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Maio 2006 
«Tradutores Precisam-se»: A imagem da Tradução Transmitida pelos Anúncios de Emprego 
Références cognitives implicites et construction du sens : le cas de la langue de la publicité en anglais et en français 
Loyalty and Fidelity in Specialized Translation 
Problemas, errores y técnicas en la traducción audiovisual: análisis contrastivo entre la versión original y el doblaje y subtitulado de Con faldas y a lo loco 
MYOCOR: creación y explotación de un corpus sobre enfermedades neuromusculares 
El proceso terminográfico multilingüe con WordSmith Tools 
Entrevista a Danilo NOGUEIRA 
Tiago Tejo
A CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica é uma revista independente e transdisciplinar que tem por objectivo reunir estudiosos, tradutores, especialistas, clientes e outros profissionais que trabalham com a tradução nas áreas das Ciências Exactas e Naturais, Engenharias e Tecnologias, Ciências da Saúde, Ciências Jurídicas, Economia e Localização de e para a língua portuguesa em toda a sua diversidade. 
A CONFLUÊNCIAS é uma publicação em formato electrónico, de acesso livre e gratuito. 
COLABORADORES. 
Comissão de Redacção. 
Ana Hermida Ruibal (Portugal) Edite Prada (Portugal) 
Eliene Zlatkin (Brasil) Ida Rebelo (Brasil) 
Isabel Coutinho Monteiro (Portugal) Vicky Hartnack (Portugal) 
Comissão Científica. 
Amparo Hurtado Albir (Espanha) Ana Julia Perrotti-Garcia (Brasil) 
André Antunes Soares de Camargo (Brasil) Antonio Augusto Gorni (Brasil) 
Artur Portela (Portugal) Carlos Castilho Pais (Portugal) 
Christiane Nord (Alemanha) Conceição Carvalho (Macau) 
Diva Cardoso de Camargo (Brasil) Eduardo Lopes d’Oliveira (Portugal) 
Enilde Faulstich (Brasil) Fernando A. Navarro (Espanha) 
Fernando Ferreira-Alves (Portugal) Heloisa Gonçalves Barbosa (Brasil) 
Hermínio Duarte-Ramos (Portugal) Jacques Pélage (França) 
Jacques Vissoky (Brasil) João Roque Dias (Portugal) 
Jorge Cruz (Portugal) José Antonio Sabio Pinilla (Espanha) 
Manuel Gomes da Torre (Portugal) Margarita Correia (Portugal) 
M.ª Manuela Fernández Sánchez (Espanha) M. Teresa Cabré (Espanha) 
Oscar Diaz Fouces (Espanha) Pedro Coral Costa (Portugal) 
Ricardo Muñoz Martín (Espanha) Rodolfo Alpízar Castillo (Cuba) 
Rute Costa (Portugal) Sonia Colina (Estados Unidos da América) 
Virgínia Matos (Portugal) Vivina Figueiredo (Portugal) 
FICHA TÉCNICA. 
Directora. Rosário Durão. 
Directoras-Adjuntas. Ana Julia Perrotti-Garcia e Fátima Dias. 
Periodicidade. Semestral (Maio e Novembro). 
Entidade Proprietária e Editor. Maria do Rosário Frade Durão. 
Contribuinte N.º. 152 886 486. 
Morada e Sede de Redacção. Rua Jorge Colaço, 35, 4.º Esq. – 1700-252 Lisboa – Portugal. 
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Correio electrónico. confluencias@confluencias.net. 
ISSN. 1645-9350. 
© CONFLUÊNCAS – Revista de Tradução Científica e Técnica.
CONFLUÊNCIAS 
ÍNDICE 
Editorial ........................................................................................................................................................ 3 
Artigos e Comunicações: 
Tradução e Localização 
Fátima DIAS 
ƒ «Tradutores Precisam-se»: A imagem da Tradução Transmitida pelos Anúncios de Emprego .......................................................................................................................................... 5 
Marco A. FIOLA et Michelle DEMERS 
ƒ Références cognitives implicites et construction du sens : le cas de la langue de la publicité en anglais et en français ................................................................................... 14 
Christiane NORD 
ƒ Loyalty and Fidelity in Specialized Translation ................................................................. 29 
Lucía RUIZ ROSENDO 
ƒ Problemas, errores y técnicas en la traducción audiovisual: análisis contrastivo entre la versión original y el doblaje y subtitulado de Con faldas y a lo loco ......... 42 
Terminologia e Lexicologia 
Helena SÁNCHEZ TRIGO 
ƒ MYOCOR: creación y explotación de un corpus sobre enfermedades neuromusculares ........................................................................................................................ 67 
Chelo VARGAS SIERRA 
ƒ El proceso terminográfico multilingüe con WordSmith Tools ...................................... 84 
Entrevista 
ƒ Entrevista a Danilo NOGUEIRA, Tradutor ......................................................................... 108 
Notas e Apontamentos 
Ana BRUM 
ƒ Superior Search: Ferramenta de Optimização de Pesquisa de Informação ............... 114 
Glossários 
Ana BRUM 
ƒ Glossário de Contabilidade ...................................................................................................... 116 
Recensões Críticas e Resumos de Teses e Dissertações 
Rafael Lanzetti Ayres FARIA 
ƒ Domesticação e Estrangeirização nas Estratégias e Procedimentos Tradutórios de Tradutores Aprendizes ............................................................................................................. 122 
Relatórios de Eventos e Actividades 
Fátima DIAS 
ƒ «Workshop de Tradução Jurídica» ........................................................................................ 130 
Ana Julia PERROTTI-GARCIA 
ƒ Seminário sobre Novas Tecnologias – União Latina 2006 ........................................... 132 
Ana Julia PERROTTI-GARCIA 
ƒ «III Jornada de Tradução e Terminologia do CITRAT» .................................................... 141 
Notas sobre os Autores .......................................................................................................................... 143
EDITORIAL 
C O N F L U Ê N C I A S – R e v i s t a d e T r a d u ç ã o C i e n t í f i c a e T é c n i c a , N . º 4 , M a i o 2 0 0 6 : 3 - 4 
Os números de tema livre permitem criar uma revista com uma grande abrangência de conteúdos. É o que acontece neste quarto número da CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica. 
Fátima Dias faz um levantamento dos anúncios de emprego de um semanário português de grande tiragem, entre 2000 e 2004, e descreve os principais traços do retrato dos Fornecedores de Serviços de Tradução que deles se eleva. Marco Fiola e Michelle Demers apontam os resultados de um estudo no qual analisam as referências cognitivas extratemáticas de textos publicitários, em francês e inglês, como parte de um trabalho de investigação mais vasto sobre o conceito de cultura geral dos estudantes de tradução especializada em inglês e francês. Segundo uma concepção dos tradutores como negociadores interculturais, Christiane Nord introduz o princípio da lealdade do tradutor em relação ao leitor, ou leitores, do texto de chegada e ao autor, ou autores, do texto de partida, como forma de equilibrar o princípio da fidelidade da Skopostheorie. Lúcia Ruiz Rosendo observa as versões traduzida e legendada do filme de Billy Wilder, Some Like It Hot, para castelhano, sistematizando os problemas e erros de tradução e detectando as técnicas de tradução utilizadas e o modo como as referências culturais que percorrem o filme foram resolvidas. 
No que se refere à terminologia, Elena Sánchez Trigo apresenta os critérios adoptados na criação e utilização do MYOCOR, um corpus electrónico sobre doenças neuromusculares com interesse para os profissionais da mediação interlinguística, entre os quais se encontram os tradutores. Chelo Vargas Sierra descreve uma metodologia para a exploração de corpora especializados através do programa WordSmith Tools. 
O entrevistado deste número é Danilo Nogueira, tradutor especializado em Finanças e áreas afins, que desvenda um pouco do seu percurso e partilha connosco as suas opiniões sobre o que é ser tradutor neste mundo informatizado e globalizado, sobre a relação dos tradutores com as ferramentas que os assistem e sobre a sua experiência com clientes.
EDITORIAL 
Ana Brum brinda-nos com dois contributos, um breve apontamento sobre as vantagens de uma ferramenta de pesquisa de informação nos nossos computadores, o Superior Search, e um glossário de Contabilidade. 
A Rafael Ayres Faria devemos o resumo da sua dissertação de mestrado sobre as estratégias de tradução mais utilizadas pelos estudantes em início de formação e os que se encontram num estádio mais avançado dos seus estudos e uma proposta das razões que explicam as diferenças encontradas. 
Por último, Fátima Dias fala-nos de uma oficina de tradução jurídica que teve lugar em Portugal e Ana Julia Perrotti-Garcia de dois eventos decorridos no Brasil: um seminário sobre novas tecnologias da União Latina e uma jornada sobre tradução e terminologia do CITRAT. 
A concluir este breve editorial, agradecemos a todos os que, directa e indirectamente, colaboraram na criação do presente número da CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica e lembramos que o tema do próximo número é «As Ciências Tecnológicas e a Tradução em Língua Portuguesa». ■ 
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ARTIGOS E COMU 
tradução e localização 
CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica, N.º 4, Maio 2006: 5-13 
NICAÇÕES 
«TRADUTORES PRECISAM-SE»: A IMAGEM DA TRADUÇÃO TRANSMITIDA PELOS ANÚNCIOS DE EMPREGO 
FÁTIMA DIAS 
British Council, Portugal 
Resumo: 
Análise sumária dos dados obtidos a partir de uma recolha de textos de anúncios classificados em que se solicitam Fornecedores de Serviços de Tradução. Reflexões sobre o contributo dos mesmos para a imagem da Tradução em Portugal. 
Palavras-Chave: 
Fornecedores de Serviços de Tradução; Imagem da profissão; Mercado; Portugal. 
Abstract: 
A brief analysis of data obtained from a compilation of texts of employment advertisements asking for Translation Service Providers. An overview of their contribution towards the image of Translation in Portugal. 
Keywords: 
Translation Service Providers (TTSP); Professional image; Market; Portugal. 
A imagem do tradutor e do mundo da Tradução em Portugal, como noutros países, não é, como se sabe, a desejada pelos profissionais do meio. Os tradutores são frequentemente ignorados, desconhecidos, desvalorizados. Alguns autores têm, mesmo, dedicado parte do seu tempo a discorrer sobre o assunto, a estudar as razões para que tal aconteça, a avaliar estratégias para melhorar a imagem destes profissionais. Entre eles, Lawrence Venuti escreveu The Translator’s Invisibility, onde debate vários modos e
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
estratégias que conduziram à «marginalidade cultural» do tradutor e à desvalorização da obra daqueles que escrevem por palavras suas o que outros criaram. 
Para a imagem muitas vezes negativa da Tradução contribuem, naturalmente, as «más traduções», às quais se tem acesso de diversos modos, embora, em Portugal, seja, porventura, a legendagem aquela que, pela sua visibilidade, mais pessoas toca e mais comentários desencadeia. Mas, também, o facto de os críticos literários, ao escreverem sobre um determinado livro, se esquecerem muitas vezes de fazer qualquer menção ao tradutor (mesmo que o seu acesso à obra tenha sido pura e exclusivamente via obra traduzida), contribui para o «esquecimento» do labor do tradutor. Jornais como o Expresso são, neste caso, de louvar, pelo simples facto de mencionarem sempre o nome do tradutor quando indicam os detalhes bibliográficos de uma obra; ainda assim, é raro os seus críticos se debruçarem sobre a qualidade da tradução dessas mesmas obras. 
Mas muitas outras instâncias contribuem para a imagem da Tradução. Uma delas é o objecto deste trabalho. Decidimos investigar como são os anúncios de emprego publicados a pedir profissionais na área: o que pedem, o que especificam enquanto características exigidas desses profissionais, para que imagem dos tradutores e do mundo da Tradução contribuem. A escolha recaiu sobre o jornal Expresso, por ser o meio de publicação de grande parte dos anúncios de emprego destinados a profissionais com um nível de qualificação médio-superior, que é, normalmente, o caso dos tradutores. 
Fica, por isso, no ar a pergunta: se não por via de anúncios publicados em periódicos, como se faz, então, essa busca de profissionais? 
DATAS E NÚMERO DE ANÚNCIOS 
A investigação abrangeu os anos de 2001 a 2004, inclusive. Durante estes quatro anos, publicou-se no jornal Expresso um total de setenta e cinco anúncios classificados na área da Tradução, um número ínfimo se comparado com os anúncios a solicitar profissionais doutras áreas 1. Tal número foi, de certa forma, surpreendente pois, durante estes anos, sabemos que ocorreram alturas de grande procura de tradutores, épocas em que o trabalho era muito e os empregadores da área da Tradução procuravam activamente profissionais para poderem responder a todas as solicitações. Fica, por isso, no ar a pergunta: se não por via de anúncios publicados em periódicos, como se faz, então, essa busca de profissionais? 
Em termos do estudo proposto, registámos os seguintes números no período em análise: 
1 A título meramente informativo, na área das Tecnologias da Informação, numa única edição do «Expresso Emprego», o número de anúncios classificados ascendia aos dezassete. 
6
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
2001 – 21 anúncios publicados 
2002 – 17 anúncios publicados 
2003 – 18 anúncios publicados 
2004 – 19 anúncios publicados 
Importou, também, saber como era a divisão da procura entre os diversos meses do ano. Haveria épocas de maior procura? Épocas altas e épocas baixas? Foram estes os dados obtidos: 
01234JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez 
FIGURA 1. Número de Anúncios em 2001 - Total: 21 01234JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez 
FIGURA 2. Número de Anúncios em 2002 - Total: 17 7
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
0123456JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez 
FIGURA 3. Número de Anúncios em 2003 - Total: 18 0123456JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez 
FIGURA 4. Número de Anúncios em 2004 - Total: 19 
Depois de analisados os dados, surgiram algumas primeiras impressões. Em primeiro lugar, é de referir que não estamos diante de uma imagem completa e verdadeira do mercado, já que a maior parte dos profissionais do ramo da Tradução são, habitualmente, recrutados por via directa e não de anúncios classificados. Isto acontece porque as empresas e gabinetes de Tradução, do mesmo modo que as editoras e outros clientes habituais no mercado da Tradução, recebem regularmente cartas, acompanhadas de currículos, nas quais os tradutores oferecem os seus serviços. Por este motivo apenas muito raramente surge a necessidade de recrutar profissionais da área, o que contribui decisivamente para o número reduzido de anúncios surgidos: num período de quatro anos, registou-se um ínfimo total de apenas setenta e cinco em cerca de 200 edições do Expresso. 
Ainda relativamente ao número de anúncios, será de referir que esses quatro anos se revelaram muito semelhantes. E quanto à sua distribuição ao longo do ano, os dados indicam que, em termos gerais, os meses com maior número de anúncios são Fevereiro, 
8
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
Março e Maio, enquanto que os meses com menor número de anúncios são Novembro, Janeiro, Junho e Julho. 
QUEM COLOCA ANÚNCIOS A SOLICITAR OS SERVIÇOS DE TRADUTORES? 
Segundo os dados obtidos, verificámos que a distribuição se faz deste modo: 
• Empresas/Gabinetes de Tradução: 31 anúncios 
• Outras empresas: 13 anúncios 
• Organismos internacionais: 7 anúncios 
• Editoras: 3 anúncios 
• Sem indicação: 21 anúncios 
Numa análise mais detalhada dos dados, encontrámos, dentro das cinco categorias acima indicadas, os seguintes organismos ou empresas: 
Empresas/Gabinetes de Tradução (todos os encontrados): 
• Traducta 
• VIP 
• Guia 
• ELFP 
• Linguist Services 
• Meta Language 
• Alphatrad 
De entre as empresas e gabinetes de Tradução, não podemos deixar de referir a Traducta, uma das grandes fornecedoras nacionais de serviços na área da Tradução, que publicou, nada mais, nada menos, do que onze anúncios no período estudado. Trata-se da empresa de Tradução com mais classificados publicados no Expresso no período decorrente entre 2001 e 2004. 
Entre as restantes entidades representadas, contam-se, a título exemplificativo, as seguintes: 
• Banco de Portugal 
• Esso 
• E. Leclerc (cadeira de supermercados) 
• Alter, SA (laboratório farmacêutico) 
• Escritório de advogados (sem indicação da designação) 
• Vale do Lobo (estância turística) 
9
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
Em termos de organismos internacionais, apenas dois surgem a publicar anúncios a solicitar tradutores. São eles a Organização Mundial de Saúde, que publicou três anúncios para delegações em países africanos durante o período estudado, e o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, no Luxemburgo, com quatro anúncios, dois deles em 2001, um no final de 2002 e o último em Janeiro de 2003. 
QUAIS SÃO OS REQUISITOS EXIGIDOS? 
Um outro dado que quisemos aferir foi se a procura efectuada distinguia o tipo de tradutor, isto é, se os anúncios mencionavam ou não, especificamente, o requisito de tradutor técnico ou literário, ou se figurava, meramente, o termo tradutor, partindo-se, assim, do princípio que se procurava um tradutor de carácter generalista. Verificámos que, dos setenta e cinco anúncios publicados, trinta requeriam um tradutor técnico, apenas em quatro casos a busca dizia respeito a tradutores literários e, nos restantes quarenta e um casos, não havia qualquer indicação quanto à área de Tradução, pelo que se conclui que se procurava um tradutor generalista. 
Outra das características que investigámos foi a do estatuto profissional do tradutor, em termos de ligação à entidade empregadora. Assim, quisemos saber se os empregadores procuravam tradutores, tendo por objectivo a sua introdução nos seus quadros, ou se, em alternativa, a figura do profissional liberal continuava a ser a mais procurada. Além disso, de entre os que, pelo menos aparentemente, desejavam incluir os tradutores nos seus quadros, recolheram-se os dados relativos ao horário de trabalho, nomeadamente, se pretendiam oferecer um emprego a tempo inteiro ou, apenas, em tempo parcial. Os dados obtidos foram os seguintes: 
dos setenta e cinco anúncios publicados, trinta requeriam um tradutor técnico, apenas em quatro casos a busca dizia respeito a tradutores literários e, nos restantes quarenta e um casos, não havia qualquer indicação quanto à área de Tradução 
• Tempo inteiro: 22 anúncios 
• Tempo parcial: 3 anúncios 
• Trabalhador independente: 19 anúncios 
• Sem indicação: 31 anúncios 
Um dos factores que mais contribui para aquilo a que chamámos a imagem da Tradução transmitida pelos anúncios de emprego é, justamente, a formulação do anúncio e, acima dos demais factores, a indicação expressa dos requisitos que se julga ser conveniente encontrar num bom profissional da área. Assim, em termos de requisitos, indicamos abaixo alguns dos encontrados, divididos em categorias: 
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ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
• Formação académica: 
- Licenciatura em Línguas e Tradução 
- Curso do ISLA ou equivalente 
• Formação linguística: 
- Fluência em Inglês (ou outra língua) 
- Sólidos conhecimentos de Espanhol (ou outra língua) 
- Domínio da língua portuguesa 
- Conhecimento perfeito de Português 
• Experiência profissional: 
• Informática: 
- Conhecimentos de informática na óptica do utilizador 
- Conhecimentos de Trados, Transit, etc. 
- Utilização avançada de MS Office 
- Ligação à Internet 
• Outros requisitos: 
- Cultura geral elevada 
- Disponibilidade 
- Produtividade mínima 
- Excelente capacidade de redacção e tradução 
Infelizmente, uma grande parte dos anúncios não especifica tais requisitos, limitando- se a solicitar os serviços de um tradutor, sem indicar devidamente o que desse profissional é requerido em termos de formação e características. 
Ainda em termos de requisitos, não queremos deixar de chamar a atenção para o requisito «Curso do ISLA ou equivalente», um requisito algo datado e que levanta a questão de saber sobre qual será o «curso do ISLA» a que o redactor do anúncio se refere. 
Por último, a título mais uma vez ilustrativo, creio ser útil transcrever alguns dos textos dos anúncios encontrados. Os exemplos indicados são-no sobretudo por estes anúncios se terem, de algum modo, destacado dos demais, quer por serem invulgarmente explícitos naquilo que procuravam (o caso do exemplo 3), quer por serem «pobres» no texto apresentado (damos como exemplo o texto número 2), quer por serem exemplos marcantes do tipo de anúncio que mais surge no «Expresso Emprego» (ainda o caso do exemplo número 2), e, por último, por serem uma marca daquilo que continua a ocorrer, ou seja, a «confusão» entre as tarefas de secretariado e a função de um tradutor (o caso do exemplo número 1). 
11
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
Exemplo 1: 
«E. LECLERC 
Figueira da Foz 
Primeira insígnia em França no mercado da Grande Distribuição, com mais de 600 hipermcercados na Europa. 
Recrutamos para o nosso Hipermercado da Figueira da Foz (m/f) 
[...] 
Secretária/Tradutora 
Reporta ao Administrador e ao Director da Loja 
PERFIL 
Licenciada em Línguas e Tradução Bilingue Francês/Português. 
Bons conhecimentos de informática na óptica do utilizador. 
Com experiência em funções similares. 
Muito dinâmica, responsável e polivalente. 
Idade entre 23 e 35 anos. 
OFERECEMOS 
Remuneração compatível com experiência demonstrada e grau de responsabilidade. 
Integração em equipa jovem e dinâmica.» 
Exemplo 2: 
«Empresa líder no mercado procura: 
TRADUTORES(AS) 
Região de Lisboa 
Língua ALEMÃ e INGLESA 
na área da Química, Bioquímica e Mecânica. 
Resposta ao n.º [...]» 
Exemplo 3: 
«Empresa em crescimento no ramo das Traduções procura para colaboração em regime de part-time, full-time e freelance (m/f) : 
TRADUTORES 
Resposta por e-mail para tradutores@....pt com indicação explícita de : 
• pares de línguas que traduz 
• áreas de especialização 
• software que utiliza 
• experiência profissional 
• regime de trabalho em que está interessado/a 
• disponibilidade.» 
A título de conclusão, daria relevância a alguns dos dados surgidos. Por exemplo, o facto de as habilitações requeridas para exercer a tarefa a que os anúncios se referem 
12
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
serem mencionadas, apenas, numa pequena parte dos anúncios, algo que raramente acontece noutros anúncios em busca de profissionais de outras áreas. Esta ocorrência dá-se, também, por exemplo, na área de Farmácia, onde surgem frequentemente anúncios a solicitar «Farmacêuticos»; mas, aqui, cremos tratar-se de uma situação bem diferente, já que as pessoas que se denominam farmacêuticos terão de estar inscritas na Ordem profissional respectiva e possuir, como tal, uma qualificação profissional reconhecida, o que não acontece, ainda, com os tradutores. 
A experiência profissional é tida como bastante importante, sendo requisito em cerca de 30 % dos anúncios encontrados, embora não se apresente como fundamental – certamente uma boa-nova para os muitos recém-licenciados dos múltiplos cursos na área da Tradução actualmente existentes. 
Muitos anúncios continuam a «confundir» a Tradução com as tarefas de Secretariado, como vimos no Exemplo 1, acima transcrito, algo que está directamente ligado à imagem que alguns sectores continuam a ter da Tradução, mas também à formação dos profissionais na área, que, em casos pontuais, continua ligada a uma formação base na área do Secretariado. 
A experiência profissional é tida como bastante importante, sendo requisito em cerca de 30 % dos anúncios encontrados, embora não se apresente como fundamental 
Alguns anúncios pedem «tradutores de todas as línguas» e «em todas as áreas». Se referirmos o facto de o Ethnologue registar, actualmente, a existência de 6.912 línguas vivas catalogadas e o facto, notório, de que as áreas do conhecimento são inúmeras, tal situação resulta, no mínimo, estranha, para não dizer totalmente absurda. 
Pormenores como este, que ressaltam desta análise sumária dos dados obtidos, constituem apenas um entre diversos e múltiplos factores que contribuem para gerar na mente de muitos, e sobretudo daqueles que se encontram mais afastados do meio e que pouco sabem sobre ele, uma ideia distorcida sobre o mundo da Tradução em Portugal. ■ 
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ARTIGOS E COMU 
tradução e localização 
CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica, N.º 4, Maio 2006: 14-28 NICAÇÕES 
REFERENCES COGNITIVES IMPLICITES ET CONSTRUCTION DU SENS : LE CAS DE LA LANGUE DE LA PUBLICITE EN ANGLAIS ET EN FRANÇAIS 
MARCO A. FIOLA ET MICHELLE DEMERS 
Département d’études langagières, Université du Québec en Outaouais, Canada 
Résumé: 
Les auteurs prennent appui sur les résultats d’une étude des références implicites utilisées dans les textes de langue générale pour analyser un corpus de textes publicitaires, afin de vérifier si l’usage des références implicites dans les textes de spécialité varie selon les paires de langues, en l’occurrence en français et en anglais. Ils sont ainsi amenés à faire un constat qui semble confirmer le caractère singulier du texte publicitaire. Ce constat pourrait servir à affiner la notion de la compétence traductionnelle, notamment à l’égard des connaissances extralinguistiques essentielles non seulement à la compréhension, mais aussi à la réexpression exacte et idiomatique de ces textes. 
Mots-Clés: 
Traduction; Anglais; Français; Implicite; Publicité. 
Resumo: 
Os autores apoiam-se nos resultados de um estudo das referências implícitas utilizadas nos textos de língua geral para analisar um corpus de textos publicitários, a fim de verificar se o uso das referências implícitas nos textos desta especialidade varia entre pares de línguas, no caso, o francês e o inglês. Eles são, assim, levados a fazer uma constatação que parece confirmar o caráter singular do texto publicitário. Esta constatação poderia servir para refinar a noção da competência traducional, principalmente com respeito aos conhecimentos extralingüísticos essenciais, não apenas para a compreensão, mas também para a reexpressão exata e idiomática destes textos. 
Palavras-Chave: 
Tradução; Inglês; Francês; Tácito; Publicidade.
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
tradução e localização 
Abstract: 
Based on the findings of a research on implicit references used in general-language texts, the authors are looking at a corpus made of advertisements in order to ascertain that the use of implicit references in specialized texts varies according to languages pairs, in this case French and English. Their findings lead them to conclude that the results seem to confirm the peculiarity of advertising texts as a genre. In addition, their findings may be used to better understand what translation competence really entails, especially with respect to world-knowledge, which is crucial not only to fully understand texts to be translated, but also to re-express the meaning of these texts both accurately and idiomatically. 
Keywords: 
Translation; English; French; Implicit; Advertising. 
1. INTRODUCTION 
Au Canada, la préparation de la relève en traduction incombe en grande partie à une dizaine d’établissements universitaires depuis le milieu du siècle dernier. Au fil des années, les attentes des employeurs ont évolué et il va sans dire que les universités ont été amenées à ajuster le tir plus d’une fois depuis, et ce, afin de s’assurer que la formation initiale en traduction professionnelle prépare effectivement la relève à assumer le rôle qui l’attend sur le marché de la traduction. Par exemple, durant les années 1990, avec l’avènement des technologies de pointe qui ont bouleversé la pratique des professions langagières, certaines universités canadiennes ont entrepris d’augmenter leurs programmes de formation d’un fort pourcentage de cours axés sur l’utilisation de ces outils d’aide à la traduction. Soulignons que, dans son rapport final, le Comité sectoriel de l’industrie canadienne de la traduction (1999, 91) a émis quelques remarques sur le contenu des programmes de formation en traduction, à partir des compétences observées chez les nouveaux traducteurs, remarques qui faisaient état de certaines lacunes auxquelles les universités désireuses d’éviter tout décalage entre la formation et la pratique ont tenté, et tentent toujours, de suppléer. Le Rapport signalait, entre autres choses, le manque de culture générale chez les nouveaux traducteurs à leur entrée sur le marché du travail. On peut donner raison aux employeurs, car nombreux sont les formateurs de traducteurs qui observent également un changement à l’égard des connaissances générales des nouveaux étudiants en traduction, et il semble effectivement y avoir décalage entre la culture générale attendue par les employeurs et celle des nouveaux étudiants en traduction. 
D’aucuns se demanderont en quoi la culture générale peut être importante dans le cadre d’une pratique professionnelle telle que la traduction. À cet égard, on fera un rapprochement entre la démarche traductionnelle et la démarche rédactionnelle. On sait d’ores et déjà que la démarche de rédaction sous-entend que le rédacteur postule une coopération du lecteur (voir Eco 1985) et que, par conséquent, il se fait généralement une représentation schématique de son lectorat (à qui il s’adresse, 
15
ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 
16 
quand, où, etc.), et que ce sont les caractéristiques de cette représentation qui guideront le rédacteur dans le choix du registre, du lexique et de la mesure dans laquelle il pourra faire l’économie de certains contenus qu’il juge implicites. Par exemple, une lettre destinée à un collègue de travail immédiat sera construite différemment d’une lettre à l’intention d’un destinataire qu’on n’a jamais rencontré. Or, comme nous l’avons indiqué précédemment, il semble exister certaines lacunes à l’égard des connaissances générales permettant aux jeunes traducteurs de pleinement comprendre les textes, au même titre que le « lecteur modèle » issu de la représentation que les auteurs de textes traduits se font du lectorat, et ces lacunes font obstacle à la pleine compréhension, donc à la traduction, des textes à traduire : toute incompréhension mène à un échec de l’opération traductionnelle. Par conséquent, si les employeurs considèrent que les nouveaux traducteurs sont en quelque sorte inopérants, il est impératif que les formateurs de traducteurs se penchent sur cette problématique. C’est cette problématique qui est au coeur de notre projet de recherche. 
2. COMPÉTENCE TRADUCTIONNELLE, COMPRÉHENSION ET CONNAISSANCES GÉNÉRALES 
On connaît mal la place qu’occupent les connaissances générales au sein de la multicompétence traductionnelle. Toutefois, il est de plus en plus reconnu que ces connaissances s’inscrivent dans un tout beaucoup plus large – le bagage cognitif –, qui est composé de l’« [e]nsemble des connaissances acquises qui constituent le savoir permanent d’une personne » (Delisle et coll. 1999, 150). Or, comme on le trouve dans Fiola (2002, 111-112), c’est grâce à son bagage cognitif, partant en partie à ses connaissances générales, que le traducteur sera en mesure d’« appréhender des textes de nature variée sans perdre de temps à l’élucidation de concepts fondamentaux. » On peut aller encore plus loin en affirmant qu’elles permettent au traducteur de discerner, à l’étape de la lecture du texte à traduire, ce qui est compris de ce qui ne l’est pas; par ailleurs, on peut même aller jusqu’à dire que la richesse du bagage cognitif, couplée à l’expérience de travail et à la connaissance des domaines de spécialité, permet au traducteur de distinguer ce qui est compris d’emblée de ce qui est tenu pour compris, à tors, le traducteur chevronné étant généralement capable de déceler tout écart à l’intégrité cohésive du texte. En effet, un des plus grands risques qui guettent le traducteur – novice ou chevronné – n’est pas de ne pas comprendre à la première lecture le texte qu’il doit traduire, mais plutôt de traduire ce qu’il a cru comprendre sans en être totalement certain. Cette acuité de lecture se manifeste également dans la capacité du lecteur-traducteur de reconnaître tout recours à l’intertextualité 1. Afin 
1 « L’intertextualité, c’est l’[e]nsemble des relations qu’un texte, et notamment un texte littéraire, entretient avec un autre ou avec d’autres, tant au plan de sa création (par la
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d’illustrer notre propos, citons un extrait d’un texte (Québec Sciences juillet-août 2004, p. 29) traitant de la cuisson des pommes de terre frites : 
« L'inaccessible étoile 
Tenter, en dépit des brûlures, d'atteindre l'inaccessible étoile. Celle qui, à tous coups, émergera de son bain d'huile parée de sa robe dorée et craquante. Celle dont l'intérieur moelleux amortira chaque fois le choc de la morsure passionnée du «fritophile». Telle est la quête de Martin Scanlon, chercheur au département des sciences alimentaires de l'université du Manitoba. » [c’est nous qui soulignons] 
Dans cet extrait, l’auteure tente de montrer, avec un certain humour, comment certains chercheurs essaient de percer le secret de la frite parfaite. Or, aux yeux du lecteur profane, rien n’indique pourquoi l’auteure fait référence à une inaccessible étoile alors qu’il est question de pommes de terre frites. Pour le traducteur qui n’a pas reconnu que l’auteure a repris plusieurs strophes à la chanson La quête de Jacques Brel, il sera impossible de recréer un effet équivalent dans la langue d’arrivée; d’aucuns opteront pour la littéralité, d’autres verront une difficulté, la gommeront pour l’éviter. Bref, il leur sera difficile de choisir la stratégie appropriée pour donner un effet équivalent à leur traduction. Le seul recours aux connaissances linguistiques ne peut mener qu’à l’échec, car le transcodage, ou traduction lexicale, de ce passage, compte non tenu de la référence intertextuelle, donnerait lieu au mieux à une traduction suspecte, au pis aller à une incohérence. Le traducteur averti déduira peut- être que l’auteure a donné un ton littéraire à son texte et cherchera à pousser plus loin ses recherches afin d’élucider le véritable sens du passage et ne restera pas au simple plan de la signification des éléments. Le fruit de ses recherches lui permettra par la suite de décider d’une stratégie appropriée visant à donner un effet équivalent dans sa traduction. C’est en vertu de sa capacité de saisir pleinement la structure et la mécanique discursive et rhétorique du texte à traduire que le traducteur pourra mettre en oeuvre la stratégie de traduction qui lui permettra de produire un effet d’équivalence dans sa traduction, d’où l’importance pour les traducteurs – nouveaux et aguerris – d’avoir une culture générale suffisante. 
un des plus grands risques qui guettent le traducteur – novice ou chevronné – n’est pas de ne pas comprendre à la première lecture le texte qu’il doit traduire, mais plutôt de traduire ce qu’il a cru comprendre sans en être totalement certain 
Le recours aux références faisant appel aux connaissances antérieures du lecteur sous toutes leurs formes est relativement répandu. La notion d’intertextualité recoupe en partie ce que Archer (1986, 170-171) appelle « cultural bumps ». 
citation, le plagiat, l’allusion, le pastiche, etc.) qu’au plan de sa lecture et de sa compréhension, par les rapprochements qu’opère le lecteur. » (Le Petit Larousse 2005). 
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« A culture bump occurs when an individual from one culture finds himself or herself in a different, strange, or uncomfortable situation when interacting with persons of a different culture. This phenomenon results from a difference in a way people from one culture behave in a particular situation from people in another culture. » 
Nous croyons, comme Leppihalme (1997), que ces « obstacles culturels », qui peuvent soit éclairer, soit freiner la communication, sont également présents dans les textes, donc qu’ils peuvent avoir une incidence sur la traduction, et que ces obstacles sont issus tant du fonds littéraire que du fonds socioculturel général des locuteurs. Cette prise de position nous amène donc à postuler qu’il est possible d’aller plus loin et de supposer que la source de ces « références cognitives 2» dépasse le domaine littéraire. La culture populaire, qui constitue le fonds de connaissances générales dont il sera question plus loin, est effectivement riche en exemples du genre, comme nous démontrerons à la section suivante. 
Précisons que la notion de connaissances générales se distingue de celle de « connaissances extra-linguistiques », telle qu’exprimée par Roberts (1985, 344-345) et reprise par Delisle (1992, 42). En effet, ces auteurs font ressortir l’importance pour le traducteur de connaître certaines disciplines spécialisées, et ce sont ces connaissances extralinguistiques qui permettront au traducteur d’aborder plus facilement la traduction de textes associés à ces disciplines. On pensera, par exemple, aux domaines de la science et de la technologie, des sciences sociales et de l’économie. Or, s’il est crucial pour le traducteur d’avoir sinon une spécialisation, au moins la capacité de se documenter afin de comprendre et de réexprimer un message avec une compétence s’approchant le plus possible de celle d’un expert (Fiola 2004, 431), il ne faut pas négliger pour autant ces connaissances générales, que Lederer (1994, 211) appelle le bagage cognitif, dont la portée dépasse celle de la connaissance des domaines de spécialité pour englober le concept de « culture générale » dans son sens le plus large. Ce sont ces connaissances qui, selon les employeurs, semblent faire défaut aux jeunes traducteurs. 
Pour mieux préparer les étudiants à répondre à cette exigence, les universités pourraient jouer un rôle déterminant de deux façons : d’abord, en évaluant la culture générale des étudiants avant leur entrée dans un programme de traduction et ainsi éliminer les candidats dont la culture générale (ou la curiosité et la motivation) est insuffisante pour ensuite adapter le programme de formation pour favoriser l’acquisition de connaissances et d’attitudes. Évidemment, pour que les universités puissent y arriver, il tient d’abord de mieux cerner la notion de culture générale chez un traducteur. 
2 Dans le présent article, la notion de « référence cognitive » renvoie à tout mot ou syntagme constituant un élément d’information extralinguistique et extratextuelle, c’est-à-dire toute information dont la compréhension sollicite le recours à un savoir linguistique et extralinguistique acquis antérieurement. 
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Notre recherche se propose d’apporter des éléments de réponse afin de définir en partie ce qu’est la culture générale comme élément de compétence traductionnelle dans un contexte de traduction de textes pragmatiques, en anglais et en français. À partir de textes susceptibles d’être traduits par des traducteurs novices, nous souhaitons faire ressortir les références cognitives pour ensuite les analyser afin de déterminer si certains domaines sont plus sollicités que d’autres, en français et en anglais, puis de comparer les résultats obtenus dans les deux langues de travail. 
3. HYPOTHÈSE 
Nous posons l’hypothèse selon laquelle l’usage des références cognitives dans les processus discursifs des textes de spécialité varie selon les langues. En effet, nous croyons que, tout comme pour les textes de langue générale (voir Fiola à paraître), la fréquence d’usage des références cognitives, thématiques et extrathématiques, de même que les éléments de discours implicites faisant appel à un bagage propre à la langue, varie selon la langue du discours. 
Notre recherche se propose d’apporter des éléments de réponse afin de définir en partie ce qu’est la culture générale comme élément de compétence traductionnelle dans un contexte de traduction de textes pragmatiques, en anglais et en français 
Pour illustrer notre propos, voyons un premier exemple, extrait d’un article paru dans le journal Atlantic News (Brewster 6 février 2004) : 
« Many of you have been wondering if I'm about to take a walk in the snow," he said […]. "Well, I'm not. » 
L’expression « take a walk in the snow » est passée dans l’usage en anglais à la suite de la déclaration de Pierre Elliot Trudeau, à l’occasion de laquelle il avait annoncé qu’il avait pris un moment de réflexion (en faisant une promenade par une nuit d’hiver) et avait décidé de quitter la vie politique. 
Une traduction littérale de cette citation laisserait le lecteur francophone quelque peu perplexe, car l’expression n’est jamais passée dans l’usage en français. 
Le français a également ses références cognitives. Prenons, par exemple, ce titre du quotidien Le Monde du 22 décembre 1998 : « Sous l’euro, le dollar ». La génération des soixante-huitards n’aura pas de peine à reconnaître sous une forme différente le cri de ralliement de toute une génération : Sous les pavés, la plage! 3 Une simple traduction par transcodage ne saurait rendre la force perlocutoire de l’image évocatrice de cette forme, aisément reconnue par le lecteur français. 
3 Alors qu’ils dressaient leurs barricades, les manifestants avaient trouvé, sous le macadam, l’ancien pavement et immédiatement au-dessous, le lit de sable sur lesquels ils étaient posés. 
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Comme on peut le constater, l’usage de l’implicite est intimement lié à la culture dans laquelle la langue du discours est actualisée, et il serait imprudent de chercher à tout prix, sans adaptation, à rendre les références cognitives d’une langue dans une autre. 
4. CORPUS ET METHODOLOGIE 
Le choix du texte publicitaire comme sujet d’étude s’est imposé du fait que nous avons postulé que ces textes renferment souvent des références cognitives, voire extratextuelles, propres à la langue. Ce genre de procédé a fait ses preuves en publicité. En voici un exemple remarquable : 
Graphique 1. Publicité anti-tabac 
Graphique 2. Publicité de boisson glacée 
Au départ, le corpus publicitaire devait contenir 10 000 mots, soit environ 5 000 mots en anglais et 5 000 mots en français. Nous avons retenu les publicités en tenant compte de certains critères. D’abord, pour permettre une analyse des références cognitives propres à chaque langue, les textes devaient être originaux, c’est-à-dire rédigés soit en français, soit en anglais, sans être des traductions. Nous n’avons retenu que les textes publicitaires imprimés, c'est-à-dire ayant d’abord paru dans les journaux, les magazines et la presse spécialisée de même que les affiches. 
Évidemment, pour les besoins de notre recherche, les publicités devaient contenir au moins un mot, autre que l’appellation, c'est-à-dire les noms de marque, de produit et d’origine, dans la mesure où elle se rapporte au produit en question. Nous n’avons 
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retenu que les deux autres niveaux de texte, tels que les décrit Guidère (2000, 24), donc le « slogan » (p. ex. : Bell et bien simple) et le « rédactionnel » (p. ex. : La sloche gèle momentanément le cerveau). Puis finalement, pour que notre corpus soit le plus actuel possible, nous n’avons gardé que les publicités parues entre 2000 et 2004. 
Nous avons d’abord eu recours à Internet pour constituer notre corpus. Les publicités répondant à ces critères ont été puisées sur les sites des Coqs d’or 2001 (prix décernés aux meilleures publicités par des concepteurs du Québec), des Cassies (prix décernés pour les campagnes publicitaires canadiennes les plus rentables) et de nombreuses agences publicitaires au Canada. Après avoir épuisé cette source de textes, nous n’avions toujours pas le nombre visé de mots pour le corpus; nous avons donc poursuivi en extrayant des publicités de La Presse et du National Post pendant deux semaines. Toutes les publicités qui ne correspondaient pas aux critères déjà énumérés ont été éliminées puis, pour préserver le caractère objectif du corpus, nous avons retenu une publicité sur trois. 
Nous avons réuni ainsi 134 publicités en anglais pour un total de 5 558 mots et 180 publicités en français totalisant 2 842 mots. Notre corpus publicitaire compte donc 8 400 mots. 
Afin de mieux comparer les textes, nous avons calculé l’écart du nombre de mots entre le texte le plus court et le plus long dans chacune des langues. À partir de cette donnée, nous avons formé trois groupes dans lesquels nous avons classé les textes selon leur taille, soit le groupe 1 pour les textes courts, le groupe 2 pour les textes moyens et le groupe 3 pour les textes longs. 
Anglais 
Français 
Publicité la plus longue 
240 mots 
145 mots 
Publicité la plus courte 
3 mots 
1 mot 
Écart entre la plus longue et la plus courte 
237 
144 
Divisé par trois (regroupement par taille des textes) 
79 
48 
Groupe 1 (court) 
3 - 81 
1 - 48 
Groupe 2 (moyen) 
82 - 160 
49 - 96 
Groupe 3 (long) 
161 - 240 
97 - 145 
Tableau 1. Répartition des textes selon la taille 
Une fois que le corpus a été constitué, nous avons procédé au repérage des références cognitives dans les textes. Chaque mot, syntagme ou locution qui constituait une référence cognitive a été versé dans une base de données. 
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Pour faciliter l’analyse des données, nous avons regroupé les références par catégories. Nous nous sommes inspirés du système de classement de la Library of Congress pour déterminer ces catégories 4. Par souci de précision, nous avons ensuite subdivisé les huit catégories en deux niveaux supplémentaires, là où le corpus justifiait une analyse fine. 
5. RESULTATS 
À la lumière de toutes les données que nous avons amassées, nous avons remarqué plusieurs faits intéressants. 
134180ANGLAISFRANÇAIS 
On peut d’ores et déjà se demander si les publicités en français ont vraiment tendance à être plus concises que les publicités anglaises 
Graphique 3. Nombre de publicités 
Le graphique 2 illustre la répartition du nombre de publicités selon la langue. Il y a une importante différence entre le corpus anglais et le corpus français. En effet, bien que le nombre de textes recueillis en anglais (134) soit moindre par rapport au nombre de textes français (180), les publicités anglaises contenaient presque le double de mots (5 558) que l’ensemble des textes français (2 842). On peut d’ores et déjà se demander si les publicités en français ont vraiment tendance à être plus concises que les publicités anglaises. 
Nous avons attribué à chacune des références cognitives recueillies la mention thématique ou extrathématique pour faire la distinction entre les références portant 
4 Histoire, géographie, politique, langue et littérature, musique, religion, sciences sociales, sports. 
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sur le produit ou service mis en valeur par la publicité (références thématiques) et les références faisant allusion à une notion extérieure au produit ou service présenté dans la publicité (références extrathématiques). Les références extrathématiques nous intéressent davantage, car c’est contre ces dernières que le traducteur novice bute s’il ne possède pas le bagage cognitif requis pour les reconnaître et pour ensuite les rendre dans le texte d’arrivée. En effet, les références thématiques servent à enrichir le contexte cognitif du texte, donc à augmenter la compréhension du lecteur, au fur et à mesure qu’il progresse dans sa lecture du texte. Bref, s’il y a implicitation par référence thématique, la clé de l’énigme se trouve dans le texte où l’élucidation de cette part d’implicite fait appel au bagage cognitif du lecteur en lien avec le sujet du texte, ce qui n’est pas le cas des références extrathématiques, qui exigent une connaissance de sujets autres que ceux qui sont abordés dans le texte. 
5051525354555657585960ThématiquesExtrathématiquesAnglaisFrançais 
Graphique 4. Références thématiques et extrathématiques 
Le graphique 4 montre que les deux corpus contiennent le même nombre de références thématiques, soit 59 références, alors que le nombre de références extrathématiques varie légèrement, c’est-à-dire 57 références dans les publicités anglaises contre 53 pour les publicités françaises. Il faut se souvenir que le corpus anglais compte environ le double de mots. Il semblerait donc que les textes en français comprennent plus de références cognitives que les textes anglais. C’est ce que Fiola (à paraître) avait aussi observé avec les textes de langue générale, dans le premier volet de ce projet de recherche. 
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Rang 
Anglais 
Nb 
Français 
Nb 
1 
Géographie 
31 
Géographie 
19 
2 
Sciences sociales 
11 
Sciences sociales 
13 
3 
Linguistique et littérature 
6 
Linguistique et littérature 
8 
4 
Sports 
4 
Musique 
5 
Histoire 
2 
5 
Politique 
2 
Sports 
4 
Tableau 2. Classement des catégories les plus fréquemment utilisés 
Le tableau présente la répartition, en chiffres absolus, des références extrathématiques dans chacune des langues selon les catégories les plus fréquemment exploitées. Nous remarquons que, pour les textes publicitaires, outre l’écart entre le nombre de références relatives à la géographie en français et en anglais, les résultats sont plutôt similaires dans les deux langues. 
Afin de relativiser la fréquence des références extrathématiques, nous avons déterminé un coefficient de fréquence des références cognitives. Pour ce faire, nous sommes partis du nombre de références que nous avons multiplié par 100, et nous avons divisé ce résultat par le nombre de mots que contenait le texte. 
Nombre de références X 100 = coefficient 
Nombre de mots 
00,511,522,533,544,55groupe 1groupe 2groupe 3AnglaisFrançais 
Graphique 5. Coefficient des références extrathématiques 
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Comme l’indique le graphique 5, on note, dans les textes en français comportant des références, une tendance à la décroissance à l’égard du coefficient de références extrathématiques. En effet, dans le groupe 1, le coefficient dépasse les 4, 5, alors qu’il atteint à peine 1 pour le groupe 2 et qu’il est tout à fait nul pour le groupe 3. En revanche, dans les textes anglais, à défaut d’être stable, le coefficient varie de telle sorte qu’il a été impossible de détecter une tendance nette. 
Il faut garder à l’esprit qu’il ne s’agit ici que des références extrathématiques, donc des références qui ne sont pas en rapport direct avec le contenu de la publicité. Par exemple, il peut s’agir d’une référence au sport dans une publicité d’automobile. 
6. CONCLUSION 
À la lumière des résultats obtenus, nous pensons pouvoir affirmer que, effectivement, l’usage des références cognitives dans les processus discursifs des textes publicitaires varie selon la langue, du moins entre le français et l’anglais. En effet, comme nous l’avons démontré, en dépit du fait que les références cognitives des textes de notre corpus proviennent de domaines comparables en français et en anglais, le coefficient de références cognitives varie considérablement d’une langue à l’autre. De plus, à la lecture du tableau de répartition des catégories de références, on serait porté à croire qu’il y a peu de différences entre les références cognitives extrathématiques utilisées dans les textes publicitaires en français et en anglais. Toutefois, il ne faut pas oublier que, même si une référence provient d’une catégorie dont l’usage est également répandu en français et en anglais, cela ne signifie pas pour autant que son usage soit aussi répandu, que le renvoi implicite soit aussi facilement décelable et compréhensible, puis transférable par transcodage, d’une langue à l’autre. À titre d’exemple, on pourra citer à nouveau l’exemple de « to take a walk in the snow », qui provient du domaine Politique. Or, il aurait été possible que ce domaine soit aussi riche en références cognitives en anglais et en français, sans pour autant que l’on trouve la même référence dans les deux langues. 
les coefficients en langue de la publicité varient considérablement d’une langue à l’autre. Toutefois (…) ces différences sont à peine perceptibles 
Si les résultats montrent que les références extrathématiques proviennent, dans des proportions relativement comparables, des mêmes catégories, il n’en demeure pas moins que leur compréhension immédiate, essentielle à la construction du sens, et leur transférabilité repose sur des a priori encore à déterminer. 
Ces résultats viennent confirmer en partie les conclusions d’une étude antérieure portant sur la langue générale. En effet, tout comme pour les textes de langue générale, les coefficients en langue de la publicité varient considérablement d’une langue à l’autre. Toutefois, nous savons que, contrairement aux textes de langue générale où les domaines d’où provenaient les références variaient de manière sensible, dans les textes publicitaires, ces différences sont à peine perceptibles. 
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Nous allons maintenant poursuivre notre étude en nous concentrant sur d’autres corpus de langues de spécialité, c'est-à-dire la langue administrative et commerciale et la langue scientifique et technique. Ce nouveau corpus devrait nous aider à affiner notre compréhension des mécanismes discursifs d’implicitation mis en oeuvre en langue de spécialité. 
Le traducteur a ceci de différent du lecteur auquel le texte est destiné : il doit, sans être spécialiste du domaine, arriver à un niveau de compréhension devant lui permettre d’expliquer le texte qu’il doit traduire dans une autre langue. Pour atteindre ce niveau de compréhension, il doit posséder certes un certain bagage de connaissances spécialisées, en plus d’un bon bagage cognitif, ce qui lui permet de reconnaître toute référence implicite insérée dans un contenu explicite. En perfectionnant la compréhension des mécanismes rhétoriques mis en oeuvre dans la construction du sens, les théoriciens et les didacticiens de la traduction professionnelle, quelles que soient les langues avec lesquelles ils travaillent, parviendront à définir avec précision la nature de la compétence traductionnelle. Cela fait, il deviendra ensuite possible de définir les objectifs d’apprentissage qui servent à construire tous les programmes de formation en traduction. Finalement, avec une meilleure compréhension des mécanismes discursifs, il sera possible de proposer des éléments de solution à l’enrichissement du bagage cognitif du futur traducteur, ou encore affiner les épreuves de sélection auxquelles doivent se soumettre les candidats à la formation en traduction. ■ 
REFERENCES 
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ARTIGOS E COMU 
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CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica, N.º 4, Maio 2006: 29-41 NICAÇÕES 
LOYALTY AND FIDELITY IN SPECIALIZED TRANSLATION 
CHRISTIANE NORD 1 
Heidelberg, Germany 
Abstract: 
The article explores the relationship between functionalism, loyalty and fidelity in specialized translation. In a first step, it discusses the basic principles of functionalism in translation, the first of which (the translation purpose determines the translation method) gives rise to a debate on the ethical aspects of functionalism. To make the functionality concept applicable to translator training and translation practice, the author has introduced the complementary principle of loyalty, which, unlike faithfulness, or fidelity, refers to a trustful and fair relationship between the persons interacting in a translation process. In the process of loyally producing a functional translation, the translator may rely on intertextual relationships between the texts in both the source and the target culture. 
Keywords: 
Functionalism; Loyalty; Fidelity; Ethics; Intertextuality. 
Resumo: 
O artigo aborda a relação entre a funcionalidade, a lealdade e a fidelidade no âmbito da tradução especializada. Numa primeira fase, analisa os princípios básicos do funcionalismo aplicado à tradução e o debate ético que é levantado pelo seu primeiro princípio, segundo o 
1 The author held a chair for translation studies and specialized communication at the University of Applied Sciences of Magdeburg-Stendal (Germany), from which she retired in 2005. She is a research fellow of the University of the Orange Free State (UOFS), Bloemfontein (South Africa).
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qual a finalidade determina o método de tradução. Para que o conceito de funcionalidade seja aplicado à formação e à prática profissional, a autora introduz o princípio complementar da lealdade que, ao contrário da noção de fidelidade, assenta numa relação justa e de confiança entre as pessoas envolvidas no processo de tradução. De modo a produzir, lealmente, uma tradução funcional, o tradutor pode basear-se nas relações intertextuais entre os textos da cultura de partida e da cultura de chegada. 
Palavras-Chave: 
Funcionalismo: Lealdade; Fidelidade; Ética; Intertextualidade. 
1. GENERAL REMARKS 
The following considerations draw on a functional approach of translation (cf. Nord 1997), based on Skopos theory (cf. Vermeer 1978, Reiss/Vermeer 1984). Skopos is the Greek word for "aim, purpose", and the basic principle of Skopos theory is that the (intended) purpose of the target text determines the choice of method and strategy in the translation process. The target-text purpose is defined by the translation commission, or rather: translation brief. In professional settings, the "brief" is often not sufficiently explicit because commissioners are no translation experts and therefore they are not aware of what kind of information the translator needs to produce a text that fulfils the needs and expectations of the client and/or the prospective target-text audience. Therefore, the first step in the translation process is the "interpretation of the brief", drawing on whatever information there is or can be obtained about the "profile" of the target text the client needs. In routine tasks from well-known clients, for example, the translator may rely on previous experience; in "standard briefs" (like translating a set of operating instructions for a similar audience to achieve the same communicative function as that of the source text), they may simply follow the culture-specific norms for this kind of translation. Any task that is not standard or routine, will have to be specified before the process is initiated, and clients have to be "educated" to provide all sorts of information or indications available. Otherwise they will have to take what they get: a target text that fits many functions but none particularly well – instead of a text that is made to measure for the client's needs. 
This does not mean that the client should tell the translator how to go about her or his work – no less than a client tells a mechanic how to fix the broken car or a lawyer how to defend the accused. The methods and strategies to choose from are part and parcel of the translator's professional competence, and this, in turn, is the basis for loyalty and trust between the translator and her/his interaction partners in intercultural mediation, as we will see below. 
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2. BASIC PRINCIPLES OF FUNCTIONALISM IN TRANSLATION 
Functionalist approaches to translation draw on the following basic principles: 
a) The purpose of the translation determines the choice of translation method and strategy. This means that, as experience shows, there is no single method or strategy for one particular source text, and any decision between two or more available solutions to a translation problem must be guided by some kind of intersubjective criterion or set of criteria (i.e. strategy). In the case of functional approaches, this criterion is the communicative function or functions for which the target text is needed (i.e. the functionality principle). 
b) The commissioner or client who needs a translation usually defines the translation purpose in the translation brief. If the translation brief is not sufficiently explicit (as in "Could you please translate this text by Wednesday!"), the translator has to find out what kind of purposes the client has in mind, relying on previous experience in similar situations, or interpreting any clues that might indicate the intended purpose, or asking clients for more information about their intended purpose(s). 
c) A translation that achieves the intended purpose may be called functional. Functionality means that a text (in this case: a translation) 'works' for its receivers in a particular communicative situation in the way the sender wants it to work. If the purpose is information, the text should offer this in a form comprehensible to the audience; if the purpose is to amuse, then the text should actually make its readers laugh or at least smile. The text producer (and the translator as text producer, too) has, therefore, to evaluate the audience's capacities of comprehension and cooperation and anticipate the possible effects which certain forms of expression may have on the readership. 
d) Functionality is not an inherent quality of a text. It is a quality attributed to the text by the receiver, in the moment of reception. It is the receiver who decides whether (and how) a text 'functions' (for them, in a specific situation). If, as we know, the same receiver at different moments of her/his life reacts in different ways to the 'same' text (e.g. Shakespeare's Romeo and Juliet), it is most improbable that different readers at different moments, let alone readers belonging to different cultural environments, will react to the same text in the same manner. 
e) But if this is true, how can we be sure that a text achieves the function we want it to achieve? We cannot. Usually we rely on the audience's willingness to cooperate in a given situation, otherwise communication would be impossible. Any text producer, therefore, consciously or unconsciously uses some kind of verbal and/or non-verbal 'function markers' indicating the intended communicative function(s), e.g., printing the text in small letters on a slip of paper that comes with a box of pills, which indicates a patient package insert. Imposing a title like 'Instructions for 
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use', to mention just another example, is a most explicit indication that the sender wants this text to function as an instruction. Other types of markers: a particular text format or lay-out, say, a newspaper headline; certain sentence structures, say, imperatives in a recipe; a particular register, as in an editorial; certain forms of address for the readership, say, in a student’s manual, etc. If the receivers recognise the function markers, they may accept the text as serving the intended function. But markers can only be interpreted correctly by a receiver who is familiar with the ‘marker code’ that is used. 
f) One of the most important text-producing strategies is to find the appropriate balance between new and old information; if a text offers too much new information it will be incomprehensible for the readers, while if it contains too little new information, the audience will not find it worth reading. 
g) Especially in the case of texts translated from a source culture that is distant in time and/or space from the target-cultural environment, the function (or hierarchy of functions) intended for, and/or achieved by, the target text may be different from that intended for, and/or achieved by, the source text. 
The methods and strategies to choose from are part and parcel of the translator's professional competence, and this, in turn, is the basis for loyalty and trust between the translator and her/his interaction partners in intercultural mediation 
3. LOYALTY AS A CORRECTIVE IN FUNCTIONAL TRANSLATION 
Looking at these basic principles we may wonder why there is no mention of criteria like ‘faithfulness’ or ‘fidelity’, which have been almost sacrosanct in any discourse on translation for the past two thousand years. This is the reason why some critics reproach functionalism for producing "mercenary experts, able to fight under the flag of any purpose able to pay them" (Pym 1996: 338). Others hold the view that a translator who takes into account the needs and expectations of her/his target audience must necessarily lose sight of 'the' source text. 
The latter criticism can be answered on the grounds of the concept of ‘text’ as used in functional translation theory. In terms of what I have said about functional markers and their culture-specificity, the form in which the source text presents itself to the translator is a product of the many variables of the situation (time, place, medium, addressees) in which it originated, while the way this form is interpreted and understood by the translator, or any other receiver, is guided by the variables of the new situation of reception. 
The first criticism refers to an ethical quality related to the status of the source text. While the broader, text-linguistic, equivalence approach stretches the idea of a translation's double linkage to both the source and target sides (sometimes so far as to blur the borderline between translations and non-translations), narrower linguistic approaches still start from the autonomy or authority of a source text, that must not be touched in the translation process. In Skopostheorie, however, the source texts, or 32
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more precisely, its linguistic and stylistic features, are no longer regarded as the yardstick for a translation. Does this mean that the translator is entitled to do as he or she likes with the source text? 
Indeed, the first basic principle of functionalism could be paraphrased as ‘the translation purpose justifies the translation procedures’, and this sounds very much like ‘the end justifies the means’. As such, there would be no restriction to the range of possible ends; the source text could be manipulated as clients (or translators) saw fit. In a general theory, this doctrine might be acceptable enough, since one could always argue that general theories do not have to be directly applicable. Yet translation practice does not take place in a void. It takes place in specific situations set in specific cultures, so any application of the general theory, either to practice or to training, has to consider the specific cultural conditions under which a text is translated. 
At different times and in different parts of the world, people have had and still have different concepts of the relationship that should hold between an original and the text that is called its translation. According to the prevailing concept of translation, readers might expect, for example, the target text to give the author's opinion exactly; other cultures might want it to be a faithful reproduction of the formal features of the source text; still others could praise archaising translations or ones that are far from faithful reproductions, but comprehensible, readable texts. Taking account of all these different expectations, which may vary according to the text type in question or depend on the self-esteem of the receiving culture with regard to the source culture, the translator acts as a responsible mediator in the cooperation developing between the client, the target audience and the source-text author. This does not mean that translators always have to do what the other parties expect, which may even be impossible if the three parties expect different translational behaviours. It means that the translator has to anticipate any misunderstanding or communicative conflict that may occur due to different translational concepts and find a way to avoid them. 
The responsibility that translators have toward their partners is what I call 'loyalty'. The loyalty principle was first introduced into Skopostheorie in 1989 (Nord 1989, cf. Nord 1997: 123 ff.) in order to account for the culture-specificity of translation concepts, setting an ethical limitation on the otherwise unlimited range of possible skopoi for the translation of one particular source text. It was argued that translators, in their role as mediators between two cultures, have a special responsibility with regard to their partners, i.e. the source-text author, the client or commissioner of the translation, and the target-text receivers, and towards themselves, precisely in those cases where there are differing views as to what a 'good' translation is or should be. As an interpersonal category referring to a social relationship between people who expect not to be cheated in the process, loyalty may replace the traditional intertextual relationship of 'fidelity', a concept that usually refers to a linguistic or stylistic similarity between the source and the target texts, regardless of the communicative intentions and/or expectations involved. It is the translator's task to mediate between 
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the two cultures, and I believe that mediation can never mean the imposition of the concept of one culture on the members of another. 
In introducing the loyalty principle into the functionalist model, I would therefore also hope to lay the foundations for a trusting relationship between the partners in the translational interaction. If authors can be sure that translators will respect their communicative interests or intentions, they may even consent to any changes or adaptations needed to make the translation work in the target culture. And if clients or receivers can be sure that the translator will consider their communicative needs as well, they may even accept a translation that is different from what they had expected. This confidence will then strengthen the translator's social prestige as a responsible and trustworthy partner. 
The loyalty principle thus adds two important qualities to the functional approach. Since it obliges the translator to take account of the difference between culture- specific concepts of translation prevailing in the two cultures (involved in the translation process), it turns Skopostheorie into an anti-universalist model; and since it induces the translator to respect the sender's individual communicative intentions, as far as they can be elicited, it reduces the prescriptiveness of 'radical' functionalism. 
This confidence will then strengthen the translator's social prestige as a responsible and trustworthy partner. 
The following example may illustrate this point. 
In 1972, Ernesto Cardenal published a book with the title En Cuba ("In Cuba", Cardenal 1972a), in which he enthusiastically described how wonderful he found the “new” Cuba under Fidel Castro. Immediately after its publication in Spanish, the book was translated into German (Cardenal 1972b). The West German publisher asked the translator to adjust the author’s Latin American “pathetic style” to what they considered acceptable for a West German audience – precisely in connection with a communist system during the Cold War period. Consequently, the translator omitted, or at least, toned down most of the author’s positive evaluative and emotional utterances with regard to post-revolutionary Cuba, Fidel Castro or the Cuban Revolution, and his negative remarks about the United States and their representatives, e.g. the US ambassador. She omitted, for example, the dedication 'Al pueblo cubano y a Fidel' (To the Cuban people and to Fidel), Che Guevara’s motto 'Todos parejos en todo' (All equal in everything), the characterization 'con su cara de cerdo' (with his pigface) in the description of dictator Batista, the remark that black people work like slaves in the United States ('trabajan como esclavos en los Estados Unidos'), three pages of testimonies about torture and acts of violence of the Batista regime, and a whole paragraph in which Fidel Castro explains in verbatim his vision of a socialist society in Cuba in an interview with the author (cf. Grohmann 1976: 31-33). Since this was Ernesto Cardenal’s first book ever to be published in Germany, German readers received the impression that he was a journalist describing his visit to Cuba in a rather detached, "objective" kind of style. 
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The first basic principle of functional translation theory mentioned above should, therefore, be restricted in the sense that the range of acceptable translation purposes is limited by the translator's responsibility to all her/his partners in the cooperative activity of translation (i.e. the loyalty principle). Loyalty may oblige translators to reveal their translation purposes and justify their translational decisions. 
In what follows, I will look at loyalty from four different angles: loyalty and conflict prevention, loyalty and professionality, loyalty and trust, loyalty and fairness. 
3.1. Loyalty and conflict prevention 
If we consider translation to be an activity facilitating communication between people belonging to different language and culture communities, the translator is part of a communicative interaction intended to overcome linguistic and cultural boundaries between people. Such an interaction involves at least four participants or, rather, roles: 
• the source-culture sender (SC-S) of a message which was produced for a source- culture audience (SC-A) in order to achieve a particular communicative purpose in the source culture (SC-P); 
• a client or initiator (INI), who commissions a translation or interpretation of this source-culture message for a target-culture audience (TC-A) in order to achieve a particular communicative purpose (TC-P); 
• a translator or interpreter (TRL), who produces the target text according to the way in which the initiator specifies the commission (possibly in a translation brief); 
• the target-text receivers (TC-R), whose reception is guided by their own communicative needs plus the verbal and nonverbal function markers found in the text and in the situation in which it is received, in addition to their expectations toward a text received in such a situation. 
While the sender and the receivers belong to the source and the target culture, respectively, the initiator and the translator can be members of either the source or the target culture. The behaviour of each of these participants is guided by their respective socio-cultural backgrounds, by culture-specific norms and conventions and by their subjective (in the case of sender, initiator and receivers) or objective (in the case of the translator if she/he has undergone formal training) theories on translation. 
In this intercultural communicative interaction, the translator is the only one who is (by definition) familiar with the conditions and norms of both the source and the target cultures, while the other participants are often not even aware of those of their own culture in contrast with the others. Each of them communicates (as a sender or an initiator or a receiver) according to the conditions of her/his own culture. Due to their familiarity with both cultures, only translators are in a position to discover the conflict potentials (Michael Agar calls them "rich points", 1991: 168) and either avoid them or 
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find a satisfactory solution. Therefore, translators play a powerful role. They could easily deceive their partners without anybody noticing - sometimes just by "faithfully" translating what the source text says. 
For this kind of conflict management, ethical principles are needed. For we have to ask whose expectations will have priority in the case of incompatibility. A translator who is "loyal" should make sure that in this interaction none of the participants is deceived or otherwise damaged. Chesterman (1997: 184 ff. and 2001: 151-152) speaks of prevention or reduction of "communicative suffering": 
Communicative suffering arises from not understanding something that you want to understand, from misunderstanding or inadequate understanding, and from not being able to get your own message across. It also arises from a lack of communication at all. Translators are like doctors in that their task is to intervene in certain cases of communicative suffering: those involving language and culture boundaries. (Chesterman 2001: 151) 
As everybody knows, physiological and psychological suffering can also be caused by deficiencies we are not aware of. A doctor acting in an ethical way will therefore not only cure the symptoms the patient is complaining about but also try to discover the origin of the illness and look for a remedy. The translator is such a doctor who tries to prevent communicative suffering by responsible and professional procedures. This becomes obvious in cases where old texts belonging to the cultural heritage – like the Bible or the works of Shakespeare – are re-translated. Receivers may not recognize certain passages they know by heart or allusions to, or quotations of, well-known words and phrases (even though they may not even be able to explain their meaning). 
3.2. Loyalty and Professionalism 
Unlike that of doctors or lawyers, the translator's professional title is not legally protected. Translation services can be offered by anybody who feels capable or entitled to do so, although an error in a translation or interpretation can cause as much damage to people and objects as wrong medical treatment or wrong legal advice. Therefore, an ethics of translation must include the obligation to act in a professional way. 
Professionalism means that the translator has the competences required for translation or interpreting services and constantly tries to improve them; it means that she/he is "striving for excellence", as Chesterman puts it (2001: 149). The “Code of Professional Conduct and Business Practices” of the American Translators' Association, published in November 1997 (ATA 1997), lists the following abilities required of a professional translator: 
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• mastery of the target language equivalent to that of an educated native speaker; 
• up-to-date knowledge of the subject material and its terminology in both languages; 
• access to information resources and reference materials, and knowledge of the tools of the profession. 
In addition, professional translators must be able to consider the possible consequences of their translational actions, keep their partners from getting damaged and try to avoid negative consequences. This is an ability no person is born with, so it has to be developed in the course of training, where the future translator receives an education about the theoretical and methodological foundations of translation practice. 
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3.3. Loyalty and trust 
Coming back to example 1, I may state that both the Nicaraguan author and the German readers have been deceived because the translator fulfilled the requirements of the translation brief. Could we say, therefore, that acting according to the brief is unethical? Is a translator obliged to critically scrutinize a translation brief? Would her behaviour have been "more ethical" if she had not done what the publisher had asked her to do? In this case, the commissioner belonged to the target culture, and he could have asked a reviser to "adjust" the translation to target-culture style conventions – although this procedure would have shifted the problem of loyalty only to somebody else without solving it. However, if the commissioner had been a member of the source culture he would not have been able to control whether the target text had conformed to his brief. In any case, the client must always trust the translator. 
professional translators must be able to consider the possible consequences of their translational actions, keep their partners from getting damaged and try to avoid negative consequences. This is an ability no person is born with 
The same applies to the author and the target receivers. As they do not know the other culture (including language) they must rely on the translator’s trustworthiness. The sender expects the translator to respect his communicative intentions; the receivers expect to read a translation that corresponds to their expectations, in this case: a translation that gives an idea of the author’s attitude toward the object of reference, post-revolutionary Cuba. 
What could the translator have done to solve the dilemma? One possibility would have been to discuss the brief with the publisher, agreeing perhaps on an explanatory foreword which would have explained the difference between Latin American and German style conventions and the author’s political standpoint. Another possibility would have been to use target-cultural markers of expressivity without hiding the author’s opinion.
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Loyalty does not mean that the translator always has to act according to her/his partners‘ expectations, otherwise no translation could have an innovative, enriching influence on the target literature or culture. 
3.4. Loyalty and fairness 
The fourth item in Andrew Chesterman’s suggestion for a "Hieronymic Oath" reads as follows: "I swear that my translations will not represent their source text in unfair ways." (Chesterman 2001: 153) This "fairness", in the sense of being “free from dishonesty or injustice” (DCE 1978), is also one aspect of loyalty. It means that the translator refrains from deceiving any one of the partners involved in the translation process. The aim is to establish a fair relationship between the source-text sender and the target-text receivers, without taking sides and without detriment to one or the other. However, readers and clients or senders will only accept the translator’s behaviour as being fair if they trust her/him and believe in her/his honesty and professionalism. Therefore, the aspects of loyalty we have dealt with are intrinsically linked and interwoven. 
4. INTERTEXTUALITY AS A KEY CONCEPT IN FUNCTIONAL AND LOYAL TRANSLATION 
All the texts that were ever written or spoken in a particular culture form a culture- specific repertoire. Among them we can observe various kinds of relationship: genre relations between all the texts belonging to one particular genre as opposed to those forming part of other genres; time-related links between all the texts produced in a particular moment in time as opposed to those produced earlier or later; register relations between all the texts representing a specific register, and so on. These intertextual relations of the source and the target text are represented in Fig. 1. 
Whatever its purpose, a translated text is bound to enter the target-culture repertoire and become a part of the culture-specific intertextuality system. There, it might be supposed to conform to a particular text class or genre or to represent certain register or time-specific features. In some cultures, translated texts (or, possibly, all texts translated from a particular source language as opposed to those translated from other source languages) may form a set of their own and show certain typical features (maybe of "translationese") which are not found in non-translated texts. These features, such as explicitation or shifts, are analysed by corpus-based Translation Studies. 
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Fig. 1. Intertextuality in translation 
Looking at Fig. 1, we see that both the source and the target text form part of a system of intertextual relationships. This means that the effect of the target text can be predicted comparing it to the (possible, normal, usual) effects of existing texts from the target culture. If the text conforms to conventional patterns of a particular class of texts, the text form will not attract the readers' attention, which allows for an easier processing of the information contained in the text. On the other hand, if a text shows strange, unconventional form patterns, the audience may wonder why the author chose these original forms and whether they are meant to convey an extra amount of information. 
In a translation, for example, where the translation brief requires the target text to show features of "strangeness" (which I call a documentary translation, cf. Nord 1997: 48 ff.), the purpose would be precisely not to resemble any text existing in the target- culture repertoire, which makes processing more difficult (and maybe also more meaningful) for the readers. Whereas, in an instrumental translation (cf. Nord 1997: 50 ff.), the expectation is that the target text fits nicely into the target-culture text class or genre it is supposed to belong to. In any case, the translator will have to be familiar with the specificities of the target-culture repertoire to be able to achieve or avoid conventional intertextual relations and/or to predict the audience's reaction, adjusting her/his strategy accordingly. 
5. LOYALTY AND FIDELITY IN SPECIALIZED TRANSLATION 
There is no general rule or norm telling the translator whether to choose a documentary or an instrumental strategy. It depends on the translation brief – but there are routine or standard briefs which might guide the translator's decision if the brief does not specify any exception from the standard. This applies both for specialized and non-specialized (e.g. general, literary, biblical) translation tasks. 
For many official documents (like marriage certificates or school reports), the "standard brief" requires a translation in the documentary mode. Here, equivalence is not the 39
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purpose, since a translated driving license, for example, is not, as such, a target-culture document. Rather, it is a "meta-document" giving evidence, in the target language, of, or informing about, a source-culture document. With regard to intertextuality, this document will not conform to target-culture patterns of the genre unless these are identical with those of the source culture. In this case, the outcome of a loyal translation process will be a faithful translation. 
On the other hand, where the purpose of specialized translation is the transfer of information (as in technical texts, product documentation, operating instructions, balance sheets, etc.), an instrumental translation is required, which will not necessarily reproduce source-culture style or behaviour patterns. In this case, the adaptation of text forms to target-culture norms and conventions will make processing easier for the receivers, because they are not confronted with style or behaviour patterns they are not familiar with and which sometimes stand in the way of fast and efficient information processing. 
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6. CONCLUSION 
Seen in this way, loyalty towards people is a category that is entirely different from fidelity to a text. We cannot speak of a "loyal" translation referring to the result of the process, the target text. Loyalty always refers to the attitude or behaviour of the translator during the process of translation. A text or a translation cannot be loyal. It is the translator's behaviour that is or is not loyal. Therefore, loyalty, as was mentioned before, is an interpersonal category affecting the relationship between people (even though perhaps the author of the source-text is no longer alive, or some readers will read the target text long after the translator has died). But acting loyally with regard to the communication partners in a specific translation task and with regard to one's own ethical principles does not automatically mean that the translator gives target-culture norms priority over source-culture norms. In certain tasks, such as the "standard" translation of legal documents (like a marriage certificate or a driving license) or "standard" court interpreting, it may mean that some source-text features are faithfully reproduced in the target text. 
Loyalty always refers to the attitude or behaviour of the translator during the process of translation. A text or a translation cannot be loyal. It is the translator's behaviour that is or is not loyal 
Therefore, the criticism that functional translators are adaptors, is a generalization that is supported neither by Skopostheorie nor by the applied functionalist versions of the theory. The criticism that translators are "mercenary experts", or slaves acting as they are told by their clients, does not hold water either. On the contrary, the functionalist approach makes a point of regarding translators as responsible agents in an interaction between equals, negotiating, if necessary, the conditions of cultural mediation. One of the means to this aim is the observation of the principle of loyalty. ■
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7. REFERENCES 
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  • 1. Maio 2006 «Tradutores Precisam-se»: A imagem da Tradução Transmitida pelos Anúncios de Emprego Références cognitives implicites et construction du sens : le cas de la langue de la publicité en anglais et en français Loyalty and Fidelity in Specialized Translation Problemas, errores y técnicas en la traducción audiovisual: análisis contrastivo entre la versión original y el doblaje y subtitulado de Con faldas y a lo loco MYOCOR: creación y explotación de un corpus sobre enfermedades neuromusculares El proceso terminográfico multilingüe con WordSmith Tools Entrevista a Danilo NOGUEIRA Tiago Tejo
  • 2. A CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica é uma revista independente e transdisciplinar que tem por objectivo reunir estudiosos, tradutores, especialistas, clientes e outros profissionais que trabalham com a tradução nas áreas das Ciências Exactas e Naturais, Engenharias e Tecnologias, Ciências da Saúde, Ciências Jurídicas, Economia e Localização de e para a língua portuguesa em toda a sua diversidade. A CONFLUÊNCIAS é uma publicação em formato electrónico, de acesso livre e gratuito. COLABORADORES. Comissão de Redacção. Ana Hermida Ruibal (Portugal) Edite Prada (Portugal) Eliene Zlatkin (Brasil) Ida Rebelo (Brasil) Isabel Coutinho Monteiro (Portugal) Vicky Hartnack (Portugal) Comissão Científica. Amparo Hurtado Albir (Espanha) Ana Julia Perrotti-Garcia (Brasil) André Antunes Soares de Camargo (Brasil) Antonio Augusto Gorni (Brasil) Artur Portela (Portugal) Carlos Castilho Pais (Portugal) Christiane Nord (Alemanha) Conceição Carvalho (Macau) Diva Cardoso de Camargo (Brasil) Eduardo Lopes d’Oliveira (Portugal) Enilde Faulstich (Brasil) Fernando A. Navarro (Espanha) Fernando Ferreira-Alves (Portugal) Heloisa Gonçalves Barbosa (Brasil) Hermínio Duarte-Ramos (Portugal) Jacques Pélage (França) Jacques Vissoky (Brasil) João Roque Dias (Portugal) Jorge Cruz (Portugal) José Antonio Sabio Pinilla (Espanha) Manuel Gomes da Torre (Portugal) Margarita Correia (Portugal) M.ª Manuela Fernández Sánchez (Espanha) M. Teresa Cabré (Espanha) Oscar Diaz Fouces (Espanha) Pedro Coral Costa (Portugal) Ricardo Muñoz Martín (Espanha) Rodolfo Alpízar Castillo (Cuba) Rute Costa (Portugal) Sonia Colina (Estados Unidos da América) Virgínia Matos (Portugal) Vivina Figueiredo (Portugal) FICHA TÉCNICA. Directora. Rosário Durão. Directoras-Adjuntas. Ana Julia Perrotti-Garcia e Fátima Dias. Periodicidade. Semestral (Maio e Novembro). Entidade Proprietária e Editor. Maria do Rosário Frade Durão. Contribuinte N.º. 152 886 486. Morada e Sede de Redacção. Rua Jorge Colaço, 35, 4.º Esq. – 1700-252 Lisboa – Portugal. Telefone. +(351)218 408 731 ou +(351)936 294 337. Página da Internet. <www.confluencias.net>. Correio electrónico. confluencias@confluencias.net. ISSN. 1645-9350. © CONFLUÊNCAS – Revista de Tradução Científica e Técnica.
  • 3. CONFLUÊNCIAS ÍNDICE Editorial ........................................................................................................................................................ 3 Artigos e Comunicações: Tradução e Localização Fátima DIAS ƒ «Tradutores Precisam-se»: A imagem da Tradução Transmitida pelos Anúncios de Emprego .......................................................................................................................................... 5 Marco A. FIOLA et Michelle DEMERS ƒ Références cognitives implicites et construction du sens : le cas de la langue de la publicité en anglais et en français ................................................................................... 14 Christiane NORD ƒ Loyalty and Fidelity in Specialized Translation ................................................................. 29 Lucía RUIZ ROSENDO ƒ Problemas, errores y técnicas en la traducción audiovisual: análisis contrastivo entre la versión original y el doblaje y subtitulado de Con faldas y a lo loco ......... 42 Terminologia e Lexicologia Helena SÁNCHEZ TRIGO ƒ MYOCOR: creación y explotación de un corpus sobre enfermedades neuromusculares ........................................................................................................................ 67 Chelo VARGAS SIERRA ƒ El proceso terminográfico multilingüe con WordSmith Tools ...................................... 84 Entrevista ƒ Entrevista a Danilo NOGUEIRA, Tradutor ......................................................................... 108 Notas e Apontamentos Ana BRUM ƒ Superior Search: Ferramenta de Optimização de Pesquisa de Informação ............... 114 Glossários Ana BRUM ƒ Glossário de Contabilidade ...................................................................................................... 116 Recensões Críticas e Resumos de Teses e Dissertações Rafael Lanzetti Ayres FARIA ƒ Domesticação e Estrangeirização nas Estratégias e Procedimentos Tradutórios de Tradutores Aprendizes ............................................................................................................. 122 Relatórios de Eventos e Actividades Fátima DIAS ƒ «Workshop de Tradução Jurídica» ........................................................................................ 130 Ana Julia PERROTTI-GARCIA ƒ Seminário sobre Novas Tecnologias – União Latina 2006 ........................................... 132 Ana Julia PERROTTI-GARCIA ƒ «III Jornada de Tradução e Terminologia do CITRAT» .................................................... 141 Notas sobre os Autores .......................................................................................................................... 143
  • 4. EDITORIAL C O N F L U Ê N C I A S – R e v i s t a d e T r a d u ç ã o C i e n t í f i c a e T é c n i c a , N . º 4 , M a i o 2 0 0 6 : 3 - 4 Os números de tema livre permitem criar uma revista com uma grande abrangência de conteúdos. É o que acontece neste quarto número da CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica. Fátima Dias faz um levantamento dos anúncios de emprego de um semanário português de grande tiragem, entre 2000 e 2004, e descreve os principais traços do retrato dos Fornecedores de Serviços de Tradução que deles se eleva. Marco Fiola e Michelle Demers apontam os resultados de um estudo no qual analisam as referências cognitivas extratemáticas de textos publicitários, em francês e inglês, como parte de um trabalho de investigação mais vasto sobre o conceito de cultura geral dos estudantes de tradução especializada em inglês e francês. Segundo uma concepção dos tradutores como negociadores interculturais, Christiane Nord introduz o princípio da lealdade do tradutor em relação ao leitor, ou leitores, do texto de chegada e ao autor, ou autores, do texto de partida, como forma de equilibrar o princípio da fidelidade da Skopostheorie. Lúcia Ruiz Rosendo observa as versões traduzida e legendada do filme de Billy Wilder, Some Like It Hot, para castelhano, sistematizando os problemas e erros de tradução e detectando as técnicas de tradução utilizadas e o modo como as referências culturais que percorrem o filme foram resolvidas. No que se refere à terminologia, Elena Sánchez Trigo apresenta os critérios adoptados na criação e utilização do MYOCOR, um corpus electrónico sobre doenças neuromusculares com interesse para os profissionais da mediação interlinguística, entre os quais se encontram os tradutores. Chelo Vargas Sierra descreve uma metodologia para a exploração de corpora especializados através do programa WordSmith Tools. O entrevistado deste número é Danilo Nogueira, tradutor especializado em Finanças e áreas afins, que desvenda um pouco do seu percurso e partilha connosco as suas opiniões sobre o que é ser tradutor neste mundo informatizado e globalizado, sobre a relação dos tradutores com as ferramentas que os assistem e sobre a sua experiência com clientes.
  • 5. EDITORIAL Ana Brum brinda-nos com dois contributos, um breve apontamento sobre as vantagens de uma ferramenta de pesquisa de informação nos nossos computadores, o Superior Search, e um glossário de Contabilidade. A Rafael Ayres Faria devemos o resumo da sua dissertação de mestrado sobre as estratégias de tradução mais utilizadas pelos estudantes em início de formação e os que se encontram num estádio mais avançado dos seus estudos e uma proposta das razões que explicam as diferenças encontradas. Por último, Fátima Dias fala-nos de uma oficina de tradução jurídica que teve lugar em Portugal e Ana Julia Perrotti-Garcia de dois eventos decorridos no Brasil: um seminário sobre novas tecnologias da União Latina e uma jornada sobre tradução e terminologia do CITRAT. A concluir este breve editorial, agradecemos a todos os que, directa e indirectamente, colaboraram na criação do presente número da CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica e lembramos que o tema do próximo número é «As Ciências Tecnológicas e a Tradução em Língua Portuguesa». ■ 4
  • 6. ARTIGOS E COMU tradução e localização CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica, N.º 4, Maio 2006: 5-13 NICAÇÕES «TRADUTORES PRECISAM-SE»: A IMAGEM DA TRADUÇÃO TRANSMITIDA PELOS ANÚNCIOS DE EMPREGO FÁTIMA DIAS British Council, Portugal Resumo: Análise sumária dos dados obtidos a partir de uma recolha de textos de anúncios classificados em que se solicitam Fornecedores de Serviços de Tradução. Reflexões sobre o contributo dos mesmos para a imagem da Tradução em Portugal. Palavras-Chave: Fornecedores de Serviços de Tradução; Imagem da profissão; Mercado; Portugal. Abstract: A brief analysis of data obtained from a compilation of texts of employment advertisements asking for Translation Service Providers. An overview of their contribution towards the image of Translation in Portugal. Keywords: Translation Service Providers (TTSP); Professional image; Market; Portugal. A imagem do tradutor e do mundo da Tradução em Portugal, como noutros países, não é, como se sabe, a desejada pelos profissionais do meio. Os tradutores são frequentemente ignorados, desconhecidos, desvalorizados. Alguns autores têm, mesmo, dedicado parte do seu tempo a discorrer sobre o assunto, a estudar as razões para que tal aconteça, a avaliar estratégias para melhorar a imagem destes profissionais. Entre eles, Lawrence Venuti escreveu The Translator’s Invisibility, onde debate vários modos e
  • 7. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização estratégias que conduziram à «marginalidade cultural» do tradutor e à desvalorização da obra daqueles que escrevem por palavras suas o que outros criaram. Para a imagem muitas vezes negativa da Tradução contribuem, naturalmente, as «más traduções», às quais se tem acesso de diversos modos, embora, em Portugal, seja, porventura, a legendagem aquela que, pela sua visibilidade, mais pessoas toca e mais comentários desencadeia. Mas, também, o facto de os críticos literários, ao escreverem sobre um determinado livro, se esquecerem muitas vezes de fazer qualquer menção ao tradutor (mesmo que o seu acesso à obra tenha sido pura e exclusivamente via obra traduzida), contribui para o «esquecimento» do labor do tradutor. Jornais como o Expresso são, neste caso, de louvar, pelo simples facto de mencionarem sempre o nome do tradutor quando indicam os detalhes bibliográficos de uma obra; ainda assim, é raro os seus críticos se debruçarem sobre a qualidade da tradução dessas mesmas obras. Mas muitas outras instâncias contribuem para a imagem da Tradução. Uma delas é o objecto deste trabalho. Decidimos investigar como são os anúncios de emprego publicados a pedir profissionais na área: o que pedem, o que especificam enquanto características exigidas desses profissionais, para que imagem dos tradutores e do mundo da Tradução contribuem. A escolha recaiu sobre o jornal Expresso, por ser o meio de publicação de grande parte dos anúncios de emprego destinados a profissionais com um nível de qualificação médio-superior, que é, normalmente, o caso dos tradutores. Fica, por isso, no ar a pergunta: se não por via de anúncios publicados em periódicos, como se faz, então, essa busca de profissionais? DATAS E NÚMERO DE ANÚNCIOS A investigação abrangeu os anos de 2001 a 2004, inclusive. Durante estes quatro anos, publicou-se no jornal Expresso um total de setenta e cinco anúncios classificados na área da Tradução, um número ínfimo se comparado com os anúncios a solicitar profissionais doutras áreas 1. Tal número foi, de certa forma, surpreendente pois, durante estes anos, sabemos que ocorreram alturas de grande procura de tradutores, épocas em que o trabalho era muito e os empregadores da área da Tradução procuravam activamente profissionais para poderem responder a todas as solicitações. Fica, por isso, no ar a pergunta: se não por via de anúncios publicados em periódicos, como se faz, então, essa busca de profissionais? Em termos do estudo proposto, registámos os seguintes números no período em análise: 1 A título meramente informativo, na área das Tecnologias da Informação, numa única edição do «Expresso Emprego», o número de anúncios classificados ascendia aos dezassete. 6
  • 8. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização 2001 – 21 anúncios publicados 2002 – 17 anúncios publicados 2003 – 18 anúncios publicados 2004 – 19 anúncios publicados Importou, também, saber como era a divisão da procura entre os diversos meses do ano. Haveria épocas de maior procura? Épocas altas e épocas baixas? Foram estes os dados obtidos: 01234JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez FIGURA 1. Número de Anúncios em 2001 - Total: 21 01234JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez FIGURA 2. Número de Anúncios em 2002 - Total: 17 7
  • 9. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização 0123456JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez FIGURA 3. Número de Anúncios em 2003 - Total: 18 0123456JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNov Dez FIGURA 4. Número de Anúncios em 2004 - Total: 19 Depois de analisados os dados, surgiram algumas primeiras impressões. Em primeiro lugar, é de referir que não estamos diante de uma imagem completa e verdadeira do mercado, já que a maior parte dos profissionais do ramo da Tradução são, habitualmente, recrutados por via directa e não de anúncios classificados. Isto acontece porque as empresas e gabinetes de Tradução, do mesmo modo que as editoras e outros clientes habituais no mercado da Tradução, recebem regularmente cartas, acompanhadas de currículos, nas quais os tradutores oferecem os seus serviços. Por este motivo apenas muito raramente surge a necessidade de recrutar profissionais da área, o que contribui decisivamente para o número reduzido de anúncios surgidos: num período de quatro anos, registou-se um ínfimo total de apenas setenta e cinco em cerca de 200 edições do Expresso. Ainda relativamente ao número de anúncios, será de referir que esses quatro anos se revelaram muito semelhantes. E quanto à sua distribuição ao longo do ano, os dados indicam que, em termos gerais, os meses com maior número de anúncios são Fevereiro, 8
  • 10. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Março e Maio, enquanto que os meses com menor número de anúncios são Novembro, Janeiro, Junho e Julho. QUEM COLOCA ANÚNCIOS A SOLICITAR OS SERVIÇOS DE TRADUTORES? Segundo os dados obtidos, verificámos que a distribuição se faz deste modo: • Empresas/Gabinetes de Tradução: 31 anúncios • Outras empresas: 13 anúncios • Organismos internacionais: 7 anúncios • Editoras: 3 anúncios • Sem indicação: 21 anúncios Numa análise mais detalhada dos dados, encontrámos, dentro das cinco categorias acima indicadas, os seguintes organismos ou empresas: Empresas/Gabinetes de Tradução (todos os encontrados): • Traducta • VIP • Guia • ELFP • Linguist Services • Meta Language • Alphatrad De entre as empresas e gabinetes de Tradução, não podemos deixar de referir a Traducta, uma das grandes fornecedoras nacionais de serviços na área da Tradução, que publicou, nada mais, nada menos, do que onze anúncios no período estudado. Trata-se da empresa de Tradução com mais classificados publicados no Expresso no período decorrente entre 2001 e 2004. Entre as restantes entidades representadas, contam-se, a título exemplificativo, as seguintes: • Banco de Portugal • Esso • E. Leclerc (cadeira de supermercados) • Alter, SA (laboratório farmacêutico) • Escritório de advogados (sem indicação da designação) • Vale do Lobo (estância turística) 9
  • 11. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Em termos de organismos internacionais, apenas dois surgem a publicar anúncios a solicitar tradutores. São eles a Organização Mundial de Saúde, que publicou três anúncios para delegações em países africanos durante o período estudado, e o Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, no Luxemburgo, com quatro anúncios, dois deles em 2001, um no final de 2002 e o último em Janeiro de 2003. QUAIS SÃO OS REQUISITOS EXIGIDOS? Um outro dado que quisemos aferir foi se a procura efectuada distinguia o tipo de tradutor, isto é, se os anúncios mencionavam ou não, especificamente, o requisito de tradutor técnico ou literário, ou se figurava, meramente, o termo tradutor, partindo-se, assim, do princípio que se procurava um tradutor de carácter generalista. Verificámos que, dos setenta e cinco anúncios publicados, trinta requeriam um tradutor técnico, apenas em quatro casos a busca dizia respeito a tradutores literários e, nos restantes quarenta e um casos, não havia qualquer indicação quanto à área de Tradução, pelo que se conclui que se procurava um tradutor generalista. Outra das características que investigámos foi a do estatuto profissional do tradutor, em termos de ligação à entidade empregadora. Assim, quisemos saber se os empregadores procuravam tradutores, tendo por objectivo a sua introdução nos seus quadros, ou se, em alternativa, a figura do profissional liberal continuava a ser a mais procurada. Além disso, de entre os que, pelo menos aparentemente, desejavam incluir os tradutores nos seus quadros, recolheram-se os dados relativos ao horário de trabalho, nomeadamente, se pretendiam oferecer um emprego a tempo inteiro ou, apenas, em tempo parcial. Os dados obtidos foram os seguintes: dos setenta e cinco anúncios publicados, trinta requeriam um tradutor técnico, apenas em quatro casos a busca dizia respeito a tradutores literários e, nos restantes quarenta e um casos, não havia qualquer indicação quanto à área de Tradução • Tempo inteiro: 22 anúncios • Tempo parcial: 3 anúncios • Trabalhador independente: 19 anúncios • Sem indicação: 31 anúncios Um dos factores que mais contribui para aquilo a que chamámos a imagem da Tradução transmitida pelos anúncios de emprego é, justamente, a formulação do anúncio e, acima dos demais factores, a indicação expressa dos requisitos que se julga ser conveniente encontrar num bom profissional da área. Assim, em termos de requisitos, indicamos abaixo alguns dos encontrados, divididos em categorias: 10
  • 12. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização • Formação académica: - Licenciatura em Línguas e Tradução - Curso do ISLA ou equivalente • Formação linguística: - Fluência em Inglês (ou outra língua) - Sólidos conhecimentos de Espanhol (ou outra língua) - Domínio da língua portuguesa - Conhecimento perfeito de Português • Experiência profissional: • Informática: - Conhecimentos de informática na óptica do utilizador - Conhecimentos de Trados, Transit, etc. - Utilização avançada de MS Office - Ligação à Internet • Outros requisitos: - Cultura geral elevada - Disponibilidade - Produtividade mínima - Excelente capacidade de redacção e tradução Infelizmente, uma grande parte dos anúncios não especifica tais requisitos, limitando- se a solicitar os serviços de um tradutor, sem indicar devidamente o que desse profissional é requerido em termos de formação e características. Ainda em termos de requisitos, não queremos deixar de chamar a atenção para o requisito «Curso do ISLA ou equivalente», um requisito algo datado e que levanta a questão de saber sobre qual será o «curso do ISLA» a que o redactor do anúncio se refere. Por último, a título mais uma vez ilustrativo, creio ser útil transcrever alguns dos textos dos anúncios encontrados. Os exemplos indicados são-no sobretudo por estes anúncios se terem, de algum modo, destacado dos demais, quer por serem invulgarmente explícitos naquilo que procuravam (o caso do exemplo 3), quer por serem «pobres» no texto apresentado (damos como exemplo o texto número 2), quer por serem exemplos marcantes do tipo de anúncio que mais surge no «Expresso Emprego» (ainda o caso do exemplo número 2), e, por último, por serem uma marca daquilo que continua a ocorrer, ou seja, a «confusão» entre as tarefas de secretariado e a função de um tradutor (o caso do exemplo número 1). 11
  • 13. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Exemplo 1: «E. LECLERC Figueira da Foz Primeira insígnia em França no mercado da Grande Distribuição, com mais de 600 hipermcercados na Europa. Recrutamos para o nosso Hipermercado da Figueira da Foz (m/f) [...] Secretária/Tradutora Reporta ao Administrador e ao Director da Loja PERFIL Licenciada em Línguas e Tradução Bilingue Francês/Português. Bons conhecimentos de informática na óptica do utilizador. Com experiência em funções similares. Muito dinâmica, responsável e polivalente. Idade entre 23 e 35 anos. OFERECEMOS Remuneração compatível com experiência demonstrada e grau de responsabilidade. Integração em equipa jovem e dinâmica.» Exemplo 2: «Empresa líder no mercado procura: TRADUTORES(AS) Região de Lisboa Língua ALEMÃ e INGLESA na área da Química, Bioquímica e Mecânica. Resposta ao n.º [...]» Exemplo 3: «Empresa em crescimento no ramo das Traduções procura para colaboração em regime de part-time, full-time e freelance (m/f) : TRADUTORES Resposta por e-mail para tradutores@....pt com indicação explícita de : • pares de línguas que traduz • áreas de especialização • software que utiliza • experiência profissional • regime de trabalho em que está interessado/a • disponibilidade.» A título de conclusão, daria relevância a alguns dos dados surgidos. Por exemplo, o facto de as habilitações requeridas para exercer a tarefa a que os anúncios se referem 12
  • 14. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização serem mencionadas, apenas, numa pequena parte dos anúncios, algo que raramente acontece noutros anúncios em busca de profissionais de outras áreas. Esta ocorrência dá-se, também, por exemplo, na área de Farmácia, onde surgem frequentemente anúncios a solicitar «Farmacêuticos»; mas, aqui, cremos tratar-se de uma situação bem diferente, já que as pessoas que se denominam farmacêuticos terão de estar inscritas na Ordem profissional respectiva e possuir, como tal, uma qualificação profissional reconhecida, o que não acontece, ainda, com os tradutores. A experiência profissional é tida como bastante importante, sendo requisito em cerca de 30 % dos anúncios encontrados, embora não se apresente como fundamental – certamente uma boa-nova para os muitos recém-licenciados dos múltiplos cursos na área da Tradução actualmente existentes. Muitos anúncios continuam a «confundir» a Tradução com as tarefas de Secretariado, como vimos no Exemplo 1, acima transcrito, algo que está directamente ligado à imagem que alguns sectores continuam a ter da Tradução, mas também à formação dos profissionais na área, que, em casos pontuais, continua ligada a uma formação base na área do Secretariado. A experiência profissional é tida como bastante importante, sendo requisito em cerca de 30 % dos anúncios encontrados, embora não se apresente como fundamental Alguns anúncios pedem «tradutores de todas as línguas» e «em todas as áreas». Se referirmos o facto de o Ethnologue registar, actualmente, a existência de 6.912 línguas vivas catalogadas e o facto, notório, de que as áreas do conhecimento são inúmeras, tal situação resulta, no mínimo, estranha, para não dizer totalmente absurda. Pormenores como este, que ressaltam desta análise sumária dos dados obtidos, constituem apenas um entre diversos e múltiplos factores que contribuem para gerar na mente de muitos, e sobretudo daqueles que se encontram mais afastados do meio e que pouco sabem sobre ele, uma ideia distorcida sobre o mundo da Tradução em Portugal. ■ 13
  • 15. ARTIGOS E COMU tradução e localização CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica, N.º 4, Maio 2006: 14-28 NICAÇÕES REFERENCES COGNITIVES IMPLICITES ET CONSTRUCTION DU SENS : LE CAS DE LA LANGUE DE LA PUBLICITE EN ANGLAIS ET EN FRANÇAIS MARCO A. FIOLA ET MICHELLE DEMERS Département d’études langagières, Université du Québec en Outaouais, Canada Résumé: Les auteurs prennent appui sur les résultats d’une étude des références implicites utilisées dans les textes de langue générale pour analyser un corpus de textes publicitaires, afin de vérifier si l’usage des références implicites dans les textes de spécialité varie selon les paires de langues, en l’occurrence en français et en anglais. Ils sont ainsi amenés à faire un constat qui semble confirmer le caractère singulier du texte publicitaire. Ce constat pourrait servir à affiner la notion de la compétence traductionnelle, notamment à l’égard des connaissances extralinguistiques essentielles non seulement à la compréhension, mais aussi à la réexpression exacte et idiomatique de ces textes. Mots-Clés: Traduction; Anglais; Français; Implicite; Publicité. Resumo: Os autores apoiam-se nos resultados de um estudo das referências implícitas utilizadas nos textos de língua geral para analisar um corpus de textos publicitários, a fim de verificar se o uso das referências implícitas nos textos desta especialidade varia entre pares de línguas, no caso, o francês e o inglês. Eles são, assim, levados a fazer uma constatação que parece confirmar o caráter singular do texto publicitário. Esta constatação poderia servir para refinar a noção da competência traducional, principalmente com respeito aos conhecimentos extralingüísticos essenciais, não apenas para a compreensão, mas também para a reexpressão exata e idiomática destes textos. Palavras-Chave: Tradução; Inglês; Francês; Tácito; Publicidade.
  • 16. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Abstract: Based on the findings of a research on implicit references used in general-language texts, the authors are looking at a corpus made of advertisements in order to ascertain that the use of implicit references in specialized texts varies according to languages pairs, in this case French and English. Their findings lead them to conclude that the results seem to confirm the peculiarity of advertising texts as a genre. In addition, their findings may be used to better understand what translation competence really entails, especially with respect to world-knowledge, which is crucial not only to fully understand texts to be translated, but also to re-express the meaning of these texts both accurately and idiomatically. Keywords: Translation; English; French; Implicit; Advertising. 1. INTRODUCTION Au Canada, la préparation de la relève en traduction incombe en grande partie à une dizaine d’établissements universitaires depuis le milieu du siècle dernier. Au fil des années, les attentes des employeurs ont évolué et il va sans dire que les universités ont été amenées à ajuster le tir plus d’une fois depuis, et ce, afin de s’assurer que la formation initiale en traduction professionnelle prépare effectivement la relève à assumer le rôle qui l’attend sur le marché de la traduction. Par exemple, durant les années 1990, avec l’avènement des technologies de pointe qui ont bouleversé la pratique des professions langagières, certaines universités canadiennes ont entrepris d’augmenter leurs programmes de formation d’un fort pourcentage de cours axés sur l’utilisation de ces outils d’aide à la traduction. Soulignons que, dans son rapport final, le Comité sectoriel de l’industrie canadienne de la traduction (1999, 91) a émis quelques remarques sur le contenu des programmes de formation en traduction, à partir des compétences observées chez les nouveaux traducteurs, remarques qui faisaient état de certaines lacunes auxquelles les universités désireuses d’éviter tout décalage entre la formation et la pratique ont tenté, et tentent toujours, de suppléer. Le Rapport signalait, entre autres choses, le manque de culture générale chez les nouveaux traducteurs à leur entrée sur le marché du travail. On peut donner raison aux employeurs, car nombreux sont les formateurs de traducteurs qui observent également un changement à l’égard des connaissances générales des nouveaux étudiants en traduction, et il semble effectivement y avoir décalage entre la culture générale attendue par les employeurs et celle des nouveaux étudiants en traduction. D’aucuns se demanderont en quoi la culture générale peut être importante dans le cadre d’une pratique professionnelle telle que la traduction. À cet égard, on fera un rapprochement entre la démarche traductionnelle et la démarche rédactionnelle. On sait d’ores et déjà que la démarche de rédaction sous-entend que le rédacteur postule une coopération du lecteur (voir Eco 1985) et que, par conséquent, il se fait généralement une représentation schématique de son lectorat (à qui il s’adresse, 15
  • 17. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES 16 quand, où, etc.), et que ce sont les caractéristiques de cette représentation qui guideront le rédacteur dans le choix du registre, du lexique et de la mesure dans laquelle il pourra faire l’économie de certains contenus qu’il juge implicites. Par exemple, une lettre destinée à un collègue de travail immédiat sera construite différemment d’une lettre à l’intention d’un destinataire qu’on n’a jamais rencontré. Or, comme nous l’avons indiqué précédemment, il semble exister certaines lacunes à l’égard des connaissances générales permettant aux jeunes traducteurs de pleinement comprendre les textes, au même titre que le « lecteur modèle » issu de la représentation que les auteurs de textes traduits se font du lectorat, et ces lacunes font obstacle à la pleine compréhension, donc à la traduction, des textes à traduire : toute incompréhension mène à un échec de l’opération traductionnelle. Par conséquent, si les employeurs considèrent que les nouveaux traducteurs sont en quelque sorte inopérants, il est impératif que les formateurs de traducteurs se penchent sur cette problématique. C’est cette problématique qui est au coeur de notre projet de recherche. 2. COMPÉTENCE TRADUCTIONNELLE, COMPRÉHENSION ET CONNAISSANCES GÉNÉRALES On connaît mal la place qu’occupent les connaissances générales au sein de la multicompétence traductionnelle. Toutefois, il est de plus en plus reconnu que ces connaissances s’inscrivent dans un tout beaucoup plus large – le bagage cognitif –, qui est composé de l’« [e]nsemble des connaissances acquises qui constituent le savoir permanent d’une personne » (Delisle et coll. 1999, 150). Or, comme on le trouve dans Fiola (2002, 111-112), c’est grâce à son bagage cognitif, partant en partie à ses connaissances générales, que le traducteur sera en mesure d’« appréhender des textes de nature variée sans perdre de temps à l’élucidation de concepts fondamentaux. » On peut aller encore plus loin en affirmant qu’elles permettent au traducteur de discerner, à l’étape de la lecture du texte à traduire, ce qui est compris de ce qui ne l’est pas; par ailleurs, on peut même aller jusqu’à dire que la richesse du bagage cognitif, couplée à l’expérience de travail et à la connaissance des domaines de spécialité, permet au traducteur de distinguer ce qui est compris d’emblée de ce qui est tenu pour compris, à tors, le traducteur chevronné étant généralement capable de déceler tout écart à l’intégrité cohésive du texte. En effet, un des plus grands risques qui guettent le traducteur – novice ou chevronné – n’est pas de ne pas comprendre à la première lecture le texte qu’il doit traduire, mais plutôt de traduire ce qu’il a cru comprendre sans en être totalement certain. Cette acuité de lecture se manifeste également dans la capacité du lecteur-traducteur de reconnaître tout recours à l’intertextualité 1. Afin 1 « L’intertextualité, c’est l’[e]nsemble des relations qu’un texte, et notamment un texte littéraire, entretient avec un autre ou avec d’autres, tant au plan de sa création (par la
  • 18. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização d’illustrer notre propos, citons un extrait d’un texte (Québec Sciences juillet-août 2004, p. 29) traitant de la cuisson des pommes de terre frites : « L'inaccessible étoile Tenter, en dépit des brûlures, d'atteindre l'inaccessible étoile. Celle qui, à tous coups, émergera de son bain d'huile parée de sa robe dorée et craquante. Celle dont l'intérieur moelleux amortira chaque fois le choc de la morsure passionnée du «fritophile». Telle est la quête de Martin Scanlon, chercheur au département des sciences alimentaires de l'université du Manitoba. » [c’est nous qui soulignons] Dans cet extrait, l’auteure tente de montrer, avec un certain humour, comment certains chercheurs essaient de percer le secret de la frite parfaite. Or, aux yeux du lecteur profane, rien n’indique pourquoi l’auteure fait référence à une inaccessible étoile alors qu’il est question de pommes de terre frites. Pour le traducteur qui n’a pas reconnu que l’auteure a repris plusieurs strophes à la chanson La quête de Jacques Brel, il sera impossible de recréer un effet équivalent dans la langue d’arrivée; d’aucuns opteront pour la littéralité, d’autres verront une difficulté, la gommeront pour l’éviter. Bref, il leur sera difficile de choisir la stratégie appropriée pour donner un effet équivalent à leur traduction. Le seul recours aux connaissances linguistiques ne peut mener qu’à l’échec, car le transcodage, ou traduction lexicale, de ce passage, compte non tenu de la référence intertextuelle, donnerait lieu au mieux à une traduction suspecte, au pis aller à une incohérence. Le traducteur averti déduira peut- être que l’auteure a donné un ton littéraire à son texte et cherchera à pousser plus loin ses recherches afin d’élucider le véritable sens du passage et ne restera pas au simple plan de la signification des éléments. Le fruit de ses recherches lui permettra par la suite de décider d’une stratégie appropriée visant à donner un effet équivalent dans sa traduction. C’est en vertu de sa capacité de saisir pleinement la structure et la mécanique discursive et rhétorique du texte à traduire que le traducteur pourra mettre en oeuvre la stratégie de traduction qui lui permettra de produire un effet d’équivalence dans sa traduction, d’où l’importance pour les traducteurs – nouveaux et aguerris – d’avoir une culture générale suffisante. un des plus grands risques qui guettent le traducteur – novice ou chevronné – n’est pas de ne pas comprendre à la première lecture le texte qu’il doit traduire, mais plutôt de traduire ce qu’il a cru comprendre sans en être totalement certain Le recours aux références faisant appel aux connaissances antérieures du lecteur sous toutes leurs formes est relativement répandu. La notion d’intertextualité recoupe en partie ce que Archer (1986, 170-171) appelle « cultural bumps ». citation, le plagiat, l’allusion, le pastiche, etc.) qu’au plan de sa lecture et de sa compréhension, par les rapprochements qu’opère le lecteur. » (Le Petit Larousse 2005). 17
  • 19. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização « A culture bump occurs when an individual from one culture finds himself or herself in a different, strange, or uncomfortable situation when interacting with persons of a different culture. This phenomenon results from a difference in a way people from one culture behave in a particular situation from people in another culture. » Nous croyons, comme Leppihalme (1997), que ces « obstacles culturels », qui peuvent soit éclairer, soit freiner la communication, sont également présents dans les textes, donc qu’ils peuvent avoir une incidence sur la traduction, et que ces obstacles sont issus tant du fonds littéraire que du fonds socioculturel général des locuteurs. Cette prise de position nous amène donc à postuler qu’il est possible d’aller plus loin et de supposer que la source de ces « références cognitives 2» dépasse le domaine littéraire. La culture populaire, qui constitue le fonds de connaissances générales dont il sera question plus loin, est effectivement riche en exemples du genre, comme nous démontrerons à la section suivante. Précisons que la notion de connaissances générales se distingue de celle de « connaissances extra-linguistiques », telle qu’exprimée par Roberts (1985, 344-345) et reprise par Delisle (1992, 42). En effet, ces auteurs font ressortir l’importance pour le traducteur de connaître certaines disciplines spécialisées, et ce sont ces connaissances extralinguistiques qui permettront au traducteur d’aborder plus facilement la traduction de textes associés à ces disciplines. On pensera, par exemple, aux domaines de la science et de la technologie, des sciences sociales et de l’économie. Or, s’il est crucial pour le traducteur d’avoir sinon une spécialisation, au moins la capacité de se documenter afin de comprendre et de réexprimer un message avec une compétence s’approchant le plus possible de celle d’un expert (Fiola 2004, 431), il ne faut pas négliger pour autant ces connaissances générales, que Lederer (1994, 211) appelle le bagage cognitif, dont la portée dépasse celle de la connaissance des domaines de spécialité pour englober le concept de « culture générale » dans son sens le plus large. Ce sont ces connaissances qui, selon les employeurs, semblent faire défaut aux jeunes traducteurs. Pour mieux préparer les étudiants à répondre à cette exigence, les universités pourraient jouer un rôle déterminant de deux façons : d’abord, en évaluant la culture générale des étudiants avant leur entrée dans un programme de traduction et ainsi éliminer les candidats dont la culture générale (ou la curiosité et la motivation) est insuffisante pour ensuite adapter le programme de formation pour favoriser l’acquisition de connaissances et d’attitudes. Évidemment, pour que les universités puissent y arriver, il tient d’abord de mieux cerner la notion de culture générale chez un traducteur. 2 Dans le présent article, la notion de « référence cognitive » renvoie à tout mot ou syntagme constituant un élément d’information extralinguistique et extratextuelle, c’est-à-dire toute information dont la compréhension sollicite le recours à un savoir linguistique et extralinguistique acquis antérieurement. 18
  • 20. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Notre recherche se propose d’apporter des éléments de réponse afin de définir en partie ce qu’est la culture générale comme élément de compétence traductionnelle dans un contexte de traduction de textes pragmatiques, en anglais et en français. À partir de textes susceptibles d’être traduits par des traducteurs novices, nous souhaitons faire ressortir les références cognitives pour ensuite les analyser afin de déterminer si certains domaines sont plus sollicités que d’autres, en français et en anglais, puis de comparer les résultats obtenus dans les deux langues de travail. 3. HYPOTHÈSE Nous posons l’hypothèse selon laquelle l’usage des références cognitives dans les processus discursifs des textes de spécialité varie selon les langues. En effet, nous croyons que, tout comme pour les textes de langue générale (voir Fiola à paraître), la fréquence d’usage des références cognitives, thématiques et extrathématiques, de même que les éléments de discours implicites faisant appel à un bagage propre à la langue, varie selon la langue du discours. Notre recherche se propose d’apporter des éléments de réponse afin de définir en partie ce qu’est la culture générale comme élément de compétence traductionnelle dans un contexte de traduction de textes pragmatiques, en anglais et en français Pour illustrer notre propos, voyons un premier exemple, extrait d’un article paru dans le journal Atlantic News (Brewster 6 février 2004) : « Many of you have been wondering if I'm about to take a walk in the snow," he said […]. "Well, I'm not. » L’expression « take a walk in the snow » est passée dans l’usage en anglais à la suite de la déclaration de Pierre Elliot Trudeau, à l’occasion de laquelle il avait annoncé qu’il avait pris un moment de réflexion (en faisant une promenade par une nuit d’hiver) et avait décidé de quitter la vie politique. Une traduction littérale de cette citation laisserait le lecteur francophone quelque peu perplexe, car l’expression n’est jamais passée dans l’usage en français. Le français a également ses références cognitives. Prenons, par exemple, ce titre du quotidien Le Monde du 22 décembre 1998 : « Sous l’euro, le dollar ». La génération des soixante-huitards n’aura pas de peine à reconnaître sous une forme différente le cri de ralliement de toute une génération : Sous les pavés, la plage! 3 Une simple traduction par transcodage ne saurait rendre la force perlocutoire de l’image évocatrice de cette forme, aisément reconnue par le lecteur français. 3 Alors qu’ils dressaient leurs barricades, les manifestants avaient trouvé, sous le macadam, l’ancien pavement et immédiatement au-dessous, le lit de sable sur lesquels ils étaient posés. 19
  • 21. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Comme on peut le constater, l’usage de l’implicite est intimement lié à la culture dans laquelle la langue du discours est actualisée, et il serait imprudent de chercher à tout prix, sans adaptation, à rendre les références cognitives d’une langue dans une autre. 4. CORPUS ET METHODOLOGIE Le choix du texte publicitaire comme sujet d’étude s’est imposé du fait que nous avons postulé que ces textes renferment souvent des références cognitives, voire extratextuelles, propres à la langue. Ce genre de procédé a fait ses preuves en publicité. En voici un exemple remarquable : Graphique 1. Publicité anti-tabac Graphique 2. Publicité de boisson glacée Au départ, le corpus publicitaire devait contenir 10 000 mots, soit environ 5 000 mots en anglais et 5 000 mots en français. Nous avons retenu les publicités en tenant compte de certains critères. D’abord, pour permettre une analyse des références cognitives propres à chaque langue, les textes devaient être originaux, c’est-à-dire rédigés soit en français, soit en anglais, sans être des traductions. Nous n’avons retenu que les textes publicitaires imprimés, c'est-à-dire ayant d’abord paru dans les journaux, les magazines et la presse spécialisée de même que les affiches. Évidemment, pour les besoins de notre recherche, les publicités devaient contenir au moins un mot, autre que l’appellation, c'est-à-dire les noms de marque, de produit et d’origine, dans la mesure où elle se rapporte au produit en question. Nous n’avons 20
  • 22. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização retenu que les deux autres niveaux de texte, tels que les décrit Guidère (2000, 24), donc le « slogan » (p. ex. : Bell et bien simple) et le « rédactionnel » (p. ex. : La sloche gèle momentanément le cerveau). Puis finalement, pour que notre corpus soit le plus actuel possible, nous n’avons gardé que les publicités parues entre 2000 et 2004. Nous avons d’abord eu recours à Internet pour constituer notre corpus. Les publicités répondant à ces critères ont été puisées sur les sites des Coqs d’or 2001 (prix décernés aux meilleures publicités par des concepteurs du Québec), des Cassies (prix décernés pour les campagnes publicitaires canadiennes les plus rentables) et de nombreuses agences publicitaires au Canada. Après avoir épuisé cette source de textes, nous n’avions toujours pas le nombre visé de mots pour le corpus; nous avons donc poursuivi en extrayant des publicités de La Presse et du National Post pendant deux semaines. Toutes les publicités qui ne correspondaient pas aux critères déjà énumérés ont été éliminées puis, pour préserver le caractère objectif du corpus, nous avons retenu une publicité sur trois. Nous avons réuni ainsi 134 publicités en anglais pour un total de 5 558 mots et 180 publicités en français totalisant 2 842 mots. Notre corpus publicitaire compte donc 8 400 mots. Afin de mieux comparer les textes, nous avons calculé l’écart du nombre de mots entre le texte le plus court et le plus long dans chacune des langues. À partir de cette donnée, nous avons formé trois groupes dans lesquels nous avons classé les textes selon leur taille, soit le groupe 1 pour les textes courts, le groupe 2 pour les textes moyens et le groupe 3 pour les textes longs. Anglais Français Publicité la plus longue 240 mots 145 mots Publicité la plus courte 3 mots 1 mot Écart entre la plus longue et la plus courte 237 144 Divisé par trois (regroupement par taille des textes) 79 48 Groupe 1 (court) 3 - 81 1 - 48 Groupe 2 (moyen) 82 - 160 49 - 96 Groupe 3 (long) 161 - 240 97 - 145 Tableau 1. Répartition des textes selon la taille Une fois que le corpus a été constitué, nous avons procédé au repérage des références cognitives dans les textes. Chaque mot, syntagme ou locution qui constituait une référence cognitive a été versé dans une base de données. 21
  • 23. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Pour faciliter l’analyse des données, nous avons regroupé les références par catégories. Nous nous sommes inspirés du système de classement de la Library of Congress pour déterminer ces catégories 4. Par souci de précision, nous avons ensuite subdivisé les huit catégories en deux niveaux supplémentaires, là où le corpus justifiait une analyse fine. 5. RESULTATS À la lumière de toutes les données que nous avons amassées, nous avons remarqué plusieurs faits intéressants. 134180ANGLAISFRANÇAIS On peut d’ores et déjà se demander si les publicités en français ont vraiment tendance à être plus concises que les publicités anglaises Graphique 3. Nombre de publicités Le graphique 2 illustre la répartition du nombre de publicités selon la langue. Il y a une importante différence entre le corpus anglais et le corpus français. En effet, bien que le nombre de textes recueillis en anglais (134) soit moindre par rapport au nombre de textes français (180), les publicités anglaises contenaient presque le double de mots (5 558) que l’ensemble des textes français (2 842). On peut d’ores et déjà se demander si les publicités en français ont vraiment tendance à être plus concises que les publicités anglaises. Nous avons attribué à chacune des références cognitives recueillies la mention thématique ou extrathématique pour faire la distinction entre les références portant 4 Histoire, géographie, politique, langue et littérature, musique, religion, sciences sociales, sports. 22
  • 24. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização sur le produit ou service mis en valeur par la publicité (références thématiques) et les références faisant allusion à une notion extérieure au produit ou service présenté dans la publicité (références extrathématiques). Les références extrathématiques nous intéressent davantage, car c’est contre ces dernières que le traducteur novice bute s’il ne possède pas le bagage cognitif requis pour les reconnaître et pour ensuite les rendre dans le texte d’arrivée. En effet, les références thématiques servent à enrichir le contexte cognitif du texte, donc à augmenter la compréhension du lecteur, au fur et à mesure qu’il progresse dans sa lecture du texte. Bref, s’il y a implicitation par référence thématique, la clé de l’énigme se trouve dans le texte où l’élucidation de cette part d’implicite fait appel au bagage cognitif du lecteur en lien avec le sujet du texte, ce qui n’est pas le cas des références extrathématiques, qui exigent une connaissance de sujets autres que ceux qui sont abordés dans le texte. 5051525354555657585960ThématiquesExtrathématiquesAnglaisFrançais Graphique 4. Références thématiques et extrathématiques Le graphique 4 montre que les deux corpus contiennent le même nombre de références thématiques, soit 59 références, alors que le nombre de références extrathématiques varie légèrement, c’est-à-dire 57 références dans les publicités anglaises contre 53 pour les publicités françaises. Il faut se souvenir que le corpus anglais compte environ le double de mots. Il semblerait donc que les textes en français comprennent plus de références cognitives que les textes anglais. C’est ce que Fiola (à paraître) avait aussi observé avec les textes de langue générale, dans le premier volet de ce projet de recherche. 23
  • 25. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Rang Anglais Nb Français Nb 1 Géographie 31 Géographie 19 2 Sciences sociales 11 Sciences sociales 13 3 Linguistique et littérature 6 Linguistique et littérature 8 4 Sports 4 Musique 5 Histoire 2 5 Politique 2 Sports 4 Tableau 2. Classement des catégories les plus fréquemment utilisés Le tableau présente la répartition, en chiffres absolus, des références extrathématiques dans chacune des langues selon les catégories les plus fréquemment exploitées. Nous remarquons que, pour les textes publicitaires, outre l’écart entre le nombre de références relatives à la géographie en français et en anglais, les résultats sont plutôt similaires dans les deux langues. Afin de relativiser la fréquence des références extrathématiques, nous avons déterminé un coefficient de fréquence des références cognitives. Pour ce faire, nous sommes partis du nombre de références que nous avons multiplié par 100, et nous avons divisé ce résultat par le nombre de mots que contenait le texte. Nombre de références X 100 = coefficient Nombre de mots 00,511,522,533,544,55groupe 1groupe 2groupe 3AnglaisFrançais Graphique 5. Coefficient des références extrathématiques 24
  • 26. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Comme l’indique le graphique 5, on note, dans les textes en français comportant des références, une tendance à la décroissance à l’égard du coefficient de références extrathématiques. En effet, dans le groupe 1, le coefficient dépasse les 4, 5, alors qu’il atteint à peine 1 pour le groupe 2 et qu’il est tout à fait nul pour le groupe 3. En revanche, dans les textes anglais, à défaut d’être stable, le coefficient varie de telle sorte qu’il a été impossible de détecter une tendance nette. Il faut garder à l’esprit qu’il ne s’agit ici que des références extrathématiques, donc des références qui ne sont pas en rapport direct avec le contenu de la publicité. Par exemple, il peut s’agir d’une référence au sport dans une publicité d’automobile. 6. CONCLUSION À la lumière des résultats obtenus, nous pensons pouvoir affirmer que, effectivement, l’usage des références cognitives dans les processus discursifs des textes publicitaires varie selon la langue, du moins entre le français et l’anglais. En effet, comme nous l’avons démontré, en dépit du fait que les références cognitives des textes de notre corpus proviennent de domaines comparables en français et en anglais, le coefficient de références cognitives varie considérablement d’une langue à l’autre. De plus, à la lecture du tableau de répartition des catégories de références, on serait porté à croire qu’il y a peu de différences entre les références cognitives extrathématiques utilisées dans les textes publicitaires en français et en anglais. Toutefois, il ne faut pas oublier que, même si une référence provient d’une catégorie dont l’usage est également répandu en français et en anglais, cela ne signifie pas pour autant que son usage soit aussi répandu, que le renvoi implicite soit aussi facilement décelable et compréhensible, puis transférable par transcodage, d’une langue à l’autre. À titre d’exemple, on pourra citer à nouveau l’exemple de « to take a walk in the snow », qui provient du domaine Politique. Or, il aurait été possible que ce domaine soit aussi riche en références cognitives en anglais et en français, sans pour autant que l’on trouve la même référence dans les deux langues. les coefficients en langue de la publicité varient considérablement d’une langue à l’autre. Toutefois (…) ces différences sont à peine perceptibles Si les résultats montrent que les références extrathématiques proviennent, dans des proportions relativement comparables, des mêmes catégories, il n’en demeure pas moins que leur compréhension immédiate, essentielle à la construction du sens, et leur transférabilité repose sur des a priori encore à déterminer. Ces résultats viennent confirmer en partie les conclusions d’une étude antérieure portant sur la langue générale. En effet, tout comme pour les textes de langue générale, les coefficients en langue de la publicité varient considérablement d’une langue à l’autre. Toutefois, nous savons que, contrairement aux textes de langue générale où les domaines d’où provenaient les références variaient de manière sensible, dans les textes publicitaires, ces différences sont à peine perceptibles. 25
  • 27. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Nous allons maintenant poursuivre notre étude en nous concentrant sur d’autres corpus de langues de spécialité, c'est-à-dire la langue administrative et commerciale et la langue scientifique et technique. Ce nouveau corpus devrait nous aider à affiner notre compréhension des mécanismes discursifs d’implicitation mis en oeuvre en langue de spécialité. Le traducteur a ceci de différent du lecteur auquel le texte est destiné : il doit, sans être spécialiste du domaine, arriver à un niveau de compréhension devant lui permettre d’expliquer le texte qu’il doit traduire dans une autre langue. Pour atteindre ce niveau de compréhension, il doit posséder certes un certain bagage de connaissances spécialisées, en plus d’un bon bagage cognitif, ce qui lui permet de reconnaître toute référence implicite insérée dans un contenu explicite. En perfectionnant la compréhension des mécanismes rhétoriques mis en oeuvre dans la construction du sens, les théoriciens et les didacticiens de la traduction professionnelle, quelles que soient les langues avec lesquelles ils travaillent, parviendront à définir avec précision la nature de la compétence traductionnelle. Cela fait, il deviendra ensuite possible de définir les objectifs d’apprentissage qui servent à construire tous les programmes de formation en traduction. Finalement, avec une meilleure compréhension des mécanismes discursifs, il sera possible de proposer des éléments de solution à l’enrichissement du bagage cognitif du futur traducteur, ou encore affiner les épreuves de sélection auxquelles doivent se soumettre les candidats à la formation en traduction. ■ REFERENCES Sources primaires Bibliothèque et Archives Canada. « Répertoire de vedettes-matière. » [En ligne]. Bibliothèque et Archives Canada. Page consultée le 5 juin 2005. Accessible à partir de <http://www.collectionscanada.ca/rvm-bin/search/>. BOS. « Portfolio, publicité, imprimé. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.bos.ca/index_home.html>. Bristol. « Portfolio. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.bristolgroup.ca/ourwork.asp?cmPageID=93>. Calder Bateman. « Portfolio. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.calderbateman.com/html/portfolio/gallery/portfolio.asp?ShowSub=print>. CASSIES. « Winners. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.cassies.adbeast.com/2004Winners/>. Cossette. « Nos réalisations, portfolio, publicité, image en français. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.cossette.com/fr/flash/?d=oui&size=1024>. 26
  • 28. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Creative Keyes. « Portfolio, ads. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.creativekeyes.com/index3.html>. DDB Canada. « Ideas. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.pjddb.com/flash.html#>. Diesel. « Notre travail, imprimé. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.dieselmarketing.com/main.htm>. La Presse. 23 août au 4 septembre 2004, Montréal. LG2. « Les réalisations, imprimé. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.lg2.com/>. Maclaren McCann. [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.maclaren.com/#>. Marketel. « Portfolio, publicité. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.marketel.com/>. Media Job Search Canada. « Advertising/Marketing Websites. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.mediajobsearchcanada.com/advertising_marketing.asp>. Palm. « Portfolio, imprimé. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.palm.ca/fr/default.asp?tab=tab0>. Publicité Club de Montréal. « 42e concours de création publicitaire : Coq D’Or 2001. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://pcm.sympatico.ca/coqs/>. Rethink. « Work. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.rethinkadvertising.com/>. Tam-Tam/TBWA. « Le produit, imprimé. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.tamtamtbwa.com/>. The National Post. 23 août au 3 septembre 2004. (Winnipeg, Manitoba). Université du Québec à Montréal : « Localiser les documents. Abrégé détaillé du système de classification de la Library of Congress », InfoSphère, [En ligne]. Page consultée le 5 juin 2005. Accessible à partir de <www.bibliotheques.uqam.ca/InfoSphere/sciences_humaines/ locdoc1alc1.html>. Watermark Advertising Design. « Our work, print. » [En ligne]. Page consultée le 24 août 2004. Accessible à partir de <http://www.watermarkadvertising.com/our_work/print/ index2.html>. Sources secondaires Archer, Carol M. « Culture bump and beyond. » In Culture Bound, dir. Joyce Valdes, 170-178. Cambridge: Cambridge University Press. 1986. Brewster, Murray. « Hamm squelches retirement speculation; too much left to do, says premier. » In Atlantic News. 6 février 2004. Accessible à partir de <http://www.atlanticnews.com>. Page consultée le 20 octobre 2005. Comité sectoriel sur l’industrie canadienne de la traduction. L’industrie canadienne de la traduction. Stratégie de développement des ressources humaines et d’exportation. Ottawa : Industrie Canada. 1999. Delisle, Jean. : « Les manuels de traduction : essai de classification », TTR V, no. 1 (1992): 17-47. 27
  • 29. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Delisle, Jean et coll. Terminologie de la traduction. Amsterdam/Philadelphie: John Benjamins, 1999. Eco, Umberto. Lector in fabula. Le rôle du lecteur ou la coopération interprétative dans les textes narratifs. Paris: Grasset, 1985. Elie, Marie-Pier. « Bizarre, bizarre », Québec Science, juillet-août (2004): 22-29. Fiola, Marco A. . « Understanding Text Structure, Understanding Translation Competence. » In Investigación y traducción: una mirada al presente en la labor investigadora y en el ejercicio de la profesión de la licenciatura Traducción e Interpretación, dir. Encarnación Postigo Pinazo, 16 p., Malaga, à paraître. Fiola, Marco A. « The Ultimate Goal of University Translation Curricula: Training Specialized Translators or Translation Specialists? » In New Directions in LSP Studies, dir. Khurshid Ahmad et Margaret Rogers, 431-436, University of Surrey, 2004. Page consultée le 23 février 2006. Accessible à partir de <http://portal.surrey.ac.uk/pls/portal/docs/PAGE/COMPUTING/NEWS/ CONFERENCES/LSP2003/LSP2003_V2_0.PDF>. Fiola, Marco A. « Aptitudes, compétences et critères d'admission aux programmes de traduction », La traduction : des idées nouvelles pour un siècle nouveau. Actes du XVIe congrès mondial de la Fédération internationale des traducteurs, 110-114, Vancouver, 2002. Guidère, Mathieu. « Aspects de la traduction publicitaire », Babel, vol. 46, no. 1 (2000): 20-40. Le petit Larousse illustré, Paris: Larousse, 2005 Lederer, Marianne. La traduction aujourd’hui. Le modèle interprétatif, Paris: Hachette, 1994. Leppihalme, Ritva. Culture Bumps. An Empirical Approach to the Translation of Allusions, Multilingual Matters Ltd., 1997. Marti, Serge. « Sous l’euro, le dollar. » Le Monde, 22 décembre (1998). Roberts, Roda P. « University Education and Professional Skills. » In Proceedings of the National Symposium on Linguistic Services held in Ottawa, October 9-12, 1984, 343-352. Ottawa: Secretary of State, 1985. 28
  • 30. ARTIGOS E COMU tradução e localização CONFLUÊNCIAS – Revista de Tradução Científica e Técnica, N.º 4, Maio 2006: 29-41 NICAÇÕES LOYALTY AND FIDELITY IN SPECIALIZED TRANSLATION CHRISTIANE NORD 1 Heidelberg, Germany Abstract: The article explores the relationship between functionalism, loyalty and fidelity in specialized translation. In a first step, it discusses the basic principles of functionalism in translation, the first of which (the translation purpose determines the translation method) gives rise to a debate on the ethical aspects of functionalism. To make the functionality concept applicable to translator training and translation practice, the author has introduced the complementary principle of loyalty, which, unlike faithfulness, or fidelity, refers to a trustful and fair relationship between the persons interacting in a translation process. In the process of loyally producing a functional translation, the translator may rely on intertextual relationships between the texts in both the source and the target culture. Keywords: Functionalism; Loyalty; Fidelity; Ethics; Intertextuality. Resumo: O artigo aborda a relação entre a funcionalidade, a lealdade e a fidelidade no âmbito da tradução especializada. Numa primeira fase, analisa os princípios básicos do funcionalismo aplicado à tradução e o debate ético que é levantado pelo seu primeiro princípio, segundo o 1 The author held a chair for translation studies and specialized communication at the University of Applied Sciences of Magdeburg-Stendal (Germany), from which she retired in 2005. She is a research fellow of the University of the Orange Free State (UOFS), Bloemfontein (South Africa).
  • 31. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização qual a finalidade determina o método de tradução. Para que o conceito de funcionalidade seja aplicado à formação e à prática profissional, a autora introduz o princípio complementar da lealdade que, ao contrário da noção de fidelidade, assenta numa relação justa e de confiança entre as pessoas envolvidas no processo de tradução. De modo a produzir, lealmente, uma tradução funcional, o tradutor pode basear-se nas relações intertextuais entre os textos da cultura de partida e da cultura de chegada. Palavras-Chave: Funcionalismo: Lealdade; Fidelidade; Ética; Intertextualidade. 1. GENERAL REMARKS The following considerations draw on a functional approach of translation (cf. Nord 1997), based on Skopos theory (cf. Vermeer 1978, Reiss/Vermeer 1984). Skopos is the Greek word for "aim, purpose", and the basic principle of Skopos theory is that the (intended) purpose of the target text determines the choice of method and strategy in the translation process. The target-text purpose is defined by the translation commission, or rather: translation brief. In professional settings, the "brief" is often not sufficiently explicit because commissioners are no translation experts and therefore they are not aware of what kind of information the translator needs to produce a text that fulfils the needs and expectations of the client and/or the prospective target-text audience. Therefore, the first step in the translation process is the "interpretation of the brief", drawing on whatever information there is or can be obtained about the "profile" of the target text the client needs. In routine tasks from well-known clients, for example, the translator may rely on previous experience; in "standard briefs" (like translating a set of operating instructions for a similar audience to achieve the same communicative function as that of the source text), they may simply follow the culture-specific norms for this kind of translation. Any task that is not standard or routine, will have to be specified before the process is initiated, and clients have to be "educated" to provide all sorts of information or indications available. Otherwise they will have to take what they get: a target text that fits many functions but none particularly well – instead of a text that is made to measure for the client's needs. This does not mean that the client should tell the translator how to go about her or his work – no less than a client tells a mechanic how to fix the broken car or a lawyer how to defend the accused. The methods and strategies to choose from are part and parcel of the translator's professional competence, and this, in turn, is the basis for loyalty and trust between the translator and her/his interaction partners in intercultural mediation, as we will see below. 30
  • 32. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização 2. BASIC PRINCIPLES OF FUNCTIONALISM IN TRANSLATION Functionalist approaches to translation draw on the following basic principles: a) The purpose of the translation determines the choice of translation method and strategy. This means that, as experience shows, there is no single method or strategy for one particular source text, and any decision between two or more available solutions to a translation problem must be guided by some kind of intersubjective criterion or set of criteria (i.e. strategy). In the case of functional approaches, this criterion is the communicative function or functions for which the target text is needed (i.e. the functionality principle). b) The commissioner or client who needs a translation usually defines the translation purpose in the translation brief. If the translation brief is not sufficiently explicit (as in "Could you please translate this text by Wednesday!"), the translator has to find out what kind of purposes the client has in mind, relying on previous experience in similar situations, or interpreting any clues that might indicate the intended purpose, or asking clients for more information about their intended purpose(s). c) A translation that achieves the intended purpose may be called functional. Functionality means that a text (in this case: a translation) 'works' for its receivers in a particular communicative situation in the way the sender wants it to work. If the purpose is information, the text should offer this in a form comprehensible to the audience; if the purpose is to amuse, then the text should actually make its readers laugh or at least smile. The text producer (and the translator as text producer, too) has, therefore, to evaluate the audience's capacities of comprehension and cooperation and anticipate the possible effects which certain forms of expression may have on the readership. d) Functionality is not an inherent quality of a text. It is a quality attributed to the text by the receiver, in the moment of reception. It is the receiver who decides whether (and how) a text 'functions' (for them, in a specific situation). If, as we know, the same receiver at different moments of her/his life reacts in different ways to the 'same' text (e.g. Shakespeare's Romeo and Juliet), it is most improbable that different readers at different moments, let alone readers belonging to different cultural environments, will react to the same text in the same manner. e) But if this is true, how can we be sure that a text achieves the function we want it to achieve? We cannot. Usually we rely on the audience's willingness to cooperate in a given situation, otherwise communication would be impossible. Any text producer, therefore, consciously or unconsciously uses some kind of verbal and/or non-verbal 'function markers' indicating the intended communicative function(s), e.g., printing the text in small letters on a slip of paper that comes with a box of pills, which indicates a patient package insert. Imposing a title like 'Instructions for 31
  • 33. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização use', to mention just another example, is a most explicit indication that the sender wants this text to function as an instruction. Other types of markers: a particular text format or lay-out, say, a newspaper headline; certain sentence structures, say, imperatives in a recipe; a particular register, as in an editorial; certain forms of address for the readership, say, in a student’s manual, etc. If the receivers recognise the function markers, they may accept the text as serving the intended function. But markers can only be interpreted correctly by a receiver who is familiar with the ‘marker code’ that is used. f) One of the most important text-producing strategies is to find the appropriate balance between new and old information; if a text offers too much new information it will be incomprehensible for the readers, while if it contains too little new information, the audience will not find it worth reading. g) Especially in the case of texts translated from a source culture that is distant in time and/or space from the target-cultural environment, the function (or hierarchy of functions) intended for, and/or achieved by, the target text may be different from that intended for, and/or achieved by, the source text. The methods and strategies to choose from are part and parcel of the translator's professional competence, and this, in turn, is the basis for loyalty and trust between the translator and her/his interaction partners in intercultural mediation 3. LOYALTY AS A CORRECTIVE IN FUNCTIONAL TRANSLATION Looking at these basic principles we may wonder why there is no mention of criteria like ‘faithfulness’ or ‘fidelity’, which have been almost sacrosanct in any discourse on translation for the past two thousand years. This is the reason why some critics reproach functionalism for producing "mercenary experts, able to fight under the flag of any purpose able to pay them" (Pym 1996: 338). Others hold the view that a translator who takes into account the needs and expectations of her/his target audience must necessarily lose sight of 'the' source text. The latter criticism can be answered on the grounds of the concept of ‘text’ as used in functional translation theory. In terms of what I have said about functional markers and their culture-specificity, the form in which the source text presents itself to the translator is a product of the many variables of the situation (time, place, medium, addressees) in which it originated, while the way this form is interpreted and understood by the translator, or any other receiver, is guided by the variables of the new situation of reception. The first criticism refers to an ethical quality related to the status of the source text. While the broader, text-linguistic, equivalence approach stretches the idea of a translation's double linkage to both the source and target sides (sometimes so far as to blur the borderline between translations and non-translations), narrower linguistic approaches still start from the autonomy or authority of a source text, that must not be touched in the translation process. In Skopostheorie, however, the source texts, or 32
  • 34. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização more precisely, its linguistic and stylistic features, are no longer regarded as the yardstick for a translation. Does this mean that the translator is entitled to do as he or she likes with the source text? Indeed, the first basic principle of functionalism could be paraphrased as ‘the translation purpose justifies the translation procedures’, and this sounds very much like ‘the end justifies the means’. As such, there would be no restriction to the range of possible ends; the source text could be manipulated as clients (or translators) saw fit. In a general theory, this doctrine might be acceptable enough, since one could always argue that general theories do not have to be directly applicable. Yet translation practice does not take place in a void. It takes place in specific situations set in specific cultures, so any application of the general theory, either to practice or to training, has to consider the specific cultural conditions under which a text is translated. At different times and in different parts of the world, people have had and still have different concepts of the relationship that should hold between an original and the text that is called its translation. According to the prevailing concept of translation, readers might expect, for example, the target text to give the author's opinion exactly; other cultures might want it to be a faithful reproduction of the formal features of the source text; still others could praise archaising translations or ones that are far from faithful reproductions, but comprehensible, readable texts. Taking account of all these different expectations, which may vary according to the text type in question or depend on the self-esteem of the receiving culture with regard to the source culture, the translator acts as a responsible mediator in the cooperation developing between the client, the target audience and the source-text author. This does not mean that translators always have to do what the other parties expect, which may even be impossible if the three parties expect different translational behaviours. It means that the translator has to anticipate any misunderstanding or communicative conflict that may occur due to different translational concepts and find a way to avoid them. The responsibility that translators have toward their partners is what I call 'loyalty'. The loyalty principle was first introduced into Skopostheorie in 1989 (Nord 1989, cf. Nord 1997: 123 ff.) in order to account for the culture-specificity of translation concepts, setting an ethical limitation on the otherwise unlimited range of possible skopoi for the translation of one particular source text. It was argued that translators, in their role as mediators between two cultures, have a special responsibility with regard to their partners, i.e. the source-text author, the client or commissioner of the translation, and the target-text receivers, and towards themselves, precisely in those cases where there are differing views as to what a 'good' translation is or should be. As an interpersonal category referring to a social relationship between people who expect not to be cheated in the process, loyalty may replace the traditional intertextual relationship of 'fidelity', a concept that usually refers to a linguistic or stylistic similarity between the source and the target texts, regardless of the communicative intentions and/or expectations involved. It is the translator's task to mediate between 33
  • 35. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização the two cultures, and I believe that mediation can never mean the imposition of the concept of one culture on the members of another. In introducing the loyalty principle into the functionalist model, I would therefore also hope to lay the foundations for a trusting relationship between the partners in the translational interaction. If authors can be sure that translators will respect their communicative interests or intentions, they may even consent to any changes or adaptations needed to make the translation work in the target culture. And if clients or receivers can be sure that the translator will consider their communicative needs as well, they may even accept a translation that is different from what they had expected. This confidence will then strengthen the translator's social prestige as a responsible and trustworthy partner. The loyalty principle thus adds two important qualities to the functional approach. Since it obliges the translator to take account of the difference between culture- specific concepts of translation prevailing in the two cultures (involved in the translation process), it turns Skopostheorie into an anti-universalist model; and since it induces the translator to respect the sender's individual communicative intentions, as far as they can be elicited, it reduces the prescriptiveness of 'radical' functionalism. This confidence will then strengthen the translator's social prestige as a responsible and trustworthy partner. The following example may illustrate this point. In 1972, Ernesto Cardenal published a book with the title En Cuba ("In Cuba", Cardenal 1972a), in which he enthusiastically described how wonderful he found the “new” Cuba under Fidel Castro. Immediately after its publication in Spanish, the book was translated into German (Cardenal 1972b). The West German publisher asked the translator to adjust the author’s Latin American “pathetic style” to what they considered acceptable for a West German audience – precisely in connection with a communist system during the Cold War period. Consequently, the translator omitted, or at least, toned down most of the author’s positive evaluative and emotional utterances with regard to post-revolutionary Cuba, Fidel Castro or the Cuban Revolution, and his negative remarks about the United States and their representatives, e.g. the US ambassador. She omitted, for example, the dedication 'Al pueblo cubano y a Fidel' (To the Cuban people and to Fidel), Che Guevara’s motto 'Todos parejos en todo' (All equal in everything), the characterization 'con su cara de cerdo' (with his pigface) in the description of dictator Batista, the remark that black people work like slaves in the United States ('trabajan como esclavos en los Estados Unidos'), three pages of testimonies about torture and acts of violence of the Batista regime, and a whole paragraph in which Fidel Castro explains in verbatim his vision of a socialist society in Cuba in an interview with the author (cf. Grohmann 1976: 31-33). Since this was Ernesto Cardenal’s first book ever to be published in Germany, German readers received the impression that he was a journalist describing his visit to Cuba in a rather detached, "objective" kind of style. 34
  • 36. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização The first basic principle of functional translation theory mentioned above should, therefore, be restricted in the sense that the range of acceptable translation purposes is limited by the translator's responsibility to all her/his partners in the cooperative activity of translation (i.e. the loyalty principle). Loyalty may oblige translators to reveal their translation purposes and justify their translational decisions. In what follows, I will look at loyalty from four different angles: loyalty and conflict prevention, loyalty and professionality, loyalty and trust, loyalty and fairness. 3.1. Loyalty and conflict prevention If we consider translation to be an activity facilitating communication between people belonging to different language and culture communities, the translator is part of a communicative interaction intended to overcome linguistic and cultural boundaries between people. Such an interaction involves at least four participants or, rather, roles: • the source-culture sender (SC-S) of a message which was produced for a source- culture audience (SC-A) in order to achieve a particular communicative purpose in the source culture (SC-P); • a client or initiator (INI), who commissions a translation or interpretation of this source-culture message for a target-culture audience (TC-A) in order to achieve a particular communicative purpose (TC-P); • a translator or interpreter (TRL), who produces the target text according to the way in which the initiator specifies the commission (possibly in a translation brief); • the target-text receivers (TC-R), whose reception is guided by their own communicative needs plus the verbal and nonverbal function markers found in the text and in the situation in which it is received, in addition to their expectations toward a text received in such a situation. While the sender and the receivers belong to the source and the target culture, respectively, the initiator and the translator can be members of either the source or the target culture. The behaviour of each of these participants is guided by their respective socio-cultural backgrounds, by culture-specific norms and conventions and by their subjective (in the case of sender, initiator and receivers) or objective (in the case of the translator if she/he has undergone formal training) theories on translation. In this intercultural communicative interaction, the translator is the only one who is (by definition) familiar with the conditions and norms of both the source and the target cultures, while the other participants are often not even aware of those of their own culture in contrast with the others. Each of them communicates (as a sender or an initiator or a receiver) according to the conditions of her/his own culture. Due to their familiarity with both cultures, only translators are in a position to discover the conflict potentials (Michael Agar calls them "rich points", 1991: 168) and either avoid them or 35
  • 37. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização find a satisfactory solution. Therefore, translators play a powerful role. They could easily deceive their partners without anybody noticing - sometimes just by "faithfully" translating what the source text says. For this kind of conflict management, ethical principles are needed. For we have to ask whose expectations will have priority in the case of incompatibility. A translator who is "loyal" should make sure that in this interaction none of the participants is deceived or otherwise damaged. Chesterman (1997: 184 ff. and 2001: 151-152) speaks of prevention or reduction of "communicative suffering": Communicative suffering arises from not understanding something that you want to understand, from misunderstanding or inadequate understanding, and from not being able to get your own message across. It also arises from a lack of communication at all. Translators are like doctors in that their task is to intervene in certain cases of communicative suffering: those involving language and culture boundaries. (Chesterman 2001: 151) As everybody knows, physiological and psychological suffering can also be caused by deficiencies we are not aware of. A doctor acting in an ethical way will therefore not only cure the symptoms the patient is complaining about but also try to discover the origin of the illness and look for a remedy. The translator is such a doctor who tries to prevent communicative suffering by responsible and professional procedures. This becomes obvious in cases where old texts belonging to the cultural heritage – like the Bible or the works of Shakespeare – are re-translated. Receivers may not recognize certain passages they know by heart or allusions to, or quotations of, well-known words and phrases (even though they may not even be able to explain their meaning). 3.2. Loyalty and Professionalism Unlike that of doctors or lawyers, the translator's professional title is not legally protected. Translation services can be offered by anybody who feels capable or entitled to do so, although an error in a translation or interpretation can cause as much damage to people and objects as wrong medical treatment or wrong legal advice. Therefore, an ethics of translation must include the obligation to act in a professional way. Professionalism means that the translator has the competences required for translation or interpreting services and constantly tries to improve them; it means that she/he is "striving for excellence", as Chesterman puts it (2001: 149). The “Code of Professional Conduct and Business Practices” of the American Translators' Association, published in November 1997 (ATA 1997), lists the following abilities required of a professional translator: 36
  • 38. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização • mastery of the target language equivalent to that of an educated native speaker; • up-to-date knowledge of the subject material and its terminology in both languages; • access to information resources and reference materials, and knowledge of the tools of the profession. In addition, professional translators must be able to consider the possible consequences of their translational actions, keep their partners from getting damaged and try to avoid negative consequences. This is an ability no person is born with, so it has to be developed in the course of training, where the future translator receives an education about the theoretical and methodological foundations of translation practice. 37 3.3. Loyalty and trust Coming back to example 1, I may state that both the Nicaraguan author and the German readers have been deceived because the translator fulfilled the requirements of the translation brief. Could we say, therefore, that acting according to the brief is unethical? Is a translator obliged to critically scrutinize a translation brief? Would her behaviour have been "more ethical" if she had not done what the publisher had asked her to do? In this case, the commissioner belonged to the target culture, and he could have asked a reviser to "adjust" the translation to target-culture style conventions – although this procedure would have shifted the problem of loyalty only to somebody else without solving it. However, if the commissioner had been a member of the source culture he would not have been able to control whether the target text had conformed to his brief. In any case, the client must always trust the translator. professional translators must be able to consider the possible consequences of their translational actions, keep their partners from getting damaged and try to avoid negative consequences. This is an ability no person is born with The same applies to the author and the target receivers. As they do not know the other culture (including language) they must rely on the translator’s trustworthiness. The sender expects the translator to respect his communicative intentions; the receivers expect to read a translation that corresponds to their expectations, in this case: a translation that gives an idea of the author’s attitude toward the object of reference, post-revolutionary Cuba. What could the translator have done to solve the dilemma? One possibility would have been to discuss the brief with the publisher, agreeing perhaps on an explanatory foreword which would have explained the difference between Latin American and German style conventions and the author’s political standpoint. Another possibility would have been to use target-cultural markers of expressivity without hiding the author’s opinion.
  • 39. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Loyalty does not mean that the translator always has to act according to her/his partners‘ expectations, otherwise no translation could have an innovative, enriching influence on the target literature or culture. 3.4. Loyalty and fairness The fourth item in Andrew Chesterman’s suggestion for a "Hieronymic Oath" reads as follows: "I swear that my translations will not represent their source text in unfair ways." (Chesterman 2001: 153) This "fairness", in the sense of being “free from dishonesty or injustice” (DCE 1978), is also one aspect of loyalty. It means that the translator refrains from deceiving any one of the partners involved in the translation process. The aim is to establish a fair relationship between the source-text sender and the target-text receivers, without taking sides and without detriment to one or the other. However, readers and clients or senders will only accept the translator’s behaviour as being fair if they trust her/him and believe in her/his honesty and professionalism. Therefore, the aspects of loyalty we have dealt with are intrinsically linked and interwoven. 4. INTERTEXTUALITY AS A KEY CONCEPT IN FUNCTIONAL AND LOYAL TRANSLATION All the texts that were ever written or spoken in a particular culture form a culture- specific repertoire. Among them we can observe various kinds of relationship: genre relations between all the texts belonging to one particular genre as opposed to those forming part of other genres; time-related links between all the texts produced in a particular moment in time as opposed to those produced earlier or later; register relations between all the texts representing a specific register, and so on. These intertextual relations of the source and the target text are represented in Fig. 1. Whatever its purpose, a translated text is bound to enter the target-culture repertoire and become a part of the culture-specific intertextuality system. There, it might be supposed to conform to a particular text class or genre or to represent certain register or time-specific features. In some cultures, translated texts (or, possibly, all texts translated from a particular source language as opposed to those translated from other source languages) may form a set of their own and show certain typical features (maybe of "translationese") which are not found in non-translated texts. These features, such as explicitation or shifts, are analysed by corpus-based Translation Studies. 38
  • 40. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização Fig. 1. Intertextuality in translation Looking at Fig. 1, we see that both the source and the target text form part of a system of intertextual relationships. This means that the effect of the target text can be predicted comparing it to the (possible, normal, usual) effects of existing texts from the target culture. If the text conforms to conventional patterns of a particular class of texts, the text form will not attract the readers' attention, which allows for an easier processing of the information contained in the text. On the other hand, if a text shows strange, unconventional form patterns, the audience may wonder why the author chose these original forms and whether they are meant to convey an extra amount of information. In a translation, for example, where the translation brief requires the target text to show features of "strangeness" (which I call a documentary translation, cf. Nord 1997: 48 ff.), the purpose would be precisely not to resemble any text existing in the target- culture repertoire, which makes processing more difficult (and maybe also more meaningful) for the readers. Whereas, in an instrumental translation (cf. Nord 1997: 50 ff.), the expectation is that the target text fits nicely into the target-culture text class or genre it is supposed to belong to. In any case, the translator will have to be familiar with the specificities of the target-culture repertoire to be able to achieve or avoid conventional intertextual relations and/or to predict the audience's reaction, adjusting her/his strategy accordingly. 5. LOYALTY AND FIDELITY IN SPECIALIZED TRANSLATION There is no general rule or norm telling the translator whether to choose a documentary or an instrumental strategy. It depends on the translation brief – but there are routine or standard briefs which might guide the translator's decision if the brief does not specify any exception from the standard. This applies both for specialized and non-specialized (e.g. general, literary, biblical) translation tasks. For many official documents (like marriage certificates or school reports), the "standard brief" requires a translation in the documentary mode. Here, equivalence is not the 39
  • 41. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização purpose, since a translated driving license, for example, is not, as such, a target-culture document. Rather, it is a "meta-document" giving evidence, in the target language, of, or informing about, a source-culture document. With regard to intertextuality, this document will not conform to target-culture patterns of the genre unless these are identical with those of the source culture. In this case, the outcome of a loyal translation process will be a faithful translation. On the other hand, where the purpose of specialized translation is the transfer of information (as in technical texts, product documentation, operating instructions, balance sheets, etc.), an instrumental translation is required, which will not necessarily reproduce source-culture style or behaviour patterns. In this case, the adaptation of text forms to target-culture norms and conventions will make processing easier for the receivers, because they are not confronted with style or behaviour patterns they are not familiar with and which sometimes stand in the way of fast and efficient information processing. 40 6. CONCLUSION Seen in this way, loyalty towards people is a category that is entirely different from fidelity to a text. We cannot speak of a "loyal" translation referring to the result of the process, the target text. Loyalty always refers to the attitude or behaviour of the translator during the process of translation. A text or a translation cannot be loyal. It is the translator's behaviour that is or is not loyal. Therefore, loyalty, as was mentioned before, is an interpersonal category affecting the relationship between people (even though perhaps the author of the source-text is no longer alive, or some readers will read the target text long after the translator has died). But acting loyally with regard to the communication partners in a specific translation task and with regard to one's own ethical principles does not automatically mean that the translator gives target-culture norms priority over source-culture norms. In certain tasks, such as the "standard" translation of legal documents (like a marriage certificate or a driving license) or "standard" court interpreting, it may mean that some source-text features are faithfully reproduced in the target text. Loyalty always refers to the attitude or behaviour of the translator during the process of translation. A text or a translation cannot be loyal. It is the translator's behaviour that is or is not loyal Therefore, the criticism that functional translators are adaptors, is a generalization that is supported neither by Skopostheorie nor by the applied functionalist versions of the theory. The criticism that translators are "mercenary experts", or slaves acting as they are told by their clients, does not hold water either. On the contrary, the functionalist approach makes a point of regarding translators as responsible agents in an interaction between equals, negotiating, if necessary, the conditions of cultural mediation. One of the means to this aim is the observation of the principle of loyalty. ■
  • 42. ARTIGOS E COMUNICAÇÕES tradução e localização 7. REFERENCES Agar, Michael. “The Biculture in Bilingual.” Language in Society 20 (1991): 167-181. ATA. 1997. “Code of Professional Conduct and Business Practices.” [On line]. American Translators Association. Consulted on May, 2006. Available at <http://www.atanet.org/bin/ view.pl/13653.html>. Cardenal, Ernesto. En Cuba. Buenos Aires: Ediciones Carlos Lohlé, 1972. Cardenal, Ernesto. In Kuba. Bericht von einer Reise. Translated by A. Schwarzer. Wuppertal: Peter Hammer, 1972. Chesterman, Andrew. Memes of Translation. Amsterdam: Benjamins, 1997. Chesterman, Andrew. “Proposal for a Hieronymic Oath.” The Translator 7, no. 2 (2001): 139-154. DCE. Dictionary of Contemporary English. London: Longman-Langenscheidt, 1978. Grohmann, Sabine. Übersetzungskritik zu Ernesto Cardenal: En Cuba. Unpublished Diploma thesis. Heidelberg: Heidelberg University, 1976. Koller, Werner (1992): Einführung in die Übersetzungswissenschaft. 4th, rev. edition, Heidelberg: Quelle & Meyer. Nord, Christiane. “Loyalität statt Treue. Vorschläge zu einer funktionalen Übersetzungstypologie.” Lebende Sprachen XXXIV, no. 3 (1989): 100-105. Nord, Christiane (1997): Translating as a Purposeful Activity. Functionalist Approaches Explained. Manchester: St. Jerome. Pym, Anthony (1996): Material Text Transfer as a Key to the Purposes of Translation, in Neubert, Albrecht / Shreve, Gregory / Gommlich, Klaus (eds.): Basic Issues in Translation Studies. Proceedings of the Fifth international Conference Kent Forum on Translation Studies II, Kent/Ohio: Institute of Applied Linguistics, 337-346. Toury, Gideon. Descriptive Translation Studies and Beyond. Amsterdam: John Benjamins, 1995. 41