliferación de
o r a c i o n e s p o p u l a r e s p a r a todas las n e
cesidades e inquietudes personales,
a l g u n a s de las c u a l e s hasta p u e d e n p a r e c e r m á
gicas o m a c u m b e r a s a la h o r a de obtener gracias
y favores divinos.
Estas o r a c i o n e s a p u n t a n e s p e c i a l m e n t e a o b t e
n e r trabajo, p o d e r e c o n ó m i c o , salud corporal y,
p o r ú l t i m o , al t e m a espiritual e interior del h o m
bre. S e organizan procesiones, peregrinaciones,
manifestaciones religiosas p a r a rogar p o r " p a n y
trabajo", p a r a a g r a d e c e r h a b e r c o n s e g u i d o u n
e m p l e o o salud. E s t o es v e r d a d e r a m e n t e n e c e s a
rio y b u e n o ; p e r o olvida la parte m á s i m p o r t a n t e
de la p e r s o n a h u m a n a que garantiza la salud e s
piritual y m o r a l : m a n t e n e r la amistad c o n D i o s
d u r a n t e t o d o el t i e m p o , p e r m a n e c e r c o n t i n u a
m e n t e ante Dios.
13
16. 14 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
Es n e c e s a r i o p e d i r a D i o s el p e r d ó n de los p e -
c a d o s , la c o n v e r s i ó n interior, vivir i n t e n s a m e n t e
la c a r i d a d fraternal. L a oración n o es u n a s p e c t o
sólo p e r s o n a l , sino t a m b i é n c o m u n i t a r i o , litúrgi-
co, q u e n o s u n e a D i o s y n o s h e r m a n a en u n a s o -
la c a r i d a d y fe en el Señor.
R e z a m o s m u c h o o p o c o pero n o s a b e m o s q u é
p e d i r a D i o s . S e h a n tergiversado los valores y las
p r i o r i d a d e s de la oración.
Los santos P a d r e s tienen aquí u n a importante
e n s e ñ a n z a sobre la oración. N o s dejaron preciosos
tesoros sobre su p e d a g o g í a que l a m e n t a b l e m e n t e
d e s c o n o c e m o s . E l l o s n o s e n s e ñ a n c ó m o rezar,
c ó m o p e d i r a D i o s u n a gracia y, p a r t i c u l a r m e n -
te, c ó m o p e r m a n e c e r c o n t i n u a m e n t e ante la p r e -
s e n c i a de D i o s c o n el corazón y la m e n t e , y conti-
n u a r delante de él, día y n o c h e , en m e d i o de n u e s -
tras actividades, p r e o c u p a c i o n e s y tareas de c a d a
día.
Se trata, p u e s , de n o volver a u n p a s a d o h i s t ó -
rico, s i n o r e c u p e r a r las ricas e n s e ñ a n z a s de los
P a d r e s sobre la o r a c i ó n y aplicarlas a nuestra rea-
lidad m o d e r n a materialista, h e d o n i s t a e indivi-
dualista p a r a m a n t e n e r un contacto p e r m a n e n t e
con D i o s q u e es amor, n o s p e r d o n a y es el S e ñ o r
17. PRESENTACIÓN 15
de t o d o lo c r e a d o . A través de D i o s n o s e n c o n t r a -
m o s c o n n u e s t r o prójimo c o m o h e r m a n o e hijo de
n u e s t r o Padre.
"Oren c o n s t a n t e m e n t e " (1 Ts 5, 17) es la ense-
ñ a n z a constante de los Padres que tiene su origen
en la S a g r a d a Escritura. Es b ú s q u e d a constante de
Dios y descubrir c a d a día m á s , quién es Dios p a r a
mí, para la c o m u n i d a d . N o es u n a b ú s q u e d a abs-
tracta, teológica de la oración, sino u n a experiencia
directa y personal, vivencial, n o m e r a especula-
ción racional. U n a vez, un monje preguntaba al
anciano M a c a r i o : " ¿ C ó m o d e b e m o s o r a r ? " E l an-
ciano respondió: " N o es necesario usar un m o n t ó n
de palabras; sólo extiende las m a n o s y di: 'Señor,
c o m o tú quieres y c ó m o tú conoces mejor, ten m i -
sericordia', o, 'Señor, socorro'."
La p e d a g o g í a de los Padres sobre la oración: la
espiritualidad es m u y rica en la experiencia d e l
m i s t e r i o d e la r e l a c i ó n del h o m b r e c o n la S a n t í -
s i m a T r i n i d a d e n espíritu de a d o r a c i ó n y e n v e r -
d a d . L a o r a c i ó n e n los s a n t o s P a d r e s tiene s u
f u n d a m e n t o y o r i g e n en la S a g r a d a E s c r i t u r a , e s -
p e c i a l m e n t e en la oración del Padrenuestro y en
los s a l m o s .
18. 16 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES
Al final de los p r i m e r o s t i e m p o s del cristianis-
m o c o m e n z a r o n aparecer p e q u e ñ o s c o m e n t a r i o s
sobre la o r a c i ó n s e ñ a l a n d o q u e debía ser h u m i l -
de, alegre, confiada y vigilante, orientada e s p e -
c i a l m e n t e a p e d i r a D i o s los b i e n e s espirituales
p r o m e t i d o s p o r el Señor. L a c o m u n i d a d reza diri-
g i é n d o n o s al P a d r e creador y S e ñ o r de los siglos.
La o r a c i ó n es a l a b a n z a y acción de gracias p o r el
Hijo y recoge las intenciones de toda la Iglesia
p o r la m e d i a c i ó n de Jesucristo. E n ella, el Padre y
el Hijo están u n i d o s en u n m i s m o culto y en u n a
m i s m a fe.
D u r a n t e el siglo III, aparecen los p r i m e r o s c o -
m e n t a r i o s al P a d r e n u e s t r o (Orígenes, Tertuliano,
C i p r i a n o , etc.), d o n d e se insiste en q u e el P a d r e -
n u e s t r o es el c o m p e n d i o de t o d o el E v a n g e l i o . E l
rezo del P a d r e n u e s t r o tiene que ser a c o m p a ñ a d o
con genuflexiones, a y u n o s y hospitalidad, y así
n o s h a c e perfectos adoradores de D i o s Padre.
El t r a t a d o de O r í g e n e s sobre la o r a c i ó n y el
c o m e n t a r i o al P a d r e n u e s t r o es u n " v e r d a d e r o te-
s o r o " d e la o r a c i ó n , a d e m á s de ser u n p e q u e ñ o
tratado teológico de la oración. P a r a este t e ó l o g o ,
la o r a c i ó n es el c a m i n o p o r el cual los fieles c a m i -
n a n h a c i a D i o s , r e c u p e r a n d o la s e m e j a n z a q u e
h a b í a s i d o p e r d i d a a c a u s a del p e c a d o y del odio.
19. PRESENTACIÓN 17
C o n la purificación interior se llega a la perfecta
u n i ó n c o n D i o s q u e es el fin de toda oración.
Ésta n o p u e d e estar separada de la existencia
h u m a n a real, sino que se extiende en situaciones
concretas, "de u n a caridad sin límites", hospitali
dad, repartición de bienes que son manifestaciones
de u n a fraternidad en Jesús, m i e m b r o de la Iglesia:
"La oración aceptada por Dios es u n a b u e n a obra."
En el Oriente cristiano, durante los siglos I V y
V, aparecen obras maestras sobre la espiritualidad
de la oración especialmente en el ambiente m o
nástico. L o s monjes consideran la oración c o m o
u n a ciencia p o r excelencia que recoge todo en sí:
la fe, la vida, la salvación. Para estos m o n j e s la
o r a c i ó n tiene q u e ser un diálogo del h o m b r e c o n
D i o s , y lo principal es p e d i r a D i o s los b i e n e s c o n
v e n i e n t e s p a r a la s a l v a c i ó n ; e s u n a e l e v a c i ó n d e
la m e n t e y el c o r a z ó n a D i o s , n o en el s e n t i d o
d e u n a visión platónica sino en u n transformarse
en u n " d i á l o g o del espíritu c o n el P a d r e " . P a r a
evitar u n a cierta intelectualización h e l é n i c a d e la
oración, los m o n j e s unificaron el espíritu c o n el
c o r a z ó n p a r a referirse a la totalidad de la p e r s o n a
vivificada p o r el Espíritu S a n t o .
20. 18 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES
Los P a d r e s c o m e n t a n las cuatro distinciones
que s a n P a b l o h a c e en la oración: petición, ora-
ción, súplica y acción de gracias (1 T m 2, a ) .
Por petición, e n t i e n d e n rogar a Dios p o r los
b i e n e s celestiales y espirituales, y l u e g o , en u n
s e g u n d o lugar, p o r las cosas materiales y t e m p o -
rales. A la pregunta de p o r qué nuestras oraciones
n o siempre son escuchadas, san J u a n C r i s ó s t o m o
responde: " P o r q u e r o g a m o s m u y p o c o o n o s en-
contramos en pecado."
En la tradición m o n a c a l , la oración tiene u n
carácter insistente, en p r i m e r l u g a r p a r a p e d i r
p e r d ó n p o r los p e c a d o s : "Señor, ten p i e d a d d e
mí, p e c a d o r . "
La continua oración n o es hablar constante-
mente, sino llegar al estado de vida de u n a gran
oración, de la cual la oración vocal es parte. O t r o
aspecto fundamental para el m o n a q u i s m o oriental
es la oración litúrgica y comunitaria, que encuen-
tra su lugar teológico en un conocimiento y sabi-
duría de la vida mística donde el alma se une a
Dios a través de la fe y el amor, aceptando el sufri-
miento, el dolor y la cruz en Cristo. El creer nos lle-
va a suplicar: cuando m á s viva es la fe, tanto m á s se
siente la necesidad de orar y estar u n i d o al Señor.
21. PRESENTACIÓN 19
E n los c o m e n t a r i o s litúrgicos, en las h o m i l í a s ,
en la catequesis de las cartas pascuales, los P a d r e s
insisten en la n e c e s i d a d de rezar c o n t i n u a m e n t e
p a r a c o m b a t i r las tentaciones de los espíritus m a
lignos, las especulaciones filosóficas, el racionalis
m o teológico que h a c e n perder la fe v i v a en D i o s
Uno-Trino.
La oración tiene que salir del corazón.
En O c c i d e n t e t u v o gran influencia el t r a t a d o
de la oración del t e ó l o g o alejandrino O r í g e n e s .
P e r o a d e m á s , los Padres occidentales h a n dejado
u n p r e c i o s o l e g a d o sobre la oración: c o m e n t a n d o
los s a l m o s , afirmaban "Vox Christi ad P a t r e m "
(san A m b r o s i o ) .
Los s a l m o s eran presentados c o m o u n c a m i n o
espiritual de elevación del a l m a hacia D i o s . L a
oración n o es sólo u n a fórmula de oración c o n
m u c h a s p a l a b r a s sino u n estilo de vida, u n afecto
c o n t i n u o del corazón, u n a actitud p e r m a n e n t e de
fe, a u n en los m o m e n t o s difíciles de la vida. D i o s
es u n misterio q u e se acepta sólo c o n la oración
de fe y n o c o n la especulación teológica.
La a d o r a c i ó n silenciosa es mejor que el r a c i o
n a l i s m o p a r a encontrarse c o n D i o s .
22. 20 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES
San A g u s t í n h a d a d o amplios espacios en sus
escritos, reflexionando sobre la oración. M e d i t a n d o
el comentario a los salmos, la carta a Proba sobre la
oración, afirma que la oración de Cristo es n u e s -
tra y la nuestra se h a c e en Cristo: "Nuestras ora-
ciones s o n e n t o n c e s hacia él, p o r él y en é l " (In
Pas, 8 5 , 1). L a oración es el c a m i n o c o n Cristo y e n
Cristo p a r a llegar al P a d r e con la a y u d a del E s p í -
ritu S a n t o .
D e s p u é s de san A g u s t í n siguieron otros
c o m e n t a r i o s a la o r a c i ó n , p o r e j e m p l o los d e
C a s i a n o , s a n J u a n D i a s a n c e n o , s a n M á x i m o el
Confesor, etc. M u c h a s de las oraciones de los P a -
dres y del m o n a q u i s m o se h a n recogido en los
cuatro t o m o s de la Filocalia, que es u n precioso te-
soro p a r a a p r e n d e r a orar con los Padres.
La presente edición de compilaciones de
o r a c i ó n d e l o s P a d r e s n o tiene otro o b j e t i v o q u e
h a c e r c o n o c e r y acercar algunas e n s e ñ a n z a s úti-
les p a r a la oración. E s t a m o s p a s a n d o p o r u n
t i e m p o de crisis de fe, de n e c e s i d a d de orar. N o
sólo c o n los m e d i o s h u m a n o s p o d e m o s resolver
nuestros p r o b l e m a s , sino que es necesaria la ora-
ción c o n fe. El h o m b r e es creado a i m a g e n y s e m e -
janza de Dios, y n o p o d r á encontrar la verdadera
23. PRESENTACIÓN 21
felicidad h a s t a q u e recupere la s e m e j a n z a c o n
D i o s , a través de la continúa oración, a y u n o s y
obras de misericordia.
Los t e x t o s p u b l i c a d o s fueron revisados c o n
los o r i g i n a l e s q u e se e n c u e n t r a n en P a t r o l o g í a
g r i e g a y latina, o r d e n a d a s c r o n o l ó g i c a m e n t e p o r
los P a d r e s .
A l g u n a s afirmaciones sobre el misterio de la
oración:
" L a oración es el m á s grande de todos los
b i e n e s , el fin de todos los m a l e s y el funda
m e n t o y raíz de todas las virtudes."
"Todas las virtudes juntas, sin la oración,
son p u r a ilusión."
" C o m o se h a g a b i e n la oración, que es lo
m á s i m p o r t a n t e , n o dejará de h a c e r s e t o d o
lo q u e D i o s quiere."
" D o n d e e s t é la o r a c i ó n , c o n ella e s t a r á n
t o d o s l o s b i e n e s y t o d a s las verdaderas
virtudes."
"Tú n o vales otra cosa que lo que valga tu
oración: ella es la m e d i d a de toda virtud y el
fundamento y origen de toda perfección."
24. 22 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
" A u n q u e repartas todos tus bienes a los
pobres, aunque te sacrifiques y entregues tu
vida en a y u d a de los necesitados, aunque
vivas e n perfecta austeridad y en continuas
vigilias y ayunos, y aunque te parezca que
posees todas las virtudes, todas ellas n o ten
drán otro valor q u e lo que valga tu oración."
" P o r la oración y sólo en ella y c o n ella re
c i b i m o s todos los b i e n e s . "
" E s t o t a l m e n t e i m p o s i b l e q u e e x i s t a al
g o b u e n o e n u n a l m a d o n d e n o a n i d a la
oración."
" U n h o m b r e sin oración es c o m o u n ani
m a l sin razón."
"El q u e a b a n d o n a la oración p r o n t o se
convierte en bestia o d e m o n i o . "
P. Luis Glinka ofin
25. PIDAN A DIOS CON FERVOR
1 Así, p u e s , a p o y a d o s e n esta e s p e r a n z a ,
únanse nuestras almas a Aquel que es
• fiel e n sus p r o m e s a s y j u s t o en sus jui
cios. E l q u e n o s m a n d ó n o mentir, m u c h o m e n o s
mentirá El mismo, pues nada hay imposible pa
ra D i o s fuera d e l mentir... T o d o lo h a r á c u a n d o
q u i e r a y c o m o q u i e r a , y n o h a y peligro de q u e
deje de c u m p l i r s e n a d a de c u a n t o E l h a p r o m e t i
a
do (Carta 1 ) .
2. P o r c o n s i g u i e n t e , t a m b i é n nosotros, reuni
d o s y c o n s c i e n t e s de nuestro deber, en c o n c o r d i a
y en u n solo lugar, l l a m e m o s fervorosamente a É l
(con o r a c i o n e s ) c o m o salidas de u n a sola b o c a , a
fin de llegar a ser partícipes de sus magníficas y
a
gloriosas p r o m e s a s (Carta 1 ) .
3. O r e m o s t a m b i é n p o r los q u e están en p e c a
do, a fin d e q u e les sea otorgada la m o d e r a c i ó n y
la h u m i l d a d , y c e d a n , n o a n o s o t r o s , s i n o a la
v o l u n t a d d e D i o s ; p o r q u e así c u a n d o los r e c o r
d e m o s e n espíritu de misericordia delante de
23
26. 24 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
Dios y de los S a n t o s , nuestra oración será fruc-
tuosa y perfecta (1 C o LVI. 1-3, 1 6 ) .
4. A s í , p u e s , oren s a n t a m e n t e y p i d a n a D i o s
con fervor y c o n t o d a s o b r i e d a d y castidad, sin
odio y sin malicia... C o n vuestros a y u n o s y ora-
ciones c o n t i n u a s , d a d en Cristo, visitad a los q u e
estén e n d e m o n i a d o s y recitad sobre ellos u n a
o r a c i ó n q u e a g r a d e a D i o s . . . P o r q u e esta c a s t a
— d i c e el S e ñ o r — sólo se expulsa p o r la oración
fervorosa y fe c o n a y u n o . Bello es, p o r tanto, c o m -
p a d e c e r a los h e r m a n o s enfermos, c o m o q u e d a
dicho, p o r m e d i o de vigilias, a y u n o s y oraciones
a
continuas... (Carta 1 Virg.).
5. C u a n d o a ú n estés tú h a b l a n d o , diré: H e m e
a q u í presente (Is 5 8 , 9 ) . S i g n o es, efectivamente,
esta p a l a b r a , de gran p r o m e s a : p u e s n o s dice el
S e ñ o r q u e É l está m á s dispuesto a d a r n o s sus do-
a
n e s que n o s o t r o s a recibirlos (Carta 2 a C o r ) .
SAN CLEMENTE ROMANO ( † 99)
27. DEDÍCATE
SIN INTERRUPCIÓN
A LA ORACIÓN
1 E n c a d e n a d o c o m o estoy p o r a m o r de J e -
sucristo, suplicando alcanzar a D i o s , o s
• h a g o esta exhortación: p e r m a n e c e d uni-
dos en la oración, rogando los u n o s p o r los otros
(Carta Tral).
2. P u e s , si tanta fuerza tiene la oración de c a d a
u n o en particular, ¿cuánta m á s la que se h a c e pre-
sidida p o r el o b i s p o y en unión con toda la Igle-
sia? (Carta a los Efesios).
3. Yo te e x h o r t o a que, p o r la gracia de que e s -
tás revestido, aceleres el p a s o de tu carrera, y q u e
a s i m i s m o exhortes tú, p o r tu parte, a todos p a r a
que se salven. D e s e m p e ñ a el lugar que o c u p a s
con toda diligencia de cuerpo y espíritu. P r e o c ú -
pate de la u n i ó n entre todos, mejor que la cual n a -
da existe. Llévalos a todos sobre ti, c o m o a ti te
lleva el Señor. Sopórtalos a todos con cariño, c o -
m o y a lo h a c e s . D e d í c a t e sin interrupción a la ora-
25
28. 26 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
ción. P i d e a D i o s m a y o r inteligencia de la q u e tie-
nes. Estáte alerta, apercibido del espíritu que des-
c o n o c e el s u e ñ o (...). D o n d e m a y o r es el trabajo,
allí h a y m a y o r e s g a n a n c i a s (Carta a san Policarpo).
SAN I G N A C I O DE A N T I O Q U Í A ( † 1 0 7 )
29. O R E M O S POR TODOS
1 D e s p u é s del b a u t i s m o , l l e v e m o s con n o
sotros a nuestros h e r m a n o s , c o n el fin d e
• h a c e r preces en c o m ú n p o r nosotros
m i s m o s y p o r todos los d e m á s esparcidos p o r to
d o el m u n d o , o r a n d o con fervor, suplicando se
n o s c o n c e d a vivir de acuerdo con la verdad q u e
h e m o s c o n o c i d o , siendo h o m b r e s de recta c o n
ducta, guardianes de todo lo que se n o s h a m a n
a
d a d o p a r a conseguir la vida eterna (1 Apolog.).
2. N o s o t r o s v e n e r a m o s al C r e a d o r del u n i v e r
so c o n o r a c i o n e s y acciones de gracias, a l a b a n d o
al q u e h e m o s a c e p t a d o c o m o ú n i c o d i g n o de este
h o n o r d á n d o l e gracias p o r h a b e r n o s creado y p o r
t o d o s los b i e n e s , c o n nuestras peticiones p a r a re
n a c e r l u e g o en la eternidad p o r la fe q u e t e n e m o s
en É l (ibíd.).
3. O r e m o s p o r toda la Iglesia, p a r a q u e c o n o
c i e n d o la v e r d a d y o b r a n d o el bien, g u a r d a n d o
los m a n d a m i e n t o s , n o s h a g a m o s d i g n o s de alcan
zar la s a l v a c i ó n eterna (ibíd.).
27
30. 28 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
4. E n vuestras s i n a g o g a s vosotros m a l d e c í s a
todos los q u e se h a n h e c h o cristianos, y las d e m á s
n a c i o n e s h a c e n lo m i s m o . Pero nosotros a todos
d e c i m o s : "vosotros sois nuestros h e r m a n o s " , y
nuestro d e s e o es que todos l l e g u e m o s al conoci-
m i e n t o de la v e r d a d e r a vida. P o r eso o r a m o s p o r
vosotros, p a r a que Cristo tenga piedad. Él, en
efecto, n o s e n s e ñ ó a orar m u c h o p o r nuestros
e n e m i g o s (Diálogo con Trifón, 96).
O r e m o s p o r vosotros y p o r todos los h o m b r e s
sin e x c e p c i ó n , c o n f o r m e n o s enseñó nuestro Cris-
to y Señor, q u e m a n d ó orar incluso p o r nuestros
e n e m i g o s , a m a r a los q u e n o s odian, y b e n d e c i r a
los que n o s m a l d i c e n (ibíd., 1 3 3 ) .
SAN JUSTINO ( † 1 6 5 )
31. N O DUDAR
EN PEDIR AL SEÑOR
A rranca d e ti toda d u d a y n o vaciles e n
n a d a a b s o l u t a m e n t e al p e d i r al Señor,
ni digas dentro de ti: " ¿ C ó m o p u e d o
p e d i r n i recibir n a d a del Señor, h a b i e n d o c o m e t i -
d o c o n t r a É l tan g r a n d e s p e c a d o s ? " N o discurras
así, s i n o conviértete de todo c o r a z ó n al S e ñ o r y
pídele sin vacilación y e x p e r i m e n t a r á s s u g r a n
m i s e r i c o r d i a , y n o t e n g a s m i e d o de q u e te a b a n -
d o n e , s i n o q u e c u m p l i r á la petición de tu a l m a .
P o r q u e n o es el S e ñ o r c o m o los h o m b r e s , q u e
g u a r d a n rencor, sino que Él n o es rencoroso, an-
tes se c o m p a d e c e de la h e c h u r a de sus m a n o s .
P o r tu parte, p u e s , purifica tu c o r a z ó n de t o d a s
las v a n i d a d e s de este siglo y de todas las p a l a b r a s
q u e a n t e r i o r m e n t e te fueron dichas, y pide al S e -
ñ o r y lo recibirás t o d o y n o te v e r á s defraudado
de n i n g u n a de sus peticiones, c o m o le pidas c o n
fe. M a s si d u d a r a s en tu corazón, n a d a recibirás
de c u a n t o pidieres. P o r q u e los q u e d u d a n de
29
32. 30 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
Dios, son d o b l e s de a l m a y n a d a a b s o l u t a m e n t e
tienen de c u a n t o piden. M a s los sencillos de la fe
piden c o n confianza en el S e ñ o r y reciben, p o r q u e
p i d e n sin vacilación y sin dar lugar a d u d a . P u e s
todo h o m b r e doble de a l m a , si n o se arrepiente,
difícilmente se salvará.
Purifica, p u e s , tu c o r a z ó n de toda d u d a y re-
vístete de la fe, p o r q u e es fuerte, y cree en D i o s
que recibirás t o d o c u a n t o pidieres. Y si a c o n t e c e
alguna v e z que, d e s p u é s de pedir, tardas en reci-
bir del S e ñ o r lo que pides, n o d u d e s p o r q u e tarde
en d e s p a c h a r t e la petición de tu alma. Porque, sin
género de d u d a , p o r a l g u n a tentación o p e c a d o
que tú d e s c o n o c e s , tardas en recibir tu petición.
Por tu parte, p u e s , n o cejes en tus súplicas, que al
fin recibirás. M á s si desfalleces y vacilas al rogar,
a ti m i s m o tienen q u e acusarte y n o al que te da.
Vigila contra esta d u d a , p o r q u e es m a l a e insen-
sata y a m u c h o s desarraiga de la fe, incluso los
m u y fieles y firmes en ella.
( E L PASTOR, I X M A N D A M I E N T O ) H E R M I A S ( S . I I )
33. C O N SINCERIDAD E INOCENCIA,
OFRECER NUESTRAS OFRENDAS
AL SEÑOR
1 C o n simplicidad y conciencia pura, la
Iglesia ofrece a D i o s el sacrificio insti-
• t u i d o p o r el m i s m o Señor, en el q u e
o f r e c e m o s t a m b i é n nuestros c u e r p o s y n u e s t r a
oración, glorificando su n o m b r e entre las g e n t e s
( F r a g m e n t o 3 8 ) . Y n o se lo ofrecemos c o m o a u n
indigente, sino dándole gracias p o r su dominio...,
y para que nos conceda sus bienes..., el p e r d ó n de
los p e c a d o s y la vida eterna (Adversus haereses, 1 y
Fragmento 38).
2. " E n todo lugar se ofrece incienso y sacrificio
p u r o a m i n o m b r e " (MI 1 , 1 1 ) . E n el A p o c a l i p s i s ,
J u a n dice q u e el incienso es las oraciones de los
santos (cf. A p 5, 8 ) . El sacrificio puro y agradable a
Dios es la obligación de la Iglesia que el Señor m a n -
dó que se ofreciera en todo el m u n d o , n o porque
Dios necesite nuestro sacrificio, sino porque el que
ofrece es glorificado él m i s m o en lo que ofrece, con
tal de que sea aceptada su ofrenda. L a ofrenda que
31
34. 32 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
hacemos al R e y es u n a muestra de honor y de afec-
to y el Señor quiere que ofrezcamos nuestras ofren-
das con toda sinceridad e inocencia (...).
N o h e m o s de pensar que haya sido abolida to-
da clase de oblación, p u e s las oblaciones continúan
en vigor ahora c o m o antes: el antiguo pueblo de
Dios ofrecía sacrificios y la Iglesia los ofrece tam-
bién. L o que h a cambiado es la forma de la obla-
ción, puesto que los que ofrecen no son ya siervos,
sino h o m b r e s libres. (...) Es necesario, por tanto,
que presentemos nuestra ofrenda a Dios y que le
seamos gratos en todo ofreciéndole las primicias de
su creación con mente sincera, con fe sin mezcla de
engaño, con esperanza firme, con a m o r ferviente.
Esta oblación pura sólo la Iglesia puede ofrecerla a
su Hacedor en la Eucaristía, hecha con frutos de la
creación. (...) Y se la ofrecemos n o porque El la ne-
cesite, sino para darle gracias por su Providencia y
para santificar la creación. Dios n o necesita de lo
nuestro, pero nosotros sí necesitamos ofrecer algo a
Dios. S e g ú n dice Salomón: "Quien se apiada del
débil, presta a D i o s " (Pr 19, 17), pues Dios, que n o
necesita de nada, acepta nuestras buenas obras pa-
ra correspondemos con sus beneficios (...).
SAN IRENEO ( † 2 0 2 )
35. REZA
EN T O D O M O M E N T O
1 P a r a u n v e r d a d e r o s a b i o (o c r i s t i a n o
i n s t r u i d o ) , t o d a la v i d a es u n a fiesta
• s a c r a . S u s sacrificios c o n s i s t e n , p o r
t a n t o , e n las o r a c i o n e s y en las a l a b a n z a s (a
D i o s ) , e n la l e c t u r a d e la S a g r a d a E s c r i t u r a , e n
las r e c i t a c i o n e s d e los Salmos..., a n t e s de a c o s -
tarse y e n la o r a c i ó n d e la n o c h e . A s í se u n e a la
m i l i c i a celestial c o n s u i n c e s a n t e m e d i t a c i ó n y
c o n t e m p l a c i ó n (...).
Durante la oración que recitará en alta voz, n o
usará m u c h a s palabras, p o r haber aprendido del
Señor c ó m o se debe rezar. Reza, pues, en todo lugar,
pero n o públicamente y delante de los ojos de to-
dos. Y reza en todo m o m e n t o y en toda circunstan-
cia, bien cuando pasea, y cuando va en compañía
de otros, y cuando se acuesta y cuando comienza
alguna obra espiritual. Y cuando en el interior de
su alma le preocupa algún pensamiento, con gemi-
dos inenarrables invoca al Padre (Stromata, 7).
33
36. 34 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
2. Es evidente que la vida de un cristiano h a de
estar ligada a la permanente oración. Nadie p u e d e
discutir la importancia fundamental del recogi-
miento en la oración en la vida diaria de los cristia-
nos...; p u e s el alma tiene que dar incesantemente
gracias a Dios p o r los dones que le hace y también
tiene que pedir perdón de sus continuos pecados.
E s t a n d o obligados a aspirar a la perfección, n e -
cesitamos indiscutiblemente recurrir a la oración,
de la q u e j a m á s p o d e m o s prescindir... E n nuestra
oración, a ejemplo del Señor, h e m o s de pedir p o r
todos los h e r m a n o s , a m i g o s y e n e m i g o s , y p o r la
conversión de todo el m u n d o al verdadero Dios.
La oración n o s debe a c o m p a ñ a r siempre en todo
nuestro obrar, p u e s n o s une íntimamente con D i o s
y n o s h a c e c a m i n a r a D i o s (Stromata, 6).
3. L a oración es "trato y c o n v e r s a c i ó n con
D i o s " . D e ahí q u e el cristiano, al g u a r d a r escru-
p u l o s a m e n t e los t i e m p o s de oración, c o n s a g r a a
Dios t o d o su q u e h a c e r diario, y así da testimonio
del S e ñ o r c o n su vida entera... (Stromata, 7).
SAN C L E M E N T E DE ALEJANDRÍA ( † 2 1 4 )
37. ¿CUÁNDO
SE DEBE ORAR?
S o b r e los m o m e n t o s de la o r a c i ó n n o te-
n e m o s n a d a prescrito; tan s ó l o q u e t e n e -
m o s q u e o r a r en t o d o t i e m p o y lugar.
P e r o , si se n o s p r o h i b e o r a r en p ú b l i c o , ¿ c ó m o se
d i c e e n t o d o l u g a r ? S e e n t i e n d e en t o d o l u g a r
d o n d e se considere o p o r t u n o o necesario. P u e s
los A p ó s t o l e s n o creyeron que q u e b r a n t a b a n el
p r e c e p t o c u a n d o oraron y cantaron a D i o s en la
cárcel, o y é n d o l e s los guardianes (Hch 16, 2 5 ) , n i
t a m p o c o P a b l o , q u e celebró la Eucaristía en el
b a r c o en p r e s e n c i a de todos (Hch 2 7 , 3 5 ) .
R e s p e c t o al t i e m p o , n o estará de m á s tener s e -
ñ a l a d a s u n a s horas: las q u e c o m ú n m e n t e se c o n -
sideran c o m o intermedias del día: tercia, sexta y
n o n a , q u e en la Escritura aparecen c o m o m á s s o -
l e m n e s . E n la h o r a de tercia, el Espíritu se infun-
dió p o r v e z p r i m e r a a los discípulos c o n g r e g a d o s .
Pero, el día q u e tuvo la visión de toda la c o m u n i -
d a d en a q u e l lienzo, h a b í a subido a orar a la plan-
ta alta d e la casa a la h o r a sexta (Hch 10, 9 ss.).
35
38. 36 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
Él m i s m o iba al t e m p l o a la h o r a de n o n a
c u a n d o dio la salud a u n paralítico ( H c h 3 , 1 ss.).
A u n q u e t o d o esto está d i c h o s e n c i l l a m e n t e y sin
n i n g ú n p r e c e p t o q u e lo prescriba, p a r e c e q u e
constituye u n a p r e s u n c i ó n que n o s exhorta a orar
y que n o s i m p o n e c o m o u n a ley de interrumpir
nuestras o c u p a c i o n e s p a r a la oración, lo m i s m o
que h a c í a D a n i e l , c u m p l i e n d o la n o r m a t i v a j u d í a
(Dn 6, 11); p o r tanto, h e m o s de orar al m e n o s tres
veces p o r día, p u e s h e m o s de dar culto al Padre,
al Hijo y al Espíritu S a n t o ; esto aparte de las ora
ciones r e g l a m e n t a d a s q u e se h a n de hacer, aun
q u e n o se diga n a d a de ello, al c o m i e n z o del día
y de la n o c h e . A d e m á s , n o está bien q u e los fieles
c o m a n o se aseen antes de rezar, p u e s h a y q u e
atender el a l i m e n t o y el c u i d a d o del espíritu an
tes que el d e la carne, p o r q u e lo celestial es prio
ritario a lo terreno (Tratado de la Oración, 25).
TERTULIANO ( † 220)
39. LA ORACIÓN
ES UN ARMA PODEROSA
E l q u e cree en la palabra de Jesús, q u e n o
p u e d e mentir, n o d u d a r á un instante e n
h a c e r oración, p u e s Él dice: P e d i d y se os
d a r á (...), p o r q u e t o d o el q u e p i d e r e c i b e ( M t 7,
7-8; L c 11, 9-10).
P i e n s o q u e las palabras de las oraciones de los
santos tienen gran p o d e r p o r q u e oran con espíri-
tu y m e n t e (1 C o 14, 1 5 ) . Salen de la b o c a c o n el
p o d e r de D i o s p a r a debilitar el v e n e n o de las p o -
testades adversas. Estos p o d e r e s m a l i g n o s influ-
y e n en la m e n t e de quienes descuidan la oración
y n o tienen en c u e n t a el m a n d a t o de orar s i e m p r e
(1 Ts 5, 1 7 ) . Salen de la b o c a c o m o u n d a r d o q u e
hiere los espíritus e n e m i g o s de Dios. L o s derrota
y aniquila c u a n d o ellos quieren e n r e d a r n o s c o n
lazos de p e c a d o (Sal 8, 3; Pr 5, 2 2 ) .
Y ¿ c ó m o c u m p l i r e m o s el p r e c e p t o de orar
s i e m p r e ? O r a c o n s t a n t e m e n t e el que u n e la ora-
37
40. 38 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
ción al c u m p l i m i e n t o de los deberes y las b u e n a s
obras a la oración. L a única m a n e r a de e n t e n d e r
el m a n d a t o de "orar s i e m p r e " (1 Ts 5 , 1 7 ) , tenien-
d o en c u e n t a nuestras limitaciones, es considerar
que la vida del santo en conjunto es u n a gran ora-
ción. L o que a c o s t u m b r a m o s llamar oración es,
p o r consiguiente, parte de la oración.
A t e n i é n d o n o s a la noción c o m ú n de oración,
h a y que practicarla tres veces al día. Esto se ve cla-
ro en la historia de Daniel, que oraba tres veces p o r
día, aun c u a n d o p o r ello corriese gran peligro su
vida (Dn 3, 13). San Pedro subió a la terraza para
hacer oración a la hora sexta cuando vio el lienzo
que bajaba del cielo atado por las cuatro puntas.
Practicaba el s e g u n d o de los tres tiempos de ora-
ción, c o m o dice David: "Porque a ti suplico, Señor,
ya de m a ñ a n a oyes m i voz; de m a ñ a n a te presen-
to m i súplica y m e q u e d o a la espera" (Sal 5, 3 ) .
El ú l t i m o t i e m p o de oración q u e d a indicado
así: " E l alzar de m i s m a n o s c o m o oración de la
t a r d e " (Sal 141, 2 ) . (Tratado de la Oración.)
ORÍGENES (†254)
41. LO QUE DEBEMOS PEDIR
Y a q u e h e m o s h a b l a d o de los beneficios
q u e p o r la oración reciben los santos,
p e n s e m o s en el dicho: " B u s c a d lo gran-
de; las c o s a s p e q u e ñ a s os v e n d r á n p o r a ñ a d i d u r a
(Mt 6, 3 3 ) . B u s c a d las c o s a s del cielo, las de la tie-
rra os v e n d r á n p o r añadidura." C u a l q u i e r s í m b o -
lo o tipo de c o m p a r a c i ó n en relación c o n a lo v e r -
d a d e r o y espiritual, es p e q u e ñ o y terreno. E l v e r -
b o de D i o s n o s e x h o r t a a que i m i t e m o s las oracio-
n e s de los santos y p i d a m o s la v e r d a d de lo q u e
ellos c o n s e g u í a n en figura. Esto es, que p i d a m o s
las celestiales y g r a n d e s cosas indicadas p o r las
terrenas y p e q u e ñ a s . El texto e v a n g é l i c o quiere
decir: "Vosotros, q u e deseáis ser espirituales, b u s -
c a d e n vuestras oraciones las c o s a s celestiales y
g r a n d e s , p a r a que, obteniéndolas, heredéis el rei-
n o de los cielos y disfrutéis g r a n d e m e n t e de las
cosas b u e n a s . E n c u a n t o a las cosas que n e c e s i t a
vuestra v i d a corporal, el Padre os la c o n c e d e r á e n
la m e d i d a q u e las necesitéis." P o r tanto, el q u e pi-
39
42. 40 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
de a Dios c o s a s terrenas y sin importancia, n o ha
ce lo q u e dice Dios, quien sin p r o m e t e r cosas te
rrenas o r d e n ó p e d i r las celestiales.
Todos c u a n t o s se d e d i c a n c o n a s i d u i d a d a la
o r a c i ó n , s a b e n m u y b i e n c ó m o ésta los a p a r t a
del p e c a d o y c ó m o los invita al ejercicio de las
virtudes.
H a y q u e orar, n o p a r a dejar de ser tentados,
cosa i m p o s i b l e , sino p a r a n o ser e n r e d a d o s en la
tentación, c o m o s u c e d e a los que son atrapados y
v e n c i d o s p o r ella.
C r e o q u e , si el que v a a la oración, se recoge u n
instante y se c o m p r o m e t e a sí mismo... si se es
fuerza c o n t o d o interés en recordar la majestad de
A q u e l a q u i e n se va a acercar, y p i e n s a en lo i m
p í o q u e sería acercarse a El con cierto a b a n d o n o y
desprecio, se hallará m á s dispuesto y atento a lo
largo de t o d a la oración (Tratado de la Oración).
ORÍGENES (†254)
43. PERMANECER
FIEL A LA ORACIÓN
A u n q u e t e n g a m o s dificultades para orar,
d e b e m o s imitar a Daniel, del que está
escrito: " E n t r ó en su casa. L a s v e n t a n a s
de su c u a r t o superior estaban orientadas h a c i a J e -
rusalén, y tres v e c e s al día se p o n í a de rodillas
o r a n d o y a l a b a n d o a su D i o s , c o m o h a b í a h e c h o
s i e m p r e " (Dn 6, 11).
A p r i m e r a vista, sus obligaciones p a r a c o n el
E s t a d o parecían o c u p a r todo su t i e m p o . N o o b s -
tante, p e r m a n e c í a fiel a la oración diaria, d a n d o
así al C é s a r lo q u e es del César, y a D i o s lo q u e es
de D i o s (Mc 1 2 , 1 3 - 1 7 ) .
Objetará a l g u n o : " ¿ P a r a qué ese riesgo? ¿ N o
p o d í a h a b e r o r a d o d u r a n t e el día en el interior de
su c o r a z ó n , y de n o c h e , si quería, dedicarse a la
oración en el secreto de su c a s a ? "
Yo contesto: Podría haberlo h e c h o , pero n o qui-
so. Si h u b i e r a p r o c e d i d o así, ministros y sátrapas
del E s t a d o p u d i e r a n h a b e r dicho con razón: " ¿ C ó -
4 1
44. 42 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
m o ? ¿Teme a su Dios pero al m i s m o tiempo tam-
bién al rey, p u e s acata sus ó r d e n e s ? " ¡Eso hubiera
sido hipocresía y n o sincera fe de un creyente!
Así d e m o s t r ó Daniel q u e temía m á s a D i o s que
a los h o m b r e s , y fue valiente ante la m u e r t e , y u n
ángel le salvó e n la fosa de los leones. Si, p o r el
contrario, se h u b i e s e s o m e t i d o servilmente du-
rante los treinta días al decreto real, n o h u b i e r a
d e m o s t r a d o fidelidad a D i o s según aquello q u e
sostiene q u e n a d i e p u e d e servir a dos señores.
Ésa fue s i e m p r e la artimaña del d e m o n i o : per-
siguió, a t o r m e n t ó a los santos, para que n o pu-
diesen elevar a D i o s sus m a n o s limpias. Él sabe
m u y b i e n q u e la oración de los santos trae al
m u n d o p a z , y al m a l v a d o la ira de Dios.
Así ocurrió cierta vez en el desierto: C u a n d o
Moisés alzaba las m a n o s , vencía Israel; m á s si las
bajaba un p o c o , vencía Amalee. Es lo que al presen-
te sucede entre nosotros: siempre que aflojamos en
el fervor de nuestra oración, vence el adversario;
pero cuando p e r m a n e c e m o s con valentía, fieles a
ella, el poder y la fuerza de los perseguidores se re-
ducen a nada. (Comentario al Libro de Daniel, a. 222).
SAN HIPÓLITO († 2 3 5 )
45. PRACTICAR LA ORACIÓN
Y LA ASCESIS
S olía decir a los h e r m a n o s q u e v e n í a n al
m o n t e , y recordarles, c o n frecuencia,
q u e t u v i e r a n fe y a m a r a n a Cristo, q u e se
g u a r d a r a n d e t o d o p e n s a m i e n t o i m p u r o y de los
p l a c e r e s c a r n a l e s , y s e g ú n el consejo de los P r o -
v e r b i o s " q u e n o fueran e s c l a v o s del v i e n t r e " (Pr
2 4 , 15), q u e h u y e r a n de la v a n a g l o r i a , y q u e " o r a -
s e n sin c e s a r " (1 Ts 5, 1 7 ) , q u e c a n t a r a n s a l m o s
antes de dormir, e i n t e r r u m p i e r a n el s u e ñ o p a r a
orar y s a l m o d i a r , m e d i t a r a n lo q u e s a b í a n de m e -
m o r i a , r e c o r d a r a n los e j e m p l o s de los santos, p a -
ra q u e s u a l m a e m p a p a d a en D i o s se a n i m a r a a
imitarles.
Y añadía: Para probarnos, lo mejor es obedecer
al A p ó s t o l que dice: " E x a m i n a o s y probaos a v o s o -
tros m i s m o s " (1 C o 13, 5); que cada u n o lleve dia-
riamente la cuenta de las acciones del día y de la
noche; y si alguno h a pecado, que p o n g a fin a sus
pecados; y el que n o h a pecado, que n o se gloríe de
ello, sino que persevere en el bien y en la oración.
43
46. 44 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
O r a b a m u c h o , p o r q u e había aprendido que
"es preciso orar i n c e s a n t e m e n t e " (1 Ts 5 , 1 7 ) ; y e s
c u c h a b a con tanta atención lo que se lee en la
iglesia que n o se le e s c a p a b a n a d a de las Escritu
ras, sino que lo c o n s e r v a b a todo en su m e m o r i a y
le servía de libro.
Decía: "Necesitamos, pues, practicar m u c h o la
oración y la ascesis para poseer la perfección (...) "
C o n t r a los d e m o n i o s , la mejor a r m a para ata
carlos es u n a v i d a h o n e s t a y la confianza en D i o s .
T i e m b l a n ante el ayuno, la ascesis, las vigilias, la
oración, la p a z y la m a n s e d u m b r e , el a m o r a los
pobres, la b o n d a d , la misericordia, y sobre todo,
la obediencia a Cristo (Ibíd., 5 5 ) .
M a n t e n e o s firmes y orad.
También decía que n o era perfecta la oración del
que se acuerda que ora, porque la perfecta oración
arrebata el espíritu, de m o d o que no hace estas re
flexiones ni se acuerda de otra cosa que de su Dios
con el que trata (san Atanasio, Vita Antonii, 5 5 ) .
SAN ATANASIO ( † 3 5 6 )
47. IMPORTANCIA
DE LA ORACIÓN DOMINICAL
E l Señor, entre otros p r e c e p t o s y consejos
s a l u d a b l e s c o n que p r o v e y ó a la salva-
ción de s u p u e b l o , le e n s e ñ ó t a m b i é n la
m a n e r a d e orar, y É l m i s m o aconsejó y e n s e ñ ó
t a m b i é n lo q u e d e b í a m o s pedir.
El q u e n o s dio la vida, con la m i s m a b e n i g n i d a d
c o n q u e se h a d i g n a d o d a m o s todas las cosas, n o s
e n s e ñ ó también a orar, para que m á s fácilmente
s e a m o s e s c u c h a d o s c u a n d o h a b l a m o s al Padre c o n
las súplicas y oraciones enseñadas p o r el Hijo.
P u e s , ¿qué oración p u e d e h a b e r m á s espiritual
q u e la q u e n o s h a e n s e ñ a d o el m i s m o D i o s ? Y
¿qué súplica m á s verdadera para con el Padre q u e
aquella q u e h a p r o c e d i d o de la b o c a de su Hijo?
D e m a n e r a q u e el orar de distinto m o d o del
q u e É l n o s e n s e ñ ó , n o sólo es ignorancia, s i n o
t a m b i é n culpa. P o r e s o dijo: " H a b é i s r e c h a z a d o el
m a n d a t o de D i o s p a r a establecer v u e s t r a tradi-
ción" (Mt 7 ) .
45
48. 46 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
O r e m o s , p u e s , h e r m a n o s carísimos, del m o d o
que Él, n u e s t r o M a e s t r o , n o s enseñó.
Es oración a m i g a y familiar el rogar a D i o s con
lo suyo. H a g a m o s que llegue a sus oídos la ora-
ción de Cristo, de m o d o que reconozca el Padre
las palabras de su Hijo en nuestras oraciones.
P u e s si Él h a d i c h o que cualquier cosa que pidié-
r a m o s al Padre en su n o m b r e , n o s la dará, ¿con
cuánta m a y o r eficacia c o n s e g u i r e m o s lo que pi-
d a m o s si lo h a c e m o s con su oración?
Pues, ¿ c u á n t o s son, h e r m a n o s carísimos, los
misterios de la oración dominical? ¡Oh, cuántos y
c u á n g r a n d e s , y c u á n c o m p e n d i o s a m e n t e resumi-
dos, y t a m b i é n , c u á n copiosos en virtudes espiri-
tuales! N o q u e d a absolutamente n a d a de doctri-
n a celestial sin ser c o m p e n d i a d o en esta oración
(De oratione dominica).
SAN CIPRIANO ( † 2 5 8 )
49. A LA ORACIÓN
HAN DE ACOMPAÑAR
LAS OBRAS
L os q u e o r a n n o h a n de presentarse ante
D i o s con preces estériles y v a n a s . E s b a l -
día la petición si se ruega a D i o s c o n
o r a c i o n e s sin obras. P u e s , c o m o t o d o árbol q u e
n o d a fruto, d e b e ser cortado y e c h a d o al fuego,
n o h a y d u d a q u e las palabras sin el fruto de las
obras n o p u e d e n m e r e c e r la aprobación de D i o s ,
p o r q u e es infecunda en obras. P o r lo m i s m o lo
advierte la S a g r a d a Escritura c o n estas palabras:
" B u e n a es la oración j u n t o c o n el a y u n o y la li-
m o s n a " (Jb 12, 8 ) . P u e s t o que, en el día del juicio
h a de p a g a r la r e c o m p e n s a p o r las obras y l i m o s -
nas, ahora también Dios escucha con benignidad
al q u e llega a la oración con b u e n a s obras.
D e ese m o d o , en fin, c u a n d o oraba el c e n t u -
rión C o r n e l i o , m e r e c i ó ser e s c u c h a d o . H i z o m u -
c h a s l i m o s n a s al p u e b l o y siempre estaba o r a n d o
47
50. 48 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
a Dios. A éste, c u a n d o un día estaba o r a n d o h a c i a
las tres de la tarde, se le presentó un ángel d á n d o
le t e s t i m o n i o d e sus b u e n a s obras y diciéndole a
Cornelio: "Tus oraciones y l i m o s n a s h a n s u b i d o
hasta la p r e s e n c i a de D i o s , que las tiene presen
tes" (Hch 1 0 , 2-4).
N o tardan en subir a D i o s las oraciones a las
que los méritos de nuestras obras acrediten ante
Dios. P o r eso, el ángel Rafael dio testimonio de la
oración continua de Tobías y de sus continuas
obras diciendo: " E s honroso manifestar y recono
cer las obras de Dios. E n efecto, cuanto tú y Sara
orabais, y o presenté vuestras oraciones en el acata
miento de Dios. Y c u a n d o sepultabas piadosamen
te a los muertos, levantándote al p u n t o de la m e s a
para enterrarlos, por eso fui enviado para probar
te, y de n u e v o m e h a enviado Dios a curarte a ti y
a Sara, tu nuera. Yo soy Rafael, u n o de los siete án
geles que asistimos en la presencia de Dios (Tb 12,
11-15)" (De oratione dominica).
SAN CIPRIANO ( † 2 5 8 )
51. FRECUENCIA
DE LA ORACIÓN
E n lo q u e toca a la frecuencia de la ora
ción, v e m o s q u e los j ó v e n e s c o n D a n i e l ,
c o n s t a n t e s en la fe y v e n c e d o r e s e n el
cautiverio, o b s e r v a r o n las h o r a s tercia, sexta, n o
n a , prefigurando el misterio de la Trinidad, q u e
se revelaría en los últimos tiempos. E n efecto,
d e s d e la h o r a p r i m a a la tercia, llena el n ú m e r o
tres; lo m i s m o de la h o r a cuarta a la sexta t a m b i é n
c u b r e tres, y de m a n e r a semejante de la s é p t i m a a
la n o n a , es decir, q u e p o r grupos ternarios de h o
ras se c u e n t a u n a perfecta trinidad.
D e s d e m u y atrás h a b í a n d e t e r m i n a d o estos in
tervalos d e h o r a s c o n sentido espiritual los a d o r a
dores d e D i o s y d e d i c a b a n a la oración e s o s tiem
p o s prescritos. Y d e s p u é s se p u s o de manifiesto
q u e h a b í a m i s t e r i o en lo q u e hacían anteriormen
te los j u s t o s , o r a n d o de tal m a n e r a .
C i e r t a m e n t e , a la h o r a tercia, d e s c e n d i ó s o b r e
los d i s c í p u l o s el Espíritu S a n t o , que realizó lo
49
52. 50 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES
p r o m e t i d o p o r el Señor, con sus dones. A s i m i s m o
Pedro, a la h o r a sexta, subió a la azotea de la ca-
sa, avisado p o r u n a visión y l l a m a d a de Dios, pa-
ra q u e admitiese la gracia del b a u t i s m o p a r a to-
dos, p u e s antes h a b í a vacilado en recibir a los
gentiles e n esa purificación.
El S e ñ o r fue crucificado a la hora sexta, a la h o -
ra n o n a lavó c o n s u sangre nuestros p e c a d o s , y
p a r a r e d i m i m o s y d a m o s vida, dio c i m a a la vic-
toria c o n la p a s i ó n , a esa hora.
Pero a d e m á s de las horas q u e g u a r d a b a n los
antiguos, h e r m a n o s a m a d í s i m o s , a nosotros se
n o s h a n a u m e n t a d o los t i e m p o s de orar a la v e z
q u e los m i s t e r i o s . P o r q u e t a m b i é n se h a de orar a
la m a ñ a n a m u y t e m p r a n o , para c o n m e m o r a r c o n
esa oración de la m a ñ a n a la resurrección del S e -
ñor. Esto y a lo e n s e ñ a el Espíritu S a n t o en los sal-
m o s c u a n d o se dice: " R e y m í o y Dios m í o , oraré
a ti p o r la m a ñ a n a ; Señor, oirás mis palabras, p o r
la m a ñ a n a estaré en tu presencia y te c o m p l a c e r é "
(Sal 4 , 3-5). Y en otro lugar, h a b l a p o r el profeta:
" A la aurora velarán, diciendo: V a m o s a volver-
n o s al S e ñ o r n u e s t r o D i o s (Os 6, 1 ) " (De oratione
dominica, 34-36).
SAN C I P R I A N O ( † 2 5 8 )
53. ORAR
SIN DISTRACCIONES
S ea, p u e s , nuestra ocupación u n c o n t i n u o
llanto y u n a continua oración. Éstas s o n
las a r m a s celestiales con q u e p e r s e v e r a n
y defienden nuestras almas. A y u d é m o n o s u n o s a
otros c o n o r a c i o n e s y c o n s o l é m o n o s c o n recípro-
ca c a r i d a d en nuestros trabajos.
C u a n d o o r a m o s d e b e m o s h a c e r l o con t o d o
n u e s t r o corazón, desterrando todos los p e n s a -
m i e n t o s c a r n a l e s y del siglo, a t e n d i e n d o ú n i c a -
m e n t e a la a c c i ó n q u e e s t a m o s e j e c u t a n d o . P a r a
esto, el sacerdote u obispo, antes de e m p e z a r la
o r a c i ó n , p r e p a r a los espíritus c o n esta a d v e r t e n -
cia: " E l e v a d los c o r a z o n e s . " Y el p u e b l o r e s p o n -
de: " Y a los t e n e m o s levantados al S e ñ o r " , c o n lo
q u e se n o s indica q u e p o r entonces s o l a m e n t e en
D i o s h e m o s de pensar.
H a y que orar sin distracciones. ¿ C ó m o queréis
que Dios os atienda en la oración, si vosotros m i s -
m o s n o os entendéis? Y ¿ c ó m o os atrevéis a pedir
5 1
54. 52 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
a Dios que n o os olvide, al m i s m o tiempo que v o
sotros m i s m o s os estáis olvidando? El que así ora,
con tanta negligencia, ofende a la Divina Majestad.
E m p l e e m o s nuestros ojos en la lección de las
D i v i n a s Escrituras; nuestras m a n o s en el ejercicio
de las b u e n a s obras; y nuestro espíritu en p e n s a r
en D i o s . O r e m o s sin cesar, a p l i c á n d o n o s conti
n u a m e n t e a las santas acciones, para dar gracias
a D i o s , n o c e s e m o s de orar y dar gracias t a m b i é n
a q u í (ibíd., 3 4 - 3 6 ) .
SAN C I P R I A N O ( † 2 5 8 )
55. GRACIAS
A LOS MONJES
L os monjes sois constantes en los ayunos y
m á s constantes aun en las oraciones (...).
Vosotros sois bienaventurados ante Dios
y el m u n d o m i s m o lo es p o r vosotros: gracias a v o -
sotros, los desiertos son lugares de culto y p o r
vuestras oraciones el orbe de la tierra p e r m a n e c e
i n c ó l u m e . Gracias a vuestras oraciones cae lluvia
sobre la tierra, el cielo verdea de hierba, los á r b o -
les proporcionan su fruta sana; y m u e s t r a la efica-
cia de vuestras súplicas el río que c a d a a ñ o c r e c e
r e g a n d o t o d o E g i p t o , dejando e m p a n t a n a d a la
tierra y p r o p o r c i o n a n d o a g u a a b u n d a n t e al mar.
Pues si Elias, c o m o está escrito, q u e se dejaba lle-
var de las pasiones h u m a n a s , sin embargo p o r su
oración impidió la lluvia y luego hizo que lloviera
n u e v a m e n t e t a m b i é n mediante su oración y así la
tierra dio su fruto, ¿cuanto m á s vuestra interce-
sión n o s será útil en nuestras peticiones? ¡Feliz
c i u d a d de Alejandría que os tiene p o r interceso-
53
56. 54 LA ORACIÓN E N LOS S A N T O S PADRES
res! S o d o m a y G o m o r r a n u n c a habrían sido redu
cidas a cenizas si hubieran habitado en ellas diez
justos; y t a m p o c o otras ciudades habrían sido des
truidas si hubieran tenido en su interior vuestra
santidad.
Vosotros estáis en el ejército de D i o s y c o n s
t a n t e m e n t e p o n é i s vuestras oraciones en su pre
sencia. " L o s ojos de D i o s m i r a n a los j u s t o s y s u s
oídos e s c u c h a n sus o r a c i o n e s " (Sal 3 3 , 1 6 ) . P o r
tanto, orad p o r el m u n d o , conscientes de que
Dios inclina su o í d o a las oraciones de los b u e n o s
y que la intercesión del h o m b r e justo tiene m u c h o
valor. A c o r d a o s siempre de nosotros. Vosotros te
néis a c c e s o libre al paraíso de las delicias; y las
p u e r t a s del p a r a í s o q u e el p e c a d o de A d á n cerró,
las abre vuestra entrega a D i o s " (Carta a los Mon
jes, XI: P. 40, 937).
SAN SERAPIÓN DE T H M U I S (†360)
57. REZAR EN SILENCIO
Y o m e acordé de vuestro n o m b r e p o r
la n o c h e . " El Profeta sabía m u y b i e n
que, en especial d u r a n t e la n o c h e ,
d e b e m o s recurrir a D i o s . Sabía q u e e n t o n c e s es
p r e c i s o a t e n d e r m á s a o b s e r v a r la ley, p o r s e r el
t i e m p o e n q u e los deseos i m p u r o s se introducen
en el a l m a (Sal 118).
E n el E v a n g e l i o , n o s p i d e el S e ñ o r q u e o r e m o s
en silencio en el secreto de nuestras a l m a s p a r a
q u e n u e s t r a oración sea m á s b i e n obra del c o r a -
zón q u e de la lengua. ¿Podría ser esto contrario a
las p a l a b r a s del Profeta: " Y o h e c l a m a d o c o n t o d o
m i c o r a z ó n " ? N o , p o r cierto, p u e s sabía m u y b i e n
aquel Profeta q u e m á s consiste (la oración) en el
c l a m o r del c o r a z ó n que en el de la b o c a .
Es la oración u n grito que n o ofende ni hiere
los oídos; p o r q u e es u n grito de la fe, un grito del
a l m a q u e penetra en los cielos y s u b e hasta el tro-
n o de D i o s , n o c o n el esfuerzo de la v o z , sino c o n
la virtud d e la fe.
55
58. 56 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
A q u e l , p u e s , c l a m a a D i o s con todo su c o r a z ó n
si le pide g r a n d e s cosas, si le suplica que le dé los
b i e n e s celestiales, que espera los b i e n e s eternos y
v i v e e n t r e t a n t o en la i n o c e n c i a y t e m o r de D i o s
(Sal 118).
Los ángeles están atentos a las oraciones de los
fieles y las ofrecen a D i o s diariamente ( H m 13 in
mat.).
Es preciso ser tan loco c o m o impío para dejar de
conocer que d e p e n d e m o s absolutamente de Dios,
y para creer, por el contrario, que cuanto hace, lo
podrá conseguir con sus propias fuerzas. Porque si
en nosotros h a y algún bien, sin duda viene de Dios.
Por lo cual, es preciso poner en Él toda nuestra es-
peranza, y confesar que del Señor nos viene todo, a
ejemplo del Profeta que clama: "Señor, vos sois m i
protector y m i redentor" (Sal 51).
SAN HILARIO († 367)
59. REZAR
C O N EL CORAZÓN
C u a n d o r e z a m o s , la iniciativa p a r a q u e
D i o s c o n c e d a su don, parte de n o s o -
tros; y si el d o n de D i o s d e p e n d e de
n u e s t r a iniciativa, d e p e n d e t a m b i é n de n o s o t r o s
b u s c a r l o , obtenerlo y que p e r m a n e z c a .
S o b r e t o d o p o r la n o c h e h a y que rezar a D i o s
e i m p l o r a r su favor. E l espíritu n o se d e b e a b a n -
d o n a r al r e p o s o p e l i g r o s o de las v e l a d a s n o c t u r -
n a s , s i n o q u e d e b e c o n s a g r a r s e a las p l e g a r i a s y
s ú p l i c a s y a la confesión de los p e c a d o s a fin d e
q u e , s o b r e t o d o c u a n d o se presenta u n a o c a s i ó n
de satisfacer los vicios del c u e r p o , tales v i c i o s
sean c o m b a t i d o s p o r el recuerdo de la ley divina.
Entre los n u m e r o s o s preceptos de la doctrina
e v a n g é l i c a , figura el silencio que el S e ñ o r n o s h a
e x i g i d o en la oración p a r a que nuestra petición
s e a s i l e n c i o s a , v e n g a de lo s e c r e t o de n u e s t r o
c o r a z ó n y la p a l a b r a o c u p e m e n o s lugar q u e el e s -
57
60. 58 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES
píritu. L o s secretos de nuestra oración son escu-
c h a d o s p o r D i o s p o r q u e Él penetra los secretos.
Parecería q u e h a y contradicción entre lo q u e en-
seña el E v a n g e l i o y lo q u e dice el profeta: " H e gri-
tado c o n t o d o m i corazón, e s c ú c h a m e S e ñ o r " (Sal
118, 145). P e r o el profeta sabe que es preciso q u e
su grito sea m á s del c o r a z ó n que de s u v o z ; p o r
eso su grito v i e n e del corazón. N o se trata a q u í
del s o n i d o e l e v a d o de la v o z , ni de u n a audición
en el s e n t i d o físico de la palabra, sino del grito de
la fe, del grito del espíritu h e c h o para ser e m i t i d o
n o p o r el esfuerzo de la v o z , sino p o r el espíritu
de la fe. G r i t a a D i o s c o n s u c o r a z ó n q u i e n le pi-
de g r a n d e s c o s a s , q u i e n i m p l o r a b i e n e s c e l e s t i a -
les, quien espera bienes eternos, quien vive
c u m p l i e n d o sus deberes c o n inocencia y t e m o r
de D i o s (Sal 118, 19, 1 ) .
SAN H I L A R I O ( † 3 6 7 )
61. LA ORACIÓN ES EFICAZ
PARA M O V E R AL S E Ñ O R
G ran a r m a d u r a es la oración, tesoro in-
deficiente, riqueza inagotable, p u e r t o
sereno, fundamento de tranquilidad,
raíz, fuente y m a d r e de i n n u m e r a b l e s b i e n e s : m á s
p o d e r o s a es la oración que el m i s m o reino.
La oración q u e asciende hasta el cielo n o es la
oración fría y llena de negligencia, sino aquella
que se h a c e c o n g e n e r o s o e m p e ñ o , c o n m e n t e ele-
v a d a y d o l o r de c o r a z ó n .
P o r tanto: h a b l a d m u c h o con D i o s y p o c o c o n
los h o m b r e s .
O r a d , p u e s , t a m b i é n vosotros p o r m í ; p o r q u e
la oración c o m ú n de m u c h o s , h e c h a con amor, es
eficaz p a r a m o v e r al Señor.
D e j e m o s de l a d o toda p r e o c u p a c i ó n y q u e
n u e s t r o ú n i c o c u i d a d o sea rogar a D i o s , n o sea
que s u furor n o s quite toda solicitud en aquella
v e n g a n z a q u e Él ejecutó contra los de S o d o m a ,
59
62. 60 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
quienes, distraídos c o n otros n e g o c i o s , n o quisie-
ron o c u p a r s e del ú n i c o importante: el de p e d i r la
c l e m e n c i a de D i o s c o n oraciones y p r o m e s a s .
O r a c i ó n a C r i s t o : C a i g o d e rodillas, Señor, p a -
ra a d o r a r t e . Te d o y g r a c i a s D i o s de b o n d a d , te
i n v o c o , o h D i o s de s a n t i d a d . A n t e ti d o b l o m i s
rodillas.
Tú a m a s a los h o m b r e s y y o te glorifico, oh
Cristo, Hijo ú n i c o y S e ñ o r d e todas las cosas, que
eres el ú n i c o sin p e c a d o . P o r mí, p e c a d o r e indig-
no, te h a s e n t r e g a d o a la m u e r t e , a la m u e r t e de
cruz. D e este m o d o h a s liberado a las a l m a s de las
ligaduras del m a l . ¿ Q u é te devolveré y o a c a m b i o
de tanta b o n d a d ? (Sal 43).
SAN EFRÉN († 5 7 9 )
63. ABRIRNOS
A LOS DONES DE DIOS
A p l i q u é m o n o s a la v i d a espiritual a fin
de llegar a ser hombres perfectos; só-
lo e n t o n c e s s e r e m o s a p t o s p a r a
o r a c i ó n , c u a n d o t e n g a m o s y a sujetas n u e s t r a s
la
p a s i o n e s , d e s t r u i d a en n o s o t r o s tal a d i c i ó n n a t u -
ral y v a c i a d o de t o d a p r e o c u p a c i ó n n u e s t r o e s p í -
ritu. E n t o n c e s , e n efecto, h a l l a n d o el E s p í r i t u
S a n t o n u e s t r a a l m a en r e p o s o y c o m u n i c a n d o a
n u e s t r a i n t e l i g e n c i a u n n u e v o poder, e n c e n d e r á
la l u z e n n u e s t r o s c o r a z o n e s , al m o d o c o m o se
enciende una lámpara bien preparada, donde
b a s t a a c e r c a r la l l a m a p a r a q u e l u e g o e m p i e c e a
d e r r a m a r s o b r e t o d o s los asistentes u n a luz b e -
néfica y g o z o s a . D i s p o n g a m o s , p u e s , ante t o d o
n u e s t r a s a l m a s p a r a recibir la luz d i v i n a , y de e s -
te m o d o h a g á m o n o s dignos de recibir los d o n e s
de D i o s . S i n o s d i s p o n e m o s a recibir estos d o n e s ,
el S e ñ o r n o s tratará c o m o a m i g o s y n o s invitará a
las v i r t u d e s m á s perfectas y s u b l i m e s .
61
64. 62 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
H a b l a d m u c h o c o n D i o s y p o c o c o n los h o m -
bres.
D u r a n t e toda la vida del h o m b r e n o h a y teso-
ro c o m p a r a b l e a la oración.
Lo que p o r tu debilidad n o p u e d a s recibir de
D i o s en u n d e t e r m i n a d o m o m e n t o , lo p o d r á s re-
cibir en otra o c a s i ó n si perseveras en la oración.
La oración es c o m o u n arco con el q u e lanza-
m o s a D i o s d a r d o s de santos y ardientes d e s e o s .
C o n e s t o s d a r d o s h e r i m o s el c o r a z ó n de D i o s y
triunfamos en El, hiriendo al propio t i e m p o y
d e s c o n c e r t a n d o a nuestros e n e m i g o s .
Si ( m e d i a n t e la o r a c i ó n ) n o s d i s p o n e m o s a
recibir e s t o s d o n e s , el S e ñ o r n o s tratará c o m o
a m i g o s y n o s invitará a las virtudes m á s perfec-
tas y s u b l i m e s , a l e g r á n d o s e nuestro corazón.
Si p o n e s gran e m p e ñ o en desentenderte de las
cosas del m u n d o c o n a l m a pura, p o d r á s v a c a r a la
c o n t e m p l a c i ó n de las cosas que n o se ven y rega-
larte y regocijarte en el recuerdo de D i o s (De Vit.
Spirit N.°21).
SAN EFRÉN (379)
65. LA ORACIÓN CONTINUA
Y o le invocaré en m i s días." Este santo
rey (David) indica q u e la m e d i d a de
su confesión y oración era toda la vi
da. N o s o t r o s , al contrario, c u a n d o h e m o s o r a d o
u n solo día, y a u n q u e n o sea m á s que u n a hora, o
h e m o s tenido el m e n o r p e n s a m i e n t o de dolor p o r
n u e s t r a s culpas, y a p e n s a m o s que e s t a m o s s e g u
ros, c o m o si h u b i é r a m o s e x p i a d o enteramente
nuestros p e c a d o s .
H a y q u e orar c o n fervor y perseverancia. E s
preciso i m p l o r a r el auxilio divino, p r o c u r a n d o n o
p e d i r l e c o n t i b i e z a , p o r q u e si se o r a c o n a p l i c a
c i ó n , e n v e z d e c o n s e g u i r lo q u e se p i d e , se m e
r e c e la i n d i g n a c i ó n d e D i o s , y la o r a c i ó n s e
c o n v i e r t e en p e c a d o .
" O r a d sin intermisión." Orarás sin intermisión
si tu oración n o se reduce a solas palabras, sino
q u e t o d o el m é t o d o de tu vida es c o n f o r m e a la
divina v o l u n t a d , de tal m o d o q u e p u e d a y m e r e z
ca tu v i d a llamarse oración continua.
63
66. 64 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
H a y q u e estar libres de todos los t u m u l t o s e x -
ternos y crear la p a z m á s c o m p l e t a en la intimi-
d a d del p r o p i o corazón; sólo entonces p o d r e m o s
e n t r e g a m o s a la c o n t e m p l a c i ó n de la verdad.
La o r a c i ó n a y u d a a la perfección. P o r esto, n o -
sotros, d á n d o n o s c u e n t a de vuestro d e s e o de lle-
gar a esa perfección, c o n la a y u d a de D i o s y de
vuestras o r a c i o n e s , n o s esforzamos en la m e d i d a
en q u e n o s lo p e r m i t e la luz del Espíritu S a n t o
p o r avivar la chispa del a m o r divino e s c o n d i d a
en vuestro interior.
C o n f í a , p u e s , en la b o n d a d divina, a g u a r d a
s u a u x i l i o . Ya s a b e s q u e , si n o s c o n v e r t i m o s a É l
de v e r a s , n o s ó l o n o n o s e c h a r á , s i n o q u e c o n la
o r a c i ó n t o d a v í a e n los l a b i o s , n o s dirá: " ¡ M i r a ,
aquí estoy!"
SAN BASILIO ( † 379)
67. N O A LAS MUCHAS
PALABRAS
SINO A LA INTENCIÓN
P a r a n o p a d e c e r d i s t r a c c i o n e s e n la o r a -
ción, h e m o s de persuadirnos,
D a v i d , de q u e D i o s siempre está presen-
te... P u e s si a u n e n presencia de los h o m b r e s ,
como
n u e s t r o s iguales, p r o c u r a m o s g u a r d a r tal c o m -
p o s t u r a y p a l a b r a s q u e n o hallen q u é reprender,
¡con c u á n t a m a y o r razón h a b r e m o s d e ser cir-
c u n s p e c t o s si n o s p e r s u a d i m o s de q u e e s t a m o s
delante de D i o s !
¿Por q u é D i o s n o n o s d a enseguida lo q u e le p e -
d i m o s ? P o r q u e el S e ñ o r conoce mejor que nosotros
lo que n o s conviene; y aun p u e d e ser q u e dilate
c o n c e d e m o s lo que n o s concede, con el fin de q u e
se lo p i d a m o s con m á s frecuencia y fervor, o p a r a
que c o n o z c a m o s que es don suyo y que si n o s lo
confiere d e b e r e m o s conservarlo con cuidado.
El A p ó s t o l dice: " O r a d c o n t i n u a m e n t e " (1 Ts 5,
17). Voy a explicar que h a y que orar continuamen-
65
68. 66 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
te y que este m a n d a m i e n t o es posible cumplirlo.
La oración es la petición de un bien hecho a Dios
por personas piadosas. Pero ni la realizamos sólo
con palabras ni Dios necesita que lo invoquemos
hablando, sino que conoce lo que nos conviene,
aunque n o se lo pidamos. Con esto queremos decir
que lo esencial de la oración n o está en los sonidos
que se pronuncian, sino que su fuerza reside m á s
bien en la intención del alma y en las obras virtuo-
sas que se extienden a toda la vida, pues se dice: "Ya
comáis, ya bebáis o hagáis cualquier cosa, hacedlo
todo para gloria de D i o s " (1 C o 10, 31). A l ponerte
a la m e s a , reza; al c o m e r el pan, da gracias al que
te lo h a dado; al t o m a r vino para fortalecer el
c u e r p o débil, acuérdate del que te h a h e c h o ese
regalo p a r a a l e g r a r el c o r a z ó n y aliviar las enfer-
m e d a d e s . ¿ H a s satisfecho la n e c e s i d a d de ali-
m e n t a r t e ? P u e s q u e n o t e r m i n e el r e c u e r d o del
benefactor. Si vistes u n a túnica, dale gracias a
Dios, quien te la regala; si te pones u n m a n t o , a m a
con m á s i n t e n s i d a d a D i o s , p o r q u e n o s h a pro-
p o r c i o n a d o v e s t i d o s a c o m o d a d o s al invierno y al
v e r a n o p a r a p r o t e g e r nuestra vida y cubrir la
desnudez.
SAN BASILIO ( † 3 7 9 )
69. ESTAR U N I D O A D I O S
e h a a c a b a d o el día? D a gracias al q u e
n o s h a p r o p o r c i o n a d o el sol p a r a p o -
¿S d e r realizar los trabajos d i u r n o s y n o s
regala el fuego p a r a a l u m b r a r la n o c h e y p a r a
otras n e c e s i d a d e s de la vida. H a s de e n c o n t r a r en
la n o c h e n u e v o s m o t i v o s p a r a la oración: c u a n d o
mires al cielo y c o n t e m p l e s la belleza de los as-
tros, i n v o c a al S e ñ o r de las cosas invisibles y a d o -
ra al Artífice perfecto del universo q u e h i z o t o d o
con sabiduría (cf. Sal 103, 24). Al observar toda la
naturaleza a n i m a l dormida, adora de n u e v o a
A q u e l que m e d i a n t e el sueño n o s relaja de los
c o n t i n u o s trabajos aun sin nosotros quererlo, y
n o s repara el v i g o r y las fuerzas con u n b r e v e d e s -
c a n s o . Q u e la n o c h e n o sea toda ella c o m o propie-
dad p r i v a d a y e x c l u s i v a del sueño, y n o p e r m i t a s
q u e la m i t a d de tu v i d a sea inútil p o r el s o p o r del
s u e ñ o y la oración. M á s aún, hasta los m i s m o s
s u e ñ o s h a n de ser ejercicio de p i e d a d . P o r q u e las
fantasías de los s u e ñ o s suelen ser vestigios y ras-
tros de las o c u p a c i o n e s diurnas; y, p o r tanto, s e -
67
70. 68 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
g ú n sean las p r e o c u p a c i o n e s de nuestra vida, así
serán t a m b i é n nuestros s u e ñ o s . E n conclusión,
orarás c o n t i n u a m e n t e si n o dejas de rezar n o c o n
palabras, s i n o p o r la u n i ó n c o n D i o s en t o d o s tus
q u e h a c e r e s , d e m o d o q u e tu v i d a sea u n a conti-
n u a e i n i n t e r r u m p i d a oración (Sobre el martirio de
santa Julita).
C u a n d o p i d e s y n o recibes, es p o r q u e p i d e s
mal, o p o r q u e te c a n s a s , o p o r q u e pides lo que n o
te c o n v i e n e (Regla Monástica I ) .
SAN BASILIO ( † 379)
71. T Ú ERES NUESTRO PADRE
C u a n d o reces, procura n o pedir u n a c o -
sa p o r otra e irritar así al Señor: n o pi-
das dinero, gloria h u m a n a , poder, ni
n a d a pasajero; pide m á s bien el Reino de Dios y El
te dará todo lo necesario para el cuerpo, c o m o El
m i s m o dice: "Buscad el Reino de Dios y su justicia,
y todo lo d e m á s se os dará por añadidura" (Mt 6,
33). H a y dos clases de oración: la de la alabanza con
humildad y la de petición, que es inferior. Por tan-
to, cuando ores, no pases inmediatamente a la peti-
ción porque entonces demuestras que oras sólo m o -
vido por la necesidad. Cuando entres en oración,
deja a la mujer, a los hijos y a ti mismo, abandona la
tierra y asciende hasta el cielo, deja toda criatura vi-
sible e invisible y comienza a alabar al Creador del
universo y mientras lo alabas n o desvíes tu mente
para acá y para allá ni en fábulas al estilo griego, si-
n o inspírate en la Segunda Escritura y di: "Señor, te
bendigo a ti, que eres clemente y misericordioso,
que cada día tienes paciencia conmigo pecador, y
nos das a todos la posibilidad de la conversión. Por
esto callas y nos aguantas, Señor, para que te alabe-
69
72. 70 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
m o s a ti que administras la salvación del género hu-
mano: unas veces con castigos, otras con amenazas,
otras por los profetas y finalmente nos has visitado
con la venida de Cristo. Tú nos has creado y n o n o -
sotros. Tú eres nuestro Dios."
C u a n d o h a y a s glorificado y alabado a Dios si-
guiendo las Escrituras según tus fuerzas, c o m i e n z a
con la oración de h u m i l d a d : "Señor, n o s o y d i g n o
de h a b l a r c o n t i g o p o r q u e s o y m u y pecador." Y lo
h a s de decir a u n q u e n o te acuerdes de n i n g ú n p e -
c a d o , p o r q u e n a d i e h a y sin p e c a d o sino sólo
D i o s , p u e s a u n c o m e t i e n d o m u c h o s p e c a d o s , de
la m a y o r í a de ellos n o n o s d a m o s c u e n t a (...). P o r
tanto, ora a D i o s c o n t e m o r y h u m i l d a d . Y c u a n -
d o h a y a s d i c h o la o r a c i ó n de h u m i l d a d , dirás:
"Te d o y g r a c i a s , S e ñ o r , p o r q u e h a s sido p a c i e n t e
con m i s p e c a d o s y n o m e h a s c a s t i g a d o h a s t a
a h o r a , a u n q u e m e h i c e d i g n o de p a d e c e r i n n u -
m e r a b l e s s u p l i c i o s y de ser e c h a d o de tu presen-
cia; p e r o tu b o n d a d c l e m e n t í s i m a fue m a g n á n i m a
c o n m i g o . Te d o y gracias aunque n o p u e d o corres-
p o n d e r a la m a g n i t u d de tu clemencia."
SAN BASILIO ( † 379)
73. REZAR
EN PRESENCIA DE D I O S
C u a n d o h a y a s a c a b a d o las d o s partes
p r i m e r a s de la oración — l a a l a b a n z a y
la h u m i l d a d — , e n t o n c e s p i d e lo q u e
h a s de pedir, p e r o n o dinero, n i gloria terrena, ni
salud c o r p o r a l , c o m o y a dije, p u e s D i o s , q u e te
creó, c u i d a de tu salud. L o que h a s de pedir, c o -
m o está d i c h o , es el R e i n o de D i o s , p u e s E l p r o -
v e e r á las n e c e s i d a d e s del cuerpo. P u e s n u e s t r o
R e y es de s u p r e m a d i g n i d a d y se indignaría si le
pidiéramos cosas pequeñas o no convenientes.
C u i d a , p o r tanto, c u a n d o ores, que n o se indigne,
y p i d e c o s a s d i g n a s de este R e y que es D i o s . Y
c u a n d o p i d a s cosas dignas de D i o s , n o desistas
h a s t a q u e las consigas, c o m o dice el S e ñ o r en el
E v a n g e l i o (cf. L c 9, 5 - 8 ) . (...) A h o r a bien, c u a n d o
alguien está e n audiencia con u n a autoridad, está
c o n m u c h o t e m o r y tiene tanto la m i r a d a e x t e r n a
c o m o la interna del a l m a atenta p a r a n o distraer-
se o despistarse. ¡ C u á n t o m á s h e m o s de estar c o n
71
74. 72 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
t e m o r y t e m b l o r ante Dios y tener nuestra m e n t e
centrada sólo en Él, evitando cualquier distrac
ción! Pues Él n o sólo ve el exterior del h o m b r e , c o
m o los d e m á s , sino también el interior. P o r tanto,
si así estás en la presencia de Dios, concentrado a
ti m i s m o , n o desistas hasta que obtengas lo que
pides. P e r o si tu c o n c i e n c i a te a c u s a de n e g l i
g e n c i a y e s t á s e n la o r a c i ó n c o n la m e n t e distraí
da, p u d i e n d o e s t a r a t e n t o , n o te atrevas a p o
n e r t e en p r e s e n c i a de D i o s p a r a n o c o n v e r t i r tu
o r a c i ó n e n p e c a d o . Pero si, debilitado p o r el p e
cado, n o p u e d e s rezar sin distracción de la m e n t e ,
esfuérzate todo lo que p u e d a s y mantente en la
presencia de D i o s , teniendo la m e n t e dirigida ha
cia Él y reconcentrándote en ti m i s m o . E n t o n c e s
Dios te p e r d o n a r á porque, si n o p u e d e s estar c o
m o conviene delante de Dios, n o es p o r desprecio,
sino p o r debilidad. Si así te esfuerzas para toda
b u e n a obra, n o ceses hasta conseguir tu petición
(P. G. 2, 31).
SAN BASILIO († 379)
75. PEDIR
CON CONFIANZA
C u a n d o p i d a s algo a D i o s , l l a m a a su
p u e r t a c o n constancia, p o r q u e " t o d o
el que p i d e , recibe y el que b u s c a , en-
c u e n t r a y al q u e l l a m a , se le a b r e " (Lc 11, 1 0 ) . (...)
P e r o a l g u n o dirá: " h e p e d i d o m u c h a s v e c e s y n o
he r e c i b i d o " . S e g u r o que es p o r q u e h a s p e d i d o
m a l , sin confianza, de m o d o distraído o c o s a s
q u e n o te c o n v i e n e n ; y si h a s p e d i d o c o s a s que te
c o n v i e n e n , n o h a s p e r s e v e r a d o en la oración,
p u e s está escrito: " C o n la p a c i e n c i a salvaréis
v u e s t r a s a l m a s " (Lc 2 1 , 1 9 ) , y "el que p e r s e v e r e
hasta el fin, se s a l v a r á " (Mt 10, 2 2 ) . D i o s c o n o c e
el c o r a z ó n de los que le suplican. E n t o n c e s , m e
dirás, ¿ q u é n e c e s i d a d tiene de nuestra p e t i c i ó n ?
¿ N o c o n o c e n u e s t r a s n e c e s i d a d e s ? ¿Para qué p e -
dirle? C i e r t o q u e D i o s c o n o c e lo q u e n e c e s i t a m o s
y n o s p r o p o r c i o n a c o n a b u n d a n c i a lo n e c e s a r i o
p a r a el c u e r p o y, c o m o es b u e n o , h a c e llover s o -
bre j u s t o s e injustos y quiere q u e el sol salga s o -
bre b u e n o s y m a l o s , antes de que nosotros se lo
73
76. 74 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES
p i d a m o s . P e r o la fe, las o b r a s virtuosas y el R e i -
n o de los cielos n o los o b t e n d r á s si n o los p i d e s
con m u c h a insistencia y p e r s e v e r a n c i a . P r i m e r o
h a y q u e d e s e a r l o , d e s p u é s b u s c a r l o c o n sinceri-
d a d , fe y c o n s t a n c i a , sin q u e la c o n c i e n c i a te a c u -
se de n e g l i g e n c i a o distracción y, c u a n d o D i o s
quiera, los recibirás, p u e s Él s a b e m e j o r q u e tú
c u á n d o te c o n v i e n e . Y q u i z á s se retrasa en darte
lo q u e p i d e s p a r a h a c e r t e m á s p e r s e v e r a n t e y
p a r a q u e c o n o z c a s q u e es regalo de D i o s y lo
c o n s e r v e s c o n c u i d a d o . P u e s lo q u e u n o h a c o n -
s e g u i d o c o n m u c h o trabajo, se esfuerza en g u a r -
darlo, no sea que perdiendo aquello, pierda
t a m b i é n s u m u c h o trabajo y p e r d i e n d o t a m b i é n
la gracia de D i o s se h a g a i n d i g n o d e la v i d a eter-
na. ¿ D e q u é le sirvió a S a l o m ó n h a b e r recibido
p r o n t o el d o n de la sabiduría, si l u e g o lo p e r d i ó ?
(Cont. Asc. c. 1, P. 31).
SAN BASILIO ( † 379)
77. EJEMPLO
DE LOS MONJES
S a b e n q u e nuestra gloria es la c o m u n i d a d
m o n a c a l de h o m b r e s y mujeres, que c o n
su espíritu p e r m a n e c e n ya en el cielo.
Ellos crucificaron su c u e r p o j u n t o con sus p a s i o -
n e s y tentaciones. Ellos ya n o se p r e o c u p a n de
aquello q u e v a n a c o m e r o vestir, sino aquella
oración p o r la que, sin perder el t i e m p o , día y n o -
che, están u n i d o s a D i o s , aun c u a n d o trabajan
c o n sus m a n o s .
D e s p u é s de la lectura siguen las oraciones. L a s
a l m a s , en las cuales el a m o r a D i o s se originó,
c u m p l e n c o n m á s rapidez y perseverancia. L a
oración q u e e l e v a la m e n t e a D i o s es b u e n a . J u s -
t a m e n t e en esto está la v i d a de D i o s en n o s o t r o s ,
c u a n d o r e c o r d a m o s que el S e ñ o r vive en n o s o -
tros. D e esta forma, s o m o s t e m p l o s de D i o s , p r o -
c u r a n d o q u e esta u n i ó n n o se interrumpa a c a u s a
de las p r e o c u p a c i o n e s terrenales, las inquietudes,
y c u a n d o las p a s i o n e s turban el intelecto. Q u i e n ,
75
78. 76 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES
pues, a m a a D i o s y h u y e de t o d o esto, se orienta
a D i o s , aleja de su c o r a z ó n las pasiones que lo
c o n d u c e n al p e c a d o y p e r m a n e c e en la lucha que
lo llevó a las v i r t u d e s (Carta a san Gregorio
Nacianceno).
Y, ¡qué p u e d e dar m á s suerte, aquí en la Tierra,
que imitar los coros de los ángeles! C u a n d o a ca-
da o c u p a c i ó n p r e c e d e la oración, c u a n d o c o n can-
tos, c o m o c o n sal, c o n d i m e n t a m o s las o c u p a c i o -
nes, los cantos h e r m o s o s y espirituales d a n al al-
m a alegría y e s p e r a n z a d a tranquilidad (Carta a
san Gregorio Nacianceno).
SAN BASILIO ( † 379)
79. EL CANTO
DE LOS SALMOS
E
m p e z a r el día c o n h i m n o s . Ir a la m a d r u -
g a d a a la oración c o n cantos e h i m n o s ,
a l a b a n d o al C r e a d o r y luego, c o m o el sol
m á s c l a r a m e n t e ilumina, volver al trabajo. L o s
s a l m o s s o n tranquilidad para el a l m a , principio
de paz, q u e tranquiliza los atormentados e inquie-
tos p e n s a m i e n t o s , q u e n o solamente d o m i n a n la
turbulenta ira, la despertada cólera espiritual, si-
n o q u e la c o n d u c e a la misericordia. L o s s a l m o s
fortifican a los c o n g r e g a d o s , reconcilian a los
o f e n d i d o s , y entre a m i g o s , i n d u c e n al amor.
¿ Q u i é n e n t o n c e s p u e d e tener p o r e n e m i g o a
a q u e l c o n el c u a l j u n t o s elevan s a l m o s a D i o s ? Y
el canto de s a l m o s u n e c o n aquel b i e n m á s grande
q u e es el amor. Este canto es c o m o si encontrara
algún porvenir, u n a e s p e r a n z a , u n a p r e d i s p o s i -
ción a una actitud conciliadora. Los himnos ahu-
y e n t a n a los d e m o n i o s y traen la protección de los
ángeles.
77
80. 78 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES
Es m u y i m p o r t a n t e orar con h u m i l d a d y c o n
fervor. "Tú, hijo, c u a n d o v a y a s a rogar al Señor,
póstrate h u m i l d e m e n t e en su presencia y n o pi-
das n a d a p o r tus propios méritos. A u n q u e t e n g a s
conciencia de h a b e r h e c h o algo b u e n o , ocúltalo,
p a r a q u e en tu silencio te sea restituido a b u n d a n -
t e m e n t e p o r el Señor. N o d e b e s acordarte de lo
b u e n o que h a y a s h e c h o , sino, p o n e n s e g u i d a tus
p e c a d o s a la vista, p a r a que D i o s los borre c u a n -
d o los h a y a s c o n f e s a d o . C u a n d o te v a y a s a confe-
sar, n o te justifiques, p a r a q u e n o salgas c o n d e n a -
do c o m o el fariseo. A c u é r d a t e del p u b l i c a n o y c ó -
m o o r a b a p o r sí, e imítalo p a r a que alcances el
p e r d ó n de tus p e c a d o s " (Hom. Sal, 1).
SAN BASILIO ( † 379)
81. INVOCAR
PRIMERO A D I O S
N o ores c o n v o z c l a m o r o s a al que c o
n o c e los secretos, sino m á s bien llame
a sus oídos el c l a m o r de tu corazón.
N o te p r o l o n g u e s ante Él con d e m a s i a d a s pala
b r a s , p o r q u e D i o s n o será aplacado p o r las m u
c h a s p a l a b r a s , s i n o p o r el a l m a i n m a c u l a d a . E n el
t i e m p o de la oración aleja de ti toda malicia del
corazón, y si tienes algo contra tu prójimo, p e r d ó
nalo. H a y u n a raza de serpientes que, c u a n d o b e
b e n agua, antes de acercarse a la fuente, v o m i t a n
t o d o el v e n e n o . Imita la astucia de esta serpiente
y arroja de tu a l m a t o d o el a m a r g u í s i m o v e n e n o .
P e r d o n a a tu c o n s i e r v o los cien denarios, p a r a
que te sea p e r d o n a d a a ti la d e u d a de los diez m i l
talentos. P u e s , así c o m o quieras que sea D i o s p a
ra c o n t i g o , sé tú para tu consiervo.
C u a l q u i e r acción que e m p r e n d a s , i n v o c a pri
m e r o a D i o s y n o dejes de darle gracias c u a n d o la
hayas consumado.
79
82. 80 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES
B u s c a a D i o s e i n v ó c a l o de t o d o corazón y lo
alcanzarás, y n o lo dejes ir c u a n d o lo tengas, p a
ra que se u n a tu a l m a c o n su amor.
Aplícate e n tu v i d a p a r a ofrecer a D i o s u n a
oración p u r a , y n o turben tu corazón los p e n s a
m i e n t o s v a n o s , ni tu a l m a sea llevada h a c i a diver
sos sitios.
R e c u e r d a q u e estás bajo los ojos de D i o s , q u e
m i r a los secretos del c o r a z ó n y c o n o c e lo oculto
de las a l m a s . M a n t e n t e con atención en la presen
cia de D i o s d u r a n t e el t i e m p o de la oración y d e
los s a l m o s (P. G. 3 2 ) .
SAN BASILIO ( † 379)
83. CANTAR
CON VIGILANCIA
Y SABIDURÍA
N o te o p r i m a el s u e ñ o del a l m a y n o e s -
tén discordes el sentimiento y la len-
gua, sino en c o n s o n a n c i a , y de a m b o s
b r o t e n las p a l a b r a s , p o r q u e c o m o es i m p o s i b l e
servir a d o s señores, así t a m p o c o p o d r á elevarse
a D i o s la o r a c i ó n divina.
N o transcurra para ti t i e m p o a l g u n o ocioso o
v a c í o , de día o de n o c h e . Te c o n v i e n e v e l a r p a r a
q u e p u e d a s h u i r m á s fácilmente de la tentación
inminente.
Si los p e n s a m i e n t o s s ó r d i d o s t u r b a s e n tu c o -
r a z ó n y te llevaran a h a c e r lo q u e n o es lícito,
sean e x p u l s a d o s de tu a l m a p o r las o r a c i o n e s y
las vigilias. P u e s la o r a c i ó n es la gran defensa del
a l m a . P o r las o r a c i o n e s p u r a s n o s es d a d o t o d o
c u a n t o es útil p a r a n o s o t r o s , y t o d o lo n o c i v o
h u i r á sin d u d a .
81